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ARTIGO
ORIGINAL
Fat
mass
index
performs
best
in
monitoring
management
of
obesity
in
prepubertal
children
夽
,
夽夽
Luís
Pereira-da-Silva
a,∗,
Mónica
Pitta-Grós
Dias
a,
Elisabete
Dionísio
a,
Daniel
Virella
b,
Marta
Alves
b,
Catarina
Diamantino
c,
Anabela
Alonso
ce
Gonc
¸alo
Cordeiro-Ferreira
a,caLaboratóriodeNutric¸ão,HospitaldeDonaEstefânia,CentroHospitalardeLisboaCentral,Lisboa,Portugal bUnidadedePesquisa,CentroHospitalardeLisboaCentral,Lisboa,Portugal
cAmbulatóriodeCrianc¸asObesasPré-Púberes,HospitaldeDonaEstefânia,CentroHospitalardeLisboaCentral,Lisboa,Portugal
Recebidoem22dejulhode2015;aceitoem9denovembrode2015
KEYWORDS
Bodymassindex; Fatmassindex; Monitoring; Percentageoffat mass;
Prepubertalchildren; Obesity
Abstract
Objective: Anearlyandaccuraterecognitionofsuccessintreatingobesitymayincreasethe complianceofobesechildrenandtheirfamiliestointerventionprograms.Thisobservational, prospectivestudyaimedtoevaluatetheabilityandthetimetodetectasignificantreduction ofadiposityestimatedbybodymassindex(BMI),percentageoffatmass(%FM),andfatmass index(FMI)duringweightmanagementinprepubertalobesechildren.
Methods: Inacohortof60prepubertalobesechildrenaged3---9yearsincludedinan
outpa-tientweightmanagementprogram,BMI,%FM,andFMIweremonitoredmonthly;thelasttwo
measurementswereassessedusingairdisplacementplethysmography.Theoutcomemeasures
werethereductionof>5%ofeachindicatorandthetimetoachieveit.
Results: Therateofdetectionoftheoutcomewas33.3%(95%CI:25.9---41.6)usingBMI, sig-nificantlylower(p<0.001)thaneither63.3%using%FM(95%CI:50.6---74.8)or70.0%(95%CI: 57.5---80.1)usingFMI.Themediantimetodetecttheoutcomewas71daysusingFMI,shorter than88daysusing%FM,andsimilarto70daysusingBMI.Theagreementbetweentheoutcome detectedbyFMIandby%FMwashigh(kappa0.701),butverylowbetweenthesuccessdetected byBMIandeitherFMI(kappa0.231)or%FM(kappa0.125).
Conclusions: FMIachievedthebestcombinationofabilityandswiftnesstoidentifyreduction ofadiposityduringmonitoringofweightmanagementinprepubertalobesechildren.
©2016SociedadeBrasileiradePediatria.PublishedbyElsevierEditoraLtda.Thisisanopen accessarticleundertheCCBY-NC-NDlicense(http://creativecommons.org/licenses/by-nc-nd/ 4.0/).
DOIserefereaoartigo:
http://dx.doi.org/10.1016/j.jped.2015.11.003
夽 Comocitaresteartigo:Pereira-da-SilvaL,Pitta-GrósDiasM,DionísioE,VirellaD,AlvesM,DiamantinoC,etal.Fatmassindexperforms
bestinmonitoringmanagementofobesityinprepubertalchildren.JPediatr(RioJ).2016;92:421---6.
夽夽EstudoatreladoaoLaboratóriodeNutric¸ão,HospitaldeDonaEstefânia,CentroHospitalardeLisboaCentral,Lisboa,Portugal.
∗Autorparacorrespondência.
E-mail:l.pereira.silva@chlc.minsaude.pt(L.Pereira-da-Silva).
2255-5536/©2016SociedadeBrasileiradePediatria.PublicadoporElsevierEditoraLtda.EsteéumartigoOpenAccesssobalicençadeCC
PALAVRAS-CHAVE
Índicedemassa corporal; Índicedemassa gorda;
Monitoramento; Percentualdemassa gorda;
Crianc¸aspré-púberes; Obesidade
Índicedemassagordaapresentamelhordesempenhonomonitoramento dotratamentodaobesidadeemcrianc¸aspré-púberes
Resumo
Objetivo: Oreconhecimentoprecoceeprecisodosucessonotratamentodaobesidadepode aumentaraadesãodecrianc¸asobesasesuasfamíliasaprogramasdeintervenc¸ão.Esteestudo observacionalprospectivovisaaavaliaracapacidadeeotempodedetecc¸ãodeumareduc¸ão significativanaadiposidadeestimadapeloíndice demassa corporal(IMC) nopercentual de massagorda(%MG)enoíndicedemassagorda(IMG)duranteocontroledepesoemcrianc¸as obesaspré-púberes.
