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A (im)pertinência da história ao aprendizado da física (um estudo de caso).

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(1)

A (Im)Pertin^enia da Historia ao Aprendizado

da Fsia (um Estudo de Caso)

The(IN)onvenieneofhistoryinlearningphysis(aase study)

Penha MariaCardoso Dias

InstitutodeFsia

InstitutoAlbertoLuizCoimbra dePos-Gradua~ao

ePesquisaemEngenharia(COPPE)

UniversidadeFederaldoRio deJaneiro

email:penhaif.ufrj.br

Reebidoem21/04/2001. Aeitoem20/06/2001

Neste artigo, assumoquea Historiadeumapartiular i^eniaeum legtimoforo deinvestiga~ao

de seusfundamentos. A Historia revela \oporqu^e" das ategoriasoneituais dai^enia,

lari-ando,assim,osigniadodosoneitos. Parailustrar,apresentoumestudodeaso: Umaanalise

oneitual daTeoriadoCalor.

InthispaperIholdtheviewthattheHistoryofapartiularsiene isthemostlegitimatetoolto

investigateitsfoundations. Thehistoryofapartiularsienedislosesthe\why"oftheoneptual

ategories of thatsiene; heneit laries themeanings ofitsvariousonepts. Toexemplify,I

presenta\asestudy",theTheoryofHeat,whihisaoneptualanalysisofThermodynamis.

I Introdu~ao: Meu tipo de

historia da fsia

Paraqu^eserveaHistoriadaFsia? Ou,mais

espei-amente,eaHistoriade umai^enianeessariaou,ao

menos, util para a analise de seus fundamentos?

En-tendoque:

A Historiaeoforo,ondeaanalise oneitual pode

serfeita; ela permite reveroneitos, ritia-los,

reu-perasigniadoseosentendealuzdenovas

desober-tas. Elae,pois,oinstrumentodaforma~ao inteletual

e da assimila~ao de oneitos. Consequentemente, a

Historiadeumai^eniaeessenial aheurstiada

des-obertaienta. Elaeo instrumentode forma~ao de

pensadores. Na medida em que ritia, ela subverte,

mas dentro de metodos e ategorias do pensamento:

Portanto, a Historia e o instrumento da forma~ao de

umamente disiplinadamenteindisiplinada nartia

dos oneitos ientos.

Haoutrosmodos desefazer Historia daFsia. A

Historiadeumai^eniapermiteumamultipliidadede

enfoques, dependendo das perguntas asquais o

histo-riador se dirige: O pano de fundo ultural, soial e

poltio ou, no jarg~ao, a Weltanshauung para a

lei-turados oneitos e metodos; o ontexto losoo do

rais,ques~aoospressupostosepistemologiosda

possi-bilidade do pensamento iento, tais omo,

ausali-dade, subst^ania,et, eategoriaslosoas

partiula-res,omoovnuloadoutrinaslosoaspartiulares,

taisomoatomismo, oasionalismo,et;aHistoriadas

institui~oes ientas;et. Essesmodosn~ao preisam

serestanqueserevelamai^eniaomoatividade

ultu-raldaespeiehomo sapienssapiens.

Porem,nemtodososmodosdesefazerHistoria

ser-vem aoproposito do aprendizado deoneitos ou

ser-vem aos fundamentos da i^enia. Na proxima se~ao,

exemplioquest~oes defundamentosdaFsiaque

en-ontramrespostaemsuaHistoria. Naoutrase~ao,

ilus-tro esseusoomumexemploespeo: Aonstru~ao

dasduasleisdaTeoriadoCalor;essaonstru~aop~oea

desobertoseusfundamentos.

II PARTE I - Uso da historia na

laria~ao de oneitos

(I)AFsiaen~ao-trivial,emsuaess^enia. Porem,ouso

deumoneito,aolongodemuitosanose,ateseulos,

tendeatrivializaron~aotrivial;istoe,diuldades

(2)

oneitoss~ao\magios".

Exempliando: A Fsia omea enumerando as

tr^esleisdaMe^ania. Ora,aLeida Ineria,aprimeira

delas,nemsequeremotivodeobserva~aonodiaadia.

Quegraudeonabilidadepode-seter,pois,nessaLei?

Opontoequeadisuss~aodoproblemadaexist^eniaou

n~aodovauo edapossibilidade,aindaquemeramente

raional,domovimentoinerial,nosseulosXIIIeXIV,

mostra os problemas que os oneitos de vauo e de

seuassoiado,omovimento inerial,pretendem

solui-onar, mostra os argumentos que onveneram aqueles

quefundaramaFsia.

E laro que, ao perguntar sobre o\grau de

on-abilidade" esta oloado todo um problema de

Epis-temologia. Esse ramo da Filosoa estuda a natureza

do onheimento iento, tenta provar que o

onhe-imento da naturezae possvele traa os ^anones do

pensamento iento. Porexemplo, uma i^enia tem

de ser apaz de predizer o omportamento da

Natu-reza;aondi~aoparaissoserpossvelequaaNatureza

obedea a leis; mas, ent~ao, qual aorigem dessas leis?

N~aotenho apretens~aode ataar problemaslosoos

ontroversoseque t^em sidodisutidos pelosmais

bri-lhantes losofos. O problema a que me dirijo e bem

maiselementar. Assumindoprovadaapossibilidadeda

i^enia, assumindo que ai^enia, de fato,\explia

al-gumaoisa",oproblemaeodetornarinteligvelasleis

da Fsia, entender seu signiado fsio e metafsio;

e o de tornar \menos magios", oneitos t~ao pouo

intuitivos e naturais, omo, por exemplo, as Leis de

Newton. Anal,as leisdaFsiaedaMatematia

tor-naram possvel mandar foguetes a Saturno e Jupiter,

inventar omputadores, as leis da Biologia est~ao

des-vendandooodigogenetio,desvendandoa\vida",

en-quanto a Epistemologia ainda tenta provar que tudo

issoepossvel.

