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Fatores inibidores do uso de técnicas ambientais nos postos de combustíveis: um estudo de caso em Natal/RN

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UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO NORTE CENTRO DE TECNOLOGIA

PROGRAMA DE ENGENHARIA DE PRODUÇÃO

FATORES INIBIDORES DO USO DE TÉCNICAS AMBIENTAIS

NOS POSTOS DE COMBUSTIVEIS: UM ESTUDO DE CASO EM NATAL/RN por

ROSÂNGELA DE LIMA ROSÁRIO SANÇA BACHAREL EM CIENCIAS ECONOMICAS, UNP, 2003.

TESE SUBMITIDA AO PROGRAMA DE ENGENHARIA DE PRODUÇÃO DA UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO NORTE COMO PARTE DOS

REQUISITOS NECESSÁRIOS PARA A OBTENÇÃO DO GRAU DE MESTRE EM CIENCIAS EM ENGENHARIA DE PRODUÇÃO

JULHO, 2006.

© 2006 ROSANGELA DE LIMA ROSÁRIO SANÇA TODOS DIREITOS RESERVADOS

O autor, aqui designado, concede ao Programa de Engenharia de Produção da Universidade Federal do Rio Grande do Norte permissão para reproduzir, distribuir, comunicar ao público, em papel ou meio eletrônico, esta obra, no todo ou em parte, nos termos da Lei.

Assinatura do Autor: _______________________________________________ APROVADO POR:

_______________________________________________________________ Prof. Carlos Henrique Catunda Pinto, Dr. – Orientador, Presidente

________________________________________________________________ Prof. Karen Maria da Costa Mattos, Dr. – Membro Examinador

________________________________________________________________ Prof. Patrícia Guimarães, Dr.- Membro Examinador Externo

MEMBRO DA SOCIEDADE:

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Divisão de Serviços Técnicos

Catalogação da Publicação na Fonte / Biblioteca Central Zila Mamede

Sança, Rosângela de Lima Rosário.

Fatores inibidores do uso de Técnicas ambientais nos Postos de combustíveis: um estudo de caso em Natal/RN / Rosângela de Lima Rosário Sança. – Natal, 2006.

100 p. : il.

Orientador: Carlos Henrique Catunda Pinto.

Dissertação (Mestrado) – Universidade Federal do Rio Grande do Norte. Centro de Tecnologia. Programa de Engenharia de Produção. 1. Combustíveis líquidos – Aspectos ambientais – Dissertação. 2. Tecnologias limpas – Dissertação. 3. Postos de combustíveis – Dissertação.4. Meio ambiente – Preservação – Dissertação. I. Pinto, Carlos Henrique Catunda. II. Universidade Federal do Rio Grande do Norte. III. Título.

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CURRICULUM VITAE RESUMIDO

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AGRADECIMENTOS

Antes de agradecer a todas as pessoas que estão no meu coração queria agradecer ao meu papai do céu, o Deus de Israel, o Grande Eu Sou, meu Senhor. Grata eu sou por essa oportunidade única que me deste para começar e terminar com sucesso este mestrado, Tu és realmente maravilhoso, e teus pensamentos maiores que os meus. Antes de eu pensar em algo ou até dizer algo tu já o sabes. Muito obrigado Pai, por me guardar durante esses anos aqui em Natal, me sustentando tanto físico, emocional e principalmente espiritualmente.

Ao meu pai Adalberto, por ter aceitado esse desafio de me sustentar economicamente durante o Mestrado, eu sei que foi um esforço que fizeste e não quero te decepcionar. Eu te amo muito.

A minha querida mãezinha Edite que sempre quis ver os seus filhos trilhando os caminhos acadêmicos. Muito obrigado porque desde pequena estiveste acompanhando-me nos estudos e sempre dando força e estimulo para que conseguíssemos chegar longe. Se hoje cheguei até aqui podes crer que grande parte do mérito foi tua.

Ao meu abençoado esposo Frank que antes mesmo de eu começar o Mestrado ele já me via fazendo-o (“sem fé é impossível agradar a Deus”). Teu estímulo para eu estudar para as provas da seleção foram essenciais. Acreditavas no meu potencial enquanto eu temia muito. Você é muito especial para mim, desde o momento que nos conhecemos.

Não posso também esquecer dos meus amados irmãos Queila, Walbner e Waner. Que vocês possam também conseguir chegar aonde cheguei e até ultrapassar.

Agradeço a minha família espiritual da Igreja Refugio da Graça pelas orações e acompanhamento durante essa fase na minha vida, principalmente ao pastor Brian que me emprestou seu grande e completo dicionário de Inglês, foi de grande valia para as provas de seleção.

A minha colega e amiga Carol, que me apoiou e ajudou muito na parte que se refere à Estatística. Você foi demais.

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Resumo da Tese apresentada á UFRN/PEP como parte dos requisitos necessários para a obtenção do grau de Mestre em Ciências em Engenharia de Produção.

FATORES INIBIDORES DO USO DE TÉCNICAS AMBIENTAIS NOS POSTOS DE COMBUSTÍVEIS: UM ESTUDO DE CASO EM NATAL/RN

ROSÂNGELA DE LIMA ROSÁRIO SANÇA Julho / 2006

Orientador: Carlos Henrique Catunda Pinto

Curso: Mestrado em Ciências em Engenharia de Produção Resumo:

O objetivo deste trabalho foi investigar os fatores que inibem o uso de Técnicas Ambientais nos Postos de Combustíveis da cidade de Natal/RN. Para isso, foi utilizado um procedimento de pesquisa do tipo Survey (levantamento) com o auxílio de um questionário, identificado como sendo o instrumento de pesquisa. Utilizou-se a amostra por conveniência, não probabilístico. Para coleta dos dados, utilizou-se a aplicação do questionário diretamente aos Gerentes ou Sub-gerentes dos Postos, de acordo com a sua disponibilidade ou presença. Os dados foram coletados em todas as regiões de Natal (Norte, Sul, Leste e Oeste). A população de acordo com os dados da ANP de Setembro 2005 é de 111 postos (atualizados) e a amostra coletada foi de 86. Para realizar a análise dos dados desta pesquisa foram utilizados os softwares Excel e Statistica versão 5.0, para Windows. A análise de dados é dividida em duas partes: análise descritiva e análise de agrupamentos (clusters). Os resultados mostraram que maior parte dos entrevistados têm entre 30 e 39 anos de idade; têm 2º grau completo; declararam ter entre pouco e razoável conhecimento quanto ao uso de TL em postos de combustível; e uma pequena parte dos entrevistados informaram ter muito conhecimento quanto as resoluções do CONAMA estabelecidas para os Postos de combustível. Dos postos pesquisados, a maioria é nacional (76,7%); as práticas ambientalmente corretas mais usadas nos postos são: coleta seletiva de óleo usado ou contaminado e tanques ecológicos - revestidos com fibra de vidro reforçada; grande parte dos entrevistados (33,8%) informou que nunca fazem planejamento de ação futura referente a TL; cerca de mais da metade dos entrevistados (84,9%) declararam que os seus funcionários têm de nenhum a um razoável nível de treinamento para lidarem com problemas que comprometem o meio ambiente; a maioria dos postos (72,1%) funcionam há mais de 6 anos. Observa-se que quase todos os entrevistados (96,5%) avaliam como sendo importante ou muito importante a implantação de TL em Postos de combustível e a grande maioria (82,1%) avalia a dificuldade em se implantar essas tecnologias em postos como sendo fácil ou muito fácil. Na análise de cluster, verificou-se a existência de dois agrupamentos (tantos nas variáveis das barreiras e benefícios), verificou-sendo que dentro de cada clusters existe homogeneidade e entre clusters existe heterogeneidade. Na verdade, tudo é importante ou muito importante na opinião dos entrevistados. Existe apenas uma pequena diferença significativa que os separa em clusters.

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Abstract of Master Thesis presented to UFRN/PEP as fulfillment of requirements to graduate as Master of Science in Production Engineering.

INHIBITING FACTORS OF USE OF ENVIRONMENTAL TECHNIQUES IN THE GAS STATION: A STUDY OF THE CASE NATAL/RN.

