i;
UNIVERSIDADE
DE
SÃO
PAULO
INSTITUTO
DE
GEOCIÊNCIAS
RELAçöES
ENTRE
Rtos E
o
Aeüíreno
SEDIMENTAR
DA
BACIA
OE
SNO PAULO
EM
t'
AREA
DE
EXPLORAçAO INTENSIVA
DE
AGUA
suBTERnÂruen
Reginaldo
Antonio Bertolo
Orientadon
Prof.
Dr.
Nelson Ellert
DISSERTAçÃO
DË
MËSTRADO
COMISSAO
JULGADORA
nome
NeLsoz-ILLet
t
,,.'l
I
\
I
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\
I
Frosidentå;
Fi
raminadores:
OsnaySíneLLí
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da
Cunha RebouçassÃo
PAULo
UNIVERSIDADE
DE
SAO PAULO
INSTITUTO
DE
GEOCIÊNCIAS
DEDALUS-Acervo-lGC
llilillllilllllillililililtilltililil]tilililllillilllil
30900005852
RELAçÖES ENTRE
RIOS
E
O
AQÜípenO
SEDTMENTAR
DA
BACIA
DE SAO PAULO
EM
Ánen
DE EXpLoRAçÃo
INTENSIvA
DE
Áaun
SUBTERRÂruEN
Reginaldo
Antonio
Bertolo
Orientador:
Prof.
Dr,
Nelson Ellert
DISSERTAçÂO
Programa
de'
Pós-Graduaçäo
emDE
MESTRADO
À
RHATJNA
Luz
sempre presente$âf
INDICE
Lista de Figuras Lista de Tabelas
Lista de Figuras em Anexo Resumo .. ,.,...
Abstract
Agradecimentos
I
-
INTRODUÇÃO
2 -
ÁREA
DE ESTUDO..
3 -
METODOLOGIA
....,IV
vII
VIII
IX
X
XI
05
08 08
12
20 20 26 32
61
65
4
-
TRABALHOS ANTERIORES ...,.., ,...,.
,4.1 - Geologia Regional ... 4.2 - Hidrogeologia Regional
s -
MoDELO
DE CTRCULAÇÃO
oA ÁCUa SUnrnnnÂNna....
5.1 - Dados Disponíveis de Poços Tubulares Profundos 5,2 - Geologia e Geometria do Aqüífero Sedimentar ..,.
5.3 - Comportamento dos
ñveis
d'Água em Poços Profundos5.4 - Comportamento dos Níveis d'Água em Sondagens e Piezômetros .,
5.5 - Fluxos Locais e Regionais..
BERTOLO, R.A. - 1996 - Relações entre Rios e o Aqüífero Sedimenta¡ da Bacia de São paulo
em Area de Exploração Intensiva de Água Subter¡ânea,
6 -
RELAÇOES
HIDRÁULICAS
ENTRE RIOS
E OAQÛÍFERO
SEDIMENTAR
6.
I
- Rio Tamanduatei 6.2 - Rio Tietê ...7
- CONCLUSOES
s -
REFERÉNCIAS
BIBL|OGRrIFICAS,.
,,.,...
...,.9 -
ANIXO
I
-
CADASTRO
DE POÇOSPROFUNDOS
BERTOLO, R.A, - 1996 - Relações entre Rios e o AqülÍero Sedimenlår da Bacia de São Paulo
em Area de Exploração Intensivâ de Agua Subterrânea.
Diss, Mestrado. IG-USP.
69 69 84
93
97
FIGURA
5.4 - Freqüência de profundidades dos poços tubulares profundos.,...,..,..,..,...FIGURA
5.5 - Freqüência de vazões dos poços tubulares profundos por tipo de aqüíferoFIGURA
5.6 - Freqüência de capacidade específìca dos poços tubulares profundos...,...FIGURA
5.7 -Tipos de uso de água subterrânea na área de estudo...,.,...,..FIGURA
5.8 - Mapa geológico da área de estudoFIGURA 5,9
-
Mapa da
superficiedo topo
do
embasamentocristalino
da
area de estudo...,..,.FIGIJRA 5.10 - Mapa de espessura de sedimentos da area de estudo
LISTA
DEFIGURAS
FIGLIRA 2. 1 - Mapa de localização da área de estudo.. . .. . .. . ..,
..,
04FIGURA
4,1 - Contexto geológico regional da área deestudo...
09FIGURA
4,2 - Perfis geológicos NW-SE e NE-SW da Bacia Sedimentar de $ãoPaulo...
10FIGURA
4.3
-Contexto
hidrogeológicoda
áreade
estudo
na
Bacia
Hidrográfica-Hidrogeológica do
Alto
Tietê. .. .. 13FIGURA
5.1-
Informações disponíveis dos poços tubulares profundos em relação aototal de poços cadastrados na área de
estudo...
...,..,...,...
21FIGURA
5.2 - Evolução do número de poços tubulares construídos na área deestudo....,
21FIGURA 5.3
-
Tipos
de
aquíferos exploradospelos
poços
tubularesna
área
deFIGURA
5.11
-
Mapa de
ocorrênciade
sedimentos arenososnos perfis dos
poços tubulares profundos da área de estudo...,...FIGURA
5.12 - Relação entre cota do temeno e cota do nivel estático dos poços da area de estudo...FIGURA
5.13 - Mapa de zonas de características geológicas e topográficas similares...,FIGURA
5.14 - Médias de cotas topográficas das zonas similares...-...FIGURA
5.15 - Cotas médias do embasamento cristalino das zonas similares,...FIGURA
5.16-
Porcentagem médiade
sedimentos arenososno
perfil
dos
poços daszonas similares,.
FIGURA
5.17
-
Espessuras médiasde
sedimentos atravessada pelos poços das zonas similares...BERTOLO, R.A. - 1996 - Relâções entre Rios e o Aqüúfero Sedimenta¡ da Bacia de São Paulo
em ,{rea de Exploração Intensiva de .Á.gua Subterânea.
Diss. Mestrado. IG-USP.
FIGURA
5.18 - Cotas médias do primeiro nível defiltros
dos poços profundos das zonassimilares...
48FIGURA
5. 19 - Ano médio de perÂ:ração dos poços profundos das zonas similares.... .....
48FIGURA
5.20-
Médias de profundidadesdo
nivel
estático dos poços profundos daszonas
similares,.
49FIGURA
5.21
-
Médiasde
cotasdo nível
estático dos
poços profundos das zonassimilares. ..., ,.,..
..
49FIGURA
5.22 - Relação entre profundidade do nível estático e espessura de sedimentos atravessada pelos poços profundos das zonasD
eG...,...
51FIGURA 5.23
-
Relaçãoentre
profundidade
do
nível
estático
e a
espessura de sedimentos atravessada pelos poços das zonasA
eF,...,.,,...,.
51FIGURA
5.24-
Relação entre cota do nível estático e ano de construção dos poços dazona D, ... ... ..,
..
53FIGURA
5.25-
Relação entre cota do nível estático e ano de construção dos poços dazona
G...,,....,.
53FIGURA
5,26-
Relação entre cotado
nível estático e ano de construção dos poços as2onas4eF..,..,.,...
54FIGURA
5.27-
Diferença entre profundidade de nível estático dos poços mais recentesem relação a poços mais
antigos,..,..,...
