• Nenhum resultado encontrado

Taxa respiratória de abacate ‘Hass’ submetido a diferentes tratamentos físicos

N/A
N/A
Protected

Academic year: 2017

Share "Taxa respiratória de abacate ‘Hass’ submetido a diferentes tratamentos físicos"

Copied!
10
0
0

Texto

(1)

Revista Iberoamericana de Tecnología Postcosecha

ISSN: 1665-0204

rebasa@hmo.megared.net.mx

Asociación Iberoamericana de Tecnología Postcosecha, S.C.

México

Daiuto, Érica Regina; Lopes Vieites, Rogério; Tremocoldi, Maria Augusta; Citadini Russo, Viviane TAXA RESPIRATÓRIA DE ABACATE "HASS" SUBMETIDO A DIFERENTES TRATAMENTOS

FÍSICOS.

Revista Iberoamericana de Tecnología Postcosecha, vol. 10, núm. 2, 2010, pp. 101-109 Asociación Iberoamericana de Tecnología Postcosecha, S.C.

Hermosillo, México

Disponível em: http://www.redalyc.org/articulo.oa?id=81315091006

Como citar este artigo Número completo Mais artigos

Home da revista no Redalyc

(2)

Taxa respiratória de abacate ‘Hass’… Érica Regina Daiuto y cols.(2010)

TAXA

 

RESPIRATÓRIA

 

DE

 

ABACATE

 

‘HASS’

 

SUBMETIDO

 

A

 

DIFERENTES

 

TRATAMENTOS

 

FÍSICOS

 

 

Érica Regina Daiuto1, Rogério Lopes Vieites2, Maria Augusta Tremocoldi3, Viviane Citadini 

Russo4    1

Faculdade de Ciências Agronômicas, Universidade Estadual Paulista Julio de Mesquita Filho – UNESP, cidade de 

Botucatu,  Estado  de  São  Paulo,  Brasil.  CP:237,  tel:  (55‐1438117172),  email:  erdaiuto@uol.com.br  tel: 

(14)97540158. 2, 3 e 4

Faculdade de Ciências Agronômicas, Universidade Estadual Paulista Julio de Mesquita Filho 

–  UNESP,  cidade  de  Botucatu,  Estado  de  São  Paulo,  Brasil.  CP:237,  tel:  (55‐1438117172),  email: 

vieites@fca.unesp.br    

Palavras – chave: Persea americana Mill, respiração, perda de massa, radiação gama e UV‐C, tratamento hidrotérmico. 

RESUMO 

O objetivo da pesquisa foi verificar o efeito do tratamento térmico, ultravioleta (UV‐C) e irradiação gama na 

perda de massa e atividade respiratória de frutos de abacate da variedade ‘Hass’. Após seleção, os frutos foram 

submetidos a banho‐maria à 45ºC por 5, 10, 15 e 20 minutos. As doses de irradiação gama avaliadas foram de 

0,2; 0,4; 0;6 e 1,0 KGy. Os frutos foram tratados com raios ultravioleta (UV‐C com λ=250nm), sendo a distância 

dos frutos à fonte de luz de 20 cm e o período de exposição de 5, 10, 15, 20 minutos. Ao longo do período de 

armazenamento ocorreu aumento da perda de massa. No tempo 12 o tratamento irradiado diferiu dos demais 

pela maior perda de massa. Quanto a taxa respiratória, o tratamento com irradiação gama diferenciou dos 

demais pela maior taxa de respiração sob temperatura ambiente. Ocorreu aumento da taxa respiratória até o 

9º dia de armazenamento para todos tratamentos, sendo um pico mais pronunciado observado no tratamento 

com irradiação gama. Tanto o tratamento térmico como o UV sob refrigeração resultaram numa redução no 

pico respiratório comparados à testemunha. No tratamento com irradiação gama todas as doses apresentaram 

valores de taxa respiratória superiores a testemunha. No tratamento UV de modo geral o tempo de exposição 

de 5 minutos foi o que mostrou menor taxa respiratória. No tratamento térmico os tempos foram 10 e 15 

minutos. 

 

RESPIRATORY TAX OF AVOCADO ‘HASS’ SUBMITTED TO DIFFERENT PHYSICAL TREATMENTS   

Key words: Persea americana Mill, weight loss, UV‐C and gamma radiation, hydrothermal treatment. 

