• Nenhum resultado encontrado

Primeiro consenso brasileiro para trombólise no acidente vascular cerebral isquêmico agudo.

N/A
N/A
Protected

Academic year: 2017

Share "Primeiro consenso brasileiro para trombólise no acidente vascular cerebral isquêmico agudo."

Copied!
6
0
0

Texto

(1)

PRIM EIRO CONSENSO BRASILEIRO PARA

TROM BÓLISE NO ACIDENTE VASCULAR

CEREBRAL ISQUÊM ICO AGUDO

Sociedade Brasileira de Doenças Cerebrovasculares (SBDCV)

1

RESUM O – Est e t ext o apresent a a sínt ese das conclusões do I Consenso Brasileiro para Trombólise no Acident e Vascular Cerebral. Trat ou-se de reunião prom ovida e coordenada pela Sociedade Brasileira de Doenças Cerebrovasculares, com neurologistas especializados em doenças cerebrovasculares, que analisaram e discutiram os requisit os assist enciais e profissionais, bem como as diret rizes e os prot ocolos clínicos, para o uso de t rombólise em pacient es com acident e vascular cerebral isquêmico agudo.

PALAVRAS-CHAVE: acident e vascular cerebral agudo, t rombólise endovenosa, consenso brasileiro.

Brazilian consensus f or t he t hrom bolysis in acut e ischem ic st roke Brazilian consensus f or t he t hrom bolysis in acut e ischem ic st rokeBrazilian consensus f or t he t hrom bolysis in acut e ischem ic st roke Brazilian consensus f or t he t hrom bolysis in acut e ischem ic st rokeBrazilian consensus f or t he t hrom bolysis in acut e ischem ic st roke

ABSTRACT – This consensus is t he result of a recent meet ing t o est ablish t he ideal approach for t hrombolysis in acut e st roke pat ient s in Brazil. Some peculiarit ies concerning t he emergency rooms, st roke unit s, available equipment s and st roke t eams are considered in order t o charact erize t he st roke cent ers. Prot ocols concerning t he use of t hrombolyt ic drugs are review ed. This is t he official guideline for t hrombolysis in acut e st roke of t he Brazilian Societ y of Cerebrovascular Disease.

KEY WORDS: st roke, cerebrovascular disease, t hrombolysis, Brazilian consensus.

As doenças cerebrovasculares t êm grande

impac-t o sobre a saúde da população, siimpac-t uando-se,

confor-me o ano e o Est ado da Federação, ent re a priconfor-meira

e t erceira principal causa de mort alidade no Brasil

1

.

Est as doenças são compost as por grupo het

erogê-neo de t ranst ornos vasculares de diferent es et

iolo-gias

2

. Est im a-se que cerca de 85% dos acident es

vasculares encefálicos sejam de origem isquêmica e

15% hemorrágicos. Dent re os hemorrágicos, cerca

de 10% são hemorragias int raparenquimat osas e 5%

hem orragias subaracnóideas

3,4

. A aprovação pela

Federal Drug Administ rat ion” , nos Est ados Unidos

da América, em Junho de 1996, do at ivador do

plas-minogênio t issular recombinant e (rt -PA) como t

rom-bolítico para o uso em casos selecionados de acidente

vascular cerebral (AVC) isquêmico agudo, veio

re-forçar a est rat égia est abelecida nos últ imos anos de

considerar o AVC como uma emergência médica

5-7

.

Exist e uma “ janela t erapêut ica” para o t rat ament o

do AVC, ou seja, um moment o ót imo para int ervir

nos processos pat ológicos desencadeados pela

is-quemia cerebral no sent ido de minimizar o dano ao

sist ema nervoso cent ral

8

. Est a janela t erapêut ica, na

maioria das vezes, t em uma duração de poucas

ho-ras, o que det ermina a necessidade de rapidez no

at endiment o às pessoas que apresent am um AVC

agudo

9-13

. Várias ent idades, como o

“ European St

ro-ke Council” , a “ Int ernat ional St roro-ke Societ y” , a

“Ame-rican Academy of Neurology” , a “Ame“Ame-rican St roke

Associat ion” , a Sociedade Brasileira de Doenças

Ce-rebrovasculares (SBDCV) e a Organização M undial

da Saúde, t êm divulgado orient ações sobre o

mane-jo das doenças cerebrovasculares

12,14-21

. Todas

cha-mam a at enção para a necessidade de mudança de

at it udes com relação a est as doenças, t ant o da

po-pulação com o dos prof issionais e inst it uições de

saúde, no sentido de considerar a fase aguda como

uma situação ameaçadora à vida.

