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Larva migrans cutânea: ocorrência de casos humanos e identificação de larvas de Ancylostoma spp em parque público do município de Taciba, São Paulo.

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Academic year: 2017

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Larva

m igran s

cutânea: ocorrência de casos humanos e identificação

de larvas de

An cylostom a

spp em parque público

do município de Taciba, São Paulo

Cutaneous larva

m igra ns

: reports of pediatric cases and contamination

by

Ancylo sto m a

spp larvae in public parks in Taciba, São Paulo State

Vamilton Alvar es Santar ém1, Rogér io Giuffr ida1 e Gabr iel Ar antes Zanin2

RESUMO

De sc re ve - se a o c o rrê n c i a d e la rva migr ans c u tâ n e a e m c ri a n ç a s d e Ta c i b a , Sã o Pa u lo , Bra si l, p e lo c o n ta to c o m a re i a d e p a rq u e s p ú b li c o s, o n d e o b se rvo u - se la rva s d e Anc ylo sto ma spp. A e n f e rm i d a d e f o i c o n tro la d a a p ó s a d o ta r- se m e d i d a s e d u c a c i o n a i s sa n i tá ri a s, d e sa ti va ç ã o e i so la m e n to d o s lo c a i s p a ra re d u zi r a c e sso d e a n i m a i s e tro c a d e a re i a .

Palavr as-chave s: Anc ylo sto ma. La rva migr ans. Zo o n o se s. Pa rq u e Pú b li c o .

ABSTRACT

Cu ta n e o u s la rva migr ans i n c h i ld re n f ro m Ta c i b a , Sã o Pa u lo , Bra zi l, wa s re la te d to c o n ta c t wi th sa n d i n p u b li c sq u a re s, whe re Anc ylo sto ma spp la rva e we re de te c te d. The o u tb re a k s we re c o n tro lle d b y sa n i ta ry e du c a ti o n , te m po ra ry de a c ti va ti o n a n d i so la ti o n o f th e sq u a re s i n o rd e r to i m p e d e th e a c c e ss o f a n i m a ls a n d su b sti tu ti o n o f th e sa n d .

Ke y-wor ds: Anc ylo sto ma. La rva migr ans. Zo o n o si s. Pu b li c sq u a re s.

1 . Lab o r ató r io de Me dic ina Ve te r inár ia Pr e ve ntiva e Saúde Púb lic a do Ho spital Ve te r inár io da Unive r sidade do Oe ste Paulista, Pr e side nte Pr ude nte , SP. 2 . Lab o r ató r io de Pato lo gia Clínic a Ve te r inár ia do Ho spital Ve te r inár io da Unive r sidade do Oe ste Paulista, Pr e side nte Pr ude nte , SP.

En d e r e ço p a r a co r r e sp o n d ê n ci a : Dr. Va m ilto n Alva r e s Sa n ta r é m . Ho s pita l Ve te r in á r io /UNOESTE, Ro do via Ra po s o Ta va r e s , Km 5 7 2 , B a ir r o Lim o e ir o , 1 9 0 0 1 -9 7 0 Pr e side nte Pr ude nte , São Paulo , B r asil.

Fax: 5 5 1 8 2 2 9 -2 0 3 6 e -mail: vamilto n@ ve t. uno e ste . b r Re c e b ido par a pub lic aç ão e m 1 0 /9 /2 0 0 2 Ac e ito e m 1 3 /2 /2 0 0 4

O so lo de pr aç as e par q ue s púb lic o s c o nstitui via de tr a n s m is s ã o pa r a zo o n o s e s pa r a s itá r ia s , um a ve z q ue a eliminaç ão de fezes por c arnívoros doméstic os que têm ac esso aos loc ais de rec reaç ão públic a pode resultar na c ontaminaç ão p o r o vo s d e h e l m i n to s . Um d o s m a i s fr e q ü e n te s é o

An c ylo sto m a spp, um geohelminto que parasita c ães e gatos e, eventualmente, afe ta seres humanos, provocando a larva m igra ns

cutânea ( LMC) .

A LMC é de c o r r e nte do c o ntato dir e to da pe le do se r humano c o m a lar va do ter c eir o estádio de An c ylo sto m a spp, pr e se nte no so lo o u e m fô m ite s c o ntam inado s c o m fe ze s de c ãe s1. Apó s pe ne tr aç ão na e pide r m e , as lar vas m igr am no

te c i do s u b c u tâ n e o o c a s i o n a n do r e a ç õ e s i n fl a m a tó r i a s c ar ac te r izadas po r pr ur ido inte nso e e r upç õ e s de aspe c to se r pigino so , o b se r vadas mais fr e q üe nte me nte no s me mb r o s

inferiores, princ ipalmente nos pés, nádegas e mãos1 1 1 2, e, menos

c omumente, em outras regiões c omo o c ouro c abeludo1 0 e fac e5.

A e nfe r midade te m sido r e gistr ada e m dive r so s paíse s, pr inc ipalme nte naq ue le s de c lima sub tr o pic al e tr o pic al. No B r asil, é c ausada pe las lar vas de An c ylo sto m a b ra zi li e n se e

A. c a n i n u m, sendo mais fr eqüente na r egião lito r ânea1 3.

Embo ra não o c o rra distinç ão quanto a raç a, sexo o u idade para a síndrome da LMC, seu potenc ial zoonótic o é maior para c r ianç as, que são mais e xpo stas ao b r inc ar e m c o m so lo de loc ais que podem estar c ontaminados, c omo praias e c aixas de areia de parques de rec reaç ão1.

