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Gravidade do transtorno fonológico, consciência fonológica e praxia articulatória em pré-escolares

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Academic year: 2017

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GRAVIDADE DO TRANSTORNO FONOLÓGICO, CONSCIÊNCIA

FONOLÓGICA E PRAXIA ARTICULATÓRIA EM PRÉ-ESCOLARES

Tese apresentada à Universidade Federal de São Paulo – Escola Paulista de Medicina, para obtenção do título de Mestre em Ciências.

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Thaís Nobre Uchôa Souza

GRAVIDADE DO TRANSTORNO FONOLÓGICO, CONSCIÊNCIA

FONOLÓGICA E PRAXIA ARTICULATÓRIA EM PRÉ-ESCOLARES

Tese apresentada à Universidade Federal de São Paulo – Escola Paulista de Medicina, para obtenção do título de Mestre em Ciências.

Orientador: Dra. Clara Regina Brandão de Ávila.

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Souza, Thaís Nobre Uchôa

Gravidade do transtorno fonológico, consciência fonológica e praxia articulatória em pré-escolares /

Thaís Nobre Uchôa Souza – São Paulo, 2010.

xiv, 119f.

Tese (Mestrado) Universidade Federal de São Paulo. Programa de Pós-Graduação em Ciências dos Distúrbios da Comunicação Humana

Severity of phonological disorder, phonological awareness and articulatory praxis in preschoolers

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UNIVERSIDADE FEDERAL DE SÃO PAULO

Escola Paulista de Medicina

Programa de Pós-Graduação em

Distúrbios da Comunicação Humana

Chefe do Departamento de Fonoaudiologia: Profª. Drª Maria Cecília Martinelli Iório Coordenadora do Programa de Pós-Graduação: Profª. Drª Brasília Maria Chiari

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Thaís Nobre Uchôa Souza

GRAVIDADE DO TRANSTORNO FONOLÓGICO, CONSCIÊNCIA

FONOLÓGICA E PRAXIA ARTICULATÓRIA EM PRÉ-ESCOLARES

Presidente da banca:

Profª. Drª: _____________________________________________________________

BANCA EXAMINADORA

Profª. Drª. Haydée Wertzner _____________________________________________

Profª. Drª. Jacy Perissinoto ______________________________________________

Profª. Drª. Marilena Manno Vieira __________________________________________

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Ao meu marido Lucas, pelo amor, companheirismo e incentivo de todas as horas.

Aos meus pais e irmãos, que sempre me apoiaram e se orgulharam das minhas conquistas.

Aos meus sobrinhos Pê e Bê, por me proporcionarem momentos de plena felicidade em meio às angústias e

incertezas desta caminhada.

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À Universidade Federal de São Paulo – UNIFESP, pela parceria firmada com a Universidade Estadual de Ciências da Saúde de Alagoas – UNCISAL, possibilitando a oportunidade de concretizar esta formação e pelas experiências profissionais proporcionadas.

À Profa. Dra. Brasília Maria Chiari, coordenadora do Programa de Pós-Graduação em Distúrbios da Comunicação Humana, pela confiança depositada desde o início, pelo incentivo nos momentos de fraqueza e, sobretudo, pela oportunidade oferecida.

À minha orientadora, Profa. Dra. Clara Regina Brandão de Ávila, pela atenção sempre dedicada, pelas reflexões proporcionadas e pelos ensinamentos compartilhados.

Ás pós-graduandas Dri, Carol e Ju, orientandas da Profa. Clara, por nos acolher sempre tão bem na UNIFESP.

À Faculdade de Fonoaudiologia de Alagoas, em especial, à Profa. Ms. Luzia Miscow da Cruz Payão, pelo apoio e incentivo em todos os momentos da minha trajetória acadêmica e pelos momentos de estudo e reflexão compartilhados no Projeto Desvio Fonológico.

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Ao Prof. Ms. Marcos Leal, pela atenção, apoio e orientações dadas no início da caminhada.

À Escola Parque Monsenhor Luiz Barbosa, por toda receptividade, credibilidade e pelo respeito à pesquisa.

Às crianças e suas famílias, pela confiança e aceitação em participar desta pesquisa.

À Médica Otorrinolaringologista Mariana Nobre Pinheiro, pelas avaliações otorrinolaringológicas desta pesquisa, e, sobretudo por ser minha irmã, companheira fiel e presente em todos os momentos da minha vida.

À Fonoaudióloga Aline Cabral e à Estatística Thais Cocarelli, pelo trabalho de análise estatística realizado.

À Fonoaudióloga e Amiga Ranilde Cristiane Cavalcante Costa, pela parceria firmada desde a graduação, compartilhando comigo todos os momentos difíceis e todas as alegrias dessa conquista.

A todos os colegas do Programa de Pós-Graduação em Distúrbios da Comunicação Humana pelos momentos compartilhados, e em especial às amigas Sabrina Pimentel, Waléria Ferreira, Conceição Pessoa e Kristhine Brandão, por terem tornado essa caminhada mais prazerosa.

Aos familiares, amigos e, sobretudo a Deus, sempre presentes em minha vida.

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Sumário

Dedicatória ... v

Agradecimentos ... vi

Listas ... ix

Resumo ... xv

INTRODUÇÃO ... 1

REVISÃO DA LITERATURA ... 6

MÉTODO ... 31

RESULTADOS ... 47

DISCUSSÃO ... 58

CONCLUSÕES ... 79

ANEXOS ... 82

APÊNDICE ... 105

REFERÊNCIAS ... 109

Abstract

(12)

Lista de Tabelas

Tabela 1. Distribuição dos pré-escolares do GP e do GC, segundo sexo e

faixa etária ... 49

Tabela 2. Distribuição dos pré-escolares do GP segundo a presença de

processos fonológicos produtivos ... 50

Tabela 3. Distribuição dos pré-escolares do GP segundo a gravidade do

Transtorno Fonológico ... 50

Tabela 4. Distribuição dos pré-escolares do GP segundo sexo e a gravidade

do Transtorno Fonológico ... 51

Tabela 5. Distribuição dos pré-escolares do GP segundo a faixa etária e a

gravidade do Transtorno Fonológico ... 51

Tabela 6. Distribuição das médias absolutas de acertos dos pré-escolares do GP e do GC, por tarefa de Consciência Fonológica, na comparação intergrupo ...

52

Tabela 7. Distribuição das médias percentuais de acertos dos pré-escolares

do GP e do GC, em CFNS e CFNF, na comparação intragrupo ... 52

Tabela 8. Distribuição dos pré-escolares do GP e do GC de acordo com o

número de acertos na prova de Praxia Articulatória ... 53

Tabela 9. Distribuição das médias absolutas de acertos dos pré-escolares do GP e do GC, segundo a prova de Praxia Articulatória, na

comparação intergrupo ... 53

Tabela 10. Distribuição dos pré-escolares do GP segundo a adequação de desempenho nas tarefas de Consciência Fonológica e a gravidade

do Transtorno Fonológico ... 54

Tabela 11. Distribuição dos pré-escolares do GP segundo a gravidade do Transtorno Fonológico e a adequação do desempenho na prova de

Praxia Articulatória ... 54

(13)

Tabela 12. Distribuição dos pré-escolares do GP segundo o grau de gravidade do Transtorno Fonológico e o reagrupamento por adequação ou

inadequação em Consciência Fonológica e Praxia Articulatória ... 55

Tabela 13. Distribuição das médias do PCC dos pré-escolares do GP, segundo o reagrupamento por adequação ou inadequação em

Consciência Fonológica e Praxia Articulatória ... 56

Tabela 14. Correlações entre as variáveis PCC, CFT, CFNS, CFNF e Praxia

Articulatória no GP ... 57

Tabela 15. Correlações entre as variáveis CFT, CFNS, CFNF e Praxia

Articulatória no GC ... 57

(14)

Lista de Quadros

xi

Quadro 1. Fórmula para o cálculo do PCC ... 40

Quadro 2. Produções consonantais consideradas corretas e incorretas para o

cálculo do PCC ... 40

Quadro 3. Escores de referência para a classificação do desempenho dos pré-escolares do GP e GC em Consciência Fonológica Total, Consciência Fonológica nível de sílaba e Consciência Fonológica nível de fonema (Moojen et al, 2003) ...

