• Nenhum resultado encontrado

A Evolução dos encargos trabalhistas no Brasil

N/A
N/A
Protected

Academic year: 2017

Share "A Evolução dos encargos trabalhistas no Brasil"

Copied!
70
0
0

Texto

(1)

-....

..

(2)

FUNDAÇÃO GETÚLIO VARGAS

CAIXA POSTAL 21120 ZC· OS

RIO DE JANEIRO ~ GUANABARA BRASIL

ESCOLA DE mS-GRADUAÇÃO EM ECONO~iíIA

DO INSTITUTO ::BRAS ILSIRO DE ·.8CONOMIA DA FUNDAÇÃO GflIIttLIO VARGAS

Tese de Mestrado, apresentada ~ "Escola de P6s-Graduação em Eco-nomiau(EPGE), do Instituto ::Brasileiro de Economia, da Fundação Getúlio Vargas, pelo economista Rui Lzrio Modenesi, examinada e julgada pelos professores

Carlos Geraldo Langoni, Admardo Terra Caldeira e Edmar Lisboa ::Bacha, e aprovada -com grau

8,16

(oito pontos e dezesseis centésimos).

A-4 Formato Intcfn . .:lCional

21Ox257mn-:

Rio de Janeiro(G::B),

28

de junho de

1972.

r,

1.1

c

kl. \/)

l

c..À. ....

~

... :i.,:.

Carlos Geraldo L8~Oni

(3)

...

-Rio de Janeiro,

6

de março de

1972

Senhor Diretor,

o

trabalho anexo, apresentado como Tese de

Mestrado a EPGE pelo Sr. Rui Lyrio Modenesi, resume-se quase que

apenas em pesquisa sôbre os encargos trabalhistas no Brasil.

,

.

Baseado nas serles obtidas, o candidato prQ

curou tirar conclusões, nenhuma delas, porém, importante ou origi

nal. Aliás, parece que ele não se preocupou com a parte

analíti-ca (que deveria seguir ~ pesquisa), de modo geral, fraca, nio

fa-zendo, também, considerações científicas que pudessem servir de

orientação para uma política do setor em tela.

TI mO

. L . Sr.

Atribuo ao trabalho nota 7.00 (Sete).

Atenciosamente,

~Admardo Terra Caldeira Diretor

Prof. Mário Henrique Simonsen

M.D. Diretor da Escola de P6s-Graduação

Fundação Getúlio Vargas

Rio de Janeiro - GB

(4)

---

...

-

--

--

--

--

-"

...

--

--

-MiN!ST~RIO 00 PLANEJAMENTO E COORDENAÇAo GERAL

INSTITUTO DE PLANEJAMENTO ECONOMICO E SOCIAL (IPEA)

Rio de Janeiro, 28 de fevereiro de 1972

Prof. Carlos Geraldo Longoni Subdiretor Técnico

Escola de Pós Graduação em Economia da Fundação Getúlio Vargas

Senhor Professor,

Estou devolvendo, devidamente analisada, a tese de

metrado de Rui Lyrio Modenesi, in t i tulada

".n.

Evolução dos

En-cargos Trabalhistas no Brasil".

Trata-se de trabalho realizado sob minha supervi-sao, dentro do programa de pesquisas do IlJPES/IPEA, para 1971.

Foi executado de maneira extremamente competente

e com uma dedicação ímpar; cheyando-se a resultados muito i!!:

portantes para a compreensão dos fenômenos estudados.

Consi-dero, pois, a tese aprovada sem restrições, outorgando-lhe no

ta 9 (nove).

Atenciosamente,

~~/J

LISB A

BAC~

/zpa

(5)

-.

FUNDAÇÃO GI::TÚLIO VARGAS

CAIXA POSTAL. 21120 ZC - 05

RIO DE JANr RQ R GUANABARA BRASJL

-11mo. Sr.

Diretor da Escola de Pós-Graduação em Economia

Prof. T:ario HenriQue Simonsen

A Tose de !·~estrado liA li.,'volução dos :i.<Jncarr:;os Trc:balhistas no

Bro.si1", de autoria de Rui Lyrio Trodenesi é uma excelente contribuição do

ponto de vista de leve-.ntamento estatístico para uma avaliação do impéJ,cto de

toda a le{':islação trabalhista sobre o custo de mão de obra não qualificada

-no setor urba-no da eco-nomia brasileira.

1"0.1 tou entretanto umE', análise Dais de'calhada das implicações

econôDicas desta legislação, prinCipalmente em termos de nível de emprêgo.

Conf;idero a Tese a)rovada com o grau oi to e meio (8,5).

Rio de Janeiro 26 de junho de 1972.

(6)

A EVOLUÇÃO DOS ENCARGOS TRABALHISTAS NO BRASIL

RUI LYRIO MODENESI

t ...

APR~:.32hiT

l~DA

À

i:~F

G~":

POR:

___

-.&.~""~

__

~Y.('.{jL(kf)tfk'!.<:<':h

.---EM

- _

f

.. __ ... _--p._---_._--_._ .. _

de

-/.,

vte

#/1--€/l'ro

.. _

.... -... --._' .. -.-.. .

~-

/7

}~

,

(7)

-'"'

-MINISTtRIO DO PLANEJAMENTO E COORDENAÇÃO GERAL

INSTITUTO DE PLANEJAMENTO ECONÔMICO E SOCIAL (IPEA)

Apresentação

1..' ; j i (".,

P '"

to( j \ U ... q

f?},J

IPi A

o

estudo que ora se apresenta constitui versao ligeiramente

modificada de parte do trabalho realizado no INPES/IPEA, sob a

co-ordenação de Edmar Bacha e em colaboração com Milton da Mata.

O trabalho em questão, intitulado "Encargos Trabalhistas e

Absorção de Mão-de-Obra no Brasilll

visava, bàsicamente, investigar

o impacto de tais obrigações sôbre a absorção de mão-de-obra no

setor moderno da economia. A parte aqui apresentada é uma tentatl

va de quantificação dêsses encargos,bem como sua evolução nas últi

mas décadas.

Esta monografia nao poderia ter sido escrita sem o

concur-so de Edmar Bacha, cujo desempenho ultrapasconcur-sou de muito o de

sim-ples coordenador ou tutor, nunca faltando apoio intelectual, fôsse

- nas fases de discussão e elaboração, ou no estabelecimento de

su-- gestões e correçoes.

.,..

. .,

-. .,

-O apoio proporcionado por tôda a equipe do INPES/IPEA,e em

particular por seus dirigentes, deve também ser mencionado, pois se

constituiu em peça fundamental para que se concretizasse a

reali-zação desta.

Rui Lyrio Modenesi

f~lt· _4 W>"..:~ ~~~

f:-L··~~:JJ .. ç;r/~·~ .. < . . , _

"'''0 ~t.4 í.lÚiJ ~4j_~

(8)

r,m:!STÉRIO DO PLMJEJAMENiO E CGOr;[)~rU,çAO G[R~L

IrlSTJiUTO DE PLANEJ,',M[NTO ECOt;Ó:,~IÇO E SOCIAL (lPCA)

I - .f:ntrodução

Historicamente, pelo menos desde a década de 20, o custo

da mão-de-obra urbana no Brasil compõe-se de duas parcelas: de lli~

lado, o salário pago ao trabalhador e, de outro, certas despesas

-impostas pela legislação social do País - relacionadas com o empre

go de mão-de-obra e mais comumente conhecidas como encarg~ ou

obrigações trabalhistas.

o

objetivo dêste Trabalho e o de traçar uma evolução

quantitativa dos referidos encargos - também ditos sociais - no

pos-guerra, para possibilitar tanto quanto possível a determinação

de sua importância na elevação do custo do emprego, visando uma

posterior investigação do impacto dessas obrigações sobre a

absor-ç~o de m~o-de-obra, no setor moderno da economia.

o

ano de 1945 foi escolhido mais ou menos

arbitrariamen-te para iniciar a série. Nesse ano os encargos já tinham certa i~

portância, montando a 8% do salário mensal. Até 1950 houve um si~

nificativo aumento da taxa de encargos, nao obstante a instituição

de apenas uma nova obrigação. Na década de 50 criou-se somente

mais um encargo e a taxa global elevou-se bem mais moderadamente

do que no qÜinqüênio inicial da série. Foi na primeira metade da

década passada que as obrigações sociais tiveram o período de mais

acelerado crescimento, ao totalizarem doze éomponentes e dobrarem

a taxa de incidência. A essa altura, quando atingiram quase 40%

de despesas adicionais ao salário mensal, os encargos trabalhistas

(9)

r.~:"!2Ttril() DO PLAr:EJAMENTO [ COO[";[1CfU,ÇÃO GC8f,L

WSTITUTO DE rLA;~EJAMENTO ECONÔrl:lCO E SOCIAL (lPC:;.)

