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Avaliação do manejo da visitação no Parque Nacional do Caparaó - MG

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Academic year: 2017

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MARCELLO PINTO DE ALMEIDA

AVALI AÇÃO DO MANEJO DA VI SI TAÇÃO NO PARQUE

NACI ONAL DO CAPARAÓ - MG

Disser tação apr esentada à Univer sidade Feder al de Viçosa, como par te das exigências do Pr ogr ama de Pós-Gr aduação em Ciência Flor estal, par a obtenção do título de Magist er Scient iae.

VIÇOSA

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MARCELLO PINTO DE ALMEIDA

AVALI AÇÃO DO MANEJO DA VI SI TAÇÃO NO PARQUE

NACI ONAL DO CAPARAÓ - MG

Disser tação apr esentada à Univer sidade Feder al de Viçosa, como par te das exigências do Pr ogr ama de Pós-Gr aduação em Ciência Flor estal, par a obtenção do título de Magist er Scient iae.

APROVADA: 10 de agosto de 2015.

Gínia Cezar Bontempo Gumer cindo Souza Lima (Co-or ientador )

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AGRADECI MENTOS

Aos meus pais, Fer nando e Mar ia do Car mo, que sempr e me apoiar am e acr editar am nos meus planos de vida.Aos meus ir mãos, Lucas e Anna Car olina, que for am exemplos de car áter e for ça de vontade.

A todos meus amigos que, nos momentos difíceis, me ajudar am a não per der o foco e manter a motivação, em especial ao Mar cos Simão e à Amanda Guedes,pela amizade desde os tempos de GEIA.

Aos amigos Pedr o Estevam, Gustavo Toledo e Pr iscila Neto pelo impr escindível auxílio no desenvolvimento do tr abalho, sobr etudo nas etapas de campo e à TábataBandez pelacontr ibuiçãovaliosa nar evisão e finalização deste documento.

Aos funcionár ios do Par que Nacional do Capar aó, em especial ao chefe da unidade, Ander son de Oliveir a Nascimento e ao r esponsável pelo setor de pesquisas, Waldomir o de Paula Lopes, por toda a cor dialidade e pela pr ovisão de apoio logístico.

Ao meu or ientador , pr ofessor Sebastião Venâncio Mar tins, pelo acolhimento e pela disposição em ajudar sempr e que necessár io.

Ao meu coor ientador , pr ofessor Gumer cindo Souza Lima, pela confiança depositada e por todos os ensinamentos que, cer tamente, pr opor cionar am um gr ande apr endizado.

Ao pr ofessor Guido Assunção Ribeir o (in memor iam) por todos os conhecimentos tr ansmitidos, pela convivência e pelo incentivo.

À Univer sidade Feder al de Viçosa pela opor tunidade e à Coor denação de Aper feiçoamento de Pessoal de Nível Super ior (CAPES) pela concessão da bolsa de mestr ado.

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BI OGRAFI A

MARCELLO PINTO DE ALMEIDA, filho de Fer nando Cesar Sales de Almeida e Mar ia do Car mo Pinto de Almeida, nasceu em Juiz de For a, Estado de Minas Ger ais, no dia 5 de fever eir o de 1986.

Cur sou o pr imeir o gr au no Colégio de Aplicação João XXIII, em Juiz de For a, Minas Ger ais, concluindo o segundo gr au na mesma instituição de ensino, no ano de 2003.

Em 2008, ingr essou no Cur so de Engenhar ia Flor estal, na Univer sidade Feder al de Viçosa (UFV), em Viçosa, Minas Ger ais, tendo se gr aduado em janeir o de 2012.

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iv

SUMÁRI O

LISTA DE FIGURAS ...vi

LISTA DE TABELAS ... vii

LISTA DE QUADROS ... viii

RESUMO ... ix

ABSTRACT ... xi

1. INTRODUÇÃO ... 1

2. OBJETIVOS ... 4

2.1. Objetivo ger al ... 4

2.2. Objetivos específicos... 4

3. REVISÃO DE LITERATURA ... 5

3.1. Cenár io atual da visitação nas unidades de conser vação feder ais ... 8

4. MATERIAL E MÉTODOS ... 12

4.1. Ár ea de estudo ... 12

4.2. Manejo de Impactos da Visitação ... 13

4.2.1. Or ganização e planejamento ... 13

4.2.2. Pr ior ização e diagnóstico das atividades de visitação... 14

4.2.3. Estabelecimento do Númer o Balizador da Visitação ... 15

4.3. Capacidade de Car ga Tur ística... 16

4.3.1. Identificação de fator es e car acter ísticas locais ... 16

4.3.2. Deter minação da Capacidade de Car ga Tur ística ... 17

4.3.2.1. Capacidade de Car ga Física (CCF) ... 17

4.3.2.2. Capacidade de Car ga Real (CCR) ... 18

4.3.2.3. Capacidade de Car ga Efetiva (CCE) ... 19

4.3.2.3.1. Capacidade de Manejo (CM) ... 19

5. RESULTADOS E DISCUSSÃO ... 23

5.1. Car acter ização da visitação no Par que Nacional do Capar aó ... 23

(7)

v

5.2.1. Pr ior ização das atividades de visitação ... 25

5.2.2. Diagnóstico ... 26

5.2.2.1. Acampamento da Tr onqueir a ... 28

5.2.2.2. Acampamento do Ter r eir ão ... 29

5.2.2.3. Pico da Bandeir a ... 30

5.2.3. Númer o Balizador da Visitação ... 31

5.3. Capacidade de Car ga Tur ística... 32

5.3.1. Identificação de fator es e car acter ísticas ... 32

5.3.2. Deter minação da Capacidade de Car ga Tur ística ... 33

5.3.2.1. Capacidade de Car ga Física ... 33

5.3.2.2. Capacidade de Car ga Real ... 33

5.3.2.2.1. Fator Acessibilidade ... 34

5.3.2.2.2. Fator Alagamento ... 34

5.3.2.2.3. Fator Er osão ... 35

5.3.2.3. Capacidade de Car ga Efetiva ... 35

5.4. Resultados aplicados ao Par que Nacional do Capar aó ... 36

5.5. Análise compar ativa entr e as tr ilhas de acesso ao Pico da Bandeir a ... 36

6. CONCLUSÃO ... 39

7. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ... 40

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vi

LI STA DE FIGURAS

Página

Figur a 1 Númer o de visitantes nos Par ques Nacionais compar ado ao total de visitantes nas unidades de conser vação feder ais, entr e 2007 e 2014 ... 6

Figur a 2 Númer o de visitant es nos Par ques Nacionais br asileir os, entr e 2007 e 2014 ... 9

Figur a 3 Localização dos Par ques Nacionais em Minas Ger ais ... 10

Figur a 4 Etapas do Manejo de Impactos da Visitação ... 13

Figur a 5 Númer o de visitantes no Par que Nacional do Capar aó, entr e

2007 e 2014 ... 23

Figur a 6 Compar ativo do númer o de visitantes nas duas por tar ias do

Par que Nacional do Capar aó, em 2014 ... 24

Figur a 7 Númer o de visitantes r egistr ados diar iamente nos meses de

maior visitação no Par que Nacional do Capar aó, em 2014 ... 25

Figur a 8 Per fil de altitudes da Tr ilha ao Pico da Bandeir a a par tir da

Tr onqueir a ... 27

Figur a 9 Er osão em sulco na tr ilha ao Pico da Bandeir a a par tir do

Ter r eir ão ... 28

Figur a 10 Ter r eno enchar cado e sujeito ao pisoteamento na tr ilha ao Pico

da Bandeir a a par tir do Ter r eir ão ... 28

Figur a 11 Mesas, bancos e quiosque no Acampamento da Tr onqueir a ... 28

Figur a 12 Banheir os masculino e feminino no Acampamento da

Tr onqueir a ... 28

Figur a 13 Acampamento do Ter r eir ão ... 29

Figur a 14 Banheir os masculino e feminino no Acampamento do Ter r eir ão.. 29

Figur a 15 For mação r ochosa do Pico da Bandeir a em destaque ... 30

Figur a 16 Cume do Pico da Bandeir a ... 30

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vii

LI STA DE TABELAS

Página

Tabela 1 Ranking de visitantes nos Par ques Nacionais br asileir os... 9

Tabela 2 Infor mações sobr e localização e uso público nos Par ques

Nacionais em Minas Ger ais ... 11

(10)

viii

LI STA DE QUADROS

Página

Quadr o 1 Cr itér ios utilizados par a análise e pr ior ização das opor tunidades de visitação no Par que Nacional do Capar aó

(etapa inicial do Manejo de Impactos da Visitação) ... 14

Quadr o 2 Base de cálculo do Númer o Balizador da Visitação ... 15

Quadr o 3 Resultados da etapa de pr ior ização das atividades de visitação ... 25

Quadr o 4 Infr aestr utur a e equipamentos disponíveis no Acampamento da Tr onqueir a ... 29