A Historia da desoberta de um oneito mostra

n~ao somente omo o oneito foi riado, mas,

sobre-tudo, seu porqu^e; a Historia mostra as quest~oes para

ujassolu~oesooneitofoiintroduzido,revelaoqu^eo

oneito fazna teoria,suafun~aoeseu signiado. A

Historia revive oselementos do pensar de uma epoa,

revelando,pois,osingredientesomqueopensamento

poderiaterontadonaepoaemquedeterminada

on-quista foi feita. Ela desvenda a logia da onstru~ao

oneitual; nesse esforo, ela revela, tambem, os

\bu-raos logios" que o oneito preenhe, revivendo o

proprioatointeletualdaria~aoienta.

(II)Algumas quest~oes dosFundamentos da Fsia

s~ao losoas em sua natureza. Essas quest~oes s~ao o

proprioestofodaFilosoa daFsiae,damesmaforma

que,emFilosoa,aperspetivahistoriaeparteda

me-todologia,assimoeaqui. Paraitaralgunsexemplos:

(1) Por que seria \o Livro da Natureza esrito na

linguagemdaMatematia"?

(2) As moleulas e atomos obedeem as leis da

pode, ent~ao, o determinismo mirosopio ser

onili-ado om o indeterminismo marosopio da Segunda

Lei da Termodin^amia? A respostaaessa quest~ao

ge-rouramosdaFsia(Me^aniaEstatstia)eramosda

Matematia(TeoriaErgodia,que,porsuavez,geroua

TeoriadeSistemasDin^amios,aquealgunsd~aoonome

deTeoriadoCaos). Qualarela~aoentreooneitode

probabilidadeeodeindeterminismo? Probabilidade

en-tra na Fsia por uma quest~ao de ignor^ania humana

quanto a \prepara~ao" do sistema ou e outra oisa?

Ouseja,pondoapergunta emoutraspalavras,qualo

oneitode`probabilidade'maisapropriadoaMe^ania

Estatstia?

(3) O qu^e dizer da Me^ania Qu^antia? Qual o

oneito derealidade mais apropriadoa ela? Durante

deadasessaquest~aofoi tratadaem departamentosde

FilosoanosEstadosUnidoseInglaterra(ondealguns

departamentos de Filosoa s~ao genuinamente

dedia-dosaFilosoadaNatureza); depoisdos experimentos

deAbnerShimonyeseusassoiados,paraprovaras

de-sigualdades de Bell, os departamentos de Fsia

\des-obriram"oproblema.

(4) Por que o programa meaniista, fundado nos

seulos XVII e XVIII, porRene Desartes, Christian

Huygens, Isaa Newton e Gottfried Wilhelm Leibniz,

deolharparaaNaturezaomomateriaemmovimento

\daontadomundo",\funiona"t~aobem? Seraqueo

mundo(daFsia)esoisso,\materiaemmovimento"?

(5) A Fsia naseu do problema oloado na

An-tiguidade Hel^enia de expliar transforma~oes em

ge-ral, inluindo o movimento loal, isto e, o

desloa-mento. Ora, oloar o movimento nesse bolo foi

es-senial. Mais essenial, ainda, foi entender queo

mo-vimentopoderiasertratadoomoumaqualidade omo

qualqueroutra,talomobondade,or,et,portantoa

eleseapliariamasleismedievaispara tratar

qualida-des. Aplia~ao dessas leis orresponde atrataro

mo-vimentono\espao"extens~ao inten~ao outempo

veloidade instant^anea. Issodeuorigem aCinematia.

Aqui,ospressupostoslosoosagiram\a favor". Ou

seramaisqueumaaso? Qualovalorepist^emiodessas

analogiaspositivas?

(6) O qu^e dizer dos prinpios de eonomia, omo

osPrinpiosde Maupertuis, aLei deFermat, et? A

justiativadelesemetafsia: ExistenaNaturezauma

tend^eniaaagir\simpleseeonomiamente";ora,isso

funionava no seulo XVIII,quando a Natureza

espe-lhavaosdesgniosdoCriador;ehoje, nai^eniaateia,

qual osigniado desses prinpios? Porexemplo, eu

provei que Leonhard Euler interpretou os prinpios

de Maupertuis omo um proesso de onvers~oes

ins-tant^aneas,suessivas,deenergiapotenialeminetia,

fundando, assim, a Me^ania Analtia; 1

om isso, o

prinpiometafsiotorna-sefsio.

(7) Por falar em energia, qual o sentido fsio da

(3)

de transforma~oes an^onias; em partiular, aenergia

\gera"omovimento,noespaodefase. Oproprio

\sta-tus"ontologiodaenergiaeurioso;elaemateria,ou,

na linguagemaristotelia, subst^ania, isto e, uma das

ategorias do pensamento. Quantidades onservadas

n~ao poderiam, portanto, estar relaionadas a propria

possibilidade da Fsia, serem riterios ontologios de

deni~aodosistema?

Talvez seja signiante, nesse ontexto,o fato que

aexist^enia deuma unia quantidade,aenergia,

\ex-plia"oequilbriotermodin^amio,istoe,adistribui~ao

miro-an^oniadeestadosnoespaodefase,omo

des-oberto por Ludwig Boltzmann (neste ponto, esta-se

retornandoa(2),aima).

