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Composição mineral de frutos cítricos na colheita.

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Academic year: 2017

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COMPOSIÇÃO MINERAL DE FRUTOS CITRICOS NA COLHEITA (1)

ONDJNO C. BATAGLIA, Seção de Química Analítica, ODY RODRIGUEZ, Seção de

Citricul-tura, RÚTER HIROCE, JOSÉ ROMANO GALLO, PEDRO ROBERTO FURLANI e ÂNGELA

MARIA C. FURLANI (2), Seção de Química Analítica, Instituto Agronômico

O) Trabalho auxiliado pelo BNDE, Projeto FUNDEPRO-2 e apresentado no IV Congresso Bra-sileiro de Fruticultura, realizado em Salvador, BA, de 23 a 27 de janeiro de 1977. Recebido para publi-cação em 30 de dezembro de 1976.

(2) Com bolsas de suplementação do C.N.Pq. SINOPSE

Foram amostrados à época de colheita, na Estação Experimental de Limeira, do Instituto Agronômico, frutos cítricos de nove cultivares comerciais pertencentes a dife-rentes espécies: Citrus sinensis — "baianinha", "hamlin", "pêra", "natal" e "Valencia"; Citrus reticulata — "cravo"; Citrus paradisi — "marsh-seedless"; Citrus aurantifolia — "taiti"; híbrido Citrus sinensis X Citrus reticulata — "murcote".

Os frutos foram fracionados em casca, polpa mais suco, e sementes. No material seco e moido, procederam-se às determinações dos treze elementos essenciais às plantas e mais sódio, alumínio e cobalto. As quantidades de nutrientes extraídas por tonelada de fruto fresco foram calculadas com base nas proporções e teores de umidade das partes dos frutos.

Os nove cultivares estudados extraíram as seguintes quantidades médias de ele-mentos em gramas por tonelada de fruto fresco: N—1.906; P—173; K—1.513; Ca—526; Mg—127; S—137; B—2,2; Cl—247; Cu—1,2; Fe—6,6; Mn-2,8; Mo—0,008; Zn—0,9; Co—0,003; Na—43,5; Al—7,6.

Os dados obtidos são semelhantes aos encontrados na literatura de outros países para os citros em geral. Há, no entanto, quase sempre, uma inversão n a relação nitrogênio--potássio.

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1 — INTRODUÇÃO

Grande número de trabalhas têm sido publicados sobre a determi-nação das necessidades nutricionais dos pomares cítricos. A diagnose foliar tem sido normalmente aceita para avaliação do estado nutricional das plantas. Entretanto, somente alguns desses trabalhos se referem às quantidades de nutrientes removidas por diversos cultivares. Entre eles, os de Chapman e Kelley (1943) e de Smith e Reuther (1953) são citados freqüentemente (4, 8, 10, 14, 15). To-davia, os resultados apresentados nesses trabalhos geralmente indicam apenas as médias de diversos cultiva-res e de diversos locais, sem maiocultiva-res detalhamentos.

Os nutrientes mais extraídos pe-los frutos, de acordo com esses tra-balhos são, pela ordem decrescente: potássio, nitrogênio, cálcio e fósforo Essa ordem pode ser alterada em função da adubação (4), do porta--enxerto (10), da copa, do clima e do solo.

Nas condições do Estado de São Paulo, com uma produção de aproximadamente quatro milhões de toneladas de frutas frescos em 1976 (14), não se conhecem ainda quais são as quantidades de nutrientes re-movidas pela colheita pelos principais cultivares. A determinação dessas quantidades é objetivo deste trabalho.

2 — MATERIAL E MÉTODOS

Foram amostrados à época de colheita, frutos de nove cultivares comerciais de citros pertencentes a diferentes espécies: Citrus sinensis — laranjas 'baianinha', 'hamlin', 'pêra', 'natal' e Valencia'; C. reti-culata — 'tangerina-cravo'; C.

para-disi — pomelo 'marsh-seedless'; C. aurantifolia — 'limão-taiti"; híbrido C. sinensis x C. reticulata — tangor 'murcote'.

As amostras procederam da Es-tação Experimental de Limeira, do Instituto Agronômico, onde o tipo de solo predominante é o latossolo ver-melho-escuro, Orto. Todas as plantas

receberam adubação básica de 160--80-160 gramas de N, P205 e K20 por

caixa de 40 kg de frutos produzida, por ano. O porta-enxerto comum era o limoeiro-cravo.