Urna indic~ção do intenso interesse em torno do assunto, no meio em

presarial, pode ser buscado em publicações periódicas .da epoca,

voltadas para os problemas da classe patronal. Assim, deve-se lem

brar que o Informativo Semana~ da Associação Comercial do Rio de

Janeiro publicou uma estimativa dos encargos para agosto de 1968 e

a Revista de Direito do Trabalho 1 divulgou, expressamente a

pedi-do de leitor interessapedi-do, uma lista das obrigações patronais, no

mesmo período. Foi essa mesma preocupação que motivou a Fundação

Getúlio Vargas a fazer suas estimativas das taxas de encargos

tra-balhistas relativas a julho de 1965, junho de 1966 e janeiro de

1967, como se pode ver nos respectivos números mensais de

Conjun-tura Econômica.

Na segunda seçao dêste

trabalho

anresenta-se um quadro

evolutivo das taxas legais de incidência sobre o salârio mensal

2

dos encargos sociais, entre 1945 e 1971 A existência de

limi-tes legais de incidência para a maioria dos encargos -

particular-mente das contribuições ligadas ã Previdência Social faz com

que as mencionadas taxas superestimem as taxas médias corresponden

tes dos encargos trabalhistas, desde que na folha de pagamentos ha

1 V ' eJa-se: Informativo Semanal, n9 33, de 12-8-1968, da

Associa-ção Comercial do Rio de Janeiro; Revista de Direito do Trabalho, n9s. 247/248, julho-agosto de 1968, Rio-GB.

2

No levantamento dos encargos existentes entre 1945 e 1971 foi de

grande utilidade as referências

ã

legislação pertinente IeltaS

nos números acima referidos de Conjyntura E~_on~m~ca e em uma

Tá-bua de Câlculos de Contribuicões uara a Previdência Social (~6~,

de uso interno, oue nos foi cedid-a pela-Secretaria ae

Arrecada-ção e Fiscalizaç~o do INPS, contendo a evolução das taxas de

in-cidência dos encargos prsvidenci~rios, desde a data de criação

de cada um dos antigos lAPso

(10)

M:~,ISTÉRIO DO PLA~jEJ,'JIErlTO E C008~)Er:!,ç~O G!:RAL

INSTITUTO DE Pi..A~LJ~.r,~ErnO ECONÔMICO E S8Uf,L (!f'EM

ja salários superiores a tais limites, quer no caso de uma empresa

isolada, quer no caso de um setor qualquer de atividade.

Mostra-se, também, nesta seção que nos períodos de 1945 a 1948 e de 1957

em diante os valores do Quadro I refletem, aproximadamente, as

taxas médias de incidência dos encargos sobre as folhas de

salá-rios.

-Na terceira seçao, estima-se o que se chamou de custo

real da mão-de-obra não-qualificada, adicionando-se ao salário

mí-nimo as taxas pertinentes de encargos sociais, para o período de

1952 a 1971. Foi a discussão da efetividade do salário mínimo

le-gal como limite inferior dos salários pagos no setor urbano, part~

cularmente na indfistria, que decidiu a escolha do ponto inicial

dessa série. A partir de janeiro de 1952, quando foi revisto pela

terceira vez desde sua criação em 1940, ê que o sa15rio mínimo pa~

sou, permanentemente, a constituir um tabelamento efetivo para a

..

remuneração paga à mão-de-obra urbana não-qualificada. A série

construída revela primeiro, uma tendência ascendente do custo

des-sa mão-de-obra até o período 1960/1961 e, depois, lma tendência i~

versa até 1969/70, que se compensam: assim, o custo real da

mao-de-obra não-qualificada, no final da década de sessenta, torna-se

igual ao de janeiro de 1952.

Na quarta seçao, procura-se avaliar o impacto dos

encar-gos sobre o salário médio, analisando-se a indústria de transforma

çao, por ser o único setor para o qual há dIsponibilidade de dados.

Mesmo assim, os dados disponíveis nao são ideais, como se discute

nesta seçao. Sem embargo, cientes das restrições envolvidas no ín

-dice elaborado, estimou-se um aumento de 100% no custo real da ma~

de-obrá na indústria de transformação brasileira, entre 1949 e

(11)

-MINISTÉRIO DO PUr,EJM,1ENTO E COORDENAÇÃO GEfiP.L

INSTITUTO DE FlMjEJAMENTO Eco~,6MICO E SOCIAL :IPEA)

1969, sendo a tendência global da série ascendente. Nesta parte,

dtsc~te-se, ainda, problemas relacionados à evolução distinta que,

na década de sessenta, tiveram o custo da mão-de-obra não-qualifi

cada e o custo médio do pessoal ocupado na indústria de

transfor-mação brasileira.

A seçao final apresenta um sumário dos principais

resul-tados obtidos ao longo do Capítulo.

Há, ainda, três apêndices: no primeiro faz-se uma breve

descrição dos encargos sociais brasieliros; no segundo

discutem--se as alternativas de decomposição do custo da mão-de-obra nos

componentes salário e encargos, explicando-se o enfoque adotado'

neste trabalho; e diz-se como foram estimadas as taxas de

inci-dência dos encargos do Quadro I, particularmente as relativas ao

139 salário, ao seguro de acidentes do trabalho e às indenizações

trabalhistas; o terceiro é um apêndice estatístico sôbre os dados

utilizados construção do índice do custo médio da mão-de-obra

(12)

MINISTÉRIO DQ f'LA~,EJAMErHO E COOfiDW.4ÇÃO GEP.AL

itISIITl!TU ui:. f'Lt.NUAr,1ENTO ECUr,Ôr.i1CO E SOCIAL (IPEA)

11 - Os Encargos Trabalhistas no Brasill

Ao final da década de 30, os únicos encargos trabalhistas

d ~ d 1 - ' 2

existentes, na forma de custos a icionais a folha e sa arlOS er~~

a contribuição para os Institutos de Aposentadoria e Pensões,

cria-dos a partir de 1933 em substituição às Caixas de Aposentadorias e

Pensões; o seguro contra os riscos de acidentes do trabalho, obri~

gatório por lei desde 1919; as indenizações por despedida injusta;

e o aViso-prévio, até então objeto de leis particulares e que, mais

tarde, seria regulado pela Consolidação das Leis do Trabalho.

Na primeira metade da década seguinte surgiram as

contri-buições para o Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial (SENAI)

e para a Legião Brasileira de Assistência (LBA). No ano de 1946/ i~

pôs-se a cobrança de contribuições para o Serviço Nacional de Apre~

dizagem Comercial (SENAC) e para os Serviços Sociais da Indústria

(SESI) e do Comércio (SESC).

O quadro de encargos permanece imutável até a criaçao da

contribuição para o Serviço Social Rural (SSR) ,eI11 1956, única alter~

ção num período de mais de dezesseis anos, de 1946 a 1962, quando é

instituído o 139 salário. Nos dois anos seguintes foram criados, s~

cessivamente, o salário-família, o salário-educação e a contribuição

para o Banco Nacional de Habitação.

1

2

No Apêndice

A-I

deste capItulo, apresenta-se uma_descrição

suma-ria de cada um dos encargos mencionados nesta seçao.

Deve-se assinalar a existência a essa época de outros encargos,

não enquadrados no nosso conceito: as férias, que depois passara~

a ser regidas pela CLT (1-5-43) I e os repousos semanais

remunera-dos e o dos feriados, cuja regulamentação vigente é de 1949 (Lei

605, de 5.1.49).

(13)

MINISTÉRIO DO PLANEJAr,lENTO E COORDENAÇÃO GERI\L INSTITUTO DE PLANEJAMENTO ECONÔMICO E SOCIAL :IPEA:

 exceçao das indenizações, do aViso-prévio e do 139

salá-rio, os encargos estavam ligados ao Sistema de Previdência Social,

mas cada um dêles era disciplinado por leis específicas. Essa situa

çao foi modificada a partir de janeiro de 1966, quando os referidos

encargos passaram a ser regidos pela Lei n9 4.863, de 29.11.65. Esta

mesmos lei submetia tôdas as contribuições vinculadas aos IAPs aos

limites, prazos, base de incidência e demais condições a que estava

sujeita a taxa de contribuição previdenciária. E para o conjunto d~

sas contribuições estabeleceu-se uma taxa única de incidência,

soma-tório das taxas. individuais, a ser recolhida pelos Institutos.Tal ta

xa era de 28%, sendo 20 correspondentes aos encargos da emprêsa e 8

à

contribuição de previdência do empregado. Sem dúvida, essa lei e

um dos principais fatôres da evolução recente da previdência social

brasileira: a tendência a unificação, tornada exequível quase exat~

mente um ano depois, com a criação do Instituto Nacional de previdên

-cia So-cial (INPS). Nesta linha de açao, o INPS transfere, no ano s~

guinte, da área dos negócios privados para a da Previdência Social ,

o seguro de acidentes do trabalho.

