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Educação nutricional em serviços públicos de saúde.

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Cad . Saúd e Púb lic a, Rio de Jane iro , 15(Sup. 2):139-147, 1999 A RTIGO A RT I C L E

Educação nutricional em serviços

públicos de saúde

Nutritio nal e d ucatio n in pub lic he alth se rv i c e s

1 De p a rt am en to de En f e r m a g e m , Facu ld ad e d e Ciên cia s M éd icas, Un i v ersid a d e Est ad u al d e Ca m p i n a s . C . P. 6 1 1 1 , Ca m p i n a s ,S P 1 3 0 8 3 - 9 7 0 , Bra s i l .

M a ri a Crist i n a Fa b er Boog 1

Abstract Th e p u rp ose of t h is st u d y w as t o d i scu ss t h e im p lem en t at ion of n u t rit ion a l edu ca t ion i n p u b li c h e a lt h serv i ce s f ro m t h e p ersp ect i v e of h e a lt h p rof essi on a ls (p h ysi ci a n s a n d n u rses) w o rk in g in t h em . T h e st u d y w a s con d u ct ed in t h e Mu n i ci p a li t y o f Ca m p i n a s , Sã o Pa u lo St a t e , Bra z i l , f rom O ct ober 1993 t o Ju ly 1995, u sin g a ct ion -based re s e a rch m et h od ology. T h e resu lt s d scrib e t h e con st ru ct io n of n u t rit io n a l k n ow led ge in t ra i n in g a n d p rof essi on a l in st it u t i on s; b e-h a v io r t ow a rds food - rela t ed p roblem s in d a ily p rof ession a l ex p erien ce a s com p a red t o p erso n al l i f e ; t h e con t rad ict ion bet w een t h e a p p a ren t ly t riv ia l a ct o f ea t in g a n d t h e com p lex i t y of d iet a ry p ro b l e m s ; t h e in terfa ce bet w een t h e accep ta n ce of t h is w ork a n d t h e in corp ora t ion of n u t rit ion a l ed u ca t i on a ct iv i t i es a n d t h ei r a ct u a l i n st it u t io n a li z a t i on ; a n d h ea lt h p ro f e s s i o n a l s’ o p i n i o n s con cern in g si t u a t ion s p erm ea t i n g t h e im p lem en t a t ion o f a ct iv it i es. Th e p a p er con clu d es by re-f erri n g t o t h e n eed t o i m p lem en t n u t ri t i o n a l ed u ca t i o n a ct i v i t i es, d i re-fre-fi cu l t i es ex p eri en ced by p h ysici a n s a n d n u rses i n a p p roa ch i n g n u t ri t io n a l p ro b l e m s , a n d t h e im p ort a n ce of i n clu d i n g n u t rit ion in t h e cu rricu la of h ea lt h cou rses.

Key words Hea lth Ed u c a t i o n ; N u t rition al Ed u c a t i o n ; Healt h Se rv i c e s ; Healt h Pe r s o n e l l ; Nu t r i t i o n

Resumo Est e est u d o objetiv ou d iscu t ir a im p lem en t ação d e a t iv ida des d e ed u ca çã o n u t ricion al em serv iços p ú blico s d e sa ú d e, v a len d o- se d a v i sã o d e m éd icos e en ferm eiro s q u e a t u a m n esses s e rv i ç o s . A p esqu isa f oi d esen v olv id a em Ca m p i n a s , Est a d o d e S ã o Pa u l o, Bra s i l , e n t re ou t u b ro d e 199 3 e ju lh o d e 1995, u t i li z a n d o- se o m ét o d o d a p esq u i sa - a çã o. Os resu lt a d o s d escre v em a con st ru çã o d o sab er sob re n u t riçã o a t rav és d a s in st it u ições form a dora s e p ro f i s s i o n a i s ; a con d u -t a a d o-t a d a em fa ce d os p roblem a s re l a -t i v os à a lim en -t a çã o n o co -t id ian o p rof issio n al em con -t rap osiçã o a o en fren t a m en to do s m esm os n o cot id ia n o rap essoa l; a con t ra diçã o ex ist en te en t re a a rap a -ren t e ba n a lid a d e d o a t o d a a l im en t a çã o em con t ra p o si çã o à co m p lex id a d e d os p roblem a s a li-m e n t a re s ; a tra jet óri a en t re a a ceit a çã o d o t ra ba lh o e in corp o ra çã o d a s a ções de ed u ca çã o n u t ri-cion a l e a ef et iv a i n st it u ri-cion a liz açã o d os m esm os; a v isã o d o s p rof issio n a is d ia n t e d e sit u a ções qu e p erm eia m a im p lem en t a çã o d as a çõ es n esse ca m p o. A s con clu sões re f e rem -se à n ecessid a de d e im p lem en t açã o d e at iv id ad es d e edu caçã o n u t rici on a l n os serv iços d e sa ú d e, à s d ificu ld a d es d os p rofission a is p a ra a bord a r p roblem a s re l a t i vos à n u t rição e à n ecessid a d e d e d iscu t ir o en si-n o d e si-n u t rição si-n os cu rso s d a área d a sa ú d e.

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Cad . Saúde Púb lic a, Rio de Janeiro , 15(Sup. 2):139-147, 1999 I n t ro d u ç ã o

É fato in con testável a im p o rtâ n c ia da alim en -taç ão sau d ável, com p leta, va riad a e agra d á ve l ao paladar p ara a p rom oção da saúde, sob re t ud o ud o s or gan ism os jove n s, em fa se ud e ud esen -vo l v i m e n t o, e p ar a a p re ve n çã o e co n tr ole d e d oen ças crôn icas n ão tra n s m i s s í ve i s, cu ja p re-valên cia vem au m en tan d o sign ificativa m e n t e. No Brasil, a p re va lên cia d e o b esid ad e d o b ro u ao lon go d e 15 an os. Mo n t e i ro et al. (1995a) re-f e rem q u e a razã o en tre a p re va lên cia d e d es-n u t r içã o e d e ob e sid a d e fo i d ra m a t i c a m e es-n t e a fet ad a e n t re 1974 e 1989. Em 1974, h avia, n a p opu lação in fan til, m ais de qu atro desn u tri d o s p a ra u m ob e so e, e m 1989, e ssa re laç ão c aiu p a r a d ois d esn u tr id o s p a ra u m ob e so. Na p o-p u lação adu lta, hou ve in versão d e va l o res: em 1974, h avia u m e m e io d esn u tr id o p a ra u m o b e s o, en q u an to, em 1989, a ob esid ad e e xc e -d e u -d u as veze s a -d e sn u tri ç ã o. Mo n t e i ro et al. (1995b ) d izem q u e o “con ceit o equ iv oca d o d a in evita bilid ad e da s d oen ças crôn icas cert a m e n -t e es-t á n a b ase d a a u sên cia ou in cip iên cia d a s a ções p ú blica s d irigid as a o con t ro l e , p or ex e m p l o, d o t ab ag i sm o, do alcoolism o e d a obesid a -d e”. Mo n t e i ro et a l. (1995a ) rec om en d am q u e

se re s e rve “lu gar d e d est a qu e a a ções d e ed u ca-ção em alim en t a çã o e n u t rica-ção qu e alcan cem de m o do efi ca z , t od os o s est ra t o s econ ô m icos d a p o p u l a ç ã o”.

