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Políticas inclusivas e compensatórias na educação básica.

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Academic year: 2017

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N A EDUCAÇÃO BÁSICA

C ARL C ARL C ARL C ARL

C ARLO S RO BERO S RO BERO S RO BERO S RO BERO S RO BERTO JAMIL CURTO JAMIL CURTO JAMIL CURTO JAMIL CURTO JAMIL CURYYYYY

Programa de Pós-Graduação em Educação da Pontifícia Universidade Católica e Faculdade de Educação da Universidade Federal de Minas Gerais

crcury.br@ terra.com.br

RESUMO

Esse artigo propõe, com base em conceitos de cidadania e sobretudo de direitos humanos, mostrar como os limites das políticas inclusivas de educação esbarram, apesar de uma legis-lação avançada, na ausência de uma efetiva política de educação básica. Salvo o ensino funda-mental, a educação infantil e o ensino médio não são universais. N esse sentido, cursar as três etapas da educação básica ainda é um campo reservado. Além disso, a presença do Brasil no cenário internacional associada à histórica desigual distribuição de renda estimulam políticas compensatórias e focalizadas em vez de políticas públicas que garantam a igualdade de opor-tunidades. Mais do que as tradicionais lutas de educadores e intelectuais, só um vigoroso movimento da sociedade civil poderá tornar efetivos esses direitos proclamados.

CIDADAN IA – PO LÍTICAS PÚBLICAS – EDUCAÇÃO – DIREITO S HUMAN O S

ABSTRACT

IN CLUSIVE AN D CO MPEN SATO RY PO LICIES IN ELEMEN TARY EDUCATIO N . Based on concepts of citizenship and human rights, this article aims to show how inclusive education policies, notwithstanding the progressive legislation, are limited by the lack of an effective elementary education policy. The three stages of elementary education do not form a uni-versal path, since kindergarten and high school are not uniuni-versal. Besides, the presence of Brazil on the international scene, associated with its historical uneven distribution of wealth, stimulate targeted compensatory policies rather than public policies that would ensure equal opportunities. The traditional efforts made by educators and intellectuals are not enough, only a vigorous social movement can assure the effectiveness of these rights.

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As po ssibilidade s e o s lim ite s das po líticas inclusivas e co m pe nsató rias no âm bito da e ducação básica no Brasil co ntinuam a so fre r do s m e sm o s lim ite s e po ssibilidade s que tê m aco m panhado a no ssa e vo lução histó rica. Re co nhe ci-do s graus de avanço e m m até ria de ace sso e de subvinculação de re curso s, é pre ciso atuar so bre a nature za de tais lim ite s e po ssibilidade s.

Po líticas inclusivas supõ e m um a ade quação e fe tiva ao co nce ito avança-do de cidadania co be rto pe lo o rde nam e nto jurídico avança-do país. É ainda de ntro avança-do s e spaço s nacio nais, e spe ctro privile giado da cidadania, que se co nstro e m po líticas durado uras e m vista de um a de m o cratização de be ns so ciais, aí co m pre -e ndida a -e ducação -e sco lar. Afinal, cidadania -e nação são co nstruçõ -e s histó ri-cas m as não são o bje to s de um a re lação im ane nte e o nto ló gica.

Avançar no co nce ito de inclusão supõ e a ge ne ralização e a unive rsaliza-ção de um co nce ito co nte m po râne o de dire ito s hum ano s cujo lastro transce nda o liam e tradicio nal e histó rico e ntre cidadania e nação tal co m o de se nvo lvido , po r e xe m plo , e m Marshall (1967) na Inglate rra e e m C arvalho (2002) no Bra-sil. Esse co nce ito de ve co nstituir o ho rizo nte m ais am plo de co nvivê ncia e ntre as pe sso as do s dife re nte s po vo s do m undo .

N e sse se ntido , po líticas inclusivas co m e çam no âm bito tradicio nal do s e stado s nacio nais, de le s não se po de ndo e xim ir so b o risco de to rnare m -se figuras abstratas e se m e fe tividade . Mas e las só faze m se ntido ple no e m um m undo glo balizado , no qual se po ssa re alizar a e ssê ncia da hum anidade , po ndo ê nfase no que é co m um à e spé cie hum ana, e m que a supe rio ridade axio -ló gica da hum anidade vista ut ge nus so bre po nha-se a um a vista do s paíse s uti singuli. Essa to m ada de po sição traz à le m brança algum as po siçõ e s assum i-das po r inte le ctuais e o rganism o s que pe nsaram a hum anidade de ssa pe rs-pe ctiva.

Kant (1939), à cata da “Idé ia de um a histó ria unive rsal e m se ntido co s-m o po lita”, assinala, e s-m 1784, que o uso da razão só se de se nvo lve ple nas-m e nte na e spé cie e não no s indivíduo s. É da e spé cie hum ana, m e diada pe lo s indiví-duo s e m e spaço s nacio nais, que o fo ro privile giado da razão co m o apanágio da ho m inalidade de se nvo lve -se . E é a ho m inalidade e m sua ple nitude , isto é , na hum anidade que a busca da “paz pe rpé tua” se re aliza.

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nstitui-ção e de suas principais de claraçõ e s o ce ntram e nto na de fe sa do s dire ito s hu-m ano s (Syhu-m o nide s, 2003).

É po r isso que a O N U , o rganism o inte rnacio nal, e m 10 de de ze m bro de 1948 pro clam a a D e claração Unive rsal do s D ire ito s H um ano s co m o e xpre s-são “do re co nhe cim e nto da dignidade ine re nte a to do s o s m e m bro s da fam ília hum ana e de se us dire ito s iguais e inalie náve is”.

Entre e sse s dire ito s:

1) To do ho m e m te m dire ito à instrução . A instrução se rá gratuita, pe lo m e no s no s graus e le m e ntar e fundam e ntal. A instrução e le m e ntar se rá o brigató ria. A instrução té cnico -pro fissio nal se rá ace ssíve l a to do s, be m co m o a instrução

supe rio r, e sta base ada no m é rito .

2) A instrução se rá o rie ntada no se ntido do ple no de se nvo lvim e nto da pe rso na-lidade hum ana e do fo rtale cim e nto do re spe ito pe lo s dire ito s do ho m e m e pe las libe rdade s fundam e ntais. A instrução pro m o ve rá a co m pre e nsão , a to -le rância e a am izade e ntre to das as naçõ e s e grupo s raciais o u re ligio so s, e co adjuvará as atividade s das N açõ e s U nidas e m pro l da m anute nção da paz. (Brasil, 1997, art. 26, p.134)

Ainda que co m o vo z de um o rganism o m o ral, não custa re le m brar a in-vo cação fe ita, ainda e m 1963, pe lo Papa Jo ão XXIII na e ncíclica Pace m in te rris, e m que se po stula “um a auto ridade inte rnacio nal” que acabe co m a co rrida arm am e ntista e de fe nda co m e ficácia o s dire ito s unive rsais do ho m e m . Ele co ns-tata a fragilidade e strutural do s e stado s nacio nais e m m ante r a paz unive rsal e garantir nacio nalm e nte o que fo i pro clam ado co m o dire ito do se r hum ano .

