1Apesquisaempíricaapresentadanesteartigofoiinanciadapela Fun-daçãoparaaCiênciaeTecnologia–MinistériodaCiência-Programa PRAXIS–PCSH/C/PSI/89/96.
2Endereço:UniversidadeIndependente.Av.MarechalGomesdacosta, lote9,1800-255Lisboa-Portugal.E-mail:joaquimreis@uni.pt
SigniicaçõesSobreCausasePrevençãodas
DoençasemJovensAdultos,AdultosdeMeia-idadeeIdosos
1JoaquimC.Reis2 UniversidadeIndependente
FernandoS.Fradique
UniversidadedeLisboa
RESUMO-Temhavidopoucoreconhecimentoempsicologiadasaúdesobreacontribuiçãodoestudodociclode vidaparasecompreendermelhoraformacomoosadultosconceitualizamosprocessosdesaúdeedoença.Este artigodescreveumapesquisaempíricasobreassigniicaçõescausaisedeprevençãodasdoenças,aolongodo ciclodevidadoadulto.Foramentrevistadas67pessoas,representandoasdiferentesfasesdoadulto(jovemadulto, meia-idadeeidosos).Osresultadosindicaramdiferençasnoconteúdodassigniicaçõesnosdiferentessubgrupos etários.NoinalsãoapontadasconsequênciasdestesdadosparaaPsicologiadaSaúde,especiicamenteparaos programasdeEducaçãoparaaSaúde.
Palavras-chave:signiicaçõesleigas;saúdeedoença;ciclodevidadoadulto
SigniicationsAboutCausesand
PreventionofDiseasesthroughAdultLifeCycle
ABSTRACT-Therehasbeenlittlerecognitionwithinhealthpsychologyofthepotentialcontributionoflifespan developmentalpsychologytoinformourunderstandingofhowadultsconceptualisehealthanddisease.Thispaper focusesonlaypeople’ssigniicationsaboutcausesandpreventionofdiseasethroughadultlifecycle.Itisbased ondatafromconductedinvestigationwith67adults,representingthedifferingstageswithintheadultyears(early adulthood,middleadulthoodandoldage).Thedataindicatesthatsigniicationsaboutcausesandpreventionof diseasesdifferaccordingtothestageoflifeinwhichtheyareconceived.Theconsequencesforhealthpsychology, namelyhealtheducation,areemphasized.
Keywords:layadultsigniications;healthanddisease;adultlifecycle
Mechanic,1986;Radley&Green,1985;Skelton&Croyle, 1991;Turk&Meichenbaum,1991).
Sintetizando os dados destes estudos e de revisões de literaturanodomíniodaPsicologiadaSaúde(e.g.,Baum& Posluszny,1999;Friedman,1991;Hafen,Frandsen,Karren &Hooker,1992;Rodin&Salovery,1989;Taylor,1990)pode concluir-sequeassigniicaçõespessoais:(a)podemterum papel importante na geração e manutenção dos processos dedoençaenafacilitaçãodosprocessosderecuperaçãoou reabilitação;(b)têmumainluênciasigniicativanasexpres-sõesemocionaiseprocessosdeconfrontoconcomitantesaos processosdesaúdeedoença;(c)estãonabasedobem-estar pessoalepodemconstituirumfactordeprotecçãodasdo-enças;(d)sãoosprincipaisdeterminantesdasatitudesedos comportamentosdepromoçãodasaúde;(e)têmumpapel importante na qualidade da relação técnico-paciente e no processodeadesãoàsrecomendaçõesdotécnicodesaúde ouàsmensagensincluídasnascampanhasdeeducaçãopara asaúde.
Adialéticadesigniicaçõesqueocorreentreotécnico desaúdeeoutente,exempliicaopapelproeminentedas signiicaçõessubjectivassobreprocessosdesaúdeedoença. Nesteencontroocorreumadialécticadesigniicações,mais oumenostácita,entreo“conhecimentodotécnico”eo“co-nhecimentoleigo”.Antesdoencontrocomotécnico,apessoa jáconstruiuumanarrativapessoalsobreoseuproblemade A construção de signiicações sobre os processos de
saúdeedoençaédetalmodogeneralizadaehabitual,quer empessoassaudáveis,querempessoasdoentes,quesepode inventariarumsemnúmerodemetáforasedeconceitossobre processosdesaúdeedoença,cujosconteúdoseexpressão dramáticaseligamaocontextosocioculturaldediferentes épocasesociedades(Reis,1998;Sontag,1991).
Assigniicaçõespermitemàspessoasestabeleceremuma relação psicológica com a realidade e constituem as suas realidadespessoais.Elaspodemserdeinidascomo“activi- dadescognitivasquevisaminterpretarouexplicararealida-de...etêmoobjectivofenomenológicodedarsigniicadoà experiênciaimediata,vivida,antecipadaoutranscendente” (Joyce-MonizeReis,1991,p.112).
saúdeousobreumadeterminadaatitudeouacçãopreventiva (Kleinman,1988;Mechanic,1986).
Estasnarrativaspessoaisprocuramdarumsentidoàal-teraçãopercebidadoestadodesaúdeetêmpoucoavercom alógicasubjacenteànarrativadostécnicos,emborapossam serinluenciadasporelas.Defacto,aspessoasconstróem signiicaçõessobreosseusprocessosdesaúdeedoençaa partirde“umalógicadaspessoascomuns,aqualemergee étransformadaapartirdasexperiênciaspessoaisedopro-cessodesocialização,dobackgroundculturaledasredes sociaisimediatas”(Freund&McGuire,p.143,1999).Este processo de construção de signiicações é constituído por questões,respostas,enovasquestões,eéacompanhadode expressõesemocionaise/ouacções.Éocaso,porexemplo, dassigniicaçõesinerentesàavaliaçãosubjectivadesintomas percebidos,dasinterpretaçõessobreascausaseaevolução dasdoenças,darelexãoedecisãoemaderiràsprescriçõese recomendaçõesdotécnicodesaúde,oudarelexãoedecisão sobreamudançadehábitosouestilosdevida.
Podeconcluir-se,pois,queasinterpretaçõesousignii-caçõessobreumaalteraçãopercebidanoestadodesaúde,ou quandosepretendepreveniraocorrênciadeumadeterminada doença,sãoparteintegrantedoestadodesaúdedapessoa (Reis,1998;1999).Assim,parececlaroqueassigniicações pessoaissobreosprocessosdesaúdeedoençanãopodem ser ignoradas pelos psicólogos da saúde, em particular, e pelasciênciasdasaúde,emgeral.Defacto,umdosprinci-paisobjectivosdaPsicologiadaSaúde,temconsistidona identiicaçãodassigniicaçõespessoaise,também,sobrea possibilidadedemudançadessassigniicaçõesnosentidoda promoçãodecomportamentossaudáveis,daprevençãoda doençaedafacilitaçãodosprocessosdereabilitação(Joyce-Moniz&Reis,1991;Reis,1992).