A ed u caç ão n u tricion al t em um p a p e l im -p o r ta n t e ta m b ém em rela ção à -p ro m o ção d e h áb ito s a lim en ta res sa ud áveis d esd e a in fân -cia. Ce rq u e i ra (1985) a con sidera m edida d e al-c a n al-ce al-cole tivo al-co m o fim p ri m o rd ial d e “p ro

-p o rc i on ar os con h ecim en tos n ecessário s e a m o-t i va çã o coleo-tiv a p a ra form a r ao-t io-t u des e h á bio-t os d e u m a a lim en t a çã o sad ia, c o m p l e t a ,a d e q u a-d a e v a r i a a-d a”. In f e l i z m e n t e, as experiên cias d o-c u m en t ad as sob re os p ro g r a m a s e as at ivid a-d e s a-d e ea-d u caç ão n u tricio n al n o Br asil são e m n ú m e ro exígu o, e raríssim as as in iciativas ju n -to à rede b ásica d e saú de (Boog, 1997), m otivo p e lo qu al n ão se en con tra, n a litera t u ra, dad os re l a t i vos a resu ltad os d e in ter ve n ç õ e s. En c o n -t ra m - s e, sim , es-tu dos d iagn ós-ticos, an alisan d o p ossibilid ad es de in terven ções edu cativa s. Di-f e ren tes au tores vêm ap on tan do o Di-fato de qu e, “m e sm o em con d ições m a croa m bien t ais igu a l-m en t e d esfav o r á ve i s , a d esn u t rição en ergéticop rot éica n ão o corre em t od os os in d ivíd u os, i n -d ica n -do a coex ist ên ci a -d e ou t ros fa t ore s” (Da-sen & Su p er a p u d So l y m o s, 1997; N ób rega &

Ca m p o s, 1996). Esses fatores fora m estu d ad os p or Solym os (1997), que ap on ta com o elem en -t os im p or-t an -t es p ar a o en fren -tam en -to d e si-t u a ções a d ve r s a s, en si-t re ou si-tr o s, o in c re m e n si-t o

das red es d e relacion am en tos através de aten -d im en tos esp ecializa-dos e os re l a c i o n a m e n t o s de ajud a. Assim , as atividad es de ed ucação em s a ú d e, direcion adas p or exem p lo à área m ater-n o- iater-n faater-n til, deater-n tro d e u m a p rop osta p edagógi-ca d e en sin o b asea d a n a situa ção c on creta d e vid a, d esem p en h am estes p ap é is, sob re t u d o q uan do realizadas em gru p o.

O in teresse p ela ed u ca ção n u tric ion a l su r-giu n a d écada d e 40, e a p ri m e i ra p u blicação d a O rgan ização Mun dial da Saúd e (OMS) a re s p e i-to d a ta d o in ício d os a n os 50 (Ritc h ie, 1951). An tes d isso, teve in flu ên cia re l e van te o Co m i t ê s o b re Há b it os Alim en ta re s, d o Con selh o Na -cion al d e Pesq uisa d os Estados Un idos da A m é-rica, qu e reu n iu n u trólogos, an tro p ó l o g o s, p si-cólogos e ed ucadores com o ob jetivo de p ôr em com u m seu s con h ecim en tos, bu sca n d o m éto-d os m a is e ficazes p ara m oéto-d ific ar h á b it os ali-m e n t a re s.

No Brasil, à esta ép oca, o in teresse p ela n u t rição su rgia com Josu é d e Ca s t ro, que foi sem -p re u m d efen sor d o -p la n ejam en to econ ô m ico e d a re e s t ru t u ração a grícola p ara solu cion ar o p roblem a da fom e, p orém sem descartar o p a-p el d a edu cação (L’ Ab b a t e, 1982). A ori e n t a ç ã o n u t ricion al da p op u lação tra b a l h a d o ra goz a va de s t at u sp rivilegiad o e era vista com o u m d os p i l a res d os p ro g ram as gove rn am en tais d e p ro-teção ao tra b a l h a d o r.

Na d écad a d e 70, a p olít ic a a lim en t ar n o Brasil, q u e, a té en t ão, fora c en trad a n o b in ô -m io ali-m en tação-ed ucação, to-m ou n ovo ru -m o em face dos resultad os de p esquisas re a l i z a d a s n a ép oca (Alve s, 1977; Vi a c a va et al., 1983), q ue m o s t ra ram q ue o p rin cip al obstácu lo à alim en -tação adequ ada é a ren da e que som en te tra n s-f o rm a ções estru t u ra is n o m o d elo e co n ôm ic o t e ria m efet ivam en t e p o d er d e re s o l u t i v i d a d e dian te dos p rob lem as alim en tare s. Assim , o bi-n ôm io abi-n te rio r foi su b st itu íd o p e lo b ibi-n ôm io a l i m e n t a ç ã o - ren d a , e a e d uc açã o n u t ri c i o n a l p a rtiu p ara o ‘e x í l i o’ com o m uito b em re f e ri ra m Ca s t ro & Pelian o (1985).

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Cad . Saúde Púb lic a, Rio de Jane iro , 15(Sup. 2):139-147, 1999

En c o n t ra-se referên cia à im plan tação de serv i-ços d e n u triç ão ju n to a am b u lató ri o s, m as es-tes n em sem p re fa zem referên cia a p ro p o s t a s e d u c a t i va s. O n u tricion ista, em b ora d e fin id o com o p rofission al d a saú de, está até h oje m u i-to au sen te d a r ed e b á sica d e sa ú d e, p o is a p e-n as 3% a 7% d os p ro fissio e-n a is fo r m ad o s vão p a ra esta área, segun do diferen tes autores ( Bo o g et al., 1988; Bosi, 1996; Mo d e s t o, 1980).

