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Digestibilidade do cálcio de fontes minerais avaliadas em suínos

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ANA LÚCIA ALMEIDA SANTANA

DIGESTIBILIDADE DO CÁLCIO DE FONTES MINERAIS AVALIADAS EM SUÍNOS

VIÇOSA

MINAS GERAIS – BRASIL 2013

(2)

Ficha catalogháfica phepahada pela Seção de Catalogação e Classificação da Biblioteca Centhal da UFV

T

Santana, Ana Lúcia Almeida,

1986-S232d Digestibilidade do cálcio de fontes minerais avaliadas em 2013 suínos / Ana Lúcia Almeida Santana. – Viçosa, MG, 2013.

ix, 27f. : il. ; 29cm.

Orientador: Juarez Lopes Donzele.

Dissertação (mestrado) - Universidade Federal de Viçosa. Referências bibliográficas: f. 22-27.

1. Suíno - Nutrição. 2. Suíno - Alimentação e rações. 3. Digestibilidade. 4. Minerais na nutrição animal. 5. Cálcio na nutrição animal. 6. Coleta de fezes. I. Universidade Federal de Viçosa. Departamento de Zootecnia. Programa de Pós-Graduação em Zootecnia. II. Título.

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ANA LÚCIA ALMEIDA SANTANA

DIGESTIBILIDADE DO CÁLCIO DE FONTES MINERAIS AVALIADAS EM SUÍNOS

APROVADA: 01 de março de 2013

_________________________________ _________________________________ Alexandre de Oliveira Teixeira Melissa Izabel Hannas

(Coorientador) (Coorientadora)

_________________________________ Vanusa Patrícia de Araujo Ferreira

_________________________________ Juarez Lopes Donzele

(Orientador)

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ii

A Deus, criador de todas as coisas, centro da minha vida, fiel e inseparável amigo.

Aos meus amados pais, Januário e Lúcia.

Aos meus irmãos, Adriana, Reginaldo, Rodrigo e Ariadne.

Ao meu amado esposo Flávio.

Em especial, ao amigo e professor Jair (em memória).

DECICO ESTE TRABALHO

“A paz é o resultado das suas escolhas, A harmonia é a consequência dos seus atos e

O milagre é a confirmação da sua fé.”

“Nenhum número de experiências, por muitas que sejam,

podem provar que tenho razão. Mas será suficiente uma só experiência,

para demonstrar que estou equivocado.”

(Albert Eintein)

“Quanto mais o ser humano se afasta de Deus, mais ele se aproxima do nada!” (São Tomás de Aquino)

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iii

AGRADECIMENTOS

A DEUS, por ser o centro da minha vida, condutor dos meus passos e luz na minha escuridão, fortaleza da minha fraqueza e equilíbrio da mente e da alma. Pelo amor e cuidado incondicional. E a Nossa Senhora das Graças pela proteção e interseção!

Aos meus amados pais, Januário e Lúcia, pelo amor incondicional, por acreditar em mim mais do que eu mesma e compreender minha ausência, pelos conselhos e amor.

Aos meus queridos irmãos, Adriana, Reginaldo, Rodrigo e Ariadne (a filha que Deus me deu), pelos momentos de descontração, pelas histórias no fundo da casa, conselhos. Amo muito vocês!

Ao meu amado esposo Flávio, presente de Deus na minha vida, pelo apoio e compreensão em todos os momentos. Por estar sempre do meu lado e me fazer tão feliz! Amo muito você!

Ao meu coorientador Profº Alexandre de Oliveira Teixeira pela dedicação, atenção, paciência e ajuda. Muito obrigada por tudo professor! Que Deus permaneça iluminando seus passos!

Aos professores Darci Clementino, Juarez Donzele e Melissa Hannas, pela orientação, disponibilidade e atenção! Muito obrigada!

Toda minha família Almeida e Santana por tudo. Em especial, aos meus primos e irmãos em Cristo Ene, Nina, Rafa, Ricardo e Ailton, obrigada por terem estado do meu lado no momento mais difícil de toda a minha vida, jamais esquecerei tudo que fizeram por mim, pelo meu irmão, pela minha família...

Aos irmãos que Deus me presenteou, Cristiane Duarte (Cris), Eliane Leal (Lica),

Poliana Coqueiro (Poli), Carolina Filarde (Carol), Rosana Maia (Rô), Camila Brasil! Eu amo muito vocês! Agradeço a Deus por ter me presenteado com vocês! “Só existe uma coisa melhor do que fazer novos amigos: conservar os velhos!”

À Universidade Federal de Viçosa e ao Departamento de Zootecnia pela oportunidade e apoio para o desenvolvimento do meu trabalho.

À Fundação de Amparo a Pesquisa do Estado de Minas Gerais, pela concessão da bolsa, o que facilitou a minha estadia tão longe de casa.

Aos meus amados mestres da UFRB, por não ter me deixado sozinha, mesmo tão distante, sempre mantendo contato, em especial, agradeço ao professor Jair de

Araújo Marques (em memória), que muito me apoiou, ensinou, enxugou por muitas

vezes minhas lágrimas. Amo muito cada um de vocês!

Aos amigos, Guisela, Neto, David, Daiana, Amanda (chata), Magna, Alex,

Santiago... muito obrigada por tudo, pelos momentos de risos e descontração. Já

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iv

Todos os funcionários do Setor de Suinocultura da UFV, em especial ao Dedeco; do Laboratório de Nutrição Animal, Valdir, Mário, Plínio, Monteiro e Vera e, do DZO, especialmente seu Adilson, Venâncio e Fernanda. Muito obrigada por tudo!

Aos professores do DZO pelo conhecimento adquirido, em especial, aos professores Juquinha e Claudio por me receber como filha.

Ao MUR e MOCL pela recepção e companheirismo, por me levar para mais perto de Deus. Especialmente ao GOU Imaculado Coração de Maria!

Aos amigos Ana Carolina, Poliana Farias, Elma, Simone, Dani, Paty, Zezinho! Muito obrigada pelas gargalhadas, partilhas... amo muito vocês!

Aos meus avós, Otávio e Sabino (em memória), Elísia e Heloína, pela criação e direcionamento.

E por fim, não menos importante, agradeço aos meus irmãos Rodrigo e Ariadne e, ao meu esposo Flávio por terem se deslocado da Bahia para me ajudar na execução do projeto, sem vocês eu não sei o que teria sido de mim. A execução do meu trabalho se tornou mais fácil com vocês ao meu lado que, mesmo não sabendo o que estavam fazendo na teoria, foram impecavelmente práticos. Obrigada!

(7)

v

BIOGRAFIA

Ana Lúcia Almeida Santana, filha de Januário Nunes Santana e Lúcia

Almeida Santana, nasceu na cidade de Santo Antônio de Jesus, interior da Bahia, em

28 de maio de 1986.

Em março de 2006 iniciou o curso de graduação em Zootecnia pela

Universidade Federal da Bahia, Campus de Cruz das Almas, a qual foi

institucionalizada em 2007, passando para Universidade Federal do Recôncavo da

Bahia, onde concluiu o curso em cinco de fevereiro de 2011.