Quadr o 5 Infr aestr utur a e equipamentos disponíveis no Acampamento do Ter r eir ão ... 30

Quadr o 6 Espaços disponíveis no Pico da Bandeir a ... 31

Quadr o 7 Cálculo do Númer o Balizador da Visitação par a a Tr ilha ao Pico da Bandeir a a par tir da Tr onqueir a (caminhada diur na) ... 31

Quadr o 8 Cálculo do Númer o Balizador da Visitação par a a Tr ilha ao Pico da Bandeir a a par tir da Tr onqueir a (caminhada notur na) ... 31

Quadr o 9 Capacidade de car ga física par a a tr ilha avaliada e suas r espectivas var iáveis ... 33

Quadr o 10 Fator es de cor r eção e capacidade de car ga r eal ... 33

Quadr o 11 Extensão dos tr echos, segundo as categor ias de declividade pr opostas e seus r espectivos fator es de ponder ação ... 34

Quadr o 12 Cálculo do Fator Acessi bilidade ... 34

Quadr o 13 Cálculo do Fator Alagamento ... 34

Quadr o 14 Cálculo do Fator Er osão ... 35

Quadr o 15 Capacidade de manejo e seus componentes ... 35

Quadr o 16 Capacidade de car ga física, r eal e efetiva ... 36

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ix

RESUMO

ALMEIDA, Mar cello Pinto de, M.Sc., Univer sidade Feder al de Viçosa, agosto de 2015. Avaliação do manejo da visitação no Par que Nacional do Capar aó -MG. Or ientador : Sebastião Venâncio Mar tins. Coor ientador : Gumer cindo Souza Lima.

Desde a década de 70, diver sas iniciativas têm sido empr eendidas com o intuito de pr omover o manejo adequado da visitação nas ár eas pr otegidas espalhadas por todo o planeta. No Br asil, entr etanto, o planejamento e desenvolvimento de ações de manejo da visitação ainda acontece de for ma incipiente, contr apondo-se ao expr essivo incr emento de visitantes obapondo-ser vado nas unidades de conser vação br asileir as. O pr esente tr abalho buscou compar ar duas metodologias de manejo da visitação, apontando suas similar idades e par ticular idades, além de identificar os pr incipais impactos ambientais negativos nos locais aber tos ao uso público, adotando-se como ár ea de estudo o Par que Nacional do Capar aó. As metodologias selecionadas, Capacidade de Car ga Tur ística (CCT) e Númer o Balizador da Visitação (NBV), baseiam-se em diagnósticos ambientais pr eliminar es par a obtenção da estimativa do númer o de visitantes que um deter minado local pode supor tar , por dia, sem apr esentar danos acentuados sobr e os r ecur sos natur ais. Em 2014, o Par que Nacional do Capar aó r egistr ou r ecor de de visitação, sendo que, neste mesmo ano, o númer o máximo de visitantes que a unidade r ecebeu em um único dia foi de 731 pessoas. Assim, a atual intensidade de visitação que ocor r e no par que não excede a Capacidade de Car ga Tur ística ou o Númer o Balizador da Visitação estabelecidos neste tr abalho, cujos valor es for am, r espectivamente, 1.322 e 2.310 visitantes por dia, consider ando especificamente a Tr ilha ao Pico da Bandeir a a par tir da Tr onqueir a. O Númer o Balizador da Visitação, metodologia mais r ecente, tem sua or igem no conceito de Capacidade de Car ga Tur ística, contudo ver ificam-se diver sos avanços. Os fator es limitantes utilizados na estimativa do NBV, por exemplo, vagas no estacionamento e tamanho da ár ea de

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x

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ABSTRACT

ALMEIDA, Mar cello Pinto de, M.Sc., Univer sidade Feder al de Viçosa, August, 2015. Visitor management analysis in National Par k Of Caparaó - MG.Adviser : Sebastião Venâncio Mar tins. Co-adviser : Gumer cindo Souza Lima.

itiatives have taken place w ith the pur pose of pr omoting adequate visitor impact management in all pr otected ar eas ar ound the planet. In Br azil, how ever , the planning and development of visitor impact management actions still happen in a r udimentar y w ay, i n contr ast to a significant gr ow th in the number of visitor s obser ved in Br azilian pr otected ar eas. The aim of the pr esent study is to car r y out a compar ative analysis betw een tw o visitor contr ol management tools in or der to point out their limitations and implementation potentials as w ell as identify the main negative envir onmental impacts r esulting fr om visitation, having the National Par k of Capar aó as the ar ea of study. The selected methods used her ein ar e Tour ism Car r ying Capacity and Benchmar k Number of Visits, both being based on pr eliminar y envir onmental diagnoses meant to obtain an estimated number of visitor s that a specific place can bar e, a day, w ithout pr esenting accentuated damage over natur al r esour ces. Bear ing in mind that the National Par k of Capar aó r eached a r ecor d peak of visitor s in 2014 and that, that same year , the maximum amount of visitor s the par k r eceived in a single day w as of 731

Capacity or its Benchmar k Number of Visits established in this study, w hich found the values of 2,810 and 2,310 visitor s a day, r espectively, consider ing exclusively the t r ail to Pico da Bandeir a star ting at Tr onqueir a. The mor e r ecent method of Benchmar k Number of Visits or iginates fr om the concept of Tour ism Car r ying Capacity, although many development s have been noticed. The limiting

dimension of camping ar eas, ar e less subjective than the cor r ecting factor s

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1. I NTRODUÇÃO

No Br asil há uma cr escente pr eocupação com a pr eser vação e conser vação do meio ambiente, o que pode ser compr ovada obser vando a quantidade de unidades de conser vação (UC) cr iadas nas últimas duas décadas (RYLANDS & BRANDON, 2005). De acor do com as Dir etr izes par a uma Política Nacional de Ecotur ismo, documento elabor ado pelo Instituto Br asileir o de Tur ismo (EMBRATUR) em conjunto com o Ministér io do Meio Ambiente (MMA), o estabelecimento de ár eas pr otegidasé um impor tante mecanismo par a a manutenção da imensa diver sidade biológica existente em todo o ter r it ór io nacional (EMBRATUR, 1994). Neste sentido, o país possui destaque inter nacional, uma vez que abr iga entr e 10% a 18% das espéciescatalogadasem todo o planeta (LEWINSOHN & PRADO, 2006).

As unidades de conser vação constituem-se em um dos mais impor tantes instr umentos par a pr oteção dos r ecur sos natur ais e são divididas em doze difer entes categor ias, estando todas sujeitas a r egimes específicos de funcionamento, de acor do com o Sistema Nacional de Unidades de Conser vação da Natur eza (SNUC), estabelecido pela Lei 9.985, de 18 de julho de 2000. Segundo o Cadastr o Nacional de Unidades de Conser vação (CNUC), base de dados oficialdo Ministér io do Meio Ambiente,atualmente existem 1.940 unidades de conser vação no Br asil, incluindo as unidades feder ais, estaduais, municipais e também as r eser vas par ticular es (RPPN), totalizando uma ár ea de 1.513.828 km² , ou seja, 17,8% do espaço ter r estr e do país (MMA, 2015a).

Nos últimos anos, a pr ocur a por ambientes natur ais par a o desenvolvimento de atividades r ecr eativas e de lazer tem aumentado de maneir a expr essiva no Br asil. As unidades de conser vação, em especial os Par ques Nacionais e Estaduais, têm sido o destino mais fr equente destes visitantes, que buscam a opor tunidade de estar em contato com a natur eza (TAKAHASHI, 1998; BARROS, 2003; MMA, 2006; LOBO & SIMÕES, 2010).

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2

uma Flor esta Nacional, uma Ár ea de Pr oteção Ambiental e uma Reser va Extr ativista(ICMBio, 2015a).

Dentr e as atividades r ealizadas em ár eas pr otegidas, Andr ade (2003) destaca a caminhada em tr ilhas, uma vez que atr avés destas o visitante tem a opor tunidade de inter agir de for ma mais pr óxima com os r ecur sos natur ais. Par a Guillaumon (1997, apud OLIVEIRA, 2010, p. 30), a r elação de cada indivíduo com o meio natur al é estr eitada dur ante o per cur so de uma tr ilha, atr avés da obser vação e do contato dir eto com os diver sos r ecur sos natur ais, estimulando, desta maneir a, a r eflexão acer ca das questões ambientais.

Contudo, o desenvolvimento da visitação de for ma desor denada, além de contr ibuir par a uma acentuada degr adação ambiental, pode descar acter izar a paisagem local, influenciando negativamente a atr atividade motivador a da visitação (LADEIRA, 2005).Assim, par a gar antir a conser vação dos r ecur sos natur ais destas ár ease assegur ar a efetiva pr oteção das espécies de fauna e flor a nativas, assim como das singular idades dos ecossistemas, se faz necessár io adotar estr atégias no sentido de disciplinar as atividades r ealizadas no local,sobr etudo nos per cur sos onde se desenvolvem atividades fr equentes.Neste contexto, tor na-se necessár io conhecer os impactos negativos que a visitação pode causar a esses ambientes e, assim, evitá-los, contr olá-los ou minimizá-los (LOBO & SIMÕES, 2010).