ABSTRACT 

The aim of this work was to verify the treatment thermal, ultraviolet (UV‐C) and gamma irradiation effect in the 

weight loss and breathing activity ‘Hass” avocado. After selection, the fruits were submitted to thermal 

treatment at 45ºC for 5, 10, 15 and 20 minutes. The gamma irradiation concentrations evaluated were of 0.2; 

0.4; 0.6 and 1.0 kGy. Fruits were treated with ultraviolet rays (UV‐C =250nm), being the distance of the fruits to 

the source of light of 20 cm and the period of exhibition of 5, 10, 15, 20 minutes. Along the storage period it 

happened increase of the weight loss. In the time 12 the irradiated treatment differed of the others for the 

largest weight loss. The rates breathing, the treatment with irradiation range differentiated of the others for the 

largest rates breathing under room temperature. It happened increase of them rates breathing to the 9th day of 

storage for all treatments, being a more pronounced pick observed in the treatment with gamma irradiation. As 

much the thermal treatment as UV under refrigeration they resulted in a reduction in the breathing pick 

compared to the witness. In the treatment with gamma irradiation, all the doses presented values of rates 

breathing superiors the witness. In the treatment UV in general the time of exhibition of 5 minutes was what 

showed smaller breathing. In the thermal treatment the times were 10 and 15 minutes. 

(3)

Taxa respiratória de abacate ‘Hass’… Érica Regina Daiuto y cols.(2010)

INTRODUÇÃO 

O  abacate  (Persea  americana  Mill.) 

destaca‐se pelo seu valor nutritivo, sendo rico 

em vitaminas e destacando‐se a quantidade de 

lipídeos  com  alto  teor  de  ácidos  graxos 

insaturados  que  trazem benefícios  à  saúde 

(Berrgh, 1992 citado por Gómez‐López, 2002; 

Salgado et al., 2008). É cultivado em países de 

regiões tropicais e subtropicais (Teixeira,1991) 

e  as  variedades  mais  valorizadas  para 

exportação  são  Hass  e  Fuerte,  frutos  de 

calibres menores ( Daiuto e Vieties, 2008). 

  Existem  entraves  à  comercialização  do 

abacate. É um fruto climatérico que apresenta 

alta taxa respiratória e produção elevada de 

etileno após a colheita, o que lhe confere alta 

perecibilidade  sob  condições  ambientais 

(Kader,  1992),  portanto,  o  controle  do 

amadurecimento  é  fundamental  para  o 

aumento da vida útil após colheita, visando 

mercado interno e exportação de frutas (Kluge 

et al., 2002).  

  Mesmo que sejam atendidas as melhores 

recomendações  de  ambiente  para 

conservação  pós‐colheita,  a  qualidade  das 

frutas e hortaliças se degrada como resultado 

de suas atividades biológicas, ao menos no 

que se refere ao consumo de matéria seca 

devido  à  respiração,  ao  amadurecimento 

causado  pelas  atividades  metabólicas  e  à 

perda  de  massa  relacionada  com  a 

transpiração,  dentre  outros  (Honório  e 

Moretti, 2002). As alterações associadas com o 

amadurecimento,  como  amolecimento, 

hidrólise de amido, alterações na cor e no 

sabor e síntese de novas substâncias, podem 

ser  atribuídas  à  energia  proveniente  da 

atividade  respiratória.  O  controle  da 

respiração  constitui  o  princípio  básico  de 

frutas e hortaliças (Spoto e Gutierrez, 2006). 

  O principal método para a manutenção da 

qualidade  das  frutas  após  a  colheita  é  a 

refrigeração,  sendo  efetivo  por  retardar  e 

moderar os processos metabólicos envolvidos 

na maturação (ação das enzimas degradativas 

e oxidativas), reduzir a produção e ação do 

etileno,  retardar  o  crescimento  dos 

microrganismos, sendo a eficiência de controle 

maior  quanto  mais  rápido  se  processa  o 

resfriamento  após  a  colheita  (Barkai‐Golan, 

2001 apud por Silveira, 2005).  

  Entre  outras  técnicas  utilizadas  estão  o 

tratamento  com  fungicidas,  controle  de 

temperatura e umidade, aplicação de ceras e 

outras coberturas (Oliveira, 1996) e o uso de 

embalagens  e/ou  filmes  plásticos  (Teixeira, 

1991). Alternativas como uso de irradiações e 

tratamento térmico têm sido pesquisadas. 

  Associada aos procedimentos pós‐colheita 

normalmente empregados, as radiações gama, 

em baixos níveis de dose, são um excelente 

método para prolongar a vida comercial das 

frutas,  retardando  os  processos  de 

amadurecimento  e  senescência,  bem  como 

reduzindo significativamente o apodrecimento 

causado por fungos e bactérias patogênicas 

(Käferstein  e  Moy,  1993).  Há  alguns 

inconvenientes  em  usar  a  irradiação,  pois 

dependendo  da  dosagem,  pode  provocar 

escurecimento,  perda  de  firmeza, 

aparecimento  de  depressões  superficiais, 

amadurecimento anormal e perda de aroma e 

sabor nos produtos (Chitarra e Chitarra, 2005). 

