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Biologia e controle microbiano de Urbanus acawoios (Williams, 1926) (Lepidoptera: Hesperiidae): II. patologia e susceptibilidade em larvas infectadas por Bacillus thuringiensis Var. kurstaki (H-3a:3b).

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Academic year: 2017

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BIOLOGIA Ε CONTROLE MICROBIANO DEzyxwvutsrqponmlkjihgfedcbaZYXWVUTSRQPONMLKJIHGFEDCBA Urbanus acawoios

( W I L L I A M S , 1926) ( L E P I D O P T E R A : H E S P E R I I D A E ) : II. PATOLOGIA Ε SUSCEPTIBILIDADE EM LARVAS INFECTADAS POR Bacillus thuringiensis var. kurstaki (H-3a:3b).

Manoel Dias NOGUEIRA1zyxwvutsrqponmlkjihgfedcbaZYXWVUTSRQPONMLKJIHGFEDCBA† , Mohamed Ε . Μ . HABIB2

RESUMO - Devido à falta de informações sobrezyxwvutsrqponmlkjihgfedcbaZYXWVUTSRQPONMLKJIHGFEDCBA Urbanus acawoios (Williams, 1926) (Lepidoptera: Hesperiidae), e pelos danos severos por ele causados em árvores de Clitoria racemosa, o presente

trabalho foi desenvolvido sob condições de laboratório para verificar a possibilidade de utilizar Bacillus thuringiensis var. kurstaki (H-3a:3b) como agente microbiano para o seu controle. O pH do intestino médio do hesperídeo mostrou ser bastante alcalino, variando de 8,4 a 9,2 (média de 8,7), indicando a possibilidade das larvas serem susceptíveis ao patógeno. Os ensaios confirmaram a alta susceptibilidade a dosagens equivalentes a 110 g / ha, resultando em tempos letais medianos (TL5 0) de 4 2 , 2 8 , 3 7 , 1 8 , 28,00 e 51,87 horas para larvas de 3o

, 4°, início e final do 5º ínstares, respectivamente. Três outras dosagens (80, 150 e 280 g/h) foram aplicadas para larvas do 3º ínstar, resultando em TLs50 de 4 2 , 6 2 , 30,77 e 30,06 horas, respectivamente. Descrições detalhadas sobre os sintomas externos nas larvas infectadas foram dadas. As alterações histológicas do intestino médio afetado pela d-endotoxina de B. thuringiensis foram descritas. Os resultados obtidos no presente trabalho revelam a grande possibilidade de controlar esta praga utilizando-se produtos e formulados à base desta bactéria.

Palavras-chave - Bacillus thuringiensis var. kurstaki (H-3a:3b), patologia, Amazônia brasileira, Clitoria racemosa.

Biology and Microbial Control of Urbanus acawoios (Williams, 1926) (Lepidoptera: Hesperiidae): II. Pathology and Susceptibility Studies in Larvae Infected by Bacillus thuringiensis var. kurstaki (H-3a:3b).

ABSTRACT - Due to the lack of information concerning Urbanus acawoios (Williams, 1926) (Lepidoptera: Hesperiidae), and the severe damage caused by it in Clitoria racemosa trees in Manaus, AM, the present research was conducted. The study was undertaken under laboratory conditions, in order to investigate the possibility of its microbial control, utilizing a commercial formulation, Dipel, based on Bacillus thuringiensis var. kurstaki (H-3a:3b). The larval mid-gut contents of this insect species showed to be highly alkaline, with a pH varying between 8.4 and 9.2, with an average of 8.7, indicating initially, a possible susceptibility of the larval stage to such a pathogen. Posteriorly, Such an indication, was confirmed by bioassays. During the preliminary tests, a dosage, equivalent to 110 g / ha (17.40 IU/cm2

of leaf-covered area) was utilized and resulted in median lethal times (LTs5 0) of 42.28, 37.18, 28.00 and 51.87 hours for the 3r d

, 4t h

, beginning of the 5t h

and end of the 5t h

instar, respectively. Giving more attention for the 3r d

instar larvae, three dosages were applied: 80 g/ha (13 IU/cm2

), 150 (25 IU/cm2

) and 280 g/ha (45 IU/cm2

). In this case, the LTs5 0 were calculated as 42.62, 30.77 and 30.06 hours, for each dose, respectively. External symptoms of the bacterial disease were studied among 5t h

instar infected larvae. Detailed description of these symptoms is given. The mid-gut histopathological changes caused by the d-endotoxin of B. thuringiensis are also

described. The results obtained during the present work could indicate applications of B. thuringiensis, as a promising method for the microbial control of this urban pest.