Ao m e sm o te m po o s po de re s público s de cada co m unidade po lítica, po sto s co m o e stão e m pé de igualdade jurídica e ntre si, m e sm o que m ultiplique m co nfe rê ncias e afie m o pró prio e nge nho para a e labo ração de no vo s

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N o e ntanto , e m um m undo que alarde ia o “individualism o po sse ssivo ” co m o crité rio de racio nalidade , na fo rm a de curvam e nto re ligio so ao m e rca-do , faz se ntirca-do pe nsar as po líticas e ducacio nais à luz da “e spé cie ” e da “razão ”. N e sse s te rm o s, re co lo ca-se a im po rtância e straté gica da e ducação e s-co lar que atinja to das as pe sso as s-co m o indivíduo s singulare s e s-co m o m e m bro s de um co rpo so cial nacio nal e inte rnacio nal. O co nhe cim e nto , de sse m o do , re ve la se u valo r unive rsal. Se apro priado po r po uco s, e le de ixa de se r e m anci-pató rio e se to rna tam bé m instrum e nto de de sigualdade , e xpre ssa no fo sso cada ve z m ais fundo que se para grupo s so ciais e paíse s co nstituído s co m o e stado s nacio nais.

POLÍTICAS IN CLUSIVAS: UN IVERSAIS OU FOCALIZADAS?

“Incluir ” ve m do latim : include re e significa “co lo car algo o u algué m de ntro de o untro e spaço /lugar ”. Esse ve rbo latino , po r sua ve z, é a sínte se do pre -fixo in co m ve rbo cludo , clude re , que significa “fe char, e nce rrar ”. Participa da o rige m de sse ve rbo um substantivo e m po rtuguê s. Trata-se do te rm o “claustro ”. C laus“claustro é um e spaço do qual alguns já “faze m parte ” co m o “e spaço de -lim itado , m urado , ro de ado ”. Aliás o claustro le m bra um a parte de um m o ste i-ro , pró prio da vida co nve ntual, e spaço po r ve ze s inte rdito a le igo s e se culare s. Incluir se rá, po is, “e ntrar no claustro ”, ade ntrar um lugar até e ntão fe chado e que , po r e nce rrar de te rm inadas vantage ns, não e ra, até e ntão , co m partilhado co m o utro s. A e xpre ssão po pular brasile ira não he sitaria e m apro xim ar tais te rm o s do “e ntrar no baile ”. E a canção que e xpre ssa o de se jo do suje ito de e ntrar no circo , isto é , na fe sta, lam e nta que “to do m undo vai ao circo , m e no s e u, m e no s e u...”. O s e xcluído s são o s “barrado s no baile ”.

N e sse se ntido , há um a dialé tica e ntre a inclusão (o de de ntro ) e a e x-clusão (o de fo ra) co m o te rm o s re lacio nais e m que um não e xiste se m o o u-tro . Excluir é tanto a ação de afastar co m o a de não de ixar e ntrar. N o e ntanto , não se po de de ixar de dize r que o pre so , e xcluído do co nvívio so cial, é tam -bé m um incluído nas grade s prisio nais.

Falar e m po líticas inclusivas supõ e , po is, re to m ar o te m a da igualdade e co nse qüe nte m e nte o da dife re nça.

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ado s no o rde nam e nto jurídico ado s valo re s re ais e xiste nte s e m situaçõ e s de de -sigualdade . Elas se vo ltam para indivíduo e para to do s, suste ntadas pe lo Esta-do , pe lo princípio da igualdade de o po rtunidade s e pe la igualdade de to Esta-do s ante a le i. Assim , e ssas po líticas públicas não são de stinadas a grupo s e spe cífico s e nquanto tais po r causa de suas raíze s culturais, é tnicas o u re ligio sas. Isso não im pe de a iniciativa de m e didas ge rais que , na prática, acabam po r atingir nu-m e ricanu-m e nte nu-m ais indivíduo s pro vindo s das classe s po pulare s. E e las tê nu-m co nu-m o m e ta co m bate r to das e quaisque r fo rm as de discrim inação que im pe çam o ace sso a m aio r igualdade de o po rtunidade s e de co ndiçõ e s. D e sse m o do , as po líticas públicas include nte s co rrige m as fragilidade s de um a unive rsalidade fo calizada e m to do e cada indivíduo e que , e m um a so cie dade de classe s, apre -se nta graus co nside ráve is de de sigualdade . N e s-se -se ntido , as po líticas inclusi-vas trabalham co m o s co nce ito s de igualdade e de unive rsalização , te ndo e m vista a re dução da de sigualdade so cial.

Mas po de -se tam bé m e nte nde r o co nce ito de po líticas inclusivas de n-tro daque la qualidade histó rica a que Bo bbio (1992) cham a e spe cificação de dire ito s. Tratase do dire ito à dife re nça, no qual se m e sclam as que stõ e s de gê ne ro co m as de e tnia, idade , o rige m , re ligião e de ficiê ncia, e ntre o utras. A pre -se nça de im igrante s, pro vindo s e m bo a parte de e x-co lô nias o u de o utro s pa-íse s, re põ e não só o te m a da de ste rrito rialização e do s fluxo s m igrató rio s co m o tam bé m o re to rno de te m as co m o to le rância e m ulticulturalism o no âm bito do s e spaço s nacio nais pe rante m ino rias ali pre se nte s.

Tais po líticas afirm am -se co m o e straté gias vo ltadas para a fo calização de dire ito s para de te rm inado s grupo s m arcado s po r um a dife re nça e spe cífica. A situação de sse s grupo s é e nte ndida co m o so cialm e nte vulne ráve l, se ja de vido a um a histó ria e xplicitam e nte m arcada pe la e xclusão , se ja de vido à pe rm anê n-cia de tais circunstânn-cias e m se qüe las m anife stas. A fo calização de sco nfia do su-ce sso das po líticas unive rsalistas po r um a assinalada insuficiê ncia. Fo calizar gru-po s e spe cífico s pe rm itiria, e ntão , dar m ais a que m m ais pre cisa, co m pe nsando o u re parando pe rve rsas se qüe las do passado . Isso se base ia no princípio da e qüidade , pe lo qual, co m o já se afirm ava na Antigüidade C lássica, um a das fo r-m as de faze r-se justiça é “tratar de sigualr-m e nte o s de siguais”1. U m a das fo rm as

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m ais visíve is de ssas po líticas po de se r ve rificada na po lê m ica que stão das “co -tas” co m o e xpre ssão de “açõ e s afirm ativas”.