42

Quadro 4. Valores de referência para a classificação da Praxia Articulatória

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Lista de Anexos

Anexo 1. Carta de Aprovação do Comitê de Ética em Pesquisa da

Universidade Estadual de Ciências da Saúde de Alagoas ... 83

Anexo 2. Carta de Aprovação do Comitê de Ética em Pesquisa da Universidade Federal de São Paulo / Hospital São Paulo ... 84

Anexo 3. Declaração de Autorização da Faculdade de Fonoaudiologia de Alagoas ... 86

Anexo 4. Declaração de Autorização da Escola Parque Monsenhor Luiz Barbosa ... 87

Anexo 5. Termo de Consentimento Livre e Esclarecido ... 88

Anexo 6. Formulário de Coleta de Dados ... 90

Anexo 7. Protocolo de Triagem do Desenvolvimento Infantil ... 91

Anexo 8. Protocolo de Avaliação Otorrinolaringológica ... 92

Anexo 9. Protocolo de Avaliação Audiológica ... 93

Anexo 10. Protocolo de Avaliação Fonológica da Fala – Imitação ... 94

Anexo 11. Protocolo de Avaliação Fonológica da Fala – Nomeação ... 96

Anexo 12. Protocolo de Análise dos Processos Fonológicos – Nomeação ... 98

Anexo 13. Protocolo de Análise dos Processos Fonológicos – Imitação ... 100

Anexo 14. Protocolo de Análise da Gravidade do Transtorno Fonológico ... 102

Anexo 15. Protocolo de Avaliação da Consciência Fonológica ... 103

Anexo 16. Protocolo de Avaliação da Praxia Articulatória ... 104

(16)

Lista de Apêndice

xiii

Apêndice 1. Protocolo de Avaliação da Hipótese de Escrita ... 106

Apêndice 2. Distribuição dos pré-escolares do GP e do GC segundo a hipótese de escrita ...

107

Apêndice 3. Distribuição dos pré-escolares do GP segundo a faixa etária, sexo, gravidade, PCC, Consciência Fonológica, Praxia Articulatória e Agrupamento por adequação ou inadequação em

(17)

Lista de abreviaturas e símbolos

DSM IV = Manual Diagnóstico e Estatístico de Transtornos Mentais PCC = Porcentagem de Consoantes Corretas

NCC = Número de Consoantes Corretas NCI = Número de Consoantes Incorretas

PCC-R = Porcentagem de Consoantes Corretas-Revisado PDI = Densidade de Processos Fonológicos

CONFIAS = Consciência fonológica: instrumento de avaliação seqüencial CFT = Consciência Fonológica Total

CFNS = Consciência Fonológica Nível de Sílaba CFNF = Consciência Fonológica Nível de Fonema PB = Português Brasileiro

CCV = Consoante Consoante Vogal PCF = Prova de Consciência Fonológica

PCFO = Prova de Consciência Fonológica por Produção Oral TDE = Teste de Desempenho Escolar

GTF = Grupo com Transtorno Fonológico CEP = Comitê de Ética em Pesquisa

CONEP = Comissão Nacional de Ética e Pesquisa

UNCISAL = Universidade de Ciências da Saúde de Alagoas UNIFESP = Universidade Federal de São Paulo

GP = Grupo Pesquisa GC = Grupo de Comparação

UTFONO = Unidade de Tratamento em Fonoaudiologia Prof. Jurandir Bóia Rocha TCLE = Termo de Consentimento Livre e Esclarecido

SMO = Sistema Motor Oral

ABFW = Teste de Linguagem Infantil

SPSS = Statistical Package for Social Sciences CAS = Apraxia de Fala na Infância

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Resumo

Objetivo: caracterizar um grupo de pré-escolares com Transtorno Fonológico segundo a gravidade do transtorno, o nível de consciência fonológica e o desempenho em provas de praxia articulatória, e investigar a existência de correlações entre essas variáveis. Método:

Participaram 56 pré-escolares (meninos e meninas) na faixa etária entre 04 anos a 06 anos e 11 meses, com e sem queixa relacionada à fala. Foram separados em Grupo Pesquisa – GP (28 pré-escolares) e Grupo de Comparação – GC (28 pré-escolares pareados aos do GP) segundo a presença ou ausência de alterações de fala, respectivamente. Foram avaliados quanto à fala por meio do Teste de Linguagem Infantil - ABFW - Parte A: Fonologia, proposta por Wertzner (2004), que possibilitou a análise dos processos fonológicos e a posterior identificação da gravidade do transtorno fonológico por meio do cálculo da Porcentagem de Consoantes Corretas - PCC (Shriberg, Kwiatkowski,1982). As habilidades de Consciência Fonológica foram estudadas a partir do teste Consciência Fonológica: Instrumento de Avaliação Seqüencial (CONFIAS), elaborado por Moojen et al. (2003). Avaliaram-se as praxias articulatórias por meio do Protocolo de Avaliação das Praxias Articulatórias e Buco-faciais (Campos, Hage, 2001). Os dados foram tabulados e analisados por meio do aplicativo Statistical Package for Social Sciences (SPSS) versão 16.0. Aplicou-se o teste não-paramétrico de Mann-Withney U e o teste Wilcoxon para comparar variáveis intragrupo e intergrupo e o

teste de correlação bivariada, por meio do coeficiente de Spearman, para correlacionar as variáveis. Foi adotado o intervalo de confiança de 95%. Resultados: Os pré-escolares com Transtorno Fonológico apresentaram desempenho inferior aos seus pares sem alterações de fala em tarefas de consciência fonológica e praxia articulatória. A gravidade do Transtorno Fonológico mostrou correlação estatística de fraca a moderada, com consciência fonológica e praxia articulatória. A praxia articulatória mostrou correlação estatística fraca com consciência fonológica em nível de fonema nos pré-escolares com Transtorno Fonológico. Em ambos os grupos foi constatada a existência de correlação positiva moderada entre consciência fonológica total, consciência fonológica nível de sílaba e consciência fonológica nível de fonema. Conclusão: O grupo de pré-escolares com Transtorno Fonológico caracterizou-se pela maior quantidade de meninos, da faixa etária de 5 anos e do grau de gravidade levemente-moderado. A gravidade do Transtorno Fonológico apresentou correlação com a consciência fonológica e com a praxia articulatória. A praxia articulatória apresentou correlação com a consciência fonológica em nível de fonema nos pré-escolares com Transtorno Fonológico.

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O Transtorno Fonológico (TF) tem sido amplamente estudado nos últimos anos e ao longo desse tempo tem recebido diferentes denominações como Desvio Fonológico, Distúrbio Fonológico e Desvio Fonológico Evolutivo. Transtorno Fonológico, termo escolhido para nos referirmos às alterações de fala presentes nos pré-escolares deste estudo, tem como principal característica o fracasso em utilizar os sons da fala esperados para o estágio de desenvolvimento e apropriados para a idade e dialeto do indivíduo. Inclui erros de produção fonológica, que envolvem o fracasso em formar corretamente os sons da fala, e problemas fonológicos de base cognitiva, que envolvem um déficit na categorização lingüística dos sons da fala (DSM-IV, 1995).

Refere-se à presença de erros na produção de fala, por alterações de uso, organização e representação mental dos fonemas. Desta forma pode estar associado a déficits cognitivo-linguísticos e/ou motores, os quais foram focos de interesse desse estudo.

(21)

Diferentes causas podem estar relacionadas à presença do TF. Cinco subtipos, cada um relacionado a um fator etiológico diferente, são citados: atraso de fala genético, otite média com efusão, apraxia de desenvolvimento, envolvimento psicológico e erros residuais (Shriberg et al., 2003). Além disso, pesquisas têm sido desenvolvidas para identificar possíveis marcadores que auxiliem no diagnóstico dos subtipos do Transtorno Fonológico (Silva, Wertzner, 2008; Papp, Wertzner, 2008; Castro, 2009).