ROSÂNGELA DE LIMA ROSÁRIO SANÇA July/ 2006

Thesis Supervisor: Carlos Henrique Catunda Pinto Program: Master of Science in Production Engineering

Abstract:

The objective of this work was to investigate the factors that inhibit the use of Environmental Techniques in the Gas Station of the city of Natal/RN. For this, a survey with the aid of a questionnaire was used like research instrument. It’s used a sample for convenience, not probabilistic. For collection of the data, it was used directly application of the questionnaire to the Managers or Assistant managers of the gas station, in accordance with its availability or presence. The data was collected in all the regions of Natal (North, South, East and West). The population in accordance with the data of the ANP of September 2005 is of 111 ranks and the collected sample was of 86. To carry through the analysis of the data of this research had been used softwares Excel and Statistic version 5.0, for Windows. The analysis of data is divided in two parts; descriptive analysis and analysis of groupings (clusters). The results showed that bigger part of the interviewed ones has between 30 and 39 years of age; they have second grade completed; they had declared to have little between and reasonable knowledge how much to the use of Clean Technology (CT) in gas station; and a small part of the interviewed ones had informed to have much knowledge how much the resolutions of the CONAMA established for the Gas Station. Of the searched ranks, the majority is national(76.7%); the most accurate practice environmental used in the gas station are: it collects selective of oil used or contaminated and ecological tanks - coated with strengthened fibre glass; great part of the interviewed ones (33.8%) informed that never the TL makes planning of referring future action; about of the half of the interviewed ones (84.9%) they had more declared that its employees have of none to a reasonable level of training for deal with problems that compromise the environment; the majority of the ranks (72.1%) functions has for more then six years. It is observed that almost all the interviewed ones (96.5%) evaluate as being important or very important the implantation of CT in Gas Station and the great majority (82.1%) evaluates the difficulty in if implanting these technologies in Gas Station as being easy or very easy. In the analysis of cluster, it was verified existence of two groupings (as much in the variable of the barriers and benefits), being that inside of each clusters exists homogeneity and between clusters exists heterogeneity. In reality, everything is important or very important in the opinion of the interviewed ones. There only exists a small significant difference that separates them in clusters.

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SUMÁRIO

Capítulo 1 – Introdução... 1

1.1 Contextualização e Definição do Problema ... 1

1.2 Objetivo... 4

1.3 Relevância ... 4

1.4 Estrutura dos Capítulos ... 5

Capitulo 2 –Meio Ambiente, Setor de Distribuição de Combustíveis e Tecnologias Ambientais ... 7 2.1 Evolução da Consciência Ambiental ... 7

2.2 Breve Histórico do Setor de Distribuição de Combustíveis no Brasil ... 12

2.2.1 O Setor do Petróleo no Brasil... 12

2.2.2 Distribuidoras e Postos de Abastecimento... 14

2.3 As Grandes Empresas Distribuidoras: Caracterização e Ações Ambientais... 16

2.3.1 Petrobras (BR) ... 18

2.3.2 Ipiranga ... 20

2.3.3 Texaco... 21

2.3.4 Shell ... 22

2.3.5 Esso ... 23

2.3.6 SAT ... 24

2.4 Postos de Combustíveis e o Meio ambiente ... 25

2.4.1 Surgimento de Tecnologias Limpas ou Ambientais ... 25

2.4.2 Impactos dos Postos de combustíveis ao Meio ambiente ... 30

2.4.3 Técnicas ambientais nos Postos de combustíveis ... 34

2.4.4 Fatores que inibem o uso de Tecnologias Limpas... 39

Capitulo 3- Metodologia da Pesquisa de Campo ... 43

3.1 Tipologia da Pesquisa ... 43

3.2 Plano e Coleta de Dados ... 45

3.3 Instrumento de Coleta de Dados ... 46

3.4 Técnicas de Análise ... 47

Capitulo 4 – Resultados e Discussões ... 49

4.1 Validação da Pesquisa ... 51

4.1.1 População e Amostra ………...……… 49

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4.1.2 Perfil dos Entrevistados…….. ... 51

4.2.2 Situação Atual dos Postos de Combustível Pesquisados ……… 54

4.3 Análise de Cluster …...………... 59

4.3.1 Análise das Barreiras à Implantação de Tecnologias Limpas…………..…….…... 59

4.3.2 Análise dos Benefícios à Implantação de Tecnologias Limpas ……….. 63

Capitulo 5- Conclusões e Recomendações ... 67

5.1 Conclusões da Pesquisa Bibliográfica ………...…………... 67

5.2 Conclusões da pesquisa de campo ………. 69

5.3 Limitações do Trabalho ………...………... 71

5.4 Direções de Pesquisa ………...……….. 72

REFERENCIAS BIBLIOGRÁFICAS ... 73

APÊNDICE I- Questionário de pesquisa ………...………….. 78

APÊNDICE II- Gráficos da Análise Descritiva ..………..……... 83

APÊNDICE III- Resultados na Análise de clusters ………..……… 93

ANEXO A- Números de Postos de combustíveis por região/ estado no Brasil...………. 97

ANEXO B - Algumas medidas para uma gestão ambientalmente correta nos Postos de Combustíveis ……… 98

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LISTA DE FIGURAS

Figura 2.1 Mudanças na Empresa através da Conscientização Ambiental ... 12

Figura 2.2 Estrutura da Distribuição e comercialização dos derivados do petróleo... 14

Figura 2.3 Classificação dos Postos ... 15

Figura 2.4 Número de Postos de Combustíveis no Brasil, por Região ... 16

Figura 2.5 Número de Postos Revendedores do RN, por Bandeira ... 17

Figura 2.6 Número de Postos Revendedores em Natal, por Bandeira……….. 18

Figura 2.7 Posto Petrobras (BR)...………...…. 19

Figura 2.8 Tanque de parede dupla …… ………..………... 34

Figura 2.9 Câmara de conteção de descarga ……... 35

Figura 2.10 Câmaras de conteção de tanques ……… 36

Figura 2.11 Pista de abastecimento não impermeável ………... 37

Figura 2.12 Canaleta adequada ……….. 37

Figura 4.1 População e amostra por Zonas………... 50

Figura 4.2 Idade dos entrevistados ... 51

Figura 4.3 Grau de instrução dos entrevistados ... 52

Figura 4.4 Grau de conhecimento quanto ao uso de Tecnologias Limpas em Postos de Combustível ... 53

Figura 4.5 Frequência de acesso a informações sobre Tecnologias Limpas ou Técnicas de proteção ambiental (Produção mais Limpa) ... 53

Figura 4.6 Grau de conhecimento quanto as resoluções do CONAMA estabelecidas para os Postos de Combustíveis ... 54

Figura 4.7 Bandeira dos Postos ………... 55

Figura 4.8 Práticas ambientalmente corretas ……….. 56

Figura 4.9 Frequência de Planejamento de ação futura referente a TL ………. 56

Figura 4.10 Nível de treinamento dos funcionários………... ……… 57

Figura 4.11 Tempo de funcionamento dos Postos ………. 58

Figura 4.12 Grau da dificuldade em se implantar Tecnologias Limpas ou ambientais em Postos de Combustíveis………..………... 60

Figura 4.13 Médias de cada Cluster relacionadas às variáveis Barreiras …………... 61

Figura 4.14 Médias de cada Cluster relacionadas às variáveis Benefícios…….……… 64

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LISTA DE QUADROS

Quadro 2.1 Evolução da mentalidade ambiental ………...………... 10 Quadro 2.2 Benefícios da Gestão ambiental ………...……….. 41

LISTA DE TABELAS

Tabela 4.1 Análise de Variância das variáveis Barreiras significantes na formação

dos clusters ………. 60

Tabela 4.2 Proporção dentro de cada cluster considerando as demais variáveis do

questionário………. 62

Tabela 4.3 Análise de Variância das variáveis benefício significantes na formação

dos clusters ………. 63

Tabela 4.4 Proporção dentro de cada cluster considerando as demais variáveis do

questionário ……… 65

LISTA DE SIGLAS E ABREVIATURAS

ABNT Associação Brasileira de Normas Técnicas ANP Agência Nacional do Petróleo

BNDES Banco Nacional do Desenvolvimento Económico e Social CBPI Companhia Brasileira de Petróleo Ipiranga

CETESB Companhia de Tecnologia de Saneamento Ambiental CNTL Centro Nacional de Tecnologias Limpas

CONAMA Conselho Nacional do Meio Ambiente

CT Clean Technology

DPPI Distribuidora de Produtos de Petróleo Ipiranga EUA Estados Unidos da América

GNV Gás Natural Veicular GLP Gás Liquefeito de Petróleo

ISO International Organization for Standardization IUCN União Internacional para Conservação da Natureza ONU Organização das Nações Unidas

PML Produção mais Limpa

PNUMA Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente

PL Produção Limpa

SIGEA Sistema de Gestão de Emissões Atmosféricas TL Tecnologias Limpas

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Capitulo 1

Introdução

Este trabalho trata de uma pesquisa exploratória realizada nos Postos de Combustíveis em Natal/RN. A finalidade deste estudo é investigar os fatores que inibem o uso de Tecnologias Limpas em Postos de Combustíveis. Esta pesquisa é sustentada no método quantitativo, cujos objetivos são do tipo exploratória, e utiliza a técnica de questionários, tendo como sujeitos da pesquisa os gerentes e/ou sub-gerentes dos Postos.