Assim se ndo , a busca de m aio r igualdade e ntre o s grupo s vulne ráve is ab-dica as iniciativas te nde nte s a garantir a igualdade le gal e ntre to do s o s indivíduo s. Se co nside rarm o s as grave s dificuldade s das co ntas públicas às vo ltas co m o pa-gam e nto de dívidas e co m as lim itaçõ e s de re curso s para o s inve stim e nto s e m dire ito s so ciais unive rsais, a fo calização não de ixo u de se r um a e straté gia do s Es-tado s para um a alo cação e spe cífica de re curso s (D raibe , 1989, 1993).

A re lação e ntre o dire ito à igualdade de to do s e o dire ito à e qüidade , e m re spe ito à dife re nça, no e ixo do de ve r do Estado e do dire ito do cidadão não é um a re lação sim ple s.

Assim , é pre ciso faze r a de fe sa da igualdade co m o princípio do s dire ito s hum ano s, da cidadania e da m o de rnidade . Po líticas de e ducação igualitária re s-po nde m s-po r um a e sco larização e m que o s e studante s s-po ssue m o s m e sm o s dire ito s, se m ne nhum a discrim inação de se xo , raça, e tnia, re ligião e capacida-de , to do s fre qüe ntando o s me smo s claustro s, isto é , te ndo ace sso , pe rmanê ncia e suce sso nas e tapas da e ducação básica. Trata-se de e fe tivar a igualdade de o po rtunidade s e de co ndiçõ e s ante um dire ito inalie náve l da pe sso a – a cida-dania e o s dire ito s hum ano s (C ury, 2002).

É pre ciso co nside rar que po líticas unive rsais po r ve ze s ficam fo rm ais e se m e fe tivação . As de sigualdade s, assim , co ntinuam a m o strar um e spe ctro ina-ce itáve l de qualque r po nto de vista. U m tratam e nto ape nas fo rm alm e nte igua-litário não po de se r um bio m bo para a e te rnização de de sigualdade s e discri-m inaçõ e s.

Mas co m o fo calizar ce rto s grupo s diante do princípio igualitário da cida-dania?

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Se as dife re nças são visíve is, se nsíve is e im e diatam e nte pe rce ptíve is, e spe cialm e nte no caso das pe sso as co m ne ce ssidade s e spe ciais, o m e sm o não o co rre co m o princípio da igualdade . O princípio da igualdade não é visíve l a o lho nu; se u co ntrário , a de sigualdade , é fo rte m e nte pe rce ptíve l no âm bito so cial.

D e ssa te nsão e ntre igualdade e dife re nça nasce m as po líticas unive rsa-listas o u fo calizadas que , po r sua ve z, de pe nde m das o pçõ e s do s go ve rnante s e cuja im ple m e ntação de ve co ntar co m a crítica do s inte re ssado s.

BRASIL: LIMITES HISTÓRICO -SOCIAIS

O Brasil é um país de rique zas e no rm e s m as de sigualm e nte distribuídas. D aí o “país de co ntraste s” e m “do is brasis” cujas “raíze s” no s re m e te m à “casa grande e se nzala”, ao s “so brado s e m o cam bo s”, a um país te nsio nado e ntre “a palavra e o sangue ”.

Entre 1901 e 2000, o Brasil passo u de 17,4 m ilhõ e s de habitante s para 170 m ilhõ e s; o Pro duto Inte rno Bruto – PIB – cre sce u 110 ve ze s, m as a rique za acum ulada não fo i re distribuída de m o do justo e e quilibrado ne m e ntre indiví-duo s ne m e ntre grupo s e ne m m e sm o e ntre as re giõ e s e se us m unicípio s. D aí a e no rm e de sigualdade e m to do s o s se ntido s, co m o ate stam as e statísticas da Fundação Instituto Brasile iro de G e o grafia e Estatística (FIBG E, 2003).

D e aco rdo co m o s dado s da Pe squisa N acio nal po r Am o stras de D o m i-cílio s – PN AD – de 2001, 1% do s m ais rico s fica co m 10% da re nda e o s 10% m ais rico s ficam co m o quinhão igual a se sse nta ve ze s o re ndim e nto do s 10% m ais po bre s. E o s 50% m ais po bre s ficam co m po uco m ais de 10% da re nda (FIBG E, 2002; São Paulo , 2003). A m isé ria abso luta, visíve l a o lho nu, atinge 15% da po pulação brasile ira, algo e m to rno de 23 m ilhõ e s de pe sso as; já o s po bre s se riam e m to rno de 30 m ilhõ e s de pe sso as2.

E sabe -se pe rfe itam e nte que o s brasile iro s não de ho je e stão às vo ltas co m o de se m pre go , assim co m o o s e m pre gado s tê m re ndim e nto s de prim ido s (D e de cca e t al., 2004).

Ao lado e acim a do s m ise ráve is, e stá a faixa de po bre za que atinge 30

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m ilhõ e s de brasile iro s3. É daí que sae m o s m ais de 1,3 m ilhão de crianças e

ado le sce nte s e ntre 10 e 17 ano s que trabalham ao invé s de e studar, o s quase 4 m ilhõ e s de crianças e ntre 4 e 14 ano s que e stão fo ra da e sco la e as 800 m il crianças e m idade e sco lar o brigató ria tam bé m fo ra da e sco la4.

N e ssa m até ria o Brasil e stá pe rto da re alidade de m uito s paíse s da Áfri-ca subsaariana, o que co ntrasta co m o fato de se r um país pró xim o do s pri-m e iro s lugare s no que sito jato s e xe cutivo s e he licó pte ro s privado s.

Essa situação fica ainda m ais crítica quando no s apro xim am o s da re ali-dade do s no sso s 5.560 m unicípio s (FIBG E, 2001). Se co nside rarm o s e quipa-m e nto s culturais co nstituído s de biblio te ca, cine quipa-m a, te atro , vide o lo cado ra, m use u, o rque stra, e m isso ras de rádio AM e FM, lo ja de disco s, banda, ace sso à re de m undial de co m putado re s, ge rado r de TV, ce ntro co m e rcial, e stádio e clube , co nstatar-se -á que só 53 de le s po ssue m tudo isso , atingindo um unive rso de 46 m ilhõ e s de habitante s, o u se ja, 27% da po pulação . Em um unive rso de 1 m ilhão de habitante s, 153 m unicípio s não po ssue m nada; 573 po ssue m e n-tre 12 e 16 e quipam e nto s culturais e 1.112 m unicípio s po ssue m só até 3 e quipam e nto s culturais. A m é dia nacio nal é de 5,9 e quiquipam e nto s culturais. Ape -nas 68% de sse s m unicípio s po ssue m co nse lho s tute lare s, e xigido s pe lo Estatuto da C riança e do Ado le sce nte – EC A.

Se 4 5 m ilhõ e s de do m icílio s po ssue m TV e rádio , só 4 ,7 m ilhõ e s de do m icílio s po ssue m apare lho s de C D , D VD , víde o e ace sso à inte rne t.

