Instituto de Físia
Irreversibilidade por ompetição para um modelo
de Glauber-Ising a partir da produção de entropia
Osar Alberto Barbosa Bohórquez
Orientadora: Prof a
. Dr a
.Tânia Tomé Martins de Castro
Dissertação de mestrado apresentada
aoInstituto de Físiapara a obteção
dotítulo de Mestre emiênias
Comissãoexaminadora
Prof a
.Dr a
.Tânia Tomé Martins de Castro
Prof.Dr. Wagner Figueiredo- (UFSC)
Prof a
.Dr a
.Carmen Pimentel Cintra doPrado - (IFUSP)
FICHACATALOGRÁFICA
PreparadapeloServiçodeBibliotecaeInformação
doInstitutodeFísicadaUniversidadedeSãoPaulo
BarbosaBohórquez, Oscar Alberto
Irreversibilidade por competição para um modelo de
Glauber-Ising a partir da produção de entropia. São Paulo,2013.
Dissertação (Mestrado) – UniversidadedeSãoPaulo.
Instituto de Física, Depto. Física Geral
Orientador: Profa. Dra. Tânia Tomé Martins de Castro
Área de Concentração:Mecânica Estatística de
Não-Equilíbrio e Dinâmica Estocástica
Unitermos: 1. Mecânica estatística clássica; 2. Física teórica; 3.
Mudança de fase.
Resumo
Trata-seumsistemairreversíveleforadoequilíbrioadotandoumadinâmia
estoás-tia, apartir de uma abordagemque visa a ompreensãodos efeitos marosópios
omo uma onsequênia das araterístias mirosópias do sistema. O estudo
enfoa-se sobre as transições de fase inétias que têm lugar pela adoção de um
modelo de rede, no intuito de desrever os estados estaionários por meio da
pro-duçãode entropia,que arateriza oomportamentodosistema eluidando assuas
ondiçõesde reversibilidade. Dessa formaonsidera-se um modelo de Ising inétio
om simetriaup-down e sob a inuênia de duas dinâmiasde Glauber em
ompe-tição. Nesse sentido onsidera-se uma rede quadradaonstituídaporduas subredes
atreladas, as quais submetem-se ao ontato de reservatórios térmios a diferentes
temperaturas. O estudo é feito mediante a adoção de uma abordagem analítia
assumindouma aproximação de ampomédio, e,domesmomodo, ombase em
re-sultadosdearáternumérioobtidosomsimulaçõesdeMonteCarlo. Osresultados
mostramumatransiçãodefasedesegundaordemnoregimedenãoequilíbrio,aqual
Abstrat
An irreversible and out of equilibrium system is analyzed by means of a stohasti
dynamisbasedonanapproahthataimstounderstandthemarosopieetsasa
onsequeneofthemirosopiharateristis. Thestudyfousonthekinetiphase
transitions that take plae by assuming a lattie model, intended to desribe the
stationarystatesbytheentropyprodution,whihharaterizethesystembehavior,
larifying the reversibility onditions. Thus a kineti Ising model with up-down
symmetry and underthe inuene of two ompeting Glauberdynamisis analized.
Inthissenseoneonsidersasquarelattieformedbytwosublattiesinteronneted,
whih are in ontat with two heat baths at dierent temperatures. The study is
madebymeansoftheanalytialapproahofamean-eldapproximationand Monte
Carlo simulations. The results show a phase transition of the seond order in the
steady state regime, whih is evidened by a logarithmi divergene of the entropy
Agradeimentos
E emm, eis-me aqui, nalmente aquela pessoa quem ps-se natarefa de esrever
essaspalavrastodas,esperandoreetirnessa,asualíngua,asoisasquepelaminha
abeça passavam, da mesma forma que eu, em mim próprio, faço dia trás dia,
esperando me traduzir para ada um de voês, a quem agradeço...Daqui para à
frente omeçarei fazer uma inúmera série de injustiças, dada a impratiabilidade
de nomear todas as pessoas que em maior ou menor medida aportaram para fazer
possívela esrituradesse texto,para fazerde mimaquelequem eu sou. Entretanto,
em que pese ser injusto, vejo-me fortemente impulsado a o fazer, e nomear alguns
dentre todosessesquenomomentodeesreveressaslinhasonsigo-melembrar. Em
formaespeialminhaorientadora,TâniaTomé, impresindível,paraquemteria que
fazer uma seção espeial de agradeimento a parte, devido à sua ajuda, e apoio, e
aporte a nível de onheimento. Em seguida agradeço a Mário de Oliveira pelas
frutíferas disussõessobre otema deste trabalho.
Não por mais importante, mas por ser o primeiro que atravessou a minha mente,
agradeço à EPE, formadora de pessoas. Uma pequena luz no meio desse mundo
que empenha-se em fazer peinhas para essa vasta maquinaria da qual ninguém
aabasendo beneiário. Seguindo nesse aminhoaparee obúho, formoso ampus
daU.N., e essa última em forma própria, onstituindo um onjunto que lida entre
poderosasforçasexternasparaseonservaromoumentrodeensino,depesquisas,
ede sonhos. Larga vida a ela. Tambémà USP (omo não haveria de ser?), grande
instituiçãonasuatotalidade,ofereendoumtãoprazenteiroomoótimoespaçopara
estar, brinar,sonhar,estudar, trabalhar.
Jáestandoporai,também ao IFUSPeà CPG, tantoomo entidades quantoomo
ao pessoal neles envolvido; funionários, amigos, professores, olegas, grupo que
aaba-se misturando intrinadamente e para o qual om erteza arei urto, mas
doqual,omo tinha dito,nomearei alguns: Salinas,Vera, Roberto, Carmen, Silvio,
Éber, Luis, Antonio e seu afé, Roél, Jó, Hans, aoMera, David, Mayon, Enrique,
Luas...Impresindíveis, laro está, Mario, e Áttila. Todos eles ontribuíram em
formamais oumenoslara om aelaboração desse texto eaporte a nívelde
onhe-imento. Poresse ladotambémaparee CarlosViviesas, namedidaquese alguma
oisade físiotenho (efísio tambémé pessoa), éem vasta parte devido aele. Um
enormeabraço.
Agradeço às agenia de fomento e apoio à pesquisa, espeialmente à CAPES.
En-tretanto, vale dizer, agindo assim, em forma implíita agradeço a todo aquele que
foieépartedesteenormepais(que vaibemalémdas suasfronteiras físias),dentro
da sua ânsia em ser ainda maior, e sabendo que isso somente é possível por meio
da eduação e o aprimoramento do ensino em todos os níveis. Digo isso também
esperando que agindo em aordo om todas aquelas pessoas que em ada um dos
seus países promovem esse m, a Latino Améria todaonsiga-se aordardesse
le-targo tão duradouro, e assim reivindique a sangue que nutre este anto domundo.
mosas,emujasruastenho aprendido,pormeio de batimentose sorrisos,aser essa
pessoa quem eu sou para oresto domundo.
Como parte importante, muito importante, apareem artistas, e esritores, que
onservam-me, não sei direito, se um pouo louo ou um pouo ordo, por que
o que na realidade é neessário e manter um pouo de ada, senão, um aaba fora
deste mundo, voando no váuo. Assim seguindo a tradição do Heaviest, agradeço
a Iron Maiden e Blind Guardian, à nouvelle vague e Truaut; também a William
Ospina,a iêniação, e bom, um montea mais.