Bastariam, sem dúvida, êsses fatos para que o ano de 1966

pudesse ser considerado um divisor meridiano na evolução histórica '

dos encargos trabalhistas brasileiros. Não obstante, para marcar ~

da mais a transição, temos a substituição do sistema de indenização

por despedida injusta 8 de estabilidade do emprêgo, da CLT, pelo de

garantia do tempo de serviço, instituído pela Lei n9 5.107,de Lt9.~.

Trata-se de uma mudança radical num dos. aspectos mais importantes do

seguro social, se pensarmos quão arraigada já estava a rotina do

an-tigo sistema.

A introdução do Fundo de Garantia do Tempo de Serviço, em

janeiro de 1967, foi acompanhada de algumas alterações no quadro

(14)

MINISTÉ~IO DO PL,I,NEJAr,itJHO E COOfiDLNACAO GEHAL

INSTITUTO DE PLANEJ_~MENTO "CONÔr~ICO E SOCIAL -IPE.i\'

extintos, como a velha contribuiç~o para a LBA, a do BNH, a do Fun

do de Assistência ao Desempregado - criado por aquela lei - enqua~

to a contribuiç~o para o SESI ou SESC foi reduzida.

Em consequência, a taxa das contribuições recolhidas

pe-lo INPS caiu de 28% para 25,8%, a partir de janeiro de 1967. De

1967 até o final de 1971, a única alteraç~o no quadro de encargos

foi a decorrente da criaç~o do Fundo de Assistência e Previdência

do Trabalhador Rural (FUNRURAL): a contribuição para o Instituto

de Colonizaç~o e Reforma Agrária (INCRA), sucessor atual do

primi-tivo Serviço Social Rural, foi majorada para constituir uma fonte

de recursos do programa de extensão da previdência social ao setor

rural, a partir de julho de 1971.

A evoluç~o da taxa relativa aos encargos sociais pode

ser vista no Quadro -11. No primeiro ano considerado, 1945, os

en-cargos representav&~ cerca de 8% do salário mensal, atingindo o

dôbro dessa taxa doze anos depois. ~sse crescimento seria ainda a

celerado, de modo que, em seguida, bastariam menos de oito anos p~

ra que a taxa mais que dobrasse, ou seja! alcançasse 34,6% em

de-zembro de 1963. A observação do Quadro I jeixa claro que o cresci

mento da taxa dos encargos trabalhistas deve-se, bàsicamente,à muI

tiplicaç~o dos mesmos, que de cinco em 1945 passam a totalizar tre

1 Veja-se Apêndice A-2 para a explicação do

c~lculo

das taxas de

incidência do 139 sal~rio e sua contribuição.à Previdência, do

(15)

• ç:;',"\;J,,~\.L ~

TAY,.AS DE INCID~NCIA SUDFE O SAlÁRIO I'lli:\ISAL DOS ENCARGOS SOCIAIS NO BRASIL

=:CA?C-DS

'"),'pr:";:'I,~'r, <:;C'~' 1 (TT'p")

1 __ \. .l.,""."~l"" ~ . ,-l8J. \~1~ Ú

2 2ESI

3 - SeNteI

4 - lNCRA - FUNRURAL

~.!~~J\

(, - 17)? C~ll:Írio

.' /

~ . , A . ~ '~l /l~O ,,~,'

.

- ~~CVJ~?~~la ~OCl~ S _). ~~arlO

~~C-.l C-~" ~ 0 -1~~_~ L.C e~ ~o

C,i _ ::.:Uá.:::'i ') -:;lD.:-~,ília

r) - E:,T~-~

:.1. - ?~.t;~c:·') ele l\~cistê:;.cia ao DCGe~npregado

" SCC;:'l,rJ ele Aci'dentes do ':l:'rabalho

5 - IlJc1c~1iz'1Çces Trab2.lhistas

. 1l'r,r"!'

' I - _ "T_ L)

'IO'TAL

19l;.::;/lSI'11

19h5

194611950

lS

l

'j6

I I

I

19'38J 1960

I

J_962

1

1963

1961r

I

1965

I

19661 19671

1968ll969:

1970 1 1971

·Jan.

!

l\.gô.1

JUl.IAgÔ.1

!"íai.

L"u".

l·lai. OJ.t.

I

I

Dez.

I

I I:ez. OJ.t.IDez.IJan.IJan.IJan.IJan.IJan.IJan. \ Jul.

3,0

5,

°

1,0 1,0

0,

'3

0,5

5,0

2,

°

1,0

0,5

6,

°

') 01

"-,

1,

°

0,5

1,91 1,91 1,91 2,0

1,5 1,::;1 1,6 1,8

7,

°

2,0

1'°1

0,5

2,4

3,0

7,

°

2,0

1, O

0,3

0, ::;

8,0

2,

°

1,0

0,3\

,

.

° ')

II

I

2, h 1

2,5

3,013,5

8,0 8.01 8,0

I

8,0 8,0

2,

°

,

j 2,

°

1,

°

I' 1,

°

0,3 0,3

°':;1

0,~5i

i

8,31

I

2,6 2,7

!t,0 11-,5

I

2,01 2,01 2,0

1,01 1,0\

0,31 0,3

1

0,)1 0,5

n

-I

P -U,) o , )

I

1'°1

0,3

0'~1

S,)

0,71 0,71 0,7

2,0

6,

01

6,

°

6,

°

1:0 1,0

2,8 2,8 2,8

5, O r:; r;

-',

. / 5, '5

8,

°

2,

°1

1

1,0

O: 3

0,5

8,3

1

0,7

2,

°

6,0

1,0

8,

°

2,0

8,0

1,) I

1,0

0,4

0,5

1,0

0, !~

I

p

71

o 7.'

,': :J

I

~)

, :; I

0,61 0,61

] 11 ]

I

I

' . ' : ' . , "e

I

1J. "

31

L, r,:;

71,21

-1. O,

2,91

3~01

3,0

6,

° I

6,

°

1 9,

°

8,0

8,01 8,0

,

/

..

1

'111.'1

l,Oi

1,0

O .. LI

O~l:

I

8,3

0,6

1 h

-,

Lt,3

I

I

a,31

0,6

1,4

4,3

8,0

1,51

1'°1

0, '~ 1

- I

1

8,3

3,0

1 ::;

...,

.-'

1,0

2,6

8,3

0,61 0,6

1,41

1, i.;.

4 , ..J

2·1

4 , /

~

3,0 3,0 3,2

'7,6 6,9 6,

°

8,0 8,0 8,0

3,2

5,

°

8,0

7'911

9'9,l?,oll3'3,l"9r~?I;",~;118~27'3

3

1L

,6136,1138,1138,7137,71 45,51

1

j.lj.,lP1-3,L·142,7143,9

(16)

MINISTERIO DO PLANEJAMENTO E COORDENIIÇÃO GERAL INSTITU'rO DE PLANEJAMENTO ECONÔM:CO E SOCIAL (IPCA

ze em 1966, e à elevação das taxas de alguns encargos. Pode-se ver

ainda que a taxa de encargos vem crescendo, firmemente, desde 1945

e dá um grande salto em dezembro de 1962, ao atingir' 27,3%, com a

criação do 139 salário, que representou um acréscimo de 45% a taxa

global de encargos. A tendência ascendente foi mantida até 1965,sQ

frendo ligeira reversão no ano seguinte:a taxa de encargos cai para

37,7%, em janeiro de 1966, após ter atingido 38,7%, em janeiro de

1965. Em janeiro de 1967, a taxa de encargos volta a elevar-se for

temente para alcançar seu valor máximo (45,5%), em consequência da

instituição do Fundo de Garantia do Tempo de Serviço. A

seguir,ob-serva-se novamente uma tendência declinante, uma vez que, entre E67

'" e 1970, nenhum encargo foi criado e dos existentes apenas o seguro

cresceu ligeiramente, enquanto as indenizações trabalhistas foram

caindo progressivamente. No segundo semestre de 1971, a taxa dos

encargos sociais sofreu urna elevação, com a cobrança da contribuiçâ.o

para o FUNRURAL, tornando-se igual a 43,9%.