Essa pe núria cultural lim ita e studante s e m m até ria de instrum e nto s de atualização . Mas tal situação é pro duto de um quadro m ais am plo de de sigual-dade so cial e de disparisigual-dade s no pacto fe de rativo , o que co o pe ra para algo que já se cham o u dívida so cial.

Ape sar de te rm o s avançado m uito e m o rde nam e nto jurídico , de m o cra-tização po lítica e até m e sm o cre scim e nto e co nô m ico , o quadro de po bre za e suas se qüe las po uco se alte ro u no s últim o s vinte ano s. As pro paladas re fo rm as do Estado tam bé m po uco co ntribuíram para a m o dificação de sse quadro .

A pe rgunta m ais am pla que surge diante de sse s “do is brasis” é ó bvia: quanto de igualdade ainda é pre ciso para que se atinja um a cidadania nacio nal

3. De acordo com o Ipea, pobre é aquele que vive com até R$80 por mês.

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digna do s dire ito s civis, po lítico s e so ciais? Mais do que isso : quais são as re ais o po rtunidade s de suste ntação da de m o cracia quando a de sigualdade não dá m o stras de re cuo e fe tivo ?

C e rtam e nte a m e sm a pe rgunta de ve se r dirigida à cidadania e ducacio -nal tão be m re digida e m no ssa C o nstituição de 1988.

A situação e ducacio nal do país, e m co ntraste co m o s be ne fício s que a e ducação pro picia e e m co ntradição co m o s valo re s suste ntado s po r um a le -gislação avançada, é ainda e xclude nte . Po r de finição , a e ducação básica, dire i-to co nstituinte do cidadão , abrange trê s e tapas suce ssivas: e ducação infantil, e nsino fundam e ntal e e nsino m é dio .

A e ducação infantil, vo ltada para um unive rso de 22 m ilhõ e s de crianças e ntre ze ro a se is ano s, aco lhe nas cre che s – prim e iro se gm e nto de ssa e tapa, de stinado a crianças de ze ro a trê s ano s – ape nas 1.236.814 crianças. D e ssas, 469.229 e stão na re de privada. Po r sua ve z, a pré -e sco la – se gundo se gm e n-to de ssa e tapa, de stinado a crianças de quatro a se is ano s – re ce be 5.160.787 aluno s, do s quais 1.371.679 e stão na re de privada.

D o s 345.341 do ce nte s atuando ne ssa e tapa da e ducação , 230.238 po s-sue m a fo rm ação m ínim a e xigida po r le i, o e nsino no rm al m é dio , e só 97.895 po ssue m e nsino supe rio r. O u se ja, para cum prir o m ínim o le gal é pre ciso ain-da fo rm ar 17.208 do ce nte s, se m falar no e nsino supe rio r co m o m e ta de se já-ve l e im pre scindíjá-ve l.

D ada a im po rtância cre sce nte que a e ducação infantil o cupa ne sse ciclo da vida para a vida da criança e para o utras e tapas da e ducação e sco lar, é in-co nce bíve l que ape nas pe rto de 30% do in-co ntinge nte to tal de crianças de ssa faixa e tária e ste ja na e sco la. E e ssa ausê ncia atinge m ais pro fundam e nte as cri-anças das classe s po pulare s, e spe cialm e nte as de asce ndê ncia ne gra.

Se a e ducação infantil é a e tapa “básica” da e ducação básica, se e la é di-re ito , e ntão o Estado ainda não che go u até o nde de ve ria para co rdi-re spo nde r ao “de ve r do Estado ”.

O e nsino fundam e ntal, gratuito , dire ito público subje tivo , ce rcado de m e canism o s de assistê ncia té cnica, finance ira e didática, de stinado a to do s o s cidadão s brasile iro s e o brigató rio para jo ve ns e ntre 7 e 1 4 ano s, ate nde a 34.719.506 aluno s, se ndo 31.445.336 na re de pública do siste m a de e nsino .

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grave de ficit e m m até ria de pe rm anê ncia e qualidade . Se o núm e ro de m atrí-culas no prim e iro ano do e nsino fundam e ntal apro xim a-se de 5,6 m ilhõ e s, não che ga a 2,9 m ilhõ e s no o itavo ano . E as avaliaçõ e s de de se m pe nho e sco lar, co m o as do Siste m a N acio nal de Avaliação do Ensino Básico – Sae b – e do Pro -gram a Inte rnacio nal de Aco m panham e nto das Aquisiçõ e s do s Aluno s – Pisa –, indicam , ainda, que m uito s aluno s lê e m m al e e scre ve m co m e rro s e m uita di-ficuldade .

Se lugar de criança é na e sco la, co m o e nte nde r que m ais de 1,4 m ilhão não tê m se que r ace sso à e ducação o brigató ria?

Po r se u lado , do s 1.603.851 do ce nte s atuante s no co njunto do e nsino o brigató rio , 811.112 e xe rce m a do cê ncia no s quatro prim e iro s ano s do e nsi-no fundam e ntal. D e ste s, 503.664 po ssue m o e nsinsi-no nsi-no rm al m é dio , que é o m ínim o e xigido po r le i, e 293.083 já po ssue m o e nsino supe rio r. Lo go , para atingir o m ínim o le gal, care ce m de fo rm ação no no rm al m é dio 14.365 do ce n-te s. Já no s quatro ano s do se gundo se gm e nto de ssa e tapa, co ntando o s 823.485 do ce nte s, 635.110 po ssue m o e nsino supe rio r e 188.738 po ssue m o e nsino m é dio . Este s de ve m , fo rço sam e nte , faze r o e nsino supe rio r.

A pe rgunta aqui é sim ple s: o Estado já che go u aqui, m as e m que e stado ? O e nsino m é dio , ade quadam e nte co nce ituado co m o e tapa co nclusiva da e ducação básica, vo ltado para jo ve ns de 15 a 17 ano s, abso rve e m se us trê s ano s de duração 9.132.698 m atrículas, se ndo que m ais da m e tade no turno no turno e de pe sso as de m ais de 17 ano s. Mas o núm e ro de co ncluinte s fica pró xim o de do is m ilhõ e s.

Sabe se que nas e xigê ncias fo rm ais do m e rcado de trabalho de sta so -cie dade e m que o co nhe cim e nto e stá adquirindo im po rtância e straté gica o au-m e nto do s níve is de e sco laridade e xigido s to rna o e nsino au-m é dio o bje to iau-m e di-ato de po lítica de e xpansão . Assim , co m o e nte nde r que o país de ixe fo ra da e sco la m ais de do is m ilhõ e s de jo ve ns e ntre 15 e 17 ano s? Q uando a unive r-salização gratuita d e ssa e tap a, p rincíp io co nstitucio nal, e sua p ro gre ssiva o brigato rie dade , princípio le gal, de ixarão de se r so m e nte um ho rizo nte e se to rnarão e fe tivas?

São 488.378 o s do ce nte s no e nsino m é dio , do s quais 440.405 po ssue m o e nsino supe rio r.

