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UNIVERSIDADE DE SAO PAULO
,INSTITUTO DE FISICA
SBI·IFIISPiiiiiiセ
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TEORIA QUANTICA DE CAMPOS EM TRÊS
-DIMENSOES; RENORMALIZABILIDADE E
TERMO DE CHERNSIMONS
Farnezio Moreira de Carvalho Filho
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Orientador: Prof. Dr. Elcio Abdalla
Tese de Doutoramento apresentada no Instituto de Física da Universidade de São Paulo.
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FICHA CATALOGRÁFICA
Preparada pelo Serviço de Biblioteca e Informação do Instituto de Física da Universidade de são Paulo
Carvalho Filho. Famezio Moreira de
Teoria quântica de carpos em três 、Qエイ・ヲGャNsᅰ・ウZセ@
re-nonnallzabilidade e terno de ChernSim::t1S. são Pau-lo. 1990_
Tese HiャッオエッセI@ - Universidade de sã:, Pwlo.
Inst1tuto de Fis1ca. Departarento de Fisica
Matemáti-ca.
Área de Ca'lCentração: Física de Partlculas Elemm
tares
Orientador: Prof1! Dr. Élcio Abdal1a
UniteIm)S: l*Mode:los sigma; 2.Cordas em catpO$ de fU:ndo; 3.Renonnallzab11idade; 4.SUpers1netrla.;
5.Mem-branas; fi セ Teorias de gauge tr1d1nens1onais can temo
de CherrrS:Iloons; 7.Expansão l/N do modelo CPNl
USl'/IJ.>/ssI W/90
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AGRADECIMENTOS
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Ao Eleio Abdalla, pela orientação e amizade. Sou grato também, pela
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leitura' crítica do manuscrito.
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A todos meus colegas e amigos da Universidade de São Paulo, espe-,.
' cialmente ao Bacta, Brunelli, Eduardo Resek, Ricardo Viana, Rubensi Freire, Maurícío Baldan, Ângela e Bianor.
) Aos amigos da EFEI Agenor Pina e Seb Fernandes.
) À Escola Federal de Engenharia de Itajubá, por terme liberado das
) atividades didáticas durante a elaboração deste trabalho. )
- À CAPESEFEI, pelo apoio financeiro.
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"Nada seria mais pervertido do que querer esperar o que a ciência um dia es-tabelecerá definitivamente sobre as coisas primeiras e últimas e enquanto isso pensar
(e especialmente acreditar!) da maneira
tradicional-como tantas vezes se acon-selha. "
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j ) )RESUMO
Modelos sigma nãolineares bidimensionais têm sido utilizados no esta-belecimento de um programa consistente para se extrair a física de baixas energias de teorias de cordas. Quando definidos sobre variedades Riemannia-nas e em três dimensões, também, têm se mostrado relevantes em conexões com teorias de membranas. Neste trabalho nós mostramos, realizando cál-culos perturbativos até ordem de dois '!loops", via método de campo de fundo e expansão em coordenadas normais, que tais modelos são não-renormali-záveis, mesmo quando estendemos a supersimetria.
Em um outro contexto, o de teorias em três dimensões com termo
topológico, nós estudamos o modelo CpN-l na presença de um termo de
Chern-Simons. Através da expansão lfN, verificamos o conteúdo de
partí-culas da teoria em suas duas fases, Na fase nâo-quebrada o campo de gauge adqnire massa e os "partons", inicialmente confinados se liberam, passando a interagir por uma força de curto alcance. Na fase quebrada, há um deslo-camento do pólo do propagado!'.
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ABSTRACT
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()
,) N on linear sigma mode!s in two dinÍensions have been used to establish a consistent program for obtaining the low energy physícs of the string theories.
; GLHセ
I)
When defined on Ríemannian manifolds and in three dimensions, they have,
,
been relevant in connection with membrane theories, In this work we have,'j shown, by means of perturbative calculations in the order of two loops, via background field method anel normal coordinate expansion, that such models
)
are not rcnormalizable, evcn when we enlarge supersymmetry.
, )
") In tllc contcxt af threc dimensional thcndes witll topological terms, wc
I) have studied the CpN-l model in tlle presence of a ChernSimons termo ,) Through the l/N expansion, we have verified the particle coutont of the
theory in its two phases. In the unbroken phase the gauge field acquires mass and the "partons", initially confined are liberated, beginning to interact ) through a short range force. In tho broken phase, there is a shift of the ') propagator pole.