Em fevereiro de 2011 ingressou no curso de Pós-graduação na Universidade

Federal de Viçosa, em Viçosa – MG, nível de mestrado, pelo programa da Zootecnia na área de Nutrição e Produção de Monogástrico, concluindo-o em primeiro de

(8)

vi

INDICE

Lista de tabelas ... 8

Resumo ... 9

Abstract ... 10

Introdução ... 11

Revisão de literatura ... 12

1. Minerais: Aspectos gerais ... 12

2. Absorção e homeostase do cálcio ... 14

2.1. Transporte paracelular (passivo) ... 15

2.2. Transporte transcelular (ativo) ... 15

3. Fontes de cálcio utilizadas na formulação das dietas ... 17

4. Digestibilidade e disponibilidade das fontes de cálcio ... 18

5. Granulometria das fontes de cálcio ... 20

6. Solubilidade dos fosfatos ... 21

Material e Métodos ... 23

Resultados e discussão... 28

Conclusão ... 31

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vii

LISTA DE TABELAS

Tabela 1. Composição dos tratamentos...23

Tabela 2. Composição centesimal e calculada da dieta basal...24

Tabela 3. Composição e relação entre minerais dos tratamentos experimentais...25

Tabela 4. Percentual de substituição da ração basal pelos suplementos...25

Tabela 5. Distribuição do tamanho de partículas das fontes de cálcio e do diâmetro geométrico médio (DGM)...29

Tabela 6. Parâmetros relacionados ao metabolismo do cálcio de diferentes fosfatos método de coleta de fezes total e com o uso do indicador...29

(10)

viii

RESUMO

SANTANA, Ana Lúcia Almeida, M. Sc., Universidade Federal de Viçosa, março de 2013. Digestibilidade do cálcio de fontes minerais avaliadas em suínos. Orientador: Juarez Lopes Donzele. Coorientador: Alexandre de Oliveira Teixeira.

Objetivou-se determinar os coeficientes de digestibilidade aparente e

verdadeiro de cálcio em diferentes fontes minerais para suínos utilizando duas

metodologias. Foram utilizados 42 suínos híbridos machos castrados, com peso

inicial de 30kg ± 2,8kg, distribuídos em delineamento em blocos casualizados num

arranjo fatorial (2 x 7), sendo duas metodologias e sete tratamentos, os quais

compreenderam uma dieta basal (DB) e seis dietas contendo diferentes fontes de

cálcio, com quatro repetições por tratamento e um suíno por unidade experimental.

Os animais foram alojados em gaiolas de metabolismo por 12 dias para coleta de

fezes e urina. Não houve interação entre os fatores estudados. Não houve diferença

(P>0,05) entre as fontes de cálcio para os coeficientes de digestibilidade verdadeira

pelo método de coleta total. Houve diferença entre as fontes de minerais para os

coeficientes de digestibilidade aparente e verdadeira pelo método do indicador fecal

(P<0,05). Os valores médios dos coeficientes de digestibilidade verdadeira,

determinado pelo método de coleta total foram: calcário calcítico – 81,89%; Fosfato bicálcio A – 77,52%; Fosfato bicálcico B – 85,08%; Fosfato microgranulado A 80,89%; Fosfato microgranulado B 83,52%; Fosfato microgranulado C 86,85% e

pelo método do indicador fecal: calcário calcítico – 83,06%; Fosfato bicálcio A – 84,22%; Fosfato bicálcico B – 86,23%; Fosfato microgranulado A 82,42%; Fosfato microgranulado B 84,78%; Fosfato microgranulado C 89,86%, respectivamente.

Ambos os métodos de coleta fecal podem ser utilizados na determinação da

(11)

ix

ABSTRACT

SANTANA, Ana Lúcia Almeida, M. Sc., Universidade Federal de Viçosa, March, 2013. Calcium digestibility in mineral sources for pigs. Adviser: Juarez Lopes Donzele. Co-adviser: Alexandre de Oliveira Teixeira.

The purpose of this study was to determine the apparent total tract digestibility of

Calcium and the true total tract digestibility of Calcium in different sources of

minerals to pigs. A total of 42 barrows with average initial weight of 30 kg ± 2,8 kg

were used. The pigs were divided into experimental design of randomized blocks in a

factorial diagram (2X7) with two methodologies and seven treatments. The

treatments were one basal diet and six diets containing different sources of Calcium,

four replicates and one pig as experimental unit. The animals were allocated in

metabolism cages by 12 days for feces and urine collection. Has had no interaction

among study factors. Has had no difference (P>0,05) among the sources of Calcium

for the true total tract digestibility by total collection of feces method. Has had

difference (P<0,05) among mineral sources for the total tract digestibility and for the

true total tract digestibility by fecal indicator method. The true total tract digestibility

by total collection method was in percent (%): Limestone -81,89; Dicalcium

phosphate A -77,52; Dicalcium phosphate B – 85,08; Granulated phosphate A – 80,89; Granulated phosphate B – 83,52; Granulated phosphate C – 86,85. The true total tract digestibility by fecal indicator method was in percent (%): Limestone – 83,06; Dicalcium phosphate A – 84,22; Dicalcium phosphate B – 86,23; Granulated phosphate A – 82,42; Granulated phosphate B – 84,78; Granulated phosphate C – 89,86. Both methods can be used to determine the digestibility of Calcium in diets to

(12)

1

INTRODUÇÃO

O cálcio é essencial para todos os seres vivos, sendo o elemento de maior

concentração no organismo. A maior parte do cálcio presente no organismo constitui

o esqueleto (99%) e o restante (1 a 2%) encontra-se distribuída nos tecidos e fluídos

corporais, na forma ionizada (Ca2+) fisiologicamente ativa e na forma não ionizada,

unido a proteínas, principalmente a albumina. O cálcio plasmático está envolvido em

vários processos fisiológicos, como regulação da atividade de sistemas enzimáticos,

funções neurais, contração muscular e demais funções reguladoras do organismo

(Leenson & Summers, 2001; Bertechini, 2006).

Os minerais não são sintetizados pelo organismo e precisam ser fornecidos

via dieta (Maiorka e Macari, 2002), sendo os alimentos naturais, de origem vegetal

ou animal, a principal fonte, porém, nem sempre esses alimentos disponibilizam a

quantidade para atender a necessidade do organismo (Fiorini, 2008). A

suplementação do cálcio está em função dos ingredientes das rações, pois a

concentração deste mineral varia com os alimentos fornecidos como fonte de cálcio,

além de fatores intrínsecos do animal, como potencial genético, sanidade, demais

nutrientes presentes na ração, dentre outros fatores (Mc Dowell, 1992), o que

favorece ou não a digestibilidade e consequentemente a disponibilidade do mineral

para o organismo.

Um dos problemas na alimentação dos suínos está relacionado com a

digestibilidade dos minerais, pois nos principais ingredientes da dieta, milho e soja,

boa parte desses encontram-se complexados com o ácido fítico (Selle et al., 2006),

tornando necessário a inclusão de fonte inorgânica na ração. Entretanto, as

características físicas e químicas da fonte pode afetar negativamente a digestibilidade

e consequentemente a disponibilidade do mineral. A solubilidade da fonte, por

exemplo, é comprometida em pH tendendo ao básico, encontrado no intestino do

animal, o que dificulta sua absorção (Bronner, 1998) comprometendo a

digestibilidade. A granulometria e a relação cálcio:fósforo da dieta também podem

comprometer a digestibilidade do mineral.

Alguns métodos de coleta fecal têm sido utilizados para determinação da

digestibilidade dos alimentos e nutrientes, dentre eles, para monogástricos, estão os

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2

métodos direto e indireto, respectivamente, entretanto, os dados obtidos ainda são

contraditórios.