Poucos estudos (Wertzner et al 2008; Silva, Wertzner, 2008; Castro, 2009) direcionaram suas investigações para o entendimento das relações existentes entre o processamento fonológico e o processamento motor da fala. Alguns apresentam informações sobre o processamento motor da fala, analisado por meio das praxias articulatórias em crianças com alteração de fala (Campos, Hage, 2001, Shriberg et al 2003, Oliveira et al, 2005; Farias et al, 2006; Gahyva et al, 2008), mas não realizaram investigações sobre possíveis correlações entre a praxia, a gravidade do transtorno e a consciência fonológica.

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conheça de forma satisfatória a relação que o grau de gravidade pode ter com a produção, as praxias, a realização de tarefas cognitivas ou metacognitivas, ou, ao contrário, a influência que certas características do transtorno possam ter sobre a gravidade do quadro. Desta forma, torna-se evidente a necessidade da realização de pesquisas que analisem os componentes cognitivo-linguisticos e motores da fala nos diferentes graus de gravidade do Transtorno Fonológico.

Diante dessas colocações, estabeleceram-se as seguintes hipóteses para essa pesquisa:

1. Há diferença no desempenho dos pré-escolares com e sem Transtorno Fonológico nas tarefas de consciência fonológica e praxia articulatória

2. Há associação entre o Percentual de Consoantes Corretas (PCC) e o número e o tipo de habilidades em que os pré-escolares mostraram inadequações

3. Existe correlação entre a gravidade do Transtorno Fonológico, a consciência fonológica e a praxia articulatória.

Objetivos

Objetivo geral:

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Objetivos específicos:

 Caracterizar o grupo de pré-escolares segundo:

 sexo

 faixa etária

 grau de gravidade do transtorno

 desempenho em provas de consciência fonológica

 desempenho em provas de praxia articulatória

 Comparar o desempenho dos pré-escolares com e sem Transtorno Fonológico nas tarefas de consciência fonológica e praxia articulatória.

 Investigar possíveis associações entre o Percentual de Consoantes Corretas (PCC) e o número e o tipo de habilidades em que os pré-escolares mostraram inadequações.

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Neste capítulo será apresentada em ordem cronológica a fundamentação teórica necessária ao embasamento das discussões desse estudo.

(26)

Lamprecht (1986) observou que a análise lingüística da fala das crianças com transtorno fonológico evidencia a natureza regular e previsível das alterações encontradas.

Shriberg et al. (1986) analisaram 114 sujeitos com Transtorno Fonológico quanto à gravidade de envolvimento (medida pelo PCC) e concluíram que houve a prevalência de comprometimentos de leve a levemente-moderado, com aproximadamente 80% das palavras emitidas de forma inteligível. As crianças com transtorno fonológico de grau severo constituíram menos de 10% dessa população.

Yavas, Haase (1988) definiram a metalinguagem como a capacidade de o indivíduo tratar a linguagem como um objeto de análise e reflexão. Ela é observada em situações nas quais o indivíduo emite julgamentos sobre as unidades lingüísticas ou as analisa. Nestas situações, a atenção do indivíduo dirige-se para a expressão lingüística, e não para aquilo que é transmitido. Trata-se do oposto do que geralmente ocorre em situações de comunicação, em que a linguagem funciona como instrumento para atingir um objetivo. Nas atividades metalingüísticas, ela é o próprio objetivo.

Yavas, Haase (1988) ressaltaram que, apesar de as crianças tornarem-se ouvintes e falantes, razoavelmente competentes, ao redor dos quatro ou cinco anos de idade, elas ainda não são capazes de refletir sobre a linguagem, deslocada do contexto comunicativo. É por volta desta idade que as habilidades de consciência fonológica emergem, desenvolvendo-se, gradualmente, até o final da segunda infância.

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é mais fácil que o acesso aos fonemas devido à existência de marcadores auditivos diretos, picos de energia acústica, correspondendo ao número de sílabas.

Bertelson, De Gelber (1990) esclareceram que a precedência da consciência suprafonêmica em relação à fonêmica deve-se ao fato de que sílabas isoladas e outros segmentos mais amplos são identificáveis como unidades significativas da fala, enquanto que os fonemas não o são, só se tornando unidades significativas quando se associam a outros fonemas formando unidades significativas maiores.

Haase (1990) explicou que a habilidade metalingüística difere das operações normais da linguagem que envolvem processos automáticos, uma vez que esta requer atenção consciente, intencionalidade e planejamento.

Ferreiro, Teberosky (1991) propuseram classificação da escrita em níveis: pré-silábico (não há relação entre a oralidade e a escrita), silábico (inicia-se uma relação entre a palavra falada e o uso de letras para representar seus segmentos), silábico-alfabético (ao escrever uma palavra o uso das letras corresponde de forma mais precisa aos segmentos desta palavra) e alfabético (a utilização das letras, ao escrever uma palavra, respeita o padrão ortográfico).

Andrade et al (1991) relataram que 54,54% dos casos atendidos no serviço de Fonoaudiologia em um Centro de Saúde de São Paulo tinham alterações fonéticas e/ou fonológicas, 22,0% atrasos na aquisição da linguagem; 14,77%, alterações de leitura e escrita causadas por problemas na comunicação oral; 3,36% alterações do sistema sensório-motor oral; 1,68%, distúrbios de fluência e 3,36% apresentaram outras alterações e manifestações na comunicação.

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Webster, Plante (1992) compararam as habilidades de consciência fonológica de crianças com transtorno fonológico e crianças fonologicamente normais, na faixa etária de 6 anos e 5 meses a 8 anos e 6 meses. Os resultados mostraram que as crianças fonologicamente normais tiveram desempenho significativamente melhor em três das quatro tarefas de consciência fonológica investigadas.

Shriberg, Kwiatkowski (1994) realizaram pesquisa buscando analisar a gravidade do Transtorno Fonológico em crianças e constataram que os graus moderadamente-severo e severo são menos encontrados em crianças com transtorno fonológico.

Flores (1994) esclareceu que a consciência fonológica desenvolve-se gradualmente durante a infância, ao longo de um continuum, que engloba desde um

grau nulo de consciência, passando pela sensibilidade, pelo “dar-se conta”, até a consciência em si. Este continuum se caracteriza por etapas evolutivas sucessivas,

mas não necessariamente lineares, devido às variáveis intervenientes no desenvolvimento da criança, como ambiente sócio-econômico-cultural, desenvolvimento biológico e aprendizado da leitura.

O DSM-IV (1995) considerou que a característica essencial do transtorno fonológico é o fracasso em utilizar os sons da fala esperados para o estágio de desenvolvimento e apropriados para a idade e dialeto do indivíduo. Inclui erros de produção fonológica, que envolvem o fracasso em formar corretamente os sons da fala, e problemas fonológicos de base cognitiva, que envolvem um déficit na categorização lingüística dos sons da fala.

Wertzner (1995) analisou a ocorrência de processos fonológicos durante a aquisição do sistema fonológico de 64 crianças entre 03 e 07 anos e verificou que os processos de simplificação de líquida, simplificação de consoante final e simplificação de encontro consonantal foram os últimos a serem eliminados.

(29)

maneira, a habilidade de realizar movimentos de forma seqüencial, necessita da interação com a própria produção dos sons da fala.

Hanson, Barret (1995) explicaram que as crianças emitem inicialmente sons que exigem o funcionamento de músculos maiores, em menor número e que conseqüentemente necessitam de um menor grau de coordenação, somente se tornando capazes de produzir sons elaborados a partir do desenvolvimento fisiológico e da habilidade de executar sons simples.

Segundo Gough et al. (1995) a consciência fonológica é uma constelação de habilidades heterogêneas cujos componentes têm propriedades distintas, que envolvem diferentes níveis lingüísticos (sílabas, unidades intra-silábicas e fonemas) e desenvolvem-se em diferentes tempos. Não é uma variável única, binária e dicotômica, pois possui uma estrutura hierárquica que atua através de estágios, iniciando com a consciência de unidades mais globais até chegar à consciência plena dos segmentos fonêmicos da fala. No entanto refere que a mesma já foi considerada como algo monolítico e homogêneo, ou seja, a criança tinha ou não.

Capovilla, Capovilla (1997) referiram que a consciência silábica se desenvolve anteriormente à fonêmica e que isto ocorre porque as sílabas se manifestam como unidades maiores, enquanto a consciência fonêmica parece necessitar de experiências particulares, não surgindo espontaneamente com a maturação cognitiva.