Este capítulo apresenta inicialmente uma contextualização da temática, o objetivo do trabalho, a relevância da temática e do objetivo, e finalmente a organização da dissertação em geral.

1.1 Contextualização e Definição do Problema

Atualmente os países desenvolvidos estão na frente das campanhas ambientais, enquanto que os países em desenvolvimento ainda estão preocupados com problemas primários tais como trabalho, pobreza, doenças, entre outros.

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Algumas questões do meio ambiente de suma importância são: o aquecimento da temperatura da Terra, perda da biodiversidade, destruição da camada de ozônio, contaminação ou exploração excessiva dos recursos dos oceanos, superpopulação mundial, baixa qualidade da moradia e ausência de saneamento básico, degradação dos solos agricultáveis, destinação dos resíduos (lixo), escassez, mau uso e poluição das águas, entre outros.

De acordo com o National Research Council, órgão ligado à National Academy of Sciences (EUA), os elementos responsáveis pela degradação ambiental podem ser classificadas da seguinte maneira (Stern et al.,1993, apud Dinato, 1998): crescimento populacional; crescimento econômico; mudança tecnológica; instituições político-econômicas; atitudes e convicções.

Todas as atividades econômicas afetam o meio ambiente de duas maneiras: através do consumo de energia e recursos e pela geração de resíduos (DINATO, 1998).

Toda a produção gera resíduos que precisam de um destino previamente definido, quanto menos resíduos, melhores são os processos, e menores são os impactos ambientais. Os resíduos no Brasil não são tratados da melhor forma e nem na totalidade.

Para diminuir a emissão de resíduos e encontrar métodos efetivos de tratamento, são necessárias inovações tecnológicas que proporcionem mudanças preventivamente, evitando a ocorrência de impactos ambientais (ROHRICH, 2001).

Os resíduos são classificados em três classes:

x Classe 1 - resíduos perigosos: são aqueles que apresentam riscos à saúde pública e ao meio ambiente, exigindo tratamento e disposição especiais em função de suas características de inflamabilidade, corrosividade, reatividade, toxicidade e patogenicidade. Exemplo destes são os resíduos gerados pelos Postos de Combustíveis.

x Classe 2 - resíduos não-inertes: são os resíduos que não apresentam periculosidade, porém não são inertes; podem ter propriedades tais como: combustibilidade, biodegradabilidade ou solubilidade em água. São basicamente os resíduos com as características do lixo doméstico.

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Isto significa que a água permanecerá potável quando em contato com o resíduo. Muitos destes resíduos são recicláveis. Estes resíduos não se degradam ou não se decompõem quando dispostos no solo (se degradam muito lentamente). Estão nesta classificação, por exemplo, os entulhos de demolição, pedras e areias retirados de escavações (AMBIENTE BRASIL, 17/06/06).

O gerenciamento de resíduos perigosos tem-se transformado, nas últimas décadas, em um dos temas ambientais mais complexos. Crescem materiais e substâncias perigosas e a produção desses resíduos em quantidade cada vez maiores exigem soluções mais eficazes e maiores investimentos (pelos seus geradores e sociedade em geral).

Também com a industrialização crescente dos países em desenvolvimento, esses resíduos passam a ser gerados em regiões nem sempre preparadas para processá-los ou, pelo menos, armazená-los adequadamente. Tornam-se necessárias então mudanças adequadas no processo de produção ou até a redefinição do próprio produto a ser obtido para ajudar a fazer um melhor uso das matérias-primas e da energia utilizada, compensando eventuais despesas extras com a preservação do meio ambiente (SOUZA e SILVA, 1997).

A utilização racional dos recursos naturais, a partir da consciência comprometida com a responsabilidade ambiental é um dos maiores desafios da humanidade na atualidade. Há algumas décadas as pessoas perceberam que a preservação do planeta Terra significa também a preservação da própria vida. Inicialmente, a preocupação era pela extinção dos animais, mais tarde a questão da derrubada das florestas, a poluição do ar, a poluição industrial e agrícola. E em seguida a preocupação com a poluição gerada nos países em desenvolvimento, pela falta de infra-estrutura urbana.

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1.2 Objetivo

O objetivo geral do presente trabalho é investigar os fatores que inibem o uso de Técnicas ambientais nos Postos de Combustíveis da cidade de Natal-RN. A partir deste procura-se: descrever a situação atual dos postos de combustíveis quanto a Tecnologias Limpas; identificar as barreiras de implantação das Tecnologias Limpas ou ambientais nos Postos de Combustíveis (custos, tecnologias, conhecimento, visão); apresentar os possíveis benefícios para a implantação de T.L. nos Postos de Combustíveis (a nível social, econômico e ambiental); identificar a existência de Planejamentos de ação futura para implantação de T.L. nos Postos de Combustíveis.

1.3 Relevância

A preocupação com a preservação do meio ambiente tem sido de âmbito mundial. Isto tem causado uma crescente demanda por mudanças de paradigmas ambientais, fazendo as empresas voltarem à origem de seus problemas. Assim sendo, estão buscando tecnologias industriais que substituam os tratamentos convencionais de “fim-de-tubo”, por transformações no processo produtivo focalizadas na prevenção e controle de poluição na fonte. Alcançar um nível ótimo de produção (tornar mais eficiente o uso dos recursos) e poluição mínima, que não comprometa as gerações futuras é um desafio para esse século.

Os impactos ambientais causados por um posto de combustível podem ser: contaminação humana, incêndios, geração de resíduos e contaminação do solo e das águas subterrâneas. Diante disso, vê-se a importância da utilização de técnicas ambientais que minimizam os passivos negativos causados pelos postos ao meio ambiente.

Além disso, o CONAMA exige através da resolução 273, de Novembro de 2000, a emissão de licenças ambientais dos postos de combustíveis desde o planejamento até a operação (Licença prévia, de instalação e de operação).

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oferecem outros serviços aos motoristas: lavagem de veículos, troca de óleo, borracharia, restaurantes e comercio de produtos em geral – Lojas de Conveniência.

Este trabalho é importante, visto que ao identificar os fatores que estão impedindo o uso das técnicas ambientais nos postos de combustíveis, pode-se a partir de então: mostrar aos Gestores dos Postos de Combustíveis de que é viável e imprescindível a implantação de Tecnologias Limpas de produção, e demonstrar a importância disto para o meio ambiente e a sociedade como um todo. É importante ainda citar que a Gestão Ambiental é um dos temas centrais neste início do século, especialmente no setor de petróleo e gás natural.

Do ponto de vista acadêmico, este trabalho será mais uma contribuição acadêmica na área ambiental, pois a produção de pesquisa nesta área no País é muito baixa e existe um grande vazio em termos de livros e outras publicações em Português. E contribuirá para futuras pesquisas sobre Tecnologias Limpas ou ambientais. A temática é de interesse acadêmico e empresarial.

1.4 Estrutura dos Capítulos

Esta dissertação é organizada em cinco capítulos. Cada capítulo apresenta seu respectivo resultado de forma que o conjunto dos capítulos resulta no procedimento utilizado para atingir o objetivo da pesquisa.

O primeiro capítulo apresenta a introdução da pesquisa, sendo composto pela contextualização e definição do problema, objetivo do trabalho, relevância da pesquisa e a organização da dissertação.

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técnicas ambientais usadas nos Postos de combustível, e finalmente, os fatores que inibem o uso de Tecnologias Limpas ou Ambientais.

No terceiro capítulo apresentam-se os procedimentos metodológicos utilizados para atingir o objetivo proposto pela pesquisa. Este capítulo é composto pela tipologia da pesquisa, plano e coleta de dados, instrumento de coleta de dados, e técnicas de análise.

O quarto capítulo apresenta os resultados encontrados na pesquisa de campo, validação da pesquisa (população e amostra), análise descritiva dos resultados (perfil dos entrevistados e situação atual dos postos) e finalmente a análise de cluster (ou de agrupamentos).

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Capítulo 2

Meio Ambiente, Setor de Distribuição de Combustíveis no

Brasil e Tecnologias Ambientais

Este capítulo tem o objetivo de apresentar o referencial teórico do estudo utilizado como base para a investigação proposta.

Neste é abordado os seguintes assuntos: evolução da consciência ambiental; breve histórico do setor de Distribuição de combustíveis no Brasil (o setor do Petróleo no Brasil, Distribuidoras e Postos de Abastecimento); as grandes empresas distribuidoras: caracterização e ações ambientais; os Postos de Combustíveis e o Meio Ambiente: surgimento de Tecnologias Limpas ou Ambientais, os impactos dos Postos ao meio ambiente, técnicas ambientais usadas nos Postos de combustível, e os fatores que inibem o uso de Tecnologias Limpas ou Ambientais.