A literatura é escassa de estudos conduzidos para elucidar a digestibilidade

verdadeira das fontes de cálcio utilizadas nas dietas para suínos. Uma vez tendo

valores reais da digestibilidade dos minerais para as espécies monogástricas, a

inclusão nas dietas poderia ser reduzida e o espaço disponibilizado para inclusão

destes seria preenchido por energia e/ou proteína, minimizando ainda a poluição

ambiental pelo excesso de mineral na excreta.

Desta forma, objetivou-se determinar os coeficientes de digestibilidade

aparente e verdadeiro do cálcio em diferentes fontes de minerais utilizando duas

metodologias.

REVISÃO DE LITERATURA

1. MINERAIS: ASPECTOS GERAIS

Todos os organismos vivos apresentam quantidades variáveis de minerais,

que são necessários para manter seu metabolismo fisiológico. Por isso, os minerais

são de grande importância para o desenvolvimento das espécies. Constantemente tem

se buscado a quantidade e a forma ideal de suplementação mineral na dieta, uma vez

que a sua deficiência pode causar prejuízos ao organismo animal (Maiorka e Macari,

2002).

Os minerais não podem ser decompostos ou sintetizados por reações

químicas, sendo necessária a suplementação nas dietas dos animais. Em termos

nutricionais, aqueles minerais que são necessários em grandes quantidades pelos

organismos são classificados como macrominerais, enquanto que outros minerais

necessários em menor quantidade são classificados como microminerais ou

elementos traços. É importante salientar que, apesar de microminerais serem

(14)

3

fundamental em várias rotas metabólicas essenciais para o crescimento e a vida

(Maiorka e Macari, 2002).

O cálcio (Ca+2), classificado como macromineral, é um metal de baixa

dureza, prateado, que reage facilmente com o oxigênio do ar e com a água. Na

natureza é encontrado principalmente como constituinte de rochas, como calcáreos,

mármore (CaCO3), gipso (Sulfato de cálcio ou gesso - CaSO4.2H2O) e fluorita

(CaF2). Ocorrendo também em dentes, cascas de ovos, pérolas e nas conchas de

muitos animais marinhos, sendo considerado o quinto elemento mais abundante da

terra (Peixoto, 2004).

É um elemento essencial para todos os seres vivos, o mais abundante no

organismo, considerado como um dos principais constituintes dos ossos (99%) e

apenas 1 a 2% dos demais tecidos corpóreos (McDowell, 1992).

Essa pequena fração (1 a 2%), encontram-se distribuídos nos tecidos e

fluídos corporais, na forma de íons livres, ligados a proteína do soro e complexados a

ácidos orgânicos ou inorgânicos (Gonzáles & Silva, 2006), apresentando importantes

funções no organismo animal, como manutenção da permeabilidade normal das

células, auxiliando na contração muscular, transmissão do impulso nervoso, ativação

e estabilização de sistemas enzimáticos e outras funções reguladoras do organismo.

Quando necessário, o osso é reabsorvido para liberar cálcio para estas funções e

repor o cálcio perdido diariamente (Bertechini, 2006).

Ou seja, com uma dieta pobre em cálcio, o organismo recorre aos ossos para

suprir a sua necessidade metabólica e com isto pode desenvolver a osteoporose

-distúrbio osteometabólico caracterizado pela diminuição da densidade mineral óssea

(DMO) (Peixoto, 2004). Por isso, sua concentração plasmática é cuidadosamente

mantida dentro de uma faixa estreita (9-11 mg/100mL), de modo que sua

concentração extracelular na forma ionizada é cerca de 10.000 vezes maior que sua

concentração no interior da célula.

O nível plasmático do cálcio é regulado pelo efeito integrado dos hormônios

calcitonina e paratormônio (PTH) e pela vitamina D (1,25 - dihidroxicolecalciferol

DHC) no trato gastrointestinal e rins e tamponado por grandes quantidades de cálcio

de reserva, principalmente no osso. Praticamente metade do cálcio plasmático está na

forma de cálcio livre ionizado (Ca2+) fisiologicamente ativo nos tecidos alvo. Cerca

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4

está na forma não ionizada, ligados reversivelmente a proteínas plasmáticas (80%

está ligado as albuminas e 20% as globulinas) (Eaton & Pooler, 2006).

O fornecimento de cálcio para os animais ocorre através das dietas, e sua

suplementação está em função dos ingredientes das rações, pois a concentração deste

mineral varia com os alimentos fornecidos como fonte de cálcio, além do potencial

genético do animal, níveis de energia das dietas, condições ambientais, sanidade do

animal, demais nutrientes presentes na ração, dentre outros fatores (Mc Dowell,

1992).

Os alimentos de origem vegetal, normalmente milho e soja, constituem a

base da alimentação dos monogástricos e possuem teores insuficientes de cálcio para

suprir as exigências nutricionais, pois o fósforo destes ingredientes está na forma de

fitato, complexando outros minerais e nutrientes tornando-os pouco disponível para

suínos. Desta forma, há necessidade de fazer uma suplementação de cálcio na dieta

para atender estas exigências (Guinotte et al. 1991; Sá et.al., 2004).

A resposta dos animais ás concentrações dos minerais na dieta pode ser de

três maneiras: níveis muito baixos podem acarretar em sinais de deficiência;

quantidades intermediárias resultam em manutenção da homeostase e podem

proporcionar alguma reserva nos tecidos; e, níveis muito acima dos requeridos

podem acarretar em sinais de toxicidade. Os sinais de deficiência e toxicidade

causados pela falta ou excesso do mineral são difíceis de ser evidenciados no início,

por isso o conhecimento do limite entre esses dois extremos deve ser constantemente

observado quando se busca manter o equilíbrio fisiológico animal (Maiorka e

Macari, 2002).

2. ABSORÇÃO E HOMEOSTASE DO CÁLCIO

A absorção de cálcio ocorre ao longo de todo intestino delgado (Hoenderop

et al, 2005), principalmente no duodeno e jejuno, por dois mecanismos distintos, o

transporte paracelular (passivo) e transcelular (ativo), garantindo ao organismo um

adequado suprimento de cálcio, sem que ocorra excesso. A velocidade de absorção

do cálcio é maior do que os demais íons, exceto o sódio. Sua absorção pode ser

(16)

5

dieta, como tamanho de partícula, vitamina D e a relação Ca:P da dieta (Bertechini,

2006). Como a maioria dos nutrientes, quanto maior a necessidade maior é a

absorção, isto até determinado nível de ingestão. Esta absorção é facilitada pelo

baixo pH, necessário para a solubilidade destes elementos químicos (Hays &

Swenson, 1996).

2.1- Transporte paracelular (passivo)

O transporte passivo de cálcio, sistema não saturável, é a passagem de Ca2+

pelo epitélio, sem gastos de energia, mas, extremamente dependente do gradiente

eletroquímico. É a principal forma de absorção deste mineral e ocorre ao longo de

todo trato gastrointestinal através das junções firmes – espaços intercelulares existentes entre as camadas de células individuais que formam o epitélio (Hoenderop

et al., 2005).

Numa dieta com alto nível de cálcio solúvel ou em concentração adequada,

há uma rápida absorção no intestino por esta via, em função do gradiente

eletroquímico favorável (Bronner, 1998), com isso ocorre a elevação do cálcio iônico

no sangue e inibição do apetite (Lobaugh et al., 1981).