Métodos: Emumacoortede60crianc¸asobesaspré-púberesentretrêsenoveanos,incluídas emumprogramaambulatorialdecontroledepeso,oIMC,o%MGeoIMGforammonitorados mensalmenteeasduasúltimasmedic¸õesavaliadasforamfeitascompletismografiapor des-locamentodear.Asmedic¸õesresultantesforamreduc¸ãode>5%decadaindicadoreatingiro tempoparatanto.
Resultados: Ataxadedetecc¸ãodoresultadofoide33,3%(ICde95%25,9-41,6)comousode IMC,significativamentemenor(p<0,001)doque63,3%com%MG(ICde95%50,6-74,8)ou70,0% (ICde95%57,5-80,1)comIMG.Otempomédioparadetectaroresultadofoide71diascomo IMG,menosdoque88diascom%MGesemelhantea70diascomoIMC.Aconcordânciaentreo resultadodetectadopeloIMGepelo%MGfoielevada(kappa0,701),porémmuitobaixaentre osucessodetectadopeloIMCepeloIMG(kappa0,231)ou%MG(kappa0,125).
Conclusões: OIMGatingiuamelhorcombinac¸ãodecapacidadeeprecocidadeparaidentificar reduc¸ãona adiposidadeduranteo monitoramentodo controlede peso em crianc¸as obesas pré-púberes.
©2016SociedadeBrasileiradePediatria.PublicadoporElsevierEditoraLtda.Este ´eumartigo OpenAccesssobumalicenc¸aCCBY-NC-ND(http://creativecommons.org/licenses/by-nc-nd/4. 0/).
Introduc
¸ão
Apesar da definic¸ão de obesidade ter como base excesso de adiposidade,1 a melhor medic¸ão para o nível de gor-dura corporal continua controversa.2 A heterogeneidade dasmedic¸õesresultantesusadasparaavaliaraeficáciadas intervenc¸õesnaobesidadeinfantildificultouacomparac¸ão entreosresultados.3
Em pesquisas com populac¸ão em grande escala ou exame clínicos ou de saúde pública, o índice de massa corporal (IMC) é comumente usado como uma medida substituta do conteúdo de gordura corporal1,4 e normal-mente é ajustada para idade e sexo e é expressa em percentil ou escores z.5 Apesar de o IMC ser um bom índice de risco cardiometabólico, ele pode não ser um bomíndice deadiposidade.6 Emumametanálise recente, constatou-sequeoIMCtemelevadaespecificidade,porém baixa sensibilidade na detecc¸ão de excesso de adipo-sidade em crianc¸as.7 O IMC pode ser particularmente enviesado como um informante secundário na avaliac¸ão longitudinal de adiposidade em crianc¸as, pois há fortes correlac¸õesentreoIMCeoscomponentesdepeso,exceto massa gorda (MG), como massa magra e massa óssea.6,8 Além disso, nãoficouclaro que o monitoramentode uma crianc¸a juntamente com determinado percentil de IMC tambémmanterá essa posic¸ão na distribuic¸ão de gordura corporal.9 Consequentemente, o IMC pode não ser reco-mendadoparamonitorarasalterac¸õesna adiposidadeem crianc¸as.9---11
O percentual de massa gorda (% MG), definido como massa gorda/peso corporal x 100, foi comumente usado comoumíndicemaisconfiáveldeadiposidadeajustadaao corpo/tamanho.1 Porserumaproporc¸ão,comMGincluída emnumeradoredenominador(comocomponentesdamassa corporal), o % MG pode ser difícil de interpretar como medida deadiposidade2 ouindicador desuas alterac¸ões.9 AjustaraMGaumamedidadetamanhocorporalnão rela-cionada,comoumamedidalinear(ouseja,altura),foialgo sugeridocomoestratégiaparamelhorarainterpretac¸ão.12 OíndicedeMG(IMG),definidocomoMG(kg)divididopela alturaaoquadrado(m2),foipropostoparamelhor
discrimi-naraadiposidadequea%FM2eforampublicadososvalores dereferênciaparacrianc¸as.8,13
A pletismografia por deslocamento de ar (PDA) é um modelo de dois compartimentos confiável para avaliar as mudanc¸as na adiposidade em crianc¸as com medic¸ão da MGeo%deMG.14Omodelofoivalidadoemcrianc¸asentre setee10anos.15
A tomada de conhecimento do IMC, do% de MG e do IMG nadetecc¸ãodemudanc¸asna adiposidadefoiavaliada e comparadaem crianc¸asem crescimento,9---11,16 porémos dadossãoescassosnopreenchimentodessesindicadoresem crianc¸as obesas que participamde programasde controle depeso.17 Postulamosqueoreforc¸opositivoprecoce con-tribuiráparaosucessodosprogramasdecontroledepeso.