Aidentiicaçãodassigniicaçõesqueaspessoasleigas emmedicinaconstróemsobreosprocessosdesaúdeede doença,emsentidolato,temsidoumdomíniorelativamente estudadonosúltimos40anos.OconhecidoestudodeClau-dineHerzlich(1969/1973)sobreas“representaçõessociais” dasaúdeedadoençadeumgrupodecidadãosfrancesesde meia-idade,constitui-secomopioneiro.Outrosestudosse seguiram(e.g.,Blaxter,1990;Calnan,1987;Cornwell,1984; Flick,1992,2000;Helman,1978;Snow,1974;Stacey,1988). Comosíntesegeralépossívelreferirque:(1)assigniicações daspessoassobreoestadodesaúdeestãointimamenteligadas asigniicaçõesmaislatassobresipróprias,sobreomundoe avidaeimbuídasemsistemasculturaislocais;(2)aspessoas frequentementeconstróemsigniicaçõesparaosprocessos desaúdequesãobastantediferentesdaquelasqueconstróem paraosprocessosdedoençae,(3)assigniicaçõesleigasco-existemecompetem,nosentidodeconcepçõesalternativas, àssigniicaçõesmédicasoudosproissionaisdesaúde.
Estesestudosincidiramnassigniicaçõesleigasdepes-soasadultaseapresentamduascaracterísticasqueopresente estudovisacolmatar.Emprimeirolugar,as“representações” leigasdasaúdeedadoençasãodescritasemtermosdecate- goriasdemasiadogenéricas.Porexemplo,noseuestudo,Her-zlich(1969/1973)classiicouasrepresentaçõesleigassobre saúdeedoençaemseiscategorias,trêsparacadadimensão. Estageneralidadenãopermitedarcontadadiversidadede
concepçõesleigas.Emsegundolugar,osestudosnestedomí-nioconsideramapopulaçãodeadultosnasuageneralidade enãofazemumasegmentaçãoemtermosdasváriasidades queconstituemociclodevidadoadulto(i.e.,jovemadulto; meia-idadeeterceiraidade).Defacto,habitualmente,em estudosemPsicologiadaSaúdequeenvolvemassigniica-çõesdeadultos,parte-sedoprincípioqueosadultospodem constituir,porsisó,umgrupohomogéneo.Emcontraste, algunsautorestêmchamadoaatençãoparaanecessidade desepararasdiferentesidadesdavidaadulta,poisaforma comoasaúdeeadoençasãovividaseconcebidasaltera-se aolongodociclodevida(Penny,Bennett&Herbert,1994). Porexemplo,ojovemadultoeameia-idadesãofasesdo ciclodevidaqueenvolvemdiferentespreocupaçõeseva-riáveisnasdimensõesfamiliar,proissionalepessoal.Por outrolado,oimpactodeumproblemadesaúdeédiferente consoanteaidadeemqueocorre(e.g.,impactodassequelas deumAcidenteVascularCerebralnameia-idadeprecoceou naterceiraidade).
Nosentidodesabersehádiferençasnoconteúdodassig-niicaçõesdeadultossobreprocessosdesaúdeedoença,em diferentesidadesdociclodevida,foiplaneadaumapesquisa respeitandoumaestratiicaçãodaamostraemtrêsescalões etários:jovensadultos,adultosdemeia-idadeeterceiraida-de.Assim,foipossívelanalisarassigniicaçõestípicasdos adultos,emgeral,etambémasdecadasubgrupoetário,em particular.Assigniicaçõesleigasinvestigadasreferiam-se aquatrodimensõessigniicativas:signiicações“causaisde doença”, signiicações sobre “estar doente”, signiicações sobre“estarcomsaúde”esigniicaçõesde“prevençãoda doença”. Por questões de espaço, apenas as signiicações relacionadascom“causalidadedadoença”ecom“prevenção dadoença”serãoabordadasnesteartigo.
Método
Sujeitos
Aspessoasqueparticiparamdoestudoforamextraídas aleatoriamentedapopulaçãoresidentenaregiãodeLisboa. Aamostrafoiconstituídapor67pessoas,leigasemMedicina (i.e.,nãoétécnicoouproissionaldesaúde),respeitandouma estratiicaçãoemtrêsescalõesetários:a)18-35anos;36-65 anose,c)maisde65anos.Estaestratiicaçãorespeitaos critériosglobalmenteaceitesnaliteraturareferenteàPsico-logiadoDesenvolvimentodoAdulto.Nastabelas1,2,3e4 apresentam-seascaracterísticasdemográicasdapopulação totaledostrêssubgrupos.
Variável N Média Mediana Mínimo Máximo d.p.
Idade 67 44.2 41 19 91 21.01
Anosde
escolarização 67 10.6 12 4 17 4.495
Homens 29 ?1 ? ? ? ?
Mulheres 38 ? ? ? ? ?
1Osdadosreferentesaosdoissexosnãoforamanalisadosnesteartigo.
Material
Oacessoàssigniicaçõessubjectivasfoiefectuadoatravés darealizaçãodeumaentrevistaindividualsemi-estruturada combasenométodoclínicooudeexploraçãocríticadeins-piraçãopiagetiana(Inhelder,SinclaireBovet,1974;Piaget, 1926;Reis,1994).Construiu-seuminstrumentodeavaliação qualitativadassigniicaçõesqueincluíaquatrodimensõesde signiicaçãosobreprocessosdesaúdeedoença:a)dimensão causal;b)dimensãodedoença;c)dimensãodesaúdee,d) dimensãodeprevenção.Comoreferidoantes,nesteartigo apenas nos referiremos às dimensões de causalidade e de prevenção.Paracadaumadestasdimensõesforamelabo-radas quatro narrativas, representativas de uma sequência deoutrostantosníveisdedesenvolvimentosociocognitivo3. Estasnarrativasforamconstruídasapartirdeummodelote-óricoresultantedeumasíntesesociocognitiva(Joyce-Moniz, 1993)dosautoresdaPsicologiadoDesenvolvimentoede sequênciasdesigniicaçãosobreprocessosdesaúdeedoença (Joyce-MonizeReis,1991;Reis,1998;1999),partindo-se
decinconíveissequenciaisdedesenvolvimentodesignii-cações.Cadanarrativarepresentaumaconcepçãohipotética sobreadimensãoemquestão.Esteinstrumentodeavaliação qualitativaédesignadacomoentrevistaprototípicadesenvol-vimentistadesigniicaçõesdesaúdeedoença(EPDSSD) (Emanexoapresentam-seexemplosdasnarrativasincluídas naentrevista).Ametodologiadeconfrontodapessoacom diferentesníveisdesigniicaçãofoiutilizadaporquetambém foifeitaumaanálisedesenvolvimentistadassigniicações. Contudo,nopresenteestudo,apenassedácontadaanálise dosconteúdosdassigniicações,istoé,daquilo queseco-nheceenãodaformacomoseconhece.Paraumaanálise dassigniicaçõesbaseadoemcritériosdodesenvolvimento sociocognitivoverReiseFradique(2002).