2.1-Evolução da Consciência Ambiental

Segundo Valle (1995) os primeiros movimentos ambientalistas surgiram na década de 60 (década da Conscientização) devido à contaminação das águas e do ar nos países industrializados.

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Estocolmo sobre o Meio ambiente, em 1972 (VALLE, 1995). Foi a partir desta conferência que a questão ambiental tornou-se propriamente global e passou a fazer parte das negociações internacionais. Em 1972, surgiu o Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente (PNUMA), com sede em Nairóbi, Kenya (CASTRO, 1996).

Nesta época, surge a crise energética (aumento do preço do petróleo) que traz à tona dois temas: meio ambiente e conservação da energia. É neste panorama que surge o conceito de Desenvolvimento Sustentável definido como “aquele que atende às necessidades do presente sem comprometer a possibilidade das gerações futuras atenderem às suas próprias necessidades”. A aplicação do desenvolvimento sustentável no dia-a-dia exigirá mudanças na produção e no consumo, em nossa forma de pensar e de viver, em geral. Além das questões ambientais, tecnológicas e econômicas, o desenvolvimento sustentável envolve uma dimensão cultural e política, que vai exigir a participação democrática de todos, na tomada de decisões para as mudanças indispensáveis (CASTRO, 1996).

Foi em 1978 que surgiu o primeiro selo ecológico – Anjo Azul, na Alemanha, rótulo para produtos ambientalmente corretos (VALLE, 1995).

Na década de 80, desenvolvem-se empresas especializadas na elaboração de Estudos de Impactos Ambientais e de Relatórios de Impacto sobre o Meio ambiente (EIA-RIMA). Devido a alguns acidentes (Seveso-Itália; Basiléia–Suíça; Bhopal-Índia; Chermobyl-União Soviética; destruição progressiva da camada de ozônio) a discussão dos temas ambientais é trazido para o dia-a-dia do homem comum (VALLE, 1995).

Durante a década de 1980, evidências científicas sobre a possibilidade de mudanças do clima em nível mundial despertou um interesse cada vez maior no público. Segundo Castro (1996), em 1982 entrou em cena uma nova e mais preocupante constatação: o agravamento das questões ambientais globais indicava que o nível das atividades humanas já excedia, em algumas áreas, a capacidade de assimilação da natureza.

Nesta década o tema ambiental passa a ser vista de um outro ângulo pelos empresários como uma necessidade, ou seja, uma forma de reduzir o desperdício de matérias-primas e assegurar uma boa imagem para a empresa que adere às propostas ambientalistas (VALLE, 1995).

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Relatório da Comissão Mundial sobre o meio ambiente e Desenvolvimento ou Relatório Bruntland, em 1987, produziu o relatório “Nosso futuro comum” (VALLE, 1995).

A década de 90 “o homem está preparado para internalizar os custos da qualidade de vida em seu orçamento e pagar o preço de manter limpo o ambiente em que vive qualidade ambiental” (VALLE, 1995).

Nos anos 90, uma série de conferências internacionais apelou para a urgência de um tratado mundial para enfrentar tal problema. Cerca de 155 países firmaram a Convenção na Conferência das Nações Unidas sobre o Meio Ambiente e Desenvolvimento, conhecida como Cúpula da Terra, que foi realizada no Rio de Janeiro em Junho de 1992. Durante este encontro a comunidade internacional aprovou a Agenda 21, que continha compromissos para mudança do padrão de desenvolvimento no próximo século. Este documento é um processo de planejamento participativo que analisa a situação atual de um país, estado, município e/ou região, e planeja o futuro de forma sustentável (PETROBRAS, 1999).

A Cúpula da Terra ou Rio 92 tratou de cinco temas ambientais globais: preservação da biodiversidade, controle do aquecimento global, proteção da camada de ozônio, proteção das florestas e promoção do desenvolvimento sustentável. O relacionamento entre as empresas e órgãos de fiscalização e as ONGS muda para uma nova postura baseada na responsabilidade solidária (VALLE, 1995).

Viterbo apud ROCHA, SILVA e MEDEIROS (2004) resume a evolução da consciência ambiental em quatro fases distintas:

1. Conscientização, que foi marcada com a preocupação sobre os recursos hídricos e o saneamento básico.

2. Controle da poluição, a questão ambiental foi colocada nas agendas oficiais internacionais (Conferência das Nações Unidas sobre Meio Ambiente em 1972), e foi também nesta fase que surgiram os primeiros organismos oficiais de controle ambiental.

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4. Gerenciamento ambiental, que mostra que o controle da poluição e o planejamento ambiental não são suficientes para evitar os impactos ambientais (1990). Junto com o Gerenciamento ambiental vieram a Globalização da economia e a Universalização dos conceitos relativos ao meio ambiente.

O Quadro 2.1 resume a Evolução da consciência ambiental, desde 1950 a 1990, segundo quatro aspectos: finalidade do gerenciamento, responsabilidade empresarial, métodos de controle e atitude empresarial.

Quadro 2.1- Evolução da mentalidade ambiental

Décadas

de 50 de 60 de 70 de 80 de 90 Finalidade do Gerenciamento Conhecimento das Questões ambientais Controle da

poluição Prevenção da poluição

Responsabilidade

empresarial ResponsabilidadeInexistência de

Responsabilidade em silos funcionais Responsabilidade integrada Métodos de Controle Contaminação dos recursos naturais Controle

fim-de-tubo Análise do ciclo de vida dos materiais

Atitude empresarial Aumento de Produtividade sem preocupação com poluição Reativa, em busca da adequação às normas. Pró-ativa

Fonte: Adaptado do Centro Nacional de Tecnologias Limpas, apud SILVA FILHO e SICSÚ, 2003.

Começou-se a criar símbolos ou rótulos ecológicos (selos verdes) como iniciativa de identificar e promover produtos que não agridem o Meio Ambiente (Certificados de Qualidade Ambiental), primeiramente de forma isolada, somente em alguns países (VALLE, 1995).

(22)

A ISO 14000 foi criada em 1993, com o intuito de uniformizar as ações que deverão ser adotadas para proteger o Meio Ambiente, é uma série de normas que trata da Gestão Ambiental. A ISO 14000 como a ISO 9000 se aplica às atividades industriais, extrativas, agropecuárias e de serviços. Ao contrário da ISO 9000 que apenas prevê a certificação das instalações das empresas e suas linhas de produção, a ISO 14000 também possibilita a certificação dos produtos que satisfaçam os padrões de Qualidade Ambiental (VALLE, 1995). Estas normas são voluntárias e não prevêem a imposição de limites próprios para medida da poluição, padronização de produtos, níveis de desempenho, etc. É um sistema orientado para melhorar o desempenho ambiental da empresa através da melhoria contínua de seu Sistema de Gestão.

De acordo com Pereira at al (1997) a criação dos selos ambientais são Barreiras Comerciais frente ao atual processo de globalização da economia, o que acaba levando obrigatoriamente às organizações a reavaliarem seus processos produtivos, incorporando inovações tecnológicas que levem em conta a dimensão ambiental.

(23)

Fonte: VALLE, 1995.

Figura 2.1- Mudanças na Empresa através da Conscientização Ambiental.

2.2- Breve Histórico do Setor de Distribuição de Combustíveis no Brasil

2.2.1- O Setor do Petróleo no Brasil

O petróleo é a principal fonte de energia desde a década de 1950, quando ultrapassou o carvão. O petróleo é encontrado no subsolo junto com água e gás natural. Na sua composição, o carbono representa entre 83% e 86% da sua massa e o hidrogênio entre 11% e 13% (MARTINEZ, 1999, VoI). Os principais derivados do petróleo são:

x Combustíveis - gasolina, óleo diesel, óleo combustível, gás liquefeito de petróleo (GLP), querosene;

CONSCIÊNCIA AMBIENTAL ABORDAGEM

CONVENCIONAL

1- Assegurar o lucro transferindo ineficiências para o preço do produto.

2- Descartar os resíduos da maneira mais fácil e econômica.

3- Protelar investimentos em proteção ambiental.

4- Cumprir a Lei no que seja essencial, evitando manchar a imagem já

conquistada pela empresa.

5-“Meio ambiente é um Problema”

ABORGADEM CONSCIENTE

1-Assegurar o lucro controlando custos e eliminando ou reduzindo perdas, fugas e ineficiências.

2-Valorizar os resíduos e maximizar a reciclagem; destinar corretamente os

resíduos não recuperáveis.

3- Investir em melhoria do processo e qualidade total (incluindo a Qualidade ambiental).

4- Adiantar-se às Leis vigentes e antecipar-se ás Leis vindouras projetando uma imagem avançada da empresa.

(24)

x Insumos Petroquímicos – parafina, nafta, propeno;

x Outros - óleos lubrificantes, asfalto.