Esta via de absorção depende não só de um gradiente de concentração

favorável, como também do tempo de permanência da digesta no lúmen intestinal, da

solubilidade do mineral no intestino e pH ideal. O Ca2+ das fontes inorgânicas, assim

como CaCO3, calcário, casca de ostras e fosfatos de cálcio, podem ser rapidamente

solubilizados pelo meio ácido do estômago (Klasing, 1998).

2.2- Transporte transcelular (ativo)

O transporte ativo de cálcio, sistema saturável, é regulado pela entrada de

cálcio no organismo. Diferente do transporte passivo, requer energia metabólica para

que ocorra, é dependente da vitamina D e ocorre essencialmente no duodeno e jejuno

(17)

6

carreadores específicos dependentes da dihidroxicolecalciferole pH adequado nestes

segmentos intestinais (Hoenderop et al., 2005). Com baixo consumo de cálcio na

ração, a absorção de Ca2+ acontece principalmente através da via transcelular

(Bronner, 2003).

O transporte transcelular ocorre através do enterócito em três etapas,

entrada, difusão e extrusão. A eficiência do transporte de cálcio é dependente das

proteínas ligadoras, dos transportadores e da bomba, além de ser modulada pela

idade, vitamina D e concentração do mineral na dieta (Brown et al., 2005). A forma

ativa da vitamina D (DHC) é que estimula as etapas do transporte transcelular pelo

aumento da expressão dos transportadores de cálcio, da proteína de ligação e do

sistema de expulsão (Hoenderop et al., 2005). Ela atua sobre o DNA do enterócito,

induzindo a produção do RNAm, responsável pela codificação da proteína

transportadora do cálcio através da membrana celular.

A homeostase do cálcio no organismo é mantida pela ação combinada da

absorção de Ca2+ no intestino, reabsorção nos rins e trocas nos ossos (Hoenderop et

al., 2005). A presença de receptores de membrana Ca-sensíveis nesses órgãos é

fundamental para essa regulação e para o adequado desenvolvimento esquelético

(Chang et al., 2008).

A concentração de cálcio no sangue e nos tecidos deve ser mantida

constante, porém, sabe-se que ocorre uma troca contínua entre o cálcio do plasma

sangüíneo e dos ossos, portanto, o cálcio dietético absorvido seria responsável pelo

aumento na concentração desse íon na corrente sanguínea se não fosse a rápida

deposição mineral no tecido ósseo (Junqueira & Carneiro, 2004).

Em situações de baixa concentração sanguínea, ocorre a mobilização do

cálcio dos ossos para o sangue no intuito de manter o equilíbrio orgânico e essa

mobilização do cálcio é feita por dois mecanismos. O primeiro é a transferência dos

íons dos cristais de hidroxiapatita para o líquido intersticial, do qual o cálcio passa

para o sangue e, o segundo mecanismo, sendo de ação lenta, ocorre pela ação do

paratormônio (PTH) no tecido ósseo. O PTH aumenta o número de osteoclastos e a

reabsorção da matriz óssea, liberando fosfato de cálcio e aumentando a calcemia,

atua sobre os rins diminuindo a excreção de fósforo e estimulando a síntese de

(18)

7

Outro hormônio que atua no metabolismo do cálcio para manter normal o

seu nível no plasma é a calcitonina, produzido pelas células parafoliculares da

tireóide, que age inibindo a reabsorção da matriz óssea e, portanto, a mobilização do

cálcio. O estímulo para sua secreção é dado quando os níveis de cálcio estão

elevados no sangue (Maiorka e Macari, 2002; Junqueira e Carneiro, 2004).

A homeostase do cálcio no fluido extracelular também sofre efeito da

vitamina D, que possui papel importante no metabolismo do cálcio e fósforo, sendo

que a deficiência de cálcio pode ser devido à carência desse mineral na dieta ou à

falta de vitamina D, responsável pela absorção intestinal do mesmo (Pinheiro, 2009).

3. FONTES DE CÁLCIO UTILIZADAS NA FORMULAÇÃO DAS DIETAS

As fontes de minerais podem ser classificadas em alimentos, quando são de

origem vegetal e animal e em suplementos minerais, quando originados de rochas,

por exemplo. Entretanto, existe uma alta variação na concentração de minerais nos

alimentos, devido à variabilidade nos grãos em decorrência de diferenças no solo de

origem e fertilização artificial.

Das fontes de cálcio de origem animal, as principais são as farinhas de carne

e ossos, vísceras de aves, peixe, ossos calcinada e ostras e, dentre as fontes

inorgânica estão os fosfatos monocálcico, monobicálcico, bicálcico e tricálcico

(Rostagno et al., 2011). Todas essas fontes são utilizadas na formulação de dietas

para monogástricos, variando normalmente a quantidade utilizada, visto que, há

diferenças na concentração deste mineral em função da fonte utilizada, quanto sua

forma física e química.

O cálcio e o fósforo encontram-se presente na maioria dos alimentos, mas

estão disponíveis principalmente nos ingredientes de origem animal e mineral, uma

vez que a maioria dos cereais e grãos apresenta baixos teores de cálcio e fósforo

devido à complexação com o ácido fítico. A presença de ácido fítico na dieta reduz

substancialmente a disponibilidade do cálcio, uma vez que este é absorvido na forma

iônica e o ácido fítico se liga a essa forma, originando compostos insolúveis (fitatos),

(19)

8

produz essa enzima, a quantidade de mineral excretado, principalmente pelas fezes, é

aumentada (McDoweel, 1992).

O uso correto de cálcio na nutrição animal tem sido motivo de grande

preocupação dos profissionais que atuam na área de nutrição de monogástricos,

devido a que suas exigências são expressas em cálcio total, apresentam baixo custo e

toxicidade, resultando em altos níveis nas rações para os animais. A conseqüência

desta prática é que o cálcio em excesso pode agir como antagonista, formando

quelatos insolúveis e dificultando a absorção dos outros minerais especialmente do

fósforo (McDonald, 1993).

Nas tabelas brasileiras elaboradas por Rostagno et al. (2011) para aves e

suínos, estão discriminadas algumas fontes de cálcio utilizadas na alimentação desses

animais e, o conteúdo de cálcio de cada uma delas. Sendo que os fosfatos tricálcico e

de algumas rochas, o calcário calcítico e as farinhas de ossos calcinada e de ostras

apresentam um percentual de cálcio acima de 30%.

4. DIGESTIBILIDADE E DISPONIBILIDADE DAS FONTES DE CÁLCIO

A digestibilidade de um alimento, expressa em porcentagem, representa o

coeficiente de absorção de um nutriente, isto é, o percentual do que foi absorvido em

relação ao que foi ingerido.

Para determinar a digestibilidade das fontes de cálcio é importante

considerar a diferença quanto à composição química e física da fonte estudada. A

granulometria e a solubilidade desses ingredientes, por exemplo, são características

fundamentais que interferem na digestibilidade do alimento. Normalmente alimentos,

cujas partículas são maiores, permanecem por mais tempo no organismo do animal

(Bertechini, 2006)tornando-o mais digestível e consequentemente mais disponível se

comparado àqueles na forma de pó.