Para que ist o ocorra, t orna-se necessária a

edu-cação das pessoas para reconhecerem quais sint

o-1Sociedade Brasileira de Doenças Cerebrovasculares, São Paulo SP, Brasil:Redat ores - Cesar Noronha Raffin, Rubens José Gagliardi,

Ayrt on Robert o M assaro, Jefferson Gomes Fernandes, Aroldo Luiz Bacellar, Soraia Ramos Cabet t e Fábio.Part icipant es - Alexandre L. Longo, Aroldo Luiz Bacellar, Ayrt on Robert o M assaro, Carla Heloísa Cabral M oro, Cesar Noronha Raffin, Charles André, Edison M at os Nóvak, Elza Dias Tost a, Fábio Iuji Yamamot o, Gabriel Rodríguez De Freit as, Jamary Oliveira Filho, Jefferson Gomes Fernandes, Jorge El-Kadum Noujaim, José Ibiapina Siqueira Net o, Ibsen Thadeo Damiani, M arcelo Gabriel Veja, M arcia M aiumi Fukujima, Robert o de M agalhães Carneiro de Oliveira, Rubens José Gagliardi, Sérgio Robert o Haussen, Soraia Ramos Cabet t e Fábio, Viviane Flumignan Zét ola.

Recebido 18 M arço 2002, recebido na forma final 13 M aio 2002. Aceit o 18 M aio 2002.

(2)

mas possam ser indicat ivos de um AVC e que est es

sint omas devem det erminar a busca de um at

endi-ment o emergencial

12,21

. Há a necessidade, t ambém,

do t reinament o dos profissionais de saúde,

especi-alment e que t rabalham em serviços de ambulância

e de urgência, para o diagnóst ico e manejo inicial

adequado a est es doent es

7

. Da mesma forma, as

ins-t iins-t uições de saúde que presins-t am assisins-t ência médica

precisam adequar a sua est rut ura para o at

endimen-t o emergencial do pacienendimen-t e com AVC,

disponibili-zando, ent re out ros aspect os, um acesso rápido à

tomografia computadorizada de crânio e

atendimen-t o neurológico a esatendimen-t es doenatendimen-t es

12,21

. Com o propósit o

do uso de t rombolít ico para o AVC agudo, t orna-se

import ant e a part icipação de especialist as com

ex-periência no diagnóst ico das doenças

cerebrovas-culares e na int erpret ação de exames de

neuroima-gem

5,7

.

Com este objetivo, a Sociedade Brasileira de

Doen-ças Cerebrovasculares (SBDCV), sendo o grupo de

t rabalho em pat ologia vascular da Academia

Brasi-leira de Neurologia, estabeleceu os protocolos e

reco-mendações para a orient ação e a qualificação para

o uso de t rombolít ico nos pacient es com AVC

isquê-mico agudo no Brasil.

A. RECOM ENDAÇÕES PARA CRIAÇÃO DOS CENTROS DE REFERÊNCIA PARA TROM BÓLISE EM ACIDENTE VASCULAR CEREBRAL ISQUÊM ICO

1. A SBDCV, represent ando a Academia Brasileira de

Neurologia, é a responsável pela avaliação e cert ificação dos Cent ros de Referência para t rombólise em pacient es port adores de doenças cerebrovasculares.

1.1. Será constituída uma comissão nacional de membros

da SBDCV com a f inalidade específ ica de avaliação e certificação periódica destes centros.

2. Os Cent ros de Referência serão classificados em 3

níveis (nível A, B e C) de acordo com os crit érios discrimi-nados abaixo.

2.1. Nível C: o cent ro que apresent ar t odas as

seguin-t es caracseguin-t erísseguin-t icas:

2.1.1. Equipe organizada com prot ocolos clínicos e assis-t enciais escriassis-t os para aassis-t endimenassis-t o dos pacienassis-t es com AVC, coordenada por neurologist a clínico. Fazem part e ainda da equipe a enfermagem especializada em emergência e at endiment o de pacient es com AVC e a equipe de reabili-t ação neurológica.

2.1.2. O pacient e deve ser at endido em Serviço de Emer-gência com capacidade para monit oração cont ínua sob o pont o de vist a cardiovascular e respirat ório.

2.1.3. Deve dispor obrigat oriament e de Unidade de Tera-pia Int ensiva (UTI); Laborat ório 24 horas e Tom ograf ia Comput adorizada (TC) disponível 24 horas.

2.1.4. Disponibilidade neurocirúrgica 24 horas. 2.1.5. Disponibilidade de Banco de Sangue.

2.2. Nível B: o centro que apresentar, além do descrito

para o nível C, todos os seguintes recursos: 2.2.1. Ressonância magnét ica.

