Fundação Biblioteca Nacional
Introdução
•
Esta apresentação foi baseada:
- Nos Critérios para Qualificação de Obras Raras
elaborados por uma Comissão de bibliotecárias, entre
elas Lygia da Fonseca Fernandes da Cunha, chefe do
departamento de Referência Especializada da FBN
(1976-1990), Cely de Souza Soares Pereira, chefe do
centro de Pesquisa e Treinamento em Papel e
conservadora da Biblioteca Nacional e Ana Virgínia
Pinheiro, atual chefe da Divisão de Obras raras da FBN,
e
Ordem de Serviço
12/1984
–
25/09/1984
assinada pela Diretora
da FBN Maria Alice
Barroso, baseada nos
critérios de raridade
elaborados pela
Comissão para
O Critério cronológico pode
determinar a raridade de obras
1- Obras anteriores a 1455 (manuscritos)
2- Todas as obras dos séculos XV, XVI e
XVII.
Manuscritos
Incunábulos*
–
1455-1500
*Berço da tipografia
•
Bíblia de Gutemberg
–
1455.
Essa Bíblia é considerada o Incunábulo mais importante, pois marca o início da produção de livros em massa no Ocidente. Também
Incunábulo
Bíblia de Mogúncia
• Impressa sobre pergaminho, cada página em duas colunas com 48 linhas, sendo as iniciais dos capítulos feitas à mão com tinta azul e vermelha. Trata-se da primeira obra impressa na qual aparecem data, e marca dos impressores, Fust e
Schoeffer (ex-sócios de Gutenberg), no colofão.
• Dos 216 incunábulos existentes na coleção da Biblioteca
Nacional, a Bíblia de Mogúncia é o incunábulo mais antigo. A BN possui dois exemplares desta obra.
Séculos XV-XVI
Características dos incunábulos
• Ausência de página de rosto
• Incipit
• Explicit
• Colofão
• Caracteres góticos
• Textos compactos
• Largo uso de abreviaturas
• Iluminuras
• Xilogravuras
• Texto em duas colunas
• Não eram paginados, às vezes folheados
• Emprego de Glosas
• Registros
• Assinaturas
• Reclamos
• Grandes formatos (in-fólio)
• Texto em latim (3/4 das obras)
• Livro litúrgico (a maioria)
• Literatura antiga e obras jurídicas (1/10 da produção)
Características dos
Incunábulos
- Nos incunábulos, os
impressores deram
continuidade ao costume dos escribas, que iniciavam o
texto com o INCIPIT e ao final da obra o EXPLICIT, ambos contendo muitas vezes o nome do autor e o título da obra.
Incipit
Palavra latina que significa “aqui começa”
Características dos Incunábulos
Explicit
Palavra latina que significa “aqui termina”
Características dos Incunábulos
Assinaturas
- Cada página inicial do caderno ostenta, na extremidade inferior direita sob a última linha do texto, um algarismo ousímbolo chamado “assinatura”, que indicam a ordem dos cadernos. Por
Características dos Incunábulos
Caracteres góticos; textos compactos; texto em duas colunas; não paginados, às vezes folheados; texto em latim (3/4 das obras); papel
Características dos Incunábulos
Glosa-
Explicação ou comentário ao redor de um texto de difícilCaracterísticas dos Incunábulos
Características dos Incunábulos
Reclamos
Palavra, sílaba ou parte de palavra escrita ou impressa à direita, ao pé de cada página incunábulos e livros antigos, correspondentes a
Características dos Incunábulos
Registros
- Lista de letras ou palavras, que indicavam o início de cada um dos cadernos, era fornecida pelo impressor paraCaracterísticas dos Incunábulos
Colofão
•
Palavra grega que
significa “traço final”, que
além das informações
sobre o autor e título da
obra, informava o local, o
impressor e a data de
Características dos Incunábulos
Xilogravura
Características dos Incunábulos
Iluminuras
-
Ilustração e ornamentação ao longo das margens de documentos manuscritos e da letra capitular com cores vivas, ouro e prata emSéculo XVI
•
No século XVI surge a página de rosto, como também os
ornamentos e marcas de impressores. Também neste
século a imprensa se propagou com grande rapidez, ao
mesmo tempo em que os livros assumiam uma estética
própria, em conformidade com os padrões
Século XVI
Páginas de rosto
-
As primeiras páginas de rosto completas datam do séc. XVI — onde constam título, nome doSéculo XVI
Marca do Impressor na página de rosto
Século XVI
•
Também neste século foi instituído o
Privilégio
,
concessão outorgada pelo soberano e a
C
ensura
, concessão dada pelas autoridades
eclesiásticas e governamentais que concediam
ao impressor o direito de imprimir uma
determinada obra.
