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Doenças sexualmente transmissíveis e gênero: um estudo transversal com adolescentes no Rio de Janeiro.

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Academic year: 2017

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Doenças sexualmente transmissíveis

e gênero: um estudo transversal

com adolescentes no Rio de Janeiro

Sexually transmitted diseases and gender:

a cross-sectional study with adolescents

in Rio de Janeiro

1 Faculdade de Ci ê n c i a s M é d i c a s , Un i versidade do Estado do Rio de Ja n e i ro, Rio de Ja n e i ro, Bra s i l . 2 Núcleo de Estudos de Saúde do Ad o l e s c e n t e , Un i ve r s i d a d e do Estado do Rio de Ja n e i ro, Rio de Ja n e i ro, Bra s i l .

C o r re s p o n d ê n c i a Stella R. Ta q u e t t e , Faculdade de Ci ê n c i a s M é d i c a s , Un i versidade do Estado do Rio de Ja n e i ro. Av. Pro f. Manoel de Ab re u 4 4 4 , Rio de Ja n e i ro, RJ 2 0 5 5 0 - 1 7 0 , Bra s i l . t a q u e t t e @ u e r j. b r

Stella R. Taquette 1 , 2 Marília Mello de Vilhena 2 Mariana Campos de Paula 1

A b s t r a c t

Sexually transmitted diseases (STDs) are fre-quent in adolescence and contribute to the in-c rease in the number of AIDS in-cases. E a rly sex-ual initiation, multiple sex part n e r s , and lack of condom use are considered risk factors and a re influenced by a male-dominated gender s y s t e m . We interv i ewed 356 adolescent pa-tients at the Adolescent Health Re s e a rch Ce n-ter in Rio de Ja n e i ro State Un i versity to identi-fy possible STD risk factors in adolescence. Young men re p o rted more partners and earl y s exual initiation. Females used condoms less f requently and were more subject to sex u a l a b u s e . The results confirm a model sustained by traditional gender values that demarc a t e the male and female sphere s , with male su-p re m a c y. We conclude that to achieve more ef-f e c t i ve STD contro l , it is necessary to ex p a n d the discussion on culturally constructed pat-terns of masculinity and femininity.

Sex u a l i t y ; Ad o l e s c e n c e ; Sexually Tra n s m i t t e d Di s e a s e s ; Ge n d e r

I n t ro d u ç ã o

Na adolescência as relações sexuais têm inicia-do mais ceinicia-do e com um maior número de par-c e i ro s, o que par-contribui para aumentar a opar-cor-

ocor-rência das DST 1 , 2. En t re adolescentes o uso de

p re s e rva t i vos é baixo e a atividade sexual gera l-mente não é pro g ramada. Estudos bra s i l e i ro s re velam que apenas um terço deles ou menos

usam pre s e rva t i vo sempre 3 , 4 , 5. Segundo

da-dos de pesquisas divulgada-dos pelo Mi n i s t é rio da

Saúde (MS) 6, os mais baixos índices de uso se

e n c o n t ram entre 15 e 19 anos. No Brasil não há i n f o rmações sobre a pre valência de DST entre a d o l e s c e n t e s. As únicas DST de notificação c o m p u l s ó ria são a sífilis e a AIDS e, além disso, cerca de 70% das pessoas com alguma DST b u s-cam tratamento em farm á c i a s, o que faz com que o número de casos notificados fique

abai-xo da estimativa 5.

As DST favo recem a infecção pelo HIV. Do total de casos de AIDS, segundo as categori a s de exposição, a via de transmissão sexual é a

p redominante (53%) 7. De acordo com o MS 5,

o maior número de notificações acumuladas e n t re 1980 e 1999 (67.267 casos, ou seja, 43,23% do total) concentra-se entre 15 e 24 anos. Co-mo o tempo de latência da doença é longo, che-gando até 11 anos, podemos inferir que gra n d e p a rte destes deve ter se infectado na

adoles-cência 8 , 9. Ou t ra tendência da epidemia aponta

(2)

Fa t o res biológicos, psíquicos, sociais, entre o u t ro s, podem interf e rir no desenvolvimento e

expressão da sexualidade 10,11,12. O que é ser

ho-mem e/ou ser mulher tem suscitado inúmera s i n t e r p retações em diversos campos do saber. A atitude dos homens e das mulheres está intima-mente ligada às re p resentações simbólicas de masculinidade e feminilidade que se constróem h i s t o ri c a m e n t e, são mutáveis e re l a c i o n a i s.