2.2.2. Ult ra-som vascular int ra e ext racraniano. 2.2.3. Ecocardiografia t ranst orácica e t ransesofágica.

2.3. Nível A: o centro que apresentar, além do descrito

para o Nível B, todos os seguintes recursos:

2.3.1. Ressonância m agnét ica com t écnicas para angi-ografia, difusão e perfusão.

2.3.2. Angiografia digit al.

2.3.3. Neurorradiologia int ervencionist a.

2.3.4. Unidade de AVC agudo com área física especifica.

B. CRITÉRIOS PARA FIRM AR O DIAGNÓSTICO E AVALIAÇÃO CLÍNICA

1. É obrigat ória a imediat a part icipação do

neurolo-gist a o mais rápido possível sempre que houver suspeit a de AVC.

2. Os crit érios clínicos para o diagnóst ico do AVC

con-sideram:

2.1. Déficit focal ao exame neurológico, com ou sem

dist úrbio de consciência.

2.2. Início súbito, agudo ou rapidamente progressivo.

2.3. Sinais clínicos persist ent es at é o início da t rom -bólise.

Observações:

a. Os seguint es sinais e sint omas quando present es

isoladament e não são necessariament e suficient es para o diagnóst ico de AVC: alt eração sensit iva monossegment ar, disart ria, disfagia, diplopia e vert igem.

b. M erecem especial at enção os doent es que se

apre-sent am com compromet iment o do nível de consciência, flut uant e ou não; nest es casos deve-se procurar minucio-sament e a possibilidade de sinais adicionais de lesão no t errit ório art erial vert ebrobasilar.

3. Confirmação diagnóst ica: A confirmação

diagnós-tica deverá ser feita através de neuroimagem22. A análise

do exame deverá ser feita por médico experiente em neuro-imagem, que deverá reconhecer os critérios de exclusão para o uso de trombolítico7,13, 21, 23.

3.1. Tomografia comput adorizada: É obrigat ória a

rea-lização da t omografia de crânio sem cont rast e. Recomen-da-se que seja realizada em at é 30 minut os, cont ados desde a admissão do pacient e: é ideal a leit ura do exame at é 45 minut os. A ut ilização do cont rast e dependerá do quadro clínico e do result ado do exame simples.

3.2. Ressonância magnét ica: Quando disponível e

rea-lizável em t empo hábil, pode-se ut ilizar a ressonância mag-nét ica do crânio, de preferência com as t écnicas de difu-são e perfudifu-são24-27. É import ant e que a realização dest e

(3)

Observação: Deve-se considerar que a sensibilidade da ressonância para diagnóst ico da hem orragia subarac-nóidea é menor do que a da t omografia comput adorizada.

4. Diagnóst ico diferencial: É essencial a exclusão das

seguint es condições clínicas: epilepsia e est ados pós-comi-ciais, tumores, trauma crânio-encefálico, hemorragias int ra-cranianas (espont âneas ou t raumát icas), enxaqueca, am-nésia global t ransit ória, dist úrbios met abólicos (principal-ment e hipo e hiperglicemia), infecções do sist ema nervo-so cent ral, esclerose múlt ipla, labirint opat ias, efeit os de medicament os ou drogas de abuso e dist úrbios psicos-somát icos21.

5. Avaliação clínica: A avaliação clínica neurológica

deve ser feit a por neurologist a habilit ado, e procurar fun-dament alment e confirmar a suspeit a clínica, conferir os crit érios de inclusão e exclusão para o uso de t rombolít ico e obt er parâmet ros para acompanhament o evolut ivo do pacient e7, 12. A avaliação inicial deve ser breve e sist emát

i-ca, priorizando:

5.1. Tempo comprovado de início dos sint omas.

5.2. Avaliar crit érios de exclusão.

5.3. Exame clínico com ênfase para sinais vit ais –

pres-são art erial (PA), frequência cardíaca, frequência respira-t ória e respira-t emperarespira-t ura.

5.4. Exame neurológico.

6. Suport e clínico e acompanhament o: Na avaliação

clínica inicial e sequencial, é obrigat ório o uso de mét odo de monit oração do nível de consciência e do déficit neu-rológico. Recomenda-se para est e fim a aplicação da es-cala de Glasgow28e a escala do AVC do Nat ional Inst it ut es

of Healt h (NIHSS)29,30, respect ivament e. Durant e a infusão

do rt -PA e nas 24 horas seguint es, o doent e deve perma-necer de preferência em Unidade de AVC ou Unidade de Trat ament o Int ensivo com disponibilidade de serviço de neurocirurgia, hemat ologia, banco de sangue e neuroima-gem, para monit orização da PA (medir a cada 15 minut os nas primeiras 2 horas, a cada 30 minut os nas próximas 6 horas e a cada 60 minut os at é complet ar 24 horas), oxi-met ria de pulso, monit oração cardíaca ext erna e, especi-alment e, para a det ecção precoce de sinais e sint omas que indiquem piora neurológica e que obriguem à t oma-da de medioma-das específicas7,12. Recomenda-se a ut ilização

de mét odo para a avaliação da eficácia da t rombólise, por exemplo, Doppler t ranscraniano, angiot omografia ou an-giorressonância7. Sugere-se avaliação periódica durant e a

int ernação do doent e e após a alt a hospit alar com escalas específicas, por exemplo, NIHSS, Bart hel e Rankin29-31.

