• Nenhum resultado encontrado

A enfermagem na assistência à criança com problemas respiratórios.

N/A
N/A
Protected

Academic year: 2017

Share "A enfermagem na assistência à criança com problemas respiratórios."

Copied!
7
0
0

Texto

(1)

A ENFERMAGEM NA ASSISTÊNCIA À CRIANÇA COM PROBLEMAS RESPIRATÓRIOS

Dulce Maria V. de Freitas Carmem Gracinda S. Scochi Regina Aparecida G. de Lima ••

RESUMO - O presente trabalho tem por finalidade discutir questões referentes à assis­ tência de enfermagem à criança com problema respiratórios agudos, tendo como funda­ mentos básicos o programa das ações básicas na assitência integral à saúde da criança no controle das infecções respiratórias agudas (IRA). e as ações de enfermagem desen­ volvidas nesta assistência.

ABSTRACT -This study aims to discuss problems related to nursing care of children with aceite respiratory problems, having as a foundation a program of basic action to give to­ tal assistance to the health of children in order to control acute respiratory problems (IRA). The following topecs are mentioned: characteristics of the need of health services for the infantile population with respiratory problems: basic actions that are the foundation of nursing care; planning of nursing care; competence and preparation of the nursing per­ sonnel to attend the basic actions programo Considering the relevance of this theme in child care, the study aims to provide means to give training orientation and to crepare nursing personnel in this area.

1. INTRODUÇÃO

As doenças respirat6rias na infãm'ia, desde a últi­ ma Mcada, vêm ganhando atenção das autoridades sa­ nitárias em todo o mundo. No país em desenvolvimen­ to, tal preocupação se torna mais relevante, uma vez que estas doenças contrihuem para a elevação dos ín­ din's de mortalidade, particularmente em crianças, sendo que a Infecçies Hespiratórias Agudas (IRA) atin­ gem uma proporção de ) a 2) vezes superior aos índi­ ("('s dos países industrializados. (São aulo, 1986)

No Brasil as doenças respiratória> representam um sério prohlema de saúde nào só por se constituirem em lima das principais causas de óbito, como tamhém por apresentarem peculiaridades, atingindo um segmento prioritário da população, que é o das crianças meno­ res de cinco anos e a.de forma particularmente grave naquelas menores de um ano.

Inúmeros trahalhos têm evidenciadn os riscos de mortalidade infantil pelas doenças respiratórias.

• I'rof"ssor Assisl"nl" junlo ao D"parlanH'nlo d" Enf"rlnag"lll

Mall'no·lnfanl il "Saíul" I'úhlica da Escola de Enf"rlllagl'lll dI' Hi· h"irio 1'1'1'10 . (ISI'

•• Auxiliar d" Ensino do ()l'parlanH'nlo dl' Enfl'nnagl'lll Malt·no· Infanl iI (' Saíu'" I'úhlica da Escola dI' Enfl'rlllagl'lll dI' Hih<'irào I'n'­ lo - lISI'

No Rio Grande do Sul o risco de morrer por pneu­ monia e gripe de uma criança de baixa condição sócio­ econômica foi 6,1 vezes maior entre os favelados de Por­ to Alegre do que nas populações em melhores condi­ çôes de vida (CHATKIN et alii, 1987). Na metrópole de São Paulo, segundo dados de 1983, as pneumonias são a quarta causa de mortalidade geral e a segunda cau­ sa da mortalidade infantil (SÃO PAULO, 1986). Acresce­ se a estes fatos a contribuição da IRA na elevada taxa de morbilidade; A organização Mundial de Saúde re­ gistra que nos países em desenvolvimento estas doen­

çs em crianças representam 20 a 40% da demanda am­

hulatorial e 12 a 35�, das internações hospitalares. Estes dados assemelham-se a estudos regionais e locais. ROCHA et alii (1984), em levantamento ds cau­ sas de morbilidade infantil em crianças atendidas na Unidade de Emergência do Hospital ds Clínics da a­

culdade de Medicina de Riheirão Preto - USP situa­ ram os problemas respiratórios como a segunda causa de atendimento, sendo antecipados pelas doenças de origem gaitro-intestinais. Ressaltam que as crianças da faixa etária de zero a dois anos de idade, representam

)()�, do total da demanda daquele serviço.