A discussão das diferenças entre homem e mulher deu-se a partir da construção de uma n ova imagem feminina política e econômica nos séculos XVIII e XIX. A emergência da polê-mica cultural em torno da natureza e função da mulher na sociedade provocou uma nova ótica

de significação da sexualidade humana 1 3. O

conceito de gênero foi introduzido pri m e i ra-mente nos Estados Unidos na década de 70 no campo da antropologia pelo movimento femi-nista. Este, ao longo dos tempos, foi se tra n s-f o rmando e hoje não se pode as-firmar que o s- fe-minismo contemporâneo seja igual ao do

co-meço do século XIX 1 4. Co n s i d e rando as

distin-tas simbolizações de masculino e feminino no

âmbito sexual, Ga rcia 1 5a f i rma que gênero c o

n-siste na dimensão principal da construção so-cial e dos significados que se relacionam ao se-xo e à re p ro d u ç ã o, va ria de uma cultura para o u t ra, em diferentes tempos históricos e tam-bém ao longo da vida de um indivíduo. Se g u

n-do St rey 1 4, psicóloga social, gênero não é sexo.

Enquanto este último diz respeito às cara c t e-rísticas físicas re l a t i vas à re p rodução biológica, o pri m e i ro consiste numa construção cultura l que depende de como a sociedade tra n s f o rm a um macho num homem e uma fêmea numa m u l h e r. A análise da vida sexual envo l ve a du-pla referência dos impulsos biológicos e da

re-gulamentação social 1 6. Daí o enfoque de

gêne-ro numa perspectiva relacional e tra n s ve r s a l que interage com classe social, raça/etnia, di-f e renças de gera ç ã o, cultura etc. O gênero, por-t a n por-t o, é um sispor-tema que apor-tua no campo social por vezes de modo contra d i t ó rio para

mulhe-res e homens em va riadas situações 1 7 , 1 8.

A análise do gênero contribuiu enormem e n-te na discussão da sexualidade nas últimas dé-cadas por meio da crítica ao determinismo

bio-l ó g i c o, suporte da supremacia mascubio-lina 1 9.

Apesar da ocorrência de grandes tra n s f o rm a-ções no século passado nas relaa-ções entre os g ê n e ros pelas conquistas das mulheres (entra-da no mercado de tra b a l h o, direito ao vo t o, maior escolaridade e separação entre sexuali-dade e re p rodução) ainda hoje persiste um

q u a d ro de “dominação masculina” 2 0. At u a

l-mente no ocidente, a tradição patri a rcal iden-tifica o masculino com ra z ã o, re g u l a ç ã o, liber-dade de exercício sexual e conhecimento da

se-xualidade feminina 2 1 , 2 2. Já a mulher é marc

a-da fortemente pela inexperiência sexual, pelo o c u l t a m e n t o, silêncio, conformismo 2 3. O gê-n e ro imprime gê-norm a s, va l o re s, perc e p ç õ e s, re-p resentações que acomre-panham a vida do su-jeito legitimando sua identidade. Apesar da complexidade e pluralidade das identidades s u b j e t i va s, a dominação dos sistemas de gêne-ro em sua lógica de poder pode re s valar numa n a t u ralização que justifica as desigualdades

sociais entre homens e mulheres 2 4. Foucault 2 5

c o n s i d e ra a sexualidade como dispositivo de poder fortemente impregnado por relações as-s i m é t ricaas-s entre homenas-s e mulhereas-s que faz a p a recer de forma contundente as relações en-t re o biológico e o social.