C. RECOM ENDAÇÕES AO ATENDIM ENTO

1. Fase pré-hospit alar

1.1. Reconheciment o dos sinais e sint omas.

Recomen-da-se o est abeleciment o de est rat égias de educação pú-blica para o reconheciment o precoce dos sinais e sint

o-mas do AVC e para a rápida busca de assist ência médica (serviços de emergência móvel ou emergência hospit alar).

1.2. At ivação do serviço de emergência móvel.Os

ser-viços de emergência médica devem dar prioridade máxi-ma ao at endiment o ao pacient e com AVC agudo; reco-nhecer e manejar o AVC at ravés de prot ocolos específi-cos, considerando a possibilidade do uso de t rombolít ico; e t ransport ar rapidam ent e o pacient e a um Cent ro de Referência de AVC, de preferência cont act ando-o previa-ment e. Sugere-se que est es prot ocolos específicos inclu-am, ent re out ras orient ações, uma escala de AVC pré-hos-pit alar, o regist ro do horário do início dos sint omas e a orient ação de não reduzir, a princípio, a pressão art eri-al7,12,21.

2. Fase hospit alar

2.1. Avaliação e suport e vit al: Deve envolver o “ABC”

(“Airw ay, Breat hing, Circulat ion” ) dos cuidados ao paci-ent e crít ico e avaliação médica geral13.

2.2. Avaliação neurológica emergencial13,31: Esta

avalia-ção deve contemplar os seguintes itens: 2.2.1. Diagnóst ico diferencial.

2.2.2. Nível de consciência (Escala de Coma de Glasgow ) 2.2.3. Tipo de AVC (hemorragia x isquemia)

2.2.4. Localização (sist ema carot ídeo x vert ebrobasilar) 2.2.5. Gravidade (NIHSS29,30)

2.3. Invest igação diagnóst ica emergencial, dirigida ao

uso do t rombolít ico31:

2.3.1. Laborat orial: hemograma e plaquet as, sódio, po-t ássio, creapo-t inina, glicemia, po-t empo de po-t romboplaspo-t ina par-cial at ivada (TTPA), t empo de prot rombina (TP) e t ipagem sanguínea.

2.3.2. Elet rocardiograma (ECG). 2.3.3. Radiografias do t órax.

2.3.4. Tomografia comput adorizada de crânio (sem con-t rascon-t e).

2.4. Recomendações para met as de t empos de at

endi-ment o: Os t empos apresent ados na Tabela 1 represent am met as razoáveis a serem at ingidas pelos Cent ros de

Refe-Tabela 1. Recomendações do Nat ional Inst it ut e of Neurological Disorders and St roke (NINDS) para candidat os pot enciais ao t rombolít ico.

Tempo recomendável

(4)

rência de AVC, para permit ir a inclusão do maior número possível de pacient es para o t rat ament o com o t rombolí-t ico5,6.

2.5. A escolha do trombolítico: A estreptoquinase foi ava-liada em diversos estudos, sendo o seu uso endovenoso (EV) proscrito por causa dos altos índices de hemorragia e mortalidade por hemorragia demonstrada nestes estudos (nível de evidência I)32-35. O uso do ativador do plasminogênio

tissular (rt-PA), quando administrado por via endovenosa ao paciente nas primeiras 3 horas, demonstrou importante diminuição na incapacidade funcional no grupo que utili-zou a droga em relação ao placebo, sendo, portanto o úni-co medicamento reúni-comendado para o tratamento na fase aguda do AVC isquêmico (nível de evidência I)5.

3. Prot ocolo para uso do rt -PA: Para maior

seguran-ça, sua aplicação deve respeit ar rigidament e os crit érios a seguir5:

3.1. Crit érios de inclusão: a) AVC isquêm ico em

qual-quer t errit ório encefálico; b) Possibilidade de se est abele-cer precisament e o horário do início dos sint omas; c) Pos-sibilidade de se iniciar a infusão do rt -PA dent ro de 3 ho-ras após o início dos sint omas (caso os sint omas sejam observados ao acordar, deve-se considerar o últ imo horá-rio no qual o pacient e foi observado em condições nor-mais); d) Realização de t omografia comput adorizada do crânio sem evidência de hemorragia; e) Idade superior a 18 anos.