  A  irradiação  pode  reduzir  a  perda  de 

umidade, prevenir a germinação e estender a 

vida de armazenamento,  se  utilizada  como 

tratamento suplementar à refrigeração (Wang, 

1999). 

  Poucos  trabalhos  são  apresentados 

utilizando‐se a irradiação UV na conservação 

de  alimentos,  em  especial  do  abacate.  A 

radiação  UV  constitui  a  parte  do  espectro 

eletromagnético  compreendido  entre  luz 

visível e raio‐X. Este é formalmente levado 

como incluindo todos  os  comprimentos  de 

ondas entre 10nm a 400nm. Além disso, todos 

menos os comprimentos de onda de UV mais 

curtos são não‐ionizantes. O espectro UV tem 

sido  subdividido  em  parte  nas  bases  das 

características da radiação e  em  parte  por 

quem emprega também a UV na indústria, 

(4)

Taxa respiratória de abacate ‘Hass’… Érica Regina Daiuto y cols.(2010)

ondas  da  UV  mais  curtos  são  tipicamente 

referidos  como  ‘UV  vácuo’  devidos  a  eles 

serem  fortemente  absorvidos  pelo  ar.  As 

outras importantes divisões são UV‐A: 315‐400 

nm, UV‐B: 280‐315 nm e UV‐C: 100‐280 nm. 

Os mais longos tem sido referidos como ‘UV 

germicida’. Os comprimentos de ondas mais 

curtos  do  espectro  UV  são  também  mais 

energéticos  e  todos  que  previamente 

proporcionam  efeitos  benéficos  têm  sido 

relacionados aos comprimentos de ondas da 

região  da  UV‐C.  Um  parâmetro  crítico  na 

indução  dos  efeitos  benéficos em  produtos 

frescos é a dose de UV, que é essencial para 

ter conhecimento do intervalo da dose, a qual 

induz  o  efeito  desejado  nos  estudos 

laboratoriais (Phillips, 1983).  

  A irradiação ultravioleta (UV‐C) tem sido 

proposta  como  método  possível  para  a 

desinfecção  superficial  de  pequenos  frutos 

(Phillips; Barkai‐Golan, 1991; Islam et al., 1998; 

De  Cal  e  Melgarejo,  1999),  sendo  então, 

mostrada  como  método  de  controle  da 

deterioração fúngica (Baka et al., 1999; Lu et 

al.,  1987,  1991;  Stevens  et  al.,  1990),  por 

reduzir o crescimento microbiano em frutas e 

vegetais,  principalmente  a  radiação 

ultravioleta de onda curta, a UV‐C (Marquenie 

et al., 2003; Stevens et al., 1998; Vicente et al., 

2005). 

  O  processamento  térmico  tem  sido 

utilizado  em  pós‐colheita  para  resolver  o 

problema  de  contaminação  de  doenças 

fungicas e  infestação de insetos  em  frutos 

(Fawcett, 1922  apud  Couey, 1989) ou para 

diminuir problemas de baixas temperaturas de 

armazenamento  (Kluge  et  al.,  2006).  Neste 

caso os tratamentos térmicos são realizados 

antes  da  refrigeração,  na  forma  de 

condicionamento,  ou  durante  o 

armazenamento  refrigerado,  na  forma  de 

aquecimento  intermitente.  O 

condicionamento térmico consiste em expor 

as  frutas  a  temperaturas  moderadas  (15  a 

25°C)  ou  elevadas (37  a  53°C),  por  curtos 

períodos,  antes  de  refrigerá‐los.  Já  o 

aquecimento  intermitente  consiste  na 

interrupção  da  baixa  temperatura  de 

armazenamento,  por  um  ou  mais  Ensaios 

preliminares  mostraram  que  os  frutos  de 

abacate  quando  submetidos  a  tratamento 

térmico  possuem  a  atividade  das  enzimas 

polifenoloxidase  e  peroxidase  diminuídas 

quando comparados a frutos sem tratamento 

térmico (Daiuto e Vieites, 2008).  

  O  objetivo  desta  pesquisa  foi  avaliar  o 

comportamento  respiratório  de  frutos  de 

abacate  da  variedade  Hass  submetidos  a 

tratamento  térmico,  radiação  ultravioleta  e 

radiação ionizante. 

 

MATERIAIS E MÉTODOS  Matéria prima 

  Foram  utilizados  frutos  de  abacate  da 

cultivar Hass fornecidos pela empresa Jaguacy, 

localizada em Bauru, interior de São Paulo. Os 

frutos cuidadosamente colhidos no ponto de 

maturação  fisiológica  foram  imediatamente 

transportados em veículos adequados e em 

caixas plásticas para o laboratório de análises. 

Foi realizada uma seleção visual quanto ao 

tamanho, cor, ausência de injúrias e defeitos, 

visando uma uniformização. 