O b s e rvamos em pesquisa anterior re a l i z a-da com adolescentes dos bairros de Vila Is a b e l e Ac a ri a assimetria re f e rida acima. Nesta, o modelo de dominação de gênero masculino foi um dos principais gera d o res de violência e ri s-co de DST, ao dificultar a negociação do uso do p re s e rva t i vo entre os parc e i ros em suas re l

a-ções sexuais 2 6. Muszkat 2 7ve rificou em estudo

com 2 mil famílias atendidas no Pr ó - Mu l h e r, Família e Cidadania um forte elo entre viri l i d a-de e violência nas camadas mais pobres da po-p u l a ç ã o. Pa ra D’ Ol i ve i ra, 2 8as ra í zes da violên-cia nas relações de gênero encontram-se nas p r ó p rias relações de gênero. Os homens cedo necessitam provar que são potentes e sexual-mente capaze s, enquanto as mulheres são pas-s i va pas-s, dependentepas-s e pas-senpas-síve i pas-s.

A naturalização deste modelo de gênero p

o-de causar impacto à saúo-de 2 9, pois para

(3)

com o tamanho do pênis são freqüentes. As m o-ç a s, por sua vez, sentem-se pressionadas pelo g rupo a iniciar a atividade sexual, pelo namo-rado para dar “p rovas de amor” mediante con-cessão ao coito e não conseguem se impor na negociação do uso do pre s e rva t i vo.

O objetivo do presente estudo foi conhecer a população adolescente atendida no Núcleo de Estudos em Saúde do Adolescente (NESA), da Un i versidade do Estado do Rio de Ja n e i ro (UERJ), do ponto de vista da sexualidade e des-c re ver possíveis fatores de risdes-co às DST. O tra-balho apresenta e discute estes fatores re l a c i o-nando-os a um modelo de sistema de gênero que supõe uma supremacia masculina.

População estudada e método

Trata-se de um estudo observacional, do tipo t ra n s versal cuja população alvo foi o público adolescente que pro c u rou atendimento médico no NESA entre agosto de 2001 e julho de 2002. O NESA é uma instituição pública cujo ambulató-rio atende adolescentes de 12 a 19 anos, a maio-ria deles pertencente às classes de baixo poder a q u i s i t i vo, em diversas especialidades.

A amostra estudada foi de conveniência e a escolha dos participantes foi aleatória (não probabilística) entre os adolescentes que a g u a r-d a vam atenr-dimento em sala r-de espera. De s c o-nhecia-se de antemão o motivo da consulta e se o adolescente era ou não sexualmente ativo. O instrumento utilizado foi uma entrevista se-m i - e s t ru t u rada que obedecia a use-m ro t e i ro pre-viamente estabelecido e testado por um estudo piloto com vinte adolescentes, não incluídos na amostra do estudo. Todos os entre v i s t a d o-res re c e b e ram treinamento por um único pes-quisador antes de ir ao campo e semanalmente e ram feitas reuniões da equipe de pesquisa on-de os dados eram checados. A validaon-de das in-f o rmações in-foi assegurada de várias maneira s. Quando havia dúvida quanto à sua ve ra c i d a d e, o participante era excluído da amostra. Além d i s s o, cerca de 5% das entrevistas foram re p e t i-das por outro entrevistador que obteve as mes-mas re s p o s t a s. Cada pesquisador entre v i s t o u uma proporção semelhante de homens, mu-l h e res e port a d o res ou não de DST. Estes pro-cedimentos foram efetuados no sentido de ga-rantir uma homogeneidade intern a .

As entrevistas eram realizadas a sós com o a d o l e s c e n t e, após consentimento inform a d o. Elas foram sendo realizadas sucessiva m e n t e até completase cem casos de DST, o que o c o r-reu doze meses após seu início. Cri t é rios para inclusão e razões para escolha desta

amostra-gem: privilegiamos de modo intencional os a m-b u l a t ó rios de DST, ginecologia e urologia, onde a possibilidade de existirem pacientes sexual-mente ativos e port a d o res de DST era maior. Concomitantemente adolescentes eram entre-vistados nos outros ambulatóri o s.

