UNIVERSIDADE DE SÃO PAULO INSTITUTO DE FlsICA
"SIMETRIAS CONTINUAS E CORRSLAÇOES PARA MODELOS BI-DIMENSIONAIS EM MECÂNICA ESTATlsTlCA"
CEZAR AUGUSTO BONATO
Tese apresentada ao In~ tituto de Física para a obtenção do Titulo de Doutor em Ciências.
FICHA CATALOGRAFICA
Preparada pe~a Biblioteca do
Instit"ul:o de Física da Universidade de São Paulo,
Bonato,' Cesar AugustO.
'Simetrias contínuas e correlações para mo delos Bidimensionais em mecânica estat!stícã
são Paulo, 1983.
Tese (Doutoramento) - Universi.dade de são
Paulo. Instituto de F-Ísica. Departanento de
'Física Matemática. " .
Area de Concentracão: Física.de Particu-las Elementares. ~
Orientador: José Fernando Perez
Onitermos: I.Ausência de quebra ~spontã-.
nea de simetrias·contínuas. 2.Teorema'de"Mer mi-Wagner, "decaimento de correlações.' 3. PO-' sitividade 'por reflexão, gas de Bose. ,
ao Prof.
J.
Fernando Perez pelo constante apoio e estí-mulo, assim como ~elas valiosas discussões~ fundamentais para a 'realização deste trabalho;- aos colegas do Departamento de Física Matemática do
IFUSP, pelo companheirismo e frutífera troca de idéias~
- ao Pedro e ao- l.ligue! pela ajuda na revisão dos originais;
- ao Ernesto, pelas figuras.
Ao Sr. Américo e D. Maria, meus pais;
À Chris, minha es~osa e companheíra ~
We give outimal conditions concerning the range of interactíons for the absence of spontaneous breakdown of continuous syrnmetries for one and two di -mensional quantum and classical lattice and continuum
systems~ For a class of models verifying infrared bounds our conditions are necess3ry and sufficient.
Using the same techniques we obtain "a !iriorit i bounds on clus tering for systems wi th continuous
symmetry~ Improved bounds are obtained for certain sueci fie quantum models ( quantum
x-r.
quantum rotator. latt! ce gauge theories).,
RESUMO
Analisase o fenômeno da ausência de quebra espontânea de simetrias contínuas para modelos clássicos e quânticos numa rede. assim como em sistemas no contínuo, em uma e duas dimensões .. 'São formuladas condições ôtimas
quan-to ao alcance das interações para a ausência de quebra es ~
pontânea de simetrias contínuas. Essas condições são neces~
sárias e suficientes para uma classe de modelos que satisfa zero estimativas infra vermelhas ("infrared bounds t l
) .
São tambem obtidas estimativas "a priori"p~
ra o decaimento de funções de correlação de modelos com si-metria contínua, dependentes apenas do alcance da interação.
Para modelos específicos (x - y quântico.r~
ter quântico I teorias de "gaugel1 na rede) são obtidas es-timativas melhoradas. para o decaimento de funções de corre
lação~ em relação às mencionadas acima.
• •
• • •
•
• INDICE
1 Introdução e resultados • • .
. .
~.
22 Ausência de quebra espontânea de simetria contínua
em sistemas uni e bidimensionais 8
Apêndice B Cálculo da função geratriz 100
3 Decaimento de correlações . 32
4 Sistemas no contínuo • • • • 45
5 Decaimento de correlações para sistemas quânticos 52 6 Positividade por reflexão para um gás de Bose livre 76 Apêndice A Desigualdade de Bogoliubov . , • • . ~ 94
•
Apêndice C 105
z.
CAPITULO 1
INTRODUÇAO E RESULTADOS
o
problema da ocorrência ou ausência de quebra espo~tânea de simetrias, em Mecânica Estatística e Teoria Quântica de Campos, para sistemas que possuem uma simetria contínua e global, tem ocupado o interesse de vários pesquisadores nas úl timas décadas.
Argumentos heurísticos. baseados em considerações roi croscópicas ou ao nível termodinâmico, já há algum tempo indi-cavam que sistemas a temperatura diferente de zero. com inte-rações de curto alcance, em uma e duas dimensões. não poderiam exibir ordenamento (correlação de longo alcance) que implicas-sem na quebra espontânea de simetria contínua (Q.E~S.C.) [1.2J.
Na dêcada de 60 surgiram vários trabalhos provando a ausência de ordem associada a uma
Q.B.S.C.
em diversos mode los [37J. Estes trabalhos utilizavam uma desigualdade, de-vida aN.N.
Bogoliubov[8
t9].
cujo uso para esta finalidadefoi indicada pela primeira vez por P~C. Hohenberg
[31
,em seu estudo sobre o gás de Bose~ Os trabalhos pioneiros em (4 5] tfi
zeram com que as nomes de Mermin e Wagner ficassem intimamente ligados a esse tipo de fenômeno
[20].
Mais recentemente, uma quantidade respeitâvel de tra balhos tem surgido neste assunto (por "xemplo: [102:0). No
contexto de Teoria Quântica de Campos Relativísticos resulta -dos deste tipo estão contidos implicitamente em [22J e em
(1:s).
Tais trabalhos representam desenvolvimentos em várias
direções: formulações matemáticas mais gerais e abstratas que
estendem os resultados para classes maiores de sistemas e sime-trias [1017. 20) ; demonstrações de ausência de Q.E.S.C. ao invés de somente ausência de ordenamento (magnetização espontâ-nea) [10, 11, 12, 15, 16, 17, 20J ; extensões quanto ao alcance da interação [16, 11, 18, 20] i generalizações para sistemas sem
I
invariança translacional\)0.
15, 20) ; utilização de outros mê!
t.odos (que não a desigualdade de Bogoliubov ) (16, 11. 18J com
I
o uso de argumentos mais próximos dos fundamentos daTermodinâ-!
mica.
I
No Capítulo Z do presente trabalho obtemos os melho-I
res resultados gerais possíveis, quanto ao alcance das
intera-I
ções, para a ausência de Q.E.S.C. em uma e duas dimensões. De,
acordo com o Teorema 2.1, do Capítulo 2, a condição suficiente
I
para a ausência de Q.E.S.C. é"
\
,
Jr
(1.1)I
5
E(1)"""
Ifl
a
! <
onde E(p) é uma função conveniente~ associada univocamente a cada modelo considerado e que depende do alcance da interação.
Para uma classe de modelos que satisfazem estimativas infravermelhas (Uinfl'ared bounds") e regras de soma, a condi -ç.o
f
l
s
E'Ir:;
l'
<
cD4.
Portanto, para tais si$temas~ nossa condição (1.1) ê necessâ -ria e suficiente.