55FIGURA
5.28-
Mapa de nível d'água de poços profundos construídos nas décadas de30 e
40...
57FIGURA 5.29
-
Mapa
de
nível d'água
de
poços
profundos construídos
entre19ó6 e
1968...
58FIGURA 5.30
-
Mapa
de
nível d'água
de
poços
profundos construídos
entre1974 e
1975...
59FIGURA 5.31
-
Mapa
de
nível d'água
de
poços
profundos construídos
entre1985 e
1989...
60FIGURA 5.32
-
Mapa
de
localização
de
sondagense
piezômetros
no
ParqueDom Pedro II. . , . . . ...
...
62FIGIJRA 5.33 - Modelo de circulação original da água subterrânea na área de
estudo...,
67BERTOLO, R.A, - 1996 - Relações entre Rios e o AqüLlfero Sedimentar da Bacia de São Paulo
em Area de Exploraçâo Intensiva de Agua Subterrânea,
FIGURA 5,34
-
Modelo
de
circulação
da
âgua
subterrâneana
área
de
estudosob exploração
intensiva..,.,,...,..
68FIGURA
6.1-
Exemplo de relatório técnico construtivo de piezômetro executado pelaCia
Metrô...,...,
70FIGURA 6.2
-
Perfil
geológico
construtivo dos
piezômetrosdo
rio
Tamanduateíexecutados pela Cia
Metrô..,
72FIGURA
6.3a
-
Monitoramento
dos
niveis d'água
dos
piezômetrosPZAI,
PZM,
PZBI,
ePZB2...
73FIGURA
6.3b
-
Monitoramento
dos niveis
d'água
dos
piezômetrosPZCI,
PZC2,PZD,
eP28...
73FIGURA 6,3c
-
Monitoramento
dos
níveis
d'água dos
piezômetrosPZF, PZGI,
PZG2,
gPZH....
74FIGURA 6.3d
-
Monitoramento dos níveis d'água dos
piezômetrosPZ J|,
PZ
J2,PZ
J3,gPZK...
74FIGURA
6.4 - Perfil hidrogeológico dos piezômetros dorio Tamanduateí....,...,...,..,...
77FIGURA
6.5a-
Comportamentodo
nível d'água durantea
perfuração das sondagensPZA\PZB,PZC,PZD
eP28.,...,...
78FIGURA
6.5b-
Comportamentodo
nível d'água durantea
perfirração das sondagensPZF,PZG,PZH,PZJ,
eP2K...,...
'19FIGURA 6.6
-
Exemplo
de perfil
geológico construtivo
de
poços
de
observaçãoconstruídos
junto
aorio
Tietê..,...,
86FIGURA
6.7 - Perfil geológico construtivo dos poços de observação dorio
Tietê.,....,..,..
88FIGURA ó.8
-
Monitoramento dos níveis d'água dos poços
de
observaçãoPOIA,
PO24
PO3A, e sondagemSD44...
89FIGURA 6.9 - Perfil hidrogeológico dos poços de observação do rio
Tietê.,...
90BERTOLO. R.A. - 1996 - Relações entre Rios e o Aqüífero Sedimentar da Bacia de São
Paulo
VIem Area de Exploração Intensiva de Aguå Subterrânea.
LISTA
DE
TABELAS
TABELA5.1-Totaldepoçosporzonaetiposdeaquíferosexplorados...34
TABELA5,2-EstatísticadescritivadospoçosdaZONA4...,..,...36
TABELA5,3-Estatísticadescritivadospoçosda2ON4B...,.,,...37
TABELA
5.4 - Estatística descritiva dos poçosdaZONA C...,...,...
38TABELA5.5-Estatísticadescritivadospoçosda2ON4D...,...,,..,...39
TABELA
5.6 - Estatística descritiva dos poços daZONA
E...,....,,.,...,...
40TABELA
5.7 - Estatistica descritiva dos poços daZONA
F...,.
41TABELA5.8-Estatísticadescritivadospoçosda2ON4G.,..,...,...42
TABELA
5.9 - Estatística descritiva dos poços daZONA
H...
...
43TABELA
5.10 - Estatística descritiva dos poços daZONA
I,...,...,...,..,...
44TABELA
6.1 - Monitoramento dos níveis d'água dos piezômetros doMetrô...,
75TABELA
6.2 - Condutividades hidráulicas calculadas para os piezômetros doMetrô.
83TABELA
6.3
-
Monitoramento
dos
níveis d'água
dos poços
de
observação PO1, PO2. PO3 e SD4...TABELA
6.4-
Condutividades hidráulicas calculadas para os poços de observaçãoPOI
e PO2....
... .. .. ....
92BERTOLO, R.A. - 1996 - Relações entre Rios e o Aqi.¡{fero Sedimenlar da Bacia de Sâo Paulo
em Área de Exploração Intensiva de dgua Subterrânea.
Diss. Mestrado. IG-USP,
LISTA
DE FIGURAS
EM ANEXO
(em apenso à contracapa)MAPA
I
-
Mapa de
localizaçãode
poços tubulares profundos,
piezômetrose
sondagens geotécnicas da área de estudo.PERFIL
1-
Perfrl geológico/hidrogeológicoA -
A'
de poços profundose
suas características construtivas,PERFIL
2
-
Perfil
geológico/hidrogeológicoB
- B'
de poços profundose
suas características construtivas.PERFIL
3
-
Perfil
geológico/hidrogeológicoC
-
C'
de
poços profundose
suas caracteristicas construtivas.PERFIL
4
-
Perfil
geológico/hidrogeológicoD -
D'
de poços profundose
suas características construtivas,PERFIL 5
-
Perfil
geológico/hidrogeológicoE -
E'
de poços profundose
suas características construtivas.PERFIL
6
-
Perfil
geológico/hidrogeológicoF
- F'
de
poços profundose
suas caracte¡ísticas construtivas.PERFIL 7 - Perfil geológico/hidrogeológico G -
G'.
PERFIL 8 - Perfil geológico/hidrogeológicoH
-H'.
PERFIL 9 - Perfil geológico/hidrogeológico
I
-I'.
PERFIL
l0A
- Perfil geológico/hidrogeológico J -J'
- trecho 1.PERFIL
l0B
- Perfil geológico/hidrogeológicoI
-J'
- trecho 2.PERFIL
10C - Perfil geológico/hidrogeológico J -J'
- trecho 3.PERFIL
lOD - Perfil geológico/hidrogeológico J -J'
- trecho 4.BERTOLO, R.A. - 1996 - Relações entre Rios e o Aqüifero Se.dimentar da Bacia de São Paulo
em Area de Exploração Intensiva de Agua Subterânea, Diss. Mestrado, IG-USP,
RESUMO
A
Bacia
Sedimentarde
SãoPaulo
apresenta áreasde
grande concentraçãode
poços tubulares profundos operando simultaneamente, formando zonas de exploração intensiva de água subterrânea que geraram rebaixamentos generalizados nos níveis potenciométricos do aqúífero.A
depressão contínua desses níveis proporcionou
o
surgimento de potenciais de inversão de fluxosde água dos cursos superficiais para o interior do aqüífero sedimentar.