Os casos de DST foram diagnosticados por c ri t é rio clínico e/ou labora t o rial, utilizando-se a abordagem sindrômica definida no manual

de DST do MS 3 0e testes diagnósticos

específi-c o s. Co n s i d e rou-se no diagnóstiespecífi-co todas as pa-tologias que podem ser transmitidas por meio

do ato sexual, incluindo aquelas que são e ss e n

-c i a lm e nt eassim transmitidas (sífilis, gonorréia e o HPV ), f req ü e nt em e nt e( u re t rites não gono-c ó gono-c i gono-c a s, gono-candidíase, tri gono-c o m o n í a s e, herpes sim-p l e s, hesim-patite B e o HIV ) e e ve nt u a lm e nte ( e s-c a b i o s e, fitiríase), desde que houvesse sinto-mas clínicos evidentes e/ou exames positivos e relatos da anamnese que garantissem a tra n

s-missão sexual da doença 3 1.

O ro t e i ro de entrevista, composto de três p a rt e s, contava com perguntas abertas e fecha-d a s. A pri m e i ra inve s t i g a va fecha-dafecha-dos pessoais co-mo idade, renda familiar, escolari d a d e, tra b a-l h o, prática de exerc í c i o s, uso de bebidas aa-lc o ó-l i c a s, tabaco e outras dro g a s. Co n s i d e ro u - s e a t raso escolar uma defasagem maior que dois anos em relação à idade esperada para a séri e f reqüentada. So b re a prática de exerc í c i o s, esta

e ra considerada reg ular q u a ndo no mínimo t r ê s

vezes por semana. O uso de álcool e de dro g a s

foi classificado em uma vez na vida, no último

m ê sou seis ve zes ou mais no último mês. Na segunda parte da entrevista perg u n t a-mos detalhadamente sobre a família: com q u e m m o ra va, opinião sobre o pai, a mãe, seu re l a-cionamento com cada um dos genitores e t re eles. Estas perguntas eram abertas e o en-t revisen-tador cuidadoso no senen-tido de não suges-tionar as re s p o s t a s, como, por exemplo, per-guntar se o pai era bom.

Na terc e i ra parte investigou-se o históri c o p u b e rt á rio e sexual do adolescente, a época da m e n a rc a / s e m e n a rca e da pri m e i ra relação se-xual. A respeito do pri m e i ro coito, com quem o c o r reu, se com namorado/a, amigo/a ou pro-fissional do sexo; se a relação sexual aconteceu

de forma espontânea (com consentimento do

en-t re v i s en-t a d o ), por p re ssão (quando o entre v i s t a d o foi coagido/a) ou forçada (à revelia do entrev i s t a-d o ). Em seguida, indagamos quanto à ocorrência de homossexualismo, prostituição, abuso sexual e gra v i d ez. As últimas perguntas foram sobre o n ú m e ro de parc e i ros sexuais; uso de pre s e rva t

i-vos, se nunca, às vezes, quase sempreou sempre.

(4)

a-d raa-do com nível a-de significância a-de 95% 3 2. As respostas às perguntas abertas foram lidas e re-lidas exaustivamente e a partir disso fora m c o n s t ruídas categori a s, depois quantificadas e analisadas estatisticamente.

O projeto de pesquisa foi previamente ava-liado e autorizado pelo Comitê de Ética em Pe s-quisa do Hospital Un i ve r s i t á rio Pe d ro Ern e s t o e cumpre os princípios éticos contidos na De-c l a ração de Helsinki. O termo de De- consentimto livre e esclarecido foi assinado antes da en-t re v i s en-t a .

R e s u l t a d o s

Todas as entrevistas foram realizadas em am-biente com pri va c i d a d e. O tempo médio de du-ração de cada uma foi de 25 minutos. No total f o ram entrevistados 356 adolescentes. En t re estes 109 eram sexualmente ativos port a d o re s de DST, 115 sexualmente ativos porém sem DST e 132 ainda não tinham iniciado atividade sexual. Adolescentes do sexo masculino com-punham 29,5% da amostra e do sexo feminino, 70,5%. O predomínio de moças ocorreu devido ao grande volume de atendimento do ambula-t ó rio de ginecologia. O percenambula-tual de homens e m u l h e res em cada grupo foi semelhante. Estes dados podem ser visualizados na Tabela 1.