Desde a década de 70,diver sas iniciativas têm sido empr eendidas com o intuito de pr omover o manejo adequado da visitação nas ár eas pr otegidas espalhadas por todo o planeta (ICMBio, 2011). Algumas das metodologiaselabor adasaolongo dos anosfor am:Recr eat ion oppor t unit y spect r um ROS; Limit s of Accept able Change LAC; Visit or Act ivit y Management

Pr ocess VAMP; Visit or Impact Management VIM; Capacidad de Car gaTur ist ica

en Ar eas Pr ot egidas CC; Visit or Exper ience and Resour ce Pr ot ect ion VERP;

Tour ism Opt imizat ion Management Model TOMM; Sust ainable Recr eat ion and

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De acor do com Limber ger & Pir es (2014), no Br asil, a metodologia mais utilizada, ao longo das últimas décadas, tem sido a Capacidade de Car ga Tur ística pr oposta por Cifuentes (1992).Por outr o lado, a met odologia denominada Manejo de Impactos da Visitação, pr oposta pelo ICMBio no ano de 2011, consiste, pr ovavelmente, na fer r amenta mais r ecentemente elabor ada no âmbito da gestão da visitação em ár eas pr otegidas no país.

O Par que Nacional do Capar aó (PNC), cr iado em 1961, é consider ado um dos ícones do montanhismo no Br asil e abr iga cinco dos dez picos mais altos de todo o ter r itór io nacional, com destaque par a o Pico da Bandeir a, que figur a como o ter ceir o ponto mais alto do país ( ICMBio, 2015c).Em 2014, o PNC r egistr ou r ecor de de visitação, alcançando a mar ca de cer ca de 43.000 visitantes no ano, o que r efor ça a impor tância da unidade como destino tur ístico (ICMBio, 2015d). No entanto, estudos r elacionados ao manejo da visitação nesta UC ainda são incipientes e, consequentemente, são apontados como pr ior it ár ios pelo cor po técnico da unidade.Cabe destacar a par cer ia estabelecida entr e o Par que Nacional do Capar aó e o Depar tamento de Engenhar ia Flor estal da Univer sidade Feder al de Viçosa, com o intuito de fomentar a r ealização de pesquisas científicas no par que.

Com base no exposto for am for muladas algumas questões que nor tear am o atr ativo mais pr ocur ado par a visitação? atual nível de visitação obser vado no Par que Nacional do Capar aó compr omete a paisagem local e seus r ecur sos natur ais associados ;

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2. OBJETI VOS

2.1. Objetivo ger al

Realizar uma análise compar ativa entr e duas metodologias de manejo da visitação, Capacidade de Car ga Tur ística e Númer o Balizador da Visitação (componente quantitativo da metodologia denominada Manejo de Impactos da Visitação), buscando apontar suas similar idades e par ticular idades.

2.2. Objetivos específicos

Deter minar a Capacidade de Car ga Tur ística e o Númer o Balizador da Visitação par a a Tr ilha ao Pico da Bandeir a a par tir da Tr onqueir a; Car acter izar os pr incipais atr ibutos natur ais das tr ilhas de acesso ao Pico da Bandeir a;

Identificar os impactos ambientais negativos mais r elevantes no per cur so analisado;

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3. REVI SÃO DE LI TERATURA

As unidades de conser vação são espaços ter r itor iais, incluindo seus r ecur sos ambientais, instituídos pelo poder públicocom objetivos de pr oteção e manutenção das car acter ísticas natur ais do local (BRASIL, 2000). O estabelecimento destas unidades constitui-se em uma das mais impor tantes estr atégias de conser vação in sit u da diver sidade biológica e r iqueza paisagística existente no Br asil (MILANO, 2002; MACIEL, 2007).

O Sistema Nacional de Unidades de Conser vação da Natur eza (SNUC) , instituído em 18 de julho de 2000, por meio da Lei 9.985, pr evê a existência de doze categor ias de unidades de conser vação, estando todas sujeitas a r egimes específicos de funcionamento. Estas categor ias se dividem em dois gr upos: unidades de pr oteção integr al e unidades de uso sustentável. No pr imeir o gr upo, o objetivo pr imor dial das unidades é a pr eser vação da natur eza, sendo admitido apenas o uso indir eto dos r ecur sos natur ais; enquanto no segundo gr upo, o objetivo pr ecípuo das unidades é compatibilizar a conser vação da natur eza com o uso sustentável de par cela dos seus r ecur sos natur ais.

As unidades de conser vação não constituem espaços pr otegidos

alguns setor es da sociedade imaginam (MEDEIROS et al., 2011). O tur ismo desenvolvido nestes locais r epr esenta uma alter nativa r elevante par a a explor ação indir eta de seus r ecur sos natur ais. A atividade tur ística, quando adequadamente planejada e executada, tem o impor tante papel de conciliar a pr oteção da natur eza com o uso indir eto de seus r ecur sos, de modo a ger ar alter nativas econômicas par a as populações locais (RIVA et al., 2014).

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[ ...] um segment o da atividade tur ística que utiliza, de for ma sustentável, o patr imônio natur al e cultur al, incentiva sua conser vação e busca a for mação de uma consciência ambientalista atr avés da int er pr etação do ambient e, pr omovendo o bem -estar das populações envolvidas (EMBRATUR, 1994, p. 19).

Dour ojeanni& Pádua (2001 apud MAGRO, 2003) destacam que a atividade tur ística r epr esenta uma opor tunidade em potencial par a pr omover a sustentabilidade econômica das unidades de conser vação br asileir as, contudo, se não for em adequadamente planejadas e bem conduzidas pode ser uma ameaça à pr eser vação dessas ár eas.

Ao longo das últimas décadas, visando aumentar suas r eceitas, diver sos países têm incentivado a explor ação sustentável de ár eas pr otegidas por meio do uso público, especialmente o ecotur ismo. As atividades econômicas r elacionadas ao tur ismo são capazes de ger ar benefícios socioeconômicos advindos da dinamização de economias afastadas dos gr andes centr os, car acter ística típica das ár eas pr otegidas (RIVA et al., 2014).

Os Par ques Nacionais são r esponsáveis por quase a totalidade do númer o de visitantes r ecebidos nas unidades de conser vação feder ais, sendo, de fato, a categor ia de UC mais popular entr e as doze existentes (Figur a 1).

Fonte: adaptada de ICMBio (2015a).

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Medeir os et al. (2011) suger em que, se o potencial das unidades de conser vação br asileir as for adequadamente explor ado, cer ca de 20 milhões de pessoas visitar ão essas ár eas em 2016, com um impacto econômico potencial de cer ca de R$ 2,2 bilhões naquele ano.

Diante da cr escente demanda por atividades r elacionadas ao uso público dentr o dos limites das UC, e ainda, consider ando a car ência de infor mações capazes de auxiliar o manejo dos impactos da visitação nestes locais, um dos maior es desafios par a os administr ador es destas ár eas tem sido conciliar a pr oteção do ambiente e seus r ecur sos natur ai s associados com a r ealização da visitação e outr as for mas de uso público (TAKAHASHI, 1998).

O desenvolvimento desor denado do uso público nas UC pode compr ometer os objetivos fundamentais par a os quais for am cr iadas (TAKAHASHI, 1998). Assim, tor na-se necessár io r ealizar uma análise detalhada dos impactos da visitação par a buscar , testar e apr imor ar pr ocedimentos, bem como desenvolver novas fer r amentas de monitor amento e gestão destes impactos, sem necessar iamente r eduzir ou impedir o uso destes locais(RICHTER & SOUZA, 2013).

Vale destacar que a visitação, quando bem manejada, pode tr azer diver sos benefícios, entr e eles, Lobo & Simões (2010) destacam o estímulo à conser vação, pela apr oximação da sociedade com a natur eza; o for talecimento das ações de educação ambiental; além de benefícios econômicos impulsionados pelo tur ismo.

Em diver sos países do mundo, a pr eocupação com o manejo da visitação em par ques e outr as ár eas pr otegidas pr opiciou a elabor ação e pr oposição de difer entes métodos que visavam conciliar o uso público dessas ár eas com a manutenção dos atr ibutos natur ais do ecossistema local (ZIMMERMANN, 2006; LOBO & SIMÕES, 2010; ICMBio, 2011).

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A par tir da compr eensão das limitações desta metodologia e da necessidade de se incluir var iáveis compor tamentais na análise dos impactos da visitação, diver sos pesquisador es pr opuser am r efor mulações do conceito de capacidade de car ga (LOBO & SIMÕES, 2010). Assim, com o intuito de apr imor ar o manejo das ár eas pr otegidas desenvolveu-se o conceito denominadoLimit sofAccept ableChange (LAC), cujo foco baseia-se no monitor amento das alter ações no ambiente (STANKEY et al., 1985).