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INDICE
-INTRODUÇAO ., ... 1
•
CAPITULO 1 ... H . . . 6 MODELOS SIGMA NÃOLINEARES EM
DUAS E TRÊS DIMENSÕES RELACIONADOS COM (SUPER)CORDAS E (SUPER)MEMBRANAS
l.l-Introdução ... , ... , ... 6
1.20 Modelo Sigma NãoLinear Generalizado ,..,..,.,.,.,. .... ,.,.,."." 7 1.3Alguns Modelos Sigma Relacionados com (Super)Cordas .. , 10 1.3,10 Modelo Sigma NãoLinear e a Teoria de Cordas Fechadas ... 10
(a)
O
Modelo Bosônico ... , .... , ... , ... 10(b) O Modelo Bosônico com Termo de WessZumino ." ... """ .. 12 (e) Teoria de Cordas Bosônicas Fechadas" ... " ... 13 (d) Cordas Bosônicas em Campos de Fundo "".""... 15 1.3.20 Modelo Sigma NãoLinear Supersimétrico (1,1) ... 18 1.3.30 Modelo Sigma NãoLinear sobre uma Variedade de Kãhler ... 21 1.4Teorias de (Super)Membranas ... ., ... 24
IA. lMembranas de Dirac, HoweTucker e Supersimetrização ... 24
1.4.2-(Super) p-Branas ... H . . . 27
•
CAPITULO 2 ... , .... 30 MODELOS SIGMA NÃOLINEARES BOSÔNICO E
SUPERSIMÉTRICOS EM TRÊS DIMENSÕES: DIVERGÊNCIAS ULTRAVIOLETA E
RENORMALIZABILIDADE
2.1-Introdução , ... 30
I,)
, 2.20 Método do Campo de Fundo e a
") Expansão em Coordenadas Normais ... 31
セャ@ 2.2.20 Modelo Sigma NãoLínear e a Expansão ) 2.2.10 Modelo ",4 em Quatro Dimensões ... 32
,
em Coordenadas Normais ... 35,) 2.3Divergências Ultravioleta do Modelo
,
Sigma NãoLinear Bosônico ... 402.3.1-Cálculos de um uloopll ... 43
'i 2.3.2Cálculos de dois "Ioops" ... 47
2.4Divergências Ultravioleta do Modelo Sigma NãoLinear Supersimétrico
N
= 1 ... 542.4.1-CálculO$ de um "loop" ... 57
. } 2.4.2Cálculos de dois "loops" ... 59
2.SCálculos no Modelo Supersimétrico
N
=
2... 61" • ) CAPITULO 3 ... 65
. .
TEORIAS DE CAMPOS COM TERMO DE CHERNSIMONSI
) S.lIntrodução ... 65··1
I ' ) .3.2Teorias de Gauge com Termo Topológico ... 66
·'I . ,
3.2.1TeorÍas de Gauge Abelianas ... 67I ' 3.2.2Teorias de Ya.ngMills ... 70
I )
3.3Alguns Comentários Gerais... 72I
I
I
CAPÍTULO 4 ... 74O MODELO CpN-1 COM FÉRMIONS E O TERMO DE CHERNSIMONS 4.1-Introdução .,,, ... , ... , ... , .. 74
· 1
) 4.20 Modelo ... 754.3A Expansão l/N e a Estrutura de Fases ... 76
-'
4.4As Regras de Feynman e o Conteúdo de Partículas ... , .. , .... 80
4.4.1Fase "NãoQuebrada": SU(N) ... , ... 80
4.4.2Fase "Quebrada": SU(N - 1)... 88
CONCLUSAO ...« . . . 93
, • \ APENDICE A ...O# • • • • • H • • • • • • n • • • • •H U • • • • H . . . . 96
, ALGUMAS RELAÇÕES TENSORIAIS • l APENDICE B ... , ... H • • • • • • • • • • H . . . . 98
CAMPOS DE "VIELBEIN" PARA O MODELO O(N)
.