A idade média do grupo masculino foi de 16,5 anos e do feminino 16,4. Todos os adoles-centes pertenciam às camadas sociais de baixo poder aquisitivo. Os dados re f e rentes à idade, situação sócio-econômica, escolari d a d e, tra-balho e atividade física se encontram na Ta b e l a 2. Fo ram significativas as associações entre os homens e as va ri á veis: atraso escolar maior que dois anos e atividade física re g u l a r.

Na Tabela 3 estão descritos os dados refere n-tes ao uso de tabaco, álcool e dro g a s. Em re l a-ção ao consumo de bebidas alcoólicas, a maio-ria dos adolescentes já tinha feito uso pelo me-nos uma vez na vida. En t re os que usavam ou já tinham feito uso de drogas pelo menos uma vez na vida, observou-se um percentual signifi-c a t i vamente maior de homens.

Em relação à família, cerca de metade dos adolescentes vivia com ambos os pais e 28,9% com apenas um dos genitore s, sendo na maio-ria deles a mãe (8,7% pai e 91,3% mãe). Ho u ve um predomínio de depoimentos positivos a respeito das mães. Segundo a opinião dos en-t re v i s en-t a d o s, 45,5% de seus pais e 73,9% de suas mães tinham qualidades.

Na Tabela 4 estão descritos os dados re f e-rentes à sexualidade. Do total dos entre v i s t a-d o s, 224 eram sexualmente ativo s, sena-do 28,1%

do sexo masculino e 71,9% do feminino. De n-t re esn-tes, a idade média da semenarca foi 13 anos e da menarca 12 anos. A pri m e i ra re l a ç ã o sexual ocorreu em média aos 14,6 anos e aos 15 e n t re os ra p a zes e moças, re s p e c t i va m e n t e. O tempo médio decorrido entre a menarc a / s e-m e n a rca e o pri e-m e i ro coito foi de 1,6 anos en-t re os ra p a zes e 2,9 anos enen-tre as moças. Ma i s da metade dos adolescentes praticou o pri m e i-ro coito até um ano após a semenarca e em menos de um quarto das adolescentes ocorre u o mesmo em relação à menarca, diferença es-tatisticamente significativa. O pri m e i ro inter-curso sexual aconteceu com namorado/a para 33,3% dos adolescentes e 90,7% das adolescen-t e s. Por ouadolescen-tro lado, 55,5% dos ra p a zes inicia-ram o sexo com amigas e apenas 9,3% das mo-ças fize ram o mesmo. Nenhuma adolescente t e ve o pri m e i ro intercurso com pro f i s s i o n a i s do sexo e 11,7% dos ra p a zes re l a t a ram esta prá-tica. O sexo ocorreu de forma espontânea para a maioria. O histórico de gra v i d ez e de abuso sexual foi significativamente mais fre q ü e n t e e n t re as moças. Nos relatos de abuso sexual, e xceto um, o perpetrador era do sexo masculi-n o. A prostituição foi maior emasculi-ntre os homemasculi-ns, assim como as relações homossexuais. O nú-m e ro de parc e i ros foi nú-maior do que dois para 71,4% dos homens e 28,6% das mulhere s, re l a-ção estatisticamente significativa. O uso de p re-s e rva t i vo nare-s relaçõere-s re-sexuaire-s foi re- significativa-mente menos freqüente entre as moças.

Os diagnósticos mais comuns nos homens f o ram as ure t rites e nas mulheres as vulvova g i n i-t e s. As ure i-t rii-tes foram confirmadas por exames l a b o ra t o ri a i s. Nas vulvovaginites o diagnóstico foi predominantemente clínico. Não foi possíve l a coleta de secreção vaginal em todos os casos. O diagnóstico da sífilis foi feito pelo quadro / h i s t ó-ria clínica e exame VDRL. Nos casos de HPV e de herpes genital o diagnóstico foi clínico. Ho u ve q u a t ro casos de HIV+ por transmissão sexual, com diagnóstico sorológico realizado

obedecen-do-se ao fluxo g rama preconizado pelo MS 3 0,

(5)

Tabela 1

Distribuição dos participantes segundo presença/ausência de atividade sexual e DST.