Os primeiros indícios de petróleo no Brasil foram registrados em 1930, em Lobato (subúrbios de Salvador, BA). Porém só no final daquela década que se perfurou um poço na região e comprovou-se a existência de petróleo no Brasil. A descoberta do petróleo e sua importância crescente, levou o Governo Vargas a criar o Conselho Nacional do Petróleo (CNP) em 1938, pelo Decreto-Lei nº 395, de 29 de Abril, cujo objetivo era regular e fiscalizar as atividades de exploração, refino, importação, distribuição e comercialização de petróleo e seus derivados, entre outros (MARTINEZ, 1999, Vol I).

Já em 1941, criou-se a Associação Profissional do Comércio Atacadista de Minérios e Combustíveis, que por sua vez deu origem em 1960 ao Sindicato do Comércio Atacadista de Minérios e Combustíveis Minerais do Estado da Guanabara, passando a representação nacional em 1964 com a denominação de Sindicato Nacional do Comércio Atacadista de Minérios e Combustíveis Minerais (hoje SINDICOM - Sindicato Nacional das Empresas Distribuidoras de Combustíveis e de Lubrificantes).

Em 3 de Outubro de 1953, estabeleceu-se o monopólio da União sobre a lavra, refinação e transporte marítimo do petróleo e seus derivados, sendo criada a Petróleo Brasileiro S.A – Petrobrás, para exercê-lo, de acordo com a Lei nº 2004 (SINDICOM, Março 2006).

Na década de 1970, devido à crise do petróleo, houve abertura parcial do mercado (assinatura de contratos de risco com empresas estrangeiras). A Constituição de 1988 reafirmou o monopólio estatal e eliminou os contratos de risco (MARTINEZ, 1999, Vol I).

Em 1998, com o Decreto nº 2455 de 14 de Janeiro de 1998, criou-se a Agência Nacional do Petróleo (ANP) e extinguiu-se o Departamento Nacional de Combustíveis (SINDICOM, Março 2006). Até a promulgação da Lei 9.478/97, quem exercia o monopólio em nome da União era a Petrobrás (cujo maior acionista é o Governo). Com a esta lei, a ANP passa a ser o poder concedente e órgão fiscalizador e regulador (MARTINEZ, 1999, Vol I).

A estrutura do setor do petróleo no Brasil envolve duas atividades:

1. Atividades não Operacionais (aquelas que estão relacionadas à política de Governo e controle)- fiscalização, regulação e concessões;

(25)

constituição. A emenda constitucional nº9, de Agosto de 1995 e regulamentada em 1997, possibilitou a concessão de áreas para exploração e produção para outras empresas e a formação de parcerias com a PETROBRAS); e Atividades Downstream (transporte, refino, distribuição e comercialização. No Brasil, o refino e o transporte foram monopólio da PETROBRAS desde a sua criação, enquanto a distribuição e comercialização permaneceram abertas às empresas privadas).

2.2.2- Distribuidoras e Postos de Abastecimento

Os principais agentes da distribuição e comercialização são: distribuidoras, postos de abastecimento e os transportadores- revendedores- retalhistas (TRRS). A figura 2.2 a seguir mostra o esquema simplificado de Distribuição e Comercialização dos derivados do petróleo.

Refinaria

Bases de Distribuição

Distribuidoras

Postos

Revendedores consumidoresGrandes Consumidores (agrícolas, peq. Indústrias) TRR

Fonte: MARTINEZ, 1999, Vol I

(26)

A distribuição de combustíveis automotivos no Brasil é dominada por cinco grandes distribuidoras: PETROBRAS e IPIRANGA (brasileiras), SHELL (anglo-holandesa), TEXACO e ESSO (norte-americanas).

Os Postos de Abastecimento (revendedores) são a parte mais visível de toda cadeia do petróleo. É através deles que são afetuadas as vendas de combustíveis automotivos (óleo diesel, gasolina, álcool hidratado e gás natural veicular).

Os Postos podem ser classificados pela bandeira que ostentam e sua propriedade. Os postos de Bandeira estão vinculados a uma distribuidora (contrato de exclusividade de fornecimento), ou seja, pertencem às próprias distribuidoras. Já os multi–bandeiras não têm exclusividade, sendo que seus combustíveis são de diversas procedências. Os de Bandeira Branca não têm contrato com nenhuma distribuidora e não ostentam nenhuma bandeira. Estes e os multi-bandeiras são de propriedade independente. Há redes de postos com os mesmos proprietários, mas nem todos com a mesma bandeira. Algumas dessas redes têm suas próprias frotas de caminhões-tanques e algumas delas se transformaram em distribuidoras (MARTINEZ, 1999, Vol I).

A figura 2.3 mostra de forma esquemática a Classificação dos Postos.

Postos de Bandeira

Pertencentes às Distribuidoras

Franqueados

Independentes

Multi-bandeiras

Bandeira Branca

Propriedade Bandeiras Legenda

Fonte: MARTINEZ, 1999, Vol I

(27)

2.3- As Grandes Empresas Distribuidoras: caracterização e ações

ambientais

A abertura do setor de petróleo no Brasil permitiu que as empresas de capital nacional e estrangeiro pudessem atuar nos diversos segmentos da indústria. Até 1997 as atividades de exploração e produção (E & P), transporte e refino eram monopólio da Petrobras. No entanto nunca houve restrição à atividade de empresas privadas nos segmentos de distribuição, produção de lubrificantes e petroquímica.

Das cinco grandes distribuidoras no Brasil, a Petrobras (BR) é a líder em vendas no mercado brasileiro. A Ipiranga é a segunda em vendas em postos de abastecimento, porém a Shell tem um volume maior em vendas totais (incluindo óleo combustível e querosene de aviação). Em seguida, temos a Texaco, Esso e a Cia. São Paulo de Petróleo independentemente do critério utilizado (MARTINEZ, 1999, Vol II).

Região Sudeste 43% Região Sul

21%

Região Nordeste 20% Região Norte

6% Região

Centro-Oeste 10%

Fonte: ANP, Março, 2006.

Figura 2.4 - Número de Postos de Combustíveis no Brasil, por Região

(28)

No Rio Grande do Norte existem cerca de 762 Postos Revendedores (ANP, Março, 2006). Como mostra a Figura 2.5 a seguir, a empresa líder neste estado é a BR com cerca de 170 postos, seguido pela SAT com uma diferença mínima (167). As restantes empresas (Ipiranga, Texaco, Shell e Esso) têm uma participação pouco significante. Porém, existe um número relevante de Postos de Bandeira Branca (234 postos), ou seja, aqueles que não têm contrato com nenhuma distribuidora e não ostentam nenhuma bandeira.

170 167

48 32 31

26 234 54 0 50 100 150 200 250 Petro bras

-BR SAT IPIR ANG A TEX ACO SHEL L/Sab bá ESSO Band eira Bra nca Outros Distribuidoras N úm er o de P os tos

Fonte: ANP, Março, 2006.

Figura 2.5 – Número de Postos Revendedores do RN, por Bandeira

Os principais grupos presentes em Natal (Rio Grande do Norte) são: as cinco maiores distribuidoras do Brasil (Petrobras-BR, Ipiranga, Shell, Texaco e Esso) e a SAT (empresa Nacional). Existem neste mercado outras empresas porém de menor escala.

(29)

45 29 24 18 8 12 32 3 0 5 10 15 20 25 30 35 40 45 50 Petro bras

-BR SAT

Ipira nga Shel l/Sabb á Texa co Esso Ban deira Bran ca Outro s Distribuidoras N úm e ro de P os tos

Fonte: ANP, Março, 2006.

Figura 2.6 - Número de Postos Revendedores em Natal, por Bandeira

Segue uma breve caracterização das seis empresas mais expressivas na cidade de Natal.

2.3.1- Petrobras (BR)

A Petróleo Brasileiro S.A. (Petrobras), estatal controlada pelo Governo Federal é a maior empresa brasileira de derivados de petróleo (com tecnologia de ponta e padrão internacional de qualidade), criada em 1953 pela Lei 2.004 e a única produtora de nafta petroquímica no Brasil (PETROBRAS, 24/02/2006).

Está presente em toda cadeia do petróleo, e é a 15a empresa no ranking mundial das empresas petrolíferas de capital aberto (MARTINEZ, 1999, Vol II). Com o término do monopólio em 1997, a empresa tem se dedicado a formação de parcerias no Brasil para exploração e produção de Petróleo e Gás natural e ampliação e modernização de suas refinarias e da sua rede de dutos.

(30)

Fonte: PETROBRAS, 24/02/2006.