\ REFERENCIAS ... 1011
-INTRODUÇAO
Nos últimos anos o estudo de modelos em Teoria Quâ.ntica de Campos em dimensões mais baixas que as quatro do espaçotempo tem apresentado notáveis resultados no sentido de aprofundar o nosso conhecimento e intuição dos fenômenos físicos ocorrendo na "arena" quadridimensionai. Os modelos sigma nãolineares, por exemplo, desde que foram introduzidos na década de 60, por GellMann e Lévy na descriçiio de plons [I], naquela época im-pondo vínculos sobre uma teoria linear mais simples, vêm se apresentando como modelos ricos em propriedades importantes e, portanto, fundamentais à teoria de campos. Quando descritos em um espaço-tempo bidimensional, tais modelos recuperam a renormaiizabilidade perdida em quatro dimensões e se tornam ótimos simuladores ou "laboratórios teóricos" de teorias mais
rea.iistas como a teoria de Yang-Mills (D = 4) [2]. Dessa forma,
procura-se explorar as anaiogias existentes, tais como: estrutura de renormaiização, liberdade assintótica, existência de cargas topológicas, geração dinâmica de
massa, etc .. Mostrou-se [3], ademais, que o modelo D( N) em duas dimensões,
aiém das propriedades anteriores possui também infinitas leis locais e não-locais mesmo no caso quâ.ntico, o que permite a construção de uma matriz
S exata fatorizável e a proibição de produção de partículas [4].
É importante ressaitar que os modelos sigma voltaram a ser de interesse,
novamente em D = 4, quando utilizados na descrição do setor de spin zero
da Supergravidade estendida [5].
Recentemente, as propriedades quâ.nticas dos modelos sigma
não-linea-res bidimensionais definidos sobre uma variedade-alvo Riemanniana
[6)
temrecebido considerável atenção, por causa da marcante relação entre esses
)
, )
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2
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HセI@ promissoras candidatas a uma teoria unificada de todas as interações fun-() damentais, incluindo a gravitação. A idéia básica é o estabelecimento de
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,
um programa consistente para se extrair a física de baixas energias [8], ou'y seja, uma "receita" para se estudar a propagação de cordas em campos de
,':I fundo. Em particular, a propagação em campos gravitaciona.is de fundo pode
' " .c "
!' , ser obtida acoplando a corda aos campos de grAviton gij e do dílaton iJ? A
')
equivalência entre as condições de invariância conforme e as funçÕe5,8 do cor-\ respondente modelo sigma é então usada para se descrever a dinâmica dos
" campos de fundo: ,8i; = O
dá as equações de movimento do campo gravita-') donal (setor de massa zerO da corda), enquanto ,8i/> fornece a Lagrangeana
efetiva da corda da qual as equações podem ser obtidas. Assim, cálculos " perturbativos são de suma importância para o conhecimento da finitude e renormalizabilidade dos diversos modelos envolvidos. Cálculos explícitos das funções,8 até a ordem de vários loops têm sido realizados e sabese, hoje, que os modelos sigma nãolineares supersimétricos
N'
= 1 eN'
'"
2 são finitos até três "loops" para variedades Ricciflat [9, lO]. No entanto, para ') o casoN'
'"
2, relevante para a compatificação de supercordas heteróticas [U] foi encontrado um contratermo em quatro "loops" [12], resultado esse, confirmado de teoria de cordas [13].) Na formulação tridimensional, os modelos sigma nãolineares genera-lizados têm apresentado também aspectos reveladores no contexto de teo-ria quântica de campos. Eles são especialmente importantes em teorias de , , membranas, que a exemplo da de cordas, é uma teoria de objetos estendidos, podendo vir a desempenhar também um papel de destaque como teoria de
,
unificação. Entretanto, do ponto de vista da teoria de campos desses objetos(membranas), a invariância de Weyl (ou conforme) não tem o mesmo caráter daquela de teoria de cordas, ou seja, o grupo conforme é de dimensão finita e o estabelecimento de critérios para a consistência quântica tornase uma
tarefa difícil. Em outras palavras, além de duas dimensões, ainda não é uma
3
ZGセャ@
;
rj questão compreendida o análogo do cancelamento da anomalia conforme
;') na dimensão crítica, para teorias de membranas. Porém, acreditamos que, " na medida que estas questões forem resolvidas, tornaseá fundamental, a .' ) exemplo do que acontece em teoria de cordas, conhecer detalhamente as
pro-priedades ultravioleta e renormalizabilidade dos modelos sigma não-lineares
) tridimensionais à elas relacionados. Em conseqüência, esperamos encontrar
) . também para membranas, um programa consistente de obtenção da teoria
efetiva. Contudo, ao contrário dos modelos sigma não-lineares descrevendo cordas, os modelos sigma de membranas são não-renormalizáveis, por con-tagem de potências. Embora sendo um resultado não desejável, a situação
) não é desesperadora como pode sugerir a primeira vista. Sabe-se [14], por
exemplo, que interessantes cancelamentos acontecem quando os modelos
O(N) e CpN-l são tratados via expansão
l/N
tornando-os renormalizáveis.Além disso, podemos, perturbativamente isolar de uma maneira sistemática todas as divergências e introduzir contratermos locais. Num outro contexto, mas também em três dimensões, resultados importantes são obtidos, quando se formula modelos em teorias de campos cOm termo de Chern-Simons. Em
" particular, campos de gauge vetoriais se tornam massivos (uma única
ex-citação de spin 1) e o conteúdo de partículas difere significamente daquele de uma teoria de gauge massiva convencional (dois graus de liberdade de
spin 1) [15]. Outro interessante resultado é que a gravitação de Einstein,
trivial e sem propagação em três dimensões, torna-se uma teoria dinâmica [15] com a introdução do termo topológico.