Poster ior mente, outr os instr umentos de manejo dos visitantes e de seus impactos for am pr opostos, tais como o Recr eat ionalOppor tunit y Spect r um (ROS), Visit or Impact Management (VIM) e o Visit or Exper ience andResour cePr ot ect ion (VERP). Vale r essaltar que estes difer entes métodos são conceitualmente similar es, baseando-se nas condições dos r ecur sos, e não na quantidade de visitantes, par a a definição das ações de manejo (LOBO & SIMÕES, 2010). Em outr as palavr as, cada uma destas fer r amentas de manejo foi

as adequações necessár ias à r ealidade das ár eas pr otegidas par a a qual foi , p. 10). No Br asil, por ém, o manejo da visitação nas unidades de conser vação acontece de maneir a tímida e os estudos r ealizados ainda são incipientes (TAKAHASHI, 2004; LIMBERGER & PIRES, 2014). Por outr o lado, ano a ano, a visitação nestas ár eas tem cr escido, aumentando a demanda por pesquisas voltadas ao aper feiçoamento de fer r amentas capazes de contr ibuir par a a manutenção dos atr ibutos natur ais do ambiente, sem, contudo, cer cear o uso (ICMBio, 2011).

3.1. Cenár io atual da visitação nas unidades de conser vação feder ais

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Fonte: adaptada de ICMBio (2015a).

Figur a 2 Númer o de visitantes nos Par ques Nacionais br asileir os, ent r e 2007 e 2014.

O Par que Nacional da Tijuca (PNT) e o Par que Nacional do Iguaçu (PNI), localizados r espectivamente nos municípios do Rio de Janeir o (RJ) e Foz do Iguaçu (PR), juntos são r esponsáveis por cer ca de 70%do total de visitantes nos Par ques Nacionais br asileir os. Algumas peculiar idades comuns a estes dois par ques ajudam a explicar a distr ibuição da visitação obser vada na Tabela 1,como a localização pr ivilegiada e a disponibilidade de infr aestr utur a e ser viços. Ambos os par ques estão sediados em municípios que possuem aer opor to e r odoviár ia, diver sificando os meios de deslocamento e assim facilitando o acesso à unidade. As boas condições de infr aestr utur a encontr adas nestas unidades de conser vação também contr ibuem par a a visitação expr essiva ver ificada, soma-se a isso a var iedade e qualidade dos ser viços de apoio tur ístico ofer ecidos. Não menos impor tante, a beleza cênicapossui papel fundamental na visitação dos par ques, além da pr esença de atr ativos de gr ande apelo, tais como o Cr isto Redentor (PNT) e as Cat ar atas do Iguaçu (PNI).

Tabela 1 Ranking de visitantes nos Par ques Nacionais br asileir os.

POSI ÇÃO PARQUE NACI ONAL ESTADOS REGI ÃO VI SI TANTES (em 2014)

1 Tijuca RJ Sudest e 3.113.913

2 Iguaçu PR Sul 1.550.607

3 Jer icoacoar a CE Nor dest e 400.400

4 Br asília DF/ GO Cent r o-oeste 229.119

(24)

10

Tabela 1 Continação.

POSI ÇÃO PARQUE NACI ONAL ESTADOS REGI ÃO VI SI TANTES (em 2014) 6 Chapada dos Guimar ães MT Cent r o-oeste 135.090

7 Itatiaia MG/ RJ Sudest e 117.974

8 Ubajar a CE Nor dest e 109.118

9 São Joaquim SC Sul 87.650

10 Ser r a da Bocaina RJ/ SP Sudest e 84.666 Fonte: adaptado de ICMBio ( 2015a).

No Estado de Minas Ger ais (MG) existem oito Par ques Nacionais (Figur a 3), sendo que apenas cinco deles situam-se exclusivamente em ter r itór io mineir o, são eles: Par que Nacional Caver nas do Per uaçu, Par que Nacional da Ser r a da Canastr a, Par que Nacional da Ser r a do Cipó, Par que Nacional da Ser r a da Gandar ela e Par que Nacional das Sempr e Vivas (MMA, 2015c). Entr e os par ques que ocupam a super fície de dois ou mais Estados simultaneamente, apenas o Par que Nacional do Itatiaia possui sua sede estabelecida for a de Minas Ger ais (MMA, 2015b).

Fonte: elabor ada pelo autor (2015).

(25)

11

Consider ando somente os Par ques Nacionais com sede no Estado de Minas Ger ais, o Par que Nacional da Ser r a da Canastr ae o Par que Nacional do Capar aó apr esentar am as maior esquantidades de visitantes anuais(Tabela 2).

Tabela 2 Infor mações sobr e localização evisitação nos Par ques Nacionais em Minas Ger ais no ano de 2014.

Par que Nacional Estados abr angidos

Ano de cr iação

Aber to à visitação

Sede em Minas Ger ais

Númer o de visitantes *

Caver nas do Per uaçu MG 1999 NÃO SIM - Ser r a da Canast r a MG 1972 SIM SIM 48.370

Ser r a do Cipó MG 1984 SIM SIM 24.849

Ser r a do Gandar ela MG 2014 NÃO SIM -

Sempr e Vivas MG 2002 NÃO SIM -

Capar aó MG/ ES 1961 SIM SIM 43.377 **

Itatiaia MG/ RJ 1937 SIM NÃO 117.974

Gr ande Ser tão Ver edas MG/ BA 1989 NÃO SIM - Fonte: adaptada de Elias Junior (2015), ICMBio (2015a), ICMBio (2015b), MMA (2015b), Ribeir o (2015).

* Dados de visitação r elativos ao ano de 2014.

(26)

12

4. MATERI AL E MÉTODOS

4.1. Ár ea de estudo

O Par que Nacional do Capar aó (PNC) foi cr iado pelo Decr eto Feder al nº 50.646, de 24 de maio de 1961 e per tence ao gr upo das Unidades de Conser vação de Pr oteção Integr al. O ter r itór io do par que localiza-se na divisa entr e os estados do Espír ito Santo e Minas Ger ais, abr angendo cinco municípios do lado capixaba (Divino de São Lour enço, Dor es do Rio Pr eto, Ibitir ama, Ir upi e Iúna) e quatr o do lado mineir o (Alto Capar aó, Alto Jequitibá, Capar aó e Esper a Feliz), per fazendo uma extensão ter r itor ial de 31.762,93 hect ar es(MMA, 2015b).A unidade possui, apr oximadamente, 79% de seu ter r itór io no Estado do Espír ito Santo e 21% em Minas Ger ais, encontr ando-se totalmente inser ida no bioma Mata Atlântica (GOBBO, 2013).

O par que possui duas por tar ias, uma localizada no Espír ito Santo, na localidade de São Raimundo da Pedr a Menina, distr itodo município de Dor es do Rio Pr eto,e outr a localizadaem Minas Ger ais, no município de Alto Capar aó, onde também se situa a sede do Par que Nacional do Capar aó. A infr aestr utur a da unidade inclui:alojamentos par a pesquisador es e br igadistas, estacionamento, centr o de visitantes, sede administr ativa, auditór io, ár ea de lazer , ár ea de camping, abr igos, casas par a funcionár ios, postos de vigilância e 14 quilômetr os de estr adas inter nas (MMA, 2001).

(27)

13 4.2. Manejo de I mpactos da Visitação

As exper iências no manejo da visitação em ár eas pr otegidas ao r edor do mundo per mitir am aper feiçoar as metodologias utilizadas nestes locais, identificando os pontos mais r elevantes de cada uma delas e adaptando-as par a a r ealidade das unidades de conser vação br asileir as. O Manejo de Impacto da Visitação compr eende o conjunto das cinco etapas r epr esentadas, esquematicamente, na Figur a 4 (ICMBio, 2011).

Fonte: ICMBio (2011).

Figur a 4 Etapas do Manejo de Impactos da Visitação.

O objetivo básico do Manejo de Impactos da Visitação consiste em mitigar os impactos negativos ocasionados ao ambiente pela pr esença de visitantes, ao mesmo tempo em que busca pr opor cionar uma exper iência de visitação de alta qualidade. Levando-se em conta que o objetivo deste tr abalhofoi analisar o componente quantitativo dasmetodologias selecionadas, for am desenvolvidas especificamente as tr ês pr imeir as etapas do Manejo de Impactos da Visitação, descr itas detalhadamente a seguir .

4.2.1. Or ganização e planejamento

(28)

14

documentos r elacionados à visitação no Par que Nacional do Capar aó. A par tir deste pr ocedimento foi feita a tr iagem de infor mações úteis par a as etapas poster ior es do tr abalho.

4.2.2. Pr ior ização e diagnóstico das atividades de visitação

A par tir das infor mações documentais levantadas, seguiu-se aos tr abalhos de campo par a uma análise mais apr opr iada da situação do uso público na unidade. Assim, o objetivo desta etapa fundamentou-se na car acter ização dos locais aber tos à visitação e atividades disponíveis ao público, de maneir a a estabelecer pr ior idades de manejo em função das limitações apr esentadas nas difer entes ár eas do par que.