Em forma geral a amigos na Colombia e família; enormemente a La Gata a El
Negro e a Yudy Volando...A Esperanza Plazas, quem uida mais de mim do que
eu próprio; e a aquele velho que um dia da sua vida, risando o rótulo de uma
erveja om assuas longas unhas,enontrou um pedainho doque ahou era parte
deumahistoria,edeidiu-seassimaompletar,fendendorótulotrásrótuloaté que,
nalmente, aabou por lavrar no frio vidrio e om desgastadas mãos, a historia da
1 Introdução 1
1.1 Irreversibilidade . . . 2
1.2 Parêntese histório . . . 5
1.3 Modelo . . . 5
2 Transições de fase 11 2.1 Critialidade. . . 13
2.2 Esala nita . . . 15
3 Evolução temporal de uma dinâmia markoviana 19 3.1 Equação mestra . . . 21
3.2 ReversibilidadeMirosópia . . . 24
3.3 Dinâmia para um sítio. . . 25
4 A produção de entropia para a equação mestra 29 5 Modelo om dinâmias ompetitivas 35 5.1 O modelo de Ising. . . 35
5.2 Dinâmia de Glauber . . . 37
5.3 Modelo emduas subredes . . . 40
5.4 Fluxo de entropia . . . 41
5.5 Modelo unidimensional . . . 44
6 Monte Carlo 47 6.1 Monte Carlo . . . 47
6.2 Método . . . 48
6.3 Resultados: Monte Carlo . . . 49
7 Campo Médio 65 7.1 Evolução temporaldas médias . . . 65
7.2 Resultados: CampoMédio . . . 69
7.3 Estabilidade da soluçãoestaionária . . . 73
Introdução
A termodinâmiatalvez tenha hegado a ser vista, entre as teorias propostas pela
físia,omoaquelaqueeramaisgeral,abrangendoumramoenormedemodelosque,
porsua vez, onsideravamuma amplaquantidade de diferentes araterístias, fato
que aabava-se reetindo nas diversas possíveis apliações. Além disso em termos
gerais sempre foi bastante útil já que, por um lado, era até erto ponto aeitável
enquanto a sua estrutura lógia e matemátia, e por outro, partindo de prinípios
laramenteestabeleidosnas basesdateoria,ofereiadesrições tantoquantitativas
omoqualitativasdesses modelos.
Esse grupo de sistemas para os quais a termodinâmia serve omo ferramenta, vai
desdesistemasambientaiseeossistemas,até modelos eonmiosenaneiros. No
entanto, não é estranho [1℄ pensar a termodinâmia omo possuindo um aráter
mais humano do que o resto das teorias em físia, talvez por ser uma teoria que
mantém omo um dos seus guias a impossibilidade de ertos artifíios ou
elabora-çõesteórias,omoasmáquinas perpétuas,semovendo dentrodas vidasotidianas
e ganhando um erto aráter duplo devido ao reeio que em parte investiu dentro
da omunidade. Mesmo assim essa não é a únia qualidade que a faz difíil de
aolherem plena onança, por que tambémtem-se ertas araterístiasomo as
pouas oasiões nas que ondições de suiênia são ofereidasomo base, apartir
dealgumahipótesefeitaom respeito aosistema,fatoqueemgeral onsegue
sobre-por,emformaontrastante, medianteumaquantidade signiativade ondiçõesde
neessidade.
Uma outra das suas launas, que é de fato a que nos onerne, é areer de um
método geral para a abordagem de sistemas irreversíveis. Essa araterístia, que
sempre foi fonte de desonforto, não obstante tenham-se feito diversas
aproxima-çõestantofoadasemperspetivasmarosópiasquantoemmirosópiasvisando
salvara viissitude,age pormeio da imposiçãode barreirasem formade ondições
de equilíbrio sobre ossistemasemestudo,restringindo emformanão depreiável os
tiposde sistemas a serem porela onsiderados.
Nãoéabsurdopensaratermodinâmiaomoumateoriaquedesreveaevoluçãodos
faz-seevidenteenquanto onsiderararestriçãoqueimpõede reonstituirestruturas
omumaertaomplexidade,omoseresvivos,logoapósteremsofridoumaquebra.
Porém, reparando no omportamento fatualdo mundo, essa não paree ser a linha
dasua ondução. Emdeorrênia disso, desde seus postulados até seus resultados,
sempre foi alvo de inúmeras suspeitas por parte dos ientistas e lósofos mais
ri-gorosos,e ainda, suas bases foramonsideradas omo possuindo araterístiastão
metafísias,quantonenhuma outra riaçãoda iênia.
Portanto, para ompor o quadro na sua totalidade, é neessária uma teoria, tão
ompleta em si mesma quanto na sua ligação om o já estabeleido, que esta vez
relate as omponentes esseniais da riação. Aqui entra a desempenhar um papel
de extrema relevâniauma grandeza omo a produção de entropia, já que pormeio
de uxos de energia e forças generalizadas permite, segundo seu exesso, forneer
parâmetros em estreita relação tanto om a taxa de riação de estrutura, omo
também om a sua estabilidade[2℄.
Noentanto, até agora omeçou-se ontar om uma base até erta medida sólida na
desrição dos sistemas de não equilíbrio, e assim ainda é maior o ampo do
des-onheido do que o orrespondente para o onheido, portanto os detalhes desses
proessos estão longe de serem entendidos em profundidade. Logo, ontinuasendo
preisoir mais longeno estudodos modelosde sistemasirreversíveis ede não
equi-líbrio,para assim poder obter informaçãoom respeito àformanaqual aestrutura
está seformando.
1.1 Irreversibilidade
Alémdosasosobertospelateoriadeequilíbrio,tambémpodem-seonsiderar
siste-masqueapresentamumlevedistaniamentoomrespeitoaesse. Nesses
onsideram-segrandezasomogradientesdetemperatura,queenontram-seligadasauxos(de
alor, por exemplo) por meio de relações lineares. No entanto,exemplos vindos da
hidrodinâmiaoudereaçõesquímias,têm mostrado omoasformas de análiseaté
agora desenvolvidas para esses modelos, ainda não onseguem desrever ao nível
requeridoos seusobjetosde estudo. Éessa ajustiativade trabalhoparatodoum
ramoda iênia,que visa,seja introduzindo-se nonível mirosópiodosistema ou
observando-oapartirdoseuomportamentomarosópio,pesquisaranatureza de
não equilíbrio.
Quiçáomoumaprimeiraonfrontação doproblema, poderia-sepensar numa
apro-ximaçãoaqualvisa provarquetão ingenuoresulta onsiderarasténias de estudo
jádesenvolvidaspara osasosde equilíbrio,easusar omopossíveisferramentasna
análisedos que não satisfazem a ondição. Quase om erteza, depoisda obtenção
dos primeiros resultados, perebe-se que um melhor modo de agir é introduzir a
pergunta pelas ondiçõessobre as quaisserá possível fazerextensivos os métodos e
teoriajáestabeleidospara oequilíbrio,atodos osoutros nos queasaraterístias
poderá serfeito,esurge assimaneessidade deonstruir tantoumateoria
termodi-nâmiaqueabordeoproblemadesdeassuaspropriedadesmarosópiasomouma
que enfrente o mesmo a partir dos seus onstituintes mirosópios. Entretanto,
abe dizer que a únia maneira em que isso tem hane de ser feito, é por meio
de uma proposta teória feita em sua totalidade onsiderando as partiularidades
dessessistemas que apresentam um omportamentode não equilíbrio.
Prigogine[2℄disriminadoistiposdesistemas. Segundoeleossistemasemequilíbrio
abrangemtodosaquelesemquemediantetransformaçõesreversíveisnãosão riadas
mudanças que possam signiar um distaniamento relevante do estado original.
Para osoutros,troasde energiaoumatériaestão sedesenvolvendo numaformatal
quenão é mais possível onsiderar asondiçõesde equilíbrioque são impostas pela
termodinâmia. No entanto, essas troas às vezes trazem onsigo a possibilidade
de formação de novas estruturas, o qual em grande parte onstitui a sua beleza
inerente.
Vale apena dizer osasos emque ashipóteses de equilíbriotermodinâmiopodem
ser impostas sem temor de estabeleer uma ligação fraa demais entre o modelo
e a natureza própria do sistema sobre estudo, são, na realidade, muito pouos.