Figura 2.7 –Posto Petrobras (BR)

A nova subsidiária da Petrobras deu ainda mais impulso às atividades de distribuição, consolidando, em pouco tempo, sua presença no setor, apresentando melhores serviços aos seus usuários, treinando as equipes dos postos para aprimorar o atendimento, instalando novos postos com projetos padronizados, de alta funcionalidade, e instalando rede de postos em rodovias (PETROBRAS, 2004). Sua rede constitui-se de cerca de 8.865 Postos de abastecimento no Brasil (Março, 2006) cadastrados na Agência Nacional de Petróleo (ANP).

Num cenário cada vez mais competitivo, a Petrobras entende que a imagem das empresas está relacionada á conscientização de seus empregados de que o aprimoramento da qualidade, a minimização de impactos ao meio ambiente e a segurança do homem e do patrimônio são fatores decisivos para o aumento da produtividade. E por isso esta empresa dedica mesma atenção ao seu desenvolvimento tecnológico e aos aspectos de proteção ao meio ambiente.

(31)

A Petrobras implantou em suas instalações na América do Sul o SIGEA, desenvolvido em parceria com uma empresa de consultoria internacional. Este Sistema permite a geração de inventários de emissões para a atmosfera, incluindo os principais gases de efeito estufa (dióxido de carbono, metano e óxido nitroso) e poluentes locais (PETROBRAS, 2004).

A BR emprega tecnologia avançada e rígidos critérios de qualidade, garantindo que o ciclo do petróleo se complete também com segurança e respeito ao meio ambiente. Esta garantia é assegurada por produtos de qualidade e pela valorização profissional de seus empregados, que recebem a formação necessária para tratar com a mesma ênfase a produção, a qualidade, a segurança e o meio ambiente (ROCHA, 2001).

2.3.2- Ipiranga

Esta empresa é origem da criação da Refinaria de Petróleo Ipiranga em 1937, é um grupo de capital privado nacional e suas principais empresas são de capital aberto. Além de ter negócios em outros setores da economia, atua nas atividades de Downstream (refino, distribuição e petroquímica). No segmento de distribuição de derivados de petróleo atua desde 1938, época em que montou o seu primeiro Posto de Serviços. Em 1957 fez-se a separação das atividades de distribuição da empresa de refino, criando-se a DPPI.

A Ipiranga atua no segmento de distribuição de combustíveis em operação integrada entre as empresas CBPI (gerenciadora de grande parte dos seus postos, com representação em quase todo território nacional) e DPPI (responsável pelas fatias de mercado que envolve todo o estado do Rio Grande do Sul e o Oeste e o Litoral Sul de Santa Catarina). As duas distribuidoras são responsáveis pela maior fatia da receita bruta do grupo. Embora comercializem os mesmos produtos elas operam em áreas diferentes (IPIRANGA, 14/12/2005).

A Ipiranga ocupa o segundo lugar no mercado revendedor de combustíveis, tem a maior rede privada de Postos de Serviços do Brasil, com 6395 postos de abastecimento (recadastrados até Março de 2006 na ANP) com as bandeiras Ipiranga.

(32)

base em ações criteriosas, desde o armazenamento até a entrega à rede revendedora, garantindo o atendimento às legislações de segurança e proteção ambiental. Na área de distribuição, a empresa vem realizando um trabalho constante na rede de postos de serviços, assegurando a estanqueidade das instalações subterrâneas e demais condições de segurança ambiental. E, além disso, a Ipiranga continua com o cadastramento ambiental de seus postos, uma obrigatoriedade definida a partir de 2001 (IPIRANGA, 14/12/2005).

A empresa também investe na ampliação da rede de abastecimento automotivo de gás natural - combustível que reduz consideravelmente a emissão de poluentes, sobretudo o monóxido de carbono. A Ipiranga é pioneira na distribuição de GNV. Inaugurou o primeiro posto do Brasil em novembro de 1991, e continua ampliando os seus esforços para a difusão do produto, que é considerado o mais limpo dos combustíveis.

Outra iniciativa é o programa de recolhimento dos óleos lubrificantes usados e das embalagens, iniciado em 2000 e que tem como objetivo principal impedir a disposição inadequada dos mesmos no meio ambiente.

2.3.3- Texaco

A Texaco Brasil é a subsidiária local da Texaco (terceira maior empresa petrolífera dos EUA e uma das maiores do mundo). Está presente no Brasil desde 1915, através de decreto assinado pelo então presidente Wenceslau Brás autorizando a The Texas Company (South America) Ltd. a se instalar no país. Em outubro de 2002, com a fusão das empresas Chevron Corporation e Texaco Inc, nascia a Chevron Texaco Corporation, segunda maior empresa de energia com sede nos Estados Unidos da América. Em maio de 2005, a empresa mudou o nome para Chevron Corporation, com o objetivo de mostrar ao mundo uma presença clara, forte e unificada (TEXACO, 13/12/2005).

(33)

Texaco é a terceira empresa no ranking de Distribuição de Combustíveis. Com a intenção de se firmar como uma empresa de energia e não só de petróleo, a Texaco está investindo na geração de eletricidade em usinas termoelétricas. Ela foi a primeira empresa a instalar tanques, bombas e equipamentos de lubrificação nas montadoras instaladas no Brasil. Sua rede é composta por 3.598 postos (ANP, Março 2006).

Devido às complexas e restritivas exigências legislativas nas instalações de Distribuição de produtos derivados de petróleo quanto ao gerenciamento de resíduos, a Texaco Brasil desenvolveu e implantou em todas as suas instalações um Plano de Gerenciamento de Resíduos (PGR). Este plano auxilia na caracterização dos tipos de resíduos existentes nas instalações, busca opções de gerenciamento para cada um e determina quais os resíduos deverão merecer atenção especial a cada semestre (TEXACO, 13/12/2005).

O sistema de qualidade Texaco é totalmente certificado conforme normas ISO 9001/QS 9000, o que abrange o projeto, a fabricação e a assistência técnica de toda a linha de lubrificantes.

2.3.4- Shell

Este grupo é formado pela holandesa Royal Dutch e pela britânica Shell Transport & Trading, cujas atividades foram unidas no início do século XX. Era o maior grupo de petróleo do mundo até a fusão da Exxon com a Mobil. No Brasil, a Shell atua na distribuição de combustíveis, produção de lubrificantes e petroquímica. Nos últimos anos vem expandindo suas atividades num novo segmento, a distribuição de GLP, gás canalizado e geração de energia elétrica.

No Brasil, ela é a terceira maior empresa de capital estrangeira e a quarta no ranking de Distribuição de Combustíveis, com uma rede de 3480 postos (ANP, Março, 2006). Tem uma participação equilibrada no Território Nacional, porém destaca-se em alguns estados como Amazônia (MARTINEZ, 1999, Vol II).

(34)

A Distribuição de combustíveis representa um dos principais negócios no Brasil. Entre os negócios inaugurados mais recentemente, Exploração e Produção e Gás Natural e Geração de Energia são segmentos econômicos onde a presença da Shell já é das mais robustas. Na área de Exploração e Produção, a companhia foi a primeira empresa de capital privado a produzir petróleo em escala comercial na Bacia de Campos, a mais importante do país. Já quanto ao gás natural, a companhia faz parte de dois dos maiores empreendimentos no Brasil: da COMGÁS e da TBG. Também foi a primeira empresa privada a produzir gás no Brasil, no campo de Merluza, na Bacia de Santos (SHELL, 2004).

A área de Exploração e Produção, que vem crescendo continuamente no Brasil, é reconhecida pela excelência em suas operações no que se refere à saúde, segurança e meio ambiente. Primeira operadora estrangeira a produzir petróleo no Brasil em escala comercial, a companhia é a segunda produtora no país, atrás somente da Petrobras (SHELL, 2003).

Em 2004 obteve a certificação ISO 14.001 para as operações da plataforma FPSO Fluminense, nos campos de Bijupirá e Salema (RJ). ISO é a certificação do padrão usado com mais freqüência para aferir a parte ambiental de um sistema de gerenciamento, englobando um amplo escopo, que inclui o diálogo com as comunidades e o compromisso com a melhoria contínua (SHELL, 2004).

A Shell Brasil segue o padrão adotado internacionalmente por todas as empresas do Grupo Shell, baseado em rígidos princípios empresariais, na ética e no comprometimento com o desenvolvimento sustentável, privilegiando a integração de aspectos econômicos, sociais e ambientais nas decisões do negócio. Fiel a esses princípios, a Shell assume a responsabilidade pela recuperação das áreas que eventualmente sofram impacto em conseqüência de suas operações (SHELL, 2004).

2.3.5- Esso

(35)

A ESSO tem marcado sua trajetória de mais de noventa anos no Brasil, com muitas outras iniciativas pioneiras, como a instalação das primeiras bombas de rua; a construção do primeiro vagão-tanque e do primeiro caminhão-tanque do país; o abastecimento das primeiras aeronaves da aviação comercial brasileira; o patrocínio do noticioso que se tornou padrão no Brasil, o "Repórter Esso"; a instituição do "Prêmio Esso de Jornalismo" - que se aproxima dos cinqüenta anos de existência ininterrupta (ESSO, 13/12/2005).