3.2. Critérios de exclusão: a) Uso de anticoagulantes orais com tempo de pró-trombina (TP) > 15 segundos (RNI> 1,7); b) Uso de heparina nas últ imas 48 horas com TTPa eleva-do; c) AVC isquêmico ou t raumat ismo crânio-encefálico grave nos últ imos 3 meses; d) Hist ória pregressa de algu-ma foralgu-ma de hemorragia cerebral (hemorragia subaracnói-dea ou cerebral) ou hist ória de malformação vascular ce-rebral ou aneurisma cece-rebral; e) TC de crânio com sinais precoces de inf art o (apagam ent o de sulcos cerebrais, hipodensidade ou edema) em mais de um t erço do t erri-t ório da arerri-t éria cerebral media; f) PA siserri-t ólica &gerri-t; 185 mmHg ou PA diast ólica > 110 mmHg (em 3 ocasiões, com 10 mnut os de int ervalo) ou que necessit e de t rat ament o ant i-hipertensivo EV contínuo; g) Sintomas neurológicos melho-rando rapidament e; h) Déficit s neurológicos leves (NIHSS < 4), excet o por afasia isolada ; h) Cirurgia de grande port e ou procediment o invasivo dent ro das últ imas 2 se-manas; i) Hemorragia genit urinária ou gast roint est inal (nas últ imas 3 semanas), ou hist ória de varizes esofagianas ou doença inflamat ória int est inal; j) Punção art erial não com-pressível ou biópsia na últ ima semana; k) Coagulopat ia com TP prolongado (> 15 segundos), TTPa elevado, ou pla-quet as < 100 000/mm3; l) Glicemia < 50 mg/dl ou > 400

mg/dl; m) Crise convulsiva precedendo ou durant e a inst a-lação do AVC; n) Evidência de pericardit e at iva, endocar-dit e, êmbolo sépt ico, abort o recent e (nas últ imas 3 sema-nas), gravidez e puerpério; o) Infarto do miocárdio recent e. 3.3. M anejo da hipert ensão art erial: O uso de rt -PA para o t rat ament o do AVC isquêmico agudo implica na

neces-sidade de cont role rigoroso da hipert ensão art erial, pois o risco de hemorragia cerebral correlaciona-se com os ní-veis pressóricos13,31. Durant e o t rat ament o, deve-se est ar

alert a para o risco de hipot ensão m edicam ent osa. Em pacient es candidat os à t erapêut ica t rombolít ica, recomen-da-se seguir o prot ocolo do NINDS rt -PA St roke St udy Group5,13, no qual são aceit os os seguint es níveis de

pres-são art erial: PAD≤110mmHg e PAS≤185mmHg (Tabelas

2 e 3).

3.4. Cuidados gerais13,21,31:

3.4.1. Deve haver rigoroso controle neurológico através da NIHSS a cada 6 horas, e sempre que necessário. O aumento do escore de at é 4 pont os é sinal de alert a e sugere reavaliação tomográfica.

3.4.2. Não ut ilizar ant it rombót icos (ant iagregant es, he-parina ou ant icoagulant e oral) nas próximas 24 horas pós-t rombolípós-t ico.

3.4.3. Não realizar cat et erização venosa cent ral ou pun-ção art erial nas primeiras 24 horas.

3.4.4. Não passar sonda vesical at é pelo menos 30 minu-t os do minu-t érmino da infusão do rminu-t -PA.

3.4.5. Não passar sonda nasoenteral nas primeiras 24 horas após a infusão.

3.5. Administ ração por via EV do rt -PA: Discut ir com os familiares ou responsáveis os riscos/benefícios do t rat a-ment o e fazer o regist ro por escrit o no pront uário do pa-cient e13.

3.5.1. Orient ações de uso: O tratamento trombolítico exi-ge controle rigoroso da PA (Tabela 2 e 3). A infusão do rt-PA deve ser realizada segundo alguns preceitos estabelecidos5.

Após analisar os critérios de inclusão e exclusão, conseguir dois acessos venosos periféricos. Administrar o rt-PA na dose total de 0,9 mg/kg, até um total máximo de 90 mg. Injetar 10% da dose EV em até 1 minuto, e o restante em 60

minu-Tabela 2. M anejo da hipertensão arterial pré-tratamento com rt-PA.

PAD > 110 mmHg ou PAS > 185 mmHg

M ETOPROLOL OU M ETOPROLOL: (1 amp = 5 ml, 1 mg/ml). LABETALOL* * Aplicar EV: 5 mg a cada 10 min,

sendo 1 mg/minut o. M áximo: 20 mg.

LABETALOL: 10 mg em 1 a 2 minut os. Repet ir ou dobrar a dose a cada 10 minut os. M áximo: 160 mg.