Nosso resultado principal (Teorema 2.1), contido no Capítulo 2, demonstra a inval'iança dos estados de - equil!brio
por transformaç6es de simetria, o que é mais geral do que a simples inexistência de magnetização espontânea (ou correIa -ção de longo alcance) que envolvesse uma quebra de simetria, e aplica-se igualmente para sistemas clássicos ou quânticos.POT outro lado, noss? método não exige a invariança translacional do estado nem da Hamiltoniana do sistema, prestando-se, por isso. a aplicações, como por exemplo. em sistemas aleatórios
(vidros de "spinfl ) .
No Capítulo 3 mostramos que t usando o mesmo tipo de
técnica do Capítulo
Z.
é possível obter-se estimativas para a taxa de decaimento de certas funções de correlação, relaciona-das com os geradores da transformação de simetria. Essas esti~mativas, contidas no Teorema 3.2, são do tipo:
, <
Alo)'iH"J)
I'
~
de.
(~
- eM 1· "'_lI'
J-1.
(1.2)[
j
E(1)para A (ou
Dl
da forma A=[J,c} ,
para algum C local e onde J é um gerador infinitesimal do grupo de simetria. A estimati-va (1.2) representa uma simplificação e uma melhoria de resul-tados mais específicos obtidos anteriormente por Jasnow e Fisher [35.36).o
Teorema 3*2 fornece. por assim dizer. estimativas!ta priol'if t
, poiS a taxa de decaimento das funções de correIa
-ção ê independente do modelo particular considerado e da temp!
ratura.
E
claro que para modelos específicos, melhores estima-tivas são possíveis (38J.No Capítulo" 4 comentamos de maneira sucinta. sem te~
tar entrar em maiores detalhamentos matemáticos. como os rasu! tados dos ·Capítulos 2 e 3, que foram formulados numa rede,
po-IR
vdem ser estendidos para sistemas definidos no contínuo •
Para o decaimento de funções de correlação. no Capí-tulo 5 fazemos uma extensão dos métodos de Spencer e Me Bryan (38) para alguns modelos quânticos, obtendo taxas de decaimen to melhoradas, em relação às obtidas no Capítulo 3. Tais resu! tados foram_ antevistos na literatura (16] ? porém não havia si
do fornecida uma demonstração. São tratados, no Capítulo 5, os modelos XY (ou Heisenberg) quânticos e um tipo
de
rotOT quân~tico.
Também no Capítulo 5, o mesmo tipo de método nos pe~
míte obter o confinamento logaritmico permanente de "quarks11
estáticos para a Teoria Hamiltoniana de "Gauge: H
puro U (1) na rede, em 3 dimensões (2 espaciais + 1 temporal)~ inclusive
pa-ra tempo contínuo (espaçamento da rede na direção temporal gual a zero). O sistema é tratado ã temperatura T e os resul tados passam para o limite T+o.
Para
T
=
o este mesmo resultado (com tempo discreto) foi anteriormente obtido por Glimm e Jaffe[551
e existe o re-sultado, mais forte, de Gtlpfert e Mack [56J(com tempodiscre-to)~ que fornece confinamento permanente linear (ao invés de logarítmico). Nosso procedimento. no entanto, parece ser mais simples do que o de [55] (e certamento do que o de [56J ) e tem a vantagem de, ao que tudo indicai poder ser estendido para teo rias de tígauge" não abelianas que tenham U(l) como subgrupo de invariança (por exemplo SU (n) (trabalho em preparação), ~ pr!
6.
livre definido rede (os resultados são tambêm vâlidos P! ciso notar que não existe nenhum resultado rigoroso para o con finamento permanente em teorías SU(2) em 2+1 dimensões~
Finalmente, no Capítulo 6, incluímos um estudo da propriedade de positividade por reflexão para um gás de Bese
v
na ~
.
~ra o cont1nuo ~ ).
A positividade por reflexão (P.R.l. que surgiu pri -meiramente no contexto de Teoria Quântica de Campos, na região
Euclideana~ com o nome de positividade de OsterwalderSchrader (49). tem desempenhado um papel destacado como base de técni -cas para se demonstrar transições de fase em Mecânica Estatís-tica (vide. por exemplo [30, 31, 33J). Assim. ela serviu como ingrediente importante na formulação rigorosa do argumento de Peierls (via nchessboard estimates") ou na obtenção de estim! tivas infravermelhas C"infrared bounds"). Este último método propiciou a primeira prova rigorosa de transição de fase para sistemas com simetria contínua [30].
As demonstraçõessdisponíveis na literaturaJda F.R., para modelos específicos. empregam um esquema perturbativo e aparentemente exigem um compromisso entre comutar ou não, ser real ou não, e ser ferTomagnético ou não, para as grandezas e a interação que aparecem nos modelos.
Um modelo importante, o modelo de Heisenberg quânti-co ferromagnético, é um exemplo onde este compromisso nâo se realiza e as tentativas de estabelecerse ou não P.R. para ele tem frustrado os esforços de vários pesquisadores (em
Um outro modelo importante, para o qual não se apli-cam as técnicas perturbativas acima mencionadas t e pelas
mes-mas razões do modelo de Heisenberg. é o gás de Base livre. Nes te modelo existe uma transição de fase (em dimensões ~ ~3) e pode-se calcular explicitamente funções de correlação~
E interessante notar que o gás de Bose livre consti-tui-se no protótipo de modelo exibindo transição de fase (lli:'- 3)
devido a um processo de condensação de "partícula.s·' no estado
de momento p = o. que é exatamente o mecanismo geral que rege as transições de fase em modelos que obedecem regras de soma e estimativas infravermelhas [571 • como ê expl!cito nos métodos
de [30, 31, 33]. Além disso o gás de Bose (com interação) e!
tâ relacionado com o modelo de Heisenberg ferromagnêtico [58, 59, 60],
Nosso trabalho. no Capítulo 6, consiste em se inves-tigar diretamente, através de câlculo explícito. a existência ou não de P.R. para o gás de Base livre definido numa rede.
8.
CAP!TULO 2
AusBNCIA DE QUEBRA ESPONTÂNEA DE SIMETRIAS CONTINUAS EM srSTE MAS UNI E BIDIMENSIONAIS.
2~1 Argumentos heurísticos
Nesta seção procuraremos mostrar. de um ponto de
vista completamente informal, razões físicas que impedem, em sistemas de baixa dimensional idade, o aparecimento de um orde namento que implique numa quebra (espontânea) de uma simetria contínua possuída pela interação entre os componentes do si~
tema. Procuraremos também mostrar como a desigualdade de Bog2 liubov surge naturalmente neste contexto como uma ferramenta para a formulação de argumentos rigorosos (Teoremas), exclui~
do a quebra de simetrias contínuas em uma e duas dimensões.