(8) Porque ausas s~ao iguaisa seusefeitos? Uma

dasrtiasdeJeanLeRondD'Alembert aequa~aode

Newton,equeelaexigequeseigualeaausa, ~

F,aseu

efeito,m~a.

(9)Odebatesobreanaturezadoespaoedotempo

entre Newton (ou melhor, seu \menino de reados",

Samuel Clarke) e Leibniz deu-se em torno do

on-eito de ontinuidade, da relatividade do movimento,

doprinpio daraz~aosuiente(Deusn~aopreisaar

ontinuamente\dandoorda"nomundo,omo queria

Newton, para o mundo funionar, pois nada aontee

sem raz~aoqueassim seja). SegundoLeibniz,seo

mo-vimentoerelativo,ent~aoespaon~aopodeserabsoluto.

Porem, deve existir um elemento absoluto, que traga

uma aerta\identidade"asoisas;para ele,eafora,

aquientendidan~aosoomoaausadaaelera~ao,mas,

tambemnosentidometafsiode fora ativa primitiva

ouentelequiaeforapassivaprimitivaousubst^ania. O

pontoe: Qualanaturezadoespaoedotempo? A

Te-oriadaRelatividadeGeral,assiminiialmente

denomi-nadaporAlbertEinstein,deveserapazderesponder

aquest~ao.

(10) Muitas quest~oes aima, tidas omo

\me-tafsias", podem vir a adquirir resposta dentro da

Fsia,perdendoostatusde metafsias. Masnem

to-das. Categorias de Subst^ania, Qualidade, Rela~ao e

outras s~ao prinpios a-priori do pensamento e

deter-minamotipodequest~aoque sepodeperguntar sobre

a Natureza. Segundo Emmanuel Kant, s~ao ondi~oes

de possibilidade do pensamento iento. Se assim

for, ent~aoeimpossvelfazer i^enia sem uma dose de

prinpiosmetafsios.

Alem disso, se assim for, a verdade das i^enias e

ondiionada a forma~ao das ategorias do pensar do

homosapienssapiens,aofunionamentodoerebro

hu-mano. N~aohaveria,aqui,umproblema\ovo-galinha"?

Oomportamentoneuro-siologiodoerebrodepende

das leisda Fsia eda Qumia, poroutro lado,essas

leiss~aooprodutodaquele.

(III)Existeumarela~aoprofundaentre aHistoria

da Ci^enia e a Epistemologia. Segundo E. J.

Dijks-terhuis, a Historia e o Laboratorio da Epistemologia. 2

onstru~aooudesobertadooneito,revelandoograu

de raionalidade doatodadesoberta. Algunsautores

(Imre Lakatos) foram alem e postularam que so

\re-searh programmes"e n~ao teorias isoladas podem ser

falsiadas, portanto o valor epist^emio da i^enia so

podeseravaliadoaolongodesuaHistoria.

III PARTE II - Estudo de aso:

A teoria do alor

O exemplo e uma das mais belas paginas do

pensa-mentohumano|adesobertadaSegundaLeida

Ter-modin^amia e de sua misteriosa aompanhante,a

en-tropia.

Algumas perguntas podem surgir ao estudante

rtio:

(1)PorqueamaquinadeCarnotenvolveduas

tem-peraturasen~ao uma? Anal,oqueexistedeintuitivo

ou,pelomenos,deglutvel,noilodeCarnot?

(2) O qu^e signia asegunda lei? O qu^ee entr

o-pia? Elamedeoqu^e? Seria H

dQ

T

0inteligvelomo

express~aomatematiadaquiloqueaentropia mede?

A Historia da Teoria do Calor tem muito a dizer

sobre algumasdessasquest~oes. Oqueapresento,aqui,

eumaleituradosfundamentosdaTeoriadoCalor,

ex-tradosde suaHistoria. Paraosdetalhes daHistoria,

remeto o leitor a meus artigos menionados no nal

do texto, onde vasta bibliograa e itada. Nem e o

textoum meiode iniiaroestudo da Termodin^amia;

peloontrario,osfundamentosdeumai^enias~aopara

quem ja a estudou uma vez, teve duvidas, oloou

quest~oesegostadepensar.

A maquina termia

Amaquinatermiausaalorparagerarmovimento,

istoe,trabalho me^anio.

Maquina de Watt.

Agua e aqueida em uma

fornalha (fonte quente), formando vapor (subst^ania

de trabalho). O vapor entra em um ilindro,

previa-mente aqueido atemperaturado vapor, empurrando

um^emboloerealizandotrabalho. Depoisqueo^embolo

e empurradoum pouo, osuprimento de vapore

or-tadoeovaporexpandeporsiso,ontinuandoa

empur-rar o^embolo e arealizar trabalho. Quando o^embolo

atinge o nal do ilindro, o vapor expande para um

ilindro, mantido auma temperatura, fria, obastante

para ondensarovapor (ondensador oufonte fria); o

vapor e, pois, \destrudo". Em deorr^enia, forma-se

umvauonoilindroprinipaleo^embolopodeser

tra-zidodevoltaaposi~aoiniial.

Prinpiodefunionamentodamaquinatermia

(4)

funda-JamesWatt,istoe,omoeporqu^eamaquinafazoque

faz.

Prinpio de Carnot. O funionamento da

maquina termiaonsistena transfer^enia de alor de

umafonte quenteparaumafria en~aoemumonsumo

de alor. Como onsequ^enia, alor e onservado na

opera~aodamaquina: oalorretiradodafonte quente

etodoele transferidoparaafonte fria.