Procedimento
Cada pessoa foi entrevistada individualmente. O ins-trumentodeavaliação(EPDSSD)foiaplicadodaseguinte forma:(1)antesdeserexpostaacadaumadasnarrativas,em cadadimensão,solicitou-seàpessoaentrevistadaquefalasse espontaneamentesobreessetema(e.g.,notemareferenteà prevençãodadoença:Épossívelpreveniradoença?Como? Podemosfazeralgumacoisaparapreveniradoença?).Este métodopermiteacederàssigniicaçõesespontâneasdapes-soaentrevistada,sobreumdadotemadesaúdeedoença,antes deserexpostaeinluenciadapelassigniicaçõesincluídasnas narrativas;(2)seguidamente,apessoaentrevistadaéexposta aleatoriamentea cada uma dasnarrativas referentesa um dadotemaeconfrontadacomaseguintequestão:Concorda comoqueestapessoadisse?Comoqueéquediscorda?Com oqueéqueconcorda?Apessoaentrevistadaéconvidadaa falarabertamentesobreessanarrativaeajustiicarassuas opiniões.Asdiferentesnarrativas,àsquaisapessoaéexposta, funcionamcomocontra-sugestões,oquepermiteavaliara medidaemqueasuarespostaéjustiicada;(3)asentrevistas foramefectuadascomaseguintesequência:dimensãocau-sal,dimensãodadoençaedasaúde(nãoconsideradasneste artigo)e,inalmente,dimensãodaprevenção.
Cadaentrevistaduroucercadeumahora.Todasasen-trevistas,previamentegravadas,foramtranscritas.Paracada entrevistafoiefectuadaumaanálisedeconteúdonosentido deextrairostemasbásicosexpressosemcadaentrevistaem relaçãoacadaumadastemáticas.Foramseguidasasorienta-çõesdeinidaspelagroundedtheoryeanálisefenomenológica (Charmaz, 1995; Smith, Jarman e Osborn, 1999). Assim, extraíram-secategoriasdirectamentedosdadosenãoapartir deteoriaspré-concebidas.
Aanálisedomaterial(conteúdo)daentrevistapermitiu identiicarostemas,osquaisforamdepoistraduzidosem categoriasconceptuaisquesintetizaramosdados.Apartir daqui identiicaram-se padrões temáticos, quer na mesma pessoa,aolongodosquatrotemas,quercomparativamente comasoutraspessoas.
Para estabelecer a validade da análise e codiicação temáticadasentrevistas,umsegundoinvestigadoranalisou cercadeumquartodasentrevistas,tendosidodiscutidasas classiicaçõesatribuídaspelosdoisjuizes.Foipossívelcons-tatarumapercentagemdeacordoemcercade92porcento paraaanáliseefectuada.
Variável N Média Mediana Mínimo Máximo d.p.
Idade 27 24.4 23 19 35 4.4
Anosde
escolarização 27 13.74 14 8 17 2.57
Homens 11 ? ? ? ? ?
Mulheres 16 ? ? ? ? ?
Tabela2.Grupoetário18-35.
Variável N Média Mediana Mínimo Máximo d.p.
Idade 24 43.3 45 36 55 6.13
Anosde
escolarização 24 9.96 9.5 4 17 4.15
Homens 10 ? ? ? ? ?
Mulheres 14 ? ? ? ? ?
Tabela3.Grupoetário36-65.
Variável N Média Mediana Mínimo Máximo d.p.
Idade 16 76 73.5 66 91 7.71
Anosde
escolarização 16 6.38 4 4 17 3.69
Homens 8 ? ? ? ? ?
Mulheres 8 ? ? ? ? ?
Tabela4.Grupoetáriocommaisde65anos.
Resultados
Emrelaçãoàsconcepçõessobreascausasdasdoenças, foipossívelsistematizarasseguintescategoriasoutemas:(1)
alimentação.Inluênciadoregimenalimentarnoestadode saúde;(2)poluição.Incluiasrespostasquesereferematodo o tipo de poluição, designadamente atmosférica, ambiental (e.g.,pesticidas);(3)faltadecuidadospessoais.Certoscom- portamentos(e.g.,nãofazerexercício,nãodormirosuicien-te, apanhar frio ou sol, excesso de trabalho) ou hábitos de consumo(e.g.,abusodocafé,doálcooleconsumodrogas) sãonocivosparaasaúde;(4)envelhecimento.Referênciaà deterioraçãodoorganismoprovocadapeloenvelhecimento, icandomaisatreitoadoenças;(5)entidadestranscendentes. Entidades(divinasououtras),exterioresàspessoaseque,por meiosnãoexplicitados,têmopoderdeprovocardoenças;(6) estadosdeespírito.Inluênciadefatorespsicológicosnado-ença,emboraestesfatoressejamcaracterizadosdeumaforma globalepoucooperacional(e.g.,estadosdeespírito,forçade vontade,poderdamente,fraquezadeespírito,tristeza,estress, pessimismo,desgosto);(7)doençasmalcuradas.Doençasmal curadasacabamporenfraqueceroorganismoeprovocaroutras doenças;(8)guerras,epidemias.Consequênciasdeguerras no estado de saúde das populações; (9) Vírus e bactérias. Existemvírusebactériasquepodementrarnocorpoecausar doença;(10)ausênciadevacinação.Certasdoençassãopro-vocadasporausênciadevacinação.(11)isolamentosocial, solidão.Oisolamentoeasolidãosãoprejudiciaisàsaúde; (12)nãorecursoaomédico;Ausênciadevisitasaomédico, habitualmenteatribuídoàsdiiculdadesdosistemadesaúde, éprejudicialàsaúde;(13)problemascongénitos/hereditários; (14)constituiçãofísica.Adoençapodesurgiremorganismos
commenorconstituiçãofísicaemaisfracos;(15)alterações doorganismo.Adoençaécausadaporalteraçõesdoorga-nismo(e.g.,ocolesterolprovocatromboses);(16)avariado corpo.Concepçãodocorpoàsemelhançadeumamáquinae adoençacomoavariadesta;(17)fatoressociais/proissionais. Consideram-se fatores sociais e/ou proissionais (e.g., pro-blemasfamiliares,desemprego)nascausasdasdoenças;(18) iatrogenia.Efeitosindesejáveisousecundáriosdostratamentos médicospodemcausardoenças;(19)alteraçãoclimatérica. Aalteraçãodascondiçõesclimatéricaslevaadoenças;(20) faltadeinformação.Aspessoasnãoestãoinformadassobreo quedevemfazerparaevitarasdoenças;(21)sistemadesaúde deiciente.Osistemadesaúdenãoconseguerespondercom eiciênciaàssolicitaçõesdosutentes.
Natabela5apresentam-seaspercentagensparacadatema naamostratotal,eemcadaumdossubgruposetários,quer antesdaexposiçãoàsnarrativas(respostaespontânea)quer depoisdaexposição.
A análise das percentagens de respostas permite con-siderarosdadosadoisníveis:(1)caracterizaçãodoperil causaldecadasubgrupoedaamostratotal,combasenas respostas mais frequentes; (2) comparação dos diferentes periscausaisobtidos.
Paraobteroperilcausaltípicoserãoconsideradas,por ordemdecrescente,asrespostascomumapercentagemsu-periora20porcento.