Isto é devido a que, independentemente da área espeia doestudo, que pode ser
naneiro, biológio, físio, soial, ou quase qualquer um para o qual for possível
matematizar algumas propriedades, esse apresentará uma tendênia bastante forte
de realizar troas de grandezas (omo energia ou partíulas nos sistemas físios e
químios) a modos de uxos que fazem-no um sistema de não equilíbrio [3, 4℄, e
portanto deixando-o fora do esopo da maioria das ferramentas mais tradiionais
dispostas pelatermodinâmia.
Assim, entende-se que no intuito de onstruir uma teoria físia mais abrangente,
é preiso prourar as ferramentas que ajam de forma análoga àquelas já usadas
no equilíbrio. Nesse regime é possível obter resultados satisfatórios a partir de
um análise do omportamento apresentado, no aso de sistemas ferromagnétios,
pela suseptibilidade e pela magnetização, onde essa última age omo parâmetro
de ordem sinalizando a sua presença ou não e dessa forma a possível transição
de fase que está aonteendo. No entanto, sendo onebidas dentro de uma outra
natureza, desde a sua denição essas grandezas não foram onstruídas levando em
onta as possíveis araterístias irreversíveis dos sistemas, portanto abe esperar
que não tenham o melhor desempenho para o estudo desses últimos. Assim, essa
araterístia terá de ser mudada no viés de ampliar a área de ação om respeito
aos sistemasque inumbem.
Quantoàs transiçõesde fase, asgrandezas estatístias queforamomentadasagem
da seguinte maneira. As transições de fase de primeira ordem são reetidas numa
desontinuidadedoparâmetrodeordem. Noentanto,senãohouverdisontinuidade,
istoé,seoparâmetrodeordemseanularemformaontínua,disse-sequeatransição
éontinuaou de segunda ordem.
Oequilíbrio num erto sistema pode ser relaionado, e ainda matematizado,
umaráter relevantesempreque seestiverdefrontando omsistemas forado
equi-líbrio. Desse modo a produção de entropia estabelee-se omo uma boa opção de
ferramentaparaaanálise,porquantonessaanaturezadenãoequilíbrioaexpliita
ainda desde a sua denição, ao levar em ontatanto a forma em que são impostas
restrições sobre o sistema produzindo de maneira ontinua uxos, assim omo as
interações internas que riam utuações om variações no tempo dos parâmetros
quedesrevem seu estado,portanto deixando-osobre ondições quenão satisfazem
mais asaraterístias doequilíbrio.
Com base nodito nas linhas anteriores,a formafunional daprodução de entropia
reete a natureza dos uxos e das troas de energia. Como resultado, ao invés da
suseptibilidade e outras grandezas araterístias intimamente ligadas às
proprie-dades estatístias dos sistemas, na produção de entropia, o aráter irreversível do
sistemaéintroduzidoemformaompletamenteexpliita,permitindopormeiodessa
fazeruma analise espeia dessa propriedade.
Deformamaispreisa,paradesreverasmudançasdaentropianotempo,i.e.,ataxa
naqual é produzida, assim omo a maneira naqual a sua riação é emparte
om-pensada,vai-seestabeleerumaperspetivasegundo aqual,ada mudançarefere-se
a um determinado volume, devendo-se tanto a troas de entropia em formade
u-xos indo do interior para o ambiente, omo aos efeitos que são aarretados devido
à irreversibilidade própria do sistema, que podem ser vistos omo uma quantidade
positivaproduzida de entropia. Deve-se levar em onta, que o ontrário não
aon-tee,eportantonunaédestruída, emaordoomasegunda leidatermodinâmia.
Além disso, para proessos reversíveis essa quantidade de entropia torna-se nula,
adotando,portanto,umpapelsegundo oqualépermitidoanalisarodistaniamento
omrespeito aoequilíbrio,eobtendo, de igualforma,uma araterização espeía
dasgrandezasrelevantesaoestudo. Desdeum outropontode vista,astransiçõesde
fase são tais que a produção de entropia apresenta um omportamento semelhante
om aderivada dafunção livre de Helmholtz.
Mais um fator de ampla importânia e relevânia dentro de uma teoria em físia
que vise a desrição dos sistemas partindo de uma perspetiva marosópia, e de
formaindependenteàssuasaraterístiasomrespeitoaoequilíbrio,éaloalidade.
Portanto, igual ao que aontee om as equações da eletrodinâmia,
prouram-se relações envolvendo um ponto no espaço e um no tempo, e, alem disso, que
desrevam o omportamento global a partir desses, o que, neste aso, impliaria
umaentropiaproduzidaapartirde umnívelmirosópioeemestreitaligaçãoom
asaraterístiasloais dosistema.
No nível mirosópio, deve-se levar em onta que todas as interações são de
a-ráter reversível, e assim, aabam sendo as nossas limitações para realizar o estudo
ompleto nesse nível de detalhe, o que faz as araterístias irreversíveis surgirem
enquanto nível de estudo passarpara esalas marosópias. Nesse sentido, ao
pas-sardonívelmirosópioparaomarosópio,queétambémondeosexperimentos
(ou os mais realizáveis dentre eles) são feitos, deveria-se ontar om a ferramenta
tare-que pensar no outro método, omo, senão o mais fatívelsim, quando menos, uma
alternativanão somente de vital importânia,mas tambémneessária.
Daí a importânia em fazer da teoria da termodinâmia fora de equilíbrio, uma
teoriatão ompleta quantofor possível,de formaquepermitaa desrição de todos
esses modelos que até agora nuna onseguiram-se estudar, ou dos quais tínhamos
umonheimentouniamente parial. Issoquer dizer,quese omundo doequilíbrio
já e fasinante e harmoso, temos um outro maior, e até quiçámais harmoso, por
desobrir.
1.2 Parêntese histório
Talvez um dosprimeirosqueprourouumadesrição quantitativados sistemasfora
doequilíbriofoiWilliamThomson[5℄. Seutrabalhodesenvolveuasduasrelaçõesque
logoapósforamhamadasrelaçõesdeThomson,numadasquaisintroduzooneito
de ontribuições reversíveis, eluidando desde o omeço a estreita relação entre a
reversibilidade e o equilíbrio. No entanto, os fundamentos dos seus resultados não
foram ompletamente onstituídos por prinípios estabeleidos em estreita ligação
om um modelo teório satisfatório, omo é sugerido pelo próprio autor. Aliás,
omodepoisfoi onheido,a pertinênia das relaçõespode ser estabeleidaapartir
de prinípios rigorosos, omo é feito em [6℄, onde mostra-se que a segunda relação
obtém-se omo resultado de fazer expliita a invariânia temporal das equações
mirosópiasde movimento.
Emmeados doséulo dezenove Clausius introduziu o oneito de non-ompensated
heat queidentia-seomaproduçãode entropiaepossibilitaestabeleerumaerta
medida da irreversibilidade inerente ao sistema. Depois essa grandeza viu-se mais
amplamente relaionada om araterístias fundamentaisdo sistema. No entanto,
deve-se levar em onta, nesse momento já se ontava om ferramentas
oneitu-ais para estudar sistemas além dos já onsiderados pela termodinâmia. Assim,
usando a segunda lei da termodinâmia e leis meânias de onservação,
posteri-ormente enontrou-se uma possível formalização da ideia intuitiva que relaiona a
irreversibilidade om araterístias menosquantiáveis omo a uniformidade dos
omponentes dosistema[5℄.
1.3 Modelo
No presente trabalho vai-se abordar um sistema fora do equilíbrio sob a inuênia
de duas dinâmias agindo emonstante ompetição. O estudo será feito adotando
uma perspetiva estoástia a nível mirosópio, para, por meio do uso de uxos
de energia [2, 5, 6, 7℄, fazer uma análise da forma funional da taxa de variação
da entropia, grandeza que nesses sistemas produz-se em forma ontínua [8, 9, 10,
aevoluçãodosistemaasondiçõesparalhedesrevermedianteumaequaçãomestra,
queemgeral serve no estudode sistemasregidos poruma dinâmiamarkovianade
tempo ontínuo.