Key-words - Brazilian Amazon, Bacillus thuringiensis var. kurstaki (H-3a:3b), pathology, Clitoria racemosa. 1†

"In memoriam" - Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia - INPA, Manaus - AM.

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INTRODUÇÃO zyxwvutsrqponmlkjihgfedcbaZYXWVUTSRQPONMLKJIHGFEDCBA

A i m p o r t â n c i a e c o n ô m i c a , juntamente com dados bio-ecológicos

e descrições morfológicas dezyxwvutsrqponmlkjihgfedcbaZYXWVUTSRQPONMLKJIHGFEDCBA Urbanus acawoios (Williams, 1926)

(Lepi-doptera: Hesperiidae) e a sua interação com a palheteira, Clitoria racemosa (Leguminosae), foram detalhados por Nogueira & Habib (Artigo submetido à publicação). Registros anteriores sobre o comportamento e a bionomia desta espécie são desconhecidos.

Uma revisão sobre as interações entre bactérias cristalíferas e insetos pode ser encontrada em Habib (1982) e Habib & Andrade (1998).

O presente trabalho tem como objetivo estudar a p a t o l o g i a e susceptibilidade de larvas de Urbanus acawoios (Williams, 1926) (Lepi-doptera: Hesperiidae) infectadas por Bacillus thuringiensis var. kurstaki ( H - 3 a : 3 b ) . Tal e s t u d o levará a estabelecer uma alternativa sólida e segura para combater esta praga num ambiente que necessita sempre estar protegido.

MATERIAL Ε MÉTODOS

A susceptibilidade de larvas de U. acawoios à bactérias cristalíferas utilizando-se o produto comercial Dipel (pó-molhável) à base de Bacil-lus thuringiensis var. kurstaki (H-3a:3b), tendo como virulência 16.000 Unidades Internacionais (UI) / mg. O pH i n t e s t i n a l das l a g a r t a s foi d e t e r m i n a d o com o uso de papel indicador Merck com precisão de 0,2. Os b i o e n s a i o s foram e f e t u a d o s , utilizando-se um total de 818 lagartas

e 4 diferentes dosagens variando en-tre 12,79 e 44,51 UI / m2. As larvas eram mantidas em placas de Petri (10 cm de diâmetro) (10 em cada). Para as testemunhas, utilizou-se um total de 170 larvas. A aplicação do produto foi feita sob a forma de suspensão em á g u a , na qual as folhas eram m e r g u l h a d a s p a r a o b t e r - s e uma distribuição total e uniforme em toda a área foliar e, após serem postas a secar naturalmente, foram oferecidas às lagartas. As avaliações de TL50 foram realizadas com intervalos de tempo em progressão geométrica; os cálculos foram efetuados de acordo com o modelo proposto por Thompson (1947) e adaptado por Habib (1982). Para os estudos de sintomatologia e histopatologia adotou-se critérios estabelecidos por Habib (1982).

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da i n f e c ç ã o . E s s e s s i n t o m a s r e v e l a m c l a r a m e n t e a ocorrência de alterações em nível de tecidos e órgãos internos.