Behar (1991), em p alestra p ro f e rid a n o Si m -p ósio Latin o-Am erican o de Nu t ri ç ã o, re a l i z a d o em São Pa u l o, exp ressou d esc réd ito a re s p e i t o dos p ro g ram as ve rt i c a i s, d izen d o qu e a re s p o n -sa b ilid ad e d ire ta d o s p r ofission ais d a á rea d e n u t ri ç ã o, com p ossib ilidade de ação efetiva, es-tá n os serviços de saú de.

O con fr on to d essa p osição de Be har com a con statação da quase in existên cia do p ro f i s s i o-n al o-n utricioo-n ista o-n a rede básica de saúd e levo u à realização d e u m a p esqu isa com o p ro p ó s i t o d e ve r ific ar q u al é a p erc ep ç ão d os p ro f i s s i o -n ais q u e tra d icio-n a lm e -n te at u a m -n a li-n h a d e f ren te d os serviços d e saúd e – m éd icos e en fer-m e i ros – a resp eit o d o d esen volvifer-m e n to d e aç õ es re f e ren t es à e d u ca çã o n u t ric io n al e d a su a p ercep ção sob re as qu estões p ertin en tes a este cam p o de con hecim en to.

M ateriais e métodos

O m éto d o em p regad o foi o d a p esqu isa-aç ão, ad a p t ad o d e Thiolle n t (1992), d efin id o p a ra a fin alid ad e d est e estu d o c om o u m a e stra t é g i a de p esq u isa, n a qu al existe um a ação p or p art e do in ve s t i g a d o r, com vistas à tra n s f o rm ação da realidad e con creta. At ravés desta, ele p re t e n d e ta m b ém a u m e n t ar o seu co n he cim e n to e a con sciên cia d os su jeitos p esq u isados a re s p e i-to d a p rob lem át ic a estu d ad a, e n vo l ven d o a p restação d e ser v i ç o, a observação sistem ática, o d iá logo c om os su jeitos p esq u isad os, q u e acon tece tan to em situ aç ões in form a i s, com o em situ ações p lan ejad as, sob a form a de en tre-v i s t a s, e o re t o rn o a os suje ito s d a elab o ra ç ã o t e ó rica q u e o p esq u isad or faz basead o n os d a-dos coletad os.

O est u d o, re aliza d o e m d o is se r viços d e sa ú d e d o Mu n ic íp io d e Cam p in as (São Pa u l o, Brasil), foi desen volvid o em q uatro etap as. Na p ri m e i ra, fase exp lora t ó ria, a p esq uisadora, n o caso a p rópria autora do tra b a l h o, p erm a n e c e u n a in stitu ição p ara tom ar con tato com o e sp a-ço on d e aq uele seria desen vo l v i d o, con hecer as e q u i p e s, p ro g ra m as e se rviço s p re s t a d o s. Na segu n d a, p restação de serv i ç o s, a p esqu isadora p a sso u a tra b a lh a r d ois p e río d os p o r sem an a em ca d a u m a d as in stitu iç õe s, d en tro d a su a

EDUC AÇÃO NUTRICIO NAL 1 4 1

e s p e c i a l i d a d e, d esen vo l ven d o a tivid a d es d e e d u ca ção n u tricion a l m e d ia n te at en d im en t o in d ivid u al o u e m gru p o. Du ra n te a p re s t a ç ã o d e ser v i ç o, foram feitas a observação sistem áti-ca, cujos dados eram re g i s t rados em u m cader-n o d e cam p o, e as ecader-n trevistas sem i-estru t u ra-d a s c om m é ra-d ic o s e en ferm e i ro s q u e e st ava m m ais liga d o s a o trab alh o d e sen vo lvid o p e la p e s q u i s a d o ra. Ao todo, foram en trevistad as n o-ve en ferm e i ras e oito p rofission ais da área m é-d ica, sen é-do q u atro m éé-d icos e qu atro m éé-d icas. Na terc e i ra etap a, discu ssão dos resultados p re-l i m i n a res com os su jeitos, foi ere-lab orad o u m re- li-v re t o, d en om in ad o D i sc u t i n d o N u t r i ç ã o, p or

m eio d o q u al a p esq uisad ora en cam in hou aos e n t revistados d ad os levan tad os n as en tre v i s t a s e algu m as an álises p re l i m i n a re s. Ju n to fo i en -via d o um q u estion ário n o q u al os su jeit os re-g i s t ra ra m su as o p in iõ es sob re a p a rt i c i p a ç ã o n a p esq u isa e sob re as an álises feitas. A q u ar-t a ear-ta p a , ar-teo ri z a ç ã o, co n sisar-tiu e m re p o r ar-tar o s ach ad os à teori a .

O estu do exigia u m re f e ren cial p ara an álise qu e oferecesse um a estru t u ra con ceitu al a b ra n g e n t e. Ta l re f e ren cia l fo i en c on tra d o n o ca m -p o d a sociologia d o con h ecim en to, -p art i c u l a r-m e n te n a ob ra de Be rger &ar-mp; Lu ckr-m an n (1985), A C o n st r u çã o Socia l d a Re a l i d a d e. O m ét od o d e an álise em p regad o foi d e n atu reza qu alitativa , b a sead o em Ba rd in (s/ d a ta), Hagu ette (1995), L’ Ab bate (1990), Lüd ke & An dré (1986), Mi n a yo (1993) e Th iollen t (1982, 1992). O p ro c e s s am e n -to dos d ad os foi realizado através de an álise de c o n t e ú d o, n a q u a l se t rab a lh a c om in fo rm ações fatuais, p erc e p t i va s, op in ativas e d e atitu -d es (Thiolle n t, 1982). Por ser u m m éto-d o q uali-t a uali-t i vo, ele p rescin d e de an álise esuali-tauali-tísuali-tica.

Resultados e discussão

As p ercep ç ões d os m éd ico s e en ferm e i ros so-b re o t em a fo ra m organ izad as e m tor n o d e q u a t ro eixos: con stru ção do sab er sob re n u tri-ç ã o, im passes da cotidian idad e, tra j e t ó ria p ara a in stitu cion alização e con tradições d a edu ca-ção n utri c i o n a l .