Tabela1 Avaliac¸õesdacomposic¸ãocorporalantesedepoisdaintervenc¸ãodocontroledepeso
Intervenc¸ão Sexofeminino Sexomasculino Total
EscorezdeIMC média(DP)
Antes 3,27(0,89) 4,46(1,65) 3,78(1,39)
Depois 2,91(0,82) 4,15(1,91) 3,45(1,52)
%MG
média(mín.-máx.)
Antes 37,9(28,0-47,7) 39,3(26,8-52,9) 38,3(26,8-52,9)
Depois 34,8(23,4-45,1) 36,5(24,7-52,5) 35,3(23,4-52,5)
IMG
média(mín.-máx.)
Antes 8,7(6,2-13,2) 9,8(6,0-19,7) 9,0(6,0-17,9)
Depois 7,4(5,1-12,8) 8,9(5,1-17,8) 8,0(5,1-17,8)
IMC,índicedemassacorporal;%MG,percentualdemassagorda;IMG,índicedemassagorda.
crianc¸asobesaspré-púberesparaidentificarqualindicador temamaiortaxadedetecc¸ãoprecocedereduc¸ãona adipo-sidade.PresumimosqueoIMGtemmelhorindicadorprecoce dereduc¸ãonaadiposidadequeo%MGeIMC.
Métodos
Esteestudoobservacionalprospectivoincluiuumacoortede conveniênciade60 crianc¸asobesaspré-púberes(34 meni-nas)encaminhadas,duranteumano,paraumambulatório hospitalar pediátrico terciário para tratamento de obesi-dadeinfantilconfirmada.ObesidadefoidefinidacomoIMC acima depercentil 95 paraa idade e o sexo.18,19 O fator puberdade foi excluído com base nos estágios Tanner.20 Aidademédianorecrutamentofoide7,6anos(trêsanove), semdiferenc¸aestatísticaentreossexos.Oestudofoi apro-vadopelocomitêdeéticadainstituic¸ão.
Umprogramadecontroledepeso padronizadofoi apli-cadoatodosospacientesemconformidadecomoprotocolo ambulatorial, incluindo prescric¸ões orais e escritas para: 1)umadietaplanejadaouumplanoalimentar diáriocom macronutrientes balanceados, em proporc¸ões compatíveis comasrecomendac¸õessobreIngestãoAlimentarde Referên-ciaparaaidade,principalmentealimentoscombaixoteor calórico,comooscomquantidadeelevadadefibrasouteor deágua;21,22e2)práticadeexercíciossuperioraumahora pordiapelomenostrêsvezesporsemana.23Asprescric¸ões easavaliac¸õesagendadasforamfeitaspelomesmopediatra (CD)epelomesmonutricionista(AA).
Essascrianc¸asforamavaliadasnoLaboratóriodeNutric¸ão para medic¸ão antropométrica e da composic¸ão corporal na internac¸ão e foram agendadas para acompanhamento mensal. Indivíduos desconformes com esse agendamento nãoforam incluídos na análise. Nenhuma avaliac¸ão adici-onalfoifeitapropositadamenteparaesteestudo.Amassa corporal, medida pelo equipamento Bod Pod(Life Measu-rements, Concorde, CA, EUA), foi considerada de acordo comopeso corporal.Aalturafoi verificadacomo Estadi-ômetro de Parede Seca 240 (3M, A&D Medical, MS, EUA) pelo mesmo observador treinado (ED), de acordo com a técnica recomendada,24 e a média das três medic¸ões foi registrada para análise. O Sistema Anthro Plus da OMS (http://who-anthroplus.software.informer.com/)foiusado nocálculodoIMCedosescoreszdoIMC.