Fundamenta~aodo prinpiode Carnot

(1)Carnotentendeuque:

(i)AmaquinadeWatttemdeserapazdereiniiar

novo ilo de opera~oes (elaro, ninguem desejauma

maquinaquesofunione umaunia vez).

(ii)Amaquinatemdefaz^e-lo,sempreisarformar

uma novasubst^aniade trabalho. 3

Ora,paravoltaraoomeodasopera~oes,epreiso

queasubst^aniadetrabalhojogueforaoalorque

re-ebeu dafonte quente: A fonte fria existepara reeber

da subst^ania de trabalho (parte d)o alor reebido da

fornalha.

(2) Prinpio de Eonomia. Carnot entendeu

que, havendo ontato entre dois orpos a

temperatu-ras diferentes,aloretransferidosemquetrabalho seja

realizado,istoe,trabalho e\deixadodeserrealizado",

logo e \perdido". Assim, para a maquina \trabalhar

bem",istoe,n~aodeixarderealizartodo otrabalho que

pode, potenialmente, realizar,deve-se evitar que

par-tesadiferentes temperaturasentrememontato;issoe

umprinpio de eonomia.

(3) O Cilo eon^omio. Carnotinventouum

i-lo de opera~oes de uma maquina, uja subst^ania de

trabalhoeumgasperfeito,apazdetransferiralorda

fonte quenteparaafria,semperdas:

(i) Expans~ao isotermia: A fonte quente e a

subst^aniadetrabalhoest~aoemontato,amesma

tem-peratura, umprindo a ondi~ao de eonomia.

A

me-dida queasubst^aniareebealor dafonte quente,ela

expande,empurrandoo^embolo.

(ii) Expans~ao adiabatia: Calor n~ao e troado

om oexterior. A subst^ania esfria amedida que

ex-pande. Oproessoeinterrompido,quandoasubst^ania

atingir atemperaturadafonte fria.

(iii) Compress~ao isotermia: A fonte fria e a

subst^aniadetrabalhoest~aoemontato,amesma

tem-peratura, umprindo a ondi~ao de eonomia.

A

me-dida queasubst^ania foromprimida,alor e

transfe-ridodasubst^aniadetrabalhoparaafontefria. Quando

asubst^aniaatingir\ertovolume"(qual?),deve-se

in-terromperessafase.

(iv)Compress~aoadiabatia: Calorn~aoetroado

omoexteriorououtra qualquerparteeasubst^ania

esquenta amedida que for omprimida. Oproessoe

interrompido, quando asubst^ania atingir a

tempera-4

Figura1. O Cilo de Carnot. O ilode Carnote

de-senhado no \espao" volumepress~ao ; omo a

tempera-tura e ligada a V eP pelas equa~oes da isoterma(s)e da

adiabatia(s),segue-seque,dadasasurvas,oilosotem

duasvariaveisindependentes,P eV. Asurvas12e34s~ao

isotermas,respetivamente,as temperaturasT

+

, quente, e

T ,fria;asurvas23e41s~aoadiabatias.

(4) Carnotraioinaomo sealor fosseumuido

muito no, apaz de penetrar os menores poros da

materia; esse uido era hamado de alorio. O

fun-ionamentodamaquinaonsiste,pois,natransfer^enia

dealorio dafonte quentepara afonte fria. Findoo

iloompleto,amaquinareuperasuasondi~oes

ini-iais. Como postoporCarnot, o Prinpio de Carnot

euma ondi~aode reuperabilidade das ondi~oes

ini-iais da maquina; para isso, a subst^ania de trabalho

tem de voltar as suas ondi~oes originais, livrando-se

doalorioreebido. Nesseproesso,oalorioe

on-servado,poisn~aoeutilizado,gasto,\onsumido",eso

um\meiodetransporte".

Oteorema de Carnot

Carnot demonstra um teorema, segundo o qual a

ei^enia da maquina termia, funionando de aordo

om oilo aima, n~ao depende da subst^ania de

tra-balho usada, isto e, se um gas perfeito ou outro gas

perfeitoousealgumaoutrasubst^ania.

Para provar o teorema, Carnot sup~oe duas

maquinas, operando entre as duas mesmas

tempera-turas,T

+

eT , uma operandono ilo direto e a

ou-tra, no ilo reverso de opera~oes; porem, elas usam

diferentes subst^anias de trabalho. As maquinas s~ao

aopladas, isto e, o trabalho, W, obtido na primeira

eusadoparaoperarasegunda. Carnotassumeque

so-mente uma parte do trabalho, W 0

(W 0

< W), gerado

naprimeirapreisaserusadonasegundamaquina. 5

A

maquina direta traz alor, Q, da fonte quente para a

(5)

equeafonte quenteeasubst^aniade trabalho

reupe-ramsuasondi~oesiniiais. Porem,resultaumtrabalho

gratis, W W 0

, tirado donada, pois soseusou parte

do trabalho obtido na maquina direta. Ora, e um dos

prinpiosmetafsiosdaFsia(e,talvez, davida)que

sedevepagarporumtrabalho realizado. 6

Carnot

on-luiquesuahipotesedequesopartedotrabalhoobtido

fosseneessarioparaoperaramaquinarevertidaera

er-rada: Ambasproduzem(eutilizam,quandorevertidas)

amesmaquantidadedetrabalho. Como, porhipotese,

as maquinasoperamom subst^anias diferentes, o

re-sultado e que o trabalho independe da subst^ania de

trabalho.

