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FUNDAÇÃO GETÚLIO VARGAS
CAIXA POSTAL 21120 ZC· OS
RIO DE JANEIRO ~ GUANABARA BRASIL
ESCOLA DE mS-GRADUAÇÃO EM ECONO~iíIA
DO INSTITUTO ::BRAS ILSIRO DE ·.8CONOMIA DA FUNDAÇÃO GflIIttLIO VARGAS
Tese de Mestrado, apresentada ~ "Escola de P6s-Graduação em Eco-nomiau(EPGE), do Instituto ::Brasileiro de Economia, da Fundação Getúlio Vargas, pelo economista Rui Lzrio Modenesi, examinada e julgada pelos professores
Carlos Geraldo Langoni, Admardo Terra Caldeira e Edmar Lisboa ::Bacha, e aprovada -com grau
8,16
(oito pontos e dezesseis centésimos).A-4 Formato Intcfn . .:lCional
21Ox257mn-:
Rio de Janeiro(G::B),
28
de junho de1972.
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... :i.,:.Carlos Geraldo L8~Oni
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-Rio de Janeiro,
6
de março de1972
Senhor Diretor,
o
trabalho anexo, apresentado como Tese deMestrado a EPGE pelo Sr. Rui Lyrio Modenesi, resume-se quase que
apenas em pesquisa sôbre os encargos trabalhistas no Brasil.
,
.
Baseado nas serles obtidas, o candidato prQ
curou tirar conclusões, nenhuma delas, porém, importante ou origi
nal. Aliás, parece que ele não se preocupou com a parte
analíti-ca (que deveria seguir ~ pesquisa), de modo geral, fraca, nio
fa-zendo, também, considerações científicas que pudessem servir de
orientação para uma política do setor em tela.
TI mO
. L . Sr.
Atribuo ao trabalho nota 7.00 (Sete).
Atenciosamente,
~Admardo Terra Caldeira Diretor
Prof. Mário Henrique Simonsen
M.D. Diretor da Escola de P6s-Graduação
Fundação Getúlio Vargas
Rio de Janeiro - GB
---
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-MiN!ST~RIO 00 PLANEJAMENTO E COORDENAÇAo GERAL
INSTITUTO DE PLANEJAMENTO ECONOMICO E SOCIAL (IPEA)
Rio de Janeiro, 28 de fevereiro de 1972
Prof. Carlos Geraldo Longoni Subdiretor Técnico
Escola de Pós Graduação em Economia da Fundação Getúlio Vargas
Senhor Professor,
Estou devolvendo, devidamente analisada, a tese de
metrado de Rui Lyrio Modenesi, in t i tulada
".n.
Evolução dosEn-cargos Trabalhistas no Brasil".
Trata-se de trabalho realizado sob minha supervi-sao, dentro do programa de pesquisas do IlJPES/IPEA, para 1971.
Foi executado de maneira extremamente competente
e com uma dedicação ímpar; cheyando-se a resultados muito i!!:
portantes para a compreensão dos fenômenos estudados.
Consi-dero, pois, a tese aprovada sem restrições, outorgando-lhe no
ta 9 (nove).
Atenciosamente,
~~/J
LISB A
BAC~
/zpa
-.
FUNDAÇÃO GI::TÚLIO VARGAS
CAIXA POSTAL. 21120 ZC - 05
• RIO DE JANr RQ R GUANABARA BRASJL
-11mo. Sr.
Diretor da Escola de Pós-Graduação em Economia
Prof. T:ario HenriQue Simonsen
A Tose de !·~estrado liA li.,'volução dos :i.<Jncarr:;os Trc:balhistas no
Bro.si1", de autoria de Rui Lyrio Trodenesi é uma excelente contribuição do
ponto de vista de leve-.ntamento estatístico para uma avaliação do impéJ,cto de
toda a le{':islação trabalhista sobre o custo de mão de obra não qualificada
-no setor urba-no da eco-nomia brasileira.
1"0.1 tou entretanto umE', análise Dais de'calhada das implicações
econôDicas desta legislação, prinCipalmente em termos de nível de emprêgo.
Conf;idero a Tese a)rovada com o grau oi to e meio (8,5).
Rio de Janeiro 26 de junho de 1972.
A EVOLUÇÃO DOS ENCARGOS TRABALHISTAS NO BRASIL
RUI LYRIO MODENESI
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-MINISTtRIO DO PLANEJAMENTO E COORDENAÇÃO GERAL
INSTITUTO DE PLANEJAMENTO ECONÔMICO E SOCIAL (IPEA)
Apresentação
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IPi A
o
estudo que ora se apresenta constitui versao ligeiramentemodificada de parte do trabalho realizado no INPES/IPEA, sob a
co-ordenação de Edmar Bacha e em colaboração com Milton da Mata.
O trabalho em questão, intitulado "Encargos Trabalhistas e
Absorção de Mão-de-Obra no Brasilll
visava, bàsicamente, investigar
o impacto de tais obrigações sôbre a absorção de mão-de-obra no
setor moderno da economia. A parte aqui apresentada é uma tentatl
va de quantificação dêsses encargos,bem como sua evolução nas últi
mas décadas.
Esta monografia nao poderia ter sido escrita sem o
concur-so de Edmar Bacha, cujo desempenho ultrapasconcur-sou de muito o de
sim-ples coordenador ou tutor, nunca faltando apoio intelectual, fôsse
- nas fases de discussão e elaboração, ou no estabelecimento de
su-- gestões e correçoes.
.,..
. .,
-. .,
-O apoio proporcionado por tôda a equipe do INPES/IPEA,e em
particular por seus dirigentes, deve também ser mencionado, pois se
constituiu em peça fundamental para que se concretizasse a
reali-zação desta.
Rui Lyrio Modenesi
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r,m:!STÉRIO DO PLMJEJAMENiO E CGOr;[)~rU,çAO G[R~L
IrlSTJiUTO DE PLANEJ,',M[NTO ECOt;Ó:,~IÇO E SOCIAL (lPCA)
I - .f:ntrodução
Historicamente, pelo menos desde a década de 20, o custo
da mão-de-obra urbana no Brasil compõe-se de duas parcelas: de lli~
lado, o salário pago ao trabalhador e, de outro, certas despesas
-impostas pela legislação social do País - relacionadas com o empre
go de mão-de-obra e mais comumente conhecidas como encarg~ ou
obrigações trabalhistas.
o
objetivo dêste Trabalho e o de traçar uma evoluçãoquantitativa dos referidos encargos - também ditos sociais - no
pos-guerra, para possibilitar tanto quanto possível a determinação
de sua importância na elevação do custo do emprego, visando uma
posterior investigação do impacto dessas obrigações sobre a
absor-ç~o de m~o-de-obra, no setor moderno da economia.
o
ano de 1945 foi escolhido mais ou menosarbitrariamen-te para iniciar a série. Nesse ano os encargos já tinham certa i~
portância, montando a 8% do salário mensal. Até 1950 houve um si~
nificativo aumento da taxa de encargos, nao obstante a instituição
de apenas uma nova obrigação. Na década de 50 criou-se somente
mais um encargo e a taxa global elevou-se bem mais moderadamente
do que no qÜinqüênio inicial da série. Foi na primeira metade da
década passada que as obrigações sociais tiveram o período de mais
acelerado crescimento, ao totalizarem doze éomponentes e dobrarem
a taxa de incidência. A essa altura, quando atingiram quase 40%
de despesas adicionais ao salário mensal, os encargos trabalhistas
r.~:"!2Ttril() DO PLAr:EJAMENTO [ COO[";[1CfU,ÇÃO GC8f,L
WSTITUTO DE rLA;~EJAMENTO ECONÔrl:lCO E SOCIAL (lPC:;.)