A biodisponibilidade é inversamente proporcional à excreção do mineral

pelas fezes e urina. Representa a fração do alimento ingerido que foi digerido e

efetivamente utilizado pelo organismo do animal. A biodisponibilidade é entendida

como a quantidade do mineral presente na dieta que está prontamente disponível para

(20)

9

biodisponibilidade tenta incluir os efeitos de vários eventos metabólicos, como

digestibilidade, solubilização, absorção, entrada nos órgãos e liberação,

transformação enzimática, secreção e excreção. Com exceção da digestibilidade e

solubilização, a mensuração dos demais eventos torna-se difícil (Bronner, 1993).

A biodisponibilidade das fontes de cálcio influencia no nível de

suplementação, pois as fontes de origem vegetal apresentam menor

biodisponibilidade que as de origem animal e estas menos ainda que as de origem

mineral, exceto em relação a alguns quelatos orgânicos pela variabilidade em sua

eficiência ou velocidade absortiva (McDowell, 1992).

A análise química de um mineral num alimento ou mistura mineral não

fornece informação sobre a disponibilidade do mineral para os animais. O termo

“biodisponibilidade” é definido como o grau de absorção de um nutriente ingerido de

uma forma que possa ser utilizado pelo metabolismo do animal. Digestibilidade,

absorção aparente ou retenção são muitas vezes usados como sinônimos para

descrever quanto um nutriente pode ser utilizado pelos tecidos do animal

(Ammerman et al., 1995).

Os dados de digestibilidade de cálcio das diferentes fontes de fosfatos

sofrem variações em função de alguns fatores, como a granulometria e solubilidade.

Para avaliar corretamente a utilização dos fosfatos como fonte de cálcio para suínos,

é necessário conhecer a composição química da fonte, a padronização da

composição, a biodisponibilidade e digestibilidade dos nutrientes (Teixeira et al.,

2004a,b,c), os efeitos sobre o desempenho dos animais (Teixeira et al., 2005a) e os

perigos da ingestão de produtos oriundos desses animais (Teixeira et al., 2005b).

A disponibilidade do cálcio depende de vários fatores, entre eles, espécie,

estado fisiológico, idade, fontes de cálcio, tipo de dieta e consumo. A disponibilidade

do cálcio diminui com o aumento de ingestão. Quando a ingestão de cálcio ultrapassa

seus requisitos, a absorção declina independente da disponibilidade das fontes (NRC,

1998).

Na literatura, existe carência de informações sobre a digestibilidade do cálcio

em função da estrutura química (tricálcico, bicálcico ou monocálcico), granulometria

e solubilidade dos fosfatos, determinadas com suínos com alto potencial genético de

deposição de músculo, visto que é recente a introdução desses genótipos no mercado.

Logo, o conhecimento dos valores da digestibilidade verdadeira e relativa do

(21)

10

a formulação de rações na base de cálcio:fósforo digestível, sendo mais próximo das

exigências deste nutriente para os animais.

5. GRANULOMETRIA DAS FONTES DE CÁLCIO

Os dados de digestibilidade de cálcio nas diferentes fontes de fosfato variam

em função de diversos fatores, dentre eles, a característica física da fonte testada.

Entre as características físicas, o tamanho da partícula é responsável pela

variabilidade nos resultados encontrados de digestibilidade do mineral. Para Potter

(1988) é fundamental verificar o grau de moagem dos fosfatos e enfatiza que, sendo

maior o tamanho da partícula, maior será a disponibilidade do elemento no alimento.

A granulometria dos ingredientes da ração consiste em verificar as

quantidades e suas respectivas porcentagens de material retido nas malhas de um

conjunto de peneiras e que fornecida de forma inadequada influencia no estímulo ao

consumo de ração, a uniformidade da ração, a digestibilidade dos nutrientes, o custo

de moagem e o desempenho dos animais.

A granulometria é o ato de mensurar o tamanho das partículas nas peneiras

e, a moagem, é o processo no qual os ingredientes são reduzidos em seu tamanho

pela força do impacto, corte ou atrito. Seguindo-se a moagem está o peneiramento, o

qual determinará o tamanho das partículas dos ingredientes destinados à fabricação

de rações que pode influenciar na digestibilidade dos nutrientes e como consequência

no desempenho do animal (Bellaver e Nones, 2000).

A eficiência da digestão dos alimentos pode ser influenciada, entre outros

fatores, pela superfície de exposição destes às secreções digestivas, bem como pelo

tempo de passagem no trato gastrintestinal dos suínos. Dessa forma, o grau de

moagem dos alimentos pode determinar variações no valor da digestibilidade dos

nutrientes (Zanotto et al., 1995b).

O tamanho das partículas dos ingredientes destinados à fabricação de rações

pode influenciar na digestibilidade dos nutrientes e como consequência no

desempenho produtivo (Leandro et al., 2001). Penz e Magro (1998) observaram que

a granulometria da ração afeta o consumo de alimento e a digestão dos ingredientes,

(22)

11

As fontes de cálcio possuem variações quanto à granulometria da partícula e

solubilidade do cálcio (Fassani e Bertechini, 2004), o que pode causar diferença no

consumo das rações, portanto, estas variáveis tornam-se imprescindíveis para então

atender as necessidades fisiológicas dos animais. Segundo Jardim Filho et al. (2005)

o uso indevido destas fontes acarreta prejuízo ao sistema esquelético das aves,

ocasionando perdas na qualidade da casca dos ovos e redução da vida produtiva da

poedeira.

Através da granulometria dos ingredientes da ração é possível constatar a

quantidade e percentual de material retido nas malhas das peneiras e que fornecida de

forma inadequada aos animais influencia no estímulo ao consumo de ração, pois

interferem na uniformidade da ração.

Entre as características físicas alguns trabalhos (Gillis et al. 1951; Griffith e

Schexnailder, 1970; Burnerll et al. 1990) chamam a atenção para o tamanho da

partícula dos fosfatos observado com poedeiras em relação à disponibilidade de

cálcio (Roland, 1986).

A granulometria, assim como a densidade, permite prever a mixibilidade e

capacidade de segregação de partículas do produto, quando em mistura com

ingredientes de uso rotineiro na alimentação animal. Produtos excessivamente

pulverulentos apresentam menor probabilidade de manter-se em misturas a base de

grãos, cereais e oleaginosas. Além disso, fosfatos pulverulentos resultam em

problemas de ordem prática no manuseio ao nível de fábrica de ração (Lima et al.,

1995).

De acordo com Silva (2012), o DGM ideal de matérias-primas e rações para

suínos na fase de crescimento e terminação é de 400 a 550 µm. O uso da

granulometria adequada é fator fundamental para obter o máximo desempenho dos

animais e ao mesmo tempo, reduzir os custos de produção.

6. SOLUBILIDADE DOS FOSFATOS

Além da granulometria, a solubilidade desses alimentos é também fator

preponderante para os resultados de digestibilidade, e consequentemente,

(23)

12

Um dos problemas na alimentação de suínos está relacionado com a

digestibilidade de cálcio e fósforo, uma vez que, nos principais ingredientes da dieta,

esses minerais encontram-se complexados com o ácido fítico (Selle et al., 2006). Por

esse motivo, as rações para suínos comumente contêm uma fonte inorgânica de

minerais. Entretanto, a solubilidade dessa fonte é comprometida em pH tendendo ao

básico, encontrado no intestino delgado, o que dificulta sua absorção (Bronner,

1998).