Resultadosdaamostratotal
Respostas espontâneas. Relação obtida com base nas percentagens:3(64,18%)>1(58,21%)>9=13(46,27%)>2 (44,78%)>6(28,36%)
Tabela5.Dimensãocausal.Percentagensderespostasobtidasparacadasubgrupoeparaaamostratotalemcadatema.*
RespostasEspontâneas RespostasàsNarrativas
TEMAS 18-35 36-65 >65 total 18-35 36-65 >65 total
1 48.15 62.50 68.75 58.21 18.52 25.00 37.50 25.37
2 51.85 45.83 31.25 44.78 55.56 50.00 37.50 49.25
3 51.85 62.50 87.50 64.18 37.04 37.50 50.00 40.30
4 4.17 37.50 10.45 11.11 12.50 7.46
5 7.40 4.17 50.00 16.42 25.93 16.67 37.50 25.37
6 25.92 16.67 50.00 28.36 96.30 87.50 81.25 89.55
7 4.17 18.75 5.97 4.17 6.25 2.99
8 3.70 4.17 12.50 5.97 0.00
9 59.26 45.83 25.00 46.27 77.78 66.67 75.00 73.13
10 3.70 4.17 2.99 3.70 4.17 6.25 4.48
11 18.75 4.48 3.70 4.17 18.75 7.46
12 11.11 8.33 18.75 11.94 4.17 6.25 2.99
13 33.33 50.00 62.50 46.27 7.40 16.67 18.75 13.43
14 7.40 8.33 12.50 8.96 22.22 29.17 18.75 23.88
15 4.17 6.25 1.49 3.70 1.49
16 3.70 29.17 6.25 4.48 14.81 29.17 50.00 28.36
17 11.1 6.25 16.42 11.11 20.83 18.75 16.42
18 8.33 12.50 2.99 4.17 6.25 2.99
19 7.40 4.17 18.75 10.45 14.81 6.25 7.46
20 3.70 4.17 2.99 3.70 4.17 2.99
21 3.70 2.99 0.00
Aatribuiçãocausalbaseia-senafaltadecuidadospessoais (tema3).Estafaltadecuidado,refere-seacomportamentos concretos:consumodecertasbebidas,detabacooudedrogas, nãodormirosuiciente,nãofazerexercíciofísico,apanhar frioousol,excessodetrabalho,traduzindoumestilodevida inadequado:
Ajuventude,queagoranãotemregrasnenhumas…fumam muito,bebem,fazemmuitasnoitadas…terámaisavercomo estilodevidaqueaspessoastêm…aspessoasnãoseresguar-dam,nãotêmumamaneiradeviverconveniente…aspessoas muitas vezes não têm forma de se cuidarem... é mesmo por faltadecuidado...
Seguem-seainluênciadaalimentação(tema1)ocon-tágioporvírusebactériasemigualdadecomosproblemas congénitos/hereditáriosoupredisposiçãodoorganismo.A inluênciadapoluiçãotemmaisde40porcentodasrespostas. Finalmente,surgeaindacomalgumsigniicadootemacau-sal6queapontaparaumainluênciadeestadosemocionais (estadodeespírito,nervosismo,etc.)nadoença.
Depoisdaexposiçãoàsnarrativas.Relaçãoobtidacom base nas percentagens:temas 6(89,55%) > 9(73,13%) > 2(49,25%) > 3(40,30%) > 16(28,36%) > 1=5(25,37%) > 14(23,88%).
Há uma alteração da atribuição causal das doenças em relaçãoàsrespostasespontâneas.Emergecomotemacausal principalo6(89,55porcentoderespostascontra28,36porcen-to,nasrespostasespontâneas),quefazreferênciaàdimensão psicológicadapessoa,traduzidaemconceitoscomoestadode espírito,nervosismo,tensão,forçadeexistir,vontade,poderda mente,fraquezadeespírito,queinluenciamocorpo:
Éafraquezadoespíritohumanoqueleva,naverdade,aque ofísicohumanosejacadavezmaisacessívelaqueasdoenças apareçam;aprópriavidavaiprovocandodoenças…atépor vezessemsaber…oindivíduovaiicandonervoso…vêmos nervos … vêm aquelas tensões que provocam muita espécie dedoença...
Ocontágioporvírusebactériassurgeemsegundolugar, logoseguidadapoluiçãoambientaleatmosférica.Afaltade cuidadospessoais,queantesdaexposiçãoeraacategoriacom maiorpercentagemderespostas,érelegadaparaquartolugar com40,30porcentoderespostascontra64,18porcentonas respostasespontâneas.Otema“avariadocorpo”emergecom 28,36porcento.Otema“alimentação”descesigniicativa-mente.Ostemas“entidadestranscendentes”e“constituição física”apresentammaiorpercentagemderespostasaseguir àexposiçãoàsnarrativas.
Resultados do subgrupo etário 18-35 anos. Respostas espontâneas.Relaçãoobtidacombasenaspercentagens :te-mas9(59,26%)>2=3(51,85%)>1(48,15%)>13(33,33%)> 6(25,92%).
Osjovensadultosatribuemascausasdasdoençasprinci-palmenteavírusebactérias(tema9).Seguem-se,comuma percentagemelevadaderespostas,apoluiçãoeafaltade cuidadoseaalimentação.Commenorfrequência,seguem-se os problemas congénitos/hereditários e a inluência de estadosdeespíritoouemocionaisnadoença.
Depoisdaexposiçãoàsnarrativas.Relaçãoobtidacom basenaspercentagens:temas6(96,30%)>9(77,78%)>2 (55,56%)>3(37,04%)>5(25,93%)>14(22,22%)
Depoisdaexposiçãoàsnarrativasháumaadesãoclaraao tema6(estadosdeespírito)quepassaater96,30porcentode respostasemcomparaçãocom25,92porcentonasrespostas espontâneas. Os temas 9 (vírus e bactérias), 2 (poluição) e3(faltadecuidado)mantêm-seelevados.Curiosamente, emerge o tema 5 (entidades transcendentes). Finalmente, surgetambémdenovootema14(constituiçãofísica).Em relaçãoaoperilcausaldasrespostasespontâneas,ostemas 1(alimentação)e13(problemascongénitos)sãosubstituídos pelostemas5(entidadestranscendentes)e14(constituição física).
Subgrupoetário36-65anos.Respostasespontâneas.Re-laçãoobtidacombasenaspercentagens:1=3(62,50%)>13 (50%)>2=9(45,83%)>16(29,17%)
Osadultosdemeia-idadeatribuemascausasdasdoenças principalmenteàalimentação(tema1)eafaltadecuidado (tema3).Osproblemascongénitos/hereditários(tema13) surgemtambémcomumapercentagemelevada,bemcomo ostemas2(poluição)e9(vírusebactérias).Éaindareferida aconcepçãocausal16(avarianocorpo).