G r u p o Amostra total Sexualmente Sexualmente Sem atividade

ativos com DST ativos sem DST s e x u a l

n % n % n % n %

H o m e n s 1 0 5 2 9 , 5 3 1 2 8 , 4 3 2 2 7 , 8 4 2 3 1 , 8

M u l h e re s 2 5 1 7 0 , 5 7 8 7 1 , 6 8 3 7 2 , 2 9 0 6 8 , 2

To t a l 3 5 6 1 0 0 , 0 1 0 9 1 0 0 , 0 1 1 5 1 0 0 , 0 1 3 2 1 0 0 , 0

Tabela 2

Distribuição dos participantes segundo sexo e características demográficas.

Item pesquisado H o m e n s M u l h e re s Q u i - P

q u a d r a d o

Idade média (em anos) 1 6 , 5 1 6 , 4

Renda familiar (em salários mínimos) 4 , 4 3 , 9

n (105) % n (251) %

Histórico escolar

estão na escola 8 7 8 2 , 8 2 1 2 8 4 , 5 0 , 0 5 0 , 8 2

atraso escolar > 2 anos 4 3 4 0 , 9 7 2 2 8 , 7 4 , 5 5 0 , 0 3

Atividade física re g u l a r 4 1 3 9 , 0 2 8 1 1 , 2 3 5 , 1 0 0 , 0 0

Tr a b a l h a m 2 8 2 6 , 7 4 6 1 8 , 3 2 , 6 4 0 , 1 0

Tabela 3

Distribuição dos participantes segundo sexo e o uso de bebidas alcoólicas, tabaco e outras dro g a s .

Item pesquisado H o m e n s M u l h e re s Q u i - p

n (105) % n (251) % q u a d r a d o

Uso de bebidas alcoólicas

Nunca usou 3 2 3 0 , 5 7 8 3 1 , 1 0 , 0 0 0 , 9 8

Usou uma vez na vida 3 2 3 0 , 5 9 5 3 7 , 8 1 , 4 5 0 , 2 2

Usou no último mês 3 2 3 0 , 5 6 7 2 6 , 7 0 , 3 6 0 , 5 5

Usou 6 vezes no último mês 9 8 , 5 1 1 4 , 4 1 , 7 2 0 , 1 8

Uso de tabaco

S i m 1 2 1 1 , 4 3 2 1 2 , 7 0 , 0 3 0 , 8 6

N ã o 9 3 8 8 , 6 2 1 9 8 7 , 3

Uso de outras dro g a s

S i m 2 4 2 2 , 9 1 7 6 , 8 1 7 , 2 5 0 , 0 0

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D i s c u s s ã o

Por meio da análise dos dados descritos cons-tatamos que algumas diferenças entre homens e mulheres foram significativas e corro b o ra m achados de outros autore s. A menor idade de iniciação sexual entre os ra p a zes foi ve ri f i c a d a por Scivoletto 3 3, Anteghini 3 4e Wa r ren 3 5. O M S

6destaca que as mulheres usam menos p re s e

r-va t i vos do que os homens, enquanto Siegel 3 6,

em estudo com 797 estudantes unive r s i t á ri o s a m e ri c a n o s, assinala que as mulheres têm me-nor número de parc e i ro s.

Os papéis desempenhados pelos adolesc e n-tes estudados se incluem num modelo de do-minação de gênero no qual a visão de masculi-nidade e feminilidade dificulta o avanço de programas de promoção à saúde. Em nossa p e s-quisa, os adolescentes masculinos pra t i c a m mais re g u l a rmente atividades físicas, usam d ro-gas com maior freqüência, entram em

ativida-de sexual mais cedo com amigas, pro f i s s i o n a i s do sexo, “t ra n s a m” com homossexuais, têm mais parc e i ros/as e se prostituem mais. Qu a n-to às moças, estas privilegiam relações afetiva s ( n a m o rados), são vítimas mais freqüentes de abuso sexual e usam menos pre s e rva t i vo s.