Nesse mesmo viés, é implantado um modelo de Ising sujeito à inuenia de dois
banhos térmios apresentados omo duas dinâmias de Glauber em ompetição, o
qual é feito atrelando duas subredes quadradas, homogêneas e isotrópias, e, ao
mesmotempo,impondoumaordemnoonjuntotalquetodososprimeirosvizinhos
deum sitio
i
,pertenenteasubrede denotadapor1
, fazemparte daoutra subrede, denotada por2
. Cada uma das sub redes será regida por um dos reservatórios, diferentemente do que aontee em [17℄ onde a esolha do banho é feita em formaaleatóriaparaadasítio. Esse éummodelosimplesqueapresentaumatransição de
fasenum estado estaionário de não equilíbrio,omo foi mostradosegundo álulos
numériosporGarridoet al [18℄. Essefatoapresenta-se emaordoomaonheida
onjetura de Grinstein [19℄, relaçãoque aabou-se estabeleendo lançando mão da
teoriade renormalizaçãoem[20℄, ondeapresentam-seresultadospartindode álulo
de expoentes rítios. Assim, segundo a onjetura de Grinstein, representando um
fato importante a levar em onta, é que o modelo onsiderado a seguir respeita a
simetriaup-down,a qualrepresentauma invariâniaenquantouma troade estado
realizadaem todas avariáveis, pertenendo, portanto,à lassede universalidade do
modelode Ising noequilíbrio.
O modelo onsiderado mantém ondições que têm uma semelhança om aquele no
qualé estudada a instabilidade de Benard [21℄, o qual é mantido fora do equilíbrio
pormeiodeum gradientedetemperatura. Narealidade,esserepresentaum sistema
dissipandoenergia emforma ontínua, e oqual,no estadoestaionário,apresenta a
formaçãoespontâneade estrutura omumadada organizaçãoinerente. Ogradiente
de temperatura é gerado sobre uma amada de líquido, fazendo que a sua parte
inferiorestejaemontatoomumbanhotérmioaumadadatemperaturaenquanto
asuperior émantidasobreondiçõesanálogasmas omumatemperaturadobanho
inferior. Assim, por sua vez, é riada uma instabilidade que logo após reete-se
na estrutura emergente. Ao total tem-se um uxo de alor debaixo para ima,
sendo tal que, para magnitudes pequenas do gradiente o alor é transferido por
ondução, entretanto, logoapósuma erta diferença de temperatura, as utuações
reperutem na riação de uma orrente estaionária que aelera, tanto o proesso
de transferênia, omo o geração de entropia, mostrando-se em forma tal que o
alor passa a se transferir por onveção. As estruturas ordenadas apareem num
nível marosópio, e são mantidas por meio da ompensação entre as utuações
marosópias e os interâmbios de energia produzidos para om o meio externo
[7,22,23℄.
Propondoum modeloabordadonuma perspetivaestoástiasatisfazendoregrasde
evolução markovianas, que é elaborado a partir de um nível mirosópio visando,
porém, obter uma desrição om reexos anível marosópio,onsidera-se para a
noinstante de tempo
t
aseguinteexpressãod
dt
P
(
σ, t
) =
X
σ
′
6
=σ
[
W
(
σ, σ
′
)
P
(
σ
′
, t
)
−
W
(
σ
′
, σ
)
P
(
σ, t
)]
,
(1.3.1)onde
W
(
σ
′
, σ
)
é ataxade transição doestado
σ
para oσ
′
,eestá sendo onsiderada
omoagindo de forma globalsobre a rede. A partir de um outro ponto de vista, se
tiver-seumaprobabilidadedetransição
T
(
σ, σ
′
)
doestado
σ
′
parao
σ
,entãoW
(
σ, σ
′
)
éataxade variaçãonotempodurante oqualadita transiçãoaontee. Oprimeiro
termo da expressão anterior (1.3.1) pode ser onsiderado omo o orrespondente à
aquisição de probabilidade,já que esse envolve a probabilidade de atingir o estado
σ
partindodesde o estadoσ
′
, e, assim mesmo, o segundo expressa o probabilidade
de retorno, ou de perda de probabilidade.
Nessa abordagem que tem-se esboçado, a irreversibilidade relaiona-se om a não
obediêniado balaneamentodetalhado, que relata a equivalênia entre as
possibi-lidades de o sistema enontrar-se no estado
σ
e ir paraσ
′
e a de fazer o inverso,
indodesse últimoparao primeiro[15℄. Poroutrolado, seosistemaéreversível,
en-tão noregime estaionárioem que
dP
(
σ
)
/dt
= 0
vale aondição de balaneamento detalhadopara qualquer par de estadosσ, σ
′
:
W
(
σ, σ
′
)
P
(
σ
′
) =
W
(
σ
′
, σ
)
P
(
σ
)
,
(1.3.2)impliando:
X
σ
′
[
W
(
σ, σ
′
)
P
(
σ
′
)
−
W
(
σ
′
, σ
)
P
(
σ
)] = 0
.
(1.3.3)
Numviés metodológio,leva-se osistemaarepousar sobreumarede bidimensional,
em formatal que assoia-se o subíndie
i
om um determinado sítio darede,satis-fazendo:
i
∈ {
1
. . . , N
}
, N
=
L
×
L
, em aordo om uma rede deN
sítios. Esse é ummodelobastante simples,mas quemesmo assim pode ser relaionado aum semnúmerode sistemasom bastantenaturalidade [24℄.
É neessário dizer que o modelo e a sua satisfatória desrição dependem, tanto da
adequada denição da entropia, omo da também adequada, ou não, desrição do
sistema por meio da produção de entropia. Isto é, segundo uma dada hipótese
para a entropia, observar se a produção de entropia que surge em sua deorrênia
é adequada ou não na desrição do sistema. Dessa forma, na esolha feita para
denir a entropia onuem as duas araterístias a serem atendidas, porquanto
sempre que for feita numa forma aertada, esse fato igualmente vai-se reetir em
que o modelo omporte-se de aordo om o sistema. Num outro modo qualquer,
a desrição obtida poderá não ter nada a ver om o que está de fato aonteendo
no sistema. No aso que onerne este texto, a esolha orresponde à entropia de
Boltzmann-Gibbs,
S
(
t
) =
−
kB
X
σ
P
(
σ, t
) ln [
P
(
σ, t
)]
(1.3.4)onde
kB
é a onstante de Boltzmann. A partir da equação anterior, surge aequação:
d
dt
S
(
t
) = Π
−
Φ
,
(1.3.5)onde
Φ
representa o uxo de entropia do sistema para o ambiente. Essa grandeza deve se anular para sistemas noequilíbrio, que é entendido omo uma propriedadeapresentada nos estadospossíveisde umsistema,emformatalqueareversibilidade
é satisfeita. Isso, por sua vez, em termos da equação mestra (1.3.1), faz om que
ada termo da soma anule-se, e assim essa age em forma idêntia omo um todo,
portanto
d
dt
P
(
t
) = 0
. Em [8℄ isso é resolvido assumindo uma produção de entropia que pode ser esrita segundo uma expressão amplamente explorada (omoem [9℄),queé:
Π(
t
) =
kB
X
σσ
′
W
(
σ, σ
′
)
P
(
σ
′
, t
) ln
W
(
σ, σ
′
)
P
(
σ
′
, t
)
W
(
σ
′
, σ
)
P
(
σ, t
)
,
(1.3.6)juntoom uma orrespondentepara o uxo
Φ(
t
) =
k
B
X
σσ
′
P
(
σ
′
, t
)
W
(
σ, σ
′
) ln
W
(
σ, σ
′
)
W
(
σ
′
, σ
)
=
kB
*
X
σ
′
W
(
σ, σ
′
) ln
W
(
σ, σ
′
)
W
(
σ
′
, σ
)
+
σ
.
