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A privatização e o papel do estado

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marcoscintra.org http://marcoscintra.org/mc/privatizacao-papel/

A privatização e o papel do estado

Revista Siderurgia Brasil

Maio de 2012

A PRIVATIZAÇÃO E

O

PAP

DO ESTADO

Estados grandes e fortes, em geral, tentam exercer um papel

para o qual não possuem nem recursos e menos ainda

habilidades, comparativamente aos capitais ptivados.

Marcos Cíntra•

corncessão dos aeroportos de BrasOía, Cam· plnas e Guarulhos reacendeu

o

debate SO· bre a privatização. O PSDB diz que

o

PT •se apropriou de seu legado" e os petistas tentam explicar a d•fereoça entre

o

processo atual e

o

que foi empre-endido no governo da Fernando Henrique Cardoso.

Em

prwneiro lugar, cabe áiZer que não há qualquer

VIés

ideol6gioo

na

condução do

processo

de conoessão dos aeroportos pelo

governo

Oilma Rousseff. O fator determinante para a transferência dos três para a iniCia tiva priVada foi

o

colapso dos serviços aeroportuános e a baixa capacidade fin8f"'Ceira e gerencial do podar pú-blico para tocar os investimentos necessârios, sobretu-do agora que

o

país está prestes a sediar dois megae-venlos esportivos: a Copa do Mundo e as Olimpfadas. Enfim, foi apenas uma questão pragmática para

o

Bfasit não ficar têo vulnerável quanto à possibilidade de um enorme vexame internacional em 2014 e 20 t 6.

Outro aspecto refere-se ao fato do PT tentar se ex-plicar diZendo que não se rendeu à privatlZaÇão nos moldes do PSOB. O partido afirma que não

pnvati-zou, mas fez uma concessão ao setor privado. Ainda que seja conveniente questionar aspectos como a partic1pação do BNDES, dos fundos de pensão de estatais a da lnfraero no processo de transferência, os argumentos petistas se caracterizaram como um esforço Inútil. Há anos as atividades aeroportuárias

já deveriam ter sido transferidas oara a iniciativa

ori-os caciques do partido ressuscitaram a tese de um modelo de Estado que serviu para a Europa do sé-culo 19 e o Brasil de Getúlio Vargas. A ideia de que o Estado deve ser "grande e for1e para promover o desenvolvimento econômico", como disseram os pe-tistas, deve ser revista.

Hoje, os conceitos de 'força' e 'grandeZa' se aplicam mais adequadamente às empresas partiCulares do que ao setor públiCo. Tanto no Brasil corno em outros países, há setores privados capitalizados e prontos para investir. Já para

o

setor público

o

conceito chave é o da 'eficiência', e não o da potência bruta. Hoje, para alavancar o desenvolvimento, compete ao Esta-do um papel supletivo: o da Indução e da regulação. Estados grandes e fortes, em geral, tornam-se opressores em termos fiscais. Endividam-se em excesso, extraem cargas tributárias muito além da capacidade contributiva do setor privado. Tentam exercer um papel para o qual não possuem nem recursos e menos ainda habilidades, comparativa-mente aos capitais privados. AdemaiS, cabe lembrar

que as empresas estatais sempre foram disputadas por políticos brasileiros em busca de fontes de

fi-nanciamento para suas campanhas eleitorais. para acomodar familiares e apaniguados e para distribuir favores à custa da 'viúva'. No passado, setores

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vada. Se essa transferência deveria acontecer sob a forma de prlvatização ou concessão, isso não tem

peso a ponto de ser discutido como foi. Afinal, como

dozia o líder chinês Deng Xiaoping: 'Não importa a cor do gato, contanto que ele cace o rato.·

Por fim, já que a questão da prlvatização voltou, o

PT poderia refletir e enterrar de vez o carcomido

dis-curso da época da campanha presidencial. quando

"'' ""'' '""' •v• .,.., , ' ,..., ... ""'''' "' vvu •V<J

caciques da política nacional com resultados desastrosos para o pais.

'Marcos Cintra é doutor em

Econo-mia pela Uníversidade Harvard {EUA),

professor lltular

e

vice-presidente da

FufldaçAo Getulio Vargas. •

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