Grégorie, Piérart (1997) afirmaram que os estágios inicias de consciência fonológica (suprafonêmica) contribuem para o desenvolvimento dos estágios iniciais de leitura e escrita e que, por sua vez, as habilidades desenvolvidas no processo de aprendizagem da linguagem escrita contribuem para o desenvolvimento das habilidades mais complexas de consciência fonológica (fonêmica), o que fortalece a hipótese de que os processos de conscientização fonológica e de aquisição de leitura e escrita são recíprocos e facilitam-se mutuamente. É possível que certos níveis de consciência fonológica (sílabas e unidades intra-silábicas) precedam a aprendizagem da leitura, enquanto outros mais avançados (fonemas) resultem dessa aprendizagem.

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letras em 15 crianças com transtorno fonológico e 15 crianças fonologicamente normais, acompanhadas dos 03 anos e 06 meses até os 06 anos de idade. Os autores concluíram que as crianças com transtorno fonológico obtiveram desempenho inferior ao grupo de crianças fonologicamente normais.

Stackhouse (1997) afirmou que há uma relação recíproca entre consciência fonológica e alfabetização e que quanto mais grave o transtorno fonológico, menos desenvolvida estará a consciência fonológica.

Milloy (1997) explicou que a aquisição da fonologia interage com a aquisição do controle motor da fala. Para produzir uma seqüência de sons é preciso que a criança tenha habilidade de acionar o trato vocal e ordenar os movimentos dos músculos. A práxis da articulação depende da emergência de contrastes fonéticos e da produção de longas seqüências. Para a autora, um sistema de fala inteligível é resultado do desenvolvimento da precisão dos movimentos, do aumento da capacidade lexical e da capacidade de auto-regulagem.

Gierut (1998) esclareceu que no Transtorno Fonológico os componentes fonéticos e fonêmicos podem estar comprometidos. A alteração fonética pode se refletir numa inabilidade para articular os sons, com uma dificuldade de comunicação envolvendo o componente motor, enquanto que a alteração fonêmica pode afetar o modo pela qual a informação sonora é armazenada e representada no léxico mental ou acessada e recuperada cognitivamente, nesse caso a dificuldade de comunicação teria uma base lingüística ou cognitiva.

Martins (1998) referiu que o desenvolvimento mais precoce da consciência silábica em relação à consciência fonêmica pode ser explicado devido a alguns fatores, como a evidente diferença entre a saliência das sílabas e dos fonemas. Complementou explicando que a sílaba pode se decompor em duas partes denominadas como ataque (onset), que é a consoante ou as consoantes iniciais da sílaba, e rima (rime), que é formada pelo conjunto de fonemas que seguem à consoante inicial.

(31)

3,8% e que este é 1,5 vezes mais prevalente em meninos (4,5%) do que em meninas (3,1%).

Franco, Ávila (2000) investigaram os achados fonoaudiológicos em 30 relatórios de avaliação de crianças com queixa de distúrbio de fala, com idades entre 04 a 06 anos, por meio da análise da freqüência de ocorrência e análise comparativa destas possíveis alterações. Os resultados mostraram que 76,7% apresentam alteração de fala, sendo que, destes, 60% apresentam alteração de linguagem e 40% apresentam alteração de fala e linguagem. As autoras ainda relataram que em 100% dos casos estudados houve concomitância da alteração de fala com outras desordens (ou alterações) fonoaudiológicas, principalmente ligadas às alterações do sistema sensório motor oral (em 93,3% dos casos).

Oliveira, Wertzner (2000) referiram que alguns processos fonológicos característicos do final da aquisição fonológica parecem não comprometer a inteligibilidade de fala, mas que alterações nos processos fonológicos do início do desenvolvimento parecem comprometer fortemente a inteligibilidade de fala.

Kent (2000) referiu que a execução da fala é um complexo ato motor que requer a participação de múltiplos subsistemas. Segundo o autor, a produção da linguagem falada inclui aspectos pré-lingüísticos (intenção, mensagem pré-verbal), formulação da linguagem (seleção lexical e construção sintática), operações fonológicas, especificações fonéticas e o controle motor do sistema de produção de fala para gerar padrões acústicos. Assim, o input para o sistema de controle motor da fala é uma representação fonológica da linguagem e o output do controle motor da fala é uma série de movimentos articulatórios que transferem a mensagem lingüística pretendida por meio de um sinal acústico que pode ser interpretado pelo ouvinte.

(32)

superior, inferior e da mandíbula. A organização destes movimentos mostrou a mudança que ocorre nos primeiros anos de vida e que continua com o refinamento dos movimentos até os 06 anos. Os resultados das 03 primeiras faixas etárias mostraram o desenvolvimento da coordenação de lábios e de mandíbula para a fala com integração, diferenciação e refinamento dos movimentos. A interferência dos efeitos do desenvolvimento fisiológico sobre a aquisição fonológica não foi determinada, embora a relação entre coordenação articulatória imatura e pobre inteligibilidade da fala precoce seja óbvia.

Meyer (2000) salientou que os movimentos de lábios, língua e mandíbula sofrem modificações, e que os movimentos indiferenciados no início da infância passam a ser refinados e diversificados conforme o desenvolvimento. Essas transformações também são fundamentais para alcançar níveis mais elevados de precisão e coordenação articulatória, importantes para a efetividade da comunicação oral.

Carvalho, Alvarez (2000) referiram que a consciência fonológica pode ser explicada como a capacidade de compreender que a linguagem oral pode ser dividida em componentes cada vez menores: sentenças em palavras, palavras em sílabas, e, estas, em fonemas, e que estes fonemas podem ser manipulados.

Moojen, Santos (2001) avaliaram 101 crianças da faixa etária de 6 anos de escolas particulares da cidade de Porto Alegre - RS, e observaram que as habilidades fonológicas mais fáceis foram a síntese silábica, seguida da identificação de palavra com mesma sílaba inicial e, posteriormente, a produção de palavra com fonema inicial. As habilidades fonológicas mais difíceis para todas as crianças estiveram relacionadas à consciência de fonemas (à transposição e segmentação). Houve uma complexidade crescente que partiu da consciência da sílaba para a do fonema, embora tenham encontrado crianças que evidenciaram bom desempenho no nível de consciência do fonema antes do vencimento de todas as etapas de consciência da sílaba. A transposição fonêmica foi a única tarefa que os sujeitos não alfabetizados não conseguiram executar.

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grupo de 18 crianças com transtorno fonológico, emparelhado com um grupo controle, com idades entre 4:7 e 7:6. A autora observou que o grupo com transtorno fonológico obteve desempenho inferior (11 acertos) na média de acertos na PCF, com diferença estatística, ao grupo sem alteração fonológica (15 acertos) e concluiu que o transtorno fonológico está relacionado às dificuldades em consciência fonológica.

Vieira (2001) complementou explicando que o processo de alfabetização possibilita um maior contato da criança com o ensino formal da leitura e da escrita e, também, com a tomada de consciência das conversões grafemas/fonemas. Isto auxilia no desenvolvimento das habilidades em consciência fonológica, mais especificamente as que envolvem fonemas.

Cielo (2001) verificou as habilidades de 85 crianças, de ambos os sexos, com idades entre 04 e 08 anos de idade, de escolas públicas e privadas, em tarefas de consciência fonológica com diferentes graus de complexidade. Os resultados obtidos permitiram a autora concluir que, na maior parte das tarefas, as crianças apresentaram desempenhos diferentes entre as idades 04 e 05 anos, e/ou 06 e 07anos e/ou 8 anos de idade, praticamente havendo um divisor de águas entre as faixas etárias de 04, 05 e 06 anos e entre as idades de 07 e 08 anos. Os achados permitiram a autora observar que o desempenho das crianças melhorou consoante o aumento da idade e que foi melhor nas tarefas de realismo nominal, de síntese e segmentação silábica e foi pior em tarefa de reversão fonêmica.

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aos cinco anos, começa a emergir aos seis anos, para, entre os sete e oito anos, todos os tipos de habilidades em consciência fonêmica parecerem solidificados.