Considerando-se que o quadro de infecção respi­ ratótia infantil não se apresenta isolado de outros fa­ tores infecciosos como as diarréias, cojuntivites e as

(2)

doençs infecciosas da infância, alguns estudos eviden­ ciaram a incidência de mais de um episódio desta in­ fecçâo por mês em uma criança com 24 meses, sendo que a OPS (Organização Pan-americana da Saúde) re­ gistra a incidência média de 7 a 1 0 episódios por ano de IRA em crianças, com tendência de indicadores maiores concentrarem-se nas faixas etárias menores (SÃO PAULO, 1986).

Diante destes fatos, evidenciamos a importância da relaçâo destas crianças com os serviços de saúde, quer seja a nível de rede básica ou a nível de unidade de internaçâo.

O ministério da Saúde visando incrementar a re­ solutividade dos serviços de saúde na assistência in­ fantil instituiu como uma das estratéias as "Ações Bá­ sicas

a Assistência à Saúde da Criança", representa­ das pelo: acompanhamento do crescimento e desen­ volvimento, aleitamento materno e orientaçâo para o desmame, controle de doenças diarréicas, controle de infecções respiratórias agudas e controle de doenças previníveis por imunizaçâo. his ações constituem-se no elemento nucleador da assistência a ser prestada em toda a rede básica de serviços de saúde.

A nível de Estado de São aulo, o controle das in­ fecções respiratórias infantis foi considerado com� pri­ meira prioridade para o ano de 1986, onde, atraves do

projeto DRI (Doenças Respiratórias Infan

is)

_pr�tend�­

se a reionalização e hierarquização da asslstenCIa, aph­ cados a um grupo de doenças envolvendo, para tanto,

o preparo da estrutura física e administrativa,

?

trei­

namento de pessoal especializado e o estabelecImen­ to de normas técnicas. (SÃO PAULO, 1986)

Considerando a relevância do problema para a as­ sitência de enfermagem à criança, e, dado o elevado contingente do pessoal de enfermagem responsável pe­ la execução destas ações, é que nos propusemos reali­ zar estudo sobre os fundamentos que norteiam a as­ sistência de enfermagem, centrado nas diretrizes do programa de assistência e controle da IRA.

O objetivo do presente trabalho é:

- descrever as ações básicas que fundamentam a as­ sistência de enfermagem à criança com problemas respiratórios.

- apresentar subsídios para orientar o treinamento e preparo do pessoal de enft�rmagem neste se.t�r. , De acordo com o Manual eiaborado pelos Mmlste­ rios da Saúde e da Previdência Social, o diagnóstico da IRA está fundamentado na observação clínica, valorizando-se alguns sinais e sintomas, gerais ou es­ pecíficos do aparelho respiratório.

Considera-se como caso suspeito de IRA, toda criança menor de 5 anos, doente há ; dias, que apre­ sente um dos sinais ou sintomas a seguir: "tosse, cori­ za, dor de ouvido, obstrução nasal, garganta verme­ lha, respiração rápida e difícil' '.

O exame físico da criança, a observação de sinais e sintomas que acompanham a IRA, as informações

ob-H R. Bras. E nferm . , Brasília, 41 ( 1 ) : 7-1 3 , j an . lmar. 19HH

tidas da mãe sobre a história da doença, associado às observações dos critérios que contribuem para aumen­ tar o risco da doença, como idade, peso ao nascer, es­ tado geral e nutricional, e, evolução da doença, são pro­ cedimentos que devem nortear a classificação do qua­ dro da IRA em leve, moderado e grave. (QUADRO 1)

Classificam como casos leves aqueles que apresentam um ou mais sinais da Coluna I do quadro supra citado, casos moderados, 2 ou mais sinais da coluna 11, asso­ ciados ou não com a coluna I, e, casos graves, I ou mais sinais da coluna IlI, associados com as colunas I ou 11. Assim sendo, a padronização de critérios diagnós­ ticos, tratamento simplificado e eficiente preconizado pelo referido documento, contribuirá para uma melhor atuação do profissional de saúde em todos os níveis de assistência.