Este trabalho objetiva
a
caractet'.zaçáo da forma com que a exploração intensiva da água subterrânea altera a dinâmica entre os rios Tietê e Tamanduateí com o aqüífero sedimentar, numaárea situada na porção centro-leste do município de São Paulo, através da definição do modelo de
circulação da água subtenânea e através da caractenzação das relações hidráulicas entre os rios e
aquíferos em determinados locais específicos.
Com base em informações geológicas e hidrogeológicas de 326 poços tubulares profundos
e
devários
piezômetrose
sondagens geotécnicas, observou-se queo
aqüíferoé
formado
porintercalações
de
camadasargilosas
e
arenosas
descontínuashorizontal
e
verticalmente, caracterizando o aqüífero como semi-confinado, heterogêneo e anisotrópico,Estudos estatísticos mostraram que,
em
funçãoda
práticade
bombeamento,os
níveisd'água nos poços profundos tornam-se progressivamente mais profundos ao
longo do
tempo eque há uma relação diretamente proporcional entre a profundidade do poço e
o
nível d'água emseu
interior. O
bombeamentoda
íryuanos poços não
chegaa
geraÍ,porém,
rebaixamentos generalizados nos níveis freáticos em função da grande heterogeneidadeno
sentidovertical
do aqùífero.A
água contida nos níveis aquíferos superficiais deve fazer parte de um sistema de fluxos local que se desloca preferencialmenteno
sentido horizontal, de maior condutividade hidráulica, cuja descarga se dá nas drenage¡rs próximas. Parte deste sistema de fluxos deve, porém, atingir os níveis aquíferos mais profundos através de drenança das camadas semi-permeáveis sobrepostas,Piezômetros monitorados
junto
ao
rio
Tamanduateí mostram condições de recarga dosniveis
aquíferos
semi-confinadospouco
profundos.
A
superficie
freática
é,
porém,
poucoprofunda
e
situa-se acima da cota de basedo
rio,
indicando condições de descargado
aqüíferofreático.
Os
poçosde
observação construídosjunto ao Rio Tietê
mostramuma
situação de condições de descarga do aqüífero freático monitorado.BERTOLO, RA. - 1996 - Relações enûe Rios e o Aqüífero Sediment¿r da Bacia de São Paulo
em Area de Exploração Intensivâ de Agua Subterrânea.
ABSTRACT
Zones
of
high concentrationof
operating deep wells occur in the São Paulo SedimentaryBasin. This has caused a major decline
of
the potenciometric levelsof
the
sedimentary aquifer.The continuous depression
of
these levels have allowed a potential inversionof
the water flows from the river into the sedimentary aquifer,The objective
of
thiswork
isto
characterize how the intense exploitationof
groundwater can change the dynamicofthe
Tietê and Tamanduateí rivers and the sedimentary aquifer,in
anarea located
in
the Eastempart
of
the
São PauloCity, by
defining the groundwâter circulationmodel and characterizing the hydraulic relationship between rivers and aquifers in certain places.
Based on hydrogeological and geological information
of
326 deepwells
andon
several piezometers and geotechnical soundings aswell,
it
was observed that the sedimentary aquifer isformed
by
horizontal
andvertical
non-continuous interbeded layersof
clay
and
sand, which defines a semi-confined, heterogeneous and anisotropic aquifer.Statistical studies have shown that the water levels in the deep wells are becoming deeper along the time due to the practice of intensive exploration, and that there is a directly proportional
relationship between the depth
of
thewell
and the water levelin
itsinterior.
However,all
these pumping wells do not cause drawdownsofthe
water table once the aquifer is very heterogeneous in the vertical direction.The water which is contained in the shallow aquifers may be considered as making part
of
a
local
flow
systemthat
moves
mostly
in
the
horizontal direction,
of
a
higher
hydraulicconductivity, discharging in the nearby drainages. However, part of this local
flow
system shouldbe reaching
the
deepest levelsof
the
sedimentaryaquifer
by the
leakageof
the
upper
semi-permeable layers.Monitored
piezometers nearbythe
TamanduateíRiver
pointed
out
conditionsfor
the rechargeof
the
shallow semi-confined aquifer levels. The phreatic surfaceis
shallow, however, andis
located abovethe
levelof
theriver's
bed, indicating conditionsfor
the
dischargeof
the phreatic aquifer. The monitoring wells constructed nearby the TietêRiver
showed conditionsof
discharge
ofthe
monitored phreatic aquifer.BERTOLO, R.A. - 199ó - Rclações enhc Rios e o Aqüúfero Sedimentâr dâ Bacia de Sâo Paulo
em Area de Exploração lntensiva de Agua Subterrânea.
AGRADECIMENTOS
A
realização deste trabalho teve a valorosa contribuição de várias pessoas e entidades, àsquais desejo registrar minha gratidão:
Ao
Prof,Dr.
NelsonEllert
um especial agradecimento,por
sua orientação e apoio e porpossibilitar a obtenção de recursos para o desenvolvimento deste trabalho.
Ao
Prof,Dr,
Aldo
da Cunha Rebouças pelas sua disponibilidade sempre presente e pelassuas valiosas sugestões relativas à dissertação.
Ao lnstituto
de Geociências - USP, através do Departamento de Geologia Econômica pela oportunidade oferecida em desenvolver as pesquisas em suas dependências.Ao
Centro de Pesquisas de Águas Subterrâneas (CEPAS-IG-USP) por seu apoio técnico,de equipamentos e de infia-estrutura.
Ao
IDRC
(International Development of Research Centre)-
Canadá, e aoFINEp/pADCT
pelo apoio financeiro à pesquisa; e à CAPES e ao CNPq pelo fornecimento de bolsas de estudo.
Ao Instituto
Geológico
(IG-SMA),
através daDiretora Márcia
M,
N.
Pressinotti, pela liberação de horas de trabalho e pelo apoio material para a execução desta pesquisa;À
Cia do
Metropolitano
de
SãoPaulo
(METRÔ),
atravésdo
geólogo
Hugo
Cássio Rocha, pelo fomecimento de dados de sondagens e piezômetros e pela possibilidade oferecida emmonitorar seus piezômetros durante o período de trabalhos de campo.
Ao
Departamento de Águas e Energia Elétrica(DAEE)
e às empresas de perfuração depoços Corner,
Politi,
Air-Drill
e Hidrogesp por fornecerem dados de poços profundos.Ao
Sr. Antonio, funcionário do CEPAS-IG-USP, pela força dada nos trabalhos de campo;e
às
secretáriasLurdes
(CEPAS-IG-USP)
e
Lúcia (DGE-IG-USP),
sempre prestativas nasatribulações do dia-a-dia.
Ao
companheiro geólogo Eduardo Jun Shinoharapor
sua contribuição durante a fase de levantamento de dados.Aos amigos Mara
Akie Iritani,
Seiju Hassuda, Geraldoldeo
Oda e Sueli Yoshinaga, pelaslongas discussões realizadas e pela rica convivência criativa, que proporcionaram o surgimento de grande companheirismo profi ssional,
E principalmente aos amigos Ricardo C.
Aoki
Hirata, Cyro Bernardes Jr e LucianaM.
R,Ferreir4 que, além de participarem intensamente deste círculo criativo, pacientemente revisaram o
texto final desta dissertação e colaboraram com sugestões e críticas.