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-xim o s se is ano s, che gam o s ao núm e ro de m ais de 800 m il do ce nte s que ainda de ve m faze r o e nsino supe rio r.

O salário m é dio do s pro fe sso re s da e ducação infantil é pró xim o de R$430,00, o de 1º a 4º ano apro xim a-se de R$470,00. O do ce nte de 5º a 8º ano ganha e m to rno de R$605,00 e o de e nsino m é dio , R$700,00.

Vê -se que a che gada do Estado po r e ssa e tapa é insuficie nte .

C o m e sse s dado s re lativo s às co ndiçõ e s salariais fica difícil não articular o de se m pe nho pre cário do pro ce sso de apre ndizage m co m que m se vê o bri-gado a pe rfaze r do is o u até trê s turno s de trabalho para co m ple m e ntar o salá-rio . C o m o não e nxe rgar aí um índice de subvalo rização so cial do do ce nte ? C o m o não ve r aí um e le m e nto fo rte de re sistê ncia do s pro fe sso re s co ntra as “re fo rm as”? C o m o po stular um a atualização de co nhe cim e nto s e m udanças nas práticas e ducacio nais quando se o bse rva tal situação ? Q ual a le gitim idade que a so cie dade po de atribuir a um a fo rm ação do ce nte que se re duz a 2.800 ho -ras e m trê s ano s? C o m o não e nxe rgar aí um co m plicado r co tidiano para um pro ce sso qualitativo da apre ndizage m ?

Vê -se claram e nte que , co m parado a um tim e de fute bo l, o Brasil vai m al de po ntas. Tanto a po nta e sque rda (e ducação infantil) co m o a po nta dire ita (e nsino m é dio ) e stão de sguarne cido s. Só o e nsino fundam e ntal é o bje to de um a gratuidade ativa já que co nta co m o apo rte subvinculado de re curso s finance i-ro s (Fundo de Manute nção e D e se nvo lvim e nto do Ensino Fundam e ntal e de Valo rização do Magisté rio – Funde f), de re curso s té cnico s, co m o o livro didá-tico , de re curso s assiste nciais, co m o a m e re nda e sco lar, e de po líticas de assis-tê ncia, co m o a bo lsa-e sco la.

E o que dize r de um a he rança pe sada que ide ntifica 15 m ilhõ e s de bra-sile iro s co m 15 ano s o u m ais se m e sco laridade e se m ace sso ao po te ncial tra-zido pe la e ducação de jo ve ns e de adulto s?

E os chamados analfabetos funcionais que beiram os 33 milhões de pessoas? A dívida da U nião para co m o Funde f, de 1997 a 2002, m arcada pe lo não -cum prim e nto do e spírito e da le tra que criaram e sse fundo , é de 9 bilhõ e s de re ais.

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Se rá que as grande s transfo rm açõ e s pe las quais o m undo e stá passando e m te rm o s de e piste m o lo gia, te cno lo gia e pro ce sso s de ve ficar lide rada po r di-m e nsõ e s addi-m inistrativas?

A pe rgunta a se r re pe tida, pe rante e sse quadro ainda e xclude nte , é ló -gica: quanto de igualdade e ducacio nal ainda é pre ciso para que se e fe tive um a cidadania e ducacio nal digna do s princípio s, o bje tivo s, m e tas e plano s da e du-cação ?

Esse é o cam po pre do m inante para um a atuação inclusiva, se po r e xclu-são e nte nde r-se lacunas, barre iras, ausê ncias no que é dire ito de to do s, no que é co nside rado indispe nsáve l para o ace sso , a pe rm anê ncia e a qualidade de to -do s na e ducação básica.

BRASIL: UM PAÍS QUE DISCRIMIN A

Se a histó ria da e ducação brasile ira é um a histó ria m arcada pe la e xclu-são , e la se to rna m ais co m ple xa po rque a de sigualdade acaba co m po ndo -se co m a discrim inação cuja e spe cificidade atingiu e co ntinua atingindo ne gro s, índio s, m igrante s e trabalhado re s braçais. Trata-se de um a he rança histó rica as-so ciada a fo rm as e spe cíficas de co lo nização que po te ncializaram a já e xiste nte e xclusão m aio r. Tal é o caso d e um a co lo nização o rie ntad a p e la C o ntra-Re fo rm a e m que o ace sso à e scrita e à le itura e ra re se rvado a m uito po uco s e e stava so b o do m ínio de um pro je to co lo nial e xplicitam e nte e xclude nte .

O utro se gm e nto que so fre u pre co nce ito s fo i o das pe sso as co m ne ce s-sidade s e spe ciais.

Estam o s, po is, diante de um a asso ciação pe rve rsa, barre ira e struturante , m arcada po r um a he rança pe sada, que im põ e sé rio s lim ite s tanto a um a vo n-tade po lítica co nscie nte quanto a pro m e ssas de cunho po pulista o u de m agó gi-co . Mas é pre ciso de ixar claro : a im po sição de lim ite s é tam bé m um de safio para não e te rnizar situaçõ e s histó ricas advindas do passado , e um co nvite para a vo ntade po lítica co nscie nte de buscar iniciativas co nse qüe nte s que de sco ns-truam tal he rança no ho rizo nte da so cie dade de m o crática.

O fruto de ssa he rança discrim inató ria e de sigual é a m anife stação de um Brasil branco e de um Brasil ne gro m e sm o apó s 116 ano s da Abo lição da Es-cravatura (Brandão , 2003).

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-plo , o e studo so bre o s Indicado re s de D e se nvo lvim e nto H um ano – ID H –, de se nvo lvido no pro je to “Brasil 2000 – no vo s m arco s para as re laçõ e s raciais”, de re spo nsabilidade da Fe de ração de Ó rgão s para a Assistê ncia So cial e Edu-cacio nal – Fase –, de ixa claro que a arquite tura so cio po lítica do Brasil fo i e é dual tam bé m do po nto de vista das re laçõ e s raciais. O nde ho uve r ne ce ssida-de ssida-de re nda para usufruir ssida-de te rm inado s be ns so ciais, aí o Brasil é pre do m inan-te m e ninan-te branco .

Po r e sse e studo , que utilizo u dado s da PN AD de 1998, de 174 paíse s, o Brasil, e m m até ria de ID H, o cuparia o 70º po sto . Mas, se re aplicada a m e to do -lo gia para o país, distinguindo ne gro s e pardo s de branco s, o Brasil ne gro o cu-paria o 108º lugar e o Brasil branco , o 49º . O m e sm o e studo apo nta que o s ín-dice s e ducacio nais do s branco s se apro xim avam do s do C hile , e nquanto o s do s ne gro s e ram se m e lhante s ao s pio re s índice s o btido s po r paíse s po bre s da Áfri-ca. Tais dado s co nfirm am a e xistê ncia re al do s “do is brasis” e m um só te rritó rio , o u se ja, duas cidadanias e um de sre spe ito ao s dire ito s hum ano s.