Ressaltamos a importância dessas medidas como uma das fundamentações básicas para atuação do pes­ soal de enfermagem, dado o seu elevado contingente em todos níveis de assistência, seja na rede básica de saúde ou na unidade de internação. Espera-se que, uma vez capacitado e treinado para o exercício dessas ati­ vidades básicas, contribua para a eficácia e a resolu­ tatividade dos serviços de saúde.

2. AÇÕES DE ENFERMAGEM

Embora o documento sobre o controle da IRA de­ fina em linhas gerais os cuidados básicos que devem nortear a assistência à criança, as ações de enferma­ gem que acompanham tal proposta, não devem se li­ mitar simplesmente a execução de tarefas, mas sIm apresentar uma seqüência de decisões e atitudes em­ basadas em conhecimento técnico e científico.

Em documento elaborado pela Oficina de raba­ lho, realizada pela ABEn e INAMPS, sobre "Subsídios para a conceituação da assistência de enfermagem ru­ mo a Reforma Sanitária" XAVIER et alii (1987), são de­ finidos os pressupostos da assistência de enfermagem e suas ações para incrementar essa assistência.

Dentre os pressupostos, consideram que: - a assistência de enfermagem é aquela realizada por

toda categoria de enfermagem, a saber: enfermei­ ro, técnico, auxiliar, atendente e vistador sanitário; - o trabalho em saúde se caracteriza como um pro­ cesso coletivo composto de áreas técnicas específi­ cas, no qual a enfermagem se insere;

- a assistência de enfermagem tem especificidade; - a assistência de enfermagem contribui para

integra-lidade da assistência de saúde.

Cabe ressaltar que para o desenvolvimento desta assistência a força de trabalho em enfermagem, repre­ sentada em termos relativos para a totalidade da ca­ tegoria é composta de 6,8% de enfermeiros 1 , 2 �, de técnicos, 28, 9 �, de auxiliares, 63% de atendentes.

(3)

en-�UADRO 1 - Classificação de casos, segundo o manual do Ministério da Saúde e Previdência Social

I LEVES II MODERADOS III GREVE

Obstrução Coriza purulenta nasal

Garganta com placas Garganta com membrana (difteria)

Secreção nasal purulenta

clara

Dor de ouvido

Dor na ouvido com secreção

garganta purulenta

hsse com secreção Retração subesternal ou intercostal

Rouquidão purulenta

hsse com febre maior

Garganta que 39° C

vermelha

Frequência respiratória Batimento de asas no nariz Gemido expiratório

Tosse maior que 50 incursões

por minuto em

Ronqueira menores de 1 ano e

40 incursões por

Chiado minuto de 1 a 4 anos Cianose

--- - --- --- ---

---Febre Aceitação da alimentação normal ou pouco diminuída

Agitação acentuada Prostação acentuada alidez acentuada

Abaixo da linha pontilhada do quadro estão indicados os sinais sintomas gerais que podem interferir na evolução do caso.

fermagem para os programas referentes as ações bási­ cas de saúde na assistência infantil exigirá o domínio de conhecimentos específicos em Pediatria. hl forma­ ção incluirá entre outros, o conhecimento de epidemio­ logia, história natural e humanas (SOCiologia, antropo­ loia, didática e comunicação). Este domínio dará com­ petência técnica e profissional para o desempenho das diferentes funções hierarquizadas, de acordo com os níveis de formação médio e superior (ROCHA, 1986).