Figura2. OTeoremadeCarnot,omoentendidopelo

proprio Carnot. Amaquinadiretaretiraumalor,Q,da

fontequentee,nesseproesso,dealgumaforma,produz

tra-balho,W;asubst^aniadetrabalholivra-sedeQ,lanando-o

nafontefria. OtrabalhoW eusadoparaoperaramaquina

reversa,ujaopera~aoedevolverQafontequente.

Emoutraspalavras,aei^enia,

trabalho

alorretiradodafontequente ;

independe da subst^ania de trabalho. Mas, ent~ao, do

qu^e depende? Ora, so pode depender do que for

nu-meriamente igualnosdoisilos,odireto eoreverso.

Ora,asvariaveis\iguais"s~ao: porhipotese,Q,T

+ ,T

e,pelo teorema,W.

O dilemade Thomson

William Thomson, ofuturo LordeKelvin, oloou

oseguintedilema:

(i) James Presott Joule demonstrou, por

experi-mentos,quealorpodesertransformadoemtrabalhoe

vie-versa.

(ii) Portanto, se a maquina realiza trabalho, alor

n~aopodeser,todo ele,transportadodeuma fontepara

aoutra. Eletemde \virar"trabalho,istoe,ser

onsu-mido,usado,gasto.

(iii) Logo, ou CarnotestaertoeJoule errado; ou

Clausius respondea Thomson

RudolfJuliusEmmanuelClausiusentendeuquen~ao

ha ontradi~ao entre os dois prinpios, desde que o

Prinpio de Carnotsofrapequenamodia~ao:

(1)Clausius aeita osresultadosde Joule: Calore

trabalho,logosetrabalhoeobtido,aloreonsumido.

(2) Clausius orrige Carnot: O alor retirado da

fonte quente n~ao pode ser todo ele transferido, mas

partee onsumida. Eledistingue,pois,duasopera~oes

nasmaquinastermias:

(i) Transforma~ao de alor em trabalho ou

on-sumo de alor: Parte do alor reebido da fonte

quenteetransformadaemtrabalho,duranteaexpans~ao

isotermia.

(ii)Transportedealordafontequenteparaafonte

fria: Aparterestantedoalor,quefoireebidodafonte

quente,etransferidapara afonte fria, durantea

om-press~ao isotermia.

Figura3. OTeoremadeCarnot,omoentendidopor

Clausius. A maquinadireta retira umalor, Q,dafonte

quente: Parte dessealor e transformada emtrabalho: W

e, pois,o alor onsumido; orestante,Q W,e

transpor-tadopara afonte fria. O trabalhoW e usadopara operar

amaquinareversa,ujaopera~aoedevolverQ W afonte

quente.

(3) Teorema de Carnot. A maquina direta

re-tira alor,Q, dafonte quente. Partedessealore

on-sumido, isto e, transformado em trabalho, W. O

a-lor restante,Q W, etransportadopara a fonte fria.

O mesmo W eusado para operar a maquinareversa;

porem, assume-se que essatransporteum alorQ 0

da

fonte fria para a fonte quente. Ora, se for Q 0

> Q,

oresultado nal doaoplamento dasmaquinaseuma

quantidadedealor,Q 0

Q,transportadadafontefria

para a fonte quente sem nenhum trabalho gasto para

isso, pois todo o W foi usadopara operar amaquina

reversa;paraproibirisso,Clausius\tiradobolso"o

se-guinte prinpio: o uxo natural do alor edos orpos

quentes paraosfrios. Logo,Q 0

(6)

O prinpiode Joule

O Prinpio de Joule signiaque alor e trabalho

s~aograndezashomog^eneas;logo:

trabalho

aloronsumido =1:

Comoasquantidadess~aomedidasemunidades

diferen-tes, em vez de 1aparee um outro valorpara a

ons-tante, A; e irunstanial que A = 4;18 joule

aloria , pois

esses valor resulta do fato de que, por algumaraz~ao,

\alguem" usou aloria para medir alor e joule para

medir trabalho.

Depois de muita onta (ap^endie), Clausius

rees-reveaexpress~aoaimaomo:

dU= pdV +dQ:

As ontas n~ao s~ao \iluminantes", exeto pelo

se-guinte: Segue-se, no uirdos alulos, que dU euma

diferenialtotal,istoe,Ueintegravel,enquantoQeW

n~ao s~ao integraveis, logo dQ e dW n~ao s~ao

difereni-ais totais. Portanto, oPrinpio de Jouleeumalei de

onserva~ao: Aoterminode umilo, asubst^ania de

trabalhovoltaassuasondi~oesiniiais. Alei deJoule

signia: oonte udodealordasubst^aniadatrabalho,

U, ereuperado, aposum ilo ompleto da maquina

direta.

Generaliza~ao doteorema de Carnot

(1) Clausius entendeu que ademonstra~ao do

teo-rema,envolvendo,apenas,duastemperaturas,emuito

simples, pois onsumose daem uma dasduas

tempe-raturasentreasquaisseefetua atransfer^enia,porem

pode ser que as rela~oes entre as quantidades de

a-lorenvolvidasemuma eoutra opera~aovarie

diferen-temente om a temperatura. Assim, Clausius

inven-touumilo maisompliado,omtr^estemperaturas:

Todooalorabsorvidonafonteomamaior

tempera-tura(T

+

)etransformadoemtrabalho(onsumo);todo

o alor absorvido na fonte om a temperatura

inter-mediaria (T

i

)etransportadopara afonte fria

(trans-porte),T .

Figura4. OCilo deTr^esTemperaturas.Oalor

reti-radodafontequente, T

+

,e todoele transformadoem

tra-balho. Oalor retirado dafonte intermediaria e todo ele

transferidoafontefria,T .