Taxas Legais e Taxas Médias

Os encargos sociais não incidem todos sôbre o total da

fôlha de pagamentcs das emprêsas. De fato, até junho de 1954 as

contribuições associadas à Previdência Social tinham o limite de

incidência fixado em Cr$2,OO. A partir do mês seguinte, o limite

passou a ser o valor já referido ou o salário-mínimo local,se sup~

rior a Cr$2,00. Em maio de 1956 esse teto foi elevado para três ~ê

zes o maior salário-mínimo vigente no país, cujo valor era de Cr$

2,40. A ampliação do limite para 5 vêzes o maior salário-mInimo do

paIs ocorreu em outubro de 1960. Até então o salário de

contribui-ção da Previdência Social era o único limite e~istente para os

en-cargos inscritos no Quadro I. Foi a criação do salário-famIlia, e~

(17)

MINISTÉRIO DO PL"NEJAMENTO E COOROE.NAÇÃO GERAl INSTITUTO DE PLANEJAMENTO ECONÔMICO E SOCIAL 'IPEA

- de um salário-mínimo - adotado um ano depois para novo encargo, o

salário-~ducaç~o. O limite atual de 10 maiores salários-mínimos fui

estabelecido em dezembro de 1966 e estendido a tôdas as

contribui-ções ligadas à Previdência, a partir do mês seguinte.

Na medida em que a fôlha de pagamentos de uma empresa

in-cluir salários superiores 20S limites de incidência, a

taxa-somató-rio resultante no Quadro I superestimará a relação .r.1édia encargos/

salários correspondente.

Em todo o período 1967/1971, entretanto, pode admitir-se

o suposto de que as taxas do Quadro I refli tam as taxas médias dos

encargos trabalhistas na indGstria brasileira. Em 1968, apenas um

por cento do total da fôlha de salários na indGstria está acima do

,

limite de incidência~. Dados do SEPT, por outro lado, mostram que,

em 1965, apenas cêrca de cinco por cento dos trabalhadores na indGs

tria brasileira recebiam salários acima de 4,55 vêzes o maior

salá-rio-mínimo. Finalmente, dados do IBGE revelam que, na indGstria de

transformaç~o brasileira, cêrca de quatro por cento dos operários I

recebiam, em 1956, salários superiores a 2,7 vêzes o maior

salário--mínimo do país e apenas cêrca de sete por cento recebiam, em 1957,

salários superiores a 2,1 vêzes o referido mínimo2.

1 Estimado a partir de dados do Serviço de Estatística da

Previdên-cia e do Trabalho. Veja:SEPT, Boletim T~cnico, n9 17, dez. 1969.

2 Dados do Anuário Estatístico do Brasil de 1957 e 1958. Referem-se

(18)

MINISTÉfllO DO Pt."NEJAMENTO E CClOilDENAÇÃO Gri~,\L

INSTITUTO DE PLANEJi\MENTO ECOr,ôMICO E SOCII'L i,'EA'

Por outro lado, até 1948, quando cerca de cinco por cento

dos industriários percebiam salários acima do limite de

contribui-ção e êste era mais de duas vêzes o salário mediano na indústria na

Guanabara - as taxas legais e observadas nao deviam diferir signifi

cativamente.

Sem embargo, entre 1949 e 1956, a diferença entre taxas

legais e médias parece ser significativa, devido ao congelamento r.§:

lativo do salário-contribuição num período de contínua alta de pr.§:

ços e salários.

Assim, entre 1946 e 1948 e de 1957 em diante, os dados do

Quadro 3.1refletem aproximadamente as taxas médias de incidência dos

encargos sôbre as fôlhas de saláriosl . Entre 1949 e 1956, devem ser

feitos alguns ajustamentos para contrabalançar o irrealismo do salá

rio-contribuição. No Quadre VIII da pr6xima seção, os custos

me-dios da mão-de-obra são calculados procedendo-se a algumas

corre

-çoes nos dados do Quadro I Deve ressaltar-se, de qualquer forma,

que a importância das taxas do Quadro I decorre de sua aplicação ao

salário-mínimo, que é a remuneração de grande parcela da mão-de-Obra

industrial, ou seja, a mão-de-obra não-qualificada.

1

Deve-se ressaltar, ainda, que o fato de dois encargos, durante aI gum tempo nesse segundo período, terem tido o limite de incidência de um salário-mínimo ajuda a distorcer um pouco mais essa

aproxi-mação. A Fundação Getúlio Vargas, nos cálculos efetuados para ê~

se período, fêz estimativas para as taxas médias de ambos os refe

ridos encargos: assim, a taxa média do salário-educação seria de

1,3% e a do s<llário fardlia, 4%, em vez das t'axas legais de 2 e

(19)

1~,STiTl:;O DC PLM/Ut,;;.Cno [COf\Õ~.~ICO [ SOCL'.L ,1f'EAl

III -

o

Sal~rio-Mlnimo e o Custo da M~o-de-Obra N~o-Qualificada

o

sal~riolninimo foi instituido no PaIs em"1940, visando a

garantir aos trabalhadores a satisfaç~o de suas necessidades b~sicas.

Pesquisa realizada pelo ent~o Ministério do Trabalho, Indústria e Co

mércio indicou os diferentes niveis regionais capazes de atender a

esse objetivo.

Os niveis ent~o fixados parecem ter-se constituido num

ta-belamento n~o-redundante dos sal~rios pagos no PaIs. Entretanto,

a-p6s as duas revis6es feitas em 1943, o sal~rio-nInimo permaneceu

i-nalterado por cerca de 8 anos, com os preços internos elevando-se con

tinuamente e, dessa forma, provocando a queda de seu poder

aquisiti-vo. De fato, no perlodo de 1944 a 1951, enquanto o sal~rio-- mlnimo

o indice do custo

Getúlio Vargas, mais que dobrava. Desse modo, um número crescente de

trabalhadores, ano a ano, ia tendo seus sal~rios majorados, restando

uma parcela cada vez menor com remuneraç~o ao nivel do

sal~rio-!nini-mo. Uma indicaç~o disso pode ser dada pela an~lise das

distribui-ç6es salariais dos associados do extinto IAPI (Ver Quadro VIII).

To-mando-se a percentagem de empregados inscritos na primeira classe da

distribuiç~o do Quadro IIr, cujo limite superior equivale a 1,31

ve-zes o maior sal~rio-mlnimo do Pais decretado em novembro de 1943, ob

temos a evoluç~o abaixo:

QUADRO D_:

PERCENTAGEM DE INDUSTRIÂRIOS l~A PRHlElRA CLASSE DA DISTRIBUIÇÃO DE

SALÂRIOS DO EXTI~TO IAPI

Anos

1945 1947 1948 1949 1951

Percentagem

"

63 50 37 28 19

(20)

Mlr4ISTÉRIO DO PLANwAr~ENTO E COORDENAÇÃO GERf.L

INSTITUTO DE PLANEJM~ENTO ECOrjôr~:co E SO(;I"L ,:P~A,

Em 1951, apenas 19% dos industriários percebiam salários

inferiores a 1,31 vêzes o maior salário-mrnimo do país, enquanto que

em 1945 a percentagem correspo~dente era 63%. A paulatinà

transfe-rência de trabalhadores para níveis mais altos de remuneração i8pli

ca, necessãriamente, na elevação do salário-m6dio da distribuição.

Assim, um indicador dessa evolução pode ser a relação entre o

salá-rio mediano e o salásalá-rio-mínimo. No QUàdrc IV podemos observar que,

em 1946, o salário mediano na indústria da Guanabara era cêrca de

duas vezes o saláric;mínimo local, chegando a representar mais de

três vezes êsse último em 1951.

A essa altura, os níveis estabelecidos em 1943, com

vi-gência prevista para três anos, pouca significação real tinham, nao

-havendo dúvida quanto ã necessidade de sua revisão,considerada

ina-diável pelo Decreto-Lei n9 30.342, de 24.12.51, que a promoveu. Con

o reajuste, mais que triplicou o salário-mínimo da Guanabara, que

volta assim a se tornar urna restrição efetiva. Como reflexo disso,

temos em 1952 cerca de 54% dos associados do IAPI recebendo

salá-rios não superiores em 8% ao maior nível fixado, enquanto o

rio mediano na indústria guanabarina superava de apenas 21% o

salá-rio-mínimo regional (Ver QuadrosIII e IV) .