(1.3.7)Vale a pena dizer que a produção de entropia segundo (1.3.6) satisfaz
Π
≥
0
, e em (1.3.7) a média deve ser tomada em relação a todas as possíveis onguraçõesσ
.No estado estaionário, levando em onta que as probabilidades não vão
depen-der mais do tempo depois do transiente passar, deve-se satisfazer
Π = Φ
, sendo assimΠ =
k
B
X
σ,σ
′
W
(
σ, σ
′
)
P
(
σ
′
) ln
W
(
σ, σ
′
)
W
(
σ
′
, σ
)
.
(1.3.8)Portanto noaso aquitratado,onde assume-se um modelo de Isinginétio
estabe-leido sobre uma rede em duas dimensões e possuindo um tamanho
N
=
L
×
L
, o estadodo sistemaserá representado pormeio deσ
=
{
σ1, . . . , σN
}
(1.3.9)onde
σi
=
1
−
1
,
(1.3.10)éa variávelassoiada ao
i
-ésimo sítio.Levandoemonsideraçãoaanterior,aproduçãode entropia,assimomoasua taxa
de ambio, é alulada mediante álulos numérios forneidos por simulações de
Monte Carlo, nas que para ada passo, um sítio
i
da rede é esolhido em formaaleatóriae,logoem seguida,é aluladaaprobabilidadede umamudançadaforma
σi
→ −
σi
aonteer. Em geral, essas mudanças se traduzem nas possíveistran-sições entre estados que são onsideradas, sendo representada da forma
σ
→
σ
i
fazendoenfase nosítioemquestão. Ofato de aonteer ounão uma transição, será
determinadoemformaaleatóriade aordoom asprobabilidadesde transição
rela-ionadasom as taxas de transição própriasà dinâmiade Glauber para primeiros
vizinhos,ondesão onsideradostantoasvariáveisde spinmaispróximas-quantoao
estadoadotadopelamaioriaemrelaçãoao própriodosítioemonsideração-, omo
tambémàtemperaturaquefoiassumidaparaoreservatóriotérmioemontatoom
Transições de fase
Oestudo do omportamentodos materiais,sempre que estejam submetidos a
dife-rentes ondições em formatal a produzir mudanças nas suas araterístias
intrín-seas, omo abe esperar, tem sido uma tarefa de suprema importânia dentro do
onheimento geral da natureza, mas também no que respeito ao desenvolvimento
detenologiaonerne. Issoéoquedefatoaonteenastransiçõesdefase,quealém
dissoenvolvemumagrandequantidadede proessos,envolvendodiferentes áreasda
químiaedafísiasegundoinúmerassubdisiplinasquetêmsurgidoapartirdessas,
masqueemigualformaenontram umaonuênia aodefrontarproblemasomo o
aquitratado. E éque,nalmente, omose negarà maravilhaque aontee durante
a observação da água esquentar, até, logo em seguida, se onverter em vapor por
ebulição,proesso ompletamentenaturale viveniadootidianamente.
Assim,desdeadéadade 1870,quandovande Waalsdesenvolveu oestudoreferente
aos estados líquido e gasoso [25℄, as transições de fase de sistemas em equilíbrio
termodinâmio têm sido estudadas amplamente. Já a partir do séulo XX, novas
teoriasforam estabeleidas envolvendo a ritialidadedos sistemas nas vizinhanças
do ponto rítio; isto é: o omportamento do objeto de estudo, numa perspetiva
baseadanagrandezaquelogoapósfoionheidaomoparâmetrodeordem (segundo
denominaçãofeitaporLandaunadéadade1930),àmedidaqueum parâmetro
de-terminadodo sistema(por exemplo,para modelos ferromagnétios,atemperatura)
estivesse se aproximando ao valor no qual a transição de fase iria aonteer. Já,
quantoas transiçõesde faseoorrendo emsistemas ferromagnétios,estudos
ome-çaram a ser feitos no m do séulo XIX e iniio do séulo XX, om as pesquisas
feitaspor Pierre Curriee Pierre Weiss.
Talvez a araterístia essenial desses estudos baseia-se nas similitudes
apresen-tadas no omportamento de ertas grandezas em relação a diferentes sistemas nas
vizinhanças da ritialidade. Isto é, analogias que podem ser feitas envolvendo
propriedades magnétias, por exemplo, omo a magnetização, a suseptibilidade e
o alor espeío, om outras desempenhando papéis semelhantes em sistemas de
outros tipos vindo, talvez, de áreas de pesquisa ompletamente diferentes, omo
Esse omportamentoapresentado pelo sistemaem termosda abordagemesolhida,
para as proximidades do ponto rítio, foi resumido em onjuntos de expoentes
denominados expoentes rítios, que foram disriminados em diferentes lasses de
universalidade segundo distinguiam-se por ter valores diferentes entre elementos
orrespondentes. Dessa formaofereiam a possibilidade de desrever diferentes
sis-temas, fosse devido a esses serem onstituídos por diferentes materiais,ou sendo a
diferençadevidaaumamudançafeita,nomesmomodelo,dealgumadassuas
ara-terístiasfundamentaisounas suas ondiçõesde simetria,pormeio desses grupos e
apartir doomportamentojá onheidoparaoutrossistemaspertenendoàmesma
lasse. Dessa forma obtêm-se uma vasta generalização a partir de um objeto de
estudo só,ou, informaçãogeral baseada em pesquisa feitasobre sistemas formados
pelas suas mínimas propriedadesonstitutivas.
Numa transição de faseferromagnétia, um materialom apaidade de apresentar
magnetização em ausênia de ampo externo, sempre que as suas ondições forem
taisqueatemperaturaprópriadosistema
T
estiveraimadatemperaturade Curie,perde a dita propriedade, de forma que já não apresenta mais uma magnetização
espontânea. Isso pode ser visto desde uma perspetiva na qual sejam levadas em
ontaasaraterístiasdeordemedesordem presentes emadaumdosdois estados
nosistema.
Umadasabordagenspormeiodas quaisoestudodessefenmenoéenfrentado,
om-põe o que é de fato uma generalizaçãodo modelo de Ising. Dessa forma onsidera
elementos de dois tipos (
+
,
−
) onstituindo o sistema total e oupando sítios per-tenentes a uma rede regular ded
dimensões. Visando obter um arranjo simétriodo sistema, se referindo tanto à sua homogeneidade omo à sua isotropia, basta
obter uma organização dos elementos em aordo om uma distribuição uniforme,
já que assim a geometria própria da rede onsegue prevaleer. Essa araterístia
orresponde a um estado paramagnétio, no qual a distribuição aleatória dos dois
estadosdas variáveisaaba negando todapossibilidadede obter uma magnetização
não nula, enquanto essa é própria de um estado ferromagnétio, onde enxerga-se
uma ordem ao se onsiderar toda a rede, i.e., as variáveisse alinharem numa dada
direção. Isso faz que uma direção ganhe um aráter privilegiado e, dessa forma, o
sistemaperderáumadas suassimetriaslogoapósatingiratemperaturarítia. Isso
seonhee omo uma quebra espontânea da simetria.