Urna indic~ção do intenso interesse em torno do assunto, no meio em
presarial, pode ser buscado em publicações periódicas .da epoca,
voltadas para os problemas da classe patronal. Assim, deve-se lem
brar que o Informativo Semana~ da Associação Comercial do Rio de
Janeiro publicou uma estimativa dos encargos para agosto de 1968 e
a Revista de Direito do Trabalho 1 divulgou, expressamente a
pedi-do de leitor interessapedi-do, uma lista das obrigações patronais, no
mesmo período. Foi essa mesma preocupação que motivou a Fundação
Getúlio Vargas a fazer suas estimativas das taxas de encargos
tra-balhistas relativas a julho de 1965, junho de 1966 e janeiro de
1967, como se pode ver nos respectivos números mensais de
Conjun-tura Econômica.
Na segunda seçao dêste
trabalho
anresenta-se um quadroevolutivo das taxas legais de incidência sobre o salârio mensal
2
dos encargos sociais, entre 1945 e 1971 A existência de
limi-tes legais de incidência para a maioria dos encargos -
particular-mente das contribuições ligadas ã Previdência Social faz com
que as mencionadas taxas superestimem as taxas médias corresponden
tes dos encargos trabalhistas, desde que na folha de pagamentos ha
1 V ' eJa-se: Informativo Semanal, n9 33, de 12-8-1968, da
Associa-ção Comercial do Rio de Janeiro; Revista de Direito do Trabalho, n9s. 247/248, julho-agosto de 1968, Rio-GB.
2
No levantamento dos encargos existentes entre 1945 e 1971 foi de
grande utilidade as referências
ã
legislação pertinente IeltaSnos números acima referidos de Conjyntura E~_on~m~ca e em uma
Tá-bua de Câlculos de Contribuicões uara a Previdência Social (~6~,
de uso interno, oue nos foi cedid-a pela-Secretaria ae
Arrecada-ção e Fiscalizaç~o do INPS, contendo a evolução das taxas de
in-cidência dos encargos prsvidenci~rios, desde a data de criação
de cada um dos antigos lAPso
M:~,ISTÉRIO DO PLA~jEJ,'JIErlTO E C008~)Er:!,ç~O G!:RAL
INSTITUTO DE Pi..A~LJ~.r,~ErnO ECONÔMICO E S8Uf,L (!f'EM
ja salários superiores a tais limites, quer no caso de uma empresa
isolada, quer no caso de um setor qualquer de atividade.
Mostra-se, também, nesta seção que nos períodos de 1945 a 1948 e de 1957
em diante os valores do Quadro I refletem, aproximadamente, as
taxas médias de incidência dos encargos sobre as folhas de
salá-rios.
-Na terceira seçao, estima-se o que se chamou de custo
real da mão-de-obra não-qualificada, adicionando-se ao salário
mí-nimo as taxas pertinentes de encargos sociais, para o período de
1952 a 1971. Foi a discussão da efetividade do salário mínimo
le-gal como limite inferior dos salários pagos no setor urbano, part~
cularmente na indfistria, que decidiu a escolha do ponto inicial
dessa série. A partir de janeiro de 1952, quando foi revisto pela
terceira vez desde sua criação em 1940, ê que o sa15rio mínimo pa~
sou, permanentemente, a constituir um tabelamento efetivo para a
..
remuneração paga à mão-de-obra urbana não-qualificada. A sérieconstruída revela primeiro, uma tendência ascendente do custo
des-sa mão-de-obra até o período 1960/1961 e, depois, lma tendência i~
versa até 1969/70, que se compensam: assim, o custo real da
mao-de-obra não-qualificada, no final da década de sessenta, torna-se
igual ao de janeiro de 1952.
Na quarta seçao, procura-se avaliar o impacto dos
encar-gos sobre o salário médio, analisando-se a indústria de transforma
çao, por ser o único setor para o qual há dIsponibilidade de dados.
Mesmo assim, os dados disponíveis nao são ideais, como se discute
nesta seçao. Sem embargo, cientes das restrições envolvidas no ín
-dice elaborado, estimou-se um aumento de 100% no custo real da ma~
de-obrá na indústria de transformação brasileira, entre 1949 e
-MINISTÉRIO DO PUr,EJM,1ENTO E COORDENAÇÃO GEfiP.L
INSTITUTO DE FlMjEJAMENTO Eco~,6MICO E SOCIAL :IPEA)
1969, sendo a tendência global da série ascendente. Nesta parte,
dtsc~te-se, ainda, problemas relacionados à evolução distinta que,
na década de sessenta, tiveram o custo da mão-de-obra não-qualifi
cada e o custo médio do pessoal ocupado na indústria de
transfor-mação brasileira.
A seçao final apresenta um sumário dos principais
resul-tados obtidos ao longo do Capítulo.
Há, ainda, três apêndices: no primeiro faz-se uma breve
descrição dos encargos sociais brasieliros; no segundo
discutem--se as alternativas de decomposição do custo da mão-de-obra nos
componentes salário e encargos, explicando-se o enfoque adotado'
neste trabalho; e diz-se como foram estimadas as taxas de
inci-dência dos encargos do Quadro I, particularmente as relativas ao
139 salário, ao seguro de acidentes do trabalho e às indenizações
trabalhistas; o terceiro é um apêndice estatístico sôbre os dados
utilizados construção do índice do custo médio da mão-de-obra
MINISTÉRIO DQ f'LA~,EJAMErHO E COOfiDW.4ÇÃO GEP.AL
itISIITl!TU ui:. f'Lt.NUAr,1ENTO ECUr,Ôr.i1CO E SOCIAL (IPEA)
11 - Os Encargos Trabalhistas no Brasill
Ao final da década de 30, os únicos encargos trabalhistas
d ~ d 1 - ' 2
existentes, na forma de custos a icionais a folha e sa arlOS er~~
a contribuição para os Institutos de Aposentadoria e Pensões,
cria-dos a partir de 1933 em substituição às Caixas de Aposentadorias e
Pensões; o seguro contra os riscos de acidentes do trabalho, obri~
gatório por lei desde 1919; as indenizações por despedida injusta;
e o aViso-prévio, até então objeto de leis particulares e que, mais
tarde, seria regulado pela Consolidação das Leis do Trabalho.
Na primeira metade da década seguinte surgiram as
contri-buições para o Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial (SENAI)
e para a Legião Brasileira de Assistência (LBA). No ano de 1946/ i~
pôs-se a cobrança de contribuições para o Serviço Nacional de Apre~
dizagem Comercial (SENAC) e para os Serviços Sociais da Indústria
(SESI) e do Comércio (SESC).
O quadro de encargos permanece imutável até a criaçao da
contribuição para o Serviço Social Rural (SSR) ,eI11 1956, única alter~
ção num período de mais de dezesseis anos, de 1946 a 1962, quando é
instituído o 139 salário. Nos dois anos seguintes foram criados, s~
cessivamente, o salário-família, o salário-educação e a contribuição
para o Banco Nacional de Habitação.
1
2
No Apêndice
A-I
deste capItulo, apresenta-se uma_descriçãosuma-ria de cada um dos encargos mencionados nesta seçao.
Deve-se assinalar a existência a essa época de outros encargos,
não enquadrados no nosso conceito: as férias, que depois passara~
a ser regidas pela CLT (1-5-43) I e os repousos semanais
remunera-dos e o dos feriados, cuja regulamentação vigente é de 1949 (Lei
605, de 5.1.49).