BERTOLO, R.A. - 1996 - Rclafiões entre Rios e o Aqi¡ífero Sedimentar dâ Bacia de São
Paulo
XIem Álea de Exploração Intensiva de Água Subterrânea.
1)
TNTRODUÇÃO
A
Região
Metropolitana
de
são
pauto
apresentaum
dos
maiores
probremas de aproveitamento e controle de recursos hídricosdo
país.A
industrialização verificada apartir
da década de 50 gerou um processo de intensa urbanização com metropolização da área, que hoje conta com aproximadamente 15 milhões de habitantes.Este processo
foi
acompanhado pelafalta
de planejamento globar na ocupaçãodo
meiofisico,
gerando sérios problemas estruturaisque, sob
o
ponto de vista dos
recursos hídricos,culminou com problemas de abastecimento urbano e de qualidade das águas dos rios que cortam a
região,.
o
crescente problemade oferta
ocasionou elevaçõesnos custos
da
água tratada
edistribuída
Assim, uma das saídas encontradaspor
instituições que consomem grandes volumesde água, representadas principalmente
por
indústrias e condomínios urbanos,foi
a construção depoços tubulares profu ndos.
Entretanto,
a
perfrrração desses pogos nãofoi
acompanhadapelo
planejamentono
usoracional da água subterrânea,
o
que fez com que surgissem zonas de grandes concentrações depogos operando simultaneamente, principalmente em áreas industriais e condominiais.
Estudos hidrogeológicos posteriores indicaram que os poços nessas áreas estariam sobre-explorando o aqüífero sedimentar da Bacia de São Paulo, através da observação da ocorrência de contínuo abatimento dos seus níveis potenciométricos,
Tal
depressão de níveis potenciométricosocasionou,
inclusive,
o
surgimentode
potenciaisde
inversãode fluxos de
águados
cursossuperficiais dessas áreas para o interior do aqüífero sedimentar.
Esta
situaçãotoma-se
preocupantepois os rios
e
córregosda região
encontram-seextremamente poluídos, representando em grande parte o sistema de coleta de esgoto residencial e industrial, o que poderia ocasionar a contaminação da água subterânea.
BERTOLO, R.A - 1996 - Rerações entre Rios e o Aqülfero sedimentår da Bacia de São paulo em Area de Exploragão Intensiva de Água Subtefiânea.
De acordo com o exposto, este trabalho tem como objetivo principal
a
caracrerizaçáo daforma com que a exploração intensiva de água subterrânea altera a dinâmica hidráulica entre os
rios
eo
aqüífero sedimentar da Bacia de São Paulo, numa determinada iárea de estudo inseridanesse contexto.
Para tanto, define-se como objetivos específicos:
-
a
determinaçãodo
modelo conceitualde
circulação d,a âgua subterrâneado
aqüífero sedimentar, atravésda
caracl.erização da geologiae
da geometria deste aqúíferoe
através daanálise do comportamento dos níveis de água subterrânea nos poços profundos e nas sondagens
geotécnicas, piezômetros e poços de observação rasos; e
- a caractenzação das relações hidráulicas entre os rios e aqüíferos em locais específicos.
BERTOLo. RA. - 1996 - Relâções entre Rios e o Aqüífero sedimentar da Bacia dc são paulo
em Alea de Exploração Intensiva de Água Subtenânea.
2)
ÁREA
DE
ESTUDO
A
área de estudo selecionada encontra-se na região centro-leste da cidade de São paulo,no
contexto da confluênciados
rios
Tietê
e
Tamanduateí,e
queinclui
os
bai¡os pari,
Brás, Belém, Tatuapé e Moóca(FIGURA
2.1).Do
ponto de vista topográfico,
predominam terrenos planos associadosà
planície deinundação dos
rios Tietê
e
Tamanduateí,com
cota mínimade
722
metros. Apenas na porçãosudeste da área de estudo é que se encontram colinas que alcançam g00 metros de altitude.
os
critérios
para
a
escolha
desta área
se
deu
a
partir
da
análise
dos
mapaspotenciométricos da cidade de São Paulo executados
por
DAEE
(1975)
e campos (19g8), porsua
situaçãoem
relação
aos
fortemente poluídos
rios
Tietê
e
Tamanduateí,e
à
grandeconcentração de poços tubulares profundos em operação na região.
BERTOLo, R.A. - 1996 - Relações entre Rios e o Aqùífero sedimentår da Bacia de são paulo
em Areâ de Exploração Intensiva de Água Subterrâteâ.
LEGE NDA
¿7 Rlot. cót'€eos
-- -- Curo¡ d. Nív6l
-ff- ¡¡.no. e E¡tocõ€s .lo Molrô
FIGLJRA 2.1
-
Mapa de localização da área de estudoN
I
3)
METODOLOGTA
o
métodoutilizado
paraa
realizaçio dos
objetivos propostos compreende as fases de revisão dos trabalhos existentes, de levantamento de dados, de trabalhos de campo e finalmente afase de tratamento e análise dos dados obtidos. Estes itens são detalhados a seguir.
Revisão
Bibliográfica
Nesta fase se deu o levantamento dos principais trabalhos científicos e técnicos nas áreas
de geologia e hidrogeologia referentes à Região Metropolitana de São Paulo. Foram obtidos 27 trabalhos na área de hidrogeologia, cuja análise da evolução dos conhecimentos encontra-se no
item 4.
L
Levantamento
de DadosInicialmente,
foram
executadosos
trabalhos
de
cadastramentode
poços
tubulares profundos localizados na área de estudo no Departamento de Águas e Energia Elétrica(DAEE),
nas empresas per:furadoras de poços, e através dos cadastros de poços em anexo aos relatórios
SABESP/A.A.Noronha
(1986)
e
SABESp/cEpAs-IGrusp
(1994). Foram obtidos dados
delocalização geográfica dos poços, seus dados construtivos, dados das características do aqüífero,
dados de produção e dados dos tipos de uso da água. procedeu-se, então, os trabalhos de triagem
das informações confiáveis, de acordo com a empresa perfuradora, controle geológico e dados de
produção.
os
poços
cadastradosforam
locados
em
mapastopográficos
na
escalal:25.000
(EMPLASA
l98l),
de onde se obtiveram as coordenadasurM
e cota da boca dos poços.BERTOLO, RA, - 1996 - Rela@s entre Rios e o Aqi¡ífero sedimenkr da Bacia de são paulo em Area de Exploração Intensiva de .Ägua Subtenânea.
Na
Companhia do Metropolitano de São Paulo(Metrô),
foram cadastradas informaçõesgeológicas
e
técnico-construtivasde
várias
sondagens geotécnicase
de
23
piezômetros, executadosao
longo
do
ramalLeste
e do
ramal
da
Rua
oriente.
Do total de
piezômetros,somente
10
localizados
transversalmenteao
rio
Tamanduateí(ramal
da
Rua
oriente)encontravam-se em operação durante a fase de levantamento dos dados no campo.
Trabalhos
de CampoForam construidos
3
poços de monitoramentoe
4
piezômetros na áreada
AssociaçãoDesportiva
"Polícia
Militar",
próximo
ao
rio
Tietê.
os
poços
de
monitoramento
foram construídospor
perfrrração atrado
e
os
piezômetros atravésde
cravação detubo
de aço por percussão, utilizando-se o equipamento Pionjär 120.os
poços de observação tiveramos
níveis d'água monitoradosno
período dejunho
de1993
a
junho
de
1994.