For am elencadas as alter nativas de passeio par a o visitante, nos diver sos setor es da UC, avaliando-as segundo tr ês cr itér ios básicos: intensidade de demanda, impactos evidentes e zoneamento. A seguir , cada cr itér io avaliado r ecebeu uma pontuação var iando entr e 3, 2 e 1; cabe salientar que valor es altos indicam localidades mais suscetíveis a impactos par a aquela deter minada atividade analisada (Quadr o 1).

Quadr o 1 Cr it ér ios utilizados par a análise e pr ior ização das opor tunidades de visitação no Par que Nacional do Capar aó (etapa inicial do Manejo de Impactos da Visitação) .

I NTENSI DADE DE DEMANDA I MPACTOS EVI DENTES ZONEA- MENTO PONT- AÇÃO Gr ande demanda (local

pr ocur ado por mais de 70% dos visitantes); maior demanda do que a capacidade de ofer ecer ser viços, infr aestr utur a e equipamentos de apoio.

Impactos visíveis, conheci dos e r egistr ados; impactos ger am queixas dos visitantes.

Zona

pr imitiva 3

Demanda em níveis r azoáveis (40% a 70% dos visitantes); bom equilíbr io entr e os equipamentos, infr aestr utur a e ser viços e a quantidade de visitantes.

Impactos pouco evidentes ou disper sos; baixa intensidade de impactos ou em nível inicial.

Zona de uso extensivo

2

Pouca demanda (menos de 40% dos visitantes); ár eas visitadas por gr upos específicos.

Ainda não há evidências per ceptíveis dos impactos e nem dados; não há pesquisas r elacionadas a impactos.

Zona de uso intensivo

1

(29)

15

As atividades de visitação consider adas pr ior itár ias for am alvo de diagnóstico, incluindo elementos aver iguados em campo, como por exemplo, a descr ição da atividade, a localização e acesso à ár ea em que se ver ifica tal atividade, a car acter ização da paisagem, levantamento da disponibilidade de equipamentos e infr aestr utur a de apoio aos visitantes, entr e outr os.

4.2.3. Estabelecimento do Númer o Balizador da Visitação

No âmbito do manejo da visitação, o conceito de Númer o Balizador da Visitação (NBV) assume um papel r elevante, ao pr opor uma avaliação quantitativa da visitação, isto é, uma estimativa do númer o de visitantes que um local específico tem a capacidade de supor tar por dia par a a r ealização de uma atividade em par ticular , levando em conta as condições natur ais e oper acionais existentes na UC. Deste modo, o NBV foi calculado par a aquelas atividades classificadas como pr ior itár ias no item anter ior .

Par a tanto, as condições atuais do atr ativo for am analisadas, em especial aquelas condições que r epr esentam r estr ições quanto ao uso do local, sendo, por isso, denominadas fator es limitantes de manejo da visitação. A quantificação dos fator es limitantes é indispensável par a a deter minação do NBV, que foi calculado, separ adamente, par a cadaatividade de visitação pr eviamente selecionada.

É opor tuno r essaltar que a soma dos valor es de NBV encontr ados par a diver sos atr ativos, não pode ser adotada como o NBV par a a unidade de conser vação como um todo, visto que cada local apr esenta suas car acter ísticas intr ínsecas. O pr ocedimento par a o cálculo do Númer o Balizador da Visitação seguiu a lógica apr esentada na equação descr ita no Quadr o 2, a seguir .

Quadr o 2 - Base de cálculo do Númer o Balizador da Visit ação. NBV = ( D/ N) x NV

D = Disponibilidade de espaço físico ( em ár ea, met r os linear es ou quantidade)

N = Necessidade de espaço por pessoa ou gr upo ( em ár ea, metr os linear es ou quantidade) NV = Númer o de vezes que cer t o local pode ser visitado por uma mesma pessoa ou gr upo no per íodo de um dia

NV = TO/ TN

TO = Tempo ofer ecido pela unidade de conser vação par a a r ealização da atividade TN = Tempo necessár io par a que uma pessoa ou gr upo r ealize a atividade

(30)

16

Embor a seja fundament al contemplar as especificidades da atividade ou lugar , alguns fator es limitantes de manejo, bem como seus par âmetr os de quantificação, são suger idos por estudiosos e pr ofissionais da ár ea e podem ser consultados no Roteir o Metodológico par a Manejo de Impactos da Visitação (ICMBio, 2011).

4.3. Capacidade de Car ga Tur ística

A deter minação da Capacidade de Car ga Tur ística se baseou na metodologia pr oposta por Cifuentes (1992), adaptada às condições físicas, biológicas e à infr aestr utur a pr esente no Par que Nacional do Capar aó, buscando desta maneir a obter um r esultado r epr esentativo da r ealidade do ambiente em estudo.

A metodologia é composta por seis etapas, sendo elas: análise das políticas sobr e tur ismo e gestão de ár eas pr otegidas; análise dos objetivos da ár ea pr otegida; análise das condições dos locais aber tos à visitação; definição de políticas r elacionadas à categor ia de manejo e ao zoneamento da ár ea; identificação de fator es e car acter ísticas que influenciam em cada local destinado ao uso público; deter minação da capacidade de car ga tur ística par a cada um destes locais.

Consider ando o fato de que o Plano de Manejo do Par que Nacional do Capar aó, publicado or iginalmente em 1981, pelo Instituto Br asileir o de Desenvolvimento Flor estal (IBDF), encontr a-se desatualizado e, atualmente, em pr ocesso de r evisão, for am desenvolvidas neste tr abalho especificamenteas duas últimas etapas da metodologia de Cifuentes, ou seja, a identificação de fator es e car acter ísticas que influenciam os locais destinados ao uso público e a deter minação da Capacidade de Car ga Tur ística par a estes locais.

4.3.1. I dentificação de fator es e car acter ísticas locais

(31)

17

conhecer a qualidade, a quantidade e estado de conser vação dos r ecur sos natur ais, bem como avaliar a fr agilidade e vulner abilidade do ambiente.

Cada local sofr e influência de fator es físicos, ambientais, sociais e de manejo, que alter am sua condição e ofer ta de r ecur sos natur ais. A topogr afia acidentada poder ia limitar o acesso e facilitar o estabelecimento de pr ocessos er osivos, eventuaisalagamentos poder iam diminuir a visitação de um deter minado local, a pr esença de espécies da fauna e flor a endêmicas é um fator a ser consider ado e, finalmente, os hor ár ios de visita pr eestabelecidos poder iam ter efeitos negativos ou positivos sobr e a visitação.

Esses são apenas alguns exemplos de fator es que podem afetar um deter minado local dest inado ao uso público. A identificação dos fat or es que exer cem influência sobr e estes locais é de suma impor tância, pois afetar á dir etamente a capacidade de car ga efetiva das ár eas estudadas.

4.3.2. Deter minação da Capacidade de Car ga Tur ística

A deter minação da Capacidade de Car ga Tur ística configur ou-se na última etapa da metodologia, sendo composta por tr ês gr andezas:

Capacidade de Car ga Física (CCF) Capacidade de Car ga Real (CCR)

Capacidade de Car ga Efetiva (CCE)

4.3.2.1. Capacidade de Car ga Física ( CCF)

(32)

18 Em que:

S = super fície disponível dur ante o per cur so da tr ilha, expr essa em metr os linear es (no caso de tr ilhas em que o tr ajeto de ida coincide com o tr ajeto de volta, consider a-se apenas o per cur so de ida, visto que a super fície total da tr ilha deve ser contabilizada apenas uma vez)

sn = super fície utilizada individualmente por cada visitante (par a este cálculo, nor malmente consider a-se que uma pessoa r equer 1m² par a movimentar -se livr emente em uma tr ilha)

NV = númer o de vezes que uma deter minada tr ilha pode ser vi sitada por uma mesma pessoa no per íodo de um dia. Este valor foi obtido pela seguinte fór mula:

Em que:

Hv = tempo disponível par a a visitação em um dia (númer o de hor as diár ias em que o local está aber to à visitação)

Tv = tempo necessár io par a o visit ante per cor r er uma deter minada tr ilha.