O objetivo dos autores deste artigo é o de relatar a oc orrênc ia de lar vas de An c ylo sto m a spp e m so lo de par que púb lic o perido mic iliar do munic ípio de Tac iba, São Paulo , B rasil, e de LMC em c rianç as do munic ípio.

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Sa nta r é m VA e t a l

RELATO DOS CASOS

No município de Taciba, região Oeste do Estado de São Paulo, foram observados pelos agentes de saúde do referido munic ípio, no ano de 2 0 0 1 , três c aso s de dermatite em c rianç as c o m aproximadamente 1 0 anos de idade. As dermatites apresentavam-se como lesões serpiginosas, com áreas de eritema e prurido intenso, principalmente na região do membro inferior dos pacientes. O diagnóstico foi confirmado pelos médicos do município como LMC e o tratamento prescrito aos pacientes, à base de tiabendazole, resultou na regressão das lesões e cura.

Em outubro do mesmo ano, a Secretaria Municipal de Saúde de Taciba solicitou ao Núcleo de Medicina Veterinária Preventiva e Saúde Pública do Curso de Medicina Veterinária da Universidade do Oeste Paulista, Presidente Prudente, São Paulo, a c olaboraç ão para investigação dos prováveis focos de contaminação e elaboração de medidas de controle aplicáveis ao município.

Durante a investigaç ão , o s agentes de saúde relataram que entr e 1 9 9 9 e 2 0 0 1 o c o r r er am a c ada mês 4 a 7 c aso s de LMC, respec tivamente, no inverno e no verão, indic ando a oc orrênc ia de sur to s no munic ípio .

Após mapeamento dos possíveis foc os de c ontaminaç ão, resolveu-se investigar o parque de recreação pública peridomicilar às residências das crianças acometidas e freqüentado pelas mesmas. O loc al, utilizado para fins esportivos, c om quadras de voleibol e futebol, e área de lazer para crianças, era constituído por caixas de areia como piso, em um total de quatro. Verificou-se que os cães e gatos errantes e doméstic os tinham livre ac esso a essas c aixas, o que justific ou a pesquisa de ovos e larvas de helmintos no solo.

Par a pe sq uisa de lar vas de he lminto s, fo r am c o lhido s aproximadamente 2 0 0 g de solo de cinco pontos diferentes de cada c aixa, c o m auxílio de um a c o lhe r- de - j ar dine ir o , e m um a profundidade de c inc o c entímetros da superfíc ie, evitando-se a c olheita de fezes e solo em um raio de um metro de distânc ia do material fecal. As amostras foram acondicionadas em sacos plásticos e mantidas sob refrigeração ( 4oC) até o momento do processamento.

Para recuperação de larvas foi adotado o método de Baermann modific ado e para a pesquisa de ovos de helmintos realizou-se a técnica de centrífugo-flutuação em solução de dicromato de sódio ( d= 1 .3 5 0 ) descrita por Dada9, utilizando-se 3 0 e 1 0 g de cada uma

das amostras c olhidas, respec tivamente. A leitura do material foi feita por mic rosc opia ótic a ( objetiva de 1 0 X) , sendo observadas dua s lâ m ina s pa r a c a da a m o str a . A ide ntific a ç ã o da s la r va s fo i realizada adotando-se as c arac terístic as morfométric as6 1 6.

Foi verific ada a presenç a de larvas de Anc ylo sto m a spp nas amostras obtidas do c ampo de futebol e da área de lazer infantil, o bser vando -se pelo meno s uma lar va em c ada lâmina. Não fo i r e c u p e r a do n e n h u m o vo de To x o c a r a o u o o c i s to s d e pr o to zo ár io s nas amo str as examinadas.

DISCUSSÃO

A o b se r vaç ão de lar vas de An c ylo sto m a spp e de c ãe s e gato s no par q ue pe r ido mic iliar ao s pac ie nte s ac o me tido s representava risc o po tenc ial para a po pulaç ão , espec ialmente

para as crianças que tinham acesso ao local. A predisposição para o desenvolvimento de LMC em crianças está associada à exposição ao solo contaminado1 de parques infantis de escolas4 e praias5. No

Brasil, pesquisadores têm desc rito a c ontaminaç ão por ovos e/ou larvas de helmintos c ausadores de larva m igra ns em solos de parques públic os2 3 6 7 9 1 5 e esc olas infantis4 1 4.

Co m b ase no s ac hado s, r e c o me ndo u-se o iso lame nto do parque públic o para troc a de areia ou pavimentaç ão das c aixas e a instalaç ão de te las ao r e do r do par que par a dific ultar o ac e sso de c ãe s e gato s. Essas me didas são indic adas par a a pr o filaxia de zo o no se s o b tidas pe lo c o ntato c o m o so lo4. Fo i

ado tada tamb é m uma po lític a vo ltada par a a e duc aç ão da c o m unida de e a c o ntinuida de da s m e dida s de vigilâ nc ia epidemiológic a empregadas pela Sec retaria de Saúde.

Após implementaç ão das medidas rec omendadas, houve desativação temporária e troca da areia de todos os parques públicos da cidade e orientação da população sobre o problema, o que resultou na redução do registro de novos casos. Planeja-se, ainda, o isolamento com tela dos parques de recreação com o objetivo de minimizar o acesso de animais e o risco da zoonose.

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