Nos
poços
de
observaçãopM0l e
pM02
foram
realizados,respectivamente, ensaio
de infiltração com
carga constantee
ensaiode
infrltraçãocom
carga variável, a fim de se determinar a condutividade hidráulica do aqüífero.Nos
10 piezômetros em funcionamento dacia
Metrô,
os trabalhos de camporesumiram-se
no
monitoramento dos níveis d'águapor
seis vezes nopeíodo
dejulho
de
1992 a agosto de 1994.Tratamento
e Análise dos DadosObtidos
As
informações geológicase
hidrogeológicasdos
poços
tubularesprofundos
foramtratadas e são apresentadas sob a forma de gráficos estatísticos, tabelas, mapas e perfis.
os
dadosdas
sondagens geotécnicas, piezômetrose
poços
de
observaçãoforam
agrupadosem
perfis hidrogeológicos.BERTOLO, R.A. - 1996 - Relaçõ€s entre Rios e o Aqüúfero Sedimentar dâ Bacia de Sâo paulo
em Ar.ea de Exploração lntensiva de Água Subterrânea.
Para a execução de anárises estatísticas e de alguns mapas temáticos, os dados dos poços profundos foram arquivados no programa de banco de dados
DBASE
III
plus, que possibilita o gerenciamento dessas informações de maneira rápida e dinâmica.A
partir
deste programa, dados selecionadosforam
exportados parao
programa geradorde
gráficos estatísticosHARwARD
GRAPHICS e para o programa gerador de superficies SURFER.
Para
a
execuçãodos
mapas temáticos (mapade
superficiedo topo do
embasamentocristalino, mapa de espessura de sedimentos, mapa de porcentagem de areia nos perfis dos poços
e
mapasde nível d'água)
atravésdo
programaSURFER
utilizou-se
o
método ,inverso
dadistância ao quadrado'
(lQD)
para a interpolação dos dados, baseado nos trabalhos realizados por Takiya (1991). Este método executa a interpolação dos valores em locais escolhidos, apartir
de um certo número de dados mais próximos.euanto
maispróximo
estivero
ponto daquele a serinterpolado, maior será a sua influência sobre
o
valor
a ser calculado,Nos
mapas realizados, onúmero
de
pontos maispróximos
daquelea
ser interpoladovaria
de
2
a
4,
dependendo dadensidade de dados que cada mapa possui, sob um raio de pesquisa de 1 quilômetro,
BERTOLO, R A. - 1996 - Relações entrc Rios e o Aqüífero sedimentar da Bacia de são paulo
em Area de Exploração lntensiva de Agua Subterrânea.
4)
TRABALHOS ANTERIORES
4.1)
GEOLOGTA
REGIONAL
A
área de estudo encontra-se inserida na Bacia Sedimentar de são pauto, que é uma dasunidades integrantes do
Rift
Continentat do Sudeste do Brasil(fuccomini
1989), cuja origem estáligada a eventos tectônicos de idade cenozóica. Os sedimentos da bacia estão contidos num
hemi-grahen
basculado
para
NNW,
desenvolvido
sobre terrenos cristalinos
pré-cambrianosrepresentados por granitos sin e pós tectônicos e por rochas metamórficas (migmatitos, gnaisses,
xistos e metassedimentos em geral), relacionados ao complexo Embu e aos grupos São Roque e Sera do Itaberaba (Juliani 1992),
O
conjunto dosterenos
cristalinosé
recortadopor um
denso sistemade
falhamentos transcorrentes de caritter dextral e orientados segundoo
sentidoENE
aEW
ativos até o final dociclo
Brasiliano,no
cambro-ordoviciano (Sadowski
1991,apud
Riccominier
at.
1992),
qte
geraram desde rochas cataclásticas a ultramilonitos, As reativações destes falhamentos durante o
Terciário
provocaram movimentos
verticais
que
teriam originado
a
bacia
sedimentar econdicionado a deposição e a deformação dos sedimentos.
o
pacote sedimentar da Bacia de São paulo tem formato irregular e áreade l4s2
u,Ít2 (75por 25 km nos eixos maior e menor), atingindo espessuras máximas da ordem de 255 metros no
bairro da
Moóca
em são Paulo e espessuras médias aoredor de
100 metros(FIGURA 4.1).
A
topografia
do
substrato cristalino apresenta-se bastante acidentada na forma de grabense
horsts(FIGURA 4.2),
originando sub-bacias, janelas e ramificações laterais importantes, tais como os grabens de Jaguaré, Cumbica e Brás Cubas.A
estratigrafia dos sedimentos da Bacia de São Paulo está relacionada ao Grupo Taubaté(Terciririo, Paleógeno), composto pelas formações Resende, Tremembé e São paulo, superpostos
pela Formação Itaquaquecetuba (Terciário, Neogeno) e
por
depósitos neocenozóicos (Riccomini etal.
1992)(FIGIIRA
4 2).BERTOLO, RA. - 1996 - Relações entre Rios e o Aqülfe¡o Sediment¿r da Bacia de São paulo
em Area de Exploração Intensiva de Água Subterrânea.
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FIGURA
4.I
- Contexto geológico regional da área de estudor
F:rrl
l':ll
l r: r':i1
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li r a::,rl
lj¡::,1¡.J
----t
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E
E
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%
Sedimentos Aluv¡onares Recentes
Grupo Taubaté indiferenciado
Sedimenlos conelatos
Zones de falha
Corpos gran¡lóides
Metassed¡mentos
Migmatitos
Migmetitos complexos Folieçåo
Área de estudo
e¡ttr¡b d. P^CH€CO ( l9ta)
N Escale
05t5
l-t- _k
Itl
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7torao ?¡a
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000 t?0
740
680
630
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fl ¡ Øg Elro
fTTltr
I
- Emb¡s¡mctrao Crltaalino Pré-C¡mbrisno; 2 - Form¡çÃo Rclendc: predominância de fócies de brechas edismiçtitos de leques aluviais proximais; 3 - Folm!ç¡.o Rarc¡dc; predominância da fácics de lamiros de leques
aluvisis, em Posiçåo medis¡û I distal; 4 - Formoçlo Rácndcr predominônciå da fäcies dc lsmiros de leques aluviais
cm posiçåo disral e, prinoipalmcnte, areiæ e conglomerados dc sistema fluvi¡l cntrelaç¡do (br¡ided); 5 - Form¡ç¡o Rcrcndcl predominância de areias grossas e conglomerados de sistema fluvial; 6 - Fot'ln¡ç¡o Trtmcmbé: ugilas
lacr¡ctres; 7
-
Form¡ç¡o SÃo P¡ulo: sisema fluvial mcandrante;I
.
Äluv¡óc! gù¡tcn¡lrio!; 9-
contstosdircord¡rtcs;
10.
cont¡los ¡DrcrdiS¡t¡dos;tl -
f¡lh¡!
norrnrir infcridar, loc¡lmcnte c¡m possivel moyimentação trsnsconente associada (indicsds pela leÚa T)FlgYn4
4 2 - Perfis geológicosNW-sE
eNE-sw
da Bacia Sedimentar de são pauro. (Extraidoe
modificado de Riccomini et
al. lgg})
BERTOLO, R A. - 1996 - Relâções entre Rios e o AgÍiífero sedimenur da Bacia de são
paulo
r0em Area de Exploração lntensiva de Água Subrerrânea.