4.3.2.2. Capacidade de Car ga Real ( CCR)

(33)

19 Em que:

Vale r essaltar que cada fator de cor r eção pode ser aplicado simultaneamente a vár ias tr ilhas de uma ár ea pr otegida, ou somente a uma delas, dependendo das car acter ísticas obser vadas em cada per cur so. A Capacidade de Car ga Real (CCR) foi deter minada atr avés da seguinte fór mula:

CCR = CCF x (FC1 x FC2 x FCn)

4.3.2.3. Capacidade de Car ga Efetiva ( CCE)

A Capacidade de Car ga Efetiva é o limite máximo de visitas que pode ser per mitido em uma deter minada ár ea, consider ando-se, além dos fator es de cor r eção, a capacidade de manejo apr esentada pela administr ação do local. Par a se deter minar a CCE utiliza-se a seguinte fór mula:

Em que:

CCR = capacidade de car ga r eal CM = capacidade de manejo

4.3.2.3.1. Capacidade de Manejo ( CM)

(34)

20

A capacidade de manejo de uma ár ea é influenciada por var iáveis como: r espaldo jur ídico, dir etr izes políticas, equipamentos, disponibilidade de r ecur sos humanos e r ecur sos financeir os, além da infr aestr utur a (CIFUENTES, 1992). Devido à falta de infor mações oficiais, as var iáveis mais apr opr iadas par a a avaliação da capacidade de manejo do Par que Nacional do Capar aó são: r ecur sos humanos, equipamentos e infr aestr utur a.

As var iáveis selecionadas sãofor madas por uma sér ie de componentes, exemplificados nos Anexos II, III e IV, que for am discutidos e avaliados conjuntamente pelo chefe da unidade, pelo coor denador dosetor de pesquisas e pelo autor deste tr abalho

multi . Par a o cálculo do fator de cor r eção cor r espondente à capacidade de manejo, cada componente foi classificado por quatr o cr itér ios, a saber :

Quantidade: é a r elação entr e a quantidade existente e a quantidade

ideal dos componentes de cada var iável analisada, de acor do com a administr ação da ár ea e dos executor es deste tr abalho.

Estado de conser vação: é a condição de conser vação da var iável

avaliada e seus componentes, bem como seu estado de manutenção, limpeza e segur ança, que per mita o uso adequado das instalações e equipamentos.

Localização: é a distr ibuição espacial apr opr iada dos componentes na

ár ea, bem como a facilidade de acesso aos mesmos.

Funcionalidade: é o r esultado da combinação dos dois cr itér ios

anter ior es (estado de conser vação e localização). Este cr itér io r epr esenta a utilidade pr ática que apr esenta cada componente, tanto par a os funcionár ios como par a os visitantes.

(35)

21

componentes.Cada cr itér io definido acima foi classificado confor me descr ito na Tabela 3, elabor ada por Cifuenteset al. (1999).

Tabela 3 - Escala de classificação par a os cr it ér ios avaliados.

Por centagem ( % ) Valor Classificação

0 Insatisfatór io 36 50 1 Pouco satisfatór io 51 75 2 Medianamente satisfatór io 76 89 3 Satisfatór io

4 Muito satisfatór io Fonte: Cifuent eset al. (1999) .

Os autor es desta tabela consider am que embor a os cr itér ios estabelecidos não r epr esentem a totalidade de situações que uma ár ea pode apr esentar , eles for necem elementos suficientes par a r ealizar uma avaliação satisfatór ia. A quantidade ótima par a cada componente foi deter minada pela equipe multidisciplinar , com base em suas exper iências e per cepções, apoiando-se em conver sas infor mais com os visitantes e outr os funcionár ios do par que.

Par a avaliar o cr itér io de quantidade, levou-se em conta a r elação entr e a quantidade existente e quantidade ótima dos componentes da var iável analisada, sendo que o per centual obtido foi classificado de acor do com a escala pr eviamente estabelecida na Tabela 3. Os outr os tr ês cr itér ios for am avaliados qualitativamente, segundo as obser vações r ealizadas pela equipe multidisciplinar , em função da escala de classificação estabelecida na Tabela 3.

Par a efetuar os cálculos, obteve-se a avaliação acumulada par a cada um dos componentes. O valor acumulado obtido foi então compar ado ao valor ótimo, ou seja, o valor máximo que poder ia ser alcançado, caso todos os cr itér ios fossem avaliados com a pontuação máxima. A r elação entr e as avaliações obser vada e ótima, explicitada anter ior mente, foi consider ada como o fator do componente, sendo que a média dos fator es de todos os componentes constitui o fator da var iável.

(36)

22 Em que:

IE = fator da var iá

(37)

23

5. RESULTADOS E DI SCUSSÃO

5.1. Car acter ização da visitação no Par que Nacional do Capar aó

Em r elação ao aumento da visitação obser vado nos Par ques Nacionaisnos últimos anos, o Par que Nacional do Capar aó, em par ticular , não apr esenta uma tendência decr escimento tão nítida, embor a tenha r egistr ado, em 2014, r ecor de do númer o de visitantes, valor cor r espondente a um incr emento de 41% em r elação ao ano anter ior (Figur a 5).

Fonte: elabor ada pelo autor (2015).

Figur a 5 Númer o de visitantes no Par que Nacional do Capar aó, entr e 2007 e 2014.

(38)

24

Figur a 6 Compar ativo do númer o de visitant es nas duas por tar ias do Par que Nacional do Capar aó, em 2014.

Os altos índices de visitação constatados em junho, julho e agosto cor r espondem ao per íodo de melhor es condições climáticas par a a r ealização da Tr ilha ao Pico da Bandeir a, em especial pela ausência de chuvas e pela boa visibilidade no cume do pico; enquanto os meses de janeir o, mar ço e abr il, que também apr esentar am um fluxo consider ável de visitantes,atr aem, major itar iamente, aquelas pessoas inter essadas em visitar as cachoeir as existentes no par que, devido à ocor r ência de altas temper atur as.

(39)

25

Figur a 7 Númer o de visitantes r egist r ados diar iamente nos meses de maior visitação no Par que Nacional do Capar aó, em 2014.

5.2. Manejo de I mpactos da Visitação

5.2.1. Pr ior ização das atividades de visitação

O Par que Nacional do Capar aó possui diver sos atr ativos aber tos aouso público, tanto no ter r itór io mineir o quanto na por ção capixaba.Após elencados, estes atr ativos for am analisados segundo os cr itér ios pr é-estabelecidos, per mitindo o r econhecimento dos locais mais r elevantes no âmbito do manejo da visitação.

Quadr o 3 Resultados da et apa de pr ior ização das atividades de visitação.

Atr ativo Demanda dos

visitantes

I mpactos

evidentes Zoneamento Total

Pico da Bandeir a* 3 3 x 2 = 6 3 12

Pico do Calçado 3 3 x 2 = 6 3 12

Tr onqueir a 3 3 x 2 = 6 2 11

Mir ant e (Tr onqueir a) 3 3 x 2 = 6 2 11

Ter r eir ão 3 3 x 2 = 6 2 11

Casa Queimada 2 3 x 2 = 6 2 10

Vale Ver de 3 3 x 2 = 6 1 10

Cachoeir a Set e Pilões 3 2 x 2 = 4 2 9

Pedr a Duas Ir mãs 1 2 x 2 = 4 3 8

Macieir a 2 2 x 2 = 4 2 8

Mir ant e (Zé Pedr o) 2 2 x 2 = 4 2 8

(40)

26

Quadr o 3 Continuação.

Atr ativo Demanda dos

visitantes

I mpactos

evidentes Zoneamento Total

Cachoeir a Bonita 2 2 x 2 = 4 2 8

Cachoeir a do Aur élio** 2 1 x 2 = 2 3 7 Cachoeir a da Far ofa 2 1 x 2 = 2 2 6 Mir ant e (Vale Ver de) 1 2 x 2 = 4 1 6 * Situado na Zona Histór ico-Cult ur al; embor a o Pico da Bandeir a se encontr ena Zona Histór ico-Cultur al, a maior par te da tr ilha que leva ao pico localiza-se na Zona Pr imitiva. ** Situado na Zona de Recuper ação; esta zona possui objetivos de manejo que mais se apr oximam da Zona Pr imitiva, uma vez que não é desejável a pr esença de visitantes no local.

Entr e os cinco atr ativos que r eceber am maior pontuação, quatr o deles integr am o per cur so quecompr eende a tr ilha ao Pico da Bandeir a, a par tir da Tr onqueir a (Anexo I). Sendo assim, selecionou-se este tr ajeto, incluindo seus atr ativos, como objeto de estudo par a as etapas poster ior es.

5.2.2. Diagnóstico

(41)

27

Fonte: elabor ada pelo autor (2015).

Figur a 8 Per fil de altitudes da Tr ilha ao Pico da Bandeir a a par tir da Tr onqueir a.

A par tir da Por tar ia do Par que Nacional do Capar aó são 6 km de estr ada, atualmente em boas condições de uso, até a Tr onqueir a. O tr ajeto pode ser r ealizado por car r os pr ópr ios dos visitantes ou por jipes alugados em Alt o Capar aó, levando cer ca de 20 minutos.

Par te das pessoas se hospeda for a do par que, sobr etudo em pousadas pr óximas, outr a par te se estabelece no Acampamento da Tr onqueir a ou no Acampamento do Ter r eir ão.

A visitação ao Pico da Bandeir a acontece, de maneir a mais intensa, no inver no, cor r espondendo aos meses de junho, julho e agosto, devido à ausência de chuvas e melhor es condições de visibilidade no pico. Por se tr atar da tr ilha mais pr ocur ada pelos tur istas, os encontr os e a inter ação com outr os visitantes são fr equentes dur ante o per cur so.