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I
No presente trabalho, investigamos dois aspectos relacionados aos temas de física tridimensional acima comentados.
O sucesso dos modelos sigma. nãolineares em teorias de cordas como instrumento de obtenção da física de balxas energias e conseqüentemente a importância do conhecimento das propriedades quânticas dos mesmos serviu de motivação para o trabalho· desenvolvido na primeira parte desta tese. Utilizando o método do campo de fundo e a expansão em coordenadas nor· mals, realizamos cálculos perturbativos dos contratermos até ordem de dois "loops" para modelos sigma nãolineares em três dimensões, definidos sobre uma variedadealvo Rlemanniana arbitrária. Estudamos extensivamente as propriedades de renormalização ultravioleta dos modelos bosônico e super· simétrico
(N
= 1 eN
= 2). Verificamos também, o que ocorre quando certas particularizações são feitas. Estudamos os casos de variedades Rlcci·fiat e loca.imente simétricas (modelo OtN)).Na segunda parte do nosso trabalho, inspirados nos promissores resul-tados de modelos tridimensionais com termo de Chem-SimoDS, nós
consi-deramos o modelo çpN-l acoplado minima!mente a férmions (induzem o
termo de Chern-Simons). Através da expansão l/N encontramos as regras
de Feynman e estudamos o conteúdo de partículas nas duas fases existentes
nessa teoria.
Nós organizamos nosso trabalho como se segue: No capítulo I! nós apre-sentamos os vários modelos relevantes às teorias de cordas e membranas. Exemplificamos, em alguns casos, a importância do coDÍlecimento do com-portamento ultravioleta e funções-,B dos mesmos para o estudo da propaga-ção de cordas em campos de fundo. Esta, como já dissemos, a motivapropaga-ção maior do nosso trabalho. No capítulo 2, estão todos os nossos resultados relativos a primeira parte. Usamos a seção 2.2 para apresentar o método
do campo de fundo e a expansão em coordenadas normais, que são os
in-gredientes básicos para os cálculos. Nas seções seguintes apresentamos os
.,
セ@ "1) 5
セ@ .'j
') cálculos dos contratermos para os diversos casos e discutimos a renormaliza-') bilidade. No capítulo 3, nós procuramos evidenciar a importância do termo
í de ChernSimons em teoria de campos tridimensional e apresentamos, como .) preparação para o capítulo seguinte, alguns resultados relevantes do ponto " de vista de partículas elementares, No capítulo 4, nós apresentamos nossos " ") resultadas relativos ao modelo CpN-l com termo de ChernSimons.
A ex-pansão 1/N, as regras de Feynman e discussões são também apresentadas. As conclusões sobre o trabalho são deixadas para o final.
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CAPITULO 1
MODELOS SIGMA NÃO-LINEARES EM
DUAS E TRÊS DIMENSÕES RELACIONADOS
COM (SUPER)CORDAS E (SUPER)MEMBRANAS
1.1-INTRODUÇÃO
As propriedades quânticas de modelos sigma nãolineares, bosônÍcos e supersimétricos, em duas dimensões, têm apresentado aspectos reveladores no contexto das proTIÚssoras teorias de supercordas [7]. Os cálculos pertur-bativos, em várias ordens de "loops" [9,10,12,18], têm permitido verificar, em alguns casos, a equivalência entre as condições de invariância conforme e a função-i3 do grupo de renormalização do correspondente modelo sigma.