Étambémnesseontexto queoparâmetrode ordemadquireumpapelfundamental
dentrodadesriçãodastransiçõesdefase,seonvertendo numaassinaturadoponto
noqual aontee a dita quebra de simetria. Em forma espeía adquire um valor
nãonulonos estadosaraterizados pelamenorsimetria[26℄. No asoomentado, a
2.1 Critialidade
Nasvizinhanças de umpontorítio,algumasdas grandezasrelevantesnadesrição
do sistema apresentam divergênias. Uma formade entender esse omportamento
surge doestudo das orrelaçõesdas utuaçõesentre sítios que seenontram a uma
distânia
r
. Emformamaispreisa,dentrodaenormidadedosistema,queéreetidanomodelo aooadmitiromotendodimensõesinnitas, dentrodointervalomédio
em que as utuações das variáveis apresentam orrelações,
r
, determinam-se asgrandezasestatístiasrelevantesàompreensãodosistema,asquais, portantoserão
investidasdeumaráterloal. Assim,partindodoomportamentodessasgrandezas,
estabeleem-serelaçõesomaritialidadequepermitamumadesriçãoquantitativa
equalitativadoobjetoem estudo.
Nesse intuito usa-se o fato de que longe da ritialidade é possível estabeleer um
omprimentoaraterístioque desreve ertas propriedadesdosistema que
permi-tem parametrizá-lo. Fato quenão aontee no pontoritio [25℄.
A seguirvamos denotar por [27℄
f
(
x
)
∼
x
λ
;
x
→
0
+
(2.1.1)sempreque
lim
x
→
0
+
ln
f
(
x
)
ln
x
=
λ
(2.1.2)forsatisfeito.
Nossistemas magnétios, omo no modelo originalde Ising,o parâmetro de ordem
identia-se om a magnetização
m
, e assimm
∼
ǫ
β
, fazendo
ǫ
= (
T
−
Tc
)
/Tc
. Prosseguindoomalgumasoutrasgrandezasaraterístiasquepodem serdenidasapartir daenergia livrede Helmholtz
f
(
T, H
)
,m
=
−
∂f
∂H
;
χ
=
∂m
∂H
s
=
−
∂f
∂T
;
c
V
=
T
∂s
∂T
.
(2.1.3)Umaoutragrandeza queapresenta umomportamentodignode menção nas
proxi-midadesdatemperaturarítia,éasuseptibilidade aamponulo, sendo
arateri-zadaporuma divergênia daforma:
χ
∼ |
T
−
Tc
|
−
γ
.
(2.1.4)Para o alor espeio, em forma semelhante, tem-se obtido resultados mostrando
umadivergênia desrita peloexponente
α
omo seguec
∼
ǫ
−
α
.
(2.1.5)fator dependente da temperatura e nas vizinhanças da temperatura rítia
Tc
, épossível expliaras divergênias queaonteem para asdemais grandezas tomando
um papel na araterização do sistema. Esse omprimento age omo uma medida
doalaneque podem ter as orrelaçõesentre asutuações de spins, ou, emforma
semelhante (ver [25, 28℄), relatam o tamanho médio dos grupos de spins vizinhos
que oinidem no seu estado. É assim que por meio daquele, enquanto tivesse um
valor laramente denido, é possível lhe assoiar um omprimento araterístio
ao sistema, omo já tinha menionado. Nesse sentido, as divergênias no modelo
apareeriam omo sendo onsequênia da perda da existênia de um omprimento
araterístio.
Adeniçãodoomprimentodeorrelaçãopodeserfeitausandoaformafunionalda
funçãodeorrelaçãoentredoispontos; onretamente,amaneirapelaqualeladeai
nas proximidadesdopontorítio[28℄. Isso é feitodaforma aseguir, onsiderando
aseguinteexpressão para adita grandeza
Γ
ij
=
h
(
σ
i
− h
σ
i
i
)(
σ
j
− h
σ
j
i
)
i
,
(2.1.6)orrespondendo, dessa forma, om o desvio médio dos spins om respeito à média,
ou,àsutuaçõesdasvariáveisde spin. Amaneiraomoelaseomportaparavalores
datemperaturadiferentes de
Tc
, desreve-se daformaΓ(
r
, H, T
)
∝
e
−
r/ξ
,
(2.1.7)onde
ξ
éo omprimentode orrelação, que possui omportamentodaforma:ξ
∼ |
ǫ
|
−
ν
,
(2.1.8)
onde
ν
é o exponente ritio assoiado aξ
. Para um valor da temperatura igual àtemperatura rítia, a função de orrelação passa a apresentar um omportamento
assintótio da seguintemaneira,
Γ(
r
)
∝
1
r
2+d
−
η
;
T
=
Tc,
(2.1.9)onde aparee o exponente rítio
η
, araterístio da função de orrelação. Esseexponente rítio,para oaso domodelode Isingemduasdimensõesapresentaum
valorde
1
/
4
,segundoasoluçãoexatadeOnsager[6℄. Jáoexponenteν
,nessemesmo modelo, satisfazν
= 1
. As relações anteriores adquirem importânia porquanto relatamoomportamentodeumagrandezapormeiodaqualépossívelentenderumagrandeparte doomportamentorítio apresentado nos sistemas sob estudo.
Segundo uma outraformade abstraçãodo sistemae assuas araterístias, que no
entanto visaestabeleeruma base sobrea qualapoiarosresultados apresentados, e
queemigualformaevideniaalgumasoutraspropriedades erelaçõesdas grandezas
tratadas, onsideraa energialivrede Helmholtzassumindo queaquela omporta-se
daseguinte forma
f
(
T, H
) =
ǫ
a
ϕ Hǫ
b
oqual, lembrando(2.1.3),exige àsdemais grandezas envolvidas satisfazerem
m
=
ǫ
a+b
ϕ
′
(0) ;
→
β
=
a
+
b
(2.1.11)χ
=
ǫ
a+2b
ϕ
′′
(0) ;
→
a
+ 2
b
=
−
γ
(2.1.12)c
=
a
(
a
−
1)
ǫ
a
−
2
ϕ
(0) ;
→
a
−
2 =
−
α,
(2.1.13)ondeparaestabeleerasrelaçõesàdireitatem-seavaliado
ϕ
a amponulo, obtendodessa forma expressões por meio das quais é possível estabeleer relações entre os
diferentes exponentes rítios,o qual foifeito à direitapara alguns dos asos.
2.2 Esala nita
Na realidade, as onsequênias de estudar o omportamento rítio de um sistema
estabeleendo um modelo baseado numa rede nita, têm araterístias próprias
que ontrastam levemente om o que por enquanto foi disutido, já que é o regime
dolimitetermodinâmio,sobreo qualestabeleem-se asondiçõesneessárias para
onstruir a teoriaque analisa oomportamentodo sistema,respeito à sua
ritiali-dade etransições de fase.
Com o intuito de eluidar as partiularidades deorrentes da nitude do sistema,
queonsideramosomodenido numarede
d
-dimensionaldeomprimentolinearL
,agoravaiseadotarumomportamentoregidoemformageralpelaleideesala
f
(
L, T
) =
L
−
ψ
f
∗
L
θ
ǫ
,
(2.2.1)onde
ǫ
=
T
−
Tc
Tc
.
(2.2.2)Umavezoloadanopapelaquelabasesobreaqualassumem-seosregimentosgerais
dateoriade esalanita, vai-sevoltarpara aimportâniade
ξ
dentrodaexpliaçãodada para as divergênias em algumas das grandezas de importânia, segundo o
estudoestatístioemrelaçãoaoseu omportamentorítio. Ateoriade esalanita
éo meiono qualé formuladaa hipótese segundo aqual, oomportamentosingular
dos sistemasfísiossurge omo onsequêniadas orrelações de longo alaneentre
asutuações dos spins [28℄.
De fato, o que por meio dessa é proposto, é que o omprimento de orrelação
ξ
é a únia grandeza relevante quanto ao omportamento mirosópio singular dos
sistemasfísioestatístiosonerne. Dessaformaédeterminadaaesalaaser
onsi-deradaomoresponsávelpelosurgimentodassingularidadesnasgrandezastratadas,
sendodesprezadasasesalas mínimasemada umdos sistemas,eonsiderando
pe-quenos grupos ou aglomerados. Levando em onta a equação (2.1.7), uma forma
de entendero omportamento rítiosurge aoonsiderar que longeda ritialidade
aindaé possível estabeleer um omprimento araterístionosistema [25℄.