Acomposic¸ãocorporalfoimedidapelomesmo observa-dor(MPGD)comométodoPDA(BodPod,LifeMeasurements, Concorde,CA,EUA).Deacordocomasinstruc¸õesdo fabri-cante,asmedic¸õesforamobtidascomosindivíduosapenas
comroupasde banhoapertadase toucade natac¸ão. Esse métodomedeamassacorporal,aMGeamassamagra(MM) expressasemKg,comprecisãode0,1Kg.O%MGé calcu-ladopeloequipamentoesepressupõemumadensidadede gordurade0,9007kg/Ledensidades específicaparaidade esexopré-determinadasdeMM.14OIMGfoicalculadocomo MG(kg)divididopelaalturaaoquadrado(m2).
Odesfechoprimáriofoiataxadedetecc¸ãodareduc¸ão de 5% na adiposidade por cada indicador (IMC, % MG e IMG),umlimitedeconveniência.Otempo(dias)para atin-gir a detecc¸ão da reduc¸ão de 5% na adiposidade foi um desfechosecundário.Aprecisãodataxadedetecc¸ãoé for-necidapelo intervalode confianc¸a de95% (IC), calculado comoOpenEpi(CentersforDiseaseControlandPrevention, Atlanta,GA,EUA),easproporc¸õesforamcomparadascomo testequi-quadradoouoexatodeFisher,conformeindicado. Otempoparaatingiradetecc¸ãoemtodaaamostraepara cadaindicadorfoidescritocomascurvas desobrevidade Kaplan-Meyer.Otempoparaatingiradetecc¸ãodareduc¸ão de5%naadiposidade,casoocorra,foidescritocomamédia eosextremosdecadaindicadordeadiposidadee compara-doscomotestedeKruskal-Wallis.Aestatísticakappa(k)de Cohenfoiusadaparamedirarelac¸ãoentreoscasos detecta-dosporcadaindicadordeadiposidade.Asestatísticasforam calculadascomoSPSS22.0(IBMCorp.---Armonk,NY,EUA).
Resultados
O tempo médio (extremos) de acompanhamento das crianc¸asrecrutadasfoide105(35-561)dias.
Acomposic¸ãocorporalavaliadaantesdaintervenc¸ãoeo notérminodoacompanhamentoéapresentadanatabela1. Astaxasdedetecc¸ãodareduc¸ão de5%naadiposidade foram33,3% (CIde95% 25,9-41,6) comIMC, 63,3% (ICde 95%50,6-74,8)com%MGe70%(ICde95%57,5-80m1)com IMG.Ataxadedetecc¸ãofoisignificativamentemenorcom IMC(p<0,001),porémnãoapresentoudiferenc¸acom%MG ouIMG(p=0,657).
Ataxade detecc¸ão comquaisquerdosindicadores não foisignificativamentediferenteentreossexos.
Redução de pelo menos 5% do IMC
Redução de pelo menos 5% da %MG
Redução de pelo menos 5% do IMG Tempo (dias)
Tempo (dias)
Tempo (dias) 1,0
0,8
0,6
0,4
0,2
0,0
1,0
0,8
0,6
0,4
0,2
0,0
1,0
0,8
0,6
0,4
0,2
0,0
0
100
200
300
400
500
600
0
100
200
300
400
500
600
0
100
200
300
400
500
600
Taxa de sucesso cumulativa
Taxa de sucesso cumulativa
Taxa de sucesso cumulativa
A
B
C
Figura1 Tempoparaatingirosucesso(reduc¸ão≥5%emcada
indicador)em todaaamostraeparacadaindicador(A:IMC, B:%MG,C:IMG);curvasdesobrevidaKaplan-Meyer.
350
300
250
200
Tempo para atingir sucesso (dias)
150
100
50
0
IMG IMC %MG
Figura2 Otempomédio (extremos)para atingirosucesso (reduc¸ãode≥5% emcadaindicador)foide71 (35-238)dias
comoIMG,70(35-316)diascomoIMCe88(35-316)diascom
o%MG.Otempo médioparadetectarsucessocomoIMCfoi
significativamentemenordoquecomo%MG(testede Kruskal--Wallis;p=0,009).