Diss. MeslÌado. IG_USP
5 !O
A Formação Resende compreende mais de 80% do preenchimento sedimentar da bacia e é
representada por duas litofácies que gradam entre si.
A
primeira é representada por depósitos de Ieques aluviais proximais (fanglomerados), composta por diamictitos e conglomerados polimíticos dispersos emmatriz
lamíticaa
arenosa.A
segunda litofäcies está relacionadaa
depósitos deplanície
aluvial
de rios
entrelaçados (braided), compostapor
corpos
tabularesde
dimensãométrica de lamitos arenosos e arenitos com estratificação cruzada.
A
Formação
Tremembé compreende camadas tabularesde
argilas verdes
maciças,intercaladas com argilas escuras ricas em matéria orgânica, de origem lacustre. Esta formação
foi
descrita em três locais isolados, porém suas espessuras podem superar os 60 metros.
A Formação São Paulo corresponde a depósitos de sistema fluvial meandrante e apresenta
espessurus que podem alcançar mais
de
100 metros. É constituída por duas litofácies: a primeira,relacionada
a
depósitos de canais meandrantes, compreende pacotesde
espessuras métricas de arenitos gtossos a conglomeráticos com gtanodecrescência ascendente para siltitos e argilitos; a segunda litofìícies, relacionada à planície de inundação, é constituídapor
arenitos de granulaçãomédia
a
grossa,com
granodecrescência ascendentepara
sedimentos arenosos maisfinos
atésiltitos e argilitos, É freqüente a presença de crostas limoníticas nesta formação, na interface entre
sedimentos arenosos e argilosos.
A
Formação Itaquaquecetuba corresponde aos depósitosde
sistemafluvial
entrelaçado (braided) queocoÍem
sob os aluviões holocênicos dos rios Tietê, Pinheiros e Tamanduateí. São descritas cinco litofácies nesta unidade: arenitos médios a grossos com estratificações cruzadas de grande porte; conglomerados com seixos bem arredondados e poucamatriz;
arenito médio a fino,maciço e mal selecionado; lamitos maciços sílticos-arenosos; e blocos subangulosos, até métricos, de rochas do embasamento cristalino.
As Coberturas Neocenozóicas correspondem a depósitos colúvio-aluviais do Pleistoceno
superior
e a
depósitoscolúvio-aluviais
e
baixos
teraços
do
Holoceno.
os
primeiros
sãocompostos predominantemente
por
colúvios
areno-argilosose
por
aluviões
compostos porconglomerados basais gradando para areias finas a médias. Os depósitos holocênicos raramente ultrapassam 10 metros de espessura e são constituidos por uma cascalheira basal
que
grada para sedimentos areno-silto-argilosos.BERTOLO, R.A. - 1996 - Relações entre Rios e o Aqüífero Sedimentar da Bacia de São paulo
em Área de Exploração lntensiva de Água Subtenânea.
4.2)
HTDROGEOLOGIA REGIONAL
4.2.1) C aracterísticas dos Sistemas Aq üíferos
considerando
o.
li.i,",
da Bacia Hidrogeológicado Alto
Tietê,
pode-se identificar, anível regional, dois sistemas aqüíferos principais:
o
sistema
Aqüífero cristalino,
que ocorre nodominio das rochas
cristalinas
do
embasamentopré-cambriano,
e
o
sistema
Äqüífero
sedimentar,
que compreende os sedimentos da Bacia sedimentar de São paulo.A
FIGURA
4.3 mostra a localização da ârea de estudo no contexto da Bacia Hidrogeológica doAlto
Tietê.O
SisfemaAqüífero Cristalino,
cujas altitudes máximasdos
seus divisores situam-seentre
800
e
1000 metros,
é
formado
por
duas unidadesde
características hidrogeológicasdistintas.
A
primeira
unidadeé
correspondenteao
aqüífero
do
manto
de
intemperismo, denatureza
livre,
heterogêneoe
anisotrópico, ondea
águacircula
por
porosidade intergranular,. apresentando espessuras médias
da
ordemde 50
metros (SABESP/CEPAS-IGUSP 1994), Ascondutividades hidráulicas variam de
muito
baixa (10-6a
l0-7 m/s) noterço
superiordo perfil
a muito alta (10-3a
10-a m/s) na zona de transição entre a rocha relativamente alterada e a rocha sã(Rebouças
&
Cavalcante 1987, apud Rebouças 1992),A
segunda unidade correspondeao
aqüífero cristalino propriamentedito,
ondea
águacircula através de lineamentos estruturais como falhamentos, juntas associadas e fraturas abertas
da
rocha sã
(porosidade
secundária), caracterizandoo
aqúífero
como
livre
a
semìliwe,
heterogêneo e anisotrópico
(DAEE,
1975), segundo estudos executados por Menegasse (1991,apad Rebouças 1992), as melhores entradas de água dos sistemas de fraturas encontÍam-se até
profundidades entre 100
e
150 metros apartir
da base do manto de intemperismo. Devido à suagrande heterogeneidade,
DAEE
(1975) obteve valores de transmissividade entre 0,4a 14
m2/dia,muito
variáveise
apenas indicativos,já
queo
modeloutilizado
paraos
cálculos considera oaqüífero poroso, infinito e confinado.
A
capacidade específica média obtida é baixa (0,34 m3 /hlm),sendo que 82% dos poços analisados apresentavam valores inferiores à média, As vazões variam
entre
5
e
150
mlh,
com
média
de
apenas
7,7
m3/h (Giampá
&
Souza
1984,
apudRebouças 1992).
BERTOLO, R.A. - 1996 - Relações entre Rios e o Aqi¡ífero Sedimenfar da Bacia de Sâo paulo em Arca de Exploraçâo lntensiva de Ägua Subtenânea.
I
r
ISole¡râ de
t-'
I
I
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i
N de Ba ( I it
io__æ
k Escala aprodmadaFIGURA
4.3 -Contexto hidrogeológico da ârea ðe estudo na BaciaHidrográfica-Hidrogeológica do
Alto
Tietê.)
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ll
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'..¿:
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E
Ø
Sedimentos terc¡árioequetemários ind¡ferenciados
Embasemento cristelino
Local¡zâção da área de estudo
o
sistemaAqüífero
sedimentar,
que ocupa uma área aproximada de 250/o da Bacia doAlto
Tietê,
é
o
mais importantepor
ser
o
mais
exploradoe
por
abrigar
a
maior parte
dametrópole.
A
altitude
média das colinas sedimentares situa-seao
redor da cota 760
metros,atingindo um máximo de 840 metros no espigão da Avenida Paulista e um mínimo de 710 metros na soleira de Barueri, onde
o
sistema encontra-se hidraulicamente fechado (Rocha etat.
l9g9).De
acordo com a geologia dos sedimentos, as condições de ocorrência de água subterrânea são de aqüífero semi-confinado, de porosidade primária (intergranular), heterogêneo e anisotrópico.Ocorrência
de
aftesianismodo
aqüífero sedimentarfoi
verificada em poços construídos entre1890
e
1910 na regiãoda
Yârzeado carmo,
atual parqueDom
pedro
II
(Marquessilva
&
Basano
Filho
1972).