Uma outra questão importante em estudo atualmente, é a possibilidade de
se formular teorias consistentes de outros objetos estendidos, as membranas. Estas, podendo vir a desempenhar, também, um papel importante em teo-rias de unifica.;ão. Neste caso, modelos sigma não-lineares, agora definidos
em três dimensôes, é que são relevantes.
Com o propósito de introduzir
°
assunto, servindo como uma prepara.;ãopara O que discutiremos no capítulo 2, nós apresentaremos nas seções
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" ') .\
7
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"
I 1.20 MODELO SIGMA NAOLINEAR GENERALIZADO )
Nesta seção definiremos O modelo' sigma nãolinear mais geral para o
';
") nosso interesse e mostraremos como alguns dos modelos sigma usuais podem ) ser obtidos como casos particulares.
..
• O modelo sigma nãolinear geral pode ser definido como uma teoria consistindo de campos escalaresq,
sobre um espaçobase E (Minkowski ou Euclideano) cujos valores q,(x) encontram·se numa variedade diferenciável ) de dimensão finita. M e uma ação da forma:)
)
S[q,] =
セ@
J
dxgij(q,(X)) í;)pq,iô"q,§ (1.1)q,:E-->M
onde gij é uma métrica Riemanniana sobre M, chamada acoplamento mé-trico [6]. Neste sentido dizemos que o modelo possui campos definidos sobre um espaçobase e tomando valores num espaçoalvo que é uma variedade Riemanniana arbitrária.
Os modelos sigma não· lineares usuais são casos especiais nos quais a variedade M é um espeço "coset" (GjH) de um grupo de Lie G por um subgrupo compacto H. Nestes casos gij é alguma métrica Riemanniana sobre M, invariante sob G; que age como um grupo de simetria interna global. Em outras palavras o grupo G age sobre os campos
q,
de acordo com a lei de transformação:q,'(x) = gq,(x), 9EG
(1.2)
uma ação para tais campos, invariante sob (1.2) é:
í
! 8 " )
) onde
op,p(x)
é o vetor tangente àcurvap(t) =,p(x+tep)
emG/H
comp(O) =')
,p(x), ep
um vetor unitário na direção I' e(o",p, o",p)
denota o quadrado do,
comprimento de01'4>
com respeito à métrica escolhida sobre G /H.
') Dependendo da escolha que se faça para
G
e H podese obter casos') especiais úteis. Como exemplos temos:
,)' ) ")
) (a) O Modelo OtN)
.")
Aqui G = OtN), H = OtN - 1) e então M = SN-l = ッヲスOANNセIN@ A ação
s
=
セ@
J
dx g;j(<P) O,,<pi(x) o,,<pj(x) (1.4)onde
1 gij
=
Uij ,+
( 1 - <p k ")-1 <P iJ'k-l N (1.5)'Pi'Pj,
"
- "..
,é a métrica da (N - l)esfcm SN-I,
Além disso,
r
k kij = I{) gij (1.6)
R;jk/
=
gikgj/ - gi/gik (1.7a)Rij = (N - 2)gij (1.7b)
(h) O Modelo CpN-l
)
Neste caso, G
=
SU(N), H = S (U(l) x U(N I}) e agora M =J{JJNl)
= CpN-I é o espaço complexo projetivo (N - I)dimensionai, isto)
,
"'
9
)
) (Zh"" ZN)
#
O onde dois vetoresz
éz'
são equivalentes sez'
= ÀZ, À E C.) O grupo SU(N) age sobre o CpN-l por:
)
セI@ 9 o [z} = [gz}, (gz). = ga.Z., 9 E SU(N). (1.8)
I
) i
Para se construir uma ação para este modelo, é prática. comum. simpli-ficar convenientemente a notação introduzindo-se campos de vetores
com-plexos unitários (Zl(X)"",ZN(X»,
IzI
2=
IZl12
+ ... +
IZNI2=
1, no lugar---j
dos campos
[z](x)
e, ademais, considerar como campos equivalentes aqueles)
relacionados por uma transformação de gauge, isto é,
コセHクI@ = ・ゥaHセI@
za(x)
(1.9)Dessa forma, pode-se definir um campo composto
i - i
Ap
=
"2
Z' 8pz
=
2[Za8
"Za -(8"za)z.]