Passados dois anos e meio dos três fixados por lei para

vigência dos níveis da última revisão, p6de-se constatar a

gradati-va ~ajoração dos salários nominais para compensar a permanente

e1e-vação dos preços internos. Na realidàde, em junho de 1954, o custo

de vida na Guanabara já era 52% superior ã média anual de 1951,

en-quanto o salário mediano na indústria local ultrapassava o mínimo E1.

cêrca de 42%, a maior rliscrepfincia observada no resto dà s6rie, de

1952 a 1963, no Quadro IV. A majoràção promov,ida em julho de 1951

mais que compensou a queda do poder aquisitivo dos níveis

(21)

MINI~TÉHIO DO PLANCJAMENTO E COORDENAÇÃO GERAL

IN3TiTUiO DE PLANEJAi"EinO ECOf.Ôi>1ICO ;: SOCI';L ,IPEA,

0UADRO 111

DISTRIBUIÇÃO PERCENTUAL DOS INDUSTRIÁRIOS SEGUNDO

CLASSES DE SALÁRIOS - BRASIL, 1947/53

Classes de Salários 1945 1947 1948 1949 1951 1952 1953

(Cr$ antigos)

O a 499 62,7 49,6 37,5 28,3 18,7 4,3 2,8

500 a 599 10,6 9,6 9,3 7,9 6,8 4,2 3,1

600 a 699 6,3 7,8 8,4 7,6 6,8 8,1 6,4

700 a 799 5,5 5,9 6,8 6,9 (),6 6,0 5,0

800 a 899 3,7 4,7 6,1 6,5 6,6 5,6 4,9

900 a 999 2,8 3,7 4,9 5,6 5,8 5,0 4,5

1. 000 a 1. 099 2,2 3,6 4,7 5,5 5,8 5,0 4,7

1.100 a 1.199 1,2 2,1 3,2 4,1 4,5 6,0 5,4

1. 200 a 1. 299 1,0 2,3 3,1 4,0 4,7 9,3 7,9

1. 300 a 1. 399 0,7 1,5 2,3 3,0 3,6 4,4 3,9

1. 400 a 1. 499 0,4 1,2 1,8 2,5 3,2 4,1 3,9

1. 500 a 1. 599 0,5 1,5 2,0 2,6 3,2 4,3 4,3

1. 600 a 1. 699 0,3 0,9 1,3 1,9 2,5 3,3 3,5

1. 700 a 1.799 0,2 0,7 1,0 1,6 2,1

2,8

3,2

1. 800 a 1. 899 0,2 0,7 1,0 1,5 2,1 2,'] 3,2

1. 900 a mais 1,5 4,3 6,6 10,4 16,9

24,6

33,2

Fontes: IAPI - Boletim Estatístico-Atuarial, fev. e abro de 1954.

Os dados do IAPI foram também publicados pelo Anuário

Es-tatístico do Brasil - 1954 e 1955.

Notas: 1) De 1947 a 1951, o limite superior da primeira classe e

quivalia a 1,31 vêzes o maior salário-mínimo vigente no

país. Em 1952 e 1953 o limite superior da nona classe re

presentava 1,08 vêzes o referido mínimo e a percentagem

acumulada desta classe era de 54% em 1952 e de 45% em 1951 Recebendo até 1,33 vêzes o maior mínimo havia 66% dos in-dustriários em 1952 e 57% em 1953.

2) O IAPI não publicou mais nenhuma distribuição depois

dessas divulgadas em 1954. A distribuição de 1950 também

(22)

MINISTÉRIO DO PLANEJAMENTO E COORDENAÇÃO emA!..

INSTITUiO De: PLA,'JEjMViENTO ECor,Ó'{'iCO t: SOCiAL 'IP<:A

o de outras capitais tiveram aumento ainda maior, como Belo Horizon

te, Salvàdor, P6rto Alegre e Vit6ria. Em consequ~ncia o salãrio me

diano na indústria do ex-Distrito Federal tornou-se apenas 15% sup~

rior ao mínimo regional, em setembro do mesmo ano.

Na segunda metade da década de 50, ocorreram apenas os r~

ajustamentos de ag6sto de 1956 e o de janeiro de 1959, em cujas ves

peras a relação salãrio mediano/salãrio-mínimo da Guanabara jã

ul-trapassava o valor 1,3, refletindo o deslocamento dos assalariados

urbanos para classes superiores de salãrio. Ap6s a primeira destas

duas revisões, a relação em foco cai para 1,06, em dezembro de 1956

e, depois da segunda, para 1,10, em abril de 1959.

Até o final da década de 50, o salãrio-mínimo foi sendo

reajustado de modo a permitir seu crescimento em têrmos reais.

Es-sa tendência reverteu-se em 1961, num movimento que se acentua no

ano seguint.e, quando se observa uma das maiores discreoâncias, no p~

ríodo 1952/63, entre o salãrio mediano e o mínimo na indústria da

Guanabara, ou seja, de 40%. A revisão de 1964 resultou numa

eleva-ção do valor real do salãrio-mínimo em relaeleva-ção ã anterior, mas não

em relação ãs duas últimas revisões de década anterior, como também

não em relação a de outubro de 1960. Em 1964, alterou-se

profunda-mente a política salarial, inserida um contexto de uma polí·tica for

temente anti-inflacionãria, implantada quando a alta de preços, há

muito cr6nica, atingira um estãgio extremamente perturbador. A

mu-dança traduziu-se, fundamentalmente, na ad,oção de novo cri tório de

reajustamento do salãrio-mínimo, em julho daquele ano. A fõrmula~

correção estabelecida levava em conta não só o awnento dos preços

no ano anterior, como té:u,cbérc\ o a.umento esperado dos preços no ano

seguinte, e o crescimento da produtividade média da economia. Essa

politica s6 foi posta em prãtica em 1965, jã que os níveis do

salã-. ... .- t· 1 '11 • t 1 1 - . f

(23)

-e-MINISTÉRIO DO PLANEJAMENTO [ COORDE,'1,4Çi';O GEIl,\L

IrlSTITUTO DE PlANEJAI,~[IHO ECO~IÔ,MICO E SOCiAL (IP:A)

OUADRO IV

RELAÇÃO ENTRE OS Sl\L1>,RIOS r1EDE,~~O E I11nIJI0 NA INDúSTRIA DA

Data

Ano Hês

1946 1947 1948 1949 1950 1951 1952 1953 1954 1955 1956 1957 1958 1959 1961 1962 1963 I'1ar. Jun. Set. Mar. Jun. Har. Jun. Dez. Abr. Nov. Abr. Nov. Abr. Nov. Abr. Abr. Nov. Abr. GUAl'Ul.BARrl.

Salário I1edia Salário t1íni- Re1acão Sa1á

no mo rio ~edian07

Salário míni (Cr$ antigos) (Cr$ antigos)

789 865 950 1.092 1.168 1.273 1. 453

1. 444

1. 491 2.185 1. 700 2.764 2.888 2.812 2.859 3.050 3.116 4.028 4.270 4.632 4.693 5.022 6.628 7.166 10,604 15.493 18.807 24.593 380 380 380 380 380 380 1.200 1.200 1. 200 1.800 1.200 2.400 2.400 2.400 2.400 2.400 2.400 3.800 3.800 3.800 3.800 3.800 6.000 6.000 9.600 13.400 13.400 21. 000 mo 2,08 2,28 2,50 2,87 3,07 3,35 1,21 1,20 1,24 1,21 1,42 1,15 1,20 1,17 1,19 1,27 1,30 1,06 1,12 1,21 1,23 1,32 1,10 1,19 1,10 1,15 1,40 1,17

Fontes: Salário mediano de 1946 a 1956: Conjuntura Econônica, ano

XII, n9 1, de jan .1958. (Indices Sociais - Salar-iõna In-dústria: índice ae salário calculado pelo Centro de Estu-dos Sociais da Fundação G. Vargas, com base em arnostra de

177 estabeleci~entos industriais no ex-D.Federal.Computan

do sõmente até 1957)

-Salário mediano de 1957 a 1963: IBGE - Anuário

Estatísti-co do Brasi~: sal~rio mediano na Indfistria de

Tiansforma-Ção-naGuanabara (Emprêsas com 5 ou mais ~)c:ssoz:[, ocu9adc_s)

Notas: 1) Para 1955 observamos que as estimativas da FGV superam

as do IBGE em c5rca de 5%. Para 1956, a estimativa de marco da PGV

~ superior

ã

de abril do IEGE em nenos de 1,2%. Pela estim~tiva de

junho da FGV -- superior em apenas 3,3%

ã

de abril do IBGE - pode"

mos a&nitir que a diferença entre os valores da FGV e do IBGE, se referidos a abril de 1956, seria de cêrca de 2% apenas. Finalmen-te, a estimiltiv,;( de dezenbro de 1956 da FGV supera a de novembro do IBGE en 1,6%. Parece, portanto, n50 haver apreci5vel

incompati-bilidade entre os dois lcvantalnontos. 2) Quando não se indica o ~ês

(24)

MINISTÉRIO DO PLANEJAMENTO E COOf1DENAÇÃO GER,\L INSTIiUTO lJ[ PLANu.~MENlO ECú,.U,\1ICO E SOClf,L ,;?~A:

vereiro de 1964. Um importante desdobramento da nova política v~

rificou-se em julho de 1965, quando o referido crit~rio de reaju~

tamento foi estendido aos contratos coletivos e às decisões da

Justiça do Trabalho em dissídios coletivos.