As ações de enfermagem compreendendo a iden­ tificação dos procedimentos, tarefas e atividades que as categorias de enfermagem vêm concretamente rea­ lizando nos serviços de saúde podem assim ser cate­ gorizadas de acordo com XAVIER et. alii (1987) Ações de natureza propedêutica e terapêutica com­ plementares ao ato médico e de outros profissionais:

São consideradas como propedêuticas aquelas que apoiam o diagnóstico e o acompanhamento do proces­ so. As ações terapêuticas complementares sãO aque­ las que asseguram o tratamento prescrito.

Ações de natureza propedêutica e terapêuticas da enfermagem:

-São ações que visam otimizar a assistência de en­ fermagem através do diagnóstico e encaminhamento de situação relacionadas com a clientela, demais pro­ fissionais e a própria instituição.

Ações de natureza complementar de controle de riscos:

-Visam diminuir a probabilidade de agravos a saú-de e ou saú-de suas complicações. .

Ações de natureza administrativa:

-A essência dests ações está na organização do pro­ cesso coletivo da enfermagem.

Ações de natureza pedagógica:

-Indicam as ações de treinamento, formação e edu­ cação continuada, dirigidas à força do trabalho de en­ fermagem empregada na rede de serviços.

endo como referência os pressupostos e ações que caracterizam o trabalho de enfermagem, citados an­ teriormente, adotaremos o conceito de Assistência de Enfermagem apresentado pela Ofícina de rabalho, ou seja, "um conjunto de ações de natureza diversa que

(4)

se articulam e se complementam entre si na consecu­ ção da finalidade do trabalho em saúde" (XAVIER et alii, 1987).

3. ASSISTÊNCIA DE ENFERMAGEM NA IRA

Abordaremos as diversas ações de enfermagem em crianças com IRA, tanto a nível de rede básica de saú­ de como a nível hospitalar. Considerando que as ações de natureza complementar de controle de risco, admi­ nistrativa e pedagógica se constituem em medidas de caráter geral que apoiam o desenvolvimento das ações propedêuticas, terapêuticas, estas serão descritas de maneira geral, sem a especificação dos níveis de complexidade.

3.1 A nível de rede básica de saúde

Casos leves. Referem-se geralmente às infecçües res­ piratórias de origem virótica de curso benigno e auto limitado.

Açôes de enfermagem de natureza popedêutica e te­

nipêutica complementares ao ato médico e de outos profissionais:

Acompanhamento do crescimento e desenvolvimento; Controle dos sinais vitais;

Cuidados com alimentação e hidratação;

Marcar retornos para a criança quando necessário; Administração de medicamentos:

• Para febre e dor:

Ácido Acetil Salicilico (AAS) - Apresentação: compri­ midos de 100 mg;

10 a 20 mglkg quando a criança tiver febre acima de :3H?C e em intervalos maiores ou igual a (j horas. Não havendo possibilidade de se obter o peso da crian­ ça, usar o esquema:

(i meses 1 12 compromido ()0 mg);

(i meses a 2 anos - I comprimido (00 mg); :3 a 4 anos - 2 comprimidos (200 mg);

• Para tosse:

Não fazer uso de antitussígenos, evitando adminis­ trar xaropes, pois a tosse é importante para elimina­ ção de secreção. Xaropes podem ocasionar efeitos co­ laterais como diarréia, naúseas, irritação dos brõnquios, agitação da criança;

Açôes de nat ureza terapêutica e propedêutica da enfermagem:

Observação sistematizada da criança com especial aten­ ção aos sinais e sintomas que caracterizam o quadro de IRA;

Cuidados com febre:

Banhos mornos ou frios durante 3 a 5 minutos ou com­ press.> frias na cabeça, nas axilas, na região (inguinal), para ajudar a abaixar a temperatura;

Manutenção da permeabilidade das vias respiratórias:

](I H. Bras. Enf(·nn., Brasília, 41(1): 7-1:1, jan. lmar. I!/H{

Higiene rigorosa da boca e narina remoção de secreção

Descongestionar e fluidificar secreção nasal - soro fi­ siológico de solução preparada (llitro de água fervida com uma colher de sobremesa rasa e sal). Pingar até 3 gotas em cada narina sempre que necessário:

hpotagem para auxiliar a eliminação das secreções três vezes ao dia, sempre antes das refeições.