ENALAPRIL* * * ENALAPRIL frasco-amp de 1 ml = 1 mg, 5 mg ou 10 mg. Correr 1 mg em no mínimo 5 minut os a 1 hora. Caso necessário, 1 a 2 mg pode ser repet ido após 1 hora. Novas doses, porém, deverão ser dadas num int ervalo mínimo de 6 horas.

(5)

tos, se possível com bomba de infusão. Durante a infusão, o paciente deverá estar monitorado em Unidade de AVC ou UTI pelo período mínimo de 24 horas para a detecção de quaisquer mudanças no quadro neurológico, sinais vitais, ou evidência de sangramento5,13.

4. Sinais de alert a: Det erminados fat ores aument am

o risco de sangrament o no sist ema nervoso cent ral. A in-dicação de rt -PA nest es casos deve const it uir decisão alt a-ment e individualizada5,13:

4.1. NIHSS > 22 (associado com maior risco de

hemor-ragia).

4.2. Idade > 80 anos.

4.3. Abuso de álcool ou de drogas.

5. Complicações hemorrágicas: As complicações

he-morrágicas pelo uso de t rombolít ico frequent ement e ocor-rem nas primeiras 24 horas de t erapia. Ficar alert a para det erioração e do quadro neurológico, náuseas, vômit os, cefaléia e hipert ensão aguda. Nest a sit uação, recomen-da-se36:

a. Cessar a infusão frent e a qualquer sinal de piora neu-rológica ou evidência de hemorragia significat iva. b. Cert ificar-se de que duas veias periféricas est ejam sen-do infundidas com crist alóides.

c. Submet er o pacient e a TC de crânio para a confirmação do diagnóst ico de sangrament o.

d. Solicitar os seguintes exames laboratoriais: hematócrito, t empo de prot rombina, TTPa e fibrinogênio.

e. Infundir preferencialment e 6 a 8 unidades de criopreci-pitado ou 2-3 unidades de plasma fresco. Se houver conti-nuidade da det erioração clínica após 4-6 horas, ut ilizar hemoderivados de acordo com o coagulograma. Repetir a infusão de crioprecipitado se fibrinogênio baixo, ou admi-nistrar o plasma fresco se existir alteração de TP ou TTPa. Infundir 6 a 8 unidades de plaquetas se estiverem em nível baixo ou se o paciente estava em uso de drogas antipla-quetárias.

f. Infundir concent rado de glóbulos suficient e para man-t er o hemaman-t ócriman-t o adequado.

g. Infundir fluidos para t rat ar a hipot ensão.

h. Nos casos de hemorragia no sist ema nervoso cent ral, considerar uma consult a neurocirúrgica e hemat ológica.

D. COM ENTÁRIOS

1. Recomenda-se o regist ro em pront uário da

discus-são sobre os riscos e benefícios com os familiares e/ou pacient e13.

2. Há cont rovérsia quant o ao uso de administ ração

do rt -PA endovenoso ent re 3-6 horas5,37,38.

3. Pode haver benefício no uso int ra-art erial de t

rom-bolít icos da art éria cerebral média at é 6 horas usando pró-uroquinase (nível de evidência I grau B)39.

4. A oclusão da art éria basilar pode ser t rat ada em

cent ros de referência por via int ra-art erial após 3 horas (nível de evidência IV grau C)40, 41.

5. Não há est udos prospect ivos que just ifiquem o uso

de rt PA em pacient es menores que 18 anos.

Tabela 3. M anejo da hipert ensão art erial durant e e após o t rat ament o com rt -PA.

M onit orizar pressão art erial durant e as primeiras 24 horas após iniciar o t rat ament o.

M edir a cada 15 minut os nas primeiras 2 horas

M edir a cada 30 minut os nas próximas 6 horas

M edir a cada 60 minut os at é complet ar 24 horas

PAD > 140 mmHg PAS > 230 PAS 180 – 230

PAD 121- 140 (mmHg) PAD 105 – 120 (mmHg)

M ETOPROLOL ou ENALAPRIL Administ ração conforme Administ ração conforme

a necessidade a necessidade

NITROPRUSSIATO DE 0,5–8 ug/kg/minut o, 0,5–8 ug/kg/minut o, fazendo 0,5–8 ug/kg/minut o, SÓDIO (1amp = 50mg), fazendo reajust es, reajust es, se necessário, a fazendo reajust es,

diluída em solução se necessário, a cada 10 minut os se necessário, a

de glicose 5% cada 10 minut os cada 10 minut os

LABETALOL* * 10 mg (1a2 minut os) 10 mg(1a2 minut os)

Repet ir ou dobrar a dose a cada Repet ir ou dobrar a 10 minut os at é 160 mg dose a cada 10

minut os at é 160 mg

(6)