(2)Clausiussegueainspira~aooriginaldeCarnotde

queoprinpio defunionamento damaquinatermia

expressa uma lei de onserva~ao. Mas de qu^e? Para

responder,eleinventaoutrademonstra~aodoTeorema

de Carnot.

Clausius raioina que, apos um ilo, as duas

opera~oesseanelam,poishaumavoltaasondi~oes

iniiais. Ele, ent~ao, atribui valores de eq uival^enia as

duasopera~oes:

OPERAC ~

AO VALORDEEQ



UIVAL ^

ENCIA

transforma~aodealoremtrabalhonatemperaturaT

+

W f(T

+ )

transforma~aodetrabalhoemalornatemperaturaT

+

+W f(T

+ )

transportedealornatemperaturaT

i

emalornatemperaturaT +Q

transportado F(T

i ;T )

transportedealornatemperaturaT emalornatemperaturaT

i Q

transportado F( T

i ;T )

d

Aleideonserva~aointroduzidaporClausius,apos

umilo,e:

W f( T

+ )+Q

transportado F( T

i

;T )=0: (1)

Apliandoaexpress~aoauma maquinarevertida

si-milar,masoperandoomatemperaturaaltaomvalor

T

i <T

0

<T

+

eapazdetransportaramesma

quanti-dadedealorQ

transportado :

+W 0

f T 0

+

Q

transportado F(T

i

;T )=0: (2)

Somando:

Wf(T

+ )+W

0

f T 0

(7)

Signiaqueaopera~aodasmaquinas,agindo

aopla-damente,eatransforma~aodeumaquantidadede

a-lor,W,emtrabalhonatemperaturaT

+

edeuma

quan-tidade,W 0

,detrabalhoemaloremT 0

+

. Ora,seafonte

T 0

+

,agindoomofria,reebeumalorW 0

eafonteT

+ ,

agindo omo quente, ede W, signia que o

aopla-mentoeequivalenteaumamaquinaoperandoentreT

+

e T 0

+

, que realiza trabalho W W 0

e transporta W 0

;

logo:

(W W

0

)f( T

+ )+W

0 F T + ;T 0 +

=0: (4)

SomandoesubtraindoW 0

f( T

+

)a(3)eagrupando

ter-mos:

(W W

0

)f(T

+ )+W

0 f T 0 + f(T + )

=0 (3 0

)

Mas(3 0

)e

(4)desrevemamesmamaquina,logo:

F T + ;T 0 +

=f T 0 + f(T + ) :

(3)Ademonstra~aoaimaenvolveousodamaquina

revertida. Logo, a seguinte ondi~ao de onserva~ao

valeparaumiloompleto,reversvel:

Wf(T

+ )+Q

transportado

[f(T ) f(T

+ ) ℄=0:

Mudandoanota~aoedenotandoporT n~ao maisa

temperatura,masumafun~aosodatemperatura,

de-nida por f 1

T

,o Teorema de Carnottemaseguinte

express~ao: 8

leideonserva~aodoiloreversvel: j=3 X j=1 Q j T j =0:

\Claro"queaformulaaimapodesergeneralizada:

H

dQ

T

= 0. O Teorema de Carnot produz, pois, uma

diferenial total, dS dQ

T

. OPrinpio de Carnote,

defato,umalei de onserva~ao: Aoterminodeum

i-lo damaquinarevertida, afonte quente volta assuas

ondi~oes iniiais, reuperando seu onte udo de alor.

Paraisso, aposumilo damaquinadireta, a

quanti-dade S tem de reuperar seu valor original. (4) Mas

Clausiusjapartedeumaexpress~aosuspeitaparao

va-lorde eq uival^enia. Trapaa?

Elaro: Elejadeviater

resolvido milh~oes de ilos para o gas perfeitoe a

ex-press~ao P j=3 j=1 Q j Tj

=0,omtodaerteza,sempre

apare-ia. Entretanto,existeumaraz~aoparaessaexpress~ao.

O resultado do Teorema de Carnot, ja modiado

porClausius,equedoisgasesperfeitos,diferentes,

tra-balhandoentreasmesmasduas temperaturas,que

pro-duzem omesmo trabalho, transferempara afonte fria

Os gases, sendo diferentes, as equa~oes de estado

(istoe,aleidogasperfeito)dosdoisgasest^em

diferen-tes onstantes:

PV =

massa

pesomoleular

R T = (numerodemoles)R T ;

portanto dois gases t^em urvas id^entias somente

quandot^emomesmonumerodemoles.

W e n~ao integravel, logo depende das trajetorias

que omp~oemoilo; omo asequa~oes diferem,para

que W tenhaomesmo valor nosilos, as gurasdos

doisilosn~aosepodemsuperpor: Mesmoqueas

tem-peraturassejam iguaiseosproessospartamdas

mes-masondi~oesiniiais,asposi~oesdasisotermas edas

adiabatiasdosdoisilosno\espao"V P n~ao

pre-isamoinidir(istoe,osvaloresdeV eP ondeos

pro-essos omeam e terminam n~ao preisam oinidir);

nempreisamostraadosdosdoisilosoinidir,isto

e,asurvaturasdeadaumadasurvasqueomp~oem

oilopodem serrespetivamentediferentes nosilos

deumgas edooutro.

Asonsequ^eniass~ao:

(i) Qualquer quantidade que tenha o mesmo

va-lor nos dois ilos, portanto, independentemente das

posi~oesedaformadosilosnoespaoVP sopode

dependerdeV eP atravesdeQ,T

+

eT . Carnotfez

dW =dQf( T);ClausiusfezdS=dQf( T).