• Cuidados com tosse:

Chás caseiros são apropriados; Aumentar o consumo de líquidos. Cuidados com alimentação:

Manter narinas desobstruidas para facilitar sucção; Posição semi-sentada para prevenir aspiração; Oferecimento de líquidos frequente para prevenir de­ sidratação e abaixar a hipertemia;

Manter a alimentação normal da criança, sem forçar. Tratar os casos leves de acordo com as normas elabo­ radas pelo Ministério da Saúde e Previdência social. • Orientação da Clientela sobre:

Cuidados que visem diminuir os aaspectos sintomáti­ cos Uá descritos);

Retornos - dependendo dos critérios adotados na ava­ liação da criança;

Tratamento;

Medidas de profilaxia da IRA:

Investigar esquema de vacinação das demais crianças da casa e tomar providência necessárias para que com­ pletem os esquemas de vacinação

• Os pontos que contribuem para a melhora do estado de saúde da criança e sobre os sinais de alerta para que procurem os recursos.

Casos moderados

Ações de natureza teapêutica e propedêutica da enfermagem:

Cuidados com antibioticoterapia:

Dosagem; Horário;

Via e local de aplicação;

Técnica asséptica no preparo e administração.

• Cuidados com oxigenoterapia:

fluxo de 3 litros por minuto, contínuo, úmido, até que

a criança apresente melhora dos sinais: falta de a, chia­ do ou cianose;

Cuidados com vaporização - fria, quente e morna Cuidados com aerosol.

• Heconhecer os sinais característicos das doenças res­

piratórias do trato inferior: tosse com secreção puru­ lenta e febre acima de 39? C, freqüência respiratória

maior que 50 movimentos por minuto em crianças me­

nores de 1 ano e menor de 40 movimentos por minuto

naquelas com faixa etária de 1 a 4 anos

(5)

• Orientação da clientela sobre cuidados adotados nos casos leves, acrescidas daquelas sobre:

Antibioticoterapia Vaporização Casos graves

Ações de enfermagem de natureza popedêutica e te­ rapêutica complementares do ato médico e de outos poissionais:

• Encaminhamento para unidades de internações.

• Executar condutas terapêuticas até que a interna­

ção se concretize:

Medição antitérmica de acordo com condutas anterio­ res e caso a criança não possa degludir, administrar 1 0 mlkgldose de dipiroma por via intra muscular; Oxigenoterapia;

Antibioticoterapia - dose inicial de penicilina procaí­ na: 50. 000 UIIkldia, por via intra-muscular; Ocorrendo broncospasmo, administrar adrenalina 1:

1 000, por via sub-cutãnea, na dose de 0,01 ml/kg do­ se, até o máximo de 3 doses com intervalos de 20 mi­ nutos.

Ações de natureza popedêutica e terapêutica da en­ fermagem:

• Tratar casos leves e moderados de acordo com s nor­ mas elaboradas pelo Ministério da Saúde e Previdên­ cia Social e encaminhar para atenção médica os casos graves e os moderados que não apresentem melhora. (somente para o pessoal de enfermagem capacitado); • Utilizar os sais de reidratação oral em casos de diar­ réias

A nível de unidade de internação

Ações de enfermagem de natureza popedêutica e te­ rapêutica complementares ao ato médico e de outos poissionais:

Controle dos sinais vitais - com especial atenção à tem­ peratura acima de 38?C. FC acima de 100 bat min; FR acima de 50 mov/min;

Controle de peso;

Controle hídrico - característica, volume e freqüên­ cia das evacuações e micções; presença de vômitos, aceitação da alimentação;

Preparo da criança para examl�S complementares e ou­ tros;

Coleta de sangue e realização de provas diagnósticas; Realização de teste de sensibilidade à penicilina Administração de medicamentos - antitérmicos, an­ tibióticos broncodilatadores, cardiotõnicos corticóides, descongestionantes nasais; soroterapia;

Alimentações por SNG;

erapia umidificadora-vaporização; Terapia com aerosol (broncodilatadores); Mobilização e remoção de secreção;

Oxigenoterapia por funil, catéter nasal, oxitenda e sob pressão (duplo catéter, sonda endotraqueal, etc.).