Tratamento dos frutos 

  Os frutos receberam tratamento térmico, 

irradiação gama e radiação UV, totalizando 

quatro  tratamentos com a testemunha,  ou 

seja, frutos sem tratamento físico prévio ao 

armazenamento.  

  No  tratamento  térmico  os  frutos  forma 

submetidos a banho‐maria à 45º.C por 5, 10, 

15 e 20 minutos. A irradiação foi realizada no 

IPEN  (Instituto  de  Pesquisas  Energéticas  e 

Nucleares) localizado na cidade de São Paulo.  

As doses de irradiação gama serão de 0,2; 0,4; 

0;6 e 1,0 KGy. Os frutos foram tratados com 

raios ultravioleta (UV‐C com λ=250nm), sendo 

a distância dos frutos à fonte de luz de 20 cm e 

o período de exposição de 5, 10, 15, 20 e 25 

minutos. A exposição à radiação foi realizada 

(5)

Taxa respiratória de abacate ‘Hass’… Érica Regina Daiuto y cols.(2010)

e Congelador – marca AREX, modelo: n‐HCM 

51/20) 

  Os frutos submetidos aos 3 tratamentos e a 

testemunha foram armazenados por 15 dias 

em temperatura ambiente e em câmara fria à 

10ºC±1, sendo analisados a cada 3 dias (0, 3, 6, 

9, 12,15). 

Análises  Respiração 

  A determinação da taxa de respiração, feita 

de  forma  indireta,  foi  efetuada  em 

respirômetro, pela medida do CO2 liberado, de 

acordo  com  metodologia  adaptada  de 

Bleinroth et al. (1976).A taxa de respiração foi 

calculada pela seguinte fórmula:TCO2 = 2,2(V0 

– V1).10/P.T. Onde:TCO2 = Taxa de respiração 

(ml CO2 kg‐1 h‐1); V0 = Volume gasto de HCl 

para  titulação  de  hidróxido  de  potássio  – 

padrão antes da absorção de CO2 (ml); V1 = 

Volume  gasto  de  HCl  para  titulação  de 

hidróxido de potássio após a absorção do CO2 

da respiração (ml); P = peso dos frutos; T = 

tempo  da  respiração;  2,2  =  Inerente  ao 

equivalente de CO2 (44/2), multiplicado pela 

concentração do ácido clorídrico; 10 = Ajuste 

para o total e hidróxido de potássio usado no 

experimento. 

Perda de massa 

  Para a perda de massa fresca as pesagens 

foram realizadas utilizando‐se balança semi‐

analítica marca OWLABOR – carga máxima de 

2000g  e  precisão  de  0,01g.  As  repetições 

foram pesadas no início do experimento e a 

cada  2,  permitindo  o cálculo  da  perda  de 

massa fresca em porcentagem. 

Análise dos dados 

  A  análise  foi  análise  de  variância  no 

delineamento  inteiramente  ao  acaso  no 

esquema fatorial, também utilizei o teste de 

Tukey para comparações múltiplas das médias. 

 

RESULTADOS E DISCUSSÕES 

  A  manutenção da integridade das frutas 

depende, em grande parte, da turgescência 

das células formadoras dos tecidos. Logo, a 

perda  de  água  leva  à  antecipação  da 

maturação e da senescência, bem como ao 

comprometimento da qualidade do produto 

vegetal devido a perda de peso. A transpiração 

excessiva  causa  efeitos  indesejáveis  na 

aparência  dos  vegetais,  que  se  tornam 

enrugados  e  opacos,  e na  textura,  que  se 

apresenta mole, flácida e murcha, afetando a 

aparência  e  a  aceitabilidade  das  frutas  e 

hortaliças (Spoto e Gutierrez, 2006). A perda 

de  massa  dos  frutos  ao  longo  do 

armazenamento é devida principalmente ao 

processo de transpiração (Chitarra e Chitarra, 

2005). 

  Observou‐se que nos frutos armazenados 

sob  refrigeração,  para  qualquer  tipo  de 

tratamento físico realizado, a perda de massa 

foi  inferior  àqueles  armazenados  sob 

temperatura ambiente (Tabela 1). 

Tabela 1‐ Média e desvio‐padrão referentes à  perda  de  massa  segundo  tratamento  temperatura 

        Temperatura 

Tratamento    Ambient  Refrigerado 

IR      8,0a±7,6    1,8b±1,2 

Térmico    8,7a±8,8    2,9b±2,0 

UV      7,2a±7,7    2,9b±3,0 

Houve efeito da interação tratamento x temperatura (P<0,05) 

Letras minúsculas comparam médias de tipo de temperatura em 

cada tratamento 

Não  houve  diferença  entre  os  tratamentos  em  cada 

temperatura 

  Ao longo do período de armazenamento 

ocorreu aumento da perda de massa, que se 

tornou mais acentuada a partir do 12º dia 

(Tabela 2). Este aumento da perda de massa 

foi  observado  sob  armazenamento  em 

temperatura  ambiente  e  sob  refrigeração 

(Tabela  2).  No  tempo  12  o  tratamento 

irradiado diferiu dos demais pela maior perda 

de massa. 

