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Falso aneurisma da artéria meníngea média importância do diagnóstico angiográfico: relato de caso.

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Academic year: 2017

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FALSO ANEURISM A D A ARTERIA MENÍNGE A MEDI A

IMPORTANCIA D O DIAGNÓSTICO ANGIOGRÁFIC O RELATO D E CASO

CARLOS A . M. MEJLR O *, JOA O F . M. ARAÚJ O ** , MAUR O A . OLIVEIR A **, ROQUE! J . BADB O * * *

RESUMO — É objetiv o dest e artig o relata r o cas o d e u m pacient e co m fals o aneurism a d a artéria menínge a médi a e faze r brev e revisã o d a literatur a sobr e o assunto . O paciente , etilist a e vítim a d e queda s frequentes , fo i internad o par a investigaçã o d e sindrom e convulsiva . Dentr e os exame s realizado s observouse , a o naio X d o crânio , fratur a d o oss o tempora l e , n a carótido -angiografia comum , presenç a d e dilataçã o aneurismátic a n a artéri a menínge a médi a e m íntim a relação co m a fratura . O relat o d o cas o s e justific a vist o a baix a frequênci a dest a patologi a e s u a analogi a co m hematomas intracraniano s d e evoluçã o atípica , b e m com o par a salienta r o papel d a carótido-íangiografi a n a avaliaçã o d e algun s caso s d e traumatism o crânio-encefálico .

PALAVRASCHAVE: aneurism a traumátic o intracraniano , artéri a menínge a média , fra -tura d e crânio .

False aneurys m o f th e middl e meningea l artery : importanc e o f angiographi c diagnosi s (eas e report).

SUMMARY — T h e purpose o f thi s pape r i s t o repor t a cas e o f fals e aneurys m o f t h e middl e meningeal artery . T h e author s emphasiz e t h e valu e o f «common » caroti d angiopraph y i n diagnosis an d treatmen t o f thi s rar e lesion .

K E Y W O R D S : traumati c intracrania l aneurysm , middl e meningea l artery , skul l fracture .

Existem 1 6 falsos aneurisma s pós-traumático s d a artéri a menínge a médi a relatados n a literatura 2,5,6,7. set e dele s fora m complicado s po r hematoma extra

-dural 2,5,6 e u m desenvolve u hematom a subdura l agud o 2 9 dia s apó s trauma .

Saribekian & Zakharovio relatara m u m caso d e ruptura d e aneurisma intracra -niano d a artéri a menínge a médi a com o resultad o d e traum a crânio-encefálic o (TCE). Segund o o s autores, at é essa dat a nã o havia comunicaçã o n a literatur a sobre ruptur a traumátic a d e aneurisma intracranian o d o ramo extern o d a artéria carótida. Porém , exist e relat o d e duas ruptura s d e aneurismas d o ramo intern o da artéri a carótid a e m consequência d e TCE e um caso d e ruptura d e aneurisma do sifã o carotídeo , a o lado d o qual passav a linh a d e fratura d a base d o crânio. A propost a dest e artig o é relata r cas o d e falso aneurism a d a artéri a meníngea médi a n o qual nã o ocorreu hematom a extr a o u subdural, be m com o sali -entar a importância d o estudo angiográfic o d a artéria carótid a «comum » no diagnóstico e tratament o dess a patologi a incomu m que , po r vezes, represent a arma

Departamento d e NeuroPsiquiatri a d a Faculdad e d e Ciência s Médica s d a Pontifíci a Uni versidade Católic a d e Campina s (FCM/PUCCAMP) , Departament o d e Neurocirurgi a d o Hos -pital Ver a Cru z (HCV ) e Hospita l Municipa l Dr . Mari o Gatt i (HMMG) : * Médico Residente ; ** Professo r Assistent e e Neurocirurgiã o HVC/HMMG ; * * * Professor Adjunt o FCM/PTJCCAMP , Diretor d o Departament o d e Cirurgi a HVC . Aceite : 20-janeiro-1993 .

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dilha n o tratament o cirúrgic o d e paciente s co m hematoma s extr a e subdura l d e evolução atípic a 1.8 .

RELATO D O CAS O

VLiF, pacient e co m 3 9 ano s d e idade , d o sex o masculino , admitid o e m noss o Serviç o e m ll-janeiro-1991, apresentand o crise s convulsiva s tônico-elôniea s generalizadas , co m liberaçã o d o esfíneter vesical . Com o antecedente s apresentav a queda s frequente s po r alcoolismo , poré m se m passado d e crise s convulsivas . A o exam e neurológic o apresentava-s e co m 1 4 ponto s n a escal a de com a d e Glasgow , alerta , orientado , se m sinai s d e localizaçã o e co m fund o d e olh o normal . O estud o radiológic o d o crâni o mostro u presenç a d e traç o d e fratur a na s regiõe s tempora l e parieto-occipital esquerd a (E ) (Mg . 1) . Fo i colhid o líquid o cefalorraquean o (LCR ) atravé s d e punção sub-occipita l co m medid a d e pressão , estand o normotenso , poré m eritrocrômico . Co m a finalidad e d e s e esclarece r a etiologi a da s crises , fo i realizad o estud o eletrencefalográfic o (12/01/91) qu e revelo u presenç a d e anormalidad e paroxístic a difus a po r grup o d e onda s lenta s com predomini o frontotempora l B . Co m ess a informação , prosseguimo s a investigaçã o reali zando angiografi a c a r o t í d e a E . E s t a evidencio u presenç a d e dilataçã o aneurismátic a e m proje -ção d a artéri a menínge a médi a (Fig . 1 ) co m pequen a áre a avascula r têmporo-parieta l E , se m desvio d e estrutura s d e linh a média . Realizad a craniectomi a tempora l E co m utilizaçã o d e idrill», verificandos e estreit a relaçã o d a dilataçã o aneurismátic a co m a fratur a d o oss o tem -poral. A artéri a menínge a médi a fo i dissecad a e coagulad a e a dilataçã o aneurismátic a fo i ressecada. Fo i corrigid a a falh a ósse a co m acrílico . O pacient e recebe u alt a hospitala r n o quarto di a pós-operatóri o se m qualque r sequel a neurológica .