Em ne nhum e stado da fe de ração o ID H do s ne gro s fo i m aio r que o da po pulação branca. A e xpe ctativa de vida do s ne gro s e ra cinco ano s m e no r que a do s branco s e m m é dia nacio nal, che gando m e sm o e m re giõ e s m ais po bre s, co m o o N o rte e o N o rde ste , a um a dife re nça para m e no s de até 12 ano s.

Se na faixa e tária de ze ro a se is ano s 51% da po pulação é co nstituída de po bre s, 66% de le s são crianças ne gras. E se o ace sso à e ducação infantil pú-blica é ainda lim itado , se a asso ciação e ntre grande po bre za e ausê ncia de e s-co laridade ne sse ciclo da vida é um fato , disso re sulta um pre juízo quase intranspo níve l para o s ciclo s po ste rio re s. O s dado s e statístico s, cada ve z m ais so fisticado s, re ve lam que o salário m é dio m e nsal do s branco s é m aio r do que o do s ne gro s. São ne gro s 64% do s po bre s e 69% do s m ise ráve is. A taxa de analfabe tism o e ntre o s ne gro s é trê s ve ze s m aio r do que e ntre o s branco s e o s jo ve ns branco s le vam vantage m e m núm e ro de ano s de e studo .

Se gundo C avalle iro , a o m issão e o silê ncio do s pro fe sso re s diante do s e ste re ó tipo s, do s e stigm as im po sto s às crianças ne gras na e sco la:

...grita infe rio ridade , de sre spe ito e de spre zo . N e ste e spaço , a ve rgo nha de ho je so m ada à de o nte m e , m uito pro vave lm e nte , à de am anhã le va a criança ne gra a re pre sar suas e m o çõ e s, co nte r se us ge sto s e falar para que m sabe , passar

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N e sse se ntido , se ndo a e ducação um instrum e nto de m o bilidade so cial, o racism o m o stra um lado pe rve rso que re pro duz as co ndiçõ e s de de sigual-dade e , ao fazê -lo , as manté m co mo tal. Se gundo dado s do PN AD (1999), e ntre as crianças de 9 a 5 ano s e m re gim e de trabalho infantil, pro ibido po r le i, há 62% de ne gras e pardas e 38% de o utras. Entre as crianças de 10 a 14 ano s que trabalham , 63% são ne gras e pardas e 37% pe rte nce m a o utras e tnias.

O Brasil dos brancos é mais rico que o Brasil dos negros, segundo os dados do Ministé rio da Justiça de 1988, e o re ndim e nto nacio nal m é dio po r co r e ra: ho m e m branco , 6,3 salário s m ínim o s; m ulhe r branca, 3,6 salário s m ínim o s; ho -m e -m ne gro , 2,9 salário s -m íni-m o s; -m ulhe r ne gra, 1,7 salário s -m íni-m o .

C o m to do s e sse s lim ite s, é pre ciso pe rguntase se as po líticas unive r-salistas são capaze s de supe rar a pe rsistê ncia de ssa de sigualdade “da cabe ça ao s pé s”. Para tal supe ração , m ais do que o ape lo à cidadania, só m e sm o o im pe -rativo cate gó rico da razão prática po de alçar a e xigê ncia de po líticas inclusivas co m fo calização e spe cífica à luz do s dire ito s hum ano s. Esse s, po r te re m po r base a dignidade do ho m e m co m o princípio e sse ncial do se r hum ano e m sua indivisibilidade , não só co nde nam to da a fo rm a de discrim inação co m o apo tam , po sitivam e nte , para o princípio igualitário . As po líticas inclusivas co m pe n-sató rias visam , e ntão , a co rrigir as lacunas de ixadas pe las insuficiê ncias das po líticas unive rsalistas. C o m isso se pre te nde e quilibrar um a situação e m que a balança se m pre te nde u a favo re ce r grupo s he ge m ô nico s no ace sso ao s be ns so ciais, co njugando assim ao m e sm o te m po , po r justiça, o s princípio s de igual-dade co m o de e qüiigual-dade . Alé m disso , co m pre e ndida a m e lho r e sco lariigual-dade , e las ate nde m à dim e nsão de um a inse rção pro fissio nal m ais qualificada e co m isso anco ram e m um a base m aio r de inte ligê ncia o de se nvo lvim e nto cie ntífico e te cno ló gico do país. Mas não se po de igno rar um ce rto risco po pulista que as po líticas dife re ncialistas po de m inco rpo rar.

POLÍTICAS DE N ATUREZA IN CLUSIVA

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assunto de spe rto u po lê m ica na im pre nsa. N a ve rdade , o C N E ape nas busco u inte rpre tar um a sé rie de dispo sitivo s co nstitucio nais e le gais (C ury, 1999) já e xis-te nxis-te s so bre o assunto , fartam e nxis-te citado s no Pare ce r C N E/C P 03/045.

O m e sm o co le giado já havia apro vado o Pare ce r C N E/C âm ara da Educação Básica – C EB –, n.14/99, a pro pó sito da e duEducação indíge na, de cuja ho -m o lo gação -m iniste rial re sulto u a Re so lução C N E/C EB n. 03/99. A-m bo s o s ins-trum e nto s no rm ativo s ap ó iam -se e m injunçõ e s d o o rd e nam e nto juríd ico nacio nal, co m o é o caso do art. 231 da C o nstituição Fe de ral de 1988 e do art. 78 da Le i de D ire trize s e Base s – LD B –, e ntre o utro s6.

N o m e sm o se ntido vão as D ire trize s C urriculare s N acio nais da Educação Espe cial, co nse qüe nte s ao s Pare ce re s C N E/C EB 17/01 e 04/02, aco m -p anh ad o s d a Re so lução C N E/C EB 0 2 /0 1 , o s q uais d e s-p e rtaram tam b é m m uita po lê m ica que e nvo lve u de sde asso ciaçõ e s be ne fice nte s até o Ministé -rio Público .

D e ve -se apo ntar tam bé m , co m o m o dalidade pe dagó gica pró pria, as D ire trize s C urriculare s N acio nais da Educação de Jo ve ns e Adulto s dadas pe lo Pare ce r C N E/C EB 11/00 e pe la Re so lução C N E/C EB 01/00.

N a m e dida e m que o o rde nam e nto jurídico nacio nal re co nhe ce e xplici-tam e nte o dire ito à dife re nça, anco rando - o no dire ito à igualdade , vê -se que o ó rgão no rm ativo e ncarre gad o d e no rm atizar a le gislação e d ucacio nal de sincum biu-se de suas funçõ e s transfe rindo às instituiçõ e s de pe squisa, ao s siste m as de e nsino e a o utro s ó rgão s im plicado s tanto a aplicação de ssas no r-m as quanto a sua análise crítica.