Tabela 2‐ Média e desvio‐padrão referentes à  perda de massa segundo tratamento e dia 

        Dia 

Tmto.  d3  d6  d9  d12  d15 

IR    0,7b±0,3  1,6b±0,8  2,8b±1,4  9,1a±0     10,2a±7,9 

Térmico  3,2c±0,7  2,2c±1,8  2,7c±2,0  7,7b±6,0  13,0a±11,2 

UV    2,2c±1,7  2,0c±1,8  3,9c±3,5  6,4b±5,2  10,9a±10,0 

Houve efeito da interação tratamento x dia (P<0,05) 

Letras  minúsculas  comparam  médias  de  dias  em  cada 

tratamento 

(6)

Taxa respiratória de abacate ‘Hass’… Érica Regina Daiuto y cols.(2010)

  Na Tabela 3 pode‐se observar que até o 

tempo 9, mesmo sob temperatura ambiente a 

perda de massa foi pequena, pouco superior 

aos frutos sob refrigeração. Mas a partir do 

tempo 12 a perda de massa foi bem maior sob 

temperatura ambiente. 

 

Tabela 3‐ Média e desvio‐padrão referentes à  perda de massa segundo temperatura e dia 

      Temperatura 

Dia   Ambiente  Refrigerado  d3    2,3aC±1,0  1,8aA±1,8  d6    2,4aC±1,0  1,4aA±1,8  d9    3,2aC±1,6  3,0aA±3,1  d12   12,6aB±5,2  2,9bA±1,7  d15   19,2aA±7,2  3,5bA±1,8 

Houve efeito da interação temperatura x dia(P<0,05) 

Letras minúsculas comparam médias de temperatura em cada 

dia 

Letras  maiúsculas  comparam  médias  de  dia  para  cada 

temperatura 

  Na Figura 1 é apresentada a tendência para 

perda  de  massa  obtida  em  para  cada 

tratamento. 

  No tratamento com irradiação gama não foi 

observada  diferença  significativa  entre  as 

dosagens utilizadas. O tratamento testemunha 

sob temperatura ambiente foi o que perdeu 

menos massa, já sob refrigeração ocorreu o 

inverso.  As  doses  0,2  e  0,4  foram 

discretamente  melhores  que  as  outras 

utilizadas. 

  No tratamento UV observa‐se em relação a 

testemunha que houve efeito na redução da 

perda de massa para as duas temperaturas de 

armazenamento. Sob temperatura ambiente o 

tempo  de  exposição  UV  que  proporcionou 

menor perda de massa foi 15 minutos e sob 

refrigeração 5 e 10 min  

  Segundo Pan et al. (2004), a exposição à 

UV‐C atrasa o amolecimento do fruto, um dos 

principais fatores determinantes na vida pós‐

colheita  do  fruto.  Esse  mesmo  achado 

também foi comprovado por Stevens et al. 

(2004),  no  qual  observaram  que  frutos 

tratados  com  UV‐C  mostraram‐se 

significativamente  mais  firmes  que  os  não 

tratados (controle), para o mesmo estádio de 

maturação. 

  No tratamento térmico a 45 ºC observou‐se 

em relação a testemunha que houve efeito na 

redução  da  perda  de  massa  para  as  duas 

temperaturas  de  armazenamento.  No 

tratamento  refrigerado  observou‐se  que 

quanto maior o tempo de exposição dos frutos 

em banho maria a 45ºC menor foi a perda de 

massa.  

 

Figura 1. Perda de massa de frutos de abacate submetidos a tratamentos físicos  

(7)

Taxa respiratória de abacate ‘Hass’… Érica Regina Daiuto y cols.(2010)

  De acordo com Chitarra e Chitarra (2005), 

após a colheita dos frutos, a respiração torna‐

se  o  principal  processo  fisiológico.  Neste 

período  os  frutos  passam  a  utilizar  suas 

próprias  reservas  para  continuar  o  seu 

desenvolvimento.  

  Apenas  no  tratamento  com  irradiação 

gama houve diferença significativa para a taxa 

respiratória  quanto  a  temperatura  de 

armazenamento, sendo que sob refrigeração 

esta  se  mostrou  inferior.  Este  tratamento 

diferenciou dos demais pela maior  taxa  de 

respiração sob temperatura ambiente. 