COMENTARIOS

A laceraçã o d a artéri a menínge a médi a devid o a TC E usualment e result a em violent a e leta l hemorragi a e todo s nó s estamo s familiarizado s co m se u curso. O event o mai s comu m é o rápid o desenvolviment o d e hematom a epi -dural, send o se u achad o angiográfic o be m conhecido . Quand o a angiografi a é feita n a fas e agud a d o trauma , extravasament o d e contrast e pel a laceraçã o do s

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evento o extravasament o d e contrast e s e difund e n a cavidad e d o hematom a e muda su a forma, tamanh o e radio-opacidade . Durant e o curs o d a angiografia , os achado s radiológico s sã o indiscutíveis.

Quando a laceraçã o d a artéria menínge a médi a nã o resulta e m hemorragia livre, a parede d o hematoma pod e esta r retraíd a e mante r organizad a su a comu-nicação co m o lúme n arterial , dand o orige m a um a falsa pared e par a forma r um fals o aneurisma . O fals o aneurism a dev e se r diferenciad o daquele s raro s casos d e aneurismas d a artéria menínge a médi a d e desenvolvimento congênit o e , ocasionalmente, d e «pseudoaneurismas» d e ramos d a artéria carótid a extern a ou de artéria s cerebrais4. Entretanto , esse s falso s aneurisma s sã o usualmente encon

trados seguindos e a TCE fechado, associad o co m fraturas o u após traum a pene -trante. Pod e ocasionalment e se r encontrad o secundariament e a traum a brusco , em resultad o d e necrose circunscrit a à pared e arterial .

Pouyanne e col.9 relatara m o primeiro cas o d e falso aneurism a d a artéri a

meníngea médi a demonstrad o po r angiografia , apó s o qua l vário s autore s rela -taram outro s caso s 1,4,5,7,10. Fratur a n a região tempora l estav a present e e m quase

todos o s casos relatados . A perda inicia l d a consciência é variável , ma s a rápid a deterioração do s pacientes, típic a d e hematom a extradural , é rar a e o iníci o

tardio do s sintomas neurológico s é regra . O intervalo d o traum a a o início dos sintomas o u angiografia vari a entr e 1 a 4 semanas4.

A dilataçã o aneurismátic a é verificad a n a angiografi a usualment e abaix o da foss a média , nascend o d a artéri a menínge a média . N a projeçã o lateral , o aneurisma est á frequentement e superpost o à artéria cerebra l média , ma s na visão ântero-posterior o u orbitaria el e é reconhecid o clarament e com o send o d o grupo da artéri a menínge a média . A angiografia é indispensáve l par a o diagnóstic o correto e a importânci a d e uma punção d a artéri a carótid a «comum » dev e ser salientada no s casos d e TCE. O aneurisma tend e a rete r contrast e tardiament e na fas e arteria l e permanecer opacificad o na s fases intermediári a e tardia . A circulação retardad a n o falso sac o aneurismátic o é achad o característic o e acredi -tamos qu e tal fato d ê certeza a o diagnóstico da s alterações angiográficas . A pre-sença d e traç o d e fratura presta-s e aind a par a reforça r o diagnóstico . O aneu-risma pod e esta r localizad o dentr o o u fora d a superfíci e durai . N a maioria dos casos relatados , er a acompanhado d e hematoma extradural , podend o esta r asso -ciado a hematoma s subdura l e intracerebral , causand o deslocament o da s artérias meníngeas e cerebrais .

Em conclusão , aneurisma s traumático s d a artéri a menínge a média , aind a que d e ocorrência rara , tê m sido reconhecido s com o um a das etiologias d e hematomas epidurai s tardios . Porém , atualmente , a cirurgi a imediat a te m sido indi -cada baseando-s e soment e e m estudos tomográfico s o que, a noss o ver , constitui uma explicaçã o par a o decréscimo n o diagnóstico d e tal patologia. Ist o é confir -mado pel a literatur a j á que, dos 16 casos , 1 1 foram publicado s at é 1969. O relato deste cas o é sugestivo . E m síndrome caracterizad a po r traum a d e crânio , fra -tura d e crânio e crise s convulsivas , a demonstraçã o pel o estud o angiográfic o d a artéria carótid a comu m d e falso aneurism a d a artéria menínge a médi a favorec e a prevençã o d a formação d e hematoma extradura l tardio , co m recuperação com -pleta d o paciente . Devemo s aind a lembra r que , se o estud o angiográfic o d a artéria carótid a «comum » fo r realizado, pode-s e preveni r «armadilhas » cirúrgicas , como a s referidas po r alguns autore s 4,iof contribuind o assi m par a melho r plane

-jamento cirúrgic o

Agradecimento — Agradecemo s a o Dr . Antoni o Carlo s Rocina s po r s ua valiosa contribuiçã o na traduçã o d e artig o originalment e e m língu a russa .

REFERÊNCIAS

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Referências

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