Nesta hiera rquia de gênero, a supre m a c i a masculina refere-se à força, violência, virilidade, “macho potente” que se prostitui, “t ra n s a” até

com homens 3 7e não nega qualquer relação

se-xual. Ser homem neste contexto significa sobe-rania, repudiar o feminino, não re velar senti-mentos e arriscar sempre, mesmo por meio de

violência 1 5. Ser mulher, então, associa-se à

pas-sividade frente ao abuso sexual, submissão, cui-dado e temor em relação ao homem, enfim, re-signação ao papel cristalizado de objeto do

con-t role masculino 3 8. A desigualdade de poder nas

relações entre homens e mulheres é um dos mo-t i vos da dificuldade que ambos mo-têm em discumo-tir

formas seguras de exercer a sexualidade 39.

Tabela 4

Distribuição dos participantes segundo sexo e as “características” sexuais.

Item pesquisado H o m e n s M u l h e re s Q u i - P

n (63) % n (161) % q u a d r a d o

Idade média da menarc a / 1 3 1 2

s e m e n a rca (em anos)

Características do 1oc o i t o

Idade média (em anos) 1 4 , 6 1 5

Tempo médio entre a menarc a / 1 , 6 2 , 9

s e m e n a rca e o 1ocoito (em anos)

Menos de 1 ano após 3 5 5 5 , 5 3 9 2 4 , 2 1 8 , 7 0 0 , 0 0

a menarc a / s e m e n a rc a

Tipo de parc e i ro/a no 1oc o i t o

N a m o r a d o / a 2 1 3 3 , 3 1 4 6 9 0 , 7 7 5 , 5 1 0 , 0 0

A m i g o / a 3 5 5 5 , 5 1 5 9 , 3 5 3 , 2 0 0 , 0 0

P rofissional do sexo 7 1 1 , 7 0 0 , 0 1 4 , 9 8 0 , 0 0

Como aconteceu o 1oc o i t o

E s p o n t â n e o 6 1 9 6 , 8 1 5 2 9 4 , 4 0 , 1 7 0 , 6 8

F o r ç a d o 0 0 , 0 2 1 , 2 0 , 0 1 0 , 9 2

Por pre s s ã o 2 3 , 2 7 4 , 3 0 , 0 0 0 , 9 8

Histórico de gravidez 8 1 2 , 7 4 2 2 6 , 1 3 , 9 4 0 , 0 4

Histórico de abuso 6 9 , 5 4 2 2 6 , 1 6 , 4 3 0 , 0 1

Histórico de pro s t i t u i ç ã o 1 0 1 5 , 9 5 3 , 1 9 , 8 6 0 , 0 0

H o m o s s e x u a l i s m o 1 2 1 9 , 0 1 0 , 6 2 4 , 8 5 0 , 0 0

N ú m e ro de parc e i ros > 2 4 5 7 1 , 4 4 6 2 8 , 6 3 2 , 7 3 0 , 0 0

Uso de pre s e r v a t i v o

Nunca ou às vezes 2 9 4 6 , 0 1 1 2 6 4 , 5

(7)

Pro m over a saúde humana, reduzir a inci-dência de DST em adolescentes inclui, cert a-m e n t e, coa-mo pudea-mos constatar a-mediante os resultados desta pesquisa, a ampliação do de-bate em torno da existência de modelos de do-minação de gênero. A principal via de tra n s-missão da AIDS é a sexual e o maior número de casos notificados ao MS incide em homens he-t e rossexuais que, apesar de possuírem va ri a d a s p a rc e i ra s, não se sentem ameaçados pela epi-demia e nem pertencentes a um grupo de ri s-c o. Deste modo, a vulnerabilidade da mulher aumenta, pois lhe falta o poder de negociação e controle sobre suas relações sexuais em ter-mos de fidelidade mútua e uso de pre s e rva t i vo

pelo homem 4 0.