Embora teõricamente destinada a possibilitar a correçao

salarial incorporando tantos os efeitos da elevação dos preços

quanto do aumento da produtividade, a nova política resultou, na

prâtica, bem mais rígida. Os coeficientes de correção aplicados

não foram suficientes nem para anular o efeito da inflação.De

fa-to, deflacionando-se pelo índice de preços por atacado dos

produ-tos industriais, o valor real de cada nôvo salârio-mínimo fixado

entre 1965 e 1969 revela-se menor do que o anterior. Assiln, seu

valer cai de Cr$l,22, em fevereiro de 1965, para Cr$1 i02 j em

R-bril de 1969 (a preços constantes de janeiro de 1952). De 1966 a

1970, o valor real de cada nível fixado é inferior ao do

salârio--mínimo de janeiro de 1952, ou seja, Cr$1,20. Até 1965, os reaj~

tamentos foram suficientes para superar êsse valor rQal, tomado a

qui como base de comparação (Ver Quadro VII e Gr~ficc I).

Um dos meios de testar a efetividade da política de con

tenção salarial pode ser a an~lise da evolução do numero de

pes-soas recebendo o mínimo legal. Como as distribuições de salário

disponíveis não são dadas em unidades de sal~rio-mínimo, apenas ~

ma idéia aproximada pode ser dada, para i~so utilizando-se os

le-vantamcntos do SEPT. Já que há diferentes níveis regionais de sa

(25)

MINISTÉRIO DO PLANEJAMCNTO E COOR:JCNAÇÃO GEí~,\L

QUADRO V

PERCENTAGENS DE TRABALHl1.DORES l~A INDÚSTRIA COM SA

LÁRIOS EH TORNO DO MINUrO LEGI1.L: SÃO PAULO, GUANA

BARA E BRASIL - 1965/69

Classes de Salários (em unidades co mai or salário-minino-do pais)

até até até até até até até até até até até até 1,05 1,20 1,18 1,42 1,13 1,32 1,07 1,23 1,38 1,07 1,23 1,38

são Paulo

abril de 1965

35,6

49,5

abril de 1966

46,2

60,5

abril de 1967

37,7

51,0

abril de 1968

24,3

41,3

49,5

abril de 1969

16,7 27,0 35,6 Guanabara 42,2 53,3 48,7 61,3 43,1 55,7 27,2 47,2 56,0 17,1 33,8 43,1 Brasil 43,2 54,8 57,2 68,5 50,0 61,2 36,1 51,2 58,6 28,4 40,4 48,6

Fonte: MTPS - Serviço de Estatistica da Previd~ncia e do Trabalho

(SEPT). Os dados são referentes ao total de empregados na

Indústria, regidos pela CLT, no dia 25 de abril de cada a-no.

Nota: O maior salário-minimo de cada ano é o prevalecente para a

(26)

MINISTtRIO DO PLANEJAMENTO E COORDENAÇÃO GERAL

INSTll UTO Di:: PLANEJAMENTO ECONÓrv1ICO E SOCIAL ijPEA

2 . . . b . . 1

apenas nlvelS su -reglonals Na indfistria paulista obtemos, em

abril de 1965, 36% dos trabalhadores recebendo salários até 5%

su-periores ao rnInimo regional, enquanto em abril de 1968 encontra-se

apenas 24% com salários até 7% maiores do que o referido mInimo. A

perda de importãncia do salário-mInirno parece ter sido contInua dffi

de 1965 até 1969, conforme se pode ver no Quadro VI I pela firme as

censão da relação entre o salário mediano e o mInimo na indfistria

paulista.

Deve-se ressaltar que, nos anos de 1965 a 1968, o mes de

abril vem logo em seguida

à

elevação do salário-mInimo, de modo

que as percentagens correspondentes da tabela abaixo referem-se I

ao perIodo de máxima concentração em t6rno d~sse salário. Já o

dado de 1969 antecede a elevação do mInimo, que se deu em 19 de

maio. Em 1969, de ac6rdo com os dados do Quadro 3 .. 5 apenas 17 %

1 A primeira sub-região compreende os principais municIpios indus-triais (o total era de 46 municípios, em 1966) correspondendo-lre

o maior nIvel nacional de salário-mínimo. A segunda sub-regi~o,

composta dos der:tais municípios, é atribuído o segundo maior

ní-vel do paIs.

(27)

MINISTÉRIO [lO PLMlEJAMEtHO [ COOIiIE:'iAÇÃO G~r.l\L

INSTITUTO úC: rLAr;[JM~E:;TO ECO~,ÔI,lICO E 5GCI,\L ;PE';

QUADRO VI

RELÂÇÃO ENTRE OS SALÁRIOS MEDIAtJO E O H1uH10 NA INDÚS

TRIA PAULISTA - 1965/69

Anos Relação

1965 1,21

1966 1,25

1967 1,31

1968 1,40

1969 1,78

Fonte~ Dados brutos do SEPT, referentes aos empregados existentes

em 25 de abril de cada ano.

dos industriários paulistas recebiam salários até 7% maiores do

que o mínimo. Essa percentagem pode ser vista como indicadora da

mais baixa concentração em tôrno do mínimo, uma vez que ela refere

-se à última semana de vigência dos níveis estabelecidos há mais

de um ano. Talvez possamos dizer diante dos resultados do Quadro

V,que, entre 1968 e 1969, um máximo da ordem de 25% e um mlnlmo

..

.

de 17% dos industriários paulistas recebiam pràticamente o maior I

salário-mínimo regional. Deve-se lembrar que nesse grupo de mais

baixa remuneração estão incluídos os menores (cujo salário-mínimo

é inferior ao de adulto) e os trabalhadores de tempo parcial. Cabe

ressaltar, por outro lado, que são Paulo é precisamente o estado I

onde os salários são mais elevados, de modo que para o conjunto do

país pode esperar-se uma percentagem maior de trabalhadores

rece--bendo em tôrno dos diversos mínimos regionais. Assim, pode-se

ob-servar que, no estado da Guanabara, as percentagens

corresponden--tes em todos êsses últimos anos são maiores do que as de são

Pau-lo: em abril de 1968, por exemplo, tem-se 27% dos industriários I

guanabarinos recebendo salários Gté 7% superiores ao mínimo contra

os 24% de são Paulo (Ver Quadro

V).

tsses resultados sugerem que

(28)

MINISTtfilO DO PLANLJAr,1ENTO E CO"RDENAÇÀC, CEiPl.

salário em tôrno dos mínimos regionais, nessa última data, deva ser

da ordem de 35%, que poderia ser considerada como a taxa de maior

concentração, enquanto a de abril de 1969 - período de menor concen

tração - poderia ser, a grosso modo, estimada em algo como 25%.

A análise precedente parece permtir a conclusão de que,

apenas no período de 1946/51, o salário-mínimo não foi relevante na

indústria brasileira; a partir de 1952 até o início da década pass~

da, êle tornou-se um tabelamento efetivo ou não-redundante, inicia~

do logo em seguida um processo de relativa perda de significação ,

que atinge os dias atuais. Contudo, mesmo neste período mais recen

te, êle ainda continua sendo urna das pedras fundamentais da

políti-ca salarial, na medida em que representa a remuneração básipolíti-ca de

u-ma parcela sem dúvida significativa da mão-de-obra industrial,ou se

ja, a de sua camada menos aualificada.

No Quadra VII estima-se o custo real da mão-de-obra n20

-qualificada na indústria brasilej.ra, aplicando as taxas dos

encar--gos trabalhistas ao salário-mínimo da Guanabara deflacionado pelo '

índice de preços por atacado dos produtos industriais.

Apresenta-se nesse Quadro, no momento de transição,o anti

go e o nôvo salário-mínimo, a preços constantes de janeiro de 1952.

Isto nos permite observar que, por exemplo, em Junho de 1954,20

fi-nal de sua vigência, o salário-mínimo fixado em janeiro de 1952 em

Cr$l,20 (padrão monetário atual) valia Cr$O,78, em cruzeiros const@

tes de janeiro de 1952, ou seja, seu valor real caiu de 35%, no

pe-ríodo de vigência; e que o nôvo valor fixado (CL$ 2,40) correspondia

a Cr$l,56, em moeda de poder aquisitivo igual ao do período-base,ou

seja, em t~rmos reais apenas 30% superior ao salário básico (Cr$ . . .

.

1,20). O mesmo é fei-to para o custo da mão-de-obra. A com]_~é1.:«\(:::iJ.O

(29)

---PL4NC\;;~r~/.~·~-tol

,

GRAFICO I

~·VO!

Ur":-:-O D:J

C/l1

/'...'/;0

~·,:\:,",.r.O

" ..

I

E :-':-- ( .... ,

:C-,-'" '-,'- r I :... ;'-.'. r ' " '.