 

Tabela 4‐ Média e desvio‐padrão referentes à  respiração segundo tratamento e temperatura 

        Temperatura 

Tratamento  Ambiente  Refrigerado 

IR      0,0475aA±0,0444  0,0299bA±0,0399  Térmico    0,0246aB±0,0151  0,0240aA±0,0173  UV      0,0277aB±0,0149  0,0171aA±0,0097 

Houve efeito da interação tratamento x temperatura(P<0,05) 

Letras minúsculas comparam médias de tipo de temperatura em 

cada tratamento 

Letras maiúsculas comparam médias de tratamento para cada 

tipo de temperatura 

   

  Manolopoulou  e Papadopoulou  (1998)  e 

Chitarra (1998) afirmam que a intensidade da 

taxa  respiratória  está  relacionada  com  a 

capacidade de armazenamento do produto, e 

que, quanto maior a taxa respiratória, menor é 

o tempo  de armazenamento. Estes autores 

citam que a intensidade da taxa respiratória 

está  inversamente  relacionada  com  o 

potencial de armazenamento da fruta. 

  A temperatura é o maior fator no controle 

da respiração e da transpiração, bem como na 

deterioração  microbiana,  podendo interferir 

na  velocidade  de  reação  dos  processos 

metabólicos, no tempo de armazenamento, e 

causar  distúrbios  fisiológicos  nos  frutos.  A 

relação respiração/temperatura é governada 

pela  lei  de  Vant  Hoff,  que  considera  um 

aumento de duas a três vezes na velocidade da 

atividade respiratória para cada aumento de 

10ºC na temperatura (Kluge et al., 2002) 

  Ocorreu aumento da taxa respiratória até o 

9º dia de armazenamento, sendo um pico mais 

pronunciado  observado no  tratamento com 

irradiação gama (Tabela 5). 

 

Tabela 5‐ Média e desvio‐padrão referentes à respiração segundo tratamento e dia 

      Dia 

Tratamento    d3    d6    d9    d12    d15 

IR      0,0151aA±0,0196  0,0248aA±0,0102  0,1066aA±0,0424  0,0231aB±0,0107  0,0137aB±0,0143  Térmico    0,0062cB±0,0035  0,0207bB±0,0083  0,0270bA±0,0154  0,0238bAB±0,0140 0,0437aA±0,0093  UV      0,0059aB±0,0033  0,0208aB±0,0076  0,0278aA±0,0166  0,0246aA±0,0119  0,0330aB±0,0069 

Houve efeito da interação tratamento x dia(P<0,05); Letras minúsculas comparam médias de dias em cada tratamento; Letras maiúsculas 

comparam médias de tratamento para cada dia 

  A Figura 2 apresenta a tendência dos frutos 

submetidos aos diferentes tratamentos físicos 

para a taxa respiratória. 

  No  tratamento  com  irradiação  gama 

observou‐se  que  sob  armazenamento 

refrigerado  ou  temperatura  ambiente,  a 

testemunha  apresentou  menor  taxa 

respiratória,  mostrando  que  a  irradiação 

afetou  negativamente  na  conservação  dos 

frutos já que acelerou o pico respiratório. 

  Germano et al. (1996) observaram que as 

radiações gama do Cobalto‐60 na variedade 

Fortuna induziram um prolongamento na vida 

de prateleira que na testemunha era de sete 

dias, para 11,2 dias quando irradiados com a 

dose de 75 Gy e para 15,2 dias se irradiados 

com  100  Gy.  A  variedade  Quintal  não  se 

mostrou sensível às radiações. A refrigeração 

induziu nos frutos do abacate um aumento 

significativo  de  suas  vidas  de  prateleira, 

independentemente da irradiação. Os autores 

comentam que os resultados já obtidos em 

experimentos  para  incremento  da  vida 

comercial de abacates, indicam que não há 

uma dose ou faixa de doses uniforme que 

poderia  ser  preconizada  para  todas  as 

variedades. O abacate mostrou‐se como sendo 

uma das frutas mais sensíveis às radiações 

ionizantes,  sendo  que,  para  a  maioria  das 

(8)

Taxa respiratória de abacate ‘Hass’… Érica Regina Daiuto y cols.(2010)

200  Gy  causam  severas  descolorações  da 

polpa e escurecimento da casca. Observou‐se 

que  a  dose  ótima  varia  bastante  entre 

variedades e mesmo para abacates da mesma 

variedade,  quando  cultivados  em  regiões 

diferentes. 

 

CONCLUSÕES 

  Ao longo do período de armazenamento 

ocorreu  aumento  da  perda  de  massa.  No 

tempo 12 o tratamento irradiado diferiu dos 

demais pela maior perda de massa. Quanto a 

taxa respiratória, o tratamento com irradiação 

gama diferenciou dos demais pela maior taxa 

de  respiração  sob  temperatura  ambiente. 