Depoisdaexposiçãoàsnarrativas.Relaçãoobtidacom basenaspercentagens:6(87,50%)>9(66,67%)>2(50%)> 3(37,50%)>14=16(29,17%)>1(25%)>17(20,83%)
Depoisdaexposiçãoàsnarrativas,talcomoaconteceu comosjovensadultosháumaadesãoclaraaotema6(es-tados de espírito). Seguem-se, por ordem decrescente, os temasvírusebactérias(9),poluição(2),faltadecuidado(3), constituiçãofísica(14)ealteraçõesnoorganismo(16),ali-mentação(1)efatoressociais/proissionais(17).Emrelação aoperilcausaldasrespostasespontâneas,econsiderandoa zonadecortede20porcentoderespostas,emergemostemas 17(fatoressociais/proissionais),14(constituiçãofísica)e 6(estadosdeespírito),edesapareceotema13(problemas congénitos/hereditários).
Subgrupo etário superior a 65 anos. Respostas es-pontâneas. Relação obtida com base nas percentagens:
3 (87,50%)> 1(68,75%)> 13 (62,50%)> 5=6(50%)> 2(31,25%)>9(25%)
Osidososatribuemascausasdasdoençasprincipalmente àfaltadecuidadospessoais(tema3),aoregimenalimentar (1),aosfatorescongénitos/hereditários,aentidadestrans-cendentes(5)eaestadosdeespírito(6).Seguem-seainda comumapercentagemimportanteostemas2(poluição)eo 9(vírusebactérias).
Depoisdaexposiçãoàsnarrativas.Relaçãoobtidacom base nas percentagens: 6 (81,25%)> 9 (75%)> 3 (50%)> 1=2=5(37,50%)
Depoisdaexposiçãoàsnarrativas,talcomoaconteceu comosoutrosdoissubgrupos,háumaadesãoclaraaotema 6(estadosdeespírito).Seguem-se,porordemdecrescente, ostemasvírusebactérias(9),faltadecuidado(3),alimen-tação(1),poluição(2)eentidadestranscendentes.
Comparaçõesdosperiscausaisnostrêssubgrupos
umacomparaçãoentreossubgrupos.Paraoefeito,consi-deraram-sedoiscritérios:1)temascausaisquenosubgrupo emreferênciaultrapassamazonadecortede20porcento,ao contráriodosoutrossubgrupose/ou2)adiferençapositivado intervalodosvaloresdeambosossubgruposésuperiora20 porcento.Porexemplo,nasrespostasespontâneas,otema6, nosjovensadultos,estáacimade20porcentoe,nosadultos demeia-idade,abaixodos20porcento.Eotema2,nosjovens adultos,temumadiferençapositivade20porcentorelação aovalorobtidopelosidosos(51.85-31.25=20.6).
Jovensadultos
Narespostaespontâneaveriica-sequeestesubgrupo, emcomparaçãocomosadultosdemeia-idade,enfatizao temacausal6(estadosdeespírito).Emcomparaçãocomos idosos,enfatizamostemasdapoluiçãoeainluênciadevírus ebactérias.Depoisdaexposiçãoàsnarrativas,emcompa-raçãocomosadultosdemeia-idade,enfatizamasentidades transcendentese,emcomparaçãocomosidosos,salientam aconstituiçãofísica.
Adultosdemeia-idade
Narespostaespontânea ,ogrupodemeia-idade,emcom-paraçãocomosoutrossubgrupos,acentuaotema16(avaria docorpo);eemcomparaçãocomosidososenfatizaotema 9(vírusebactérias).Depoisdaexposiçãoàsnarrativas,em comparaçãocomosjovensadultos,salientammaisoregimen alimentar (1), a avaria do corpo (16) e os fatores sociais/ proissionais;emcomparaçãocomosidosos,enfatizammais aconstituiçãofísicaeosfatoressociais/proissionais.
Idosos
Nas respostas espontâneas, os idosos privilegiam os temascausais3(faltadecuidados),5(entidadestranscen-dentes)e6(estadosdeespírito).Emcomparaçãocomos jovensadultosenfatizamostemas1(regimenalimentar)e 13(problemascongénitos/hereditários).
Depois daexposição às narrativas, os idosos diferen-ciam-sedosjovensadultosenfatizandoostemas1(regimen alimentar)e16(avariadocorpo)e,emrelaçãoaosadultos demeia-idade,enfatizamasentidadestranscendentes.
Háumdadoquemereceserregistado:nosidosos,otema 11(isolamentosocial)apresenta18,75porcento,quernasres-postasespontâneas,quernasrespostasàsnarrativas,enquanto queparaosoutrossubgruposestetemaépraticamenteinexis-tente.Esteresultadoéimportanteesugerequenosidosos,asua vivênciadavelhiceeasuaexperiênciaefectivadoisolamento social,leva-osareferirestefactornaetiologiadasdoenças.
Dimensãoprevençãodadoença
A seguir apresentam-se as categorias ou temas identi-icadosparaadimensãopreventiva:(1)cuidadospessoais.
Certoscomportamentos(e.g.,nãofazerexercício,nãodormir osuiciente,apanharfrioousol,excessodetrabalho,regime alimentar e outros hábitos de consumo) são nocivos para asaúde;(2)estarinformado.Aspessoasdevemestarbem
informadassobreoquedevemfazerparaevitarasdoenças; (3) adesão e submissão às recomendações e prescrições médicas.Aderiràsprescriçõeserecomendaçõesmédicasé umacondiçãoparaaprevenção;(4)sorteouazar.Adoença dependedasorteoudoazarapesardoscuidadospessoais;(5) condiçõesambientaisfavoráveis.Oambientefísicoemque apessoaviveéimportanteparaaprevenção;(6)educação paraasaúde.Apessoadevesereducadaaterumavidamais saudável;(7)estilodevidasaudávelpodepermitirexcessos pontuais. Um estilo de vida saudável não é incompatível comaadesãopontualaalgunsexcessos;(8)evitarexcessos psicológicos/emocionais.Certosestadosemocionaislevam àdoença,oqueimplicaqueosseusexcessosdeverãoser evitados; (9) impossibilidade de prevenção de algumas doenças.Hádoençasque,pelassuascaracterísticas,nãoé possívelseremprevenidas(e.g.,provocadasporvírus,fatores hereditários,propensãodoorganismo,acidentesetc.,);(10) equilíbrioouharmoniapessoa-ambiente.Faz-seoapeloa uma harmonia entre a pessoa e o seu ambiente para uma melhorsaúde;(11)sistemadesaúdedeiciente.Osistema desaúdenãoconseguerespondercomeiciênciaàssolici-taçõesdosutentes;(12)prevençãodependedasatitudese comportamentospessoais.Estacategoriaésemelhanteàfalta decuidadospessoais,contudo,háumaênfasemuitoclara naatitudepessoal,ouseja,oscomportamentospreventivos estãonanossamão,dependemdenós;(13)equilíbriopsi-coisiológico.Apessoaapelaaumaequilíbrioentreocorpo e a mente para prevenir a doença; (14) controlo médico. Fazerregularmenteumavisitaaomédicoparaarealização deumcheck-up;(15)equilíbriopessoa-meiosocial.Asaúde dependedeumequilíbriodapessoacomoseumeiosocial; (16)autonomiafaceaomédico.Osconhecimentosepres-criçõesmédicassãocolocadasemquestão,poispodemnão estarcorrectas;(17)relaçãocolaborativacomomédico.A pessoadevecolaborar(i.e.,semsubmissão)comomédico eseguirassuasrecomendações.