(1.10)se transformando sob (1.9) como um campo de gauge abeliano Haセ@ = Ap
-â"A).
Com tudo isso, uma ação invariante de gauge, descrevendo bem o
mo-delo tratado, é escrita como:
S=
J
dxD"z. D"z, D" = â"+
iA" (1.11)o
modelo CpN-l voltará a aparecer mais adiante (capítulo 4) nocon-texto da teoria quãntica de campos em três dimensões com termos topológi-cos (termo de Chern-Simons). Naquele capítulo será tema de nosso estudo
e daremos, portanto, uma atenção maior às suas propriedades.
)
j
)
-j
) ) ., _) ) ) ) )
10
1.3ALGUNS MODELOS SIGMA RELACIONADOS RELACIONADOS COM (SUPER)CORDAS
Discutiremos agora alguns modelos sigma nãolineares bidimensionaís e
suas correspondentes teorias de (super)cordas. O objetivo é ilustrar a
im-portante conexão existente entre tais modelos e (super)cordas se propagando em campos de fundo, que permite, como veremos nos exemplos seguintes, a obtenção de uma física de baixas energias e o encanúnhamento de soluções relativas a problemas de compatificações.
Por questão de brevidade, descreveremos aqui apenas os casos de mo-delos bosôllÍcos e aqueles com supersímetrías (1,1) e (2,2) que são suficien-temente ilustrativos e de interesse para o capítulo seguinte onde os discu-tiremos no contexto de teorias tridimensionais. Omidiscu-tiremos também, nesse ponto, os cálculos perturbativos das funções-,B do grupo de renormalização associadas a cada caso e necessários à compreensão da referida conexão, já que mais tarde (capítulo
2)
apresentaremos cálculos similares ao fazermos renormalização utilizando o método do campo de fundo, tornando-os assim mais transparentes.. !
1.3.1-0 MODELO SIGMA-NÃO LINEAR E A TEORIA DE CORDAS FECHADAS
(1;\) O Modelo Bosõnico
Como já vimos a ação de um modelo sigma não-linear bosôllÍco bidimen-sienal é dada por (1.1), isto é
1
J
..
S[.p]
=
2
dXgij(.p(1;» 8"q,'8"qY. i = 1, ... , N (1.12))
"
11
)
, )
セI@
Esta ação apresenta algumas simetrias (clássicas) tais como invariància por reparametrização, isometrias da métrica, invariància de escala rígida e invariància conforme local. VaIl?0s falar um pouco sobre estas duas últimas.
":1
",
I '
,
,
,
Sejam
X
-+x
1P =ax
Pq,(x) -q,'(x')
=q,(x)
(U3a)
(1.13b)
I
'I
"a"
é um parãmetro constante e a simetria chamada de invariància de escala rígida.Redefinindo as coordenadas do espaçotempo por
x:!: = ,j2(xO1
±
xl) (Coordenadas do conedeIuz)1
a invariància de escala rígida se torna um subconjunto da simetria local
x:!: > x':!: (x ±) chamada pseudoconforme. Quando efetuamos a rotação de
Wick da teoria obtendo um espaço Euclideano D = 2, as coordenadas do
conedeluz, x:!:, passam a ser variáveis complexas z,
z
e o grupo conforme,O grupo das transformações analíticas (antianalíticas) de coordenadas.
Em geral, estas simetrias do espaçotempo são quebradas por correções
quàntíca.s. Em particular renorma!i,;ações da constante de acoplamento
que-bram a invariância de escala
(/3
f
O). Fazendo-se cálculos perturbativos encontrarse /3ij セ J1.Z",gt},
relacionada à renormalização da métricag,j,
dada port [6J./3ij(q,)
= -
t:
R;j(q,)
-
!7r:R;klm R/Im
+
0(16)
(1.14)
,
t
r
aparecendo em (1.14) é urna consta.nte de acoplamento introduzida pa.ra fins decálculo perturbativo. Mais tarde a índentificar-emos com (!hra'), sendo (a')-l & tensão
12
,
, >セ@
1 }
セ@
') .)
l
•
.