' - ' - I~""I "" ,-,,-\L.r\,\. 'rt',J\~."i f\:"i-\í.- - '-'v \. ... Uv t\.J J'\':"r,,- U.l..)\ ;l.,.·L~.· .. ,',_. _'''''LO ... ..:..

f'

I·'

C"' I '\:

I f " ,

O

r- ~-" I •

t

0;-

\1' ",.:.,

1 ... \ I~ ,'. -

C " "" '. ,,",'.' (-,

~

,. /" -_-,

\ A . W' I\ivi' t:. i-:,\J..!. _ 'c 1;:~':'I\;\..i .-~ 0.:. M'J;"~ ~.L.Lr .. '\iV-;" .. ·~ ... .)

BASE: SALÁF\IO- ... ~U'JiMO DE Jt-N. 52= 100

54 58 SI' u.:..' , ~ :, .. ., C

-' ,

1952

JAN JUN

JUL DU

60 61 62 Sei SEi DEZ

64 65 66

JAt~ F E: 'v' rEV F~' .' ' ~

'''·U_'' -, , " .... "" ,-:-' ,.. ,> .' -:~ , ::,~

GRAFiCOII

~50 r---~---i

~40 ~--- ,---,---~---i

,., 3

o

~---~"c....--_r---_T! .--..+--~=

I

I

I

"12

o

I - - - I - - - i - - - i - - - , , . . .

,..""c---fi-

J'

,/ I \ I

~

,.

~

. , , - - - I .

"'110

í ...

'r....

r ,

T-, I \

1---I

I

SALA RIO -M;NIMO ,,: \

I I I i . I ')

I

-, o o

f--'/--7

1 'I

I

-1

I

(',

J

~

~1--j--,

I

I. I' \ _ . . . .

I \.

'

/1 I \ ,I :

90 f /

-i - - I - - - - t -:---1----· -~-~--T--;\C--l--

.. -- , ___

---l _ _ _ _ , ______ _

I

I

f i . :

I

I

-r ""-_

:

-~

I

I I ' , i --._--

...-~

::----j---- .

----~~

.

~

...

i-~-;

.

'-~-I-~ ---~-c -~

10"'" .,J...,)I.-.

JAN JIJL 56

58 DEZ

c"' G I C? t:J t>'3 C','~

Si_ -, SET Dez rev FEV Fê.v

i

I

,

i

,

(30)

MINISTÉKIO DO PLANU~,r"~NTO E COOHDU,~,ÇÀO GERAL

INSTITUTO DE PLAflEJA~"=f'..TO EGOr~Ór~ICO E SOClf,L <lPE"

II Com exaeçao de 1964 e 1965, os encargos sociais foram suficien

temente "elevados para impedir que, mesmo ao final da vigência de ca

da nrvel nominal do sal§rio-mrnimo, o custo real da m~o-de-obra se

tornasse inferior ao sal§rio~b§sico. (Ver Gr§fico I).

Tomando valores médiosl , podemos observar que até 1961 o

sal§rio-mínimo vinha crescendo em têrmos reais desde o inIcio da se

rie. Como no mesmo período às encargos sociais cresciam

firmemen-te, a dist~ncia entre o custo privado da m~0-de-obr2 e o sal§rio-mI

nimo vai-se alargando (ver Gr§ficQ 11). Entre setembro de 1960 e

setembro de 1961 o sal§rio-mínimo e o custo da mão-de-obra alcançam

seus pontos máximos: em setembro de 1961 o antigo salário-mínimo ti.

nha um valor real pràticamente igual ao de janeiro de 1952, ao ser

introduzido nôvo valor superior, em têrmos reais, em 38% ao salário

tiva tendência decrescente mantida até 1970, com exceção de 1964

quando apresenta ligeira recuperação. A partir de 1963 o

salário---mInimo torna-se, em têrmos reais, inferior ao saláriosalário---mInimo de j~

neiro de 1952.

o

custo da mão-de-obra acompanha a tendência declinantedo

salário-mínimo, contudo os encargos trabalhistas são

suficientemen-te elevados para mansuficientemen-ter o referido custo acima do sal§rio-illr~j,mo bá

sico em todo o perrodo de 1954 a 1971, como se ve no Gr§ficc 11 .Por

outro lado, tomando como base de comparaçao o custo da mão-de-obra

1

Tomamos é1. média uri trnéticél sir.cplcs entre o valor real de cada sa

(31)

MINISTÉRIO DO PLANEU,MUHO E COOf1D~NP,ÇÃO GEHAL

INSTITUTO DE PLANEJAMCNTO ECOr,ór,~ICO E SOCIAL '11'[,\

QUADl'~º-,yI I

CUSTO REAL DA HÃO-DE-OBfZi\ nÃo QUALIFICADA NA

INDÚS-'rRIA BRASILEIRA: 1952/71

I

salário-I1íni~o!Custo

Real

Data : Salário-L-ríninlo lr.dice de Pre- dé

Nominal (Cr$ cos .i\tac.Prod. Real (Em Cr$dp'M~o-de-Obra:S~

correntss) Industriais(Ba jan. 52) lário-Hínimo

se: Jan.52=100 Real mais

En-cargos Sociaü

(Em Cr$de j ar

52)

Jan. 52 1,20 100 1,36

Jun. 54

I

1,20 154

I

0,78 ) 0,89

2,40 1,56 1,78

Ju1. 56

I

3,80 2,40 229

I

1,66 1,05

I

1,22 1,93

Dez. 58

l

3,80

I

1,05

I 1,24

6~00 361 1,66 \ 2,00

Sete 60

I

6,00 565

I

1,06

I

1,25

9,60 1,70 I 2,00

Sete 61

I

9,60 811

I

1,18

I

1,40

13,44 1,66 2,00

Dez. 62

i

I

13,44

,

A ") ()

I

0,93

I

1,19

I

21,00 ..L...-:....J./ I

I

1,46 f f

1,86

I

I

I

Jan. 64

I

21,00 2.650

I

0,79

I

1,07

I

42,00 1,58 2,13

Fev. 65

I

42,00 5.424

\

0,77

I

1,07

I

66,00 1,22 ; 1,67

Fev. 66

I

66,00 7.378

I

0,89

I

1,23

I

84,00 1,14 1,57

Fev. 67 !

I

84,00

I

0,90

I

1,30

I

9.376 ,

105,00 1,12 1,63

I

Fev. 68

I

105,00 129,60 11. 792

I

0,89 1,10

I

1,28 1,58

Abr. 69 I

I

129,60 15.246

I

0,85

I

1,22

I

156,00 1,02 I 1,46

Abr. 70

I

156,00 187,20 17.523

I

0,89 1,07

I

1,27 1,50

Abr. 71

I

187,20 20.721

I

0,90

I

1,28

225,60 1,09 1,54

-Fontes: rndicc de Preçoo por Atacado dos Produtos Industriais !I't tua

coluna 18 de Con4untura Econõmica.

Encargos Sociais "; Quadro

3.1

dêste:: trabalho.

Nota: No Quadro acima temos, para cada data de:: alteraç~o dos

ní-veis do salário-mínimo, o valor real do antigo salário na

(32)

MINISTÉ;HIO DO PLANEJAr,1ENTO E COUnDWAçÃO GER.\L

INSTI1UTO DE PLANEJAMENTO ECOr/Ô,~ICO E SOCIAL 'if'EA

1

em janeiro de 1952 , pode-s8 ainda concluir que ,no período em tela,

à

exceção do intervalo entre janeiro de 1952 a junho de 1954, o

custo privado da mão-de-obra não-qualificada manteve-se, em m~dia,

acima do valor correspondente do período-base.

(33)

.-MINISTÉRIO DO PLANEJAMENTO E COORDENAÇÃO GERAL

INSTITUTO DE PLANEJAMENTO ECONÔMICO E SOCIAL (lPEA)

IV - O Custo Médio da Mão-de-Obra Industrial

-Obviamente, a evolução do custo da mão-de-obra não-qualifi

cada nao serve como indicador do custo médio da mão-de-obra

indus-trial no Brasil. Para ter-se uma idéia da evolução dêsse custo,est~

belecemos um índice do salário médio daquela mão-de-obra, dividindo

os salários pagos pelo total de pessoas ocupadas em cada gênero da

indústria de transformação, de 1949 a 1969 e ponderamos os

resulta-dos pela participação resulta-dos gêneros no emprêgo total, em 1958.