Para colocar em marcha o argumento heurístico vamos nos ater a sistemas de '1 sp ins" numa rede (21. se bem que
ele possa ser formulado para outras classes de sistemas
[241.
Consideremos então um sistema de "soins". <r:.
.
que são vetores de comprimento unitário, colocados em cada pontoi da rede quadrada ~~ A interação entre eles ê dada pela Hamiltoniana:
(2.1)
H "
L
<1'':. "j'li~ii~1
onde Gí.<>j Significa o produto escalar do vetor no ponto
i pelo vetor no ponto j da rede.
A Hamiltoniana (2.1) é invariante pela rotação simul tânea de todos oS "spi'nsw · de um mesmo ângulo, o que implica
que o valor médio. no estado de Gibbs. de cada "spfn~t"
é
nulo.Se t agora, de alguma forma, impusermos a mesma orien
tação para todos os 'lspinsll (por ex. através de um campo ex
-terno forte) então o valor médio de cada Itspinfl não seri mais nulo e não teremos a simetria de rotação. Se. ao "desligarmos" o agente causador do alinhamento, o valor médio dos Hspins"co!!. tinuar sendo não nulo, diremos que houve uma quebra espontâ ~
nea da simetria de rotação.
E claro que flutuações térmicas tendem a desorgani -zar o sistema. destruindo o alinhamento, desde que isto não custe muita energia, pois a probabilidade do surgimento de uma flutuação (configuração) depende da energia da configuração.
De rato. para sistemas com simetria contínua em uma e duas dimensões. o surgimento de uma grande Hilha" de "spins
com alinhamento na direção oposta pode ser feito com um custo energético baixo (se o alcance da intêração não for muito gra~
de)? resultando que o valor médio dos ' l Ispins" seja nulo. evi-tando a quebra espontânea da simetria contínua.
L 10.
de) e portanto o custo total energético será da
ord~m
deL~-2t
que é desprez{vel para ~=1 J independente do tamanho da lIilha ..
para ~.2 e crescente para ).Í lo 3.
Se a simetTia fosse discreta (por ex. se os Hspinsn
só pudessem apontar "para cima" ou "para baixo") este
custo
energético seria independente de L
em
~·1 e proporcional a emV=2.
o que permite a queora de simetria emv=2
(mas não em V=l). Na verdade este ê o conteúdo do chamado argumento de Pcierls, o qual permite mostrar a quebra da simetria discreta no modelo de Ising em v=2 [25].Para tornar um pouco mais precisas as considerações acima, vamos agora nos fixar no modelo de Heisenberg, (quinti
-co). ou seja 1 os I'spins" G"l. em (2.1) são operadores de:·uspin"
(
.
.
..
)Oi:: (fi , (f"~ 1 f${
A
transformação unitáriaU",
e
• :r(~)onde
.1('1)
=
z::.
,
~4
"7
produz uma rotação de um ângulo
q;,
em torno do eixo z, e~.cada "spin" ff'i.
o
custo em energia numa tal transformaçãoé:
SE '"
<e':st~l.,!
{Ml) -
<'
~
>
onde o valor esperado <.A) é dado por:
li.. A
l~
<A)= ~
1'11
TI'-
é
com [3= l~ J
!
constante de BoI tzmann e T temperatura absoluSe ~~ for constante~ devido a simetria da Hamilto niana temos [H, J«I. ",.)] = O e então liE = o. Note que se
qi não for constante, H não é invariante pela transformação
;. j(1/)
e
•Se, por outro lado, ~i variar lentamente. como o ex posto mais acima, podemos estimar SE expandindo a transfor-mação U em série de potências e considerando os primeiros ter mos da expansão!
SE
=
~
(C
:rm,H1)
+~
Ü[
:rNl,
~J,
JmJ)
+ ...o
termo linear em J(~) ê nulo, devido ã invariança do traço por uma transformação unitária, e então obtemos:SE
c.:
l
<[[
Jlq),Hl,:r(If)J)
Então se J(If) for tal que produza uma modifica -çao macroscópica na configuração dos tlspins" mas, por outro lado, seu duplo comutador com H for pequeno 1 teremos uma
ten-dência a uma desorganização do sistema.
Na realidade escolhas convenientes de J(~) que tenham as propriedades acima. constituem a base de todas as demonstrações de ausência de quebra de simetria que utilizem a desigualdade de Bogoliubov, que em sua forma mais conhecida. pode ser assim formulada: dados dois operadores A e C quais -quer, então
z
12.
No Apêndice A damos uma dedução de (Z.2l. assim como de outras versões.
Nas seções seguintes desenvolveremos demonstrações ex cluindo a quebra espontânea de simetria contínua para uma elas se extensa de sistemas em 1 e 2 dimensões, utilizando a desi -gualdade de Bogoliubov) formulada de uma
maneira
maisconveni-,j
ente.
2.2 - Ausência de quaDra de simetria para sistemas
-numa rede.
Nesta seção enunciaremos e demonstraremos resultados gerais sobre a invariança de estados de equilíbrio por trans -formações de simetria, deixando para as próximas seções a dis-cussão sobre classes de sistemas que se enquadram nessaS proP2 sições gerais~
Utilizaremos a formulação algébrica da Mecânica Esta tística, que é bastante abrangente para não precisarmos nos fi xar em sistemas particulares, e trabalharemos diretamente numa situação de volume infinito. Para simplificar o desenvolvimen-to vamos supor que o espaço de configuração do siste~a é a
~
"I
redeZ ,
com \J = 1 ou 2.Como é usual (vide por exemplo [26. 27J ) a cada su]: conjunto AC'2
"
está associada uma álgebra C.
de observáveisOC" . Nosso sistema é descrito pela álgebra C
*
oc=
U
IXhI\C7..v
onde a união ê tomada sobre todos os conjuntos limitados de ~~ e a barra indica fechamento na norma, sen~o ainda que
[A,B)~ o se
Aé
OlA" BE IY!A,
com A.n
11, "" Õ(A simetria contínua ê dada por um grupo de automor -fismos
[6"!J
t SE. iR-J
dear. .
tal quem.
ot,.'l:lf...
e assumimos que ogrupo de simetria é localmente implementado, isto é,dado Ae O(A existe
.J;.
li ~ tal que; is:rA _L$J"",
cr.A=e A ..
são os geradores locais do grupo. JA
Um estado na álgebra
ot
é um funcional linear contí-nuo e positivow(.).
com W~)=f,onde ~ é a identidade da ál-gebra.o
estado w(.) é invariante sob o grupo de simetriase "'(OSA). wIA),'1 Aeor.,Yse 11'. • Pela propriedade de grupo isto é equivalente a:
d
w(<r.A)1
Y A f.()t"
"
15.