Wertzner et al. (2001) pesquisaram a relação entre duas medidas de classificação do transtorno fonológico, e a correlação entre estas e os processos fonológicos. Aplicaram o PCC e o Índice de Ocorrência dos Processos (PDI), na análise da fala de 22 sujeitos, com idades entre 04 anos, 06 meses e 16 anos, 01 mês. Os resultados obtidos mostraram que a severidade e a inteligibilidade de fala apresentaram-se em graus variados, com maior ocorrência de transtorno fonológico de grau levemente-moderado, seguido de moderadamente-severo, leve e severo.

Campos, Hage (2001) realizaram estudo com o objetivo de definir valores de referência para as praxias articulatórias, buco-faciais e manuais em crianças de três faixas etárias: 03 anos e 06 meses a 04 anos e 05 meses, 04 anos e 06 meses a 05 anos e 05 meses e 05 anos e 06 meses a 06 anos e 06 meses. Foram selecionadas 120 crianças com desenvolvimento normal de linguagem para compor o grupo controle e estas foram comparadas com 50 crianças com alterações articulatórias, que formaram o grupo experimental. Os resultados demonstraram que o grupo experimental apresentou desempenho inferior ao grupo controle para as três variáveis analisadas. Também possibilitaram o estabelecimento de um escore mínimo esperado para cada faixa etária pesquisada, podendo assim, indicar a presença de imaturidade ou alteração no desenvolvimento das praxias articulatórias, buco-faciais e manuais em crianças.

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Analisando as habilidades de consciência fonológica em crianças na faixa etária de 04 anos e 10 meses a 07 anos e 06 meses com transtorno fonológico, Morales et al. (2002a) verificaram que essas habilidades apresentaram melhor desempenho nos subtestes que envolveram consciência silábica, rima, aliteração e por último em consciência fonêmica. As autoras concluíram que a emergência das habilidades em consciência fonológica em crianças com Transtorno Fonológico apresenta, em geral, alguma previsibilidade e desenvolve-se de modo semelhante ao evidenciado normalmente pelas crianças com desenvolvimento adequado da linguagem.

Morales et al. (2002b) compararam a consciência fonológica de crianças com e sem transtorno fonológico, na faixa etária de 04 anos e 07 meses a 07 anos e 06 meses. A comparação evidenciou diferença estatisticamente significante no desempenho das tarefas de consciência fonológica entre as crianças com e sem transtorno fonológico, direcionando as autoras à conclusão de que os transtornos fonológicos estão relacionados com as dificuldades de consciência fonológica.

Wertzner, Galea (2002) realizaram pesquisa avaliando a fala de crianças com desenvolvimento fonológico típico por meio do índice Porcentagem de Consoantes Corretas - Revisado (PCC-R) e encontraram que as crianças com 02 anos e 06 meses apresentam PCC-R de 70% e as crianças com 03 anos apresentam PPC-R de 80%.

Wertzner (2002) realizou estudo com 50 sujeitos com transtorno fonológico, com idades entre 04 e 11 anos de idade e falantes do Português, e encontrou que a maioria dos sujeitos foi classificado, quanto ao grau de severidade, em leve, seguido de levemente-moderado, moderadamente-severo e severo. A autora referiu que a maioria das crianças do estudo apresentou grau leve e levemente-moderado.

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velhos foi maior o médio. Verificou-se uma tendência à diminuição do grau de severidade com o aumento da idade.

Green et al (2002) referiram que os gestos articulatórios de lábios superior, inferior e mandíbula apresentam mudanças significativas durante os primeiros anos de vida e continuam o seu refinamento até depois dos 06 anos. O desenvolvimento do controle motor desses articuladores segue um curso não uniforme, com mandíbula precedendo o lábio. Este processo de aprimoramento do controle motor oral influencia significativamente na aquisição de sons da fala.

Shriberg et al., (2003) explicaram que o transtorno fonológico pode ter várias causas correlatas e que para classificá-lo existe a proposta de cinco subtipos: atraso de fala genético, otite média com efusão, apraxia de desenvolvimento, envolvimento psicológico e erros residuais. A identificação de possíveis marcadores que auxiliem no diagnóstico dos subtipos do transtorno fonológico parece ser muito apropriada, já que os avanços tecnológicos permitem pensar a respeito da origem e da natureza deste tipo de transtorno.

Moojen et al (2003) elaboraram um teste para avaliação da consciência fonológica de forma abrangente e seqüencial, que recebeu o nome de “Consciência Fonológica: Instrumento de Avaliação Seqüencial (CONFIAS)”. A utilização desse teste possibilita a investigação das capacidades fonológicas, considerando a relação com as hipóteses de escrita elaboradas por Ferreiro e Teberosky (1991). Para a elaboração do CONFIAS, as autoras realizaram um teste piloto e duas validações que permitiram-lhes fazer reformulações que geraram a versão definitiva do instrumento.

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Morales et al. (2003) investigaram a existência de relação entre o grau de severidade da fala e a habilidade em consciência fonológica, em 29 crianças com transtorno fonológico, entre 04 anos e 07 anos, 05 meses, sendo 11 (37,0%) do sexo feminino e 18 (62,0%) do sexo masculino. As autoras observaram, com relação ao grau de severidade do transtorno fonológico, que 31% das crianças apresentaram transtorno de grau médio, 58% médio-moderado e 10% moderado-severo. Ao analisarem a consciência fonológica, não encontraram relação entre o grau de severidade do transtorno fonológico e o desempenho na prova. Portanto, concluíram que as crianças com transtorno fonológico apresentaram desempenhos variados nas habilidades em consciência fonológica, os quais não estavam diretamente, associados ao grau de alteração da produção de fala.

Silva et al. (2003) buscaram estudar o Transtorno Fonológico na população pernambucana e evidenciou que os processos fonológicos mais frequentes foram os de redução de encontro consonantal e apagamento de líquida não-lateral.

Freitas (2004a) realizou uma pesquisa com objetivo de identificar a relação entre consciência fonológica e aquisição da escrita em crianças falantes de Português Brasileiro (PB). Ao final da pesquisa a autora concluiu que há uma importante relação entre consciência fonológica e aquisição da escrita e que essas se influenciam de forma recíproca. Constatou ainda que existem diferentes níveis e habilidades em consciência fonológica, que são aprimorados a partir da exposição sistemática à escrita, havendo uma influência recíproca entre consciência fonológica e aquisição da escrita.

Castro (2004) referiu que no transtorno fonológico as alterações fonéticas e fonológicas podem ocorrer simultaneamente, comprometendo tanto a articulação como o conhecimento internalizado do sistema de sons da língua.

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Ávila (2004) definiu a consciência fonológica como uma capacidade metalingüística, um conhecimento metafonológico, que se apresenta por meio da possibilidade de focalizar a atenção sobre os segmentos sonoros da fala e identificá-los ou manipulá-los. Referiu que a consciência fonológica é uma das instâncias do processamento fonológico, o qual diz respeito à utilização da informação fonológica para o processamento da linguagem oral e escrita e que as alterações da linguagem oral, principalmente as que se manifestam como desvios, distúrbios ou transtornos fonológicos, podem ser causadas por alterações em quaisquer dos componentes do processamento fonológico, dentre eles, a consciência fonológica.

Snowling, Stackhouse (2004) explicaram que o output fonológico é particularmente importante para o ensaio subvocal – mecanismo de retroalimentação articulatória – na memória, e para refletir sobre a estrutura, durante a preparação para a fala e para a escrita. Dessa maneira, os problemas na emissão, como os transtornos fonológicos, afetam a habilidade da criança para desenvolver as habilidades de processamento fonológico, dentre elas, a consciência fonológica.

Santamaría et al. (2004) buscaram comparar o desenvolvimento da consciência fonológica com os processos de alfabetização e analisar sua participação no processo de letramento em 33 crianças da faixa etária de 05 anos. Verificaram que a consciência fonológica desenvolve-se paralelamente ao desenvolvimento do letramento, porém, inicialmente eles não têm um grau de dependência elevado. Na medida em que a alfabetização vai se aprimorando, a consciência fonológica também se lapida e caminham juntas auxiliando a criança no aperfeiçoamento de suas funções cognitivas, refletindo-se assim em todo o processo de construção do aprendizado. Assim, segundo os autores, a escolaridade pode exercer influência sobre a consciência fonológica.