A necessidade de maior compreensão de n ovos significados das relações entre homens e

m u l h e res é ressaltada por Arilha 4 1. Os papéis

de gênero desempenhados pelo homem e pela mulher podem e devem ser modificados na m e-dida em que paralisam os indivíduos em seus desejos e conquistas. Ta l vez esteja faltando um olhar mais extenso em relação às suas singulari-dades para que ambos se enriqueçam com elas. Quanto aos adolescentes por nós atendidos no NESA, desejamos que não se submetam pu-ra e simplesmente a padrões de gênero impos-tos como imutáve i s. Nossas ações de saúde de-vem inseri-los em atividades, como, por exem-p l o, discussões em gruexem-po seriadas em que haja um espaço de escuta e troca de informações q u e os ajudem a refletir sobre seus papéis e a ser p a rticipantes ativos na construção de sua se-x u a l i d a d e. As estratégias de informação deve m ser diferenciadas para cada um dos gênero s, como destacam alguns autores 4 2 , 4 3 , 4 4 , 4 5, já que o sentido que a mulher e o homem dão ao cor-po sexual e re p ro d u t i vo é distinto.

Vale lembrar que este estudo empregou um p rocesso de amostragem de conveniência. Po r-t a n r-t o, os dados re f e rem-se a grupos específicos de adolescentes que não podem ser genera l i-zados para toda a população adolescente do Rio de Ja n e i ro. En t re t a n t o, nossos re s u l t a d o s nos auxiliam no entendimento e a pensar na p roblemática das DST na adolescência e são semelhantes aos encontrados em outras pes-quisas 4 6 , 4 7.

Tabela 5

Distribuição dos participantes segundo sexo e diagnóstico de DST.

Diagnóstico principal H o m e n s M u l h e re s

n (31) % n (78) %

U retrites gonocócicas e não gonocócicas 1 7 5 4 , 8 3 3 , 8 Vulvovaginites (candidíase, vaginose 0 0 , 0 4 7 6 0 , 3 e tricomoníase)

H P V 7 2 2 , 6 1 5 1 9 , 2

S í f i l i s 3 9 , 7 7 9 , 0

H I V + 1 3 , 2 3 3 , 8

Herpes genital 0 0 , 0 2 2 , 6

E s c a b i o s e 2 6 , 5 1 1 , 3

Hepatite B 1 3 , 2 0 0 , 0

R e s u m o

As doenças sexualmente tra n s m i s s í veis (DST) são fre-qüentes na adolescência e podem contribuir no au-mento do número de casos de AIDS. A iniciação se-xual pre c o c e , a multiplicidade de parc e i ros e o não uso de pre s e rva t i vo nas relações sexuais têm sido apontados como fatores de risco, e são influenciados por um sistema de gênero que se pauta na dominação m a s c u l i n a . Pa ra identificar possíveis fatores de risco às DST na adolescência, foi feito um estudo com 356 adolescentes atendidos no Núcleo de Estudos da Saú-de do Adolescente da Un i versidaSaú-de do Estado do Rio de Ja n e i ro, por meio de entrevistas semi-estrutura d a s . Os principais resultados na população estudada mos-t ra ram que os ra p a zes mos-têm maior número de parc e

i-ras e iniciam a atividade sexual mais cedo. As moças, por sua ve z , usam menos pre s e rva t i vo e são vítimas mais freqüentes de abuso sex u a l . Estes dados confir-mam um modelo sustentado em va l o res tra d i c i o n a i s de gênero que demarcam as esferas masculina e feminina supondo uma supremacia da primeira .C o n c l u i -se que para -se ter um controle mais efetivo das DST é necessário ampliar-se o debate em torno dos modelos de masculinidade e feminilidade culturalmente cons-t r u í d o s .

(8)

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C o l a b o r a d o re s

A contribuição dos autores na elaboração do art i g o se deu de forma eqüitativa em todas as etapas do pro-cesso; incluindo coleta de dados, análise e re d a ç ã o do manuscri t o.

A g r a d e c i m e n t o s

(9)

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Recebido em 30/Dez / 2 0 0 2

Referências

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