S1:<QEm termos de geradores locais
(2.3)
i:
W(O'sA)I '"
i.
w(U"
AJ)
oS SrD ~,
para todo AE. <:!(.,., , e a invariança do estado pode ser
escri-ta como:
14.
Para cada x E z.~ seja 0$ (x) a ação do grupo de
si-metria no ponto x, ou seja 0$ (xl =
o;, 1 orlo)
, de tal formaque
a;
=
® ",(O<)Tá.J:'"
Dada uma função real ~:
Z...
IR definimos(2.5)
OSU)"
® a;,(~,1"')~,2)1 ~
G"'s Cf) define um automorfismo na álgebra
m.
que I em termos dos geradores locais de GS é dado por:;..:rll) ... :Ul) (2.6)
a;ll) A '"
e
A
e. f'A&IJ(AJ '( Ac.2•
com
(2.7)
J{~)'"
L,
#I",)JI«) ",.2"e onde J (x) "
Ji"'l
A ferramenta central que usaremos é a desigualdade de Bogoliubov , formulada da seguinte maneira:
d
w(<r,I/lAl/ \ \ 13W(lA+AA·)
w(K) (2.8)as
5"'0 1 7.\
onde
[2.9) l<."
A.
J 0'.(1)G:i
til
H
I
J
rJS
1f
$~~
.. "H
é a Hamiltoniana do sistema II
i.
constante deP=iT
Usando a definição de <rs(f). (2.8) ê idêntico a
z
\ w(
[:l(tl,AJ)\
~
f
W(f{At/jÃ)w(c.cJ1{J,Il),J"lm)
que corresponde exatamente a rorma usual (2.2).
A desigualdade (2.S) vale para estados de equilíbrio sob condições muito gerais (13, 28 t 29, 33J e é a unica pro -priedade do estado tV (~) que assumiremos (Vide Apêndice A).
A expressão W(K) pode ser reescrita como:
w(!<.\ =
L
4
1"')f't1)
j(<<,1) (2.10)'lr.,.
fi.;r'onde (2.11)
fl""'''fl
=
1.1.
W(o;l")~tlj)
tI)j
45 r#: s:otu
ou ainda, em termo de geradores locais:
tl~'1J
= -W([:j("J,
[:r111, KJ"))Assumiremos propriedades para f(x) e H que garantam uma boa definição de K (Vide seção 2.3 deste Capítulo).
Com as definições acima, estamos em condições de enunciar:
Teorema 2.1: Suponha que t(x,y) satisfaça áS se
-guintes propriedades:
.
.
(i) f(x,y) ~ ~(y.x)
,
(U) t(x,.) .. i(?,) •
'L
t«<·~)=,),
... Z"
16:>"(iii) existe uma função
tI<
t17.") tal que16.
Seja a função E (1)), p. B" ,onde BV • (-1f ,1'f]
"
. definida por:
(2.12)
Ell""
L (, -
':"1' ... )
'tI")
1(~2"
Se
5
d"X
"a:>(2.13)
Hl'l
11'1~.
para todo &,)0, então o estado w(.) satisfazendo a desigualdade de Bogoliubov (2~g) é invariante pelo grupo de simetria
OS
.OUseja, W(<r, A) = W(Al, 'fAGot,
Demonstração:
Pela continuidade de w(.) basta mostrar que
I
! W«fsAl ~ W(A), 'f Ali (X" l Y À C
7/,
1\ fini to.Seja Ae. 0("" para algum AC1;l1 íinito~ Sem perda de
I
I
I generalidade podemos supor que
oe
f\.Então:
!
1
d
w(o:;A) \ ~ I.!L
w(OSCIlA)I
;rs
,=.
~Iol ds S&Ov
para qualquer f:2 _ iR , tal que f(x)= i(O)
t-
oA desigualdade de Bogoliubov torna-se: 4
í
I
lw(cr,A)!
I
~ ~
W(A'A+Rt)
w{l'ldó
s=.
7.1
t(o)I'Usando (i), (ii) e (iii), temos:
I
\
!
\w(K)1
~
..'-
L
[fi"'l
f(~)J'1
fl'l<'1d
~
I
2. ~.,6ll"(2.14)
Y 'X6 A.
(2.15)
(2.16)
J.
~
..LL
U(.)-.et~l
J
%I..
,l
: 5
Ai
17r1Jjzf(f)(.Ir)' 2. "1":1'"
I
com a transformada de Fourier f(p) definida por:
f'(p) •
L,,":"'"
1'''')
e l3"
" C-7f, 7fJ
"
«62'"
Vamos assumir provisoriamente que existem l',)c e '&>0
tais que
E(p) '?- õ\p/'" para
I'TI
~S
(2.17)Seja
E.. (p) • E(p) se
111
$ fi(2.18)
E.. (p) • M,x{E{t),~~'1 se \1'\>.
Dado ê":lo escolhemos f(x) COmo sendo
4,
I")" C.I,,)';'J..,
I"') (2.19) ondeC.
r",l '"5
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e,r.,J, . ." (2.20)8" (!I.lt)" fi, (~J. ~
C '0)-C, I.) "
~
A
1-"'R·" se. 1<6"e
l '
'h.f") =
,.1 , O
5"
,
Çom esta escolha de he onde
f
C
e
(o) •S
A
I,u)' 0,!1) H
.'
(2.21)-x4/\
teremos fe(x) • Cerol. '{"'"A.
(2.Z2) (.%Ir)'
."
!E,.!l.) +€Valem as seguintes estimativas:
1
!l.(t)I'~
\
c,ltl..
J.IC.11)llr~(1JI"
Ir~lt)l·
(2.23) eI
,....
18.
onde Q(A)
ê
uma constante dependente de 1\ , porém independe~te de E • De fato, da definição (2.23), vem:
I
tl'l'!I"
L
I
5
A
1- ,.".'[I
if
L!.!!') (
A
jl.I'1(E-1\,
s.
(4tW E.(,U + t:.l
:t""A 4:J
(.21r)1fE+fl.J
8'
e, por causa de (2,17),
I .
r
J'l
lJ,f
<. '" J ( ..
'lr)~ E.I!,)rf
e então (2,24) segue, com
Q(A) '" I
r:
1'%1'~6h
"2
Por outro lado
~
C. (1) •
fE.(1) + (
e usando (2.16), (2.23) e (2.24) segue que:
I
\WIK)
I
~~A
~
.:z
QIA) + G.(A{í
li.
E1t} -($11)'(Ali)' f.lfl +f.
8' S'
(2.25)
C.
(o) .. bOI)"
com
D(h) '"
~
6[(A) l'Q(fI)~
J
h-
Ht) <: <I>.'
(,1,,)YEntão, de (2.15) e (2.25) vem:
1.