Tal
ocorrêncianão
foi
mais
atestadana
Bacia
de
São
paulo
devido,provavelmente, à contínua exploração da água subterrânea ao longo dos anos.
As características
do
aqùífero sedimentarno
quediz
respeito à sua heterogeneidade são bem exemplificadas nos trabalhos de Chiossi (1974e
1980), onde o autor verifica a existência deviíLrios aqüíferos suspensos
e
independentes, atravésda
análisede
sondagens geotécnicas rasasexecutadas para a construção do Metrô.
com
relação
à
produtividade,
o
SistemaAqüífero
Sedimentar apresentavalores
de transmissividade variandode
15 a 70m'ldia,
com valor médio emtorno
de 50 m2ldia, com baseem testes de bombeamento executados em
oito
poços(DAEE
1975).A
capacidade específrcamédia obtida a partir da análise estatística dos dados de 933 poços, é
de
1,66 m3llrlm, sendo quesomente
15%
dos poços apresentam estevalor
e
50olo destes apresentam valoresde até
0,3m'Ælm.
A
vazão média obtida apartir
desta análise é da ordemde
lg
m3/h, porém metade dospoços apresenta vazões
igual
ou inferior
a
8,5
m3/hora.A
grande variaçãodos
parâmetroshidrogeológicos observada
é
associadaà
heterogeneidadedos
sedimentose à
configuraçãogeométrica do aqùífeio (Giancursi
&
Lopes 1980).Em termos de fluxos de água subterrânea na Bacia Hidrogeológica do
Alto
Tietê,DAEE
(1975) observa que as estruturas topográficas e geológicas da área indicam que a água infrltradano solo como recarga
flui
para os rios da bacia.Há
ainda, indicações de queo
sistema AqùíferoCristalino participa da recarga do Sistema Aqüífero Sedimentar.
BERTOLO, RA. - 1996 - Relações entre Rios e o Aqüífero Sedimentar da Bacía de São paulo
em Área de Exploração lntensiva de Água Subtenâneå.
4.2.2) Aspectos de
Qualidade
Do
ponto de vista quimico, as águas subterrâneas dos aqüíferos cristalino e sedimentar sãoclassificadas como bicarbonatada cálcica/sódica e bicarbonatada sódica, respectivamente (parisot 1983).
A
águado
aqüifero cristalinoé
medianamente mineralizada(80 a
500mgll
de
sólidostotais dissolvidos), enquanto que a água do aqüífero sedimentar apresenta-se pouco mineralizada
(3 a 45 mg/l de sólidos totais dissolvidos) (SABESP/A
A.NORONHA
1986).Em
termos de evolução química da águado
aqüíf'ero sedimenta¡, Szikszay etal.
(1990)
apontam que a água da chuva, de composição sulfatada cálcica, muda a sua composição quimica para carbonatada sódica (água do aqüífero freático) ao atravessar
a
zona não saturada, resultadoda
interação químicaentre
as soluções percolantese os
mineraisdo
solo.
Deve-se salientar,entretanto,
que
este estudo aconteceuem
local
específico (Estação Experimentalda
cidadeUniversitá,ria
-
USP), numa situação de topografìa, vegetação ennr-rff
alipico parao
resto da Bacia de São Paulo, o que impossibilita generalizações.Quanto à potabilidade,
DAEE
(1975) e Parisot (opcf.)
indicam que a água dos aqüíferoscristalino
e
sedimentar são em geral boas parao
consumo humano, Os fatores restritivos mais comuns à potabilidade são os teores excessivos defero
e, secundariamente, nitratos e coliformes (SABESP/A.A.NORONHA
I e86.).Casos de poluição dos aqüíferos foram mencionados por Parisot (op
cil.),
que observou apresença
de bário,
chumboe
cromo na
água depoços
situadosna
zona industrialpróxima
àconfluência
dos
rios Tietê e
Pinheiros, indicandocomo
possiveis causasa
própria
atividadeindustrial
ou
ainfiltração
das águas excessivamente poluídas destes riosno interior do
aqüífero. Pacheco (1984) e Pacheco&
Rebouças (1985), apontam, inclusive, que a maior parte dos casosde poluição ocorrem, principalmørte, devido à má qualidade técnica construtiva dos poços, o que os tomam
via
de contaminação dos aqúíferos. Nestes estudos, os autores verificaramqte
45%odos poços construídos na região centro-norte do município de São Paulo apresentavam alguma
deficiência técnica de construgão,
Outros casos de poluição de aqüiferos rasos
foram
anotados por Pacheco etal. (l9gg),
devido
à
localização inadequada de cemitérios em meio urbano; epor
Oliveira etat.
(1990)
eOliveira (1992), que observaram a contaminação de aqùíferos
por
hidrocarbonetos provenientesde vazamentos de reservatórios subterrâneos de postos de combustível.
BERTOLO, R.A. - 1996 - Relações entre Rios e o Aqüífero Sedimenta¡ da Bacia de São
paulo
l5
em Area de Exploraçâo Intensiva de Agua Subtenânea,
De acordo com Rebouças (1992), os sistemas aqüíferos da Região Metropolitana de São
Paulo encontram-se expostos à deterioração progressiva, devido às inúmeras fontes potenciais de
poluição
existentes(incluindo lixões, aterros
sanitáriose
industriais,etc.).
Destacaque
os aqüíferos sedimentares são os que apresentam maiores riscos devido a grande carga contaminantepresente, apesar de que
os
processos de transferênciade
poluentes sejam atenuadosdevido
àpresença de camadas argilosas.
4.2.3) Reservas dos
Aqüíferos
As reservas permanentes de água subterrânea, que correspondem aos volumes estocados
nos aqüíferos, podem ser estimadas através
do
produto
entreo
volume dos sistemas aqüíferos pelas suas respectivas porosidades efetivas,Assim, Rebouças
(1992)
estima umvolume
de água subterrânea de4
bilhões de m3 nodomínio
do
SistemaAqüífero
Cristalino, e de8
bilhões de m3 no domíniodo
Sistema AqüíferoSedimentar, perfazendo um
total
de 12 bilhões de m3 estocados na Bacia Hidrogeológica doAIto
Tietê.
Este volume
torna-sede
18,7
bilhõesde
m3quando se
consideraa
áreada
RegiãoMetropolitana de São Paulo (SABESP/CEPAS-IGUSP 1994).
As reservas reguladoras, ou dinâmicas, correspondem à parcela da água infiltrada no solo
a
partir
das chuvas e que é restituída pelos aqüíferos aos rios, alimentando suas vazões de base ecoffespondendo
à
recarga natural dos aqüíferos,A
este volume pode também ser acrescido ovolume de água
infiltrado
artificialmenteno
solo apartir
das perdas das redes de distribuição de água e esgoto, cuja importância na ÍecaÍgado
SistemaAqüífero
Sedimentar vêm sendo discutidadesde a década de 80 por Giancursi
&
Lopes (1980) e Rebouças (1980),Com base no balanço efetuado entre 1964
e
1975 numa área de 1460 km2 à montante deItaquaquecetuba,
DAEE
(1975) concluiu
que 62%odo
escoamentototal
dos
rios
provém
dacontribuição
dos
aqriíferos. Baseando-se nessesestudos,
SABESP/CEPAS-IGUSP(op cit.)
calculou em
2,3
bilhões de m3lano as reservas reguladorasdo
SistemaAqüífero
Cristalino naBERTOLO, RA. - 1996 - Relações entre Rios e o Aqüúfero Sedimentar da Bâcia de São
Paulo
t6
em Area de Exploração Intensiva de Agua Subterrâne¿.