Natabela6apresentam-seaspercentagensderespostasde cadagrupoetárioantesdaexposiçãoàsnarrativas(respostas espontâneas)edepoisdaexposição.
Amostratotal.Repostasespontâneas.Relaçãoobtidacom basenaspercentagens:1(76,12%)>9(32,84%)
Asconcepçõesdeprevençãodaamostratotalincidem emduascategoriasprincipaisopostas.Aprimeira,tema1, refere-seàpossibilidadedeprevençãodecertasdoençasse a pessoa tiver cuidados pessoais, isto é, realizando certas acções concretas (e.g., higiene, andar bem agasalhado, alimentação):
Paraprevenirasdoençastemosdetercuidadocoma
higiene...nãonosexpormosmuitoaosol...andarmosbem agasalhados,quandoestáfrio,etambémpelaalimentação. Devemosalimentarmo-nosdevidamente.
Asegunda,tema9,refere-seàimpossibilidadedepre-venção de doenças que dependem da hereditariedade, da propensãodoorganismoparacertasdoenças,deacidentes etc.e,paraasquais,apessoanãopodefazernadaparaas prevenir.
Depoisdaexposiçãoàsnarrativasháumamaiordiver-sidadedeconcepçõespreventivas.Contudo,ostemas1e9 continuamaserospreponderantes.Aexposiçãoàsnarra-tivasfezemergirnovostemas:o3(adesãoesubmissãoàs prescriçõeserecomendaçõesmédicas),o12(aprevenção dependeessencialmentedaatitudepessoal,o6(aeducação paraasaúdeéimportantenaprevenção),o2(estarinforma-do)eo8(evitamentodeexcessospsicológicos/emocionais). Resultadosobtidospelossubgrupos
Jovensadultos.Repostasespontâneas.Relaçãoobtida combasenaspercentagens:1(85,19%)>6(33,33%)
Asconcepçõesdeprevençãodadoençadosjovensadultos estão concentradas em duas categorias principais: tema 1 (cuidadospessoais),istoé,adoençaprevine-secomarealiza-çãoounãorealizaçãodeacçõesconcretas(e.g.,cuidadoscom aalimentação;tomarasvacinas;evitarhábitosdeconsumo) etema6(educaçãoparaasaúde),ouseja,apessoadeveser educadaaterumavidamaissaudável.
Respostasàsnarrativas.Relaçãoobtidacombasenas percentagens: 1 (74,07%)>6 (66,67%) >9 (51,85%) >8 (40,74%)>2=3(37,04%)>4(22,22%)
Depoisdaexposiçãoàsnarrativasosjovensadultosexi-bemumamaiorvariedadedetemasdeprevençãodadoença, em comparação com as respostas espontâneas. Assim, os temascommaiorpercentagemcontinuamasero1eo6. Contudo,otema9(impossibilidadedeprevenção)emerge comumaelevadapercentagem.Seguem-seostemas8(evitar
excessospsicológicos/emocionais),2(estarinformado),3 (adesão e submissão às recomendações médicas) e, inal-mente,o4(sorteouazar).
Adultosdemeia-idade.Respostasespontâneas.Relação obtidacombasenaspercentagens:1(75%)>9(45,83%)
Asconcepçõesdeprevençãomaisfrequentessãoidênticas àsdaamostratotal,istoé,asconcepçõesdeprevençãoincidem emduascategoriasprincipaisopostas.Aprimeira,tema1, refere-seàpossibilidadedeprevençãodecertasdoençassea pessoativercuidadospessoais,istoé,realizandocertasacções concretas(e.g.,higiene,andarbemagasalhado,alimentação); asegunda,tema9,refere-seàimpossibilidadedeprevenção dedoençasquedependemdahereditariedade,dapropensão doorganismoparacertasdoenças,deacidentesetc.e,paraas quais,apessoanãopodefazernadaparaasprevenir.
Respostasàsnarrativas.Relaçãoobtidacombasenas percentagens:1>12>9>3>2=7
Depoisdaexposiçãoàsnarrativasosadultosdemeia-idade exibemmaiordiversidadedeconcepçõesdeprevenção.Man-têmotema1(tercuidadospessoais)comoomaisfrequente. Seguem-seotema12(prevençãodependedeatitudepessoal), o9(impossibilidadedeprevençãodealgumasdoenças),o3 (adesãoàsrecomendaçõesmédicas),o2(estarinformado)eo 7(estilodevidasaudávelpodepermitirexcessospontuais).
Idosos.Respostasespontâneas.Relaçãoobtidacombase naspercentagens:1(62,5%)>9(37,5%)
Asconcepçõesdeprevençãomaisfrequentessãoidên-Tabela6.Dimensãopreventiva.Percentagensderespostasparacadasubgrupoeparaaamostratotalemcadatema.*
RespostasEspontâneas RespostasàsNarrativas
TEMAS 18-35 36-65 >65 total 18-35 36-65 >65 total
1 85,19% 75,00% 62,50% 76,12% 74,07% 75,00% 56,25% 70,15%
2 11,11% 8,33% 12,50% 10,45% 37,04% 20,83% 12,50% 25,37%
3 7,41% 4,17% 12,50% 7,46% 37,04% 33,33% 43,75% 37,31%
4 11,11% 0,00% 0,00% 4,48% 22,22% 4,17% 6,25% 11,94%
5 3,70% 12,50% 0,00% 5,97% 7,41% 0,00% 6,25% 4,48%
6 33,33% 8,33% 0,00% 16,42% 66,67% 12,50% 0,00% 31,34%
7 0,00% 4,17% 0,00% 1,49% 7,41% 20,83% 6,25% 11,94%
8 14,81% 0,00% 6,25% 7,46% 40,74% 12,50% 18,75% 25,37%
9 18,52% 45,83% 37,50% 32,84% 51,85% 62,50% 68,75% 59,70%
10 3,70% 0,00% 0,00% 1,49% 3,70% 0,00% 0,00% 1,49%
11 0,00% 8,33% 0,00% 2,99% 7,41% 4,17% 0,00% 4,48%
12 0,00% 8,33% 6,25% 4,48% 18,52% 66,67% 25,00% 37,31%
13 0,00% 8,33% 0,00% 2,99% 11,11% 33,33% 0,00% 16,42%
14 11,11% 16,67% 12,50% 13,43% 0,00% 8,33% 6,25% 4,48%
15 0,00% 8,33% 0,00% 2,99% 3,70% 8,33% 0,00% 4,48%
16 0,00% 0,00% 6,25% 1,49% 14,81% 16,67% 18,75% 16,42%
17 0% 0,00% 6,25% 1,49% 0% 4,17% 0,00% 1,49%
ticasàsdaamostratotal:aprevençãoépossívelatravésdas realizações de ações concretas (e.g., higiene, andar bem agasalhado,alimentação),mastambéméimpossívelhaver prevençãonoscasosdedoençashereditárias,depropensão doorganismoparacertasdoenças,deacidentes,etc.
Respostas às narrativas. Relação obtida com base nas percentagens:9 (68,75%)> 1(56,25%)> 3(43,75%)> 12(25%).