",(er.A)I
\~ ~
f
W(!\A+/lÁ) _C,lo) ... bOJ (2.26)1
às s~o CiO)'l.Como:
,
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Ji
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E+lfl + E. 11"
(2.27)
é='»
)
A
"a>E1r] 11'1 <5
temos que
.i.w(tr,IlJI
= 0 (2.28)c/s $ ••
o que implica em ",{<r.A] '" w(A) .
Para concluir a demonstração resta estabelecer(2.17).
De fato, como E(p)=
z:..
'ã{x) (1- w..p.x), com Or",) '> o)"%4-]4' 'li
vemos que para \1=1, se "o
F
o é tal que t(x.)>
o. então .2f''')
,
•
Er1') >,. 'f(?:'] (i ""7· 'X,) >, 7(' 111,1 (11
para
IpI
~*, .
l! claro que se %(x) =0, Y"'é;;t» então automatica-mente (2.28) é verificado. Para Y=2, suponha que existamXc!!
C
x"'
x.' )
e Yó:=C'
YtI Y.•
) comx:
r
o • Y...
I o (xopo-de ser igual a y,,), tais que
'i'
ex.)
lo e'à'
(Y.) " o. fNeste caso
E(f)
~ ,!,(~,I('-"'f·",)+~I\.){H"'T·I·J " c.+e.I1'I~em alguma vizinhança de p = o. Se não existirem x6 e yq com
as propriedades acima, então estaremos reduzidos ao CaSo ~= 1
e o resultado segue igualmente.
20.
Observações:
O Teorema 2.1 estabelece, de uma maneira geral, a conexão entre a existência de umã singularidade (infraverme-lha) não integrável na função E(p)t e a proibição de quebra espontânea de simetria contínua. b um resultado tipicamente vá lido para dimensões baixas (~~l ou Z). já que t de acordo com
(2.17) (que ê verdadeiro para qualquer dimensão)
y?,. 3
S
d~
l5
A
<'" seflf)
r
171'111~6 111 ~ ..
e , neste caso. o Teorema 2.1, tornase vazio.
A função E(p) ê a transformada de Fourier de ~{x;-y) •
.
um limitante para }(x1Y). que pode ser considerado Como uma medida da interação entre os pontos X e y. Se a interação' de-crescer lentamente 1 quando {xy
1-;:.
tD, a singularidade de E(prt,em p = 0, pôde ser integrável, mesmo em y=l ou 2, e neste ca
50 o Teorema 2.1
é
vazio (na realidade t é falso!). De fato.p~ra uma classe de sistemas que obedeçam regras de SOma e esti-mativas infravermelhas tinfrared bounds") a condição
(
"
,) 1:(/) "1< '" implica na quebra espontânea da simetria contí nua em )l=1 ou 2 [30.31) .
Devese notar também que o Teorema 2.1 nâo supõe invariança translacional da Hamiltoniana H nem do estado ClJ!·).
2.3 Aplicações
A cada região finita
AC.
71 ~ associamos a interaçãoH (ME
Ot." ,
que é uma interação de I AI corpos (IAI. cardina-lidade de1\)
tal que para cada X€7.» temosL
IM " HIAlI! <evA_
Podese tambêm tratar o caso de operadores não limitados. o que não faremos aqui para evitar um tratamento técnico mais com
pUcado.
A Hamiltoniana ê definida pela expressão (formal)
\
H,,
L
fi
(1\) (2.29)!
M.?
Mais rigorosamente. supomos que para todo
Aé-tJ(r
I rcÕ'~1
!
a expressão
\
[fI,A1
~
L
[/l(Al/A1
(2.30)rllJl=à
define uma série convergente na norma de bt j ou " seja.~. que [11, A')
e.
/)t . Note que se o alcance da interação for finito asoma (2.30) tornase uma soma finita.
Examinemos agora as condições (il, (ii) e Ciii) im-postas pelo Teorema 2.1 sobTe a função tCX,y), que é dada por
I
,tl?"ll"L
i.
W (<l;I"') ,,,li)fi)J
(2.31)~ rJs JI: $;.~"-"
\
que, em termos dos geradores locais J(x) do grupo <1~ • ê o mesmo que:
;t(x,y)
. L
w([jl,,)}[;n~)/IIMJJ)
A.a'1,~
I
A propriedade (i) ê conseql1ência de [6$1,,), a;1~JJ~" , que ê equivalente a ["l{"JI;'), :n~}J co pois então
I
~("',~l'" [.
w(:;(,):rl~IH-:rI<l»1(,)-j"JH:r ..)+ij:n.)n'<)) ~ 4 1\&7<1f= _
z:..
w(;n~):rI~)H Jf~)ftJI ..)-::r'~)ft;n").HJ(,,);rI~)) = i(~,")A~~~
22.
A primeira parte de (ii) segue da estimativa
If~~Ji
{, lj1111"111
1I:r1~1I1
L
11HChlll
(2. 32)"'"''
. ~
pOlS entao
\ltl1<,.l!lj '"
r..
\il".~i1
~
ee..t.IIJI ..
JI!
L
I~I
NIi(A)1I
< coi'1~ It.;l?c
onde supomos que
Á.WP
II:J'I,,)
11 <: cc>e
L
IAIIIII(A)11 <<<I
~67-; " 31<
,i para cada x 6" 7i) . Em particular. se a interação for nó máximo de
N corpos~ isto é t se H (Ã)
=
o paTa 111\ > N então., ,
"i
1«, .)
li,
~
"",t,L,
U
IU"lll <: """
"'"
A segunda pa.rte de (fi), é a condição de invariança de H U\) pelo grupo O"'s ~ o que o define como simetria do sistema I ou
seja:
(), H
Ih) ~ IHA),
para todo 1\ C71
"
iIsto implica em
I
i
L
~("í~)
'" r.
W ([:fl«),fs.<r.
l1cAJJ)1
o1';2" • "" S 'S. .
A condição (iil) será satisfeita se tivermos a
limita-ção uniforme
I
ic'X,\
d
~
I{I1J171!1 11
J1"-,ill
L
Jf1/
(A) /I~ ~
ã )
(2.33)A3'X11(~}
para quaisquer x,YG71v ~ onde
r=
xy, e para tanto ê suficien-te quet
ft:,,~)n
n:rr",-~ill
L..
l'liMI/l < co para todoà "
.lv..%.f
AD'%/?i'~l
No caso em que llJ (x)1I = llJ(o)U I para todo <;t&J:'" ,
e H(A) ê invariante por translação, a função tcxy) pode ser escolhida como
~(x-y) = lj
n/.H!'
L
/I
H(I\)II (2.34)A'1lo} "l('w.~
No caso geral. a condição (2.33) não exige invarian-ça translacional nem da Hamiltoniana, nem do estado UJ(.). o que é conveniente para. por exemplo, acomodar sistemas aleató-rios (vidros de "spin")
[13J.