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Ribas (2004) referiu que a aquisição do onset complexo no PB se caracteriza como a última estrutura a alcançar estabilidade no sistema fonológico da criança e, como observado com outros aspectos do desenvolvimento da linguagem, há a ocorrência de regressões de uso durante o percurso. O domínio tardio apresenta dois aspectos importantes: a aquisição da sílaba CCV (aos 05 anos) ocorre um ano depois de toda a aquisição fonológica (segmental e das demais estruturas silábicas); não há ordem de domínio dos diferentes grupos de onset complexo, diferentemente do que ocorre com a aquisição do núcleo complexo, da coda e dos segmentos em onset simples.

Vieira et al. (2004) salientaram que diferentes estudos têm questionado se o pior desempenho das crianças com transtorno fonológico nas tarefas de consciência fonológica poderia estar relacionado com a gravidade do quadro, pois as crianças com desvio na fala variam sua produção fonológica, apresentando sistemas fonológicos distintos, com variados níveis de comprometimento da inteligibilidade. Referiram que o PCC tem sido freqüentemente utilizado na avaliação da gravidade dos desvios na fala de crianças e mostra-se eficiente para quantificar tanto a gravidade quanto o impacto destes na comunicação. As autoras realizaram uma pesquisa com o objetivo de analisar a correlação entre a idade, o grau de severidade do transtorno fonológico e as habilidades de consciência fonológica de 29 crianças, na faixa etária de 04 anos a 07 anos e 05 meses, sendo 18 do sexo masculino e 11 do sexo feminino. O grau de severidade do transtorno foi calculado através do PCC e o nível de consciência fonológica foi analisado com a Prova de Consciência Fonológica (PCF). Os resultados desta pesquisa demonstraram que: não houve correlação entre a idade e o grau de severidade do transtorno; houve correlação significativa entre a idade e a consciência fonológica; não houve correlação entre a severidade do transtorno e a consciência fonológica. O transtorno fonológico levemente-moderado foi a gravidade mais prevalente no estudo. Houve o predomínio da faixa etária de 6 anos; os pré-escolares de 04 e 06 anos apresentaram-se distribuídos nos graus leve, levemente-moderado e moderadamente-severo e os pré-escolares de 05 anos apresentaram-se distribuídos somente nos graus leve e levemente-moderado.

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salientou a importância da avaliação das habilidades práxicas em pré-escolares com alterações de fala, referindo que o diagnóstico destas alterações pode contribuir para o planejamento terapêutico, pois o exercício das habilidades práxicas pode minimizar as alterações de fala.

Oliveira et al (2005) desenvolveram pesquisa com o objetivo de descrever as alterações de linguagem em uma família com Síndrome Perisylviana. Faziam parte da família quatro sujeitos, sendo três do sexo masculino e um do sexo feminino, com idades respectivas de 08, 15, 19 e 40 anos. Realizaram avaliações de linguagem oral e escrita e avaliação das Praxias articulatórias e bucofaciais com a utilização do protocolo de Hage (2003). Os resultados mostraram que apenas um sujeito (19 anos e sexo masculino) apresentou comprometimentos práxicos na fala. Esse sujeito também foi o único a apresentar Transtorno Fonológico.

Vieira (2005) realizou estudo com objetivo de investigar o desempenho de crianças com Transtorno Fonológico nas habilidades de consciência fonológica e memória de trabalho, e verificar se estas habilidades estão relacionadas entre si, com a idade cronológica e com a severidade do Transtorno Fonológico. A amostra foi formada por 28 crianças com Transtorno Fonológico, com idades entre 4 anos e 6 anos e 7 meses. Ao término do estudo, a autora pode concluir que as crianças com Transtorno Fonológico apresentaram pior desempenho em tarefas de consciência fonológica e memória fonológica do que grupos de crianças com desenvolvimento fonológico normal, e que estas habilidades estão correlacionadas significativamente. Aquelas que apresentaram comprometimentos de fala mais severos apresentaram pior desempenho nas tarefas de consciência fonológica.

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remissão espontânea nos sujeitos estudados, indicando a necessidade do tratamento do Transtorno Fonológico em todos os casos.

Wertzner et al (2005b) realizaram pesquisa envolvendo 50 sujeitos com transtorno fonológico, entre 04 e 11 anos de idade com objetivo de aplicar o índice Percentual de Consoantes Corretas (PCC) e verificar a correlação entre este índice e o aplicado perceptivamente pelos juízes. Os resultados dessa pesquisa mostraram que o PCC aplicado aos sujeitos obteve uma variação entre 40% e 98%, com uma classificação predominante da população nos graus leve e levemente moderado e que existe correlação entre o julgamento perceptivo dos juizes e os valores do índice PCC.

Galea, Wertzner (2005) investigaram o desenvolvimento fonológico em 88 crianças com idade entre dois e três anos por meio da Porcentagem de Consoantes Corretas (PCC) nas provas de fala espontânea, nomeação e imitação e concluíram que com o aumento da idade, aumenta a Porcentagem de Consoantes Corretas.

Wertzner et al. (2006) relataram que a gravidade com que o transtorno fonológico se manifesta tem sido um aspecto bastante discutido entre os estudiosos e que tal discussão ocorre como uma das formas de tentar separar, por meio de um ou mais índices quantitativos, os diferentes subtipos de transtorno fonológico, bem como de instrumentalizar melhor os procedimentos terapêuticos. Além disso, ao estabelecer o índice de gravidade inicial, é possível acompanhar a melhora do sujeito no decorrer do tratamento.

Papp, Wertzner (2006) observou em seu estudo que houve maior ocorrência do transtorno fonológico em sujeitos do sexo masculino e com idades entre 05 e 07 anos.

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crianças na faixa etária de 4 e 5 anos de idade, seguido do levemente-moderado e do severo.

Farias et al (2006) realizaram estudo com o objetivo de verificar a existência de relação entre a fala, o tônus e a praxia do sistema estomatognático em pré-escolares de 04 anos e 0 mês a 05 anos e 11 meses de idade. Os resultados da pesquisa evidenciaram que não foi possível comprovar a existência de relação entre o tônus e a praxia não-verbal de lábios nem entre a praxia não-verbal de lábios e a fala. Constatou-se a existência de relação entre tônus e praxia não-verbal de língua e entre a praxia não-verbal de língua e a fala.

O estudo de Gindri et al (2007) teve por objetivo verificar a relação entre a memória de trabalho, a consciência fonológica e a hipótese de escrita, em 90 alunos de pré-escola e primeira série. Os resultados encontrados permitiram a autora concluir que o desempenho em memória de trabalho, consciência fonológica e nível de escrita se inter-relacionam, bem como estão relacionados com a idade cronológica, a maturidade e a escolaridade. Salientou que o período de alfabetização possibilita um maior contato com o ensino formal da escrita e desenvolvimento das habilidades de consciência fonológica e que o baixo desempenho em tarefas fonêmicas pode ser explicado pelo pouco contato com ensino formal e ao tipo de metodologia que os escolares da amostra têm acesso, uma vez que os mesmos se encontram na pré-escola, sendo que não é objetivo da mesma que a criança domine a escrita.

Mota et al (2007) investigaram a presença de correlação entre as habilidades de consciência fonológica e escrita sob ditado em nove sujeitos, sendo quatro meninos e cinco meninas, com idades entre 10 a 14 anos. Os resultados deste estudo demonstraram que existe relação entre as habilidades de consciência fonológica e a escrita.

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na prova de nomeação foi o ensurdecimento de fricativas e, na imitação, a simplificação de líquidas.

Cavalheiro (2007) desenvolveu pesquisa com os objetivos de: estimar a prevalência de transtornos fonológicos em 2.880 crianças de 04 a 06 anos que freqüentavam escolas públicas municipais de Salvador-BA; verificar se a pre-valência de transtornos fonológicos variava conforme a idade, o sexo, e a classe socioeconômica e verificar a ocorrência de alterações no inventário fonético, sistema fonológico e os processos fonológicos de maior prevalência. Os resultados mostraram que a prevalência de transtorno fonológico foi de 9,17% na população estudada; que a amostra se caracterizou por maior número de meninos, na faixa etária de 5 anos e de nível sócio-econômico médio e que o processo fonológico mais tardiamente eliminado foi o de redução de encontro consonantal.