Os frutos foram fracionados em casca, polpa mais suco e sementes. Foram determinadas as proporções de cada um desses componentes em relação ao peso total de fruto fresco. Posteriormente essas frações foram secas a 65°C e depois moídas. Cada amostra de frutos ou de suas partes foi representada por quatro repeti-ções.

No material seco e moído dosa-ram-se todos os elementos essenciais às plantas, mais cobalto, sódio e alu-mínio. As determinações de N, P e B foram efetuadas segunda Lott e ou-tros (11,12); as de K, Al e Na (13), Ca e Mg (3), S (2), Cu, Fe, Mn e Zn (7) e Mo (1), por espectrofotome-tria de absorção atômica; Cl, por coulometria (5), e Co por espectrofo-tometria (6).

As quantidades de nutrientes extraídas por tonelada de frutos fres-cos foram calculadas com base nas

proporções e teores de umidade das partes dos frutos e nas concentrações dos elementos na matéria seca.

3 — RESULTADOS E DISCUSSÃO

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cobalto, alumínio e sódio, e as por-centagens de umidade nas três partes dos frutos. Aparece também a pro-porção com que cada parte constitui o fruto fresco dos diversos cultivares. O nitrogênio destacou-se com maior concentração em relação aos demais macronutrientes, tanto na casca, polpa mais suco como, prin-cipalmente, na semente. Estas reve-laram ser órgãos onde há maior acúmulo da maioria dos macronu-trientes, exceção feita ao potássio, que acumula mais na fração casca mais polpa. Todavia, as sementes constituem uma fração muito peque-na do total do fruto, atingindo o má-ximo de 3 % para a tangerina-cravo. Dessa forma, contribuem pouco para a extração total de nutrientes pelo fruto.

Na casca dos frutos verifica-ram-se as maiores concentrações de B, Cl, Cu, Fe, Mn e Al, enquanto as de Mo e Zn foram maiores nas sementes, e apenas o Na na fração polpa mais suco.

Os cultivares natal e Valencia destacaram-se dos demais pelas ele-vadas concentrações de nutrientes em todas as partes do fruto, enquanto o taiti apresentou as concentrações mais baixas.

No quadro 2 pode ser observa-do o comportamento observa-dos nove culti-vares quanto à capacidade de extra-ção de nutrientes.

Nitrogênio e potássio foram os nutrientes extraídos em maiores quan-tidades pelos frutos cítricos, seguin-do-se o cálcio, fósforo, enxofre e magnésio. Dentre os micronutrien-tes, o extraído em maior proporção foi o cloro e em menor, o molibdênio.

Com base em diversos autores, Chapman (4) mostrou que o potássio

é o elemento mais extraído pelos frutos. Deve-se considerar, entretan-to, que diversos fatores podem influir na absorção diferencial de nutrientes, entre eles a adubação (4), o porta--enxerto utilizado (4,10), além do clima e solo. Dessa forma, outros autores (10,15) obtiveram resultados semelhantes aos encontrados no pre-sente trabalho, quanto à ordem de absorção de nitrogênio e potássio.

Para os demais nutrientes, em geral, os dados aqui obtidos são se-melhantes aos encontrados na litera-tura (4, 8, 9 , 1 0 , 1 5 ) . Os teores de ferro e manganês, contudo, foram mais elevados, provavelmente devido ao tipo de solo de onde foram colhi-dos os frutos.

Com exceção do nitrogênio e potássio, o quadro 2 mostra que quantidades relativamente pequenas de nutrientes são removidas do solo pela colheita dos frutos.

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4 — CONCLUSÕES

a) A semente seca foi a parte do fruto cítrico onde se encontraram as maiores concentrações para a maioria dos macronutrientes, exceto para o potássio, mais abundante na fração polpa mais suco. A casca foi a parte que encerrou maiores teores de micronutrientes.

b) A ordem decrescente de ex-tração de macronutrientes foi: N, K,

Ca, P, S e Mg, enquanto para os mi-cronutrientes houve maior extração de

Cl e menor de Mo.

c) Os cultivares nftal, Valencia e murcote foram os que apresenta-ram maior capacidade de extração dt nutrientes, enquanto o taiti foi o de menor exigência nutricional.

d) Observou-se elevada extração de manganês pelo cultivar murcote, e de manganês e molibdênio pela tangerina-cravo.