MINISTÉRIO DO PLANEJAr,lENTO E COORDENAÇÃO GERI\L INSTITUTO DE PLANEJAMENTO ECONÔMICO E SOCIAL :IPEA:
 exceçao das indenizações, do aViso-prévio e do 139
salá-rio, os encargos estavam ligados ao Sistema de Previdência Social,
mas cada um dêles era disciplinado por leis específicas. Essa situa
çao foi modificada a partir de janeiro de 1966, quando os referidos
encargos passaram a ser regidos pela Lei n9 4.863, de 29.11.65. Esta
mesmos lei submetia tôdas as contribuições vinculadas aos IAPs aos
limites, prazos, base de incidência e demais condições a que estava
sujeita a taxa de contribuição previdenciária. E para o conjunto d~
sas contribuições estabeleceu-se uma taxa única de incidência,
soma-tório das taxas. individuais, a ser recolhida pelos Institutos.Tal ta
xa era de 28%, sendo 20 correspondentes aos encargos da emprêsa e 8
à
contribuição de previdência do empregado. Sem dúvida, essa lei eum dos principais fatôres da evolução recente da previdência social
brasileira: a tendência a unificação, tornada exequível quase exat~
mente um ano depois, com a criação do Instituto Nacional de previdên
-cia So-cial (INPS). Nesta linha de açao, o INPS transfere, no ano s~
guinte, da área dos negócios privados para a da Previdência Social ,
o seguro de acidentes do trabalho.
Bastariam, sem dúvida, êsses fatos para que o ano de 1966
pudesse ser considerado um divisor meridiano na evolução histórica '
dos encargos trabalhistas brasileiros. Não obstante, para marcar ~
da mais a transição, temos a substituição do sistema de indenização
por despedida injusta 8 de estabilidade do emprêgo, da CLT, pelo de
garantia do tempo de serviço, instituído pela Lei n9 5.107,de Lt9.~.
Trata-se de uma mudança radical num dos. aspectos mais importantes do
seguro social, se pensarmos quão arraigada já estava a rotina do
an-tigo sistema.
A introdução do Fundo de Garantia do Tempo de Serviço, em
janeiro de 1967, foi acompanhada de algumas alterações no quadro
MINISTÉ~IO DO PL,I,NEJAr,itJHO E COOfiDLNACAO GEHAL
INSTITUTO DE PLANEJ_~MENTO "CONÔr~ICO E SOCIAL -IPE.i\'
extintos, como a velha contribuiç~o para a LBA, a do BNH, a do Fun
do de Assistência ao Desempregado - criado por aquela lei - enqua~
to a contribuiç~o para o SESI ou SESC foi reduzida.
Em consequência, a taxa das contribuições recolhidas
pe-lo INPS caiu de 28% para 25,8%, a partir de janeiro de 1967. De
1967 até o final de 1971, a única alteraç~o no quadro de encargos
foi a decorrente da criaç~o do Fundo de Assistência e Previdência
do Trabalhador Rural (FUNRURAL): a contribuição para o Instituto
de Colonizaç~o e Reforma Agrária (INCRA), sucessor atual do
primi-tivo Serviço Social Rural, foi majorada para constituir uma fonte
de recursos do programa de extensão da previdência social ao setor
rural, a partir de julho de 1971.
A evoluç~o da taxa relativa aos encargos sociais pode
ser vista no Quadro -11. No primeiro ano considerado, 1945, os
en-cargos representav&~ cerca de 8% do salário mensal, atingindo o
dôbro dessa taxa doze anos depois. ~sse crescimento seria ainda a
celerado, de modo que, em seguida, bastariam menos de oito anos p~
ra que a taxa mais que dobrasse, ou seja! alcançasse 34,6% em
de-zembro de 1963. A observação do Quadro I jeixa claro que o cresci
mento da taxa dos encargos trabalhistas deve-se, bàsicamente,à muI
tiplicaç~o dos mesmos, que de cinco em 1945 passam a totalizar tre
1 Veja-se Apêndice A-2 para a explicação do
c~lculo
das taxas deincidência do 139 sal~rio e sua contribuição.à Previdência, do
• ç:;',"\;J,,~\.L ~
TAY,.AS DE INCID~NCIA SUDFE O SAlÁRIO I'lli:\ISAL DOS ENCARGOS SOCIAIS NO BRASIL
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MINISTERIO DO PLANEJAMENTO E COORDENIIÇÃO GERAL INSTITU'rO DE PLANEJAMENTO ECONÔM:CO E SOCIAL (IPCA
ze em 1966, e à elevação das taxas de alguns encargos. Pode-se ver
ainda que a taxa de encargos vem crescendo, firmemente, desde 1945
e dá um grande salto em dezembro de 1962, ao atingir' 27,3%, com a
criação do 139 salário, que representou um acréscimo de 45% a taxa
global de encargos. A tendência ascendente foi mantida até 1965,sQ
frendo ligeira reversão no ano seguinte:a taxa de encargos cai para
37,7%, em janeiro de 1966, após ter atingido 38,7%, em janeiro de
1965. Em janeiro de 1967, a taxa de encargos volta a elevar-se for
temente para alcançar seu valor máximo (45,5%), em consequência da
instituição do Fundo de Garantia do Tempo de Serviço. A
seguir,ob-serva-se novamente uma tendência declinante, uma vez que, entre E67
'" e 1970, nenhum encargo foi criado e dos existentes apenas o seguro
cresceu ligeiramente, enquanto as indenizações trabalhistas foram
caindo progressivamente. No segundo semestre de 1971, a taxa dos
encargos sociais sofreu urna elevação, com a cobrança da contribuiçâ.o
para o FUNRURAL, tornando-se igual a 43,9%.
Taxas Legais e Taxas Médias
Os encargos sociais não incidem todos sôbre o total da
fôlha de pagamentcs das emprêsas. De fato, até junho de 1954 as
contribuições associadas à Previdência Social tinham o limite de
incidência fixado em Cr$2,OO. A partir do mês seguinte, o limite
passou a ser o valor já referido ou o salário-mínimo local,se sup~
rior a Cr$2,00. Em maio de 1956 esse teto foi elevado para três ~ê
zes o maior salário-mínimo vigente no país, cujo valor era de Cr$
2,40. A ampliação do limite para 5 vêzes o maior salário-mInimo do
paIs ocorreu em outubro de 1960. Até então o salário de
contribui-ção da Previdência Social era o único limite e~istente para os
en-cargos inscritos no Quadro I. Foi a criação do salário-famIlia, e~
MINISTÉRIO DO PL"NEJAMENTO E COOROE.NAÇÃO GERAl INSTITUTO DE PLANEJAMENTO ECONÔMICO E SOCIAL 'IPEA
- de um salário-mínimo - adotado um ano depois para novo encargo, o
salário-~ducaç~o. O limite atual de 10 maiores salários-mínimos fui
estabelecido em dezembro de 1966 e estendido a tôdas as
contribui-ções ligadas à Previdência, a partir do mês seguinte.
Na medida em que a fôlha de pagamentos de uma empresa
in-cluir salários superiores 20S limites de incidência, a
taxa-somató-rio resultante no Quadro I superestimará a relação .r.1édia encargos/
salários correspondente.
Em todo o período 1967/1971, entretanto, pode admitir-se
o suposto de que as taxas do Quadro I refli tam as taxas médias dos
encargos trabalhistas na indGstria brasileira. Em 1968, apenas um
por cento do total da fôlha de salários na indGstria está acima do
,
limite de incidência~. Dados do SEPT, por outro lado, mostram que,
em 1965, apenas cêrca de cinco por cento dos trabalhadores na indGs
tria brasileira recebiam salários acima de 4,55 vêzes o maior
salá-rio-mínimo. Finalmente, dados do IBGE revelam que, na indGstria de
transformaç~o brasileira, cêrca de quatro por cento dos operários I
recebiam, em 1956, salários superiores a 2,7 vêzes o maior
salário--mínimo do país e apenas cêrca de sete por cento recebiam, em 1957,
salários superiores a 2,1 vêzes o referido mínimo2.