Donicht (2007) encontrou em estudo realizado com amostra de 30 crianças entre 04 anos e 01 mês a 07 anos e 11 meses que a maior prevalência foi de transtorno fonológico leve, seguido do levemente-moderado, moderadamente-severo e severo. O grau leve foi o mais prevalente em meninos e o grau levemente-moderado em meninas.

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Dambrowski et al (2008) desenvolveram estudo com objetivo de analisar a influência da consciência fonológica no estágio de desenvolvimento da escrita de 57 crianças pré-escolares, na faixa etária de 05 anos e 01 mês a 06 anos e 06 meses. Concluíram que há influência da consciência fonológica no nível de escrita de crianças escolares, e, que a estimulação da consciência fonológica em pré-escolares auxilia na evolução do nível de escrita.

Mota et al (2008) buscaram verificar a relação entre as habilidades em Consciência Fonológica com os níveis de escrita pré-silábico (PS) e silábico (S) e, com o grau de gravidade do TF. Participaram do estudo 14 crianças com TF, com idades entre 05 anos e 06 anos e 11 meses, formando dois grupos conforme o nível de escrita: grupo pré-silábico - GPS (5 sujeitos) e grupo silábico - GS (9 sujeitos). Quanto ao grau de gravidade do desvio foram formados três grupos, conforme o Percentual de Consoantes Corretas (PCC): Desvio Médio (GDM) com 6 sujeitos; Desvio Médio-Moderado (GDMM) com 5 sujeitos e Desvio Médio-Moderado-Severo (GDMS) com 3 sujeitos. Os resultados encontrados nesse estudo mostraram que, no que se refere ao grau de gravidade, os melhores resultados em habilidades em CF foram apresentados pelos sujeitos do GDMM com porcentagens de êxito menores que 80% apenas em duas tarefas, e que não foi possível prever o nível de CF conforme o grau de gravidade, pois o GDMM apresentou resultados mais satisfatórios do que o GDM.

Zuanetti et al (2008) analisaram a relação entre consciência fonológica e o desempenho acadêmico de 23 crianças de uma sala da 2ª série do ensino fundamental de uma escola pública, sendo 12 do sexo feminino (52,2%) e 11 do masculino (47,8%), com idade média de 8,5 anos por meio da Prova de Consciência Fonológica por Produção Oral (PCFO) e do Teste de Desempenho Escolar (TDE) e verificaram que quanto mais desenvolvida é a consciência fonológica, melhor é o desempenho escolar do aluno e que as tarefas que envolvem rima, síntese fonêmica, segmentação fonêmica e manipulação fonêmica, são realizadas com maior competência pelas crianças que possuem melhores desempenhos acadêmicos.

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resultados demonstraram que nenhuma das crianças intoxicadas por chumbo apresentou alterações nas praxias.

Wertzner et al (2008) buscaram investigar o desenvolvimento das habilidades motoras orais em crianças com e sem transtorno fonológico por meio da avaliação da diadococinesia e encontraram que as crianças com Transtorno Fonológico tiveram maior dificuldade nos movimentos dos articuladores que ocorrem durante a repetição rápida de sílabas. Também constataram que somente as crianças com desenvolvimento fonológico adequado evidenciaram correlação entre o desempenho na prova diadococinética e o PCC-R, sugerindo que a maturação do processamento motor da fala e o desenvolvimento fonológico se inter-relacionam.

Patah, Takiuchi (2008) realizaram pesquisa com o objetivo de verificar a prevalência de alterações na aquisição do sistema fonológico, quanto ao sexo e faixa etária e identificar os processos fonológicos mais utilizados por escolares de 7 anos com alterações fonológicas. Os resultados mostraram que os cinco processos fonológicos mais utilizados entre as crianças com alteração fonológica foram, em ordem decrescente: Simplificação do Encontro Consonantal (60,67%), Simplificação de Líquidas (47,19%), Ensurdecimento de Fricativas (22,47%), Ensurdecimento de Plosivas (19,1%) e Eliminação de Consoante Final (11,53%). Também foi observada diferença quanto ao uso dos processos comparando-se os sexos.

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Silva, Wertzner (2008) referiram que a caracterização do TF envolve aspectos lingüístico-cognitivos, perceptivos e de produção da fala e que na produção, a velocidade de fala tem se mostrado importante para o diagnóstico diferencial dos subtipos do TF, identificando casos em que ocorram dificuldades relacionadas à velocidade de produção articulatória. Assim, realizaram pesquisa com o objetivo de verificar a diferença de desempenho de crianças com e sem transtorno fonológico em seis provas de velocidade de fala, bem como qual o tipo de prova mais adequado para essa população. Participaram da pesquisa 92 crianças, com idades entre 4:11 e 10:10, de ambos os gêneros, divididas em dois grupos: controle (GC), e com transtorno fonológico (GTF). A velocidade de fala foi avaliada por meio de seis provas e os resultados mostraram que o GTF apresentou velocidade de fala diminuída em relação ao GC, evidenciando uma dificuldade na produção dos sons da fala, o que pode levar a uma maior ininteligibilidade de fala.

Papp, Wertzner (2008) afirmaram que alguns subtipos do TF são propostos na literatura com o objetivo de identificar os possíveis marcadores diagnósticos que possam auxiliar na classificação dos indivíduos que podem ser afetados ou não por um tipo específico de transtorno. Dentre eles, o subtipo genético parece ser um dos mais ocorrentes entre os sujeitos descritos nos estudos e demonstra um bom prognóstico para o tratamento. Assim, realizaram estudo com o objetivo de verificar se existem correlações fonológicas entre os sujeitos com TF que apresentam história de transtorno de fala e linguagem em seus familiares e os processos fonológicos apresentados por seus familiares, bem como verificar se há diferença entre os valores do índice de gravidade PCC-R dos sujeitos com TF com e sem história de distúrbios de fala e/ou linguagem na família. A pesquisa evidenciou influência do aspecto genético como causa do TF uma vez que o número de sujeitos que apresentam história de distúrbios de fala e/ou linguagem na família é muito alto. Além disso, os processos fonológicos empregados por eles apresentaram correlação com os de seus familiares.

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em função da dificuldade de representação fonológica presente nas crianças com TF, podem ter dificuldades de consciência fonológica. As autoras realizaram estudo para verificar o desempenho de crianças com e sem Transtorno Fonológico nas tarefas de sensibilidade fonológica visual (TSFV) e auditiva (TSFA), bem como a associação entre esse desempenho e o PCC-R e o índice de inteligibilidade de fala. As diferenças encontradas entre crianças com e sem Transtorno Fonológico bem como as correlações entre os testes de consciência fonológica e índices de gravidade mostraram que as crianças com Transtorno Fonológico apresentam representação fonológica inadequada.

Ferrante et al (2009) analisaram o uso dos processos fonológicos em uma população de 240 crianças dos sexos masculino e feminino, com idades entre três e oito anos e com desenvolvimento fonológico normal. Foram realizadas análises relativas aos processos fonológicos e os dados foram comparados em relação à faixa etária e sexo. A análise por faixa etária permitiu verificar que o processo fonológico de redução de encontro consonantal foi um dos mais prevalentes nas faixas etárias de 03 a 03 anos e 11 meses, de 04 a 04 anos e 11 meses, 06 a 06 anos e 11 meses e de 07 a 07 anos e 11 meses. Os resultados evidenciaram a dificuldade encontrada pelas crianças na produção das líquidas e nas estruturas silábicas mais complexas. Em relação à variável gênero, não foi observada nenhuma diferença estatisticamente significante em nenhuma das análises realizadas nessa pesquisa.

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Este estudo foi aprovado pelo Comitê de Ética em Pesquisa da Universidade Estadual de Ciências da Saúde de Alagoas sob o número 719/07 (Anexo 1), e pelo Comitê de Ética da Universidade Federal de São Paulo sob o número 0299/09 (Anexo 2), conforme preconizado pela Resolução 196/96, que versa sobre as diretrizes e normas regulamentadoras de pesquisas envolvendo seres humanos.