REFERÊN CIA S

1. Lessa I. Epidemiologia das doenças cerebrovasculares no Brasil. Rev Soc Cardiol Estado de São Paulo 1999;4:509-518.

2. Biller J, Love BB. Ischemic cerebrovascular disease. In Bradley WG, Daroff RB, Fenichel GM , M arsden CD (eds). N eurology in Clinical practice. 3.Ed. Boston: Butterw orth-H einemann, 2000:1125-1166. 3. Bonita R. Epidemiology of stroke. Lancet 1992;339:342-344. 4. Wolf PA, Kannel WB, D’Agostino RB. Epidemiology of stroke. In Ginsberg

MD, Bogousslavsky J(eds). Cerebrovascular disease: pathophysiology, di-agnosis, and management. Boston: Blackwell Science, 1998:834-849. 5. The N ational Institute of N eurological Disorders and Stroke (N IN DS)

rt-PA Stroke Study Group. Tissue plasminogen activator for acute is-chemic stroke. N Engl J M ed 1995;333:1581-1587.

6. The N IN DSt-PA Stroke Study Group. Generalized efficacy of t-PA for acute stroke: subgroup analysis of the N IN DS t-PA stroke trial. Stroke 1997;28:2119-2125.

7. KasteM , Olsen TS, Orgogozo JM , et al. Organization of strokecare: educa-tion, strokeunitsand rehabilitation. Cerebrovasc Dis2000;10(Suppl 3):1-11. 8. Fisher M , Garcia JH . Evolving stroke and the ischemic penumbra.

N eurology 1996;47:884-888.

9. Fisher M . A nti-ischemic stroketherapy. In Ginsberg M D, Bogousslavsky J (eds) Cerebrovascular disease: pathophysiology, diagnosis, and management. Boston: Blackw ell Science, 1998:1878-1886.

10. H acke W, Kaste M , Fieschi, et al. for the European Cooperative A cute Stroke Study (ECA SS). Intravenous thrombolysis w ith recombinant tissue plasminogen activator for acute hemispheric stroke. JA M A 1995;274:1017-1025.

11. Caplan LR. Treatment. In Caplan LR (ed). Stroke: a clinical approach. Boston: Butterw orth-H einemann, 2000:115-161.

12. AdamsHP, Brott TG, Furlan AJ, et al. Guidelinesfor thrombolytic therapy for acute stroke: a supplement to the guidelines for the management of patients w ith acute ischemic stroke. Circulation 1996;94:1167-1174. 13. H acke W, Kaste M , Olsen TS, et al.. A cute treatment of ischemic stroke.

Cerebrovasc Dis 2000;10(Suppl 3):22-33.

14. European Stroke Initiative (EUSI). Recommendations for stroke man-agement. Cerebrovasc Dis 2000;10(Suppl 3):1-34.

15. A boderin I, Venables G. Stroke management in Europe: Pan European ConsensusMeeting on StrokeManagement. JIntern Med 1996;240:173-180. 16. Quality Standars Subcommitee of the A merican A cademy of N euro-logy. Practice advisory: thrombolytic therapy for acute ischemic stroke. N eurology 1996;47:835-839.

17. A dams H , Brott T, Crow ell R, et al. Guidelines for management of pati-ents w ith acute ischemic stroke: a statement for health care profession-als from a special w riting group of the Stroke Council, A merican H eart A ssociation. Stroke 1994;25:1901-1914.

18. Gorelick P, Sacco R, Smith D, et al. Prevetion of first stroke: a review of guidelines and a multidisciplinary consensus statement from the N a-tional Stroke A ssociation. JA M A 1999;281:1112-1120.

19. WH O Task Force on stroke and other cerebrovascular disorders. Rec-ommendations on stroke prevention, diagnosis, and therapy. Stroke 1989;20:1407-1431.

20. Kaste M , Thomassen L, Grond M , et al. Thrombolysis for acute stroke: a consensus of the 3rd Karolinska Stroke Update, October 30-31, 2000. Stroke 2001;32:2717-2718.

21. Sociedade Brasileira de Doenças Cerebrovasculares. Primeiro consenso brasileiro do tratamento da fase aguda do acidente vascular cerebral. A rq N europsiquiatr 2001;59:972-980.

22. Culebras A , Kase CS, M asdeu JC, et al. Practice Guidelines for the use of imaging in transient ischemic attacks and acute stroke: a report of the Stroke Council, A merican H eart A ssociation. Stroke 1997;28:1480-1497. 23. Ferro JM . Conduta inicial no paciente com acidente vascular cerebral isquêmico agudo. Rev Soc Cardiol Estado de São Paulo 1999;4:570-577. 24. Fisher M , Prichard JW, Warach S. N ew magnetic resonance techniques

for acute ischemic stroke. JA M A 1995;274:908-911.