A correlação entre solubilidade e absorção verdadeira em suínos é

satisfatória. A solubilidade em ácido cítrico, muito utilizado para fósforo, é maior

que 90% para todos os bons fosfatos e menor que 50% para fosfatos com pouca

disponibilidade. Alguns fosfatos indisponíveis como o pirofosfato de cálcio e os

fosfatos de alumínio ferroso são considerados insolúveis em ácido cítrico 2%. Esta

porcentagem de solubilidade não deve ser confundida com absorção, é só uma

maneira simples de classificar os fosfatos alimentares em bons, médios e ruins e não

está discriminando a diferenciação entre alta qualidade de fosfatos.

Somente a solubilidade em água não deve ser utilizada como indicador da

disponibilidade dos fosfatos, uma vez que muitos fosfatos insolúveis em água estão

bem disponíveis aos animais (Rosa, 1991). A solubilidade em água subestima a

digestibilidade dos fosfatos bicálcicos e a solubilidade em ácido cítrico superestima a

digestibilidade de todos os fosfatos alimentícios (Kemme, 1993).

Segundo Lobaugh et al. (1981) sendo a fonte de cálcio mais solúvel, os

níveis de cálcio iônico no sangue é rapidamente elevado, inibindo o apetite. De

acordo com Axe (1989), a solubilidade in vitro dos calcários, e não sua simples

granulometria é o melhor preditor da resposta de aves poedeiras. Zhang & Coon

(1997) observaram aumento de retenção de calcário na moela das aves quando o

nível de cálcio da ração foi alto ou a solubilidade in vitro do calcário foi baixa, além

de menor solubilidade in vivo do cálcio quando aumentaram o nível de cálcio na

(24)

13

MATERIAL E MÉTODOS

O experimento foi realizado no Setor de Suinocultura do Departamento de

Zootecnia na Universidade Federal de Viçosa, nos meses de fevereiro e março de

2012.

Para execução do projeto, o mesmo foi submetido, avaliado e aprovado pelo

Comitê de Ética para Uso de Animais do Departamento de Zootecnia da

Universidade Federal de Viçosa, processo 29/2011.

Foram utilizados 42 suínos híbridos, machos castrados, com peso vivo

inicial de 30kg ± 2,8kg, distribuídos em delineamento em blocos casualizados num

arranjo fatorial 2 x 7, sendo dois métodos de coleta: coleta de fezes total e coleta com

indicador – Cinza Insolúvel em Ácido (CIA) x sete dietas, as quais compreenderam uma dieta basal (DB) e seis dietas contendo diferentes fontes de cálcio, com quatro

repetições por tratamento e um suíno por unidade experimental (Tabela 1).

Tabela 1. Composição dos tratamentos.

Tratamentos Composição % de Ca

T1 Ração basal (RB) 0,06

T2 Ração basal + calcário calcítico (CC) 0,45

T3 Ração basal + fosfato bicálcico pó 18% (FPA) 0,45

T4 Ração basal + fosfato bicálcico pó 19,5% (FPB) 0,45

T5 Ração basal + fosfato microgranulado 18% (FMA) 0,45

T6 Ração basal + fosfato microgranulado 20% (FMB) 0,45

T7 Ração basal + fosfato microgranulado 21% (FMC) 0,45

Os animais foram alojados individualmente em gaiolas de metabolismo

semelhantes às descritas por Pekas (1968), instaladas em galpão de alvenaria com

piso de concreto e coberto com telhas francesas, onde permaneceram por um período

de 11 dias, sendo sete dias de adaptação às gaiolas e às dietas experimentais e quatro

dias para coleta de fezes e urina.

Utilizou-se uma ração basal, formulada com aminoácidos industriais,

contendo 0,06% de cálcio, para atender as exigências nutricionais dos suínos na fase

(25)

14

Tabela 2. Composição centesimal e analisada da dieta basal. Composição centesimal

Ingredientes Quantidade (%)

Milho moído 68,798

Farelo de soja 45% 15,904

Glúten de milho 60% 6,000

Açúcar 3,000

Amido 3,000

Indicador (celite) 1,000

Óleo de soja 1,000

L- lisina HCL 0,449

L- treonina 0,071

DL- metionina 0,029

L- triptofano 0,029

Sal comum 0,409

Suplemento mineral1 0,100

Suplemento vitamínico2 0,100

Cloreto de colina 0,100

BHT 0,100

Total 100,000

Composição analisada

Nutriente Quantidade

Cálcio (%) 0,060

Ener. Met. Suíno (Mkal/Kg) 3,348

Fósforo total (%) 0,289

Lisina Dig Suínos (%) 0,927

Met.+ Cist. Dig. Suínos (%) 0,547

Metionina Dig. Suínos (%) 0,291

Proteína bruta (%) 16,820

Triptofano Dig. Suínos (%) 0,167

Treonina Dig. Suínos (%) 0,603

Sódio (%) 0,180

2Composição por kg do produto: Fe, 180 g; Cu, 20 g; Co, 4 g; Mn, 80 g; Zn, 140 g; I, 4 g e veículo

q.s.p., 1.000 g.

1

Composição por kg do produto: Vit A, 9.000.000 UI; Vit D3, 1.500.000 UI;Vit E, 10.000 UI; Vit B1, 2 g; Vit B2, 5 g; Vit B6, 30 g; Ácido Pantotênico 25 g; Vit K3, 4 g; Vit B12, 40 mg; Ácido Nicotínico 40 g; Antioxidante, 30 g; selênio, 23 mg e veículo q.s.p., 1.000 g.

Os suplementos (fontes de cálcio) avaliados foram adquiridos em

estabelecimentos comerciais em Minas Gerais e foram enviadas para análise física e

química (Tabela 3) seguindo a metodologia descrita pelo Compêndio Brasileiro de

(26)

15

Tabela 3. Composição e relação entre minerais dos tratamentos experimentais.

Composição física Composição química % Tratamentos Fontes de Cálcio Granulometria Solubilidade P Ca

T1 - RB Orgânica - - 0,07 0,060

T2 - CC Calcário calcítico - - - 37,70

T3 - FPA Fosfato Bicálcico Pó 15 18 20,80

T4 - FPB Fosfato Bicálcico Pó 10 19 23,60

T5 - FMA Fosfato Monobicálcico Granulado 15 18 21,10 T6 - FMB Fosfato Monobicálcico Granulado 35 20 18,40 T7 - FMC Fosfato Monobicálcico Granulado 55 21 15,00 Análise química e física realizada no Laboratório de Análises Minerais e Físico-Químicas para Nutrição Animal e Fertilizantes da Rodes Análises Químicas Ltda. (%).

Esses suplementos substituíram a ração basal em quantidades variadas, de

modo a atingir 0,45% de cálcio total nas rações experimentais. O percentual de

substituição basal pelos suplementos, bem como o conteúdo total de cálcio calculado

e analisado dos suplementos e das dietas experimentais estão descritas na Tabela 4.

Tabela 4. Percentual de substituição da ração basal pelos suplementos.

Fontes Conteúdo

de Ca1

Subst. do suplement.2 Ca dieta experiment.3 Ca dieta experiment.4

Calcário calcítico 37,70 1,034 0,450 0,449

Fosfato bicálcico pó A 20,80 1,875 0,450 0,437

Fosfato bicálcico pó B 23,60 1,652 0,450 0,456

Fosfato microgranulado A 21,10 1,848 0,450 0,450

Fosfato microgranulado B 18,40 2,119 0,450 0,453

Fosfato microgranulado C 15,00 2,600 0,450 0,475

1

Valor analisado pelo Laboratório de Análises Minerais e Físico-Químicas para Nutrição Animal e Fertilizantes da Rodes Análises Químicas Ltda. (%).