1 Estimado a partir de dados do Serviço de Estatística da
Previdên-cia e do Trabalho. Veja:SEPT, Boletim T~cnico, n9 17, dez. 1969.
2 Dados do Anuário Estatístico do Brasil de 1957 e 1958. Referem-se
MINISTÉfllO DO Pt."NEJAMENTO E CClOilDENAÇÃO Gri~,\L
INSTITUTO DE PLANEJi\MENTO ECOr,ôMICO E SOCII'L i,'EA'
Por outro lado, até 1948, quando cerca de cinco por cento
dos industriários percebiam salários acima do limite de
contribui-ção e êste era mais de duas vêzes o salário mediano na indústria na
Guanabara - as taxas legais e observadas nao deviam diferir signifi
cativamente.
Sem embargo, entre 1949 e 1956, a diferença entre taxas
legais e médias parece ser significativa, devido ao congelamento r.§:
lativo do salário-contribuição num período de contínua alta de pr.§:
ços e salários.
Assim, entre 1946 e 1948 e de 1957 em diante, os dados do
Quadro 3.1refletem aproximadamente as taxas médias de incidência dos
encargos sôbre as fôlhas de saláriosl . Entre 1949 e 1956, devem ser
feitos alguns ajustamentos para contrabalançar o irrealismo do salá
rio-contribuição. No Quadre VIII da pr6xima seção, os custos
me-dios da mão-de-obra são calculados procedendo-se a algumas
corre
-çoes nos dados do Quadro I Deve ressaltar-se, de qualquer forma,
que a importância das taxas do Quadro I decorre de sua aplicação ao
salário-mínimo, que é a remuneração de grande parcela da mão-de-Obra
industrial, ou seja, a mão-de-obra não-qualificada.
1
Deve-se ressaltar, ainda, que o fato de dois encargos, durante aI gum tempo nesse segundo período, terem tido o limite de incidência de um salário-mínimo ajuda a distorcer um pouco mais essa
aproxi-mação. A Fundação Getúlio Vargas, nos cálculos efetuados para ê~
se período, fêz estimativas para as taxas médias de ambos os refe
ridos encargos: assim, a taxa média do salário-educação seria de
1,3% e a do s<llário fardlia, 4%, em vez das t'axas legais de 2 e
1~,STiTl:;O DC PLM/Ut,;;.Cno [COf\Õ~.~ICO [ SOCL'.L ,1f'EAl
III -
o
Sal~rio-Mlnimo e o Custo da M~o-de-Obra N~o-Qualificadao
sal~riolninimo foi instituido no PaIs em"1940, visando agarantir aos trabalhadores a satisfaç~o de suas necessidades b~sicas.
Pesquisa realizada pelo ent~o Ministério do Trabalho, Indústria e Co
mércio indicou os diferentes niveis regionais capazes de atender a
esse objetivo.
Os niveis ent~o fixados parecem ter-se constituido num
ta-belamento n~o-redundante dos sal~rios pagos no PaIs. Entretanto,
a-p6s as duas revis6es feitas em 1943, o sal~rio-nInimo permaneceu
i-nalterado por cerca de 8 anos, com os preços internos elevando-se con
tinuamente e, dessa forma, provocando a queda de seu poder
aquisiti-vo. De fato, no perlodo de 1944 a 1951, enquanto o sal~rio-- mlnimo
o indice do custo
Getúlio Vargas, mais que dobrava. Desse modo, um número crescente de
trabalhadores, ano a ano, ia tendo seus sal~rios majorados, restando
uma parcela cada vez menor com remuneraç~o ao nivel do
sal~rio-!nini-mo. Uma indicaç~o disso pode ser dada pela an~lise das
distribui-ç6es salariais dos associados do extinto IAPI (Ver Quadro VIII).
To-mando-se a percentagem de empregados inscritos na primeira classe da
distribuiç~o do Quadro IIr, cujo limite superior equivale a 1,31
ve-zes o maior sal~rio-mlnimo do Pais decretado em novembro de 1943, ob
temos a evoluç~o abaixo:
QUADRO D_:
PERCENTAGEM DE INDUSTRIÂRIOS l~A PRHlElRA CLASSE DA DISTRIBUIÇÃO DE
SALÂRIOS DO EXTI~TO IAPI
Anos
1945 1947 1948 1949 1951
Percentagem
"
63 50 37 28 19
Mlr4ISTÉRIO DO PLANwAr~ENTO E COORDENAÇÃO GERf.L
INSTITUTO DE PLANEJM~ENTO ECOrjôr~:co E SO(;I"L ,:P~A,
Em 1951, apenas 19% dos industriários percebiam salários
inferiores a 1,31 vêzes o maior salário-mrnimo do país, enquanto que
em 1945 a percentagem correspo~dente era 63%. A paulatinà
transfe-rência de trabalhadores para níveis mais altos de remuneração i8pli
ca, necessãriamente, na elevação do salário-m6dio da distribuição.
Assim, um indicador dessa evolução pode ser a relação entre o
salá-rio mediano e o salásalá-rio-mínimo. No QUàdrc IV podemos observar que,
em 1946, o salário mediano na indústria da Guanabara era cêrca de
duas vezes o saláric;mínimo local, chegando a representar mais de
três vezes êsse último em 1951.
A essa altura, os níveis estabelecidos em 1943, com
vi-gência prevista para três anos, pouca significação real tinham, nao
-havendo dúvida quanto ã necessidade de sua revisão,considerada
ina-diável pelo Decreto-Lei n9 30.342, de 24.12.51, que a promoveu. Con
o reajuste, mais que triplicou o salário-mínimo da Guanabara, que
volta assim a se tornar urna restrição efetiva. Como reflexo disso,
temos em 1952 cerca de 54% dos associados do IAPI recebendo
salá-rios não superiores em 8% ao maior nível fixado, enquanto o
rio mediano na indústria guanabarina superava de apenas 21% o
salá-rio-mínimo regional (Ver QuadrosIII e IV) .
Passados dois anos e meio dos três fixados por lei para
vigência dos níveis da última revisão, p6de-se constatar a
gradati-va ~ajoração dos salários nominais para compensar a permanente
e1e-vação dos preços internos. Na realidàde, em junho de 1954, o custo
de vida na Guanabara já era 52% superior ã média anual de 1951,
en-quanto o salário mediano na indústria local ultrapassava o mínimo E1.