Para discutirmos o papel do aLcance da interação na ausência de quebra espontânea de simetria contínua. vamos nos ater ao modelo de Heisenberg. A cada Xê~ correspondem oper~
dores de "spin1
s,
(x) • S" (x) e S, (x), com as relações de
•
comutação usuais:
[s;
(,<I, 5j1\») "
~ ~"''I:
é'ik f;.lx) (2.35)onde
á",'I
é a funçãob
de KToneck ar e G4ilt é o tensor totalmente antissim.êtri:co,Ç:om ~i~lt::: 1 Além disso,temost
5~
I,J" $IS+I).t"l;,l
A Harniltoniana de Heisenberg é dada (formalmente)por:
i
I
J.l
=L
r
J.,')'"l[5,ro)
5',1,)+5.(~}s.r,)1
...
':t,(""~)S,f,,JS',I~)}
(2.36)I
~1E
2,"I
onde nos restringimos a interação de dois corpos, ou seja. em termos de (2.29)
i1
(r . ..,
I ) '"
:r
r~'1)
[5,1.)5",) .,. S,I,,}S.I~J]
.,.
1,(
"'~
JS.
('l()S,
r,)
•
24.
"
A álgebra de observáveis
ot
e a algebra C geradav
pelos Si (x) , i=l,2,3, 'x 6 2. •
O estado W ê definido como o limite de estados de Gibbs de volume finito t ou seja
_('11.
W(A) '" ~ ,;, A
e
Aft 2)' T...
i/tiA
onde 1\ pode ser U1Il cubo eH. '"
L
I-l((?:,~l)
""
."Poderíamos também definir ~(.) colocando uma condi çao de contorno diferente em HA ou um campo externo no plano
Cx,y). que tende a zero após A
t
3," •o
grupo de simetria consiste em rotações em torno do eixo 3. cujo gerador local éJex) = ~(x) e2.37)
Um cálculo direto mostra que: fex,y) = [TI"'.1) + li,.,,)] W(S,I')S.I,)
+S.I'tIS.I,J)- L
[I{l.'!') + :rl"1)J
w( S,IIl $,(~l +><
(,I S.C,l ) Ó'l,'}lE":J,v
Observese que ..i(x,y) = "(y.x) e
r:.
i(x,y) = o~. (J 'fó]t.v ~
satisfazendo as condições (i) e (ii) do Teorema 2.1.
Assumindo que II(x,y)1
=
:r.
CIxy/) e usandoVJ (5,c.) S,f~)
1
f US,I'III US,IIIII " S· 1obtemos:
11
1"1.')I
~
qs'
f
:r.(I'X-~1)
+L
I.(131) Ó••,J '"
~I,,-~)
(2.38)
ã"2"
Então. teremos:
f
(1')" L (,
~r.""){<lS:r.CI,,t)
+ [ I.fl}1) dOI'1
(2.39)i,.
A divergência ou não de
S
E(,)u'l'
vai depender do ralcance de 1. ['xl}. ou seja, da rapidez com que lo Uxl) ten
da a zero quando tx 1-+ OD • No c"aso em que
(2.40)
L.
I'XI"
I.(,..,) '"
oi. <.""'X&2~
usando
4 Wr.'"
~ I1lvl~l' 'Ô = 1.2, temos!"t. li "1 " (2.41)
ElfJ
~:.
5Ir
I L..,I'XI
r,C/'>"') ~ .2 c<s'111'
"'(,;l'
Desta forma
para Y = 1 ou 2,
lim
S..4
mf 1,0 E(')
e'
,
sendo a divergência linear em v=l e logaritmica em ~=2.
Caso O momento }J de
t
(x) não seja finito porém te ..nha divergência logarítmica podemos demonstrar uma condição su
s ,, "
ficiente para
Eftl
Q1"
a>.ProEosição 2.2:
Seja E(p) =
L
0'''''7'''')11..)'X6':;rl' com ~(xl ~ O e
seja K(N) =
L
Ix
I V 't(x)'X6-Ak
onde
Ali " { "'. /11+1, " ' ,
N(
C4.
y
Se
K(N)
sup
<co
li
k
N
.e... '" ",
.l..j..
IVpara algum
!"t
(onde ~N=
1!..(t..{ ", (1.. N).,))) então para lplsuficientemente pequeno11 -1 _t
,
26.'
Demonstração:
A
demonstração segue as linhas gerais do Teorema 5.S da referência [3i) .Como 1 cos p.x ~
i
ltl']1t)' e lcosp.x,; trl~1E('(I) '"
r:.
U""1'.1(
)~r"'J
+
L.
(ICO'(.,,) " ...)~
'Kf-AN "Xf:/tC
•
s
\rl"
L
I'XI"
~I,,)
+
.2L
~("')
?fE--I\N 'XfG..I\~
Para M)N
..
1,,-,11 J
L
~I~):
t
z:.
~~I1<J~L
L.
I'XJ"~I.,..)
(2.42)-r,s1 ?:~aA~
4I;~ UH
X"'A"~A,,, ,-':.#... , 'l';;,3A"
pois Ix]V '> n" para 'X" ilA~ (ê!A~ = fronteira de
A.. ).
Agora:L
hl"~(x)
= K(n) K (nl)'X"'(lII.,
e portanto (2.42) é limitado por
'"
L
~I
..)
~
L
7
[K(~)
K("'J
J "
"'bA~-AN
L:~"+!
..,
,
,..,
_
I
1<1_)+...!
~I"') _ UIN) ~[
~v (.ti ..,.;))' ...."-:;~+l M" (tt+I)V
"',
~
L I kll'l)
+
3L
K(~ljl.\V 1'l= /II+! /)1"'+1
(2.43) Mas
K(n)
~
JeJ... '"
J...
'h .•.J!M.. '"
(2.44)e então
K(M)
lim = o (2.45)
"'
....'"
M
Tomando o limite M~~ em (2.43) e usando (2.44) e [2.45) obtemos:
.,
""
L
~[?')
~
3d",L
.f,...J...
~.. '
L.~ " 3.ck.
í
j..1< 1... '" ....t.,.,
J1(
<
."'''-11
l1v +fJ
",v+f~6AIl N
Integração por partes fornece:
.,
(
r
..e.. '"
.t..." .. ,
~
d" ""
(J..
N .t...N ." J.,~ N•
y
J
'){$+1 /.Iy~
S
.,
+
~
(.t..,.", ."
k."
+.&.."" ..,
~'"
<f ". +f)
q')("
~"tt"
Se N é suficientemente grande
1....
N ~1..,
N ;. ... :;.. 1..~ N > Zo que conduz a
'"
Ir
..e.,.?:
J..." .. .