Tam bé m o ó rgão e xe cutivo fe de ral re spo nsáve l pe la e ducação te m to -m ado -m e didas que i-m pulsio na-m iniciativas te nde nte s a i-m ple -m e ntar pro gram as que atinge gram a e ducação básica no que se re fe re às po líticas inclusivas e co gram -pe nsató rias.

Ao re o rganizar se u aparato adm inistrativo , o MEC crio u a Se cre taria de Educação Básica – SEB –, co m a finalidade de articular as iniciativas re fe re nte s às e tapas da e ducação básica e suas m o dalidade s.

O pro je to m ais o usado re lativo ao apo io de po líticas unive rsalistas é a criação do Fundo Pe rm ane nte da Educação Básica – Funde b –, po r m e io de

5. Entre outros podem-se apontar os artigos 3º , 4º , 5º , 215 e 216 da Constituição Federal, o artigo 26 da LDB e, em especial, a Lei n. 10.639/03.

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e m e nda co nstitucio nal para substituir o Funde f, de m é rito s ine gáve is co m o o disciplinam e nto do s re curso s pe la via do s Tribunais de C o ntas e pe lo s C o nse -lho s de Aco m panham e nto . Mas o pró prio Funde f não de ixa de se r unive rsali-zante ape nas para o e nsino o brigató rio e , ne sse se ntido , e le é fo calizado . O Funde b pre te nde se r um m e canism o de financiam e nto para to das as e tapas da e ducação básica e suas m o dalidade s7. O no vo fundo pre te nde e qualizar de

n-tro do s e stado s o s valo re s de inve stim e nto m ínim o po r aluno e visa a aplicar 8 0 % do s re curso s subvinculado s na valo rização do s do ce nte s da e ducação básica e tam bé m do s pro fissio nais não do ce nte s atuante s nas e sco las. O s re -curso s se rão distribuído s de aco rdo co m as m atrículas nas dife re nte s e tapas. O Funde b pre vê a participação de 25% de to do s o s im po sto s que ho je co m -põ e m o Funde f e acre sce nta idê ntica participação so bre o Im po sto de Pro pri-e dadpri-e dpri-e Vpri-e ículo s Auto m o to rpri-e s – IPVA –, o Im po sto dpri-e Transm issão dpri-e C au-sa Mo rtis – ITC M –, Im po sto Te rrito rial Rural – ITR – e o Im po sto de Re nda do s se rvido re s e staduais e m unicipais. Já o s im po sto s pró prio s do s m unicípio s, co m o é o caso do Im po sto Te rrito rial e U rbano – IPTU –, Im po sto So bre Se r-viço s – ISS – e Im po sto de Transm issão de Be ns Inte rvivo s – ITBI –, ficam de fo ra do fundo . O fundo te rá um ajuste pro gre ssivo durante cinco ano s, para atingir um valo r que garanta o “padrão m ínim o de qualidade ”.

Talve z e m razão disso , o MEC haja instituído , pe la Po rtaria de 19 de ago s-to de 2 0 0 4 , um C o m itê N acio nal de Po líticas de Educação Básica a fim de “apo iar e aco m panhar a im ple m e ntação da Po lítica N acio nal de Educação Bá-sica e viabilizar a articulação e ntre as dife re nte s e ntidade s, ó rgão s e instituiçõ e s que atuam na Educação Básica”.

A SEB ainda atua tanto para cum prir a m e ta de no ve ano s de e nsino o bri-gató rio , do Plano N acio nal de Educação , pe la aplicação de po líticas induto ras no s e stado s e m unicípio s, quanto na dire ção de um a po lítica de fo rm ação co n-tinuada do s do ce nte s e m e xe rcício , po r m e io de um a re de nacio nal que arti-cule instituiçõ e s fo rm ado ras e siste m as de e nsino .

O s lim ite s de ssas iniciativas dão -se po r vário s ângulo s. A o rganização da e ducação nacio nal te ria de e fe tivar o re gim e de co labo ração já que o le gislado r o pto u po r um siste m a fe de rativo e articulagislado de e ducação . E ne sse siste

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m a o re gim e de co labo ração é e sse ncial. C o ntudo , a e xigê ncia de sse re gim e po r m e io de le i co m ple m e ntar, po sta na C o nstituição (§ único do art. 23), até ho je , passado s 16 ano s, ainda não saiu do pape l. Isso , ape sar das m e tas e o b-je tivo s do Plano N acio nal de Educação , faz co m que e stado s e m unicípio s não avance m na (pro gre ssiva) o brigato rie dade do e nsino m é dio e sua unive rsalização , ne m se que r no aum e nto da o fe rta de vagas para a e no rm e de m anda re -pre sada na e ducação infantil.

Po rtanto , salvo apro vação substantiva do Funde b, a unive rsalização do e nsino fundam e ntal co ntinuará a se r a prio ridade . C o m isso , avanço s na e duca-ção básica co m o um to do ficarão co m pro m e tido s e as m e tas não se rão re aliza-das. N e sse se ntido , o dire ito à e ducação básica, no se u m ais lídim o significado , fica co m pro m e tido e po de de slo car se u po te ncial para po líticas de fo calização , o que , ne sse caso , se rá pre judicial tanto à te o ria e prática da cidadania e do s di-re ito s hum ano s co m o à o bte nção de graus m ais am plo s da e ducação básica po r to do s. A carê ncia da e ducação infantil pre judica as cam adas m ais po bre s da po -pulação e que , co m o já vim o s, atinge de m o do e spe cial o s se gm e nto s de gru-po s afro -de sce nde nte s justam e nte na e tapa inicial da e ducação básica. Ao lim i-tar a presença desses e de outros grupos vulneráveis ao ensino fundamental, tanto a sua traje tó ria ne ssa e tapa quanto a do s que co nse gue m ace de r ao e nsino m é -dio fica pre judicada. O ace sso à e ducação infantil e m ate nção à de manda e xpre ssa e o ace sso ao e nsino m é dio o brigató rio são a m e lho r fo rm a de ate nde r a um a ação afirm ativa e m pro l da cidadania e do s dire ito s hum ano s.

Alé m disso , a pro po sta do Funde b não e xplicita, para alé m da vinculação ho je e xiste nte , re curso s no vo s para faze r fre nte à de m anda cre sce nte de crian-ças, ado le sce nte s e jo ve ns que que re m um a e sco laridade m ais am pla: a jusante na e ducação infantil e a m o ntante no e nsino m é dio .

E não se po de igno rar o pape l das instituiçõ e s fo rm ado ras no se ntido de um a ade quação às no vas o rie ntaçõ e s, e m e spe cial no cam po da fo rm ação de do ce nte s.

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a e stado s e m unicípio s – Faze ndo Esco la – que re passa re curso s (380 m ilhõ e s) para o s e nte s fe de rativo s co m ID H m e no r o u igual a 0,5 a fim de que instituam a Educação de Jo ve ns e Adulto s – EJA – co m o po lítica pública.