C o n s t rução do saber sobre nutrição

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e-Cad . Saúd e Púb lic a, Rio de Jane iro , 15(Sup. 2):139- 147, 1999

q u ad o p r e p a ro d o s p ro fission a is d a á rea d a saú de em relação ao assu n to.

Adm itin d o q u e o con hecim en to d os m éd i-cos e en ferm e i ros sobre n u trição teria sido, p ri-m o rd i a l ri-m e n t e, ad q u ir id o p or in terri-m éd io d a s in st itu iç õ es form a d o ra s, se gu id o d a vivê n c ia n o cotid ian o p rofission al e sofre n do a in fluên -cia d as in stitu ições ligadas à p ro f i s s ã o, p esqu i-s o u - i-s e, e n tã o, a vii-são d oi-s p rofii-si-sion a ii-s a re i- s-p eito d a co n stru ção d o seu sab er sob re n u tri-ç ã o, desde o cu rso d e gra d u a tri-ç ã o.

Os m éd icos n ão com en taram qu ase n ad a a re sp eito d o en sin o d e n u triç ão d u ran te a su a g ra d u a ç ã o, p orq u e, d e fa to, ele n ã o o cor reu e, p or isso, m an ife stam p ou co in teresse em in te-g ra r in for m açõ es re l a t i vas a esta áre a d e c on h e c i m e on t o. Recoon h ecem qu e h ouve deficiêon -cia n a for m ação e ressen tem -se da p re c a ri e d a-d e e in con sistên cia a-d os c on h ecim en tos n esse c a m p o. As in fo r m a çõ es a d q uir id as e m ou tra s d iscip lin as o u p ela p rát ica n ão c h e gam a ser sistem atizadas, o que faz com que n ão haja um a visão glob al sob re o assu n to. Dos oito m édicos e n t re v i s t a d o s, sete, form ados n a década d e 80, n ão tiveram discip lin a esp ecífica n a área duran -te o cu rso d e gra d u a ç ã o. Ap en as u m , fo rm a d o n o fin al d a d écad a de 60, lem brou -se de ter ti-do aulas sobre n utrição, p orém n ão soube in for-m ar se h avia u for-m a d iscip lin a esp ecífica ou n ão. Tod as as en ferm e i ras en trevistad as tive ra m d iscip lin a esp ecífica n a gra d u a ç ã o, p ois, a té 1994, ela in tegra va o currícu lo m ín im o, obri g a-t o r ied ad e ab olida aa-través d a Po ra-t a ria 172/ 94 d o Mi n i s t é rio d a Edu cação e do De s p o rto (Boog et al., 1995). Ap e sar d e a situ ação d o en sin o n os cu rsos de en ferm agem ser difere n t e, o re s u l t a-d o p rátic o é sem elh an te. Se t e, a-da s n ove en fer-m e i ras en tre v i s t a d a s, ava l i a rafer-m o en sin o n ega-t i va m e n ega-t e, fa zen d o críega-t ica s ao d oc en ega-te, à m e-to d ologia, à falta d e ap lica ção p rática d os c o-n h e c i m e o-n t o s, ao tip o d e c oo-n teú d o m io-n istra d o e, em algu n s casos, ela se torn ou alvo d e iro n i a o u c ha c ota. Cr i t i c a ram , t am b é m , o fa to d e o en sin o ter sid o m u ito voltad o a q u estões p on -t u a i s, esp e cíficas o u “m ac et e s”, co m o re f e ri u u m a d as en ferm e i ras en tre v i s t a d a s.

O en sin o de n u tr ição n os cursos de Me d i c i-n a é um a q u estão re l e vai-n te q ue m erece ser discu tida. Em 1985, a Academ ia Nacion al d e Ciên -cias d os Estad os Un idos p u blicou um re l a t ó ri o c on t en d o u m a avaliaçã o d o en sin o d a q u e la d iscip lin a n as escolas m édicas, n o q ual se con -clu ía q u e, q u a n d o en sin ad a, ela o é d e fo rm a in adequ ad a, q ue as escolas m éd icas atri b u e m -lh e p ouca im portân cia n a organ ização dos cur-r ícu los e q u e ain d a e xistem vácur-rias b acur-rcur-re i cur-ras à i n t rodução d a m atéria (Win ick, 1993). Em 1 9 9 4 , A Associa çã o Am erican a d e Die tética (Am er i

-c a n Di et et i -c Ass o-c i at i o n, 1994), p osicion ou -se a

re s p e i t o, r ecom en d a n d o fo rm a l m e n t e “a i n clu são da edu ca çã o em n u trição com o u m com p on en t e essen ci a l d e t o d os os n í veis d e ed u ca -çã o m éd ica,com base n os se gu in tes arg u m e n

-tos: em p ri m e i ro lu gar, oito d as d ez p ri m e i ra s causas de m orte n os Estad os Un idos tem re l a-ção com a d ieta ; em segu n d o, a s in ter ve n ç õ e s em n u t rição d im in u e m o risco d e co m p lica -ções de várias en ferm idades; em terc e i ro lu gar, elas dim in uem o cu sto de ou tros iten s de assis-tên cia à saú de.

Dessa arg u m e n t a ç ã o, p od e- se d ep re e n d e r qu e seria op or tun o às in stân c ias re p re s e n t a t i-vas d as escolas m éd icas discu tir a n ecessid ade d e in trod u zir o en sin o d e n u tr ição n os cu rsos de Medicin a. Esta é u m a discu ssão qu e n ão p o-de ser ab an d on ad a p or aq u eles qu e acre d i t a m n a form açã o d os p rofission ais d e saú d e vo l t a -da aos in teresses e an seios d a socie-dad e.

Com a ú ltim a alteraçã o d o c u rríc u lo m ín i-m o dos cu rsos de En f e ri-m agei-m , fica facu ltado a estes oferecer ou n ão discip lin as n a área de n u -t riç ão (Boog, 1995). Esse n ovo cu rr ícu lo p od e apon tar p ara um re t rocesso acad êm ico n a áre a de n u tri ç ã o, q u e, em vez de ver exp an d ir o seu i n t e resse cien tífico e ap licaçã o em p rol d a so c i e d a d e, n ova m en t e a vê sub t ra íd a d a form a ção d e u m p ro fissio n al d e saú d e. Se e fet iva -m e n te isso ocor re r, o s e n fer -m e i r os fo r-m a d o s de agora em dian te n ão m ais d iscu tirão e m su a f o rm ação esse asp ecto d a saú d e, b ásico p ara a vida, e tratarão os p rob lem as de alim e n tação e n u t rição de form a estritam en te em pírica. Co m -p ete à Academ ia, -p or in term édio d e seu s es-p e-cialistas n a área , d iscu tir as r azões p elas qu ais a n u tr içã o tem sid o tã o a lijad a d o en sin o d a saú d e e en vid ar esfo rç o s a fim d e a lter ar essa t ra j e t ó ri a .