Depois da exposição às narrativas as concepções de prevenção dos idosos incidem na impossibilidade de pre-vençãonoscasosdedoençashereditariedade,depropensão doorganismoparacertasdoenças,deacidentesetc.;depois, seguem-seasconcepçõesquedefendemqueaprevençãode-pendedecuidadospessoais(tema1),daadesãoesubmissão àprescriçãomédica(3)e,inalmente,aprevençãodepende deatitudesecomportamentospessoais.
Comparaçõesdosperispreventivosnostrêssubgrupos etários
Acomparaçãoentreossubgruposéfeitadamesmaforma daefetuadaparaadimensãocausal.
Jovensadultos
Nas respostas espontâneas, veriica-se que os jovens adultos, em comparação com os adultos de meia-idade enfatizammaisaeducaçãoparaasaúdenaprevençãodas doenças;emcomparaçãocomosidosossalientammaisos cuidadospessoaiseaeducaçãoparaasaúde.Nasrespostas pós-narrativa,emrelaçãoaosadultosdemeia-idade,osjo-vensacentuammaisotemadasorteouazar,daeducaçãopara asaúdeeoevitamentodeexcessospsicológicos/emocionais; emcomparaçãocomosidosos,apelammaisàinformação sobreoquefazerparaprevenirdoenças,àsorteouazar,à educação para a saúde e ainda o evitamento de excessos psicológicos/emocionais.
Adultosdemeia-idade
Nasrespostasespontâneas,osadultosdemeia-idade,em comparaçãocomosjovensadultos,acentuamaimpossibi-lidadedeprevençãodealgumasdoenças;nãoapresentam diferenças importantes em relação aos idosos. Depois da exposiçãoàsnarrativas,osadultosdemeia-idade,emrela-çãoaosjovensadultos,acentuamqueoestilodevidapode permitir excessos pontuais e que a prevenção depende da atitudepessoal;emcomparaçãocomosidosossalientama importânciadainformaçãooqueestilodevidapodepermi-tirexcessospontuaisequeaprevençãodependedaatitude pessoal.
Idosos
Nas respostas espontâneas, os idosos, em comparação comosjovensadultos,salientamaimpossibilidadedepreven-ção;emrelaçãoaosadultosdemeia-idadenãohádiferenças aregistar.Depoisdaexposiçãoàsnarrativas,osidososapenas sediferenciamdosjovensadultosnotema12:aprevenção dependedaatitudepessoal.
Discussão
Osdadosdesteestudopermitiramobterumperilcausal
eumperilpreventivotípicosdaamostradepessoasleigas estudada. Assim, operil causal típico aponta afalta de cuidadospessoaiscomoaprincipalcausadasdoenças.É interessanteconstatarquenumoutroestudosobreasrepre-sentaçõescausaisdasdoençasemquesecomparavauma populaçãoalemãcomumapopulaçãoportuguesa,afaltade cuidadoouodeixarascoisascorrer,foiconsideradopela população portuguesa como a fonte principal de doença apesar de as pessoas saberem que há comportamentos ou hábitosnocivos,nosquaisnãosedeviamenvolver(Flick, 2000).Istoé,apesardaspessoassaberemoquefazmal,há umafaltadeiniciativaparaalteraremoscomportamentose atitudespessoais.
Noperilcausal destacam-seaindacomofatoresetio-lógicos das doenças os vírus e bactérias e os problemas congénitos/hereditários.Apoluiçãoatmosféricaedosali-mentos também são fatores causais importantes. Merece aindaalgumdestaqueainluenciadefatorespsicológicos/ emocionaisnadoença.
Depoisdaexposiçãoàsnarrativas,operilcausalaltera-se, havendomaiordiversidadeemconcepçõescausais.Surgem comofatorescausaisprincipaisospsicológicos/emocionais. Seguem-seocontágioporvírusebactériaseapoluição.A categoriafaltadecuidadosbaixasigniicativamenteasua percentagememrelaçãoàsrespostasespontâneas.
Quandosecomparamossubgruposconstam-sealgumas diferençasimportantes:(a)Jovensadultos.Nestesubgrupo salienta-se, em comparação com os idosos, nas respostas espontâneas,omaiorpesoatribuídoàpoluiçãoeaosvíruse bactérias.Estaconcepção“ambientaleviral”podeespelhar, porumlado,umamaiorpreocupaçãodasociedadeactual pelasquestõesambientaiseàsquaisosjovenspoderãoestar maissensibilizadose,poroutro,àemergênciadedoenças comoaSIDA,cujascampanhasdeprevençãosebaseiam naformadeevitarainfecçãoprovocadapelovírus,cons-tituindo os jovens um dos públicos alvo; (b) Adultos de meia-idade.Aspessoasdestesubgrupoacentuamosfatores sociais/proissionaisnascausasdasdoenças.Estedadopode serexplicadopelamaiorpreocupaçãodosadultosdemeia-idadepelaestabilidadeproissionaleeconómica.Éumgrupo quejátrabalhaháalgunsanosereconheceaimportância destavariávelnobem-estar;(c)Idosos.Destaca-seofacto dosidososreferiremoisolamentosocialcomofactorcausal dasdoenças.Comofoireferido,estetemacausalapresenta, nosidosos,umapercentagemde18,75porcento,quernas respostas espontâneas, quer nas respostas às narrativas, demonstrando um padrão consistente nas suas respostas. Nosoutrossubgruposestetemaépraticamenteinexistente. Esteresultadoéimportanteesugerequenosidosos,asua experiênciaefectivadoisolamentosocial,leva-osareferir estefactornaetiologiadasdoenças.
talcomosucedeunoperilcausal,depoisdaexposiçãoàs narrativasoperilpreventivoapresentamaiordiversidade.
Quandosecomparamossubgruposetáriosnoperilpre- ventivoconstata-seumadiferençaimportantenosjovensadul-tos.Emcomparaçãocomosoutrossubgrupos,estesubgrupo enfatizaadimensãodaeducaçãoparaasaúdenaprevenção dasdoenças.Estedadotambémsugerequeestageraçãoestará maisinluenciadapelascampanhasdeeducaçãoparaasaúde quenosúltimosanossãofrequentesnacomunicaçãosocial. Poroutrolado,osplanoscurricularesescolaresportugueses contemporâneosintegramaspectosrelacionadoscomapromo-çãodasaúde,oquenãoacontecianaalturaemqueasoutras geraçõesmaisvelhasfrequentaramaescola.