"
1
·1 .1
I
(b) O Modelo Bosônico com Termo de WessZumino
Um outro importante modelo pode ser obtido quando adicionamos à.
ação (1.1) um termo de interação, consistente com as invariâncias por repa-rametrizações e escalas rígidas, chamado "termo de Wess-Zumino":
Swz = !J,pXEI'"Bij(<I»8I'<I>i8v<l>i
2 '
(1.15)
com
EOl "" _ElO""
+1
Eoo=ell=O
O objeto Bi;(<1» é um tensor de segunda ordem ou bi-forma. Para se
enteuder o seu significado geométrico escrevemos a ação S = S"
+
Sw z emcoordenadas do cone-de-luz
s""
J dx+ dx- [9ij(<I» - Bi;(if»] 8+<I>i8_if>Í (1.16)As equações de Euler-Lagrange dessa teoria são
8+8_if>i
+
{イセNH\iᄏ@+
H).(<I»]
8+<I>i 8_<1>" =,-.. . " . . . .
=
D+ IL<I>' = D_ 8+<1>' "" O (1.17)onde イセォH if» é o símbolo de Christoffel usual e
H·'.("') l] li"
=-
2 1 (B' lJ, k+
B·.. Jt;;,t .+
B.' .t3 ,)(1.18)
HdKIセ@
]XKセ@
+
Hイセォ@
+
Hj.)
Ihif>Í = 8+óí+
イセェN@
8+if>ÍHd⦅Iセ@ ]X⦅セ@
+
Hイセォ@-
H)k)
8_if>Í = 8_<51+
ヲセェN@ tLif>ÍVemos, portanto, que
Df;
contêm as conexões afim_.
.
.
• • 1
",
.,
13Podemos dizer então que, geometricamente, o rotacional da biforma de )
) WessZumino dá a torção sobre a variedade, Hijk, que é um tensor
total-mente antisimétrico.
) A função
Ih;
para esse modelo é [19]:セャ@
')
1
2 セ@r
': \ (3ij(cf» = - 21r Ri; (q,) - 6,,2 RmkU(q,) Rpl)m(q,)
+
0(f6) (1.20)\•
\ onde
セ|@
R,,"
=R""
H"p"Hv/W)
(c) Teoria de Cordas Bosônicas Fechadas
Consideremos agora uma teoria de cordas bosônicas fechadas em sua for-mulação primeiroquantizada. A construção dessa teoria é feita tomando um espaçotempo Ddimensional
M
com coordenadasX"(p.
= O,l, ... ,D 1) e métrica 9p.v(X). A posição de uma corda em M é dada por uma curva) X"(O') parametrizada por 0'. Esta corda quando se propaga varre
urna su-perfície bidimensional, a "folhamundo", X"(O', T)
==
X"({), parametrizada por O' e T (ou {a, a = O, 1;çO
= T,e
= 17).É
natural então, definir a seguinte ação para essa teoria:s
=4;a
lJ
d2{ ..n-r.bgpv aaX"abXv (1.21 )onde -r_b({) é a métrica da folhamundo e ai é um parâmetro dimensional relacionado com a tensão da corda, chamado declividade de Regge. A ação (1.21) pode ser interpretada como uma teoria de campos bidimensional com campos escalares X"(Ç) tomando valores sobre a variedade M, ou seja, um modelo sigma. nãolinear com espaçoalvo M.
14
,
': }
)
,.. )
"
,
,,
-1
"
;
, ,
I
,I
\
"
)
"
.
,Um passo além pode ser dado nesse ponto observando que (1.21) é invariante sob transformações gerais de coordenadas (invariância por repa-rametrizações)
Ç" -; {'a({)
, ,
7ab{O -+ 7a.(1; ) = ôCa ôE".7.d(O ô{C ôf!
(1.22)
e de Weyl local sobre a folha-mundo
7ab(E,) -+ eÀW 7••
{O
(1.23)onde .x{ç) é uma função arbi trária local. Assim, com a liberdade por
re-paremetrizações na folha-mundo oferecida pelo modelo, pode-se escolher um gauge no qual a métrica 7 •• seja chata e portanto (omitiremos detalhes) M=M2xLsendo
M2 -+ espaço de Minkowski bidimensional com coordenadas X*,
L -+ espaço curvo com coordenadas Xi (i = 1,2, .. ,,24).