Ações de natureza teapêutica e propedêutica de en­ fermagem .

Observação sistematizada da criança - com especial atenção aos sinais e sintomas que caracterizam o qua­ dro de IRA

Cuidados com febre, tosse, võmito - Uá descritos an­ teriormente );

Cuidados na administração de medicação via oral, in­ tramuscular, endovenosa e subcutãnea;

Cuidados na administração da alimentação por SNG e via oral;

Manter permeabilidade das vias respiratórias; • Aumentar a eficácia respiratória através de medidas que incluem:

Posição de conforto da criança, para auxiliar a expan­ são toráxica

Alívio do desconforto e da dor; Alívio da distenção abdominal; Conforto e segurança;

Manipulação de secreção pulmonar;

• Assegurar oxigenação adequada, através de:

oxigenoterapia - cuidado com administração de 02 por funil catéter nasal, oxitenda, sonda endotroqueal; cuidados com vaporização, fria, quente, mista e ultrassõnica;

Cuidados com terapia com aerosol;

Fisioterapia respiratória - inclui uma série de proce­ dimentos que visam à higiene brônquica possibilitan­ do manter a permeabilidade das vias respiratórias e au­ mentar a eficácia ventilatória.

Estas medidas incluem - o estímulo da tosse, mano­ bras de tapotagem, vibração toráxica, mudança de de­ cúbito, drenagem postural e aspiração de secreções.

• Dimunuir a necessidade orgãnica de oxigenação atra­

vés de ações que incluem:

Oimuniur a atividade física-repouso e ambiente tranqüilo;

Manter a temperatura ambiente em níveis de neutra­ lidade térmica;

Aliviar a ansiedade da criança e da mãe;

Proporcionar segurança e conforto. Sempre que pos­ sível procurar manter a criança acompanhada de sua mãe;

• Orientação da mãe quanto:

À doença, sinais e sintomas que acompanham o

tratamento;

Os cuidados relacionados com a higiene, alimentação, eliminação e vacinação;

Preparo para alta hospitalar - retorno médico.

Ações de enfermagem de natureza complementar de controle de risco.

Estas ações relacionam-se às medidas que visam a diminuição de agravos à saúde e/ ou complicações,

(6)

e no caso das doenças respiratórias infantis este fator se torna relevante, tendo em vista a demanda viciosa aos serviços de rede básica, como resultante da falta de orientação e de critérios para o controle dessas crianças, acrescidos da internação das IRA com outras pastologias comuns no período infantil.

Incluem-se nesta categoria as atividades referentes: -à vigilância epidemiológica e nutricional das crian­

ças com IRA;

- as ações sobre o meio (evitar que a criança fique em ambientes poluídos por fumaça causada por fogo e cigarro; evitar fumar no local em que se encontram crianças, etc.);

- controle de infecção hospitalar; - controle da clientela de risco.

Devemos, portanto, considerar as ações de controle de risco, para a assistência à criança com a doença res­ piratória como aquelas resultantes de uma somatória de ações de todos os integrantes da equipe da saúde que visam uma maior extensâo de cobertura da popu­ lação de risco, assim considerada:

RN prematuro, de baixo peso, pequeno, para a idade gestacional e recém-nascidos normais - considerando­ se as peculiaridades próprias dessa criança e a predis­ posição aos agravos infecciosos;

Crianças menores de um ano, com envolvimento do ta­ to respiratório inferior;

Lactentes com presença de doenças associadas: como sarampo, coqueluche, tuberculose e outros;

Crianças desnutridas;

Crianças com doença há 7 dias ou mais; Crianças sem cobertura vacinal;

Crianças submetidas a agravos ambientais - (creches, escolas, situações ambientais precárias);