Otempomédioparadetectarareduc¸ãode5%na adipo-sidadefoide71(35-238)diascomoIMG,semelhantea70 (35-316)diascomoIMC(p=223)e,comfracacomprovac¸ão (p=0,067),inferiora88(35-316)diascomo%MG(fig.2). Otempomédioparadetectarareduc¸ãode5%na adiposi-dadecomoIMCfoisignificativamentemaiscurtodoquecom o%MG(p=0,009).Nacoortedehomens,nenhumadiferenc¸a significativanotempodedetecc¸ãodareduc¸ãode5%na adi-posidadefoiencontradaentreosindicadores.Nacoortede meninas,otempomédioparadetectarareduc¸ãode5%na adiposidadefoisignificativamentemaiscurtocomoIMCdo quecomo%MG(p=0,018).Norecrutamento,aidademédia dasmeninasnasquaisfoidetectadareduc¸ãode5%na adi-posidade como IMCfoi de7,8anos, em comparac¸ão com seisanosparaaquelasquenãoobtiveramsucesso(testede Mann-Whitney,p=0,083); nenhumadiferenc¸ana idade foi constatadanosmeninos.
Aconcordânciaentre adetecc¸ão dareduc¸ão de 5%na adiposidade pelo IMG e pelo % MG foi elevada (k 0,701), porém muitobaixaentreosucessodetectadopeloIMGou pelo%MGeIMC(respectivamentek0,231ek0,125).
Discussão
Nessacoorteprospectivaobservacional decrianc¸asobesas pré-púberesincluídasemumprogramadecontroledepeso, ataxadedetecc¸ãodereduc¸ãoprecocenaadiposidadecom a estimativa deIMC foi baixa (33,3%).Por outro lado, foi constatadoque oIMGe o%MGapresentammaior capaci-dadededetectarmudanc¸asprecocesnaadiposidade(70%e 63,3%,respectivamente).
mudanc¸anaadiposidade,porémlevou maistempodoque oIMGouoIMC.ApesardeoIMCterdetectadomudanc¸ana adiposidademaiscedo,eleapresentouumamenortaxade detecc¸ãodoqueosoutrosindicadores.
Esteestudovisouacompararodesempenhodetrês indi-cadoresdeadiposidadedetectandodiferentescomopassar dotempo,enãoavaliaraeficáciadotratamentoda obesi-dade.Alémdisso,aprecisãodosindicadoresdeadiposidade estudadosemcrianc¸asobesasjáhaviasidoverificadacom métodos padrão-ourodiferentes7,9 e vai alémdo objetivo desteestudo.
Paraavaliaramudanc¸anaadiposidade,comoresultado daintervenc¸ão decontrole depeso em crianc¸as em cres-cimento, os indicadores de desfecho podem ser medidos como unidades brutas, percentuais, escores z ou percen-tis; contudo, a adequac¸ão das diferentes medidas não é conhecida.10 No melhor de seu conhecimento, nenhum escore zoupercentilestá disponívelparaMGmedida por PDA para essa faixa etária direcionada. Portanto, uma reduc¸ãode5%namagnitudedosindicadoresestudados(IMC, % MGe IMG) foi considerada um atalhoconveniente para indicadoresdesucessodecurtoprazo.