Deve--se advertir que esse índice apresenta ~ inconveniente de nao

permi-• tir isolar a influência de alguns fatôres espúrios na sua elevação,

tais como: aumento do número de horas trabalhadas; aumento da

par-• ticipação no total de salários pagos nos diversos gêneros

industri-ais dos grupos de indústria cujos salários são mindustri-ais elevados do que

a média; aumento da qualificação média da mão-de-obra, e alterações

-nos métodos de levantamento dos dados através dos a-nos. Procuramos

evitar, entretanto, o efeito sôbre o salário médio das variações da

importância relativa dos diversos gêneros industriais, ponderando o

salário médio de cada um dos 18 gêneros industrais considerados por

sua' participação no total do emprêgo no ano de 1958, para a

determi-nação do salário médio da indústria de transformação em cada ano.

As fontes dos dados originais de salário sao mencionadas no

apêndice A-3 dêste trabalho.Como se explica ali os dados de 1949 e '

1959 são censitários,osde 1954 a 1965referem-se aos estabelecimentos

com 5 ou mais pessoas ocupãdase os de. 1966 a 1969,às emprêsas

(34)

MINISTÉRIO DO PLANEMMENTO E COORDENAÇÃO GERAL

INSTITUTO DE PLANEJM',ENTO ECONÔMICO E SOCIAL IIPEA

ponsáveis por 90% da produção industrial. Essa heterogeneidade das

fontes estatlsticas exige especial cuidado na interpretação da

se-rie apresentada no Quadro VIII. Em particular, devE;se advertir que

a substituição dos levantamentos de 5 ou mais pessoas ocupadas

pe-los de 90% da produção parecem introduzir um viés ascendente na

se-rie. Assim, se tomássemos para o perlodo de 1965/1967 os dados da

fonte alternativa, que são os Inquéritos Econômicos - Indústria de

Transformação, terlamos a seguinte evolução do Indice do salário me

dio, com a mesma base do Quadro VIII 1965 - 139; 1966 - 151 e 1%7

- 151; indicando valores significativamente mais baixos do que

a-quêles registrados no referido quadro. Focalizando atenção na tran

sição de 1965 para 1966, pode-se ver que a taxa de aumento dos salá

rios no Quadro VIII(12%) é também superior àquela obtida dos valo

res alternativos referidos (8,6%). Uma evolução algo diferente e

ilustrada pelo Indice do salário médio real na indústria de são Pau

lo, obtido a partir dos levantamentos do SEPT. Segundo êsse Indice,

os salários teriam pràticamente se estabilizado entre 1965 e 1966,

na indústria paulista. E, inversamente, enquanto o Quadre V~II mo~

tra uma estabilização, entre 1967 e 1968, do salário na inc.ústria

de transformação brasileira, o QuadroJ;X indica uma elevação de 5,5%

no salário da indústria paulista, no mesmo perlodo. A conjugação

dêsse duplo desencontro possibilita às duas séries apresentarem, no

período 1965/69 como um todo, um resultado bem semelhante: o Quadro

VIII

indica uma taxa de aumento do salário na indústria de transfor

mação nacional de 20%, ao mesmo tempo em que o Quadr03.9 mostra lliu

incremento de 19% no salário da indústria paulista.

Os fatos acima parecem ilustrar bem a dificuldade envolvi

da na busca de urna interpretação segura da evolução do salário

(35)

~ QtJAÓL{d V!-t

t

BRASIL: EVOLUÇÃO DOS SAL1i.RIOS E CUSTOS H:t:DIOS REAIS DA MÃO-DE-OBRA NA

INDÚSTRIA DE TRANSFOWmçJ\.O, 1949-1969

Ano 1949 54 55 56 57 58 59 62 63 64 65 66' 67 68 69

. Xontes e notas: Co1',ma (1):

Coluna (2):

,..,_, __ ~~ 1 " ) \ _

Salário Médio Taxa dos En Icusto Anual I índice de Pre 1ndice do Sa- índice do

Cus-Anual do Pes- cargos Soci= :da Mâo-de-O- ço por Ataca- 1ário Médio to Real da Hão

-soa1 Ocupado ais sobre sa bra do dos produ- 'Real -de-Obra

1ário Anual - ! i tos Industri- (Base: 1949= (Base: 1949 =

ais(B~sI06~1i91

I

100 100

i

I

i

100

11,27 0,12 12,62

I

100 100

27,03 0,12 30,27 200 120 120

32,26 0,11 35,81

I

227 126 125

42,24 0,11 46,89 282 133 132

51,67 0,16 59,94

I

330 139 144

61,24 0,17 i 71,65 386 141 147

i

I

81,10 0,18

I

95,70 I 555 130 1')'7 ...) I

224,98 0,18 265,48 I 1414 141 149

I

I

439,81 0,23 540,97 2592 151 165

861,37 0,25 1076,71 4753 161 179

1298,07 0,27

I

1648,55

I

7674 150 170

1927,57 0,28

I

2467,29 . 10153 168 193

2476,59 0,36 I

I

3368,16 12776 172 209

I

3232,26 0,35

I

4363,55

I

16665 172 207

4057,50 0,34 5437,05

I

19992 180 216

J

1 1

I

Nédia ponderada dos salários médios de cada g~nero industrial, obtidas pela divisão

da f61ha de salários anual !Jcla média mensal do pessoal ocupado. As ponderaç6es

são dadas pelas pélrticipações de cada gênero no emprôgo industrial ,em 1958. As

sé-ries básicas foram construídas a Dcl.rcj r de dados do IBG:C, secundo metodologia expos

ta no Apêndice A-2. - ~

-Foram derivados das taxas legais do Quadro I dêste 'traLalho através das seguintes

alteracões: a) em 1954, 19'35 e 1956 se supõe aue as L~xa~ realmente aplicáveis

re-presenfem 30~, 75~ e 8~% d~~; respectivas t~xas-legais; b) não se inclui como encaE

go o 139 salário, já que é (:omputado no salário m6dio da colo (1); c)

corrigiram---se as taxas do salário-educação e do sa1ário-famI1ia de ac6rdo com as estimativas

da FGV, no período em (]ue O~; mcsmostinha.m limites especiais de incidência.

(36)

MINISTÉRIO DO PLANEJAMErnO E COORDENAÇÃO GERA!.. INSTITUTO DE PlANEJAMcrJTO ECONÓMiCO E SGCltll rirE';,

Diante de tais problemas, o índice do Quadro VII,I não pode ser tom~

do como uma medida absoluta, devendo falhar especialmente nas comp~

rações entre anos que envolvam fontes distintas dos dados originais;

contudo,pode ser razoàvelmente aceitável para certos intervalos, es

pecialmente o intercensitário.

QUADRO ,IX

SALÁRIO H:gDIO REAL NA INDúSTRIA DE S. PAULO - 1965/1969

Anos Salário

M~dio

Nomi-'Ind. de Preço dos

I

índice do Salário

nal (Cr$ correntes) Produtos Industria~M~dio a Preços

Base:abr.1965=100 Constantes de

a-bril de 1965

1965 109 100 100

66 142 129 101

67 195 165 108

68 261 210 114

69 330 254 119

Fontes: 1) Salário M~dio: SEPT

2) índice de Preços por Atacado dos Produtos Industriais: Conjuntura Econ6mica.

Nota: Os salários referem-se a 25 de abril de cada ano.

Tomando como base de comparaçao os dados censitários,

ve-mos, no Quadro VIII e Gráficc IX , que o salário m~dio na indGstria

de transformação brasileira cresceu, entre 1949 e 1959, de 30% em

têrmos reais, ou seja, a uma taxa m~dia anual de 2,7%. Se

conside-rarmos os levantamentos das empr~sas com 5 ou mais pessoas ocupadas,

observaremos que, em igual intervalo de tempo, de 1954 a 1964/os sa

lários reais cresceram de 34%, isto é, a uma taxa média de 3% ao

a-no.

Referências

Documentos relacionados

Do ponto de vista didáctico, ao sujeitarmos a experiencia científica e o trabalho experimental a urna tentativa de questionamento tipo popperia- no, estamos a convidar os alunos

Desse modo, para verificar a influência desse processo de descentralização sobre a criação de novos municípios, este trabalho realizou uma análise comparativa do porte

Nelas são representados os resultados do teor de compostos fenólicos e flavonóides (Figura 1S), atividade de seqüestro de radical livre pelo método do DPPH (Figura 2S),

1º Fica promulgado o Acordo entre o Governo da República Federativa do Brasil e o Governo dos Estados Unidos Mexicanos sobre a Concessão de Autorização de

O tema proposto neste estudo “O exercício da advocacia e o crime de lavagem de dinheiro: responsabilização dos advogados pelo recebimento de honorários advocatícios maculados

Prejuízo estético, em grau médio ou máximo, quando atingidos crânios, e/ou face, e/ou pescoço ou perda de dentes quando há também deformação da arcada

Colapso “x”: também conhecido como colapso sistólico do pulso venoso; é causado pela diástole atrial, assim como pelo deslocamento do plano valvar tricúspide para baixo

TOMÁS DE AQUINO, Presbítero e doutor