25. A lbers GW. Diffusion w eighted M RI for evaluation of acute stroke. N eurology 1998;51(Suppl 3):47-49.

26. Fisher M , A lbersGW. A pplicationsof diffusion perfusion magnetic reso-nance imaging in acute ischemic stroke. N eurology 1999;52:1750-1756. 27. Kidw ell CS, Saver JL, M attiello J, et al. Thrombolytic reversal of acute

human cerebral ischemic injury show n by diffusion/ perfusion mag-netic resonance imaging. A nn N eurol 2000;47:462-469.

28. Teasedale G, Jennett B: A ssesment of coma and impaired conscious-ness. A practical scale. Lancet 1974;2:81-83.

29. Brott T, A dams H P, Olinger CP, et al. M easurements of acute cerebral infarction: a clinical examination scale. Stroke 1989;20:864-870. 30. Lyden P, Brott T, Tilley B, et al. Improved reliability of the N IH Stroke

Scale using video training. Stroke 1994;25:2220-2226.

31. Lew andow ski C, Barsan W. Treatment of acute ischemic stroke. A nn Emerg M ed 2001;37:202-216.

32. Donnan GA , Davis SM , Chambers BR, et al. for the A ustralian Strep-tokinase(ASK) Trial Study Group. Streptokinasefor acuteischemicstroke w ith relationship to time of administration. JA M A 1996;276:961-966. 33. M ulticenter A cute Stroke Trial European Study Group. Thrombolytic

therapy w ith streptokinase in acute ischemic stroke. N Engl J M ed 1996;335:145-150.

34. M ulticenter A cute Stroke Trial - Italy (M A ST-I) Group. Randomized controlled trial of streptokinase, aspirin, and combination of both in treatment of acute ischemic stroke. Lancet 1995;346:1509-1514. 35. Yasaka M , O’Keefe GJ, Davis SM , et al. for the A ustralian

Streptoki-nase Tri al Study Group. Streptoki Streptoki-nase i n acute stroke: effect on reperfusion and recanalization. N eurology 1998;50:626-632. 36. The N IN DSrt-PA Stroke Study Group. Intracerebral hemorrhage after

intravenous t-PA therapy for ischemic stroke. Stroke 1997;28:2109-2118. 37. H acke W, Kaste M , Fieschi C, et al. Randomized double-blind placebo-controlled trial of thrombolytic therapy w ith intravenous alteplase in acute ischaemic stroke (ECA SS II). Lancet 1998;352:1245-1251. 38. Wardlaw J, Warlow C. Thrombolytic therapy for acute ischaemic stroke:

the updated Cochrane database of systemic review s metaanalysis. Cerebrovasc Dis 1999;9:124.

39. Ferland A J, H igashida R, Wechsler L, et al. Intra-arterial prourokinase for acute ischemic stroke: the PROA CT II Study. A randomized con-trolled trial. JA M A 1999;282:2003-2011.

40. Egan R, Clark W, Lutsep H , et al. Efficacy of intra-arterial thromboly-sis of basilar artery stroke. J Stroke Cerebrovasc Dis 1999;8:22-27. 41. H acke W, Zeumer H , Ferbert A , et al. Intra-arterial thrombolytic therapy

Referências

Documentos relacionados

entrada i node = descritor u to de Info a rissimi -20-mai l1 l2 tipo abc inode i-node = descritor Instit u Sistemas Operacionais 21 A. Toscani;

Tendo este trabalho como objectivo, ilustrar os vários aspectos da relação de Simone de Beauvoir com o nosso país, abordámos, com esse intuito, as visitas efectuadas por esta

O termo mais próximo que, em francês, pudesse descrever esta relação seria “concitoyen” [“concidadão”] em função de termo mútuo (BENVENISTE, 2006, p. É

e argumentos apresentados não constituem matéria suficiente para alteração da pontuação dada à candidatura apresentada, considerando-se indeferida a pretensão do

6.1 Assegurar a implantação de programas de âmbito nacional para a Amazônia, inclusive de educação ambiental, que contemplem a bacia e micro-bacia hidrográfica como

No primeiro, destacam-se as percepções que as cuidadoras possuem sobre o hospital psiquiátrico e os cuidados com seus familiares durante o internamento; no segundo, evidencia-se

Esta luneta permite ver as crateras lunares e seu relevo, principalmente quando observada durante as noites de lua crescente ou minguante. Este mesmo aumento pode ser obtido desde

1.3.2.8.3.3.2 — O sistema deve permitir, para além de métodos de compressão da imagem, a possibilidade de acesso à imagem na sua qualidade original. 1.3.2.8.3.3.3 — Para