..&....:
J" :::. !1 .&.N ).,.N ." J..~ N1(VI''1
j
.2.1 NViJ
Escolhendo N~
(11'
rI
J
obtemos a tese.
c.q.d •I
Pelo fato de
I
.
(
11'1" k
I1r'
.h,
I1'r' . ..
.e...
}l'r'não ser integrável na origem para V=l ou 2t temos então uma
28.
_o(
No caso particular que lo (Ixl) = Ix1 ex
f
o),
~teremos, para )1 = 1,
S
E '1)"1'
infinita para C(~ 2 e finiB'
ta para OI!
<
2. Em "J=2 a integral será finita para ol<4 e infinita para ,,~4
[31J.
_cC
Os casos limites, para lo (Ixl) do tipo IXI cor
respondem a divergência logar!tmica do momento Y de
lo (IX ,) ,sendo cobertos pela Proposição 2.2.
Toda a discussão feita até aqui pode ser facilmente adaptada para sistemas clássicos. sendo que a estimativa (2.33) pode ser feita diretamente em (2.31), como uma estimativa na segunda derivada mista de
\5,1,,) ~(~) !lO.)
sem necessidade de introduzirse geradores J (x). I
I
Sistemas aleatórios (vidros de "spin1t )também são t1'atáveis pelos mesmos métodos até aqui expostos. Para fixar idéias, \
consideremos o modelo dado pela Hamiltoniana (2.36Jt onde agora tI (x,y). I3 (X~Y)}~,6'~ são variáveis aleatórias num espaço de
probabilidade.n.." Gomo é usual, no tratamento de sistemas alea-tórios ~21 J podese considerar dois tipos de médias estatís-ticas para tais sistemas:
1 médias temperadas C'quenched'1 )
<:
A/*
'E.<
W(A)~
T....11 ./'
>l ) ~It
T.
\ " e ..n..
2 médias recozidas (nannealed")
_pH "
T... A
e
/../1.':'A).. "
<
<~
;J"
>..a.
onde (~significa o valor médio tomado no espaço de probabilida
Para sistemas recozidos as manipulações seguemo·"ipsis
literis"
,
as do Teorema 2.1, com o resultado:<(T.A>~
'"
<
A)..
Para sistemas temperados, basta notar que
2
2-<.
I
fs
W(IT.lIl
l,.,
I
~
~
r
<
d$ LW(<5'. All " \
S:::. ~pela desiguldade de Schwartz (pois ~1)""= 1), para obter-se
<.
Gi
A
>t
=. .(A
>",
Em ambos os casos a hipótese (iii) do Teorema 2.1 é substituida por
no caso temperado, ou
<
I
fl~,~iI~" ~I",-,)I
I
!
no caso recozido.
<
Ld..cr;,I~J~(~)HI
\ \
*
~1",-'d)
I
, ds. It. s':t~.l..
No· caso particular considerado (Hamiltoniana (2.36)) I
a expressão(2,,38) fica substituída por:
45'«
1:r.(I"-~I)I).n."
'[<I:r.(I)I)I)
"Ç..
,~)"
Q{"1)} "' d
e exigindo que I" (Ixri ) € L' C.n.), recaimos no casa de um
sistema não aleatório.
Com algumas hipóteses adicionais, os resultados
con-tidos no Teorema 2.1 podem ser facilmente estendidos para
515-temas de dimensional idade restrita, ou seja, sistemas tridimen 5ionais (ou dimensões maiores) que tenham tamanho finito em uma
ou duas (ou mais) direções.o
30.
1 dimensionalidade restrita ~=1: o sistema pode
ser totalmente contido num cilindro Cc. Il.' • de comprimento in fini to e secção circular de raio L<. te • O espaço de configura
ção deste sistema será, então, 1\= C
f\T
2 dimensionalidade restrita ~=2: o sistema pode ser totalmente contido numa chapa plana inflni ta S c.
ri
deespessura uni forme L <: (O • Neste caso o espaço de configuração é f'.:Sfl2'
Em ambos os casos podemos decompor qualquer ponto
x ~ A em x = (x~. Xq)~ onde xq são as coordenadas de x ao longo das direções de comprimento infinito e x~ são as
co-ordenadas restantes*
Para incluir estes sistemas no domínio de validade
do Teorema 2.1. substituímos a hipótese (tii) por (iii T
) : e
,
xiste uma função ~G .t(1\) tal que para cada ". \ . " . e
fi-xados xlJ t . YIJ
sup
I
f(1<,~)I
~ ~ (?:II 'j.) (2.47)"X,L/lL~ 11.
A demonstração do Teorema 2.1. neste caso, é intei-ramente análoga, bastando as seguintes modificações:
a) escolhermos
4e
(x) =1a
ex
It ) exatamente como em(2.19) (2.21), apenas substituindo x por x• • ou seja {.(x) ê constante em x~.
b) a estimativa (2.16) ê modificada paTa:
I
Ú)(~)
\~
.!..
L
-I1~.d
P1'
I
fI'>,
1)
I
"'.h
Ur"'n)
'tJ , ~J..~
;L
1I't.1...
~
1.
L
UI')!,) _fl~.n'
~/?:II-
~,,)
~
Nr
li..
J
frrl!'
E1t}:l. ...
j
{jarl' 'onde N ê o número de pontos de A contidos numa secção reta do
cilindro C (caso 1) ou na direção da espessura da chapa S (ca
32.
CAPITULO 3
DECAUIENTO DE CORRELAÇOES
3.1 Resul~ados Gerais
e
um fato bem conhecido em Mecânica Estatística que transições'de fase (com ou sem quebra de simetria) estãointi-mamente ligadas ao surgimento de correlações de longo alcance entre cert«lS observáveis do sistema.
Assim, para uma classe grande de sistemas clássicos e quânticos numa rede a existência de correlações de longo al-cance implica em magnetização espontânea (correlações e magne-tizações convenientemente definidas), o que, muitas vezes, es-tã associado a urna quebra espontânea de simetria [32]. Um exemplo disto é o modelo de Heisenberg quãntico (antiferromag-nético) e o modelo XY quântico em 3 dimensões [33J. Nestes
, !
modelos a existência de correlação de longo alcance implica na quebra espontânea de simetria contínua.
Por outro lado existem modelos em que certos observá veis apresentam correlação de longo alcance e exibem simetria
I
contínua que não é,(não pode ser) quebrada[341 .
Neste modeloI
[341, bidimensional. existe uma simetria discreta além da si-metria contínua. A sisi-metria discreta· é quebrada provocando o
surgimento de correlação de longa alcance entre certos observá veis convenientemente definidos.
Neste capítulo mostraremos, usando os métodos do
Ca-!
pítulo
Z,
que a ausência de quebra de simetria implica naine-!
observáveis t que estão relacionados com o grupo de simetria.