Ocorreu aumento da taxa respiratória até o 9º 

dia  de  armazenamento  para  todos 

tratamentos, sendo um pico mais pronunciado 

observado  no  tratamento  com  irradiação 

gama. Tanto o tratamento térmico como o UV 

sob refrigeração resultaram numa redução no 

pico respiratório comparados à testemunha. 

No tratamento com irradiação gama todas as 

doses  apresentaram  valores  de  taxa 

respiratória  superiores  a  testemunha.  No 

tratamento UV de modo geral o tempo de 

exposição de 5 minutos foi o que mostrou 

menor  taxa  respiratória.  No  tratamento 

térmico os tempos foram 10 e 15 minutos. 

   

a

b

d c

e

   

 

Figura 2. Taxa respiratória de frutos de abacate submetidos a tratamentos físicos 

a) Irradiado ambiente; b) Irradiado refrigerado; c)UV ambiente; d) UV refrigerado; e) Térmico ambiente; f) Térmico refrigerado 

 

f

(9)

Taxa respiratória de abacate ‘Hass’… Érica Regina Daiuto y cols.(2010)

AGRADECIMENTOS 

  À empresa Jaguacy (Bauru‐SP) pelo apoio e 

participação  nas  pesquisas,  à  Fundação  de 

Apoio  a  Pesquisa  no  Estado  de  São  Paulo 

(FAPESP) e CAPES.  

 

REFERÊNCIAS 

Bleiroth, E.W. et al. 1976. Determinação das 

características  físicas  e  mecânicas  de 

variedade de abacate e sua conservação 

pelo frio. Coletânea ITAL, 7(1):29‐81. 

Couey, H.M. 1989. Heat treatment for control 

of postharvest diseases and insect pests of 

fruits. Hort Science, 24(2):198‐202. 

Daiuto, E.R, R.L. Vieites, R.L.2008.Atividade da 

peroxidase e polifenoloxidase em abacate 

da  variedade  Hass,  submetidos  ao 

tratamento  térmico.  Revista 

Iberoamericana de Tecnologia Postcosecha, 

México, 9 (2):106‐112.  

Chitarra,  M.I.F.  Fisiologia  e  qualidade  de 

produtos  vegetais.  1998.  In:Boren,  F.M. 

(Ed.). Armazenamento e processamento de 

produtos agrícolas. Lavras: Ufla/SBEA, pp.1‐

57. 

Chitarra,  M.I.F.,  A.B.,CHITARRA.  2005.  Pós‐

Colheita de frutas e hortaliças: fisiologia e 

manuseio. Lavras: UFLA, 785p. 

De Cal, A., P. Melgarejo.1999. Effects of long‐

wave  UV light  on  Monilinia  growth and 

identification of species. Plant Dis., 83:62‐

65. 

Francisco,  V.L.F.dos.S.,  C.da.S.L 

Baptistella.2005.Cultura  do  abacate  no 

estado  de  São  Paulo.    Informações 

econômicas.35(5):27‐41. 

Germano, R.M. de A. et al.1996.Conservação 

pós‐colheita de abacates Persia americana 

Mill.,  variedades  Fortuna  e  Quintal,  por 

irradiação.  Sci.  agric.  Piracicaba,  53(2‐

3):249‐253. 

Gómez‐Lópes,  V.M.2002.  Caracterização  de 

frutos de variedades de abacate com alto 

teor de   óleo. Scientia Agricola, 59(2):403‐

406. 

Islam, S.Z. et al.1998 Phototropism of conidial 

germ  tubes  of  Botrytis  cinérea  and  its 

implication  in  plant  infection  processes. 

Plant Dis., .82:850‐856.. 

Kader,  A.A.1992  Postharvest  technology  of 

horticultural crops. Okland: University of 

California,  pp.292.  

Käferstein, F.K., G.G. Moy.1993. Public health 

aspects  of  food  irradiation.  Journal  of 

Public Health Policy, 14(2):149‐163. 

Kluge, R. A., et al. 2006. Efeitos de tratamentos 

térmicos  aplicados  sobre  frutas  cítricas 

armazenadas  sob  refrigeração.  Ciência 

Rural, 36 (5):1388‐1396. 

Kluge, R.A., et al. 2002 Fisiologia e manejo pós‐

colheita de frutas de clima temperado. 2. 

ed.  Campinas:  Livraria  e  Editora  Rural, 

214p.  

Lu, Y.J. et al.1987. Gamma, electronbeam and 

ultraviolet  radiation  on  the  control  of 

storage  rots  and  quality  of  walla  walla 

onions. J. Food Process. Preserv., 12:53‐62. 

Marquenie, D. et al.2003. Pulsed white light in 

combination with UVC and heat to reduce 

storage rot of strawberry. Postharvest Biol. 