Desteestudopodemretirar-sequatroconclusõesprin-cipais.Emprimeirolugar,osjovensadultos,osadultosde meia-idadeeosidosos,evidenciamalgumasdiferençasnas suassigniicaçõessobreascausaseaprevençãodasdoen-ças.Osestudostradicionaisapenasdiferenciamdoisgrupos: criançaseadolescentes,porumlado,eadultos,poroutro. Esteestudoapontanosentidodesernecessárioconsiderar essassigniicaçõesemdiferentesfasesdociclodevidado adulto.Atítulodeexemplo,nosProgramasdeEducaçãopara aSaúde,deverãoadaptar-seasrespectivasacçõesdidácticas emetodológicasàfaixaetáriaqueconstituiapopulaçãoalvo. Segundo,asconcepçõessobreascausasdasdoençasapre-sentamumasimetriacomasconcepçõessobreprevençãoda doença.Defacto,amaiorpercentagemderepostasrelativas àscausasdasdoenças,atribuiestasàfaltadecuidadospes-soais,designadamenteoenvolvimentoemcomportamentos concretos(consumodebebidas,tabaco,drogas,nãodormir osuiciente)e,amaiorpercentagemderespostasrelativasà prevençãodadoençadefendeoevitamentodessesmesmos comportamentosconcretos.Estepadrãotendeamanter-se depoisdaexposiçãoàsnarrativas.Assim,queremprogramas clínicos quer preventivos, designadamente no domínio da EducaçãoparaaSaúde(Reis,2001),deverãoseravaliadas eanalisadasquerasconcepçõescausaisdasdoençasquer asconcepçõessobreasuaprevenção.Defacto,poderáser difícilmudarcrençaseatitudesdaspessoassobreaprevenção semantesmudarassuasconcepçõescausais.Terceiro,como foireferidonaintrodução,nosestudossobreasconcepções leigasdesaúdeedoençaestassão,habitualmente,resumidas apoucascategoriasconceptuais,muitogenéricas,perdendo-segrandepartedariquezaedadiversidadeconceptual.Ora, esteestudosugerequeaspessoasleigasutilizamumagrande diversidade de conceitos para dar conta dos processos de saúdeedoença.Finalmente,deveregistar-seumaconsequ-ênciadesteestudoparaaavaliaçãodassigniicações.Como severiicou,aexposiçãodaspessoasaoutrasconcepções causaisfavoreceumamaiorriquezaconceptualaqualparece jáfazerpartedascompetênciasdapessoa.Defacto,como defendeFischer(1980),aspessoasfuncionamnoseunível óptimodebaixodecondiçõesambientaisóptimasouquando têm oportunidade de praticar uma aptidão ou quando são fornecidossinaiscontextuaisparaaumentaraperformance. Quandoaspessoassãosimplesmentequestionadasdirecta-mentesobreumdadoassunto,estaestratégianãopromove oseunívelóptimodefuncionamento.Nestecaso,obtemos oseu“conhecimentofuncional”,istoé,oconhecimentodo
qualapessoaseservepotencialmentenodia-a-dia,espon- taneamente,masnãoo“conhecimentopotencial”,ouoco-nhecimentoquenãosendoutilizadoespontaneamenteéuma competênciaquepodeserpotencialmenteutilizável.Ora,a exposiçãodaspessoasaosconteúdosdasnarrativaspareceter favorecidoaproduçãodoseunívelóptimodeconhecimento. Istosigniicaquequandosepretendeacederàssigniicações daspessoasatravésdosimplesquestionamentonãoseavalia oseunívelpotencial.
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Recebidoem02.08.2002 Primeiradecisãoeditorialem29.11.2002 Versãoinalem13.01.2003
Anexo
Entrevistaprototípicadesenvolvimentistadesigniicaçõesdesaúdeedoença
(JoaquimReiseFernandoFradique,2000)
Quatrodimensõesdesigniicação:l.Dimensãocausal;2.Dimensãodadoença;3.Dimensãodasaúde;4.Dimensãopreventiva
Doismomentosdeavaliaçãoqualitativa:
A.Perguntaabertaesolicitaçãoespontâneadarespostasemconfronto
Exemplodequestõesparacadadimensão:1.dimensãocausal:Doseupontodevistaqualouquaisconsideraseremascausasdasdoenças?Porqueé queaparecemasdoenças?Porqueéqueaspessoasicamdoentes?;2.Dimensãodadoença:oquesigniicaparasiestardoente?Oqueéadoença?;3. Dimensãodasaúde:Oquesigniicaparasitersaúde?Oqueéasaúde?;4.Dimensãopreventiva:épossívelpreveniradoença?Como?Podemosfazer algumacoisaparapreveniradoença?
B.Pessoaéexpostaacadanarrativareferenteàsquatrodimensõesdesigniicação.Aseguiracadanarrativaapessoarelectesobreamesmaeapre-sentarazõesporqueconcordaoudiscorda.Exemplodequestões:concordacomoqueestapessoadisse?comoqueéquediscorda?Comoqueéque concorda?
Nota:exemplosdasnarrativasdeníveis1/2e4nasdimensõescausalepreventiva.Paraconsultadetodaaescalaver(ReiseFradique,2000)ou solicitardirectamenteaosautores.
Dimensãocausal
N1N2-Ficamosdoentesporquetivemosoazardeapanharumadoença...oarquerespiramosouosolpodemfazermal...porexemplo,seapanharmos muitosolpodemosconstiparmo-nos...ouentãotambémpodemosconstiparmo-nossealguémqueestáconstipadoseaproximadenós...passaadoença paranós...Comoéqueadoençapassa?Porqueestamosmuitopróximoseicamoscomoaoutrapessoa...
Ouentãoentraqualquercoisadentrodocorpoqueoavaria...essascoisaspodemserosvírus,apoluiçãodoar-oarestáestragadoedá-noscabodo corpo-oucomidaestragada...icardoenteéumazarquetivemos....essascoisas,osvírus,entraramnonossocorpo...nãotivemosasortedeoutras pessoasemqueosvírusouoarestragadonãolhesentraramnocorpo...Perguntasepossoicardoenteporqueandomaisnervosoouirritado?...Não creio...umacoisaéestarnervosooutraéestardoente...estoudoenteporquealgumacoisaqueentrounocorpooavariounãoporqueestavanervosoou triste...estejatristeoualegreovírusentranamesmanocorpo...Hátambémquemdigaquecertascoisasquepodemosfazerpodemlevaràdoença... umaespéciedebruxaria...seilá...écomoseumamáacçãodanossapartefossevingadaporalguémnonossocorpo...Perguntasepossoicardoente porqueandomaisnervosoouirritado?...Nãocreio...umacoisaéestarnervosooutraéestardoente...estoudoenteporqueocorpoavariou,nãoporque estavanervosooutriste...
N4-Asdoençasdependemdeváriascoisasqueacontecerammaisoumenosaomesmotempoetodascontribuíramparaadoença.Repare:nuncaposso dizerqueaminhadoençafoicausadaporumvírusouporumaavariadocoração...oqueaconteceéqueovírusteveumpapelimportantenadoença, mastambémtemosdeconsiderarseapessoaestavaapassarporumperíododeestressoqualpoderiaestarrelacionadocomproblemasconjugaisoucom problemasnoempregoeque,tudoistoemconjuntoenfraqueceuoorganismoecriouumaoportunidadeparaovírus...ou,então,oexcessodeestress, continuado,obrigouocoraçãoadespenderumgrandeesforçodurantemuitotempoafectando-o.
Asdoençasnãodependemapenasdeumaavariadocorpo.Emboraestaavariasejafundamental,seaconteceuéporqueapessoapodianãoestarbema nívelpsicológicoounorelacionamentocomasoutraspessoas.Querdizercombinam-seváriosfatoresetodoscontribuemparaadoença
Dimensãopreventiva