No Brasil, a Exxon atua na Distribuição de combustíveis, petroquímica e fabricação e comercialização de lubrificantes. E a Mobil, está presente apenas no ramo de lubrificantes. A Esso é a quinta maior rede de Distribuição de Combustíveis com cerca de 3080 postos (ANP, Março 2006).

A Esso possui um protocolo ambiental cujo objetivo é avaliar eficazmente os riscos ambientais de liberações de combustíveis em Postos de Serviço, ativos ou inativos, bem como desenvolver ação de resposta que possa incluir a decisão de se iniciar as atividades de limpeza (ROCHA, 2001).

Ela tem implantado programas e instalado equipamentos para prevenir ou, ao menos, minimizar o potencial de um derramamento ou vazamento. Um exemplo disso são os mecanismos de proteção contra transbordamento em tanques de estocagem, e o programa de tanques subterrâneos de estocagem em Postos de Serviço, que devem atender critérios específicos de projeto (ESSO, 13/12/2005).

A Esso Brasileira apóia hoje o Programa Esso-Mamirauá de Educação Ambiental na Amazônia Central e, ao longo dos últimos quinze anos, teve participação em vários projetos da área ambiental, como por exemplo, o projeto Piracena, voltado ao estudo e recuperação da Bacia do Rio Piracicaba, em São Paulo. Como uma grande fornecedora de energia, procuram maximizar as suas contribuições para o crescimento econômico, a proteção ambiental e o bem-estar social em longo prazo. (ESSO, 13/12/2005).

2.3.6- SAT

(36)

suas bases de armazenamento, possibilitando o registro e credenciamento da primeira distribuidora de combustíveis do Nordeste brasileiro. Inicialmente, seu objetivo era atender aos postos de Bandeira Branca e os pequenos e médios consumidores, e também ocupar os espaços deixados pelas grandes distribuidoras. Iniciou a comercialização de combustíveis no Rio Grande do Norte, formando uma cadeia de postos com sua bandeira e espalhou-se mais tarde por outros estados do Nordeste.

A SAT alcançou a posição de sétima maior Distribuidora de Combustível do país, com cerca de 582 Postos de abastecimento, que estão concentrados em todos os estados da região Nordeste e com filiais nos estados de Pará, Minas Gerais, Goiás e Rio de Janeiro.

No final de 2002 e durante o ano de 2003 a empresa ensaiou vôos mais altos e se fez presente também em alguns Estados do Norte do país, através da filial Belém. Com o objetivo de manter a estratégia de crescimento, a SAT começou a atuar, em fevereiro de 2004, nas regiões Sudeste e Centro-Oeste, através de filiais nos Estados de Minas Gerais, Rio de Janeiro e Goiás, e fechou uma parceria com um fundo de Investimentos Internacional, o Darby, para manter a linha de expansão traçada para a empresa (SAT, 22/03/2006).

A SAT ocupa uma posição de destaque no cenário nacional de Distribuição de Combustíveis, sendo uma das empresas mais procuradas por multinacionais que desejam ingressar no país (ROCHA, 2001).

A marca SAT é reconhecida em todo Nordeste, e com isso propiciou o lançamento de uma linha de óleo lubrificante da marca SAT –SATLUB, que vem tendo excelente aceitação pelo mercado.

2.4-Postos de combustíveis e o Meio ambiente

2.4.1 Surgimento de Tecnologias Limpas ou Ambientais

(37)

humano. Nesta foi explícito os conflitos entre os países desenvolvidos (preocupados com a poluição industrial, escassez de recursos energéticos) e os não desenvolvidos (pobres).

A partir de então sugiram novos conceitos como: Desenvolvimento sustentável (1980, no documento World Conservation Strategy produzido pela IUCN e WWF, Produção mais limpa (procura remediar os prejuízos ambientais, mas não combate às causas que os produziram), Tecnologias de produção mais limpa ou Tecnologias ambientais (minimizam a geração de poluição na fonte, resultando em redução do uso de insumos).

Atualmente, segundo Furtado (2001) o termo “fim-de-tubo” (tecnologias de remediação e destinação de resíduos) está ultrapassado, é sinônimo de alto custo e forma das empresas cumprirem obrigações legais. Segundo Hilsonb (2000) as indústrias mais sustentáveis têm identificado que muitos sistemas convencionais de “fim-de-tubo” são custosos para operar e manter, e ineficiente para remediar os danos ambientais. Neste contexto, elas têm concluído que a solução para esses problemas é a substituição dos equipamentos “fim-de-tubo” para Tecnologias mais Limpas.

Foi criado o novo slogan “produção mais limpa” ou P+L, pelo PNUMA em 1989. Este termo refere-se à um conjunto de medidas que tornam o processo produtivo mais racional, com uso inteligente e econômico de utilidades e matérias-primas e principalmente com mínima ou, se possível, nenhuma geração de contaminantes. A PNUMA defende aplicação de uma estratégia ambiental integrada e preventiva a processos, produtos e serviços, para aumentar a eficiência e reduzir os riscos aos seres humanos e ao meio ambiente.

(38)

De acordo com Valle (1995), para que uma Gestão Ambiental seja eficaz, deve cobrir desde a fase da concepção do projeto até a eliminação efetiva dos resíduos gerados pelo empreendimento depois de implantado, durante toda sua vida útil.

Valle (1995), enumera uma escala de prioridades no Gerenciamento de Resíduos: 1) Prevenir a geração - modificar processo (tecnologias limpas); substituir

matérias-primas; e substituir insumos;

2) Minimizar a geração - Otimizar processo e otimizar operação;

3) Reaproveitar - Reciclar (matérias-primas); recuperar (substâncias); reutilizar (materiais, produtos);

4) Tratar - processos físicos; químicos; físico-químicos; biológicos; e térmicos; 5) Dispor - aterros, minas, poços, armazéns.

As Tecnologias ambientais existentes inicialmente trabalhavam, principalmente, no tratamento dos resíduos, efluentes e emissões existentes (ex: tecnologia de incineração de resíduos, tratamento de águas residuais, tratamento de emissões atmosféricas, etc.). Essas tecnologias são chamadas de Técnicas de fim-de-tubo, ou seja, estudam os resíduos no final do processo de produção. São caracterizadas pelas despesas adicionais para a empresa e diversos problemas, como por exemplo, a produção de lodo de esgoto através do tratamento de águas residuais (ELIAS, PRATA e MAGALHÃES, 2004).

Diferentemente da Produção Mais Limpa, que atua na prevenção da poluição, as Tecnologias Fim-de-Tubo atuam visando remediar os efeitos da produção, ou seja, depois que a poluição foi gerada no processo produtivo (MELLO e NASCIMENTO, 2002).

A Tecnologia mais Limpa (Cleaner Technology) é um conjunto de soluções cujos objetivos são: proteger e resolver problemas ambientais, evitar o desperdício de recursos e a degradação ambiental, almejar o desenvolvimento sustentável. Ela depende de novas maneiras de pensar e agir sobre os processos, produtos, serviços e formas gerenciais em uma abordagem mais holística (MELLO e NASCIMENTO, 2002).

(39)

Valle (1995) define Tecnologias Limpas como sendo o conceito desenvolvido pela PNUMA, em que aplica de forma continua a estratégia ambiental aos processos e produtos de uma indústria a fim de reduzir riscos ao Meio Ambiente e ao ser humano. Essa estratégia visa prevenir a geração de resíduos, em primeiro lugar, e ainda minimizar o uso de matérias-primas e energia (eficiência da produção).

Os autores Mello e Nascimento (2002) resumem Tecnologia Limpa como aquela que não polui o meio ambiente. Segundo Pereira, Cunha e Pereira (1997) existem três palavras principais atrás do conceito de Tecnologia Limpa:

x Redução constante de todo e qualquer recurso utilizado para produção de um bem ou

serviço. Ou seja, produção cada vez mais com menos matérias-primas;

x Reutilizarsempre que possível.

x Reciclar sempre. A maioria dos produtos que estão hoje no mercado é possível ser

reciclagem.

As soluções dos processos de reaproveitamento (reciclagem, recuperação, reutilização ou re-uso) podem ser classificadas em três grupos: Tecnologias Limpas, Tratamentos convencionais e Tecnologias novas (VALLE, 1995).

Existem dois tipos de Tecnologias Limpas, segundo os autores acima:

1. Tecnologias de Controle - caso clássico de uma tecnologia limpa de controle são as Estações de Tratamento de Efluentes.

2. Tecnologias de Prevenção – a aquisição dessas tecnologias além de serem mais caras são mais difíceis de serem implementadas. Mesmo assim, parece ser comum o processo de primeiro implantar tecnologias limpas de controle para depois tentar alcançar a ideal: a de prevenção.