Oomportamento
ξ
∼ |
ǫ
|
−
ν
noroldabase sobreaqualateoriadeesalanitaéestabeleida. Portanto,levando
emontaarelaçãoexistenteentre adita divergênia para
ξ
,eostamanhosarate-rístios dos pequenos grupos alinhadosde spins, pode-se dizer que ao se afastar da
ritialidadeseu valorhaverá de ser pequenoemomparação omo tamanhotípio
das dimensões do sistema
L
, não sendo assim para qualquer outro aso, onde é deseesperar que osdois valores sejamomparáveis. Oque é
ξ
∼
L
∼
ǫ
−
ν
.
(2.2.3)
Emformasemelhanteaoasoanterior,podemser denidosexponentes rítios,que
são relaionados om grandezas igualmente relevantes no intuito de araterizar a
lasse de universalidade do modelo. Nesse sentido, medianteo exponente
β
visa-sedesrever o omportamento do parâmetro de ordem em relação à ritialidade, e
portanto
m
∼ |
ǫ
|
β
.
(2.2.4)Vê-se assim, omo num modelo de rede a nitude passa a desempenhar um papel
importantedentrodosresultados,assimomoaressaltarasdiferençasemrelaçãoaos
sistemas no limite termodinâmio. Dessa formaintroduz-se o parâmetro
θ
(o qualháde ser determinado),assumindo quepara ovalordatemperaturaorrespondente
om atemperaturarítia oparâmetro de ordemsatisfaz
m
∼
L
−
θ
. Assim
m
=
L
−
θ
m
∗
(
Lǫ
ν
)
,
(2.2.5)
oqualpode ser entendido[29℄aoassumirqueé possívelesreveraprobabilidadede
teruma dadamagnetização
s
,surgidaemdeorrêniade umadeterminadaongu-ração
σ
numa rede de tamanhoL
d
, omo
PL
(
s
) =
L
θ
P Lǫ
˜
ν
, sL
β/ν
,
(2.2.6)onentrando a dependênia no parâmetro
L
dentro do primeiro fator,L
θ
. No
entanto, tem-sea liberdadede impruma normalização a
PL
, eportanto1 =
L
θ
Z
˜
P Lǫ
ν
, sL
β/ν
ds
=
L
θ
L
β/ν
Z
˜
P
(
Lǫ
ν
, y
)
dy,
(2.2.7)emformatalque, assumindo
1 =
L
θ
−
β/ν
F
˜
(
Lǫ
ν
)
,
(2.2.8)segue-se
θ
=
β
ν
.
(2.2.9)Essa expressão pode ser usada na desrição de outras grandezas. Correspondendo
om ointeresseexposto neste texto, para amagnetização
m
obtêm-se:m
=
L
β/ν
Z
s
P Lǫ
˜
ν
, sL
β/ν
ds
=
L
−
β/ν
Z
y
P
˜
(
Lǫ
ν
, y
)
dy,
ou,
˜
m
(
Lǫ
ν
) =
Z
y
P
˜
(
Lǫ
ν
, y
)
dy
m
=
L
−
β/ν
mL
˜
(
Lǫ
ν
)
.
(2.2.11)
(2.2.12)
Assim, noponto rítiotem-se
m
=
AL
−
β/ν
,
(2.2.13)
noqualintroduziu-seaonstante
A
,aqualnãoapresentaumaráteruniversal.Pormeiodeummétodográo,eonsiderandoaequação(2.2.13),pode-seenontrar
ovalor dos exponentes envolvidos, o qualse faz evidente aoonsiderar
ln(
m
) =
−
β
ν
ln
L
+ ln
A.
(2.2.14)A equação(2.2.14) éa equação de uma reta uja pendente é
−
β/ν
.Seguindo um proedimento om as mesmas araterístias do anterior, pode ser
obtidoo omportamento assintótio de outrasgrandezas, omo por exemplo
mn
=
h
s
n
i
,
(2.2.15)onde
s
=
1
L
d
X
i
σ
i
(2.2.16)seomporta omo
mn
∼
L
−
nβ/ν
.
(2.2.17)Umagrandeza importantepara araterizar omodelo é asuseptibilidade, denida
por
χ
=
L
d
[
s
2
− h
s
i
2
]
(2.2.18)quese omporta omo
χ
∼
L
γ/ν
(2.2.19)onde
γ
=
dν
−
2
β
.Uma grandeza que se apresenta omo uma ferramenta de grande utilidade é o
u-mulantede Binder, o qual pode ser esrito daforma
u
= 1
−
h
s
4
i
3
h
s
2
i
2
,
(2.2.20)
ouainda,
u
=
3
h
s
2
i
2
− h
s
4
i
3
h
s
2
i
2
,
expressão da qual pode-se pereber a sua relação om o umulante de quarta
or-dem.
Apartirdasexpressões(2.2.17)e(2.2.20),faz-seevidentequeoumulantedeBinder
paraa temperatura rítia,torna-seindependentede
L
. Isto quer dizer, queurvasdaquelepara diferentes tamanhos darede eomo funçãoda temperatura, devem se
ruzarna temperatura queorresponde om o seu valor rítio. Essa araterístia
permite por meio de métodos gráos, obter um resultado possuindo uma preisão
numériasatisfatória para ovalorda temperaturarítia.
Alémdoanteriormentedito,observa-seapartirdasexpressões(2.2.20),(2.2.21),que
paravaloresdatemperaturaorrespondentes omumestadodesordenado,sendotal
que naquele os momentos de segunda e quarta ordem satisfazem a relação
h
s
4
i ∼
3
h
s
2
i
2
,ovalorde
u
orrespondenteseránulo, enquantoporoutrolado,para estadosrelaionadosom uma fase ordenada, osmomentos assoiados apotenias pares do
Evolução temporal de uma dinâmia
markoviana
No estudo que está se desenvolvendo, a equação mestra adquire vital importânia
porquanto éuma ferramentaadaptada om grandepreisãoaos modelosque
repre-sentam os sistemas aqui analisados, e, assim mesmo, fornee informação deles que
permite a adequada desrição dos proessos observados. Isto quer dizer, que em
diversasoasiõestem-se usadosatisfatoriamenteofereendo umadesrição aertada
das transições de fase e a ritialidade em modelos de rede regidos por dinâmias
estoástiasemarkovianas,tantoparasistemasqueevoluemparaoequilíbrioomo
para estados estaionário de não-equilíbrio. Como onsequênia se faz igualmente
importante, tanto fazer uma desrição que evidenie a sua natureza desde a sua
própriaorigem, omo, emigual maneira,desenvolver emforma amplaalgumas das
suas propriedades mais araterístias. É nesse intuito que as linhas seguintes
-estabeleidas seguindo de perto o desenvolvimento feito em [26℄- adquirem a sua
razãode ser.
Dada a natureza aleatória inerente aos proessos estoástios, assim omo um
mo-delo no qual se disponha de uma variável dependente do tempo
t
,Xt
, tomandovaloresemformasuessivaaadapassodotempoomtamanho
τ
,satisfaz-seofatode que oproesso é araterizadonasua totalidade, para um determinadoinstante
t
=
nτ
, peladistribuição de probabilidadeonjunta,P
(
x0, x1, . . . , xn
)
,
(3.0.1)onde
x
i
=
X
τ
, namedida emque,dessa maneiradeixa-se apossibilidadepara ada umdosvalorestomadoseminstantesprévios,deinueniarnoresultado nal.A distribuiçãoondiional de probabilidade
P
n+1
(
x
n+1
|
x
0
, . . . , x
n
)
(3.0.2)é a distribuição de probabilidade de obter um erto estado
xn+1
, dada a obtençãodos
n
anteriores{
xi
}
n
No entanto, devido ao aráter markovianoda dinâmia imposta, vemos que a ação
da história anterior ao estado
xn+1
sobre as probabilidades, resume-se somente àqueé exerida pelo imediatamenteanterior (i.e.
x
n
−
1
), e assim, a expressão (3.0.2)reduz-se à:
P
n+1
(
xn+1
|
xn
)
.