cêrca de 42%, a maior rliscrepfincia observada no resto dà s6rie, de
1952 a 1963, no Quadro IV. A majoràção promov,ida em julho de 1951
mais que compensou a queda do poder aquisitivo dos níveis
MINI~TÉHIO DO PLANCJAMENTO E COORDENAÇÃO GERAL
IN3TiTUiO DE PLANEJAi"EinO ECOf.Ôi>1ICO ;: SOCI';L ,IPEA,
0UADRO 111
DISTRIBUIÇÃO PERCENTUAL DOS INDUSTRIÁRIOS SEGUNDO
CLASSES DE SALÁRIOS - BRASIL, 1947/53
Classes de Salários 1945 1947 1948 1949 1951 1952 1953
(Cr$ antigos)
O a 499 62,7 49,6 37,5 28,3 18,7 4,3 2,8
500 a 599 10,6 9,6 9,3 7,9 6,8 4,2 3,1
600 a 699 6,3 7,8 8,4 7,6 6,8 8,1 6,4
700 a 799 5,5 5,9 6,8 6,9 (),6 6,0 5,0
800 a 899 3,7 4,7 6,1 6,5 6,6 5,6 4,9
900 a 999 2,8 3,7 4,9 5,6 5,8 5,0 4,5
1. 000 a 1. 099 2,2 3,6 4,7 5,5 5,8 5,0 4,7
1.100 a 1.199 1,2 2,1 3,2 4,1 4,5 6,0 5,4
1. 200 a 1. 299 1,0 2,3 3,1 4,0 4,7 9,3 7,9
1. 300 a 1. 399 0,7 1,5 2,3 3,0 3,6 4,4 3,9
1. 400 a 1. 499 0,4 1,2 1,8 2,5 3,2 4,1 3,9
1. 500 a 1. 599 0,5 1,5 2,0 2,6 3,2 4,3 4,3
1. 600 a 1. 699 0,3 0,9 1,3 1,9 2,5 3,3 3,5
1. 700 a 1.799 0,2 0,7 1,0 1,6 2,1
2,8
3,21. 800 a 1. 899 0,2 0,7 1,0 1,5 2,1 2,'] 3,2
1. 900 a mais 1,5 4,3 6,6 10,4 16,9
24,6
33,2Fontes: IAPI - Boletim Estatístico-Atuarial, fev. e abro de 1954.
Os dados do IAPI foram também publicados pelo Anuário
Es-tatístico do Brasil - 1954 e 1955.
Notas: 1) De 1947 a 1951, o limite superior da primeira classe e
quivalia a 1,31 vêzes o maior salário-mínimo vigente no
país. Em 1952 e 1953 o limite superior da nona classe re
presentava 1,08 vêzes o referido mínimo e a percentagem
acumulada desta classe era de 54% em 1952 e de 45% em 1951 Recebendo até 1,33 vêzes o maior mínimo havia 66% dos in-dustriários em 1952 e 57% em 1953.
2) O IAPI não publicou mais nenhuma distribuição depois
dessas divulgadas em 1954. A distribuição de 1950 também
MINISTÉRIO DO PLANEJAMENTO E COORDENAÇÃO emA!..
INSTITUiO De: PLA,'JEjMViENTO ECor,Ó'{'iCO t: SOCiAL 'IP<:A
o de outras capitais tiveram aumento ainda maior, como Belo Horizon
te, Salvàdor, P6rto Alegre e Vit6ria. Em consequ~ncia o salãrio me
diano na indústria do ex-Distrito Federal tornou-se apenas 15% sup~
rior ao mínimo regional, em setembro do mesmo ano.
Na segunda metade da década de 50, ocorreram apenas os r~
ajustamentos de ag6sto de 1956 e o de janeiro de 1959, em cujas ves
peras a relação salãrio mediano/salãrio-mínimo da Guanabara jã
ul-trapassava o valor 1,3, refletindo o deslocamento dos assalariados
urbanos para classes superiores de salãrio. Ap6s a primeira destas
duas revisões, a relação em foco cai para 1,06, em dezembro de 1956
e, depois da segunda, para 1,10, em abril de 1959.
Até o final da década de 50, o salãrio-mínimo foi sendo
reajustado de modo a permitir seu crescimento em têrmos reais.
Es-sa tendência reverteu-se em 1961, num movimento que se acentua no
ano seguint.e, quando se observa uma das maiores discreoâncias, no p~
ríodo 1952/63, entre o salãrio mediano e o mínimo na indústria da
Guanabara, ou seja, de 40%. A revisão de 1964 resultou numa
eleva-ção do valor real do salãrio-mínimo em relaeleva-ção ã anterior, mas não
em relação ãs duas últimas revisões de década anterior, como também
não em relação a de outubro de 1960. Em 1964, alterou-se
profunda-mente a política salarial, inserida um contexto de uma polí·tica for
temente anti-inflacionãria, implantada quando a alta de preços, há
muito cr6nica, atingira um estãgio extremamente perturbador. A
mu-dança traduziu-se, fundamentalmente, na ad,oção de novo cri tório de
reajustamento do salãrio-mínimo, em julho daquele ano. A fõrmula~
correção estabelecida levava em conta não só o awnento dos preços
no ano anterior, como té:u,cbérc\ o a.umento esperado dos preços no ano
seguinte, e o crescimento da produtividade média da economia. Essa
politica s6 foi posta em prãtica em 1965, jã que os níveis do
salã-. ... .- t· 1 '11 • t 1 1 - . f
-e-MINISTÉRIO DO PLANEJAMENTO [ COORDE,'1,4Çi';O GEIl,\L
IrlSTITUTO DE PlANEJAI,~[IHO ECO~IÔ,MICO E SOCiAL (IP:A)
OUADRO IV
RELAÇÃO ENTRE OS Sl\L1>,RIOS r1EDE,~~O E I11nIJI0 NA INDúSTRIA DA
Data
Ano Hês
1946 1947 1948 1949 1950 1951 1952 1953 1954 1955 1956 1957 1958 1959 1961 1962 1963 I'1ar. Jun. Set. Mar. Jun. Har. Jun. Dez. Abr. Nov. Abr. Nov. Abr. Nov. Abr. Abr. Nov. Abr. GUAl'Ul.BARrl.
Salário I1edia Salário t1íni- Re1acão Sa1á
no mo rio ~edian07
Salário míni (Cr$ antigos) (Cr$ antigos)
789 865 950 1.092 1.168 1.273 1. 453
1. 444
1. 491 2.185 1. 700 2.764 2.888 2.812 2.859 3.050 3.116 4.028 4.270 4.632 4.693 5.022 6.628 7.166 10,604 15.493 18.807 24.593 380 380 380 380 380 380 1.200 1.200 1. 200 1.800 1.200 2.400 2.400 2.400 2.400 2.400 2.400 3.800 3.800 3.800 3.800 3.800 6.000 6.000 9.600 13.400 13.400 21. 000 mo 2,08 2,28 2,50 2,87 3,07 3,35 1,21 1,20 1,24 1,21 1,42 1,15 1,20 1,17 1,19 1,27 1,30 1,06 1,12 1,21 1,23 1,32 1,10 1,19 1,10 1,15 1,40 1,17
Fontes: Salário mediano de 1946 a 1956: Conjuntura Econônica, ano
XII, n9 1, de jan .1958. (Indices Sociais - Salar-iõna In-dústria: índice ae salário calculado pelo Centro de Estu-dos Sociais da Fundação G. Vargas, com base em arnostra de
177 estabeleci~entos industriais no ex-D.Federal.Computan
do sõmente até 1957)
-Salário mediano de 1957 a 1963: IBGE - Anuário
Estatísti-co do Brasi~: sal~rio mediano na Indfistria de
Tiansforma-Ção-naGuanabara (Emprêsas com 5 ou mais ~)c:ssoz:[, ocu9adc_s)
Notas: 1) Para 1955 observamos que as estimativas da FGV superam
as do IBGE em c5rca de 5%. Para 1956, a estimativa de marco da PGV
~ superior
ã
de abril do IEGE em nenos de 1,2%. Pela estim~tiva dejunho da FGV -- superior em apenas 3,3%
ã
de abril do IBGE - pode"mos a&nitir que a diferença entre os valores da FGV e do IBGE, se referidos a abril de 1956, seria de cêrca de 2% apenas. Finalmen-te, a estimiltiv,;( de dezenbro de 1956 da FGV supera a de novembro do IBGE en 1,6%. Parece, portanto, n50 haver apreci5vel
incompati-bilidade entre os dois lcvantalnontos. 2) Quando não se indica o ~ês
MINISTÉRIO DO PLANEJAMENTO E COOf1DENAÇÃO GER,\L INSTIiUTO lJ[ PLANu.~MENlO ECú,.U,\1ICO E SOClf,L ,;?~A:
vereiro de 1964. Um importante desdobramento da nova política v~
rificou-se em julho de 1965, quando o referido crit~rio de reaju~
tamento foi estendido aos contratos coletivos e às decisões da
Justiça do Trabalho em dissídios coletivos.