Co m relaç ão à vivên cia p ro fissio n al, três p odem ser as fon tes d e in form ação e atualiza-ção: leitura s, in stituições pro f i s s i o n a i s, além da p r ó p ria exp eriên cia p rática.

En t re as en ferm e i ra s, as leitu ras foram citdas em p ri m e i ro lu gar, vin culacitdas à n ecessid a-d e a-d e a ten a-d im en to a p ac ie n t es p o rt a a-d o res a-d e p a to logia s e sp ecíficas. En t re t a n t o, é n ot ór i o, tan to n os dep oim en tos d os m édicos, com o n os d as en ferm e i ra s, a d ificu ld ad e d e en c on t ra r m a t e rial sob re n u tr ição ad equ ad o aos p ro b l e -m as re l a t i vos à ali-m en tação qu e se apre s e n t a -m n a p rática pro f i s s i o n a l .

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n ologia de cura. As in stituições ligadas à en fer-m a gefer-m voltafer-m -se even tualfer-m en te às q uestões d e n u tr içã o p ara relacion ar estas a p ro b l e m a s s o c i a i s.

Impasses da cot idianidade

Com a fin a lid a d e d e an alisar as c on d u tas d os p ro fissio n ais d e sa ú d e em face d e p ro b l e m a s relacion ados à alim en tação, trazidos p elos c li-e n t li-e s, p li-ergu n tou -sli-e aos li-en trli-evistados com o sli-e dá a ab ordagem d essas qu estões n as con su ltas e q u ais as dificu ldad es en c on tradas n a p rática p a ra tratar o p ro b l e m a .

Dos oito m édicos en tre v i s t a d o s, apen as um a f i rm ou n ão abordar q uestões re l a t i vas à n u tri-çã o em c lín ic a m é d ic a, em b ora o fa ça e m seu c o n s u l t ó rio on de atu a com o p ed iatra, e um re-f e r iu ab ord á -las à s ve ze s, en q ua n t o os o u tro s se is re s p o n d e ram afirm a t i va m e n t e. En t re as e n f e rm e i ra s, du as re f e ri ram ab ord ar tais q ues-tões ap en as às vezes e as ou tras sete afirm a ra m q u e c ostum am m en cion ar o assu n to n as con su ltas d e en ferm agem . As qu estões de alim en ta ção ac ab am p or vir à b aila, m esm o n ão fa -zen do p ar te d a an am n ese.

A solicitação d e atuação esp ecífica e m re l ação à n u triação é m u ito m ais in ten sa p ara as en -ferm eiras do que p ara os m édicos, p orque, a l é m d e se rem q u est io n ad as a esse re sp eito p e los p a c i e n t e s, re ceb em so lic it aç õe s d os p ró p ri o s m é d i c o s, q u e lh es d elegam a re s p o n s a b i l i d a d e d a or ien ta çã o n u tric io n a l. Pe rgu n ta d a s sob r e as exp er iên cia s q u e tive ra m a esse re s p e i t o, re s p o n d e ram abrin d o u m am p lo lequ e de cau -sas d e d em an d a: d ia b e tes, feri d a s, o stom ia s, h i p e rt e n s ã o, h ip erc o l e s t e rolem ia, hip ert ri g l i-c e rid em ia, an em ia, d oen ça d e Ch ron , ob esida-d e, osteop oro s e, p acien tes em tratam en to com b o ta d’ Un n a , p r én a ta l, d ist ú r b ios d a m en o -p ausa e -p aralisia cere b ra l .

Apen as u m m édico e d uas en ferm e i ras a f i m a ram n ão en con t ra r d ificu ld ad e p ara a b o r-dar qu estões re l a t i vas à n u tri ç ã o. As p ri n c i p a i s d ific u ld ad es m en cion a d a s p e las e n ferm e i ra s d iziam resp eito à falta d e em b asam en to teór i-co e à situ ação ei-con ôm ica d os p acien tes. Re l at a ram ain d a a d ificuld ad e d e realiza r ori e n at a -ção n ut r icion a l c om b ase em tab e la s t ra z i d a s e im p o sta s p elos m éd ic o s n o s se r v i ç o s. Ma s, m esm o qu an d o con sid eram este m ater ial in a-d e q u a a-d o, n ão ch egam a a-d iscu ti-lo c om os m é-d i c o s. Estes tam b ém m en c ion a ra m a falt a é-d e em b a sam en t o te ór ic o sob re o assu n to, o exí-gu o tem p o d e con su lta , d ificu ld a d es re l a t i va s à técn ic a d e ab ord agem do p rob lem a alim en -t a r, “m ed o” d e q u e o p a cien t e n ã o siga a o ri-e n t aç ã o ri-e “f a lt a d e si n ceri d a d e” d o p a c ie n t e

a o d ar in for m aç ões sob re con su m o alim en tar ( Boog, 1997).

É in teressan te ain da salien tar o con flito p soal com o u m a dificu ld ad e p ara abord ar qu es-tões re l a t i vas à n u tri ç ã o. Em b o ra esse asp ecto t en h a sid o m e n cion ad o ap en a s u m a vez n a s en trevistas, ele p ode ser con siderado com o um a d ificu ld ad e p ri m e i ra. No dia a dia, em diálogos i n f o rm a i s, essa é u m a q u estã o qu e su rge co m m u ita freq u ên c ia : o d esc ré d it o d os p ro f i s s i o-n ais d e saú de diao-n te d a or ieo-n tação o-n u tri c i o o-n a l , em razão de seu s p róprios p roblem as e dificu l-dades para m u dar o com portam en to alim en tar. As q uestões alim en tares torn am -se foco d e aten ção n a con su lta m éd ica qu an d o o p ro b l e-m a que levou o p acien te ao con sultório tee-m re-lação e sp ec ífica com fa tore s n u tri c i o n a i s. Em v i rtud e d a alta d em an d a de con su ltas m éd icas p a r a c on tr ole d e d oe n ça s cr ô n icas n ã o tra n s-m i s s í ve i s, a q u e st ão n u t ricio n al ob ri g a t o ri a-m en te p e ra-m eia o tra t a a-m e n t o, e, d ep en d e n d o d a esp ec ialid ad e, torn a- se até m esm o um d os p i l a res d este, com o é o caso do d iab etes.