(3.0.3)Porém, usando apropriedade segundo aqual dados dois estados
A
eB
, aprobabi-lidade para o par
(
A, B
)
satisfazP
(
A, B
) =
P
(
A
|
B
)
P
(
B
)
, o qual, aliás, pode ser generalizadoemformareorrenteparaum númeron
deelementos. Portanto,apro-babilidadeparaoestado
xn+1
serealizarnoinstantedetempon
+1
,emonsequênia daadeia suessivax
0
, x
1
, . . . , x
n
, pode ser esrita omoP
n+1
(
x
0
, x
1
, . . . , x
n
, x
n+1
) =
P
(
x
n+1
|
x
0
, . . . , x
n
)
P
(
x
0
, . . . , x
n
)
=
P
(
xn+1
|
xn
)
P
(
x0
, . . . , xn
)
.
(3.0.4)Poroutra parte,aprobabilidadede ter num dado instante
n
′
oestado
xn
′
,pode ser pensada omo a distribuição marginal de probabilidade para o estadoxn+1
obtidaa partir da distribuição esrita à esquerda na expressão (3.0.4), o qual é fatível
esquematizarda formaa seguir
Pn+1
(
xn+1
) =
X
x
n
· · ·
X
x
0
P
n+1
(
x0
, . . . , xn+1
)
=
X
x
n
· · ·
X
x
0
P
n+1
(
xn+1
|
xn
)
P
n
(
x0, . . . , xn
)
=
X
x
n
· · ·
X
x
0
P
n+1
(
x
n+1
|
x
n
)
P
n
(
x
n
|
x
n
−
1
)
P
n
−
1
(
x
0
, . . . , x
n
−
1
)
.
.
.
=
X
x
n
· · ·
X
x
0
P
n+1
(
x
n+1
|
x
n
)
. . .
P
1
(
x
1
|
x
0
)
P
0
(
x
0
)
=
X
x
n
· · ·
X
x
1
P
n+1
(
x
n+1
|
x
n
)
. . .
P
1
(
x
1
)
.
.
.
=
X
x
n
P
n+1
(
x
n+1
|
x
n
)
P
n
(
x
n
)
.
(3.0.5)Para o qualfoi levado em ontaque
X
x
n−
1
P
n
(
x
n
|
x
n
−
1
)
P
n
−
1
(
x
n
−
1
) =
P
n
(
x
n
)
,
(3.0.6)assimomo a normalizaçãoque devem satisfazeras probabilidades.
Assumindoprobabilidadesondiionaisindependentesdotempoépossívelfazer
fazendo ênfase no fato indiado, mas também salientando o surgimento da matriz
estoástia
T
queadquireomoelementos(
T
)
ij
adaumdostermosT
(
xi
|
xj
)
.Vindo a partir de elementos que têm aráter de probabilidades, ada um dos
ele-mentos
(
T
)
ij
satisfaz, tanto o fato de ser maior que zero, omo que a soma sobreaquele junto om os demais elementos pertenentes ao arranjo onformado pela
oluna
n
(
T
)
ij
0
o
(omj0
xo), há de ser para umj0
qualquer, sempre a mesmaonstanteigual aunidade, reetindoanormalizaçãodas probabilidadedetransição.
Oomentado pode ser expressado daforma
X
n
(
T
)
nm
= 1
(
T
)
nm
≥
0
∀
n, m.
(3.0.8)A equação anterior, na realidade expressa o fato de que, dado um estado
m
, aosomartodasaspossíveistransiçõesparaosdemaisestadosapartirdaquele, estãose
onsiderandotodas ospossíveisaonteimentosquepodem tomarlugar, eportanto
oresultado háde ser semprea normadoonjuntode probabilidades, sem importar
aoluna emquestão.
A matriz estoástia traz mais uma opção de esrever a equação (3.0.5), na qual
essa relaçãotoma um aráter ompletamentematriial,a saber
P
ℓ
=
T
ℓ
P
0
,
(3.0.9)na qual ada um dos termos referindo-se às probabilidades é pensado omo sendo
um vetoroluna. Isso pode-se esrever omo
Pℓ
(
n
) =
X
m
T
ℓ
(
n, m
)
P0
(
m
)
.
(3.0.10)Um dos objetivos prinipais de toda essa abordagem que se tem seguido, é obter
a probabilidade estaionária, a qual, dentro desse ontexto, dene-se por meio da
seguinteexpressão
TP
=
P
.
(3.0.11)3.1 Equação mestra
Por enquanto, hegou-se numa araterização da matriz estoástia
T
, onde adaumdos seus elementos
T
(
n, m
)
orresponde aumaprobabilidadede transição entre dois estados a serem assumidos um em seguidado anterior (probabilidadeondii-onal de um,
n
, dado o outro,m
). Porém, e omo oisa mais nenhuma se tivessedito a respeito, não embora as transições sempre foram onsideradas entre estados
arbitrários, já fossem diferentes ou não (devido que na realidade, sempre que as
regrasondiionando omodelo não advertissemoontrario, étão fatíveleaertado
onsiderado), vale a pena imaginar um aso para o qual a permanênia no mesmo
estado estivesse vedada, já que, omo será visto mais adiante, dessa forma
ganha-se erta liberdade que proporiona uma ampla versatilidade operaional. Assim,
paraaproveitaroquetinhasedesenvolvidoarespeitodamatrizestoástia
T
,seriapreiso reonsiderar as equações, entretanto, tomando uidado de fazer enfase na
neessidadede serestringirao aso no qual
m
6
=
n
.No intuito de fazer uso do espaço que surge devido à imposição omentada, os
elementospertenentes àmatriz estoástiaque são envolvidos eque onernem às
transiçõesentre um mesmoestado, vão seesrever omo:
T
(
n, n
) = 1
−
τ
Ω(
n
)
,
(3.1.1)onde
τ
é introduzido para levar em onta o lapso de tempo transorrido durante atransição. Usando a normalização que ada uma das olunas de
T
a de satisfazer(3.0.8), e separando asontribuições vindo dotermo
n
=
m
, obtêm-seX
n
6
=m
T
(
n, m
)
−
τ
Ω(
m
) = 0
→
Ω(
m
) =
1
τ
X
n
6
=m
T
(
n, m
)
.
(3.1.2)Dessaformasobressaioaráterde
Ω(
n
)
omoumataxaàqualaonteemas transi-ções,fatoqueaentua-sedenindoadaumtermosdagrandezaàdireitadaequaçãoanterior(3.1.2), omo
W
(
n, m
) =
1
τ
T
(
n, m
);
n
6
=
m
(3.1.3)aqual éonheida omo a taxa de transição entre estados.
Sendo
τ
o lapsode tempo entre estadossuessivos,por meiodesse é possívelreon-sideraraevoluçãotemporaldaprobabilidade(3.0.10)oloandoumênfase
determi-nadono seu último passo, eassim
Pl
(
n
) =
X
m
T
(
n, m
)
Pl
−
1
(
m
)
=
T
(
n, n
)
Pl
−
1
(
n
) +
X
m(
6
=n)
T
(
n, m
)
Pl
−
1
(
m
)
P
l
(
n
) =
P
l
−
1
(
n
)
−
τ
Ω(
n
)
P
l
−
1
(
n
) +
τ
X
m(
6
=n)
W
(
n, m
)
P
l
−
1
(
m
)
Pl
(
n
)
−
Pl
−
1
(
n
)
τ
=
X
m(
6
=n)
{
W
(
n, m
)
Pl
−
1
(
m
)
−
W
(
m, n
)
Pl
−
1
(
n
)
}
.
(3.1.4)Eassim, tomando o limite para