Crianças de baixo nível sócio-econõmico;

Ações de natureza administrativa

Os objetivos da assistência de enfermagem à crian­ ça com doença respiratórias podem ssm ser definidos:

Planejar a assistência de enfermagem à criança par­ tindo da observação e avaliação de suas condições; diagnóstico médico e classificação do quadro segundo os critérios leve, moderado e grave; informações da mãe e da equipe; recursos humanos e materiais disponíveis. Executar as ações de enfermagem de natureza prope­ dêutica e terapêutica, de modo a proporcionar uma ai­ sistência segura e eficaz.

Ações de natureza administrativa a nível da rede básica de saúde.

Estas ações deverão ser planejadas tendo em vis­ ta a dinâmica de atendimento do serviço e o grau de preparo e treinamento do atendimento de enfermagem disponível.

12 R. Bras. Enferm . , Brasília, 41(1): 7-13, jan . /mar. , 1988

Pré e Pós-consulta - As crianças com problemas res­

. piratórios agudos deverão ser enquadradas como prio­ ridade para a consulta médica; a orientação e os cui­ dados após consulta deverão seguir as ações de enfer­ magemjá descritas anteriormente; o agendamento de­ verá seguir os critérios adotados quanto a casos leves, moderados e graves, observando-se, portanto, as pe­ culiaridades de cada caso.

Atendimento de enfermagem - Dependendo das con­ dições específicas de cada caso e da avaliação do en­ fermeiro quanto à necessidade de acompanhamento mais diretamente da criança, serão marcados os aten­ dimentos de enfermagem, para avaliação do estado ge­ raI da criança, do uso da medicação e orientações quan­ to aos cuidados gerais da criança.

Encaminhamento da criança para unidade hospitalar observando a prioridade da execução de alguns cuida­ dos de urgência para assegurar ventilação pulmonar adequada, conforto e segurança.

Ações de natureza administrativa na unidade hospitalar

Estas ações incluem a elaboração do plano assis­ tencial que abrange todas as etapas do processo do tra­ balho em enfermagem:

Histórico e diagnóstico das necessidades da criança tem como objetivo dar subsídios à elaboração do plano as­ sistencial de enfermagem.

Prescrição de enfermagem. Deverá especificar as ações propêuticas e terapêuticas que acompanham o ato mé­ dico e aquelas específicas da enfermagem.

O plano de cuidado exigirá do enfermeiro a delegação de tarefas ao pessoal auxiliar, observando os critérios de benegnidade e gravidade da doença, do nível de complexidade do cuidado e do preparo do pessoal disponível.

Avaliação e supervisão da assistência de enfermagem.

Ações de natureza pedagógica

Uma vez considerada a especificidade da assistên­ cia de enfermagem à criança com doença respiratória e o nível de preparo de pessoal auxiliar que atua tan­ to nos serviços da rede básica de saúde, como nas uni­ dades de internação, necessário se faz um maior inves­ timento em programas de treinamento e reciclagem desse pessoal.

, hl programa deverá incluir as propostas preconi­ zadas pelo Documento do MS/ INAMPS, o qual contém ações básicas que norteiam o ato médico e de enfer­ magem, o diagnóstico, tratamento e cuidados gerais à criança com IRA.

4. CONSIDERAÇÕES FINAIS

(7)

do profissional de enfermagem naqueles programs que fazem parte das Ações Integradas de Saúde (AIS) à criança, de modo a alcançar a resolutividade e eficá­ cia dos serviços de saúde.

Ao definirmos na assistência de enfermagem à criança com IRA as ações que norteiam o processo de trabalho em enfermagem, procuramos abordar aque­ las voltadas para a rede básica e a Unidade de Inter­

nação, observando-se os níveis de complexidade. hl conduta, facilitaria o desenvolvimento da assistência de enfermagem, o planejamento e o preparo de recur· sos humanos nesta área.