Dos dep oim en tos em erge u m a con tra d i ç ã o b á sica: a ap aren te b an a lid ad e d o at o d a a li-m en taç ão co n trap õ e- se à c oli-m p lexid a d e d os p r ob le m a s alim en ta re s. Qu an d o se tra b a l h a tec n ica m en te co m q u estõ es q u e p erten ce m à e s f e ra do cotidian o, a visão con stru ída n a coti-d ian icoti-d acoti-d e te n coti-d e a p recoti-d o m in ar so b re a visã o qu e p erten ce à esfera d o con h ecim en to cien tí-fic o (Be rger & Luckm an n , 1985). Dessa form a , n ã o b a sta p o ssu ir o co n h ecim en to, é p re c i s o le vá-lo ao n ível d a an á lise c rítica d o p róp ri o h ábito e d as p róp rias re p resen tações re l a t i va s ao ato d a alim en tação. As resp ostas d ad as p e-lo s p r ofission a is in d ica m d e q u e o en sin o d e n u t rição n ão con segu e rom per com o con heci-m en to fatu al do sen so coheci-m uheci-m .

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Essa im p erm ea b ilid a d e d as cre n ças p esso ais ao con h ecim en to técn ico en con tr a exp lica ção n o s fat ore s a n trop oló gico s e p sic oló gico s d a a l i m e n t a ç ã o. O en sin o d e n utrição q u e n ão en -f ren tar esse d esa-fio, n ão p ossibilitará ao alun o d e s e n vo l ver sen so crítico p ara avaliar esses fatos e ce rtam en te n ão o torn ará suficien tem en -te sen sível à co m p reen são d os p rob lem as n u-t ricion ais in dividu ais. He i m b u rger e u-t al. (1994) relatam u m a exp eriên cia feita n a Un i ve r s i d a d e d o Alabam a, com esse objetivo. Pa ra ap ri m o ra r o c u rso d e In t ro d u ção à Nu t riçã o Clín ic a, fo i p rop osto aos e stu d a n tes faze re m a an álise d a com p osição de su as p róp rias d ietas através d o c o m p u t a d o r, exercício q ue foi, p osteri o rm e n t e, rep etid o ao tér m in o do cu rso. Os au tores ve ri-f i c a ram q ue a in gestão d e lip ídios, gord u ra sa-t u rad a e co lessa-terol ha via sid o red u zid a ; qu e a in gestão de vitam in a C exced eu as re c o m e n d a-ç õ e s, in d ican d o u m au m en to n o c on su m o d e f r u tas e h ort a l i ç a s. Com isso, eles co n clu íra m q u e a au t o-a va liação d ie tét ic a n o e n sin o d e Nu t rição Clín ica n as escolas m éd icas é de g ra n -d e va l i a .

As dificu ldades q ue os m édicos e en ferm e i-r os en c on ti-ra m p a i-ra lid ai-r co m a s q u estõe s d e alim en t aç ã o d ecorre m n ão só d o seu d e sc o-n h ec im eo-n to sob re o assu o-n to, m as tam b ém d a com p lexid ad e d o p r ob lem a n a d im en são d o cotidian o e d os con flitos qu e em ergem d a con -t r ad ição e n -t re o q u e se sab e e o q u e se p e n sa, co m o q u e se sen te e se faz n a p rática . Re s u l t a d aí o n ã o-reco n h ec im en to d os p ro blem as ali-m e n t a res coali-m o d ados tra b a l h á veis p elas eq ui-p es de sa úd e. Via d e re g ra, ta is ui-p rob le m as sã o p e rc eb id o s com o q u estõ es d o co tid ia n o, for a d o âm b ito das ações de saúd e. Não se con side-ra, tam b ém , a existên cia d o n utricion ista com o o p rofission al te cn icam e n te h ab ilitado p ara li-d ar com essas q uestões (Boog, 1996).

Trajetória para a inst it ucionalização

Pelos dep oim en tos colhidos, p erceb e-se a exis-tên cia d e três tip os d e d ificu ldades em id en tifi-c ar tarefas e p ap éis in eren tes à e d u tifi-ca çã o e o rien tação n u tr i c i o n a l .

Em p ri m e i ro lu gar, m éd icos e en ferm e i ro s se vêem , n a su a prática p rofission al, n a con tin -gên cia de dar orien tação sobre alim en tação. Se p or u m la d o e ssas o rien ta çõ es n ã o ch ega m a c o n f i g u rar efetiva m en te u m a ed u caçã o n u tri-cion al, p or outro, cria-se a ilu são d e qu e o p ro-b lem a está se n d o t ra t a d o. Em segu n d o lu ga r, q u an d o se p ergu n ta a m é d ic os e en ferm e i ro s q u al é o lo cal on d e ca b e d e se n vo l ver ativid a-d e s a-d e ea-d u ca ção n ut r icio n a l, o s p ro f i s s i o n a i s resp on d em d e for m a m u ito vaga ou p ro c u ra m

a rgu m en to s q u e en c am in h em o p rob lem a à resp on sab ilidad e d a escola e n ão d os serv i ç o s d e sa ú d e. Em t erc e i ro lu gar, o b ser vo u -se q u e ed u cação n u tricion al é, p a ra os en tre v i s t a d o s, um a en tid ad e tão ab strata, qu e q uestões com o re s p o n s a b i l i d a d e, local ou p oten cial de re s o l u -tivid ad e carec em d e sen tid o. Ed u caç ão n u tri-cion al tem u m certo valor p a ra eles en q u an to id éia , p orém p erce b e-se a in con sistên c ia d es-ta qu an do se p ro c u ra re p o rtá-la a um a p rática p rofission al q u e en vo l ve re s p o n s a b i l i d a d e, ep aço e ob je tivo s. Na s fala s de algu n s en tre v i st a d o s, p erceb ese q u e a id éia a bsstrasta de ed u -cação n u tricion al gan ha sign ificado p rático n a p essoa de u m n u tricion ista q u e en tão faria es-te tra b a l h o. Por o ut ro la d o, h á o s q u e vêem o n u t r ic io n ista a p en as co m o o d et en to r d e u m co n h ecim en to téc n ic o, m u it o esp ec ífico, q u e d e ve ser rep assad o a o u tros p ro fission a is q ue farão o aten dim en to.