A f a s e s e g u i n t e no q u a d r o sintomatológic o foi caracterizada pela perda de agilidade. As larvas tornaram-se progressivamente mais lentas em seus movimentos, até to-tal i m o b i l i d a d e . A t r a v é s d a d i s s e c a ç ã o das larvas infectadas, v e r i f i c o u - s e q u e o i n t e s t i n o permaneceu cheio de alimentos, en-t r e i n en-t a c en-t o s e m a l d i g e r i d o s , indicando a ocorrência de paralisia i n t e s t i n a l . N ã o se v e r i f i c o u , entretanto, a ocorrência de paralisia geral, fazendo com que esta espécie f o s s e c o l o c a d a n a c a t e g o r i a I I , segundo a classificação de Heimpel & Angus (1959) que inclui, entre

outras,zyxwvutsrqponmlkjihgfedcbaZYXWVUTSRQPONMLKJIHGFEDCBA Brassolis sophorae e Ala-bama argillacea ( H a b i b , 1982) e

Ascia monuste ( R o n c h i - T e l e s & Habib, 1989b).

Na m o r t e , verificada a partir de 18 h o r a s a p ó s a i n f e c ç ã o , as

lagartas adquiriam o aspecto preto c a r b o n i z a d o . O s s i n t o m a s p ó s -m o r t a i s d e s e n c a d e a r a -m - s e r a p i d a m e n t e . O s c a d á v e r e s s e c a v a m e p e r m a n e c i a m c o m o a s p e c t o e x t e r n o p r e t o c a r b o n i z a d o .

De a c o r d o c o m o s d a d o s constantes na Tabela 1, verifica-se q u e o c o n j u n t o d o s b i o e n s a i o s r e a l i z a d o s r e v e l a a alta s u s c e p -tibilidade de lagartas de U. acawoios a B. thuringiensis var. kurstaki.

Para as larvas do 3o

estádio, verificou-se que a ação de 25,16 UI/ cm2

foi o que resultou em menor valor de TL50 (30,77 horas); ou seja, maior eficiência. A dosagem de 44,51 UI/ c m2

, e m b o r a s u p e r i o r , seria desnecessária, pois não resultou em TL50 menor. As duas doses inferiores a p r e s e n t a r a m v a l o r e s de T L 5 0 similares para o mesmo 3o

estádio. As larvas no início do 5o

estádio mostraram-se mais susceptíveis que as do 4o

estádio. Para a mesma dose (17,40 UI/cm2

), o TL50 foi de 28,00

Tabela 1. TL50, em horas, e intervalo de confiança, para lagartas de U. acawoios infectadas por

Bacillus thuringiensis var. kurstaki, em laboratório. zyxwvutsrqponmlkjihgfedcbaZYXWVUTSRQPONMLKJIHGFEDCBA

Fase η Dosagem TL50 Intervalo

3Q

instar 25 17,40 zyxwvutsrqponmlkjihgfedcbaZYXWVUTSRQPONMLKJIHGFEDCBAU l/cm2 42,28 38,56 - 46,37 a

3e

instar 100 12,79 42,62 37,83 - 47,53 a

3Q

instar 100 25,16 30,77 27,78 - 34,92 b

3Q

instar 100 44,51 30,06 27,79 - 32,51 b

4S

instar 90 17,40 37,18 34,48 - 40,10 a

Início 5S

33 17,40 28,00 23,11 - 33.92 b

Fim 5S

200 17,40 51,87 47,92 - 55,14 c

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e 37,18 horas, r e s p e c t i v a m e n t e . Comparadas com as larvas do 3o

instar, as do 5o

mostraram-se mais susceptíveis. No final do 5o

instar (o último), as lar-vas revelaram menor susceptibilidade. Nesta fase o inseto pára de se alimentar e começa a entrar nas atividades metabólicas de metamorfose para transformar-se em pupa.

A s a l t e r a ç õ e s h i s t o l ó g i c a s detectadas no intestino médio de lar-vas do 5o

instar dezyxwvutsrqponmlkjihgfedcbaZYXWVUTSRQPONMLKJIHGFEDCBA U. acawoios, infectadas por B. thuringiensis (Fig. 1)

revelaram uma dissociação bastante acentuada das células epiteliais, da membrana basal, da musculatura intes-tinal circular e longitudinal, além da degeneração da membrana peritrófica. Em fases mais adiantadas da infecção, v e r i f i c o u - s e a d e s t r u i ç ã o da m i c r o v i l o s i d a d e , uma intensa v a c u o l i z a ç ã o c i t o p l a s m á t i c a , condensação da cromatina nuclear e

início da degeneração das membranas c e l u l a r e s . Na fase p r é - m o r t a l , o epitélio encontrou-se totalmente em estado de degeneração da microvilosidade, do citoplasma, e intensa dissociação e relaxamento das fibras musculares. Com essas alterações histológicas na parede intestinal, o caminho já está aberto para que o patógeno comece a sua invasão na hemolinfa, onde se multiplica causando septicemia e a morte do inseto.