Embora teõricamente destinada a possibilitar a correçao
salarial incorporando tantos os efeitos da elevação dos preços
quanto do aumento da produtividade, a nova política resultou, na
prâtica, bem mais rígida. Os coeficientes de correção aplicados
não foram suficientes nem para anular o efeito da inflação.De
fa-to, deflacionando-se pelo índice de preços por atacado dos
produ-tos industriais, o valor real de cada nôvo salârio-mínimo fixado
entre 1965 e 1969 revela-se menor do que o anterior. Assiln, seu
valer cai de Cr$l,22, em fevereiro de 1965, para Cr$1 i02 j em
R-bril de 1969 (a preços constantes de janeiro de 1952). De 1966 a
1970, o valor real de cada nível fixado é inferior ao do
salârio--mínimo de janeiro de 1952, ou seja, Cr$1,20. Até 1965, os reaj~
tamentos foram suficientes para superar êsse valor rQal, tomado a
qui como base de comparação (Ver Quadro VII e Gr~ficc I).
Um dos meios de testar a efetividade da política de con
tenção salarial pode ser a an~lise da evolução do numero de
pes-soas recebendo o mínimo legal. Como as distribuições de salário
disponíveis não são dadas em unidades de sal~rio-mínimo, apenas ~
ma idéia aproximada pode ser dada, para i~so utilizando-se os
le-vantamcntos do SEPT. Já que há diferentes níveis regionais de sa
MINISTÉRIO DO PLANEJAMCNTO E COOR:JCNAÇÃO GEí~,\L
QUADRO V
PERCENTAGENS DE TRABALHl1.DORES l~A INDÚSTRIA COM SA
LÁRIOS EH TORNO DO MINUrO LEGI1.L: SÃO PAULO, GUANA
BARA E BRASIL - 1965/69
Classes de Salários (em unidades co mai or salário-minino-do pais)
até até até até até até até até até até até até 1,05 1,20 1,18 1,42 1,13 1,32 1,07 1,23 1,38 1,07 1,23 1,38
são Paulo
abril de 1965
35,6
49,5
abril de 1966
46,2
60,5
abril de 1967
37,7
51,0
abril de 1968
24,3
41,3
49,5
abril de 1969
16,7 27,0 35,6 Guanabara 42,2 53,3 48,7 61,3 43,1 55,7 27,2 47,2 56,0 17,1 33,8 43,1 Brasil 43,2 54,8 57,2 68,5 50,0 61,2 36,1 51,2 58,6 28,4 40,4 48,6
Fonte: MTPS - Serviço de Estatistica da Previd~ncia e do Trabalho
(SEPT). Os dados são referentes ao total de empregados na
Indústria, regidos pela CLT, no dia 25 de abril de cada a-no.
Nota: O maior salário-minimo de cada ano é o prevalecente para a
MINISTtRIO DO PLANEJAMENTO E COORDENAÇÃO GERAL
INSTll UTO Di:: PLANEJAMENTO ECONÓrv1ICO E SOCIAL ijPEA
2 . . . b . . 1
apenas nlvelS su -reglonals Na indfistria paulista obtemos, em
abril de 1965, 36% dos trabalhadores recebendo salários até 5%
su-periores ao rnInimo regional, enquanto em abril de 1968 encontra-se
apenas 24% com salários até 7% maiores do que o referido mInimo. A
perda de importãncia do salário-mInirno parece ter sido contInua dffi
de 1965 até 1969, conforme se pode ver no Quadro VI I pela firme as
censão da relação entre o salário mediano e o mInimo na indfistria
paulista.
Deve-se ressaltar que, nos anos de 1965 a 1968, o mes de
abril vem logo em seguida
à
elevação do salário-mInimo, de modoque as percentagens correspondentes da tabela abaixo referem-se I
ao perIodo de máxima concentração em t6rno d~sse salário. Já o
dado de 1969 antecede a elevação do mInimo, que se deu em 19 de
maio. Em 1969, de ac6rdo com os dados do Quadro 3 .. 5 apenas 17 %
1 A primeira sub-região compreende os principais municIpios indus-triais (o total era de 46 municípios, em 1966) correspondendo-lre
o maior nIvel nacional de salário-mínimo. A segunda sub-regi~o,
composta dos der:tais municípios, é atribuído o segundo maior
ní-vel do paIs.
MINISTÉRIO [lO PLMlEJAMEtHO [ COOIiIE:'iAÇÃO G~r.l\L
INSTITUTO úC: rLAr;[JM~E:;TO ECO~,ÔI,lICO E 5GCI,\L ;PE';
QUADRO VI
RELÂÇÃO ENTRE OS SALÁRIOS MEDIAtJO E O H1uH10 NA INDÚS
TRIA PAULISTA - 1965/69
Anos Relação
1965 1,21
1966 1,25
1967 1,31
1968 1,40
1969 1,78
Fonte~ Dados brutos do SEPT, referentes aos empregados existentes
em 25 de abril de cada ano.
dos industriários paulistas recebiam salários até 7% maiores do
que o mínimo. Essa percentagem pode ser vista como indicadora da
mais baixa concentração em tôrno do mínimo, uma vez que ela refere
-se à última semana de vigência dos níveis estabelecidos há mais
de um ano. Talvez possamos dizer diante dos resultados do Quadro
V,que, entre 1968 e 1969, um máximo da ordem de 25% e um mlnlmo
..
.
de 17% dos industriários paulistas recebiam pràticamente o maior I
salário-mínimo regional. Deve-se lembrar que nesse grupo de mais
baixa remuneração estão incluídos os menores (cujo salário-mínimo
é inferior ao de adulto) e os trabalhadores de tempo parcial. Cabe
ressaltar, por outro lado, que são Paulo é precisamente o estado I
onde os salários são mais elevados, de modo que para o conjunto do
país pode esperar-se uma percentagem maior de trabalhadores
rece--bendo em tôrno dos diversos mínimos regionais. Assim, pode-se
ob-servar que, no estado da Guanabara, as percentagens
corresponden--tes em todos êsses últimos anos são maiores do que as de são
Pau-lo: em abril de 1968, por exemplo, tem-se 27% dos industriários I
guanabarinos recebendo salários Gté 7% superiores ao mínimo contra
os 24% de são Paulo (Ver Quadro
V).
tsses resultados sugerem queMINISTtfilO DO PLANLJAr,1ENTO E CO"RDENAÇÀC, CEiPl.
salário em tôrno dos mínimos regionais, nessa última data, deva ser
da ordem de 35%, que poderia ser considerada como a taxa de maior
concentração, enquanto a de abril de 1969 - período de menor concen
tração - poderia ser, a grosso modo, estimada em algo como 25%.
A análise precedente parece permtir a conclusão de que,
apenas no período de 1946/51, o salário-mínimo não foi relevante na
indústria brasileira; a partir de 1952 até o início da década pass~
da, êle tornou-se um tabelamento efetivo ou não-redundante, inicia~
do logo em seguida um processo de relativa perda de significação ,
que atinge os dias atuais. Contudo, mesmo neste período mais recen
te, êle ainda continua sendo urna das pedras fundamentais da
políti-ca salarial, na medida em que representa a remuneração básipolíti-ca de
u-ma parcela sem dúvida significativa da mão-de-obra industrial,ou se
ja, a de sua camada menos aualificada.