Enfim, “Tecnologia Limpa” é uma meta que deve ser perseguida, mas difícil de ser atingida na prática, pois sempre haverá algum tipo de impacto ambiental (não existe produção com poluição zero). As “Tecnologias mais Limpas” são aquelas que causam menos impacto ambiental do que outras tecnologias com as quais se está comparando (MELLO e NASCIMENTO, 2002).

(40)

propõe a criação de mecanismos de financiamentos outros incentivos tecnológicos. O autor ainda afirma que “nem sempre a melhoria da qualidade ambiental poderá ser redutora de custos”. Nos setores onde as possibilidades de “ganho-ganho” são muito reduzidas, ou então, em setores onde o capital instalado é relativamente recente, a adoção de tecnologias “redutoras de custos” exigiria investimentos pesados sobre um parque instalado que ainda não foi financeiramente depreciado.

Já Barbieri (1997) simplifica as fases para implantação de tecnologias ambientais:

1. Natureza corretiva - decorrente de exigências legais. Nesta fase a empresa atua sobre os efeitos do processo produtivo encara o cuidado ambiental como elevação dos custos de produção.

2. Substituição de máquinas, materiais e recursos energéticos - equipamentos para uma produção mais eficiente e que polui menos. Ou seja, implantação de tecnologia ou produção mais limpa.

3. O meio ambiente está entre as prioridades máximas da empresa - envolve todas as suas áreas funcionais. E nesta fase ela procura diferenciação baseada no oferecimento de produtos e embalagens de baixo impacto ambiental.

Barbieri (1997) ainda mostra que o Governo utiliza alguns instrumentos de Política Ambiental para alcançar efeitos nas empresas:

x Instrumentos econômicos - induz o comportamento das pessoas e das organizações em relação ao meio ambiente através de medidas que representem benefícios ou custos adicionais para elas;

x Instrumentos de comando e controle – normas legais que estabelecem padrões de emissão.

Os instrumentos acima descritos são necessários para impedir a degradação ambiental emergente em curto prazo. E em longo prazo é eficiente a educação ambiental (BARBIERI, 1997).

(41)

2.4.2 Impactos dos Postos de Combustíveis ao Meio Ambiente

Segundo Resolução CONAMA n. 001, de 23 de janeiro de 1986, art. 1° (apud ROCHA, SILVA e MEDEIROS, 2004), Impacto ambiental é:

“Qualquer alteração das propriedades físicas, químicas e biológicas do meio ambiente, causada por qualquer forma de matéria ou energia resultante das atividades humanas que, direta ou indiretamente, afetam: a saúde, a segurança e o bem-estar da população; as atividades sociais e econômicas; a biota; as condições estéticas e sanitárias do meio ambiente; a qualidade dos recursos ambientais”.

Pode-se observar também que fenômenos naturais (terremotos, erupções vulcânicas) também causam impactos ambientais importantes. E as ações humanas não conseguem reparar os danos causados por muitos desses fenômenos (VALLE, 1995).

Não há qualquer atividade humana que não cause algum tipo de impacto ambiental. Algumas podem causar mais do que outras, mas não existe uma que cause impacto zero no meio ambiente. Por isso é importante que qualquer que for a atividade humana tenha-se a preocupação em proteger o meio ambiente.

Segundo Strang (1976) um dos problemas fundamentais é que a sociedade técnico-industrial acha-se dirigida para atividades especializadas de objetivos limitados. Ou seja, tende-se em vista sempre atender a um fim específico, do momento, sem considerar o problema em seu conjunto e a longo prazo. Com isso resultam poluição da água e ar, erosão e deterioração dos solos, etc.

Baseado no cenário atual de desenvolvimento e de mudanças na consciência ecológica, o governo e a sociedade como um todo, estão cada vez mais exigindo atitudes ambientais mais conscientes por parte das indústrias, comércio, prestadores de serviços, etc. São através das leis, normas e resoluções na área ambiental que os órgãos ambientais estão fiscalizando e orientando para tentar minimizar e/ou eliminar os impactos ambientais causados pelas atividades diversas das empresas (ROCHA, SILVA e MEDEIROS, 2004).

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A composição química dos principais produtos comercializados dos Postos de Distribuição de combustível, conforme o Manual de Operações de HSSE (saúde, segurança e meio ambiente) para Postos de Serviços (SHELL BRASIL LTDA, 2003):

x Gasolina comum tipo “C” (sem chumbo) - Natureza Química: mistura completa de hidrocarbonetos, contendo tipicamente de 29 a 39% (m/m) de aromáticos, 19 a 2% (m/m) de olefinas, 32 a 52% (m/m) de saturados e < 1,0% (m/m) de benzeno, com número de carbono predominantemente na faixa de C4 a C12. Contém também álcool etílico anidro, com teor e especificação conforme a legislação em vigor.

x Óleo Diesel automotivo tipos B, C, D e marítimo - Natureza química: É um produto preparado composto de uma mistura complexa de hidrocarbonetos contendo parafinas, cicloparafinas, aromáticos, naftênicos e olefinas, como número de carbono predominantemente na faixa de C9 a C22. Pode conter óleos craqueados cataliticamente, nos quais compostos aromáticos policíclicos, principalmente das espécies de 3 anéis e alguns de 4 a 6 anéis estão presentes. Contém enxofre e pode conter compostos de nitrogênio e oxigênio. Também pode conter um ou mais dos seguintes aditivos: antioxidante, detergente, inibidores de corrosão e de espuma, desemulsificador e aumentador de cetano.

De acordo com as mudanças no mundo e no Brasil, os Postos de Abastecimentos estão evoluindo do simples e antigo “Posto de Gasolina” para o novo conceito de Postos de Serviços, que além de oferecer a atividade de abastecimento, também se encontra as modernas trocas de óleo, lavagem automatizada de veículos e as lojas de conveniência. A possibilidade de vazamentos, derrames, poluição hídrica e resíduos gerados das atividades nos postos, faz com que sejam poluidor em potencial (ROCHA, 2001).

Devido às atividades, processos e produtos dos postos de combustíveis causarem severos danos sobre o meio ambiente, é estritamente necessária a determinação dos seus impactos ambientais mais significativos.

Os impactos ambientais estão presentes em todas as fases da industria do petróleo, e quanto mais próximos estiverem da etapa final, (refino e distribuição) mais significativo são os danos sobre o meio ambiente (BARCELLOS apud ROCHA, 2001).

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x Contaminação humana: pode ocorrer pela via dermal, via respiratória e via oral. Os funcionários desses lugares de trabalho são susceptíveis a adquirir doenças na pele (que podem até ser carcinogênicos). Alguns postos oferecem o serviço de oficina mecânica, onde são usados vários produtos químicos tais como os componentes das tintas utilizadas nos veículos. Como os veículos são pintados em local aberto, as pessoas que transitam na área próxima à oficina são diretamente afetadas pela aspiração dos produtos químicos encontrados na tinta.

x Contaminação do solo e das águas subterrâneas: através de derramamentos de combustíveis e mais grave quando ocorrem vazamentos dos tanques de armazenamento de combustível enterrados no solo, que dependendo da gravidade e da característica do solo podem atingir os lençóis freáticos ocasionando a contaminação da vizinhança através dos poços, que na maioria das vezes são usados como fonte de abastecimento de água das pessoas. Devido à elevada e permanente umidade, os tanques são corroídos, provocando erosões no material, facilitando o vazamento de combustível. Também as atividades de troca de óleo, lavagem de veículos e o serviço de oficina mecânica causam a contaminação do solo e sistemas de esgotos. Um aspecto importante, é que muitos postos estão localizados em áreas próximas aos lençóis subterrâneos, quando não estão sobre as dunas.

x Incêndio: os efeitos causados pelos incêndios, quando ocorrem, são bastante prejudiciais aos funcionários, clientes, proprietários, e vizinhança e podem causar vítimas fatais. Diante destes perigos, alguns cuidados devem ser tomados no manuseio dos produtos de petróleo, visando evitar incêndios e riscos às pessoas.

x Resíduos: os principais tipos de resíduos perigosos gerados são: óleo usado ou contaminado, areia contaminada com combustível, mantas e cordões absorventes, filtros de óleo lubrificantes, de combustíveis de veículos e de ar, borra e combustível proveniente da caixa separadora de água e óleo, vasilhame de óleo usado e estopas usadas.

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Figura 2.1- Mudanças na Empresa através da Conscientização Ambiental.
Figura 2.2- Estrutura da Distribuição e comercialização dos derivados do petróleo
Figura 2.4 - Número de Postos de Combustíveis no Brasil, por Região
Figura 2.5 – Número de Postos Revendedores do RN, por Bandeira
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Referências

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