Região Metropolitana de São Paulo, correspondente à sua recarga natural. Para os domínios do Sistema
Aqüífero
Sedimentar, as reservas reguladoras correspondem à soma da recarga natural,(515 milhões de m3lano),
já
bastante prejudicada pela impermeabilizaçãodo
solo, mais as perdas da rede de distribuição de água (383 milhões de m3/ano), perlazendo umtotal
de 898 milhões dem3/ano. Assim, obteve-se um total estimado de 3,24 bilhões de m3/ano como reservas reguladoras
totais na Região Metropolitana de São Paulo.
De
acordo
com DAEE
(1975) é
pequenoo
volume
de
água
do
Sistema AqüíferoC¡istalino que participa
da
recargado
SistemaAqüífero
Sedimentar (apenasl0
milhões de m3lano) pois é pequena a capacidade do aqüífero cristalino em transmitir água.Ainda com relação às recargas naturais, Szikszay et
al.
(1987), em estudo numa pequena área na Cidade Universitária para a verificação dos efeitos da evaporação e da infiltração da água na zona não saturada, verificaram que a influência pluviométrica na variação do nível hidrostáticodo
aqüífero sedimentar freáticofoi
observada após uma faixa de tempo de 50a
170 dias, Estesestudos
indicaram, inclusive
que
as
condições
de
recarga
natural dos
aqüíferos
ocorremprincipalmente no período do verão ao início do outono, época de maior pluviometria.
As reservas explotáveis na Região Metropolitana de São Paulo, que corresponde a uma
fração adotada em 25%o das reservas reguladoras
e
que é uma função da viabilidade técnica eeconômica das obras
de
captação, são estimadasem
586
milhõesde
m3lanono
domínio
do SistemaAqüífero Cristalino
e
em 224
milhões
de
mtlano
no
domínio
do
Sistema AqüíferoSedimentar, perlazendo um total de 810 milhões de m3lano (SABESP/CEPAS-IGUSP 1994)
4.2.4) Exptoração de
Água Subterrânea
Estima-se
a
existênciade
7000
poços
tubularesprofundos
em
operaçãona
RegiãoMetropolitana de São Paulo. Estes poços estariam explorando aproximadamente 200 milhões de
m3/ano
(SABESP/A.A.NORONHA 1986
e
SABESP/CEPAS-IGUSPrgg4), Hâ,
ainda, uma estimativa de queI
milhão de poços cacimba estejam extraindo dos aqüíferos um volume de 100milhões
de
m3/ano
(SABESP/A.A,NOROI..IHA
op
cit.).
Desta forma, ainda
há
reservas explotáveis da ordem de 500 milhões de m3lano.BERTOLO, R,A. - 1996 - Retações entre Rios e o Aqüífero Sedimentar da Bacia de São Paulo
em Area de Exploração Intensiva de Agua Subter¡ánea.
A
exploração de água subterrânea não é, entretanto, homogênea em toda a área da RegiãoMetropolitana de São Paulo, concentrando-se nas áreas mais densamente urbanizadas. Calcula-se
a
existênciade
5000 poços tubulares profundos somentena Bacia
Sedimentarde
São paulo(DAEE
1988, apzz,l Rebouças 1992).Em
algumas áreas de grande concentração de poços, taiscomo
o
eixo do
espigãoda
Avenida Paulista,o
Bairro
de
SantoAmaro
e a
zonado
eixo Belenzinho-Tatuapé, ocorrem sintomas de super-exploração de água subterrânea, com base na comparação de mapas de superficie potenciométrica de diferentes períodos elaborados porDAEE
(1975), SABESP/A.A.NORONHA (1986)
e
Campos(1988).
De
acordo com
os
cálculos devolumes explorados, os efeitos do bombeamento intensivo de água subterrânea nessas áreas não são mais graves
pois
há uma recarga induzidapor
perdas da redede
distribuiçãode
água da SABESP (Campos opcit.,
e Rebouças 1992.).A
recarga
dos
aqüíferos através
da
infiltração induzida das
águas
dos
rios
pelo bombeamento dos poços é consideradadificil por
Campos (opcit.),
pois os seus leitos deveriamestar
impermeabilizadospor
argila
e
matéria orgânica.Bottura
&
Filho (1992),
entretanto, simulam numericamente a operação de um poço tubular profundojunto
aorio
Tamanduateí que explora água do aqüífero cristalino, e verificam que o nível dinâmico atinge rápida estabilização eque
a
expansãodo
cone
de
rebaixamentoé
totalmente
compensado pelas recargasdo
rio
Tamanduateí. Ross
(1991),
por
sua vez,verifica
que, atravésde
modelamento matemático defluxo
de três
poços tubulares
profi.rndosque
exploram
o
aqüífero
sedimentarna
CidadeUniversitária, ocorrem potenciais de infiltração de água do
rio
Pinheiros no aqüífero, mas que sóhaverá contaminação significativa
da
¿ryùa subterrâneaapós
109 anosde
bombeamento. Estemesmo
autor,
entretanto, estuda as relações hidráulicasentre
os rios Tietê e
Pinheiros comaqüíferos sedimentares f¡eáticos em três áreas de detalhe e observa a não oconência de potenciais
de infiltração das águas dos rios nos aqüíferos.
A
exploração excessiva de água subterrânea e a interferência entre poços próximos entresi
já
causava preocupação desde a década de 50, quando Leinz (1955) calculou a distância minimade interferência de 50 metros para poços que exploram o aqüífero sedimentar. O autor cita o câso de poços no bairro do Brás apresentando quedas de vazão e supõe haver interferências ou mesmo
limonitização
de filtros.
Rebouças(1992)
pponta, inclusive,
que
muitas das
referências de apröfündamento excessivo de níveis refletem mais propriamente a queda da eficiência da ob¡a de captação por falta de manutenção preventiva.BERTOLO, RA. - 1996 - Relações entre Rios e o Aqüífero Sedimentar da Bacia de São
Paulo
l8
Dentre os trabalhos de cunho exploratório que visaram
a
utilização racionaldo
recursohídrico subterâneo,
destacam-seos de
Iritani et
ol.
(1990)
e Iritani
(1993) que
avaliaram o potencial de exploração do aqüifero sedimentar no campus da Cidade Universitária (USp).A
prática de
exploraçãode
água subterrâneaé
realizadade forma
caóticana
RegiãoMetropolitana de são Paulo, Não há, até
o
momento, nenhum programa de gerenciamento desterecurso, tanto
do
ponto de vista de quantidade como de qualidade, tornando os aqüíferos mais vulneráveis à super-exploração e à poluição.BERTOLO, RA. - 1996 - Relações entre Rios e o Aqüífero Sedimentar da Bacia de São
Paulo
19em Area de Exploração lntensiva de Agua Subterrânea.