(ii)Carnotestaerrado,porqueW dependedoilo

e, de fato, a ondi~ao de que seja o mesmo nos dois

ilos determina (junto, e laro, om asequa~oes das

urvas)otraadodoilo.

(iii) OTeorema de Carnot, omo generalizadopor

Clausius, e mais bem entendido assim: Dado que o

Prinpio deCarnoteumaondi~aodeonserva~aono

ilo reversvele dado que aquantidade onservadae

fun~aodeQ,T

+

eT ,somente,Clausiussup^osqueela

tivesseaformaQf(T);ent~ao,eleprovaqueaequa~ao

queosQf(T)'s,nasvariasfasesdoilo, t^emde

obe-deere H dQ T =0. 9 Conlus~ao

Em que a explia~ao das duas leis da

Termo-din^amiaapresentadaaimaemelhorqueoutras?

Mi-nha defesaeque ousodaHistoria daFsia reala os

problemasequest~oesqueforaramCarnoteClausiusa

formularemaTermodin^amia. E,porisso,querorer,

torna as leis menos \magias". A Historia oloa em

evid^eniaa\opera~aomental"quelevado\Laboratorio

daNatureza"aleigeral. Haargumentopara se

enten-der \a fora das evid^enias" mais forte do que o qu^e

(8)

Ap^endie:

O prinpiode Joule

Figura5. Cilo deCarnot innitesimal. Oilopodeseraproximadoporumparalelogramo. Osaresimosdevolume

nospontos1,2,3e4s~aomostrados.

alorem1: Q(V;T)

alorem2: Q(V +dV;T)

alorem4: Q(V +ÆV;T dT)

alorem3: Q(V +d

0

V +ÆV;T dT)=Q(V +dV +Æ 0

V;T dT)

rela~aoentreos aresimosdevolume: dV +Æ 0

V =ÆV +d 0

V (C).

Expans~oesemserie de Taylor d~ao:

alorretiradodafontequente: Q(V +dV;T) Q(V;T)= Q

V

dV (1)

aloredidoafonte fria: Q(V +d 0

V +ÆV;T dT) Q(V +ÆV;T dT)

Q(V;T)

V d

0

V +

2

Q(V;T)

V 2

ÆV d 0

V

2

Q(V;T)

VT d

0

V dT (2)

aloronsumido: (1)-(2)

Q(V;T)

V dV

h

Q(V;T)

V +

2

Q(V;T)

V 2

ÆV

2

Q(V;T)

VT dT

i

d 0

V (3)

proessoadiabatio: Q(V +ÆV;T dT)=Q(V;T)

Q(V;T)

V

ÆV =

Q( V;T)

T

dT (B)

proessoadiabatio: Q(V +dV;T)=Q(V +dV +Æ 0

V;T dT)

Q(V;T)

V +

2

Q( V;T)

V 2

dV

Æ 0

V =

Q(V;T)

T +

2

Q(V;T)

VT dV

dT (A)

Asexpress~oes(A),(B)e(C)s~aovnuloses~aousadasparaalularÆV,Æ 0

V ed 0

V emfun~aodedV edT. Para

failitar,derivadaspariaisprimeirasser~aoindiadasporndiesT eV ederivadaspariaissegundas,porVV,TT,

VT eTV. Oresultadoe:

ÆV = Q

T

QV

dT (a)

Æ 0

V = dT

Q

V

Q

T Q

VV

Q

V Q

T

dV +Q

TV dV

(b)

d 0

V = dV +

Q

VV Q

T

Q 2

+ Q

TV

Q

V

(9)

Substituindoessesvaloresem(3):

aloronsumido:

2

Q(V;T)

TV

2

Q(V;T)

VT

dTdV : (4)

Paraesreveraexpress~aodoPrinpiodeJoule,queeoobjetivodessaonta,aLeidosGasesPerfeitoseneessaria:

leidosgasesperfeitos,1mol: PV =R T; P =R T

V ;

P

T =

R

V

Ent~ao:

prinpiodeJoule:

2

Q(V;T)

TV

2

Q(V;T)

VT

dV dT

R

V dV dT

=A: (5)

Issopodeseresrito:

Q

TV Q

VT =

AR

V A

P

T

T

Q

V AP

V

Q

T

=0

Emoutraspalavras,dQn~aoeumadiferenialtotal,masexisteumadU queediferenialtotaletal que:

U

V =

Q

V AP

U

T =

Q

T :

Logo:

dU U

V dV +

U

T

dT = APdV +

Q

V dV +

Q

T dT

= APdV +dQ:

d

IV Notas

1. \Euler's \Harmony" Between the Priniples of

\Rest" and \Least Ation" (The Coneptual Making

ofAnalytialMehanis)",ArhiveforHistoryofExat

Sienes54(1999),67-86.

2. Dijksterhuisesreveuumadasmelhoreshistorias

daMe^ania: TheMehanizationoftheWorldPiture;

em Ingl^es, Oxford University Press, 1961; Prineton

UniversityPress,1986.

3. Ouseja, maquinasavaporn~ao s~ao boas, poiso

vaporesempredestrudoealoradiionalegastopara

formarum novovapor. Assim,Carnotsup^osuma

ou-trasubst^aniaparaamaquinaideal;elepensouemar,

masemelhorpensaremumgasperfeito.