C abe , ne ssa Se cre taria, à C o o rde nação G e ral de Apo io às Esco las Indí-ge nas – C G AEI –, o apo io a um a po lítica pública e ducacio nal para tais e sco las, de aco rdo co m as re ivindicaçõ e s do s dive rso s po vo s indíge nas e co m o s prin-cípio s e stabe le cido s pe la C o nstituição de 1988. O pro gram a de grande de sta-que é o Re fe re ncial C urricular N acio nal, para do ce nte s e fo rm ação de do ce n-te s vo ltado s para e ssas co m unidade s.

N e ssa Se cre taria situse o utro pro gram a, o Re de N acio nal de Fo rm a-ção C o ntinuada de D o ce nte s da Educaa-ção Básica.

A Se cre taria de Educação Espe cial – SEESP – vo lta-se para asse gurar o ate ndim e nto das ne ce ssidade s e ducacio nais e spe ciais do s aluno s co m de ficiê n-cia. Se u pro gram a-che fe é o “Educação inclusiva: dire ito à dive rsidade ”, que visa a fo rm ar ge sto re s e e ducado re s capaze s de ate nde re m a e xigê ncias le gais de inclusão de sse se gm e nto so cial. Município s-pó lo (114) capacitam ge sto re s e e ducado re s que se o brigam a to rnar-se age nte s m ultiplicado re s para ce rca de o utro s 2 m il m unicípio s. A pó s-graduação das unive rsidade s po de inve stir e m pro je to s, e studo s e curso s, para qualificar pro fissio nais co m co m pe tê ncia e m e ducação e spe cial e que ve nham a atuar nas e tapas da e ducação básica do sis-te m a de e nsino . Tal pro gram a e fe tiva-se e m parce ria co m a C o o rde nação de Ape rfe iço am e nto do Pe sso al de N íve l Supe rio r – C ape s.

Po r tratarse da e ducação básica, po r se r e la um dire ito do cidadão e de -ve r do Estado8, po r se r um m o m e nto privile giado e m que a igualdade cruza

co m a e qüidade , as pe sso as po rtado ras de ne ce ssidade s e ducacio nais e spe ciais e o s grupo s so ciais co m o o do s afro -de sce nde nte s, de ve m se r suje ito s de um ate ndim e nto que le ve à de sco nstrução de e ste re ó tipo s, pre co nce ito s e discri-m inaçõ e s, tanto pe lo pape l so cializado r da e sco la quanto po r se u pape l de trans-m issão de co nhe citrans-m e nto s cie ntífico s, ve raze s e significativo s.

Já o s jo ve ns e adulto s que não tive ram o po rtunidade de e sco larizare m -se na idade pró pria po de m e de ve m -se r suje ito s de um m o de lo pe dagó gico

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pró prio , apo iado co m re curso s que pro po rcio ne m a e sse s suje ito s o re co m e -ço de sua e sco laridade se m a so m bra de um no vo fracasso .

As co m unidade s indíge nas tam bé m de ve m se r suje ito s de um m o de lo pró prio de e sco la, guarne cido de re curso s e re spe ito à sua ide ntidade cultural pe culiar.

O re co nhe cim e nto das dife re nças ne sse m o m e nto da e sco laridade é factíve l co m o re co nhe cim e nto da igualdade .

É ce rto que as dificuldade s para a re alização de um ide al igualitário e unive rsalista, pro pugnado pe lo Estado de be m -e star so cial, e nse jo u o surgim e nto e fe tivo de lacunas, dando m arge m à se paração da de fe sa do dire into à dife -re nça de sua base fundante no di-re ito à igualdade . Se m e sse últim o , o di-re ito à dife re nça co rre o risco de po líticas e rráticas e flutuante s ao sabo r de cada dife re nça. Po r isso , a e ducação básica de ve se r o bje to de um a po lítica e duca-cio nal de igualdade co ncre ta e que faça jus à e ducação co m o o prim e iro do s dire ito s so ciais inscrito e m no ssa C o nstituição , co m o dire ito civil inalie náve l do s dire ito s hum ano s e co m o dire ito po lítico da cidadania.

LIMITES E POSSIBILIDADES

N o de curso de sse e nsaio ficaram claro s alguns do s lim ite s m ais im po tante s que im pe de m um a po lítica so cial m ais am pla. H á pro ble m as que pe r-passam a e sco la – e stão ne la m as não são de la, co m o : de sigual distribuição da re nda e a incapacidade do país de re distribuí-la de m o do m ais e qüitativo ; pac-to fe de rativo care nte de um m o de lo de co o pe ração re cípro ca e m que a divi-são do s im po sto s se ja m ais e quilibrada; núm e ro e xo rbitante de m unicípio s pe que no s e po bre s se m re curso s pró prio s, de pe nde nte s de re curso s de trans-fe rê ncias le gais; dívida do país co m e m pré stim o s e xte rno s e , po r ve ze s, a m á adm inistração e aplicação do s re curso s e xiste nte s.

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n-sató rias. Tal é o caso da bo lsa-e sco la, bo lsa-fam ília, am pliação da m e re nda e sco lar para a e ducação básica e po líticas de apo io ao e nsino no turno e às re -giõ e s vulne ráve is.

Po r o utro lado , há pro ble m as que e stão na e sco la e são de la. É o caso da fo rm ação do s do ce nte s, sua valo rização no e xe rcício pro fissio nal po r m e io de carre ira atrae nte , salário s co ndigno s e co m pe titivo s e abe rtura para um a fo rm ação co ntinuada. C o m e ssa valo rização , a avaliação de de se m pe nho de i-xa de se r um princípio de punição para co nve rte r-se e m m ais um pilar de sus-te ntação pro fissio nal.

É ne la, m as não só ne la, que se po de ajudar a de sco nstruir m e ntalidade s, po sturas e co m po rtam e nto s que atinge m a alte ridade co m pre co nce ito e discrim inação . N isso o discrim únus do pro fe sso r é insubstituíve l, no se ntido de e star pre -parado para e nfre ntar a que stão da alte ridade na dife re nça.

Tam bé m não se po de de ixar de apo ntar que a im po rtância da e ducação e sco lar ainda não co nse guiu che gar a po nto de m o bilizar agre ssivam e nte a so -cie dade civil e m pro l de sua dignidade e valo r. É pre ciso que e ssa bande ira che gue à po pulação e que e la po ssa inje tar no vo ânim o ao s e ducado re s ide ntificado s co m a cidadania e co m o s dire ito s hum ano s e po ssa co brar do s go -ve rno s o de vido e m pe nho para co m um dire ito que de -ve co njugar a igualdade jurídica co m a igualdade substantiva. D e co rre daí a im pulsão para m o de lo s de ge stão m ais transpare nte s e abe rto s, a busca de no vo s re curso s e um plane -jam e nto e straté gico que co nsubstancie um a vo ntade po lítica ade quada ao va-lo r pro clam ado da e ducação para to do s.

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Recebido em: outubro 2004

Referências

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