(42)

28

consider avelmente degr adados, que r equer em ações de r ecuper ação e, possivelmente, inter dição da ár ea com a elabor ação e implementação de um desvio do tr ajeto or iginal.

Fonte: fot o tir ada pelo autor (2015).

Figur a 9 Er osão em sulco na tr ilha ao Pico da Bandeir a a par t ir do Ter r eir ão.

Fonte: fot o tir ada pelo autor (2015). Figur a 10 Ter r eno enchar cado e sujeito ao pisoteio na tr ilha ao Pico da Bandeir a a par tir do Ter r eir ão.

A seguir ser ão apr esentadas as infor mações r elativas aos equipamentos, infr aestr utur a e espaços disponíveis à visitação, incluindo: Acampamento da Tr onqueir a, Acampamento do Ter r eir ão e Pico da Bandeir a.

5.2.2.1. Acampamento da Tr onqueir a

O Acampamento da Tr onqueir a é uma impor tante estr utur a de apoio aos visitantes que desejam alcançar o Pico da Bandeir a pela por tar ia de Alto Capar aó (MG), localizando-se a apr oximadamente 4 km do Acampamento do Ter r eir ão (pr óximo ponto de apoio disponível ao público no per cur so até o pico) e cer ca de 7 km do Pico da Bandeir a.

Fonte: fot o tir ada pelo autor (2015).

Figur a 11 Mesas, bancos e quiosque no Acampament o da Tr onqueir a.

(43)

29

Quadr o 4 Infr aestr utur a e equipamentos disponíveis no Acampamento da Tr onqueir a.

I NFRAESTRUTURA/ EQUI PAMENTOS DESCRI ÇÃO

Posto de Guar da Pont o de apoio, com finalidade de abr igar os funcionár ios do par que de plantão no local.

Banheir o Masculino 2 vasos sanitár ios; 1 mictór io coletivo; 2 chuveir os e 3 pias.

Banheir o Feminino 3 vasos sanitár ios; 2 chuveir os e 3 pias. Lava-pr atos 3 tanques par a lavar pr atos.

Lava-r oupas 1 tanque par a lavar r oupas.

Mesas e bancos 9 mesas, cada uma com dois bancos longos, em lados opostos.

Quiosque 4 quiosques cir cular es com mesa ao centr o, cada um com 3 bancos longos ao r edor .

Bica de água Bicas de água cor r ent e pr ópr ias par a consumo, disponíveis em 3 pontos de captação.

Lixeir a 5 latões de lixo espalhados pelo local.

Estacionamento

Estacionamento sem vagas delimitadas com capacidade par a apr oximadament e 45 automóveis.

Mir ant e

Mir ant e com guar da-cor po de, apr oximadamente, 4 metr os de compr iment o, com vista fr ontal panor âmica.

Ár ea de acampamento Ár ea de acampamento com cer ca de 800 m² de ext ensão.

5.2.2.2. Acampamento do Ter r eir ão

O Acampamento do Ter r eir ão compor ta um númer o maior de bar r acas em r elação ao Acampamento da Tr onqueir a, devido à sua ár ea mais extensa. Situada a apr oximadamente 3 km do Pico da Bandeir a, esta é a última estr utur a de apoio ao visitante encontr ada na tr ilha.

Fonte: fot o tir ada pelo autor (2015). Figur a 13 Acampamento do Ter r eir ão.

(44)

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Quadr o 5 Infr aestr utur a e equipamentos disponíveis no Acampamento do Ter r eir ão.

I NFRAESTRUTURA/ EQUI PAMENTOS DESCRI ÇÃO

Posto de Guar da Pont o de apoio, com finalidade de abr igar os funcionár ios do par que de plantão no local.

Abr igo de Pedr a Abr igo const r uído em cômodo único com apr oximadamente 40 m² .

Abr igo de Alvenar ia Abr igo constr uído em dois cômodos com apr oximadament e 60 m² no total.

Banheir o Masculino 2 vasos sanitár ios; 1 mict ór io; 2 chuveir os e 3 pias.

Banheir o Feminino 3 vasos sanitár ios; 2 chuveir os e 3 pias. Lava-pr atos 3 tanques par a lavar pr atos.

Lava-r oupas 1 tanque par a lavar r oupas.

Mesas e bancos

5 mesas, cada uma com dois bancos longos, em lados opostos; 3 mesas, cada uma com um banco longo em um dos lados.

Lixeir a 10 latões de lixo espalhados pelo local.

Ár ea de acampamento Ár ea de acampament o com cer ca de 3.000 m² de ext ensão.

5.2.2.3. Pico da Bandeir a

Ponto culminante do Par que Nacional do Capar aó, o Pico da Bandeir a se destaca pela sua gr ande beleza cênica, pr opiciando aos visitantes uma vista panor âmica pr ivilegiada da cadeia de montanhas da r egião. Na localidade, não há qualquer estr utur a de apoio ou equipamento disponível.

Fonte: fot o tir ada pelo autor (2015). Figur a 15 For mação r ochosa do Pico da Bandeir a em destaque.

(45)

31

Quadr o 6 Espaços disponíveis no Pico da Bandeir a.

ESPAÇOS DI SPONÍ VEI S DESCRI ÇÃO

Ár ea do Pico da Bandeir a com vista panor âmica

Ár ea com cer ca de 900 m² , com vista panor âmica, cor r espondent e aos locais com as cotas de altitude mais elevadas.

5.2.3. Númer o Balizador da Visitação

A visitação ao Pico Bandeir a acontece de duas maneir as: i) caminhada diur na; ii) caminhada notur na; esta última atividade tem como pr opósito a contemplação do nascer do sol visto do alt o do pico. Assim, os r esultados r efer entes ao Númer o Balizador da Visitação ser ão apr esent ados separ adamente par a as duas alter nativas de passeio, uma vez que cada uma apr esenta suas especificidades.

Quadr o 7 Cálculo do Númer o Balizador da Visitação par a a Tr ilha ao Pico da Bandeir a a par tir da Tr onqueir a (caminhada diur na) .

CAMI NHADA DI URNA

FATORES LI MI TANTES TEMPO

OFERECI DO

TEMPO NECESSÁRI O

NÚMERO

DE VEZES OBSERVAÇÃO

Extensão da t r ilha 660 min. 420 min. 1 - Ár ea do pico com vista

panor âmica 660 min. 40 min. 16 -

Estacionamento 660 min. 420 min. 1 -

Jipes (tr aslados) 660 min. 45 min. 14 -

CAMI NHADA DI URNA

FATORES LI MI TANTES NÚMERO

DE VEZES

DI SPONI BI - LI DADE

NECESSI DADE

POR PESSOA NBV

Extensão da t r ilha 1 6.645 m 1,5 m 4.430 pessoas Ár ea do pico com vista

panor âmica 16 900 m² 2 metr os 7.200 pessoas Estacionamento 1 45 vagas 1 vaga 45 automóveis Jipes (tr aslados) 14 30 jipes 1 jipe 420 viagens

Quadr o 8 Cálculo do Númer o Balizador da Visitação par a a Tr ilha ao Pico da Bandeir a a par tir da Tr onqueir a (caminhada notur na) .

CAMI NHADA NOTURNA

FATORES LI MI TANTES TEMPO

OFERECI DO

TEMPO NECESSÁRI O

NÚMERO

DE VEZES OBSERVAÇÃO

Extensão da t r ilha 540 min. 420 min. 1 - Ár ea do pico com vista

panor âmica 20 min. 20 min. 1 -

(46)

32

Quadr o 8 Continuação

CAMI NHADA NOTURNA

FATORES LI MI TANTES NÚMERO

DE VEZES

DI SPONI BI - LI DADE

NECESSI DADE

POR PESSOA NBV

Extensão da t r ilha 1 6.645 m 1,5 m 4.430 pessoas Ár ea do pico com vista

panor âmica 1 900 m² 2 m² 450 pessoas

Acampament o Tr onqueir a 1 800 m² 10 m² 80 bar r acas Acampament o Ter r eir ão 1 3.000 m² 10 m² 300 bar r acas

Tendo em vista o pr incípio da pr ecaução, o valor de NBV adotado par a a Tr ilha ao Pico da Bandeir a a par tir da Tr onqueir a cor r espondeu ao valor mais baixo entr e os fator es limitantes selecionados.

No caso da caminhada diur na, o Númer o Balizador da Visitação equivale ao valor encontr ado par a o fator limitante r elativo ao tr anspor te, que inclui as vagas de estacionamento (45) e os jipes disponíveis par a tr aslados dos visitantes (30). Consider ando o númer o de viagens que cada jipe pode r ealizar individualmente (14), e ainda, que cada automóvel (par ticular ou alugado) tr anspor ta, em média, quatr o pessoas,o NBV da tr ilha avaliada cor r esponde então a1.860visitantes (45 x 4 + 30 x 14 x 4).Em r elação à caminhada notur na, o Númer o Balizador da Visitação decor r eu do valor encontr ado par a o fator limitante r elacionado à ár ea do pico com vista panor âmica, ou seja, 450 pessoas.Somados, os valor es de NBV das duas alter nativas de visitação ao Pico da Bandeir a totalizam 2.310 pessoas por dia.