4. Aequa~aodaisotermaefailmenteobtida:

LeidosGasesPerfeitos: PV =R T = onstante:

Carnotn~ao onheiaa equa~ao da adiabatia, que

foiahadaporPoisson,porvoltade1824. Elaeobtida

resolvendoosistemadeequa~oes:

equa~aoonstitutiva: dU =C

v dT

LeideJoule: dU C

v

dT = PdV

LeidosGasesPerfeitos: PV =R T :

Asequa~oess~ao:

isoterma: PV = onstante

adiabatia: PV

= onstante=TV 1

= C

p

C

v =

C

v +R

C

v

=1+ R

C

v :

Afun~aodosproessosadiabatiosetransportaralordeumafonteaoutra,semperdas;elesforneemequa~oes

devnulo:

T

+ V

1

2

=T V 1

3

T

+ V

1

1

=T V 1

4 ;

V2

V =

V3

(10)

Osproessosisotermost^emfun~aodin^amia,poisproduzemtrabalhoas ustasdealorouvie-versa:

alorretiradodafontequente: Q=T

+ ln

V

2

V

1 ;

alortransferidoparaafontefria: q=T ln V

3

V

4

=T ln V

2

V

1 ;

trabalho: W =Q q=( T

+

T )ln V

2

V

1 :

d

5. Seamaquinadiretaproduzirmenostrabalhoque

areversa,esoinverterofunionamento dasmaquinas

para queoargumentodaprovapossaserapliado. De

formaqueahipotesedeCarnotn~aoerestritiva.

6. Noasodamaquinaavapor,opreoepagoem

\moeda" de ombustvel queimadopara formar vapor

eparaaqueerafonte quente.

7. Se for Q 0

< Q, e so inverter o funionamento

dasmaquinasparaqueoargumentodaprovapossaser

apliado. Deformaqueahipotesen~aoerestritiva.

8. Clausius nuna provou que a fun~ao T e a

propria temperatura; ele so o mostra para o gas

per-feito. Posteriormente, em sua axiomatia da T

ermo-din^amia (1865), ele postula que T e a temperatura e

muda o nome valor de eq uival^enia da transforma~ao

para entropia, uma palavra que ele unhou para

lem-brartransforma~ao(trope,emgrego)eenergia.

9. No aso de tr^es temperaturas, a ei^enia

de-pende, tambem, de raz~oes dos volumes: As fontes

quente e intermediaria forneem alor Q

+ e Q

i ,

res-petivamente,ent~ao:

ei^enia= W

Q

+ +Q

i =

= (T

+ T

i )ln

V4

V

3 +(T

+

T )ln V5

V

6

(T

+ T

i )ln

V4

V

3 +T

+ ln

V5

V

6 :

No aso tratado por Clausius, em que Q

+ = W,

segue-seque V

4

V

3

V

5

V

6 =

T

Ti

e,ent~ao,aei^eniasodepende

dastemperaturas.

Pelo teorema,Q eW s~ao iguaispara as maquinas

onstrudasomdiferentessubst^aniasdetrabalho,logo

a ei^enia e a mesma. Entretanto, volumes podem

apareer na express~ao da ei^enia, omo aima. A

ondi~ao para que o teorema seja valido e que as

raz~oes V4

V3 e

V5

V6

sejam,respetivamente,iguaisnasduas

maquinas,mas n~ao neessariamente osvalores V

3 , V

4 ,

V

5 eV

6

tomadosseparadamente.

No aso de duas temperaturas, a situa~ao e mais

simples. O grao de Carnot, para diferenas

inni-tesimais de press~ao e de volume pode ser reduzido a

um ret^angulo, dV dP; logo a expans~ao de volume na

isoterma quente e igual a ompress~ao de volume na

isoterma fria, logo, no ilo innitesimal, V

1 V

4 e

V

2 V

3

; omo oilo nito pode serentendido omo

ompostodeilosinnitesimais,omesmovale parao

ilototal,nito.

Agradeimentos

Agradeo a Professora Teresa Stuhi, olega e

amiga, pelas muitas disuss~oes e sugest~oes, que,

er-tamente,melhoraram meuartigo.

Este trabalho ontou om suporte naneiro da

Funda~ao UniversitariaJoseBonifaio(FUJB)ao

De-partamentodeFsiaMatematiadoInstitutodeFsia

daUFRJ.

Leitura Suplementar

Essa leitura da Termodin^amia e defendida nos

meus artigos seguintes, onde o leitor podera

enon-trar, tambem, ampla bibliograa da Historia da T

er-modin^amia:

|SadiCarnot: HistoriasePre-Historias,Revista

daUSP,7(1990),61-78.

|A Path from Watt's Engine to the Priniple

ofHeatTransfer,in:DagPrawitzeDagWesterst_ahl

(editores), Papers in Logi, Methodology and

Philo-sophy of Siene, Kluwer Aademi Publishers,

Dor-dreht,1994,425-437.

|TheConeptualImport ofCarnot's Theorem

totheDisoveryoftheEntropy,juntoomSimone

PinheiroPintoeDeisemarHollandaCassiano,Arhive

forHistory ofExatSienes, 49(1995),135-161.

| Sadi Carnot: O Prometeu Moderno, in:

Il-deu de Castro Moreira (editor), Cole~ao Classios da

Ci^enia, prefaioaovol.1,\Reex~oessobre aPot^enia

MotrizdoFogo, deSadi Carnot",editoradaUFRJ,a

Imagem

Figura 1. O Cilo de Carnot. O ilo de Carnot  e de-
Figura 3. O Teorema de Carnot, omo entendido por
Figura 4. O Cilo de Tr^ es Temperaturas. O alor reti-
Figura 5. Cilo de Carnot innitesimal. O ilo pode ser aproximado por um paralelo gramo

Referências

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