No Quadra VII estima-se o custo real da mão-de-obra n20
-qualificada na indústria brasilej.ra, aplicando as taxas dos
encar--gos trabalhistas ao salário-mínimo da Guanabara deflacionado pelo '
índice de preços por atacado dos produtos industriais.
Apresenta-se nesse Quadro, no momento de transição,o anti
go e o nôvo salário-mínimo, a preços constantes de janeiro de 1952.
Isto nos permite observar que, por exemplo, em Junho de 1954,20
fi-nal de sua vigência, o salário-mínimo fixado em janeiro de 1952 em
Cr$l,20 (padrão monetário atual) valia Cr$O,78, em cruzeiros const@
tes de janeiro de 1952, ou seja, seu valor real caiu de 35%, no
pe-ríodo de vigência; e que o nôvo valor fixado (CL$ 2,40) correspondia
a Cr$l,56, em moeda de poder aquisitivo igual ao do período-base,ou
seja, em t~rmos reais apenas 30% superior ao salário básico (Cr$ . . .
.
1,20). O mesmo é fei-to para o custo da mão-de-obra. A com]_~é1.:«\(:::iJ.O
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JAN JIJL 56
58 DEZ
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MINISTÉKIO DO PLANU~,r"~NTO E COOHDU,~,ÇÀO GERAL
INSTITUTO DE PLAflEJA~"=f'..TO EGOr~Ór~ICO E SOClf,L <lPE"
II Com exaeçao de 1964 e 1965, os encargos sociais foram suficien
temente "elevados para impedir que, mesmo ao final da vigência de ca
da nrvel nominal do sal§rio-mrnimo, o custo real da m~o-de-obra se
tornasse inferior ao sal§rio~b§sico. (Ver Gr§fico I).
Tomando valores médiosl , podemos observar que até 1961 o
sal§rio-mínimo vinha crescendo em têrmos reais desde o inIcio da se
rie. Como no mesmo período às encargos sociais cresciam
firmemen-te, a dist~ncia entre o custo privado da m~0-de-obr2 e o sal§rio-mI
nimo vai-se alargando (ver Gr§ficQ 11). Entre setembro de 1960 e
setembro de 1961 o sal§rio-mínimo e o custo da mão-de-obra alcançam
seus pontos máximos: em setembro de 1961 o antigo salário-mínimo ti.
nha um valor real pràticamente igual ao de janeiro de 1952, ao ser
introduzido nôvo valor superior, em têrmos reais, em 38% ao salário
tiva tendência decrescente mantida até 1970, com exceção de 1964
quando apresenta ligeira recuperação. A partir de 1963 o
salário---mInimo torna-se, em têrmos reais, inferior ao saláriosalário---mInimo de j~
neiro de 1952.
o
custo da mão-de-obra acompanha a tendência declinantedosalário-mínimo, contudo os encargos trabalhistas são
suficientemen-te elevados para mansuficientemen-ter o referido custo acima do sal§rio-illr~j,mo bá
sico em todo o perrodo de 1954 a 1971, como se ve no Gr§ficc 11 .Por
outro lado, tomando como base de comparaçao o custo da mão-de-obra
1
Tomamos é1. média uri trnéticél sir.cplcs entre o valor real de cada sa
MINISTÉRIO DO PLANEU,MUHO E COOf1D~NP,ÇÃO GEHAL
INSTITUTO DE PLANEJAMCNTO ECOr,ór,~ICO E SOCIAL '11'[,\
QUADl'~º-,yI I
CUSTO REAL DA HÃO-DE-OBfZi\ nÃo QUALIFICADA NA
INDÚS-'rRIA BRASILEIRA: 1952/71
I
salário-I1íni~o!Custo
RealData : Salário-L-ríninlo lr.dice de Pre- dé
Nominal (Cr$ cos .i\tac.Prod. Real (Em Cr$dp'M~o-de-Obra:S~
correntss) Industriais(Ba jan. 52) lário-Hínimo
se: Jan.52=100 Real mais
En-cargos Sociaü
(Em Cr$de j ar
52)
Jan. 52 1,20 100 1,36
Jun. 54
I
1,20 154I
0,78 ) 0,892,40 1,56 1,78
Ju1. 56
I
3,80 2,40 229I
1,66 1,05I
1,22 1,93Dez. 58
l
3,80I
1,05I 1,24
6~00 361 1,66 \ 2,00
Sete 60
I
6,00 565I
1,06I
1,259,60 1,70 I 2,00
Sete 61
I
9,60 811I
1,18
I
1,4013,44 1,66 2,00
Dez. 62
i
I
13,44,
A ") ()I
0,93I
1,19I
21,00 ..L...-:....J./ II
1,46 f f1,86
I
I
I
Jan. 64
I
21,00 2.650I
0,79I
1,07I
42,00 1,58 2,13
Fev. 65
I
42,00 5.424\
0,77
I
1,07
I
66,00 1,22 ; 1,67Fev. 66
I
66,00 7.378I
0,89I
1,23I
84,00 1,14 1,57Fev. 67 !
I
84,00I
0,90I
1,30I
9.376 ,
105,00 1,12 1,63
I
Fev. 68
I
105,00 129,60 11. 792I
0,89 1,10I
1,28 1,58Abr. 69 I
I
129,60 15.246I
0,85I
1,22I
156,00 1,02 I 1,46Abr. 70
I
156,00 187,20 17.523I
0,89 1,07I
1,27 1,50Abr. 71
I
187,20 20.721I
0,90I
1,28225,60 1,09 1,54
-Fontes: rndicc de Preçoo por Atacado dos Produtos Industriais !I't tua
coluna 18 de Con4untura Econõmica.
Encargos Sociais "; Quadro
3.1
dêste:: trabalho.Nota: No Quadro acima temos, para cada data de:: alteraç~o dos
ní-veis do salário-mínimo, o valor real do antigo salário na
MINISTÉ;HIO DO PLANEJAr,1ENTO E COUnDWAçÃO GER.\L
INSTI1UTO DE PLANEJAMENTO ECOr/Ô,~ICO E SOCIAL 'if'EA
1
em janeiro de 1952 , pode-s8 ainda concluir que ,no período em tela,
à
exceção do intervalo entre janeiro de 1952 a junho de 1954, ocusto privado da mão-de-obra não-qualificada manteve-se, em m~dia,
acima do valor correspondente do período-base.
.-MINISTÉRIO DO PLANEJAMENTO E COORDENAÇÃO GERAL
INSTITUTO DE PLANEJAMENTO ECONÔMICO E SOCIAL (lPEA)
IV - O Custo Médio da Mão-de-Obra Industrial
-Obviamente, a evolução do custo da mão-de-obra não-qualifi
cada nao serve como indicador do custo médio da mão-de-obra
indus-trial no Brasil. Para ter-se uma idéia da evolução dêsse custo,est~
belecemos um índice do salário médio daquela mão-de-obra, dividindo
os salários pagos pelo total de pessoas ocupadas em cada gênero da
indústria de transformação, de 1949 a 1969 e ponderamos os
resulta-dos pela participação resulta-dos gêneros no emprêgo total, em 1958.