2

Substituição do suplemento na matéria natural (Kg)

3

Valor calculado (%).

4

Valor analisado no Laboratório de Nutrição Animal – DZO – UFV (%).

Foi adicionado nas rações experimentais 1% de celite ® - Cinza Insolúvel em

Ácido (CIA), como indicador. Os animais foram alimentados duas vezes ao dia, as

sete e as 16 horas. No período de adaptação o fornecimento de ração foi à vontade,

com coleta de sobra para controle do consumo e, no período de coleta a quantidade

de ração foi fornecida em função do peso metabólico dos animais (PV0,75). No

primeiro e no quarto dia de coleta a ração foi marcada com 0,5% de óxido férrico

(Fe2O3) indicando inicio e fim da coleta de fezes. A água foi fornecida a vontade

(27)

16

As fezes excretadas a cada período de 24 horas foram coletadas, pesadas e

acondicionadas em sacos plásticos, identificados e armazenados em freezer (-18oC)

até o final do período de coleta, quando foram descongeladas, pesadas,

homogeneizadas, feita amostragem composta e secas em estufas ventiladas a 55oC,

por 72 horas. Posteriormente, as amostras foram moídas e armazenadas em

recipientes de vidro para análises posteriores.

Da mesma forma, a urina excretada por um período de 24 horas teve o

volume mensurado e retirado uma alíquota de 100mL/dia, sendo acondicionada em

recipientes de vidro, previamente identificados e armazenados em geladeira até o

final do período de coleta, quando foram homogeneizadas, novamente amostradas e

encaminhada para laboratório. Colocou-se nos baldes para coleta de urina uma

solução de HCl 1:1 para evitar a proliferação de bactérias.

Para o registro da temperatura ambiental utilizou-se o termômetro de

máxima e mínima e, para o cálculo de umidade relativa utilizou-se o psicrômetro de

bulbo seco e bulbo úmido.

As análises dos teores de matéria seca (MS) e cálcio total foram realizadas

no Laboratório de Nutrição Animal do Departamento de Zootecnia da UFV, de

acordo com as metodologias descritas por Silva e Queiroz (2002) e, para análise do

indicador (CIA), utilizou-se a metodologia descrita por Joselyn (1970).

Foram determinados o consumo de alimento (g), consumo de matéria seca

(g), consumo de cálcio total, da ração basal e do alimento (g), o cálcio fornecido pela

ração basal e pelo alimento (%), o teor de cálcio nas rações e fezes (%), a excreção

de cálcio nas fezes e urina (g), o fator de indigestibilidade (CIA: Cinza Insolúvel em

Acido), cálcio endógeno (%) e cinzas. Estes dados foram utilizados nas equações

adaptadas por Jongbloed & Kemme (1990) e Rostagno & Featherston (1977) para

obtenção dos valores dos coeficientes de digestibilidade aparente e verdadeiro de

cálcio dos alimentos.

Os valores para digestibilidade verdadeira foram estimados pela correção

das perdas endógenas da dieta com baixo cálcio. As perdas endógenas da dieta com

baixo cálcio utilizadas para a estimação da digestibilidade verdadeira do Ca nas

rações e nos fosfatos foram de 0,541g Ca/Kg de matéria seca ingerida segundo

Salguero Cruz (2009).

(28)

17

A.1) Coeficiente de digestibilidade aparente do cálcio (CDAp)

CDAp (%) = Ca ingerido (g) – Ca excretado fezes (g) x 100 Ca ingerido (g)

A.2) Coeficiente de digestibilidade verdadeira do cálcio (CDV)

CDV (%) = Ca ingerido (g) – (Ca excretado fezes (g) – Ca endógeno) x 100 Ca ingerido (g)

B) Método do indicador fecal (CAI):

B.1) Fator de indigestibilidade (FI)

FI = % CAI dieta

% CAI fezes

B.2) Coeficiente de digestibilidade aparente do cálcio (CDAp)

CDAp (%) = % Ca dieta – (% Ca fezes x FI) x 100 % Ca dieta

B.3) Coeficiente de digestibilidade verdadeira do cálcio (CDV)

CDV (%) = % Ca dieta – (% Ca fezes x FI - % Cae x Fle) x 100 % Ca dieta

Onde, Cae = cálcio endógeno excretado

Fle = fator de indigestibilidade da dieta com baixo cálcio

A análise estatística das variáveis estudadas foi realizada utilizando o

programa SAEG versão 9.1 (UFV, 2001). Os dados foram submetidos à análise de

variância. As médias dos fatores principais e das interações foram comparadas pelo

(29)

18

Modelo estatístico: Yijk = µ + Fi + Mj + FMk + eijk

Onde, Yijk = valor observado na parcela relativa à fonte i e ao método j;

µ = média geral do experimento;

Fi = efeito devido à fonte i: 1, 2, 3, 4, 5 e 6;

Mj = efeito devido ao método j: 1 e 2;

FMk = efeito da interação entre as fontes de cálcio e os métodos de

coleta;

eijk = efeito devido aos fatores não controlados (erro aleatório).

RESULTADOS E DISCUSSÃO

Os resultados apresentados foram obtidos sob condições de temperatura

média mínima e máxima, respectivamente de 22 ± 2,99ºC e 27 ± 2,01ºC, e umidade

relativa de 78,66 ± 2,71%. A temperatura média registrada nesse ambiente pode ser

considerada como termoneutro por estar entre 15 e 27°C, limite de temperatura

inferior e superior estabelecida para essa categoria (Orlando et al., 2005; Leal &

Nããs, 1992; Perdomo et al. 1985). A temperatura é um dos fatores de interferência na

digestibilidade de nutrientes. Kiefer et al. (2012) observaram maior coeficiente de

digestibilidade de cálcio quando as dietas foram fornecidas a suínos submetidos à

termoneutralidade.

Os dados de granulometria das fontes de cálcio são apresentados na tabela 5.

Os fosfatos na forma de pó (A e B) apresentam maior percentual de partículas de

tamanho abaixo de 0,15mm e os fosfatos microgranulados apresentam granulometria

média superior a 0,5mm. O diâmetro geométrico médio das fontes variou de 400 a

900 µm. De acordo com Silva (2012), o DGM ideal de matérias-primas e rações para

suínos na fase de crescimento e terminação é de 400 a 550 µm. O uso da

granulometria adequada é fator fundamental para obter o máximo desempenho dos

(30)

19

Tabela 5. Distribuição do tamanho de partículas das fontes de cálcio e do diâmetro

geométrico médio (DGM).

Fosfatos testados

Malha Unidade FPA FPB FMA FMB FMC

Malha # 09 - 2,00 mm % Retido 0,07 0,02 0 0 0

Malha # 12 - 1,41 mm % Retido 0,61 0,34 3,6 4,8 1,37

Malha # 20 - 0,84 mm % Retido 2,17 3,18 17,5 22,1 30,1

Malha # 35 - 0,50 mm % Retido 5,4 10,3 30,3 26,9 54,5

Malha # 60 - 0,25 mm % Retido 8,7 13,1 17,2 17,5 11,3

Malha # 100 - 0,15 mm % Retido 12 14,7 8,3 13 1,79

DGM µm 415,07 438,33 767,51 756,08 944,68

mm= milímetro; µ m= micrômetro

Na tabela 6 estão descritos os dados referentes ao balanço de cálcio das

fontes testadas. Não houve diferença (P>0,05) entre as fontes para nenhum dos

parâmetros avaliados.