Ao mesmo tempo obtemos estimativas para a taxa de decaimento das correlações. independentes de modelo e da temperatura, e
(' ., J '
que está relacionada com o grau de divergência de '\, E(t)
'7.
Nossas estimativas representam uma melhoria e uma generalização de resultados anteriores de Fisher e Jasnow [35, 36] ~ pois além de valerem para toda urna classe de modelos e de observáveis, são locais, dependem apenas do alcance da in-teração e incluem interações de muitos corpos.Recentemente Ito [3~ reobteve nossos resultados,com
pequenas melhorias quanto a taxa de decaimento, porém com Te! trições mais rigorosas quanto ã classe de modelos e observá ~
vais.
o
argumento heurístico, no qual se baseia nosso método, pode ser assim colocado: se tivermos um observável A(o) • colocado em x ~ 0. e outro B (R) colocado no ponto x
=
R~pe-lo Teorema 2.1~ teremos
J
W(<SsAto,l!(~)ll
" O (3.1)E
s~,I
Porém se, na expressão (3.1). em lugar de ~co-·1 locarmos ~(~) , definido em (2.5) e (2.6), com f (x) do
se-guinte tipo:
I
a) f(x) D 1 numa pequena região em torno de x ~ o;b-) f(x) decai lentamente para zero numa distância da ordem de IRI;
c-) f(x) • O pau Ixl>.- IRI J
então (3.1) não será mais zero, porém deve ser pequena, pois
34.
Por outro lado
1.
w
(<Ssrp
Aro)8rftl)
I \
=
,I w ( I>l.) B(P))I
ia F(f/.)Js
;.
\
onde 11(0) :: [3"(4) J I!!on ~ L31'l,AI,)] porque
[:rw
J B{ltl] = <:>pais f(R) = o' e levando em conta (2.3).
Se, agora. fizermos
'Rl-+ct.I.
conservando as carac-terísticas acima descritas de f(x), vemos que f(x)~l e F(R) deve tender a zero por causa de (3.1), resultando na ausência de correlação de longo alcance entre D(o) (do tipo [:rrq),Aro)) } e B (R) •Nossa trabalho consiste em estimar a rapidez com que
F (R) IR, ...,!lo o
ã
medida que f(~) IRI..."'>t.
Passemos pois à formulação deste argumento de uma maneira mais precisa. O contexto matemático, assim como a
no-tação~ serã o mesmo exposto no início da seção 2.2. do Cap{t~
lo 2.
Consideremos duas regiões ~oe A~ com 11. () A.
=
11( e três observáveis A) D é Ó(;l\c ) BR ~ {fI,A. J tais que(3.2)
A =
.E!.
IJs l>I
Q5 so
Sem perda de generalidade suporemos que O '"' 1\(1 (e
!1.f A~, Il um vetor em 2
•
).Em termos de geradores locais (3.2) é equivalente a
A~ i, [3(."DJ (3.3)
quais valem nossas estimativas, ou seja, elementos da álgebra
~ que provém de um comutador de algum observável com os ger~
dores da simetria.
Seja f (x) uma função
f:~--+
~
tal quetIO) ""
o para X& 1\0(3.4) f(x) =
o
para xe
Ap.Definindo eisef) como em (2.5) (ou (Z.6)),podemos es-crever!
.{ W{\f,rnll B.. )
1< i.W(c::rI~J,~B ..J) ::
d~ .:,
~
;.. L
~(",)w([:JI"J,bB~J)
"'j;47J!
=
<
L
.(1..J{c';(!:31>"ÕJ\3..
1+w(DCJ""'J,90.J)
• ~lol W(~B ... )1<Q!
"
pois
[:H"J, ,,] ".
s« 1> '"/lA. •
?(ti.
A.Então ternos:
I
W(lls..
1",
~1.
W("'/1)
D13,. )
I
(3.5)",FIo) riS $"<'
A identidade (3.5), com f(,,) escolhido convenienteme~
te (satisfazendo (3.4)). juntamente com a desigualdade de Bo-goliubov (2.15). serão nosso ponto de partida.
A função f(x) é definida por
1
36.
onde
CR(X) =
I A
_11..')(
e., b. ('I<.~ •..lj
(.>1TJ'6"
E.(V
·~'4í1.
.: k. '"
J
J'I..
1 e. e. (3.7)"
~l' E.r(6.)
-com E. (.() definida por (2.18) e
CIl(o) . C.Jx) se x e 1\0
ht ex) = { • CIl (x) se 1( " A.. (3.8)
o caso contrário.
Com esta definição de f~ex) a condição (3.4) é satis feita, valendo portanto a identidade (3.5).
No que se segue necessitàremos de uma estimativa pa-ra
'"
h R (p) ~ a transformada de Fourier de hl<. (x) .Lema . 3.1:
(3.9)
I
h~!t}1
~
G1(A •• A.. )C
fOJ9
•
Ronde Q (1\•• !lt.).{fl) é uma constante dependente dos tamanhos de Ao A~, mas independente de R.
Demonstraç~o:
Da definição de h .. :
~ _~i~.Il){ i
b.",')
J,~!,)
'"
L
e-
.êp
i
_
ti
{I
e 1 e .(JI.1r)'
~'f\o
"".Qt
í
J"k
",,11. '"
1!n~,('X-"_1L
e
?fé A~
J~1TJ'
E+ff,.)
'B"
A identidade cos a - cos b • 2 sen a+b sen b-a
r
Zjuntamente com a desigualdade de Schwartz nos dá;
'h.
I
'J;R
11') \f.
.:i.L. [
r
JV~
1 e.,/lLltl
q,.
[5
J.1
/""8·'I<·l+
,,"A.
J
(:"r)' E,tAJS'
~I"l
6'<''''1'
t
J.
L
5
tl..
J,u...
lI.r",.
p.} .I.J.4.~
I
'X..A.. !I" (~}' E.IJ,)
Usando a identidade 1 - cos a ::::: 2 se~ ~ e a desigual dade Isena
r ,
Ia~ temos:I
h.,ltlI,
5:
~Ioíh.
(L.
l?rl ) Xl}.,4-~bA.
($.10)
+
.t(Sã
.1U! ...
'.1(1) ( C
I~-~I)
~. (\111)' E.f') ~~A~ onde
I = \
1l.
J.lt
<. U> por causa de (2.17).~ l~JI')' E.I'1 B
Aplicando novamente a desigualdade de Schwartz para o segundo termo de (3.10), resulta:
I'"
"R(tiIl;
li'
4,(0)1\.(
~1'11
1
:r'
'f..
Ir
C,,1o)
/It(
r..
1
",.<t I)
r
'I>:t1F/;fl.