Consideramos pois, como um compromisso do en­ fermeiro a participação no planejamento de programas elaborados a nível nacional, bem como na incremen­ tação dos mesmos a nível regional, partindo-se do ge­ renciamento da assistência de enfermagem ,através de treinamento e reciclagem do pessoal auxiliar envolvi­ dos nestes programas.

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

I. IIHASIL. Ministí'rio da Saúd('. Instituto Nacional d(' Assisti'n­ cia mí'dica l' I'rl'vid'neia Social. Assis/('lIeia (' ml/lml(' lias

ill/i'q'úes respim/(írias a�udas (mA): aç'es hásicas na as­ sisti'lH"ia integral a saúde da criança.

�. CIIATKIN, ,I. M. I't alii. J)ol'n,as )'('spirat"II'ias agudas no Hio (;randl' do Sul. J)('(ermina,üo dl' prioridad('s: .Jonal de /'1" dia/ria li! (4): 124·2/, !!IH/.

:l. MORLEI, D. Pedia/ria 110 mundo em desellvolvimell/o priorida· des. São I'aulo. P.aulinas, HlHO,

4. 11OCIIA, S. M. M. I't alii. Análisl' d(' nOrhilidadl' da popula,üo infantil a"'ndida na unidade dl' ('nll'rgi'ncia do hospital' de clínicas dl' IW)eirüo I')'(,to !!lHO !!lH2. Hel'is/a II/Mica

l/('FMIW {lSl' (' (ARL, lí (4): IfiI·íO. lH4.

i. _ Nlrlaç,;o dI' I'cusos humallos pard assiS/I'lIda a illfân·

cia: a situação da Enfermagem. Trabalho apresentado no I � CONGH E S SO BHA SILEIHO DE SAÚDE COLETIVA . HlHti

mimeogr.

fi. SÃO I'AlIU) Senetaria dI' Saúdl' do Estado dl' Süo Paulo & SI" nl'taria dl' I1igil'lJ(' l' Saúd(' do munidpio dl' Süo Paulo. J)O('llrilS /(Ispinltárias /w jll/�iJldél: re#ü)l1illá<l(';;o (' hi(l'ar­ '1uizaúo do a/('lIdim('l/Io lIos se/Ti('os de si/úde. j)O('UII/('II­ lo liúsim. São Paulo, IBHti mil\ll'ogr.

í. XAVIER, Iara de M. et alii subsídios para a conceituaçüo da as­

sitência de Enfermagem rumo a reforma sanitária. {evis­

ta Basileira de Enfermagem, Brasília, 411 (2/:3): 1 7 7 -lO

ahr!se!. HIl7

Referências

Documentos relacionados

Prevê-se ainda para o ano de 2016 a realização de uma operação de intervenção no espaço público: A requalificação, valorização e criação de novas centralidades

FIGURA 1: Valores médios da porcentagem de germinação de sementes de Hymenaea stigonocarpa submetidas a diferentes tratamentos pré-germinativos.. contrapartida, Souza et

O objetivo do curso foi oportunizar aos participantes, um contato direto com as plantas nativas do Cerrado para identificação de espécies com potencial

No sentido de verificar a estabilidade do efeito corona, foram preparadas 2 amostras de tecido engomado de algodão para cada tempo de tratamento corona (1 a 25 min.), sendo que

No código abaixo, foi atribuída a string “power” à variável do tipo string my_probe, que será usada como sonda para busca na string atribuída à variável my_string.. O

Dissertação apresentada ao programa de Pós-Graduação em Saúde Coletiva do Centro de Ciências da Saúde da Universidade Federal do Espírito Santo, como requisito final para

PREFEITURA MUNICIPAL DE BEBEDOURO EXTRATO DAS ATAS DE REGISTRO DE PREÇOS MODALIDADE: PREGÃO ELETRÔNICO Nº 03/2021.. OBJETO: Registro de Preços para a Aquisição de Suco

Assim, o estado de arte da Sociologia e da Antropologia brasileiras no campo da religião exige estudos que façam uso de instrumentos analíticos disponíveis na metodologia