Deve--se advertir que esse índice apresenta ~ inconveniente de nao
permi-• tir isolar a influência de alguns fatôres espúrios na sua elevação,
tais como: aumento do número de horas trabalhadas; aumento da
par-• ticipação no total de salários pagos nos diversos gêneros
industri-ais dos grupos de indústria cujos salários são mindustri-ais elevados do que
a média; aumento da qualificação média da mão-de-obra, e alterações
-nos métodos de levantamento dos dados através dos a-nos. Procuramos
evitar, entretanto, o efeito sôbre o salário médio das variações da
importância relativa dos diversos gêneros industriais, ponderando o
salário médio de cada um dos 18 gêneros industrais considerados por
sua' participação no total do emprêgo no ano de 1958, para a
determi-nação do salário médio da indústria de transformação em cada ano.
As fontes dos dados originais de salário sao mencionadas no
apêndice A-3 dêste trabalho.Como se explica ali os dados de 1949 e '
1959 são censitários,osde 1954 a 1965referem-se aos estabelecimentos
com 5 ou mais pessoas ocupãdase os de. 1966 a 1969,às emprêsas
MINISTÉRIO DO PLANEMMENTO E COORDENAÇÃO GERAL
INSTITUTO DE PLANEJM',ENTO ECONÔMICO E SOCIAL IIPEA
ponsáveis por 90% da produção industrial. Essa heterogeneidade das
fontes estatlsticas exige especial cuidado na interpretação da
se-rie apresentada no Quadro VIII. Em particular, devE;se advertir que
a substituição dos levantamentos de 5 ou mais pessoas ocupadas
pe-los de 90% da produção parecem introduzir um viés ascendente na
se-rie. Assim, se tomássemos para o perlodo de 1965/1967 os dados da
fonte alternativa, que são os Inquéritos Econômicos - Indústria de
Transformação, terlamos a seguinte evolução do Indice do salário me
dio, com a mesma base do Quadro VIII 1965 - 139; 1966 - 151 e 1%7
- 151; indicando valores significativamente mais baixos do que
a-quêles registrados no referido quadro. Focalizando atenção na tran
sição de 1965 para 1966, pode-se ver que a taxa de aumento dos salá
rios no Quadro VIII(12%) é também superior àquela obtida dos valo
res alternativos referidos (8,6%). Uma evolução algo diferente e
ilustrada pelo Indice do salário médio real na indústria de são Pau
lo, obtido a partir dos levantamentos do SEPT. Segundo êsse Indice,
os salários teriam pràticamente se estabilizado entre 1965 e 1966,
na indústria paulista. E, inversamente, enquanto o Quadre V~II mo~
tra uma estabilização, entre 1967 e 1968, do salário na inc.ústria
de transformação brasileira, o QuadroJ;X indica uma elevação de 5,5%
no salário da indústria paulista, no mesmo perlodo. A conjugação
dêsse duplo desencontro possibilita às duas séries apresentarem, no
período 1965/69 como um todo, um resultado bem semelhante: o Quadro
VIII
indica uma taxa de aumento do salário na indústria de transformação nacional de 20%, ao mesmo tempo em que o Quadr03.9 mostra lliu
incremento de 19% no salário da indústria paulista.
Os fatos acima parecem ilustrar bem a dificuldade envolvi
da na busca de urna interpretação segura da evolução do salário
~ QtJAÓL{d V!-t
t
BRASIL: EVOLUÇÃO DOS SAL1i.RIOS E CUSTOS H:t:DIOS REAIS DA MÃO-DE-OBRA NA
INDÚSTRIA DE TRANSFOWmçJ\.O, 1949-1969
Ano 1949 54 55 56 57 58 59 62 63 64 65 66' 67 68 69
. Xontes e notas: Co1',ma (1):
Coluna (2):
,..,_, __ ~~ 1 " ) \ _
Salário Médio Taxa dos En Icusto Anual I índice de Pre 1ndice do Sa- índice do
Cus-Anual do Pes- cargos Soci= :da Mâo-de-O- ço por Ataca- 1ário Médio to Real da Hão
-soa1 Ocupado ais sobre sa bra do dos produ- 'Real -de-Obra
1ário Anual - ! i tos Industri- (Base: 1949= (Base: 1949 =
ais(B~sI06~1i91
I
100 100
i
I
i
100
11,27 0,12 12,62
I
100 10027,03 0,12 30,27 200 120 120
32,26 0,11 35,81
I
227 126 12542,24 0,11 46,89 282 133 132
51,67 0,16 59,94
I
330 139 14461,24 0,17 i 71,65 386 141 147
i
I81,10 0,18
I
95,70 I 555 130 1')'7 ...) I224,98 0,18 265,48 I 1414 141 149
I
I
439,81 0,23 540,97 2592 151 165
861,37 0,25 1076,71 4753 161 179
1298,07 0,27
I
1648,55I
7674 150 170
1927,57 0,28
I
2467,29 . 10153 168 1932476,59 0,36 I
I
3368,16 12776 172 209I
3232,26 0,35
I
4363,55I
16665 172 2074057,50 0,34 5437,05
I
19992 180 216J
1 1I
Nédia ponderada dos salários médios de cada g~nero industrial, obtidas pela divisão
da f61ha de salários anual !Jcla média mensal do pessoal ocupado. As ponderaç6es
são dadas pelas pélrticipações de cada gênero no emprôgo industrial ,em 1958. As
sé-ries básicas foram construídas a Dcl.rcj r de dados do IBG:C, secundo metodologia expos
ta no Apêndice A-2. - ~
-Foram derivados das taxas legais do Quadro I dêste 'traLalho através das seguintes
alteracões: a) em 1954, 19'35 e 1956 se supõe aue as L~xa~ realmente aplicáveis
re-presenfem 30~, 75~ e 8~% d~~; respectivas t~xas-legais; b) não se inclui como encaE
go o 139 salário, já que é (:omputado no salário m6dio da colo (1); c)
corrigiram---se as taxas do salário-educação e do sa1ário-famI1ia de ac6rdo com as estimativas
da FGV, no período em (]ue O~; mcsmostinha.m limites especiais de incidência.
MINISTÉRIO DO PLANEJAMErnO E COORDENAÇÃO GERA!.. INSTITUTO DE PlANEJAMcrJTO ECONÓMiCO E SGCltll rirE';,
Diante de tais problemas, o índice do Quadro VII,I não pode ser tom~
do como uma medida absoluta, devendo falhar especialmente nas comp~
rações entre anos que envolvam fontes distintas dos dados originais;
contudo,pode ser razoàvelmente aceitável para certos intervalos, es
pecialmente o intercensitário.
QUADRO ,IX
SALÁRIO H:gDIO REAL NA INDúSTRIA DE S. PAULO - 1965/1969
Anos Salário
M~dio
Nomi-'Ind. de Preço dosI
índice do Salárional (Cr$ correntes) Produtos Industria~M~dio a Preços
Base:abr.1965=100 Constantes de
a-bril de 1965
1965 109 100 100
66 142 129 101
67 195 165 108
68 261 210 114
69 330 254 119
Fontes: 1) Salário M~dio: SEPT
2) índice de Preços por Atacado dos Produtos Industriais: Conjuntura Econ6mica.
Nota: Os salários referem-se a 25 de abril de cada ano.
Tomando como base de comparaçao os dados censitários,
ve-mos, no Quadro VIII e Gráficc IX , que o salário m~dio na indGstria
de transformação brasileira cresceu, entre 1949 e 1959, de 30% em
têrmos reais, ou seja, a uma taxa m~dia anual de 2,7%. Se
conside-rarmos os levantamentos das empr~sas com 5 ou mais pessoas ocupadas,
observaremos que, em igual intervalo de tempo, de 1954 a 1964/os sa
lários reais cresceram de 34%, isto é, a uma taxa média de 3% ao
a-no.