Século XVI
Privilégio
–
Concessão outorgado pelo rei, que dava a um autor, tradutor, editor ou impressor direito de exclusividade para publicarSéculo XVI - Censuras
• Nihil obstat – O Nihil obstat ("nada impede") é a aprovação oficial do ponto de vista moral e doutrinário de uma obra que aspira ser publicada, realizada por um censor da Igreja Católica.
• Imprimatur – Licença de impressão autorizada por autoridade eclesiástica. Geralmente aparece impressa na página de rosto ou seu verso.
• Licença do Ordinário – Autorização concedida pelo bispo, permitindo a publicação da obra.
• Licença do Santo Ofício – Licença rigorosa e que exigia um exame detalhado da obra pelo Tribunal do Santo Ofício. O texto era lido várias vezes por diversos examinadores, que buscavam palavras que não apresentassem qualquer tipo de interpretação errônea.
Século XVI
Passagem da Xilografia para as Gravuras em Metal
A gravura em metal é o processo de gravura feito numa matriz de metal, geralmente o cobre. Gravuras com maior detalhamento,
IMPRESSÕES DOS SÉCULOS XVII E XVIII
•
No século XVII, a edição de uma obra se transforma
em indústria e o livro em objeto de comércio.
•
Neste século aparecem os grandes nomes da
literatura: Cervantes, Shakespeare, Molière, entre
outros.
•
É concedida a instalação de estabelecimentos
oficiais para tipógrafos, gravadores, impressores.
•
Podemos citar como exemplo: Typographie Royale
(França), John Baskerville (Inglaterra), Bodoni
(Itália), Ibarra (Espanha), a família Didot (França),
Oficina dos Plantin (Antuérpia) e dos Elzevir
IMPRESSÕES DO SÉCULO XVIII
• Os livros impressos se destacaram mais pelas ilustrações do que pelo texto em si.
• Os gravadores franceses do século XVIII, além das ilustrações que faziam, contribuíram para a decoração dos livros nas
páginas de rosto gravadas, nas cercaduras, letras iniciais, etc.
• O mentor dessa escola de decoração foi Pierre Choffard, como
podemos observar na edição dos “Contes de la Fontainne”, 1762, e na “Metamorphoses de Ovídio” impressa entre 1767 e
1771.
PRIMEIRAS IMPRESSÕES
BRASIL - SÉC. XIX
•
Em relação ao Brasil, sobretudo nos estados, a
produção gráfica se desenvolve a partir do Segundo
Reinado; por esta razão estende-se o conceito de
obra rara até 1841.
•
Até a Independência do Brasil em 1822 a Impressão
Régia mantinha o monopólio da imprensa no Rio de
Janeiro.