Tabela 6. Parâmetros relacionados ao balanço do cálcio de diferentes fontes.

Parâmetro CC FPA FPB FMA FMB FMC CV (%)

Ca consumido (g/per) 19,58 18,48 19,97 18,35 20,96 18,34 15,48

Ca fezes (g/per) 6,09 6,79 5,71 5,89 6,50 5,23 26,15

Ca urina (g/per) 0,015 0,007 0,003 0,002 0,024 0,010 90,29

Ca endógeno (g/per) 2,16 2,10 2,20 2,00 2,39 2,10 15,42

Ca retido (g/per) 12,81 11,55 13,80 12,66 14,04 12,63 14,58

Ca retido % 64,58 62,92 68,29 69,03 66,10 69,03 7,56

CV = Coeficiente de Variação (%); (g/per) = gramas no período de coleta.

Observou-se que, a quantidade de cálcio excretada na urina dos suínos em

todos os tratamentos foi muito baixa, o que causou um aumento exacerbado no

coeficiente de variação. De acordo com Rostagno & Sakomura (2007) a excreção de

alguns minerais pela urina, como o cálcio, é bastante reduzida, sendo bastante

expressiva nas fezes, principal forma de excreção desse mineral.

Kiefer et al. (2012) trabalhando com a adição de fitase na dieta de suínos

para avaliar a digestibilidade de nutrientes em condições de termoneutralidade

encontraram excreção fecal de cálcio de 2,70%, valor maior que o encontrado no

presente trabalho, no qual obteve-se média de 1,58% (6,35g) na excreção fecal de

(31)

20

Os coeficientes de digestibilidade aparente e verdadeiro, determinados a

partir de dados obtidos sob duas metodologias de coleta (coleta total e indicador

fecal) estão apresentados na tabela 7.

Tabela 7. Coeficiente de digestibilidade aparente e verdadeiro obtido pelos métodos da

coleta total e do indicador fecal.

Variável Método CC FPA FPB FMA FMB FMC CV

CDAF Col.Total 76,01 71,57 79,14 74,91 77,54 80,80 7,81

Indicador 83,76a 79,61ab 83,48ab 77,24b 81,30ab 85,88a 4,45

Média 79,88 75,59 81,31 76,07 79,42 83,34

CDVF Col.Total 81,89 77,52 85,08 80,89 83,52 86,85 7,24

Indicador 83,06b 84,22b 86,23ab 82,42b 84,78ab 89,86a 3,55

Média 82,47 80,87 85,65 81,65 84,15 88,35

Médias diferentes na linha diferem entre si pelo teste de Tukey a 5%. CDAF = Coeficiente de Digestibilidade Aparente do Fosfato; CDVF = Coeficiente de Digestibilidade Verdadeiro do Fosfato; CV = Coeficiente de Variação.

Não houve interação entre os fatores estudados (fontes minerais x método

de coleta) para digestibilidade aparente e verdadeira do cálcio, indicando que ambos

os métodos podem ser utilizados para a determinação da digestibilidade de

nutrientes. Salguero Cruz (2009) trabalhando com dietas contendo diferentes fontes

de cálcio e avaliando os dois métodos de coleta não observou interação entre os

fatores.

Não houve diferença (P>0,05) entre as fontes de cálcio para os coeficientes

de digestibilidade aparente e verdadeiro pelo método da coleta total. Salguero Cruz

(2009) não obteve diferença entre as fontes para os coeficientes ao avaliar o método

de coleta total.

Houve diferença (P<0,05) entre as fontes de cálcio para os coeficientes de

digestibilidade aparente e verdadeiro pelo método do indicador fecal. A

digestibilidade aparente foi maior nos animais que consumiram as dietas CC e FMC,

as dietas FPA, FPB e FMB obtiveram valores intermediários e o tratamento FMA o

menor (P<0,05) valor. A digestibilidade verdadeira foi maior nos animais que

consumiram a dieta FMC, as dietas FPB e FMB obtiveram valores intermediários e

os tratamentos CC, FPA e FMA o menor (P<0,05) valor.

Segundo Griffith & Schexnailder (1970), ocorre maior disponibilidade de

cálcio nas fontes cujas partículas são maiores, por ocorrer maior retenção do

alimento na parte superior do trato gastrintestinal. Esta retenção propiciaria maior

período de permanência do alimento em ambiente ácido, ocasionando maior

(32)

21

Não houve diferença (P>0,05) entre os métodos de coleta. Observou-se

valores médios maiores (P<0,05) pelo método do indicador fecal em comparação ao

método de coleta total. Bünzen et al. (2009) compararam os métodos de coleta total e

do indicador fecal e não verificaram diferenças entre eles para os coeficientes de

digestibilidade aparente e verdadeiro.

Salguero Cruz (2009) trabalhando com dietas contendo 0,37% de cálcio

total não encontrou diferença entre as fontes de cálcio nem interferência dos métodos

de coleta fecal na digestibilidade do cálcio. O valor dos coeficientes de

digestibilidade verdadeiro de cálcio encontrado pela autora para o fosfato bicálcico e

para o calcário calcítico foram, respectivamente, 84,80 e 79,36% ao utilizar o método

de coleta total e 87,33 e 84,55% utilizando o método do indicador fecal. Esses

valores foram ligeiramente maiores que os coeficientes de digestibilidade

determinados no presente experimento.

As dietas experimentais utilizadas no trabalho de Salguero Cruz atendiam

0,37% de cálcio, valor inferior ao utilizado nas dietas do presente trabalho (0,45%), o

que pode ter interferido nos resultados, já que há indícios de que com o aumento de

cálcio na dieta afeta a digestibilidade pelo menor aproveitamento no trato

gastrointestinal. Além disso, a autora trabalhou em condição de temperatura máxima

de 22ºC, enquanto que neste trabalho a temperatura máxima atingiu 28ºC. A

temperatura é fator de interferência na digestibilidade do cálcio e outros nutrientes.

CONCLUSÕES

Os valores médios de digestibilidade verdadeira, determinado pelo método

de coleta total são: calcário calcítico – 81,89%; Fosfato bicálcio A – 77,52%; Fosfato bicálcico B – 85,08%; Fosfato microgranulado A 80,89%; Fosfato microgranulado B 83,52%; Fosfato microgranulado C 86,85% e pelo método do indicador fecal:

calcário calcítico – 83,06%; Fosfato bicálcio A – 84,22%; Fosfato bicálcico B – 86,23%; Fosfato microgranulado A 82,42%; Fosfato microgranulado B 84,78%;

(33)

22

O método da coleta total e o método do indicador fecal (CIA) não

interferiram na digestibilidade do cálcio, permitindo inferir que ambos os métodos

podem ser utilizados para determinação da digestibilidade de cálcio.

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

AMMERMAN, C. B.; BAKER, D. H.; LEWIS, A. J. Bioavailability of nutrients

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Tabela 1. Composição dos tratamentos.
Tabela 3. Composição e relação entre minerais dos tratamentos experimentais.
Tabela 6. Parâmetros relacionados ao balanço do cálcio de diferentes fontes.
Tabela 7. Coeficiente de digestibilidade aparente e verdadeiro obtido pelos métodos da

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