A cid ad e de Cam p in as con ta com um curso de Nu t rição vin cu lad o à Pon tifícia Un i ve r s i d a -d e Católic a -d e Ca m p i n a s, fu n c ion an -d o -d es-d e 1978 e form an do p rofission ais desde 1982, m as até 1999 n en h u m p rofission al n u tr icion ista foi c o n t ratado p ara a red e básica de saú de n o m u -n i c í p i o. Pe rgu -n tou - se a os e-n t revistad o s p o r q u e, n a su a visã o, até o p r ese n te m om en t o, o t rab alh o d o n u tr icion ista n ão fo i in co rp o ra d o aos se r viço s d e sa ú d e. Su rg i ra m d o is t ip os d e resp o st a: a visão t éc n ic a e a visão p o lític a d a q u e s t ã o. A visão técn ic a corresp on d e à cre n ç a n os resu ltados d a con scien tização d os m édicos s o b re os p rob le m a s d e n ut ri ç ã o, p ara q u e ve -n h a m a reco-n h ec er o p a p el d o -n ut ri c i o -n i s t a , bem com o n a eficácia d as exp eri ê n c i a s - p i l o t o e d a d ivu lga ção d o tra b a l h o. Por o u tr o lad o, a visão p olítica cor resp on de à con vicção de q u e está em jogo u m a q uestão de p oder e qu e a in -t e r ven ção d eve ser d e ord em p olí-tica. Se a ca-t e g o ria d o s n u ca-tr icion isca-t as ca-tem c o n vic ção d e q ue o seu in str um en tal teórico- p rático h ab ili-ta-os a exercer b em esse p ap el e q ue ele é re l evan te p ar a a soc ied ade, essa lu ta d eve ser em -p reen did a. Assim colocada, a lu ta da categori a t o rn a-se um a m ed iação en tre as n ecessidad es sociais e as in stân cias que deliberam sobre p ro-g ram as e recursos p ara a saúd e.

Cont radições da educação nut ricional

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m á ria p ara m od ificar a dieta, a fim de alcan çar in gestas d e n utrien tes den tro dos lim ites acon s e l h a d o s. As re com en d ações esp ecíficas re f e -rem -se à d im in uiçã o d e in gestão d e gord u ra s, au m en to d e alim en tos am iláceos e u m a in gestão con sider ável de frutas e h ort a l i ç a s. As m u d an ç as n o p ad r ão d e alim en taç ão d a p o p u la -ção u rb an a b ra s i l e i ra, e st u d ad as p o r Mo n d i n i & Mo n t e i ro (1994), evid en ciam ten d ên cia exa-ta m e n te con t rária. A p art ic ip a ção d e lip íd ios n o co n su m o ca lórico total, n o Bra sil, au m en -tou d e 26% p ara 29,8% en tre 1962 e 1988; a d e c a r b o i d ratos dim in u iu, d e 62,1% p ara 57,4%, e a d e fru tas caiu d e 3,8% p a ra 2,5%, n o m esm o p e r í o d o. Estes au to re s con clu em d izen d o qu e as au torid ad es san itár ias b ra s i l e i ras d eve ri a m con sign ar p ri o rid ad e crescen te à relação dieta-s a ú d e, dieta-seja im p lem en tan d o m ed id adieta-s q u e vi-se m à c on scien tiza çã o d a p op u laç ão p ara o p ro blem a , seja tra balh an d o ju n to a ou tr os se-t o res d o gove rn o n o sen se-tid o d e gara n se-t i r, p a ra t o d o s, a oferta d e u m a alim en tação sau d ável e o acesso a ela.

É n ot ório q u e a e d u c a çã o n u tr icion a l re s-s u r ge tim id am en t e a p ós-s u m ‘e x í l i o’ d e q ua s-se vin te an os, m as as ações d esen vo l vem -se sobre u m p a lc o d e c on t ra d i ç õ e s. Em u m extrem o a f o m e, em ou tro o s excessos alim en tare s, m esm o en tre as classes sociais desfavo re c i d a s, on -d e su rgem c om o resp o sta à p e n ú r ia exp eri-m en tada eeri-m outras ép ocas. Eeri-m u eri-m p ólo o pro-b lem a soc ial an alisado do p on to de vista colet i vo e p op u lacion al d em an dan do p olícoleticas p ú -b lic as e sociais ad eq u ad as à o-b ten ção d e u m a e f e t i va seguran ça alim en tar e n u tricion al, e em o u t ro os p rob le m a s hu m an o s vistos e m su as p a rt i c u l a ri d a d e s, que re q u e rem d o técn ico a ç ã o s i n g u l a r, e n con tran d o e m c a d a usu á rio d os s e rviços d e saúd e, ao m esm o tem po, o cid ad ão qu e tem direitos e deve res e o h om em qu e b usca assistên cia. No âm bito da edu uscação em saú -d e, n os ser viços p ú blicos -d e saú -d e, as p ro p o s-tas am p las, voltadas à p rom oção da saú de, c o m “p r i or id ade p ara as ativ id ad es p re ve n t i va s”, co-m o co n st a d a Con stitu iç ão Bra s i l e i ra (a rt i g o 198, item II), c on flit am com a rea lid a d e d os s e rv i ç o s, on de o cidadão b usca pri o ri t a ri a m e n -te tra tam en to p a ra a s d oen ç as. Pa ra o p r o f i s-sion al n u tricion ista ta m b ém h á con tra d i ç õ e s : d e u m lad o, a exigên cia d e ap ri m o ra m en to ci-en tífico e tecn ológico (os t a t u sde u sar com p u

-tad or p ara calcu lar dietas!), de ou tro, o desafio de p isar o ch ão d e u m cen tro d e saú d e e, acre-d ita n acre-d o n o m ais an tigo recu rso acre-da eacre-d ucação – a p a lavra –, d a r resp ostas sign ifica tivas a essa legião de d iab éticos, hip ert e n s o s, obesos, cu jos h ábitos secu lares só são q uestion ad os e m od i-ficados p elos com erciais d e televisão, que a p

re-sen tam com o m od elos o s h áb ito s a lim en tare s d as classes p r i v i l e g i a d a s. Aos c u rsos de Nu t riç ão c ab e d ecid ir en tre m a n ter a ed u carição n u t r icion al com o u m ap ên dic e d a d iscip lin a Nu -t riç ão em Saú d e Pú b lica , ou en -t en d ê- la com o um vasto cam p o d e c on h ecim en to ap lic ável a d i f e ren t es á rea s d e a tu açã o d o n u tri c i o n i s t a , m e re c e d o ra de verb as p ara a p esqu isa, p ro f e s-s o res-s cap acitad os-s es-sp ecificam en te p ara m in s- is-trá-la e cam p os de p rática con d izen tes com as p rop ostas da discip lin a.