Na infância, o IMC apresenta diferentes desempenhos a dependerde sea finalidade é detectar excesso de adi-posidade, mudanc¸a na adiposidadena populac¸ão geral ou mudanc¸a na adiposidade em crianc¸as obesas que partici-pam de programas de controle de peso. Em uma análise sistemáticaemetanálise,constatou-sequeoIMCtembaixa sensibilidadeenãoconseguiuidentificarmaisdeumterc¸o decrianc¸as com excessode% MG.7Em alguns estudosde coorte foi relatado que o IMC tem baixa desempenho na detecc¸ãodemudanc¸asnaadiposidadenainfância.9---11,16Por outrolado,foiconstatadoqueosgráficosdeIMCfornecem umaindicac¸ãorazoavelmenteprecisadasmudanc¸asna gor-duracorporalpormeioderaiosXdeduplaenergia(DXA)em crianc¸aobesasentreoitoe15anosqueparticipamdeum programadecontroledepeso.17
Variac¸õesparalelasdaMGedopesocorporalpodem redu-zir o desempenho do % MG na detecc¸ão de mudanc¸as na adiposidade9eoimpactodesuacapacidadedemonitorara respostaaotratamentodeobesidade.OIMG,emassociac¸ão comumaestimativaprecisadaMGcommedic¸ãodealtura, ultrapassa sua interferência, possivelmente melhora seu desempenho na detecc¸ão demudanc¸as de curtoprazo na adiposidadeemcrianc¸aspré-púberesentretrêsenoveanos, nasquaisavelocidadedopesoérelativamenteconstante, emenordoqueemoutrasfaixasetárias.20Aslimitac¸õesdo %MGeasvantagensdoIMGjáforamabordadasno diagnós-tico deobesidade2,8,13 e na identificac¸ão de mudanc¸as na adiposidadeemcrianc¸as.9
Asintervenc¸õesnotratamentodaobesidadeemcrianc¸as incluíram intervenc¸ão alimentar e promoc¸ão de atividade física.25Osbaixosníveisdeadesãodospacientesedas famí-lias influenciou o sucesso de algumas das intervenc¸ões.26 O reforc¸o positivo precoce pode aumentar a adesão de crianc¸as obesas e de suas famílias. Usar o IMG ou o IMC para monitoraro tratamento detectareduc¸ão na adiposi-dadecercadeduassemanasantesdousodo%MG;contudo, oIMCnãoconseguirdetectarareduc¸ãonaadiposidadeem maisdametadedascrianc¸asdetectadaspeloIMG.Apesarde oIMGeo%MGdetectaremreduc¸ãonaadiposidadeauma taxasemelhante,oaumentodetemponadetecc¸ãocom%
MGatrasaem aproximadamenteduas semanasa oportuni-dadedereforc¸opositivoepode,assim,interferirnaadesão àintervenc¸ãoenaeficácia.26
Aslimitac¸õesdesteestudodevemserreconhecidas. Pri-meiro,orecrutamentotevecomobaseodiagnósticoclínico da obesidade, e não indicadores precisos de excesso de adiposidade, como índices com base na MG medida pela absorc¸ãoderaiosXdeduplaenergia.7APDAfoivalidadaem crianc¸asentresetee10anos,15porémnãoaindaemcrianc¸as maisnovas,oqueatornanãoconfiávelparadeterminac¸ão dorecrutamentodecrianc¸asobesas.Emvezdisso,oIMC18 foi usadono recrutamento, pois é o critério clínico mais amplamenteusado paratestarobesidade em crianc¸as em ambulatórios.7Conceitualmente,issopodeterintroduzido umviésdeselec¸ãoparainclusãodecrianc¸ascommenos adi-posidade,porémoselevadosescoreszdoIMCnaavaliac¸ão anterioràintervenc¸ão (tabela 1)tornam esse viés impro-vável. Segundo, a diferenc¸a entre os gêneros constatada durante o tempo de detecc¸ão de sucesso talvez se deva aodiferentetamanhodeduas pequenassubamostras,pois foramincluídasapenascrianc¸aspré-púbereseastaxasde detecc¸ão das medic¸ões de desfecho foram semelhantes. Contudo, não se pode excluir uma possível interferência narepercussãodaadiposidadeemmulheres,se considerar-mosafracacomprovac¸ãodequeasmulheresqueobtiveram sucessocomoIMCsãomaisvelhasdoqueaquelasquenão obtiveramsucesso.
Para concluir, a melhor combinac¸ão de capacidade e precocidadeparaidentificarreduc¸ãode5%naadiposidade duranteomonitoramentodocontroledepesoemcrianc¸as obesas pré-púberes foi atingida com o IMG. Esses dados sugeremqueosambulatóriosespecializadosnotratamento deobesidade infantilequipadoscom métodos capazes de detectar com precisão mudanc¸as precoces na MG podem fornecerreforc¸opositivomaiscedo.
Conflitos
de
interesse
Osautoresdeclaramnãohaverconflitosdeinteresse.
Agradecimentos
AKaylaM.Bridges,MS,RD,CSP,CNSCeHospitaldaCrianc¸a St.John Providence, Detroit, Michigan, EUA,pela análise críticadomanuscrito.
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