Vários autores fizeram observações semelhantes em outros lepidópteros desde Heimpel & Angus (1959) em B. mori, Hoopingarner & Matem (1964) em Galleria mellonella, Sutter & Raun (1967) em Ostrinia nubilalis, Habib (1968 e 1982) em Anagasta kuhniella e Alabama argillacea, Ebersold et ai. (1977) em Pieris brassicae e Ronchi-Teles (1985) em Ascia monuste monuste.

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Bibliografia citada zyxwvutsrqponmlkjihgfedcbaZYXWVUTSRQPONMLKJIHGFEDCBA

Ebersold, H. R.; Luethy, P.; Muller, M. 1977. Changes in the fine structure of the gut

epithelium ofzyxwvutsrqponmlkjihgfedcbaZYXWVUTSRQPONMLKJIHGFEDCBA Pieris brassicae. Bull. Soc. Entomol. Suis., 50: 269-276.

H a b i b , M . E . M . 1 9 6 8 . Histopathological studies on the effect of Bacillus thuringiensis Berliner, on the Mediterra-nean flour moth, Anagasta kuhniella Zeller. Tese de Mestrado. Fac. Eng. Agric. Univ. Alexandria, Egito. 196 pp.

Habib, M.E.M. 1982. Patogenicidade de duas variedades de Bacillus thuringiensis Ber-liner para larvas de Lepidoptera e Diptera. Tese d e L i v r e D o c ê n c i a . Unicamp. 163 pp.

H a b i b , M . E . M . ; A n d r a d e , C . F . S . 1 9 9 8 . Bactérias Entomopatogênicas. In: Alves, S.B. ( e d . ) . Controle Microbiano de Insetos. FEALQ, Piracicaba, SP. pp 383-446.

Heimpel, A.M.; Angus, T.A. 1959. A site of action of cystalliferous bacteria in lepi-dopterous larvae. J. Insect Pathol, 1:

152-170.

Hoopingarner, R.; Materu, M.E.M. 1964. The toxicity and histopathology of Bacillus thuringiensis B e r l i n e r in Galleria mellonella (Linnaeus). J. Insect Pathol., 6: 26-30.

Nogueira, Μ.D. ; Habib, M.E.M. Biologia e controle microbiano de Urbanus acawoios ( W i l l i a m s , 1 9 2 6 ) ( L e p i d o p t e r a : Hesperiidae): I. Descrição morfológica e a s p e c t o s b i o - e c o l ó g i c o s . ( A r t i g o submetido à publicação)

Ronchi-Tels, B. 1985. Estudos patológicos em lagartas de Ascia monuste monuste (L,

1764) (Lepidoptera: Pieridae) infectadas por Bacillus thuringiensis var. kurstaki

(H-3a:Sb). Tese de Mestrado. INPA/UA. Manaus, Am.

R o n c h i - T e l e s , B . ; H a b i b , M . E . M . 1 9 8 9 . Patologia em larvas d e Ascia monuste infectadas por Bacillus thuringiensis var. kurstaki.il: Susceptibilidade e Virulência. Acta Amazônica, 19: 279-284.

T h o m p s o n , W.R. 1 9 4 7 . U s e of m o v i n g averages and interpolation to estimate me-d i a n effective me-d o s e . Bacter. Ver.,

11: 115-145.

Aceito para publicação emzyxwvutsrqponmlkjihgfedcbaZYXWVUTSRQPONMLKJIHGFEDCBA 14/11/2001

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Figura 1. Degeneração e vacuolização citoplasmática do intestino médio de U. acawoios

Referências

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