MINERAL N U T R I E N T REMOVAL BY T H E H A R V E S T O P C I T R U S F R U I T

SUMMARY

F r u i t samples of n i n e cultivars of citrus were collected a t trie Limeira Experiment Station, S t a t e of S ã o Paulo. T h e fruits belong to several species: Citrus sinensis — " B a i a n i n h a " , "Hamlin"), " P ê r a " , " N a t a l " , a n d " V a l e n c i a " sweet o r a n g e s ; Citrus reticulata — " C r a v o " - t a n g e r i n e ; Citrus paradisi — " M a r s h - s e e d l e s s " grapefruit; Citrus aurantifolia

— Tahiti lime; h y b r i d Citrus sinensis x Citrus r e t i c u l a t a — " M u r c o t t " tangor.

T h e fruits were sectioned i n skin, pulp with juice, a n d seeds. I t was determined t h e proportion a m o n g t h e s e p a r t s a n d their w a t e r content. T h e c o n c e n t r a t i o n of all p l a n t n u t r i e n t s plus sodium, a l u m i n u m a n d cobalt was d e t e r m i n e d o n t h e dried material. T h e s e d a t a allowed t h e estimation of n u t r i e n t removal p e r m e t r i c ton of fresh fruit.

T h e average of removed elements expressed in g r a m m s p e r t o n of fresh fruit of t h e n i n e cultivars follows t h i s o r d e r : N—1,906; P—173; K—1,513; Ca—526; Mg—127; S—137; B—2.2; CI—24.7; Cu—1.2; Fe—6.6; Mn—2.8; Mo—0.008; Z n — 0 . 9 ; Co—0.003; Na—43.5; Al-7.6.

T h e seeds showed to be organs where t h e r e is larger p e r c e n t u a l q u a n t i t y of t h e majority of m a c r o n u t r i e n t s , except for K which is m o r e a b u n d a n t i n t h e pulp plus juice.

T h e cultivars N a t a l and Valencia showed t h e greatest n u t r i e n t removal, a n d Tahiti lime t h e lowest.

LITERATURA CITADA

1. BATAGLIA, O. C. A d e t e r m i n a ç ã o de molibdênio p o r espectrofotometria de absorção atômica. P i r a c i c a b a , ESALQ, 1972. 86 p. (Tese de d o u t o r a m e n t o )

2. . D e t e r m i n a ç ã o indireta de enxofre e m p l a n t a s p o r espectrofotometria de absorção atômica. Ciência e Cultura 28:672-675, 1976.

3. & GALLO, J. R. Determinação de cálcio e d e magnésio em p l a n t a s por fotometria de c h a m a de absorção. B r a g a n t i a 31:59-74 1972.

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5. FURLANI, A. M. C. & GALLO, J. R. Determinação coulométrica de cloreto em plantas fazendo uso de um cloridômetro de leitura direta. Ciência e Cultura 24:250-253, 1972. 6. FURLANI, P. R. & GALLO, J. R. Determinação de cobalto em plantas pelo método espectrofotornétrico de 2-nitroso-l-naftol. Suplemento de Ciência e Cultura 24:428, 1972.

7. GALLO, J. R.; BATAGLIA, O. C. & MIGUEL, P. T. N. Determinação de cobre, ferro, manganês e zinco num mesmo extrato de planta, por fotometria de chama de absorção. Bragantia 30:155-167, 1971.

8. INSTITUTO INTERNACIONAL DE LA POTASSA. La nutrición mineral de los agrios. Berna, Instituto Internacional de la Potassa, 1958. 71p.

9. KAMPFER, M. & UEXKULL, H. R. V. Nuevos conocimientos sobre la fertilization de cítricos. Hannover, Verlagsgesellchaft für Ackerbau, 1963. 104p. (Boletim Verde 1)

10. LABANAUSKAS, C. K. & HANDY, M. P. Mineral nutrient removal by California Valencias. Citrograph 58:44-60, 1972.

11. LOTT, W. L.; McCLUNG, A. C.; VITA, R. & GALLO, J. R. Levantamento de cafe¬ zais em São Paulo e Paraná pela análise foliar. São Paulo, IBEC Research Institute, 1961. 69p. (Boletim 26)

12. .; NERY, J. P.; GALLO, J. R. & MEDCALF, J. C. A técnica da análise foliar aplicada ao cafeeiro. Campinas, Instituto Agronômico, 1956. 29p. (Boletim 79) 13. PERKIN-ELMER CORPORATION, ed. Analytical methods for atomic absorption

spectrophotometry. Norwalk, Conn., 1976.

14. RODRIGUEZ, O. Citricultura paulista. História, percalços, progresso, pesquisa no IAC. Campinas, Instituto Agronômico, 1976. 5p. (Palestra no VII Dia do Citricultor)

Referências

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