5.3. Capacidade de Car ga Tur ística

5.3.1. Identificação de fator es e car acter ísticas

(47)

33

5.3.2. Deter minação da Capacidade de Car ga Tur ística

5.3.2.1. Capacidade de Car ga Física

O quadr o a seguir apr esent a os r esultados obt idos par a a Capacidade de Car ga Física da tr ilha avaliada, incluindo todas as var iáveis necessár ias par a este cálculo.

Quadr o 9 Capacidade de Car ga Física par a a tr ilha avaliada e suas r espectivas var iáveis.

Var iáveis Valor Unidade

Extensão da t r ilha (S) 6645,0 met r os Distância entr e visitant e (sn) 1,5 met r os Tempo aber to ao uso (Hv) 20,0 hor as

Tempo gasto (Tv) 7,0 hor as

Capacidade de Car ga Física ( CCF) 12.657 visitantes/ dia

Par a o cálculo da Capacidade de Car ga Física, consider ou-se que cada pessoa necessita de 1,5 metr o par a movimentar -se adequadamente dur ante o per cur so da tr ilha e o tempo aber to ao uso público incluiu os per íodos disponíveis par a as caminhadas diur nas e notur nas, ou seja, de 7às 18hor as e de 22às 7 hor as, r espectivamente.

5.3.2.2. Capacidade de Car ga Real

Os r esultados r elativos à Capacidade de Car ga Real, bem como os fator es de cor r eção obtidos, se encontr am r esumidos nos quadr os a seguir .

Quadr o 10 Fator es de cor r eção e capacidade de car ga r eal.

FATORES DE CORREÇÃO VALOR UNI DADE

Fator Acessibilidade (FCace) 0,26 -

Fator Alagament o (FCala) 0,94 -

Fator Er osão (FCer o) 0,90 -

CAPACI DADE DE CARGA REAL ( CCR) 2.755 visitantes/ dia

(48)

34 5.3.2.2.1. Fator Acessibilidade

O fator de cor r eção acessibilidade consider ou o gr au de dificuldade que os visitantes poder iam ter par a deslocar -se adequadamente devido aos segmentos de tr ilha com declividade acentuada. Deste modo, classificou-se o per cur so em tr ês categor ias de declividade: tr echos com declividade menor que 10%, tr echos com declividade entr e 10% e 20% e t r echos com declividade super ior a 20%, sendo que apenas as duas últimas categor ias de declividade do ter r eno for am consider adas como obstáculos par a o visitante, de acor do com a pr oposta de Cifuentes (1999). O quadr o 10, a seguir , apr esenta os r esultados obtidos par a a classificação pr oposta.

Quadr o 11 Ext ensão dos tr echos, segundo as categor ias de declividade pr opostas e seus r espectivos fator es de ponder ação.

Declividade Fator de Ponder ação Extensão ( metr os)

10% - 20% 1,0 2.250,0

>20% 1,5 1.790,0

Quadr o 12 Cálculo do Fator Acessibilidade.

Magnitude Valor Unidade

Total (MT) 6.645 met r os

Limitant e (ML) (1,0 x 2.250,0) + (1,5 x 1.790,0) met r os

5.3.2.2.2. Fator Alagamento

O fator de cor r eção denominado alagamento levou em conta os tr echos da tr ilha que per manecem alagados ou enchar cados, mesmo na estação seca, que coincide com o per íodo de maior visitação no PNC. A extensão desses tr echos foi consider ada como a magnitude limit ante.

Quadr o 13 Cálculo do Fator Alagamento.

Magnitude Valor Unidade

Total (MT) 6.645,0 met r os

(49)

35 5.3.2.2.3. Fator Er osão

O fator er osão consider a os tr echos do per cur so em que se obser vam pr ocessos er osivos estabelecidos (per ceptíveis visualmente) como magnitude limitante. O quadr o a seguir apr esenta os r esultados r efer entes a este fator .

Quadr o 14 Cálculo do Fator Er osão.

Magnitude Valor Unidade

Total (MT) 6.645,0 met r os

Limitant e (ML) 635,0 met r os

5.3.2.3. Capacidade de Car ga Efetiva

Par a o cálculo da Capacidade de Car ga Efetiva consider ou-se a capacidade de manejo apr esentada pela administr ação do Par que Nacional do Capar aó. A listagem completa de cada var iável, seus componentes e os r espectivos valor es atr ibuídos a eles em cada cr itér io de avaliação é apr esentada nos anexos II, III e IV deste documento. O quadr o a seguir , apr esenta o r esumo dos r esultados obtidos par a as tr ês var iáveis da capacidade de manejo.

Quadr o 15 Capacidade de manejo e seus component es.

Var iável Valor

Equipament os 0,344 Infr aestr utur a 0,527 Recur sos Humanos 0,568

Capacidade de Manejo 0,480

(50)

36

Quadr o 16 Capacidade de car ga física, r eal e efetiva.

CAPACI DADE DE CARGA VALOR (Visitant es/ dia) REDUÇÃO

Física 12.657 -

Real 2.755 78,2%

Efetiva 1.322 52,0%

5.4. Resultados aplicados ao Par que Nacional do Capar aó

Tendo em vista que o Par que Nacional do Capar aó obteve r ecor de de visitação em 2014 e que, neste mesmo ano, o númer o máximo de visitantes que r ecebeu em um único dia foi de 731 pessoas, a atual intensidade de visitação que ocor r e na UC não excede a Capacidade de Car ga Efetiva (1.322), nem mesmo o Númer o Balizador da Visitação (2.310), estabelecidos neste tr abalho.

5.5. Análise compar ativa entr e as tr ilhas de acesso ao Pico da Bandeir a

A visitação no Par que Nacional do Capar aó acontece de for ma mais intensa na por tar ia de Minas Ger ais. Do total de visitantes, em 2014, apenas 17% visitar am o par que via por tar ia do Espír ito Santo. Contudo, os impactos obser vados ocor r em simultaneamente na tr ilha com alta intensidade de uso (via por tar ia de Minas Ger ais) e na tr ilha com baixa intensidade de uso (via por tar ia do Espír ito Santo).

As duas tr ilhas que levam ao Pico da Bandeir a apr esentam car acter ísticas distintas em r elação adiver sos atr ibutos, alguns deles encontr am-se explicitados no quadr o a seguir .

Quadr o 17 Extensão do per cur so e desnível do r elevo nas t r ilhas de acesso ao Pico da Bandeir a.

Atr ibuto Tr ilha Pico da

Bandeir a ( MG)

Tr ilha Pico da Bandeir a ( ES) Extensão total do per cur so 6.645 met r os 4.315 met r os Desnível altitudinal acumulado 918 metr os 702 metr os Extensão dos tr echos com declividade super ior a 20% 1.790 met r os 1.830 met r os Extensão dos tr echos com pr ocessos er osivos estabelecidos 635 metr os 747 metr os

(51)

37

declividade super ior a 20%, a tr ilha pelo lado mineir o possui apenas 27% do per cur so nesta mesma condição. O per fil de altitude de ambas as tr ilhas pode ser melhor visualizado na Figur a 9, a seguir .

Fonte: elabor ada pelo autor (2015).

Figur a 17 Per fil de altitude das tr ilhas de acesso ao Pico da Bandeir a.

Em r elação aos tr echos com pr esença de enchar camento no solo, estes for am mais extensos na tr ilha pelo lado de Minas Ger ais, totalizando 431 metr os ou 6% do per cur so total. Já a tr ilha pelo lado do Espír ito Santo apr esentou 81 metr os de tr echos com alagamento, o que cor r esponde a 2% do tr ajeto total.

A pr esença de pr ocessos er osivos em sulco foi o pr incipal impacto obser vado em ambas as tr ilhas. O per cur so mais degr adado é a Tr ilha ao Pico da Bandeir a a par tir da Casa Queimada, uma vez que possui 747 metr os de ter r eno er odido, o que cor r esponde a 17% de sua extensão total. A tr ilha iniciada a par tir da Tr onqueir a apr esenta 635 metr os com er osão em sulco, equivalendo a 10% do t r ajeto integr al.

(52)

38

Imagem

Figur a 1   Númer o de visitantes nos Par ques Nacionais compar ado ao total de visitantes nas  unidades de conser vação feder ais, entr e 2007 e 2014
Figur a 2   Númer o de visitantes nos Par ques Nacionais br asileir os, ent r e 2007 e 2014
Tabela 1  Continação.
Tabela 2 Infor mações sobr e localização evisitação nos Par ques Nacionais em Minas Ger ais no  ano de 2014.
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Referências

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