Tod os os fatos p o dem ser an alisa d os sob a p e r s p e c t i va d a u n ive r s a l i d a d e, d a p art i c u l a ri-d ari-d e e ri-d a sin gu la riri-d ari-d e (Lo u rau , 1975). O háb ito a lim en ta r t em u m a d im en são socia l a d -vin d a d o m od o d e p rod u ção d a so cied ad e, d a in serção e d as relações d os in d ivíd uos n o m cad o d e tr ab alh o e d a cla sse so cial a q u e p er-t en ce m ; m as ele er-t em er-tam b é m a sp ec er-to s q u e c o n t ra d i zem os a sp e cto s un ive r s a i s, a sp ecto s estes qu e advêm da histór ia pessoal de cada in -d i v í -d u o. Além -d isso, os p rob lem as alim en tare s n ão são n em só u n ive r s a i s, n em só in d ivid u ais – eles p rec isam ser a n alisad o s d iale tica m en te n a su a sin gu la ri d a d e . Este é u m d os p ap éis d a ed u cação n utr icio n al. Essas con trad iç ões to r-n am d ifícil o er-n ter-n dim er-n to d as p ossib ilidad e s c o n c retas das açõe s ed ucativa s.

É eviden te q u e o cam p o d a ed ucação n u tr i-cion al tran scen d e m u ito a exp eriên cia aqu i re-latada, p or ém é in con testável o fato de qu e ela re t o r n a d o exílio. Resta d iscu tir q u e en c am i-n ham ei-n to se d ará a ela agora .

C o n c l u s õ e s

Con vém ressaltar qu e em u m trabalh o n o qu al se em p rega o m étod o d a p esqu isa- ação, os re-sultad os p od em ser con sid erad os sem p re p ro-v i s ó rios (Ha g u e t t e, 1995), p ois a fin alid ad e dele é sab er m ais sob re a re a l i d a d e, p ara agir sob re ela, tra n s f o rm a n d o - a .

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Cad . Saúd e Púb lic a, Rio de Jane iro , 15(Sup. 2):139-147, 1999

I) A ed u ca ção n u t r ic io n a l d eve e st ar p re-sen te em todos os n íveis de aten ção à saú de.

II) Pro g ra m as d e ed u c ação n u tricion al são n e c e s s á rios p a ra en fren t ar o atu al q u a d ro d e m o r b i - m o rtalid ad e d a p op u lação, qu e ten de a a g ra va r se p ela ten d ên c ia q u e ve m sen d o ob -s e rvad a n o-s p ad rõe-s de con -su m o de alim en to-s. III) Há re c e p t i v i d a d e, in teresse e n ecessid a-d e social a-d e ações a-de ea-du cação n u tricion al, p o-r ém in existe o e sp aço in stitu cion al, en ten did o p or cargos e fun ções n as organ izações de saúde. I V) Os m éd ico s e en ferm e i ro s en c on tra m d ificuldad e p ara lid ar com p rob lem a s alim en -t a re s, q u er sejam d o s p acie n -tes, q u e r sejam p r ó p ri o s. É im p re s c i n d í ve l a b u sca , p or m eio d a p esq u isa, de m étod os e técn icas qu e façam e m e rgir ta is p ro b l e m a s, p er m i t i n d o, a ssim , a b u sca de solu ções p ara o seu en fre n t a m e n t o.

V) Mé d ico s e e n ferm e i ras t êm d ificu ld a d e e m id en t ificar p r ob le m as alim e n ta re s. Fre-q ü e n t e m e n t e, ten dem a con sid erar estes com o um a qu estão do cotid ian o, cu jo tratam en to fo-ge a os ob je tivo s d os ser viços d e sa ú d e, ou a con fu n dlos com p rob lem as econ ôm icos, atr i-b u in d o sem p re a este s a c ausa do s p ro i-b l e m a s a l i m e n t a res de m odo gera l .

VI) Mé d ic o s e e n ferm e i r as t êm form a ç ã o d eficien te em n u tri ç ã o. As en ferm e i ra s, em bo-r a ten h am c u bo-rsad o u m a d iscip lin a esp ecífic a s o b re n u trição d u ran te a gra d u a ç ã o, c on sid eram qu e o en sin o foi in satisfatóri o. Elas se con

-ten tam , m en os d o q u e os m éd icos, com os co-n hec im e co-n t os q u e p ossu em , ju lgaco-n d o-o s, em g e ral, tam bém in satisfatóri o s.

VII) O n u tricion ista é o p rofission al h ab ilita d o p or form a çã o p ar a d esen vo l ver p ro g ra -m as e ações de ed ucação n u tricion al, e este fato é rec on h ec id o p ela s e q u ip e s e p elo s u su á -rios dos serv i ç o s.

VIII) Os n utr icio n istas p recisam em p re e n -der u m a lu ta c orp ora t i va n o sen tid o d e criar o espaço in stitucion al, com base n a lei q ue re g u -lam en ta a p ro f i s s ã o. Essa luta tem im port â n c i a social, n a m edid a em q u e a sociedad e n ecessi-ta d esse trab alh o e essa n ec essid a d e é p o u co rec on h ec id a n a s in stâ n cia s ad m in istra t i vas e g ove rn a m e n t a i s.

IX) A questão do en sin o de n utrição n os cur-sos sup er i o res d a área da saú de p recisa ser discutid a em tod os os n íveis – Mi n i s t é rio d a Ed u -c a ç ã o, u n iversidad es e so-cied ades -cien tífi-cas.

X) O exílio p elo qu al p assou a ed ucação n u-t ricion al ao lon go d e vin u-te an os n ão foi ap en as n o âm b ito d as orga n izaç õe s e ser v i ç o s, m as tam bém n o do acadêm ico, p ois n ão h á p esqu i-sas e est u d os d esen vo l ven d o e ap erf e i ç o a n d o t e o rias e m étodos. É n ecessário in vestir em p e s-q u isa s n este c am p o e n o ap ri m o ra m en to d os p rofission ais q u e n ele m ilit am . Alé m d isso, é i m p re s c i n d í vel qu e os docen tes q ue m in istra m essa d iscip lin a n o s cu r sos d e gr ad u a ção te -n h am form ação esp ecífica -n a áre a .

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