Para caracterizar um grupo de pré-escolares com Transtorno Fonológico segundo a gravidade do transtorno, o nível de consciência fonológica e o desempenho em provas de praxia articulatória, e investigar a existência de correlações entre essas variáveis, foram avaliados 56 pré-escolares (meninos e meninas) na faixa etária entre 04 anos a 06 anos e 11 meses, com e sem queixa relacionada à fala. Constituíram, segundo a presença ou ausência de alterações de fala, o Grupo Pesquisa (28 pré-escolares com Transtorno Fonológico) e o Grupo de Comparação (28 pré-escolares sem alteração de fala, pareados 1 a 1, por sexo e faixa etária, na proporção de 1:1, aos pré-escolares do Grupo Pesquisa). Eram todos alunos regularmente matriculados em Escolas de Educação Infantil da rede pública de ensino do município de Maceió – AL.

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Fonoaudiologia de Alagoas – Universidade Estadual de Ciências da Saúde de Alagoas – UNCISAL (Anexo 3), e na Escola de Educação Infantil Parque Monsenhor Luiz Barbosa (Anexo 4). Os pré-escolares do GP foram chamados a partir da lista de espera de crianças que já haviam passado por triagem fonoaudiológica na UTFONO, por apresentarem à época da triagem, queixa relacionada a alteração de fala. Para a constituição do GC selecionou-se uma Escola de Educação Infantil, cuja escolha seguiu os critérios: deveria ser da rede pública de ensino e estar situada na mesma região da UTFONO. Esses critérios foram respeitados com o objetivo de garantir a homogeneidade, ou ao menos, a semelhança do nível sócio-econômico-cultural entre o GP e GC.

Procedimentos de seleção e constituição da amostra

Inicialmente foram selecionados e avaliados os pré-escolares do GP e somente após a constituição desse grupo é que os pré-escolares do GC foram selecionados e avaliados.

Grupo Pesquisa (GP):

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Os pré-escolares e seus responsáveis foram devidamente esclarecidos sobre os objetivos da investigação e os procedimentos a serem adotados. Os adultos foram informados que as crianças passariam por avaliações fonoaudiológicas e otorrinolaringológicas, que nenhum procedimento a ser realizado ofereceria riscos e que, após a pesquisa, seus filhos iniciariam tratamento fonoaudiológico na UTFONO. Dessa maneira, após a exposição dos procedimentos a serem realizados para as avaliações de seus filhos, os responsáveis que concordaram com a participação das crianças assinaram o Termo de Consentimento Livre e Esclarecido – TCLE (Anexo 5).

Os pré-escolares do GP foram selecionados segundo os seguintes critérios:

 Faixa etária entre 04 anos e 06 anos e 11 meses;

 Fala espontânea com alterações;

 Audição normal para a fala;

 Nenhuma anormalidade nos órgãos fonoarticulatórios;

 Nenhum indício ou queixa de disfunção neurológica ou déficit intelectual;

 Compreensão apropriada da linguagem oral;

 Demais aspectos lingüísticos da linguagem expressiva adequados.

Além dos critérios de inclusão, foram utilizados os seguintes critérios de exclusão para a composição do GP:

 Pré-escolares que freqüentavam à época, ou que já haviam freqüentado anteriormente, algum tipo de tratamento fonoaudiológico;

 Não consentimento dos responsáveis na participação do menor na pesquisa.

A realização de terapia fonoaudiológica foi critério de exclusão para não haver interferência e diferenciação na exposição dos pré-escolares às habilidades investigadas nas avaliações da pesquisa.

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Desenvolvimento Infantil Denver, a Avaliação Otorrinolaringológica, a Avaliação Audiológica e à Avaliação Fonológica.

Os procedimentos de triagem fonoaudiológica para a seleção dos pré-escolares do GP (desde o preenchimento do Formulário de Coleta de Dados à Avaliação Fonológica) foram realizados individualmente, em 01 ou 02 momentos, uma vez que foram respeitados aspectos como a disponibilidade do pré-escolar e a velocidade de desempenho de cada um deles. Uma sala silenciosa da UTFONO foi utilizada para a realização da triagem. A avaliação otorrinolaringológica e a avaliação audiológica de todos os pré-escolares foram realizadas nas salas específicas para cada procedimento, na UNCISAL. Os procedimentos realizados nessa etapa de seleção serão descritos a seguir.

Formulário de Coleta de Dados

O Formulário de Coleta de Dados foi elaborado com o objetivo de coletar informações importantes para a pesquisa, tais como dados referentes à idade, gênero, nível de escolaridade, tipo de escola freqüentada, presença de histórico familial, otites recorrentes, prematuridade, desenvolvimento motor, lingüístico e social e ao histórico de saúde geral (Anexo 6). Para tanto, o formulário foi preenchido pelos responsáveis ou pais dos sujeitos da pesquisa no primeiro encontro realizado.

Teste de Desenvolvimento Infantil Denver

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apresentou alterações no desenvolvimento que determinassem sua exclusão da pesquisa.

Avaliação Otorrinolaringológica

A Avaliação Otorrinolaringológica (Anexo 8) foi realizada com a finalidade de investigar possíveis alterações anatômicas e funcionais do Sistema Estomatognático, nariz e orelhas que pudessem comprometer a produção da fala dos pré-escolares. O exame foi realizado por uma médica otorrinolaringologista, colaboradora da pesquisa, profissional da UNCISAL e constou de:

- inspeção do meato acústico externo: realizada por meio do otoscópio mini-Heine® para verificar a existência de infecções do ouvido médio ou a presença de cerúmen ou corpo estranho que pudessem prejudicar a audição ou a sua avaliação funcional. Encontraram-se pré-escolares com cerúmen impactado, que foram submetidos ao procedimento de lavagem do conduto. Após a lavagem, retornaram para reavaliação.

- avaliação da cavidade nasal com a utilização do fotóforo e do espéculo nasal infantil, e da cavidade oral com o uso do fotóforo e de espátula descartável. Nesse momento foi realizada avaliação específica da anatomia e função dos órgãos fonoarticulatórios.

Nenhum dos 28 pré-escolares apresentou alterações funcionais ou anatômicas na avaliação otorrinolaringológica que determinassem sua exclusão da pesquisa.

Avaliação Audiológica

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tonal liminar. Considerou-se audição normal limiares auditivos até 15 dB (Northern e Downs, 1984) nas freqüências avaliadas (500, 1000, 2000 e 4000Hz).

O exame foi realizado no Laboratório de Audiologia Prof. Marcos Mota Gomes, da Faculdade de Fonoaudiologia da UNCISAL pelas docentes da área da audiologia clínica da instituição. Foram utilizados audiômetros Interacustic AC33 e AC40, cabinas acústicas e a técnica descendente-ascendente. As respostas foram registradas em protocolo específico (Anexo 9). Todos os 28 pré-escolares apresentaram limiares auditivos normais.

Avaliação Fonológica

A Avaliação Fonológica foi realizada com o objetivo de confirmar a presença de alterações de fala nesses pré-escolares. Foi realizada por meio da aplicação do Teste de Linguagem Infantil - ABFW - Parte A: Fonologia, proposta por Wertzner (2004). O teste é composto pelas provas de nomeação - 34 figuras e imitação - 39 vocábulos.

A amostra de fala dos pré-escolares foi gravada em vídeo com a utilização de uma câmera digital, da marca Sony e em um gravador Sony MD Walkman digital, modelo MZ-R700 com o microfone Le Son, colocado a 20 cm da boca do pré-escolar. Os dados foram posteriormente transcritos foneticamente nos protocolos específicos para a realização da análise fonológica (Anexos 10, 11, 12 e 13). Para a análise de fala foram respeitados os parâmetros de desenvolvimento fonológico preconizados pelo Teste de Linguagem Infantil - ABFW. Dessa maneira, apenas para efeito de diagnóstico, foram desconsiderados os processos de simplificação de encontro consonantal e simplificação de consoante final para todos os pré-escolares, e os processos de posteriorização para palatal e frontalização de palatal para os pré-escolares com idade inferior a 04 anos e 06 meses.

Referências

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