Technol., 28:455‐461. 

Salgado, J.M., et al.2008.   O óleo de abacate 

(Persea americana Mill) como     matéria‐

prima para a indústria alimentícia. Ciência e 

Tecnologia  de  Alimentos,  Campinas, 

28(Supl.): 20‐26. 

Spoto,  M.H.F.,  A.S.D.,  Gutierrez. 

2006.Qualidade pós colheita de frutas  e 

hortaliças.  In:  Oetterer,  M.,  et  al.. 

Fundamentos de Ciência e Tecnologia de 

Alimentos.  Barueuri‐SP:  Manole,  pp.403‐

452. 

Steffens, C.A. et al. 2007. Taxa respiratória de 

frutas de clima temperado. Pesq. agropec. 

bras., Brasília, 42(3):313‐321. 

Teixeira,  C.G.,  et  al.1991  Abacate:  cultura, 

matéria prima, processamento e aspectos 

econômicos. 2.ed. Campinas: ITAL. 

Honório,  S.  L.,  C.L.  Moretti  (Org.).  2002. 

Resfriamento  de  frutas  e  hortaliças. 

(10)

Taxa respiratória de abacate ‘Hass’… Érica Regina Daiuto y cols.(2010)

Phillips, R.1983 Sources and applications of 

ultraviolet  radiation.  London:  Academic 

Press, pp. 434. 

Manolopoulou, H., P.,   Papadopoulou. 1998.A 

study of respiratory and physico‐chemical 

changes of four kiwi fruit cultivars during 

cool‐storage. Food Chemistry,   63:529‐534.  Silveira, N.S.S.da,et al.2005 Doenças fúngicas 

pós‐colheita  em  frutas  tropicais: 

patogênese  e  controle.  CAATINGA, 

Mossoró, 18(4):283‐299. 

Oliveira, M. A. de.1996  Utilização de películas 

de fécula demandioca como alternativa à 

cera comercial na conservação pós‐colheita 

de  frutos  de  goiaba  (Psidium  guayava) 

variedade  Kumagai.    Piracicaba.  73p. 

Dissertação (Mestrado) –Escola Superior de 

Agricultura “Luiz de Queiróz”, Universidade 

de São Paulo. 

Vicente,  A.R.  et  al.2005.  UV‐C  treatments 

reduce decay, keep quality and alleviate 

chilling injury in pepper. Postharvest Biol. 

Technol., 35:69‐78. 

Wang, C.Y. 1999.Postharvest quality decline, 

quality  maintenance  and  quality. 

Evaluations.  Acta  Hortic.,  (485):389‐392, 

1999. 

Pan,  J.  et  al.2004.  Combined  use  of  UV‐C 

irradiation and heat treatment to improve 

postharvest life of strawberry fruit. J. Sci. 

Food Agric., 84:1831‐1838. 

Phillips, D.J., R. Barkai‐Golan. 1991.Postharvest 

heat  treatment  of  fresh  fruits  and 

vegetables  for decay  control. Plant Dis., 

75:1085‐1089. 

Imagem

Tabela  1‐  Média  e  desvio‐padrão  referentes  à  perda  de  massa  segundo  tratamento  e  temperatura 
Figura 1. Perda de massa de frutos de abacate submetidos a tratamentos físicos    

Referências

Documentos relacionados

Acrescenta que “a ‘fonte do direito’ é o próprio direito em sua passagem de um estado de fluidez e invisibilidade subterrânea ao estado de segurança e clareza” (Montoro, 2016,

A pressão de sinal é direcionada para o atuador pelo bloco de ligação (12), para atuadores com ação de segurança “atuador com haste para forma” internamente através de

2 Pedro NUNES CD1ºM 3 Afonso CÂMARA CD1ºM 1º CLASSIFICADO 2º CLASSIFICADO 3ºs CLASSIFICADO CLASSIFICAÇÕES FINAIS CADETES FEMININOS 1º CLASSIFICADO 2º CLASSIFICADO 3ºs

Results: emerged two categories: obstacles in the educational care to the hospitalized person with diabetes, citing: lack of professionals, excessive work demands, structure

The response surfaces for moisture content are shown in Figure 2, which indicated that a final product with lower moisture can be obtained if the drying system is operated

Portanto, mais do que novas drogas, os avanços no tratamento da asma aguda grave nos últimos 20 anos têm recaído sobre uma otimização da terapêutica, como o au- mento das doses de ß

Paulo Fidalgo, Carlos Pereira e Mi- guel Ferraz, todos do Madeira SAD, es- tão nomeados respectivamente para melhor treinador, melhor dirigente e jogador revelação na próxima “Gala

   Neste contexto, esses sujeitos demonstram insatisfação e frustração diante de  suas  condições  de  trabalho,  que  consideram  realmente  limitadoras