PRIMEIRAS IMPRESSÕES BRASIL - SÉC. XIX
• A tipografia oficial no Brasil data de 13 de maio de 1808 com a criação da
Impressão Régia, por D. João VI. O primeiro folheto impresso foi “Relação dos
despachos publicados na corte pelo expediente da Secretaria de Estado dos Negócios Estrangeiros.... Rio de Janeiro, em 13 de maio de 1808 na Impressão
PRIMEIRAS IMPRESSÕES BRASIL - SÉC. XIX
PRIMEIRAS IMPRESSÕES BRASIL - SÉC. XIX
Os Primeiros Jornais Impressos no Brasil
Raridade pelo significado social e importância histórica
• Corte (RJ) – 1808 - Gazeta do Rio de Janeiro
• Bahia – 1811- Idade d’Ouro do Brasil (Silva Serva)
• Pernambuco – 1821 - Aurora Pernambucana
• Maranhão - 1821 - O Conciliador do Maranhão
• Pará - 1822 - O Paraense
• Minas Gerais – 1823 - O Compilador Mineiro
• Ceará – 1824 - Diário do Governo do Ceará
• Paraíba – 1826 - Gazeta do Governo da Paraíba do Norte
• São Paulo – 1827 - O Farol Paulistano
• Rio Grande do Sul – 1827 - Diário de Porto Alegre
• Rio de Janeiro (Niterói) – 1829- O Eco na Villa Real da Praia Grande
• Goiás- 1830 - Matutina Meyapontense
• Alagoas – 1831- Íris Alagoense
• Santa Catarina – 1831- O Catharinense
• Rio Grande do Norte – 1832 - O Natalense
• Sergipe – 1832 - Recopilador Sergipano
• Espírito Santo – 1849 - Correio da Victoria
• Amazonas – 1851 - Cinco de Setembro
• Paraná – 1854 - O Dezenove de Dezembro
• Acre – 1902 - El Acre
EDIÇÕES CLANDESTINAS
• As Edições Clandestinas ocorrem por motivos morais, religiosos, políticos ou por pirataria editorial.
• Através de estudos, constatamos a existência de tentativas de tipografia no Brasil, com os holandeses, Jesuítas, mas certeza
temos no Rio de Janeiro em 1747 com Antônio Isidoro da Fonseca,
tipógrafo de Lisboa, que realizou seu trabalho imprimindo “Relação
da Entrada que fez (…) D. Fr. Antonio do Desterro Malheyro
Bispo do Rio de Janeiro em o primeiro dia deste prezente Anno
de 1747(…) / composta pelo doutor Luiz Antonio Rosado da
Cunha, Juiz de Fóra, e Provedor dos defuntos, e auzentes, Capella, e Residuos do Rio de Janeiro, impressa no Rio de Janeiro, em 1747, na Segunda Officina de Antonio Isidoro da
Fonsseca, (…)”.
• Em 6 de julho de 1747, pela ordem Régia – seriam confiscadas
“todas as letras de imprensa, que fossem encontradas no estado do
Brasil, e intimava a seus donos e aos oficiais impressores a
proibição de imprimirem qualquer livro ou papel avulso, sob pena de
serem presos e remetidos para o reino.” Com isso a tipografia de
EDIÇÕES DE TIRAGENS REDUZIDAS
•
Edições limitadas, em papel especial, numerados
e geralmente assinados. Podem incluir a
indicação do proprietário para o exemplar
numerado.
Século XX
ANDRADE, Carlos Drummond. 1975.
Amor,
Século XX
Edições Numeradas
e Assinadas
EDIÇÕES ESPECIAIS DE LUXO
PARA BIBLIÓFILOS
•
Edição feita nos moldes dos livros
antigos.
•
Papel de boa qualidade, folhas soltas ou
em cadernos, ilustradas por algum artista
de renome, geralmente
in folio
e
colocadas em caixas, com tiragem
limitada e podem ter a assinatura do
autor.
•
São obras do século XX com as riquezas
EXEMPLARES DE COLEÇÕES ESPECIAIS EM REGRA
GERAL COM BELAS ENCADERNAÇÕES E EX-LIBRIS
• A Real Bibliotheca trazida com D. João VI para o Brasil, foi a Coleção que iniciou o acervo da Biblioteca Nacional; Coleção Thereza Christina Maria, doada por D. Pedro II, foi a maior
doação recebida; além da Coleção J. A. Marques, Araujense (Conde da Barca), Diogo Barbosa Machado, entre outras.
• Muitas vezes uma obra não é considerada rara isoladamente, mas o fato de pertencer a um fundo faz com que se torne rara, pelo seu conjunto e por sua história.
• Os Ex Libris e Carimbos são marcas de propriedades que irão
identificar uma personalidade ou coleção, documentando e comprovando sua origem.