Finalmente, é possível então, encontrar a seguinte ação no gauge de cone-de-luz:
1
J
"
SLC = 41!'a' dll dr9ij(X) Ô+X'Ô_X3 (1.24)
que descreve um modelo sigma não-linear cujo espaço-alvo é O espaço
"trans-verso L" com métrica definida positiva 9ij. Essa ação é agora manifestamente
invariante sob o grupo de Lorentz 80(24) que gera as rotações entre os 24
X"s. Entretanto, o grupo completo SO(25, 1), pode ainda ser construído e a álgebra se fecha.
Fazendo expansão em modos obtém-se que o espectro dessa. teoria de cordas contém uma torre infinita de estados massivos e um setor de massa
zero. Este último, consistindo de grávitons sem massa 9ij (X) (tensor de
2J!. ordem simétrico), campo de gauge B,j(X) (tensor de 2J!. ordem anti·
simétrico) e um campo escalar chamado dílatou.
15
,,
\
)
(d) Cordas Bosônicas em Campos de Fundo '1
") A descrição de uma única corda se propagando em campos de fundo
"
(variedade do espaçotempo e os campos de matéria) é feita supondo que
,
, os campos tenham valores esperados no vácuo dados por g"v(X), B",,(X),'. ) <I>(X) e C(X) (para o táquion), A ação (1.24) é então modificada para:
5 = 4:af
J
cl2
t;
..n
[1'obg"v(X) 8.X"8hX"+
,"h Bp,,(X) 8.X"8óX"
)
+<I>(X) Rb)
+
C(X)] (1.25))
,oh é o tensor de LéviCi vi ta e Rb) é a curvatura escalar relacionada à métrica 1'oh. O termo Sdil = 1/47ra'
J
d2f.
vFf
1>(X) rHセIL@ introduzido porFradkin e Tseytlin [20], embora não seja invariante de Weyl, garante a , renormalizabilidade da teoria. E interessante agora, por questão de
sim-plicidade, considerar como campos de fundo apenas O campo gravitacional
g",,(X) e o campo tensorial anti-simétrico Bp,,(X); com isso a ação (1.25),
escrita num "gauge conforme" (goh = ・セ@ .5•• ), fica
5gB =
2:'"
J
d2 t; [g",,(X) - B,,,,(X)] ihX"8_X" (1.26)que como podemos observar, com as devidas modificações na notação, é equivalente a ação (1.16) de um modelo sigma não-linear com termo de 'Vess-Zumino.
Voltemos agora a um ponto importante: sabe,se
[7]
que ao quantizara teoria, a liberdade de reparametrizações permite a fixação de um gauge
ia. = ・セ@ Ii.b, chamado gauge conforme. Sabe-se também que no caso em
consideração a invariância de Weyl faz com que o modo conforme >'(1',) se
desacople clássica e quanticamente somente em D = 26. A questão que surge
agora é a de se saber quando o modo conforme desacopla-se quanticamente
)
)
16
)
" na presença de campos de fundo, A resposta é que isso ocorrerá (21] se e
somente se a simetria de Wey! for mantida no nível quântico. Porém, como
,:j
sabemos, o grupo de Weyl tem como subgrupo a invariância de escala
'J
'),
l'ab(O a')'ab({)
)
Esse grupo, como já dissemos antes, é quebrado pelas funções,8 do grupo de renormalização, Então, uma condição necessária para que se ter a pro-pagação consistente de cordas em campos de fundo é que as funções,13 do
1
modelo sigma se anulem [8J. Isso nos permite, então, encontrar ações efetivas e conseqüentemente física a baixas energias. Olhemos os seguintes exemplos:
(i) Tomemos o caso mais simples: 9pu descrevendo uma variedade curva
sem torção (B"v = O). Nesse caso observamos que, em ordem de um
Ioop (ver (1.14)), a condição para o anulamento de,8 é Rp.v = O.
Pois bem, sabemos que ao considerarmos a gravitação de Einstem em 26 dimensões, a ação da teoria é
S!i_n
=
J
d?6
x ,;9R(x) (1.27)cujas equações clássicas de movimento são:
, i 1
Rp.u
2'
gp.uR = Ona ausência de matéria Rp.v
=
O.Vemos entào, que nessa ordem, a condiçào para o anulamento da função-,8 é, claramente, a equação clássica de movimento para o campo que descreve o modo do gráviton da corda. Esse resultado, colocado de outra forma, diz que a baixas energias, a gravitação de Einstein descreve a corda, fato esse já
conhecido de outros cálculos (amplitudes de cordas). Se formos agora para
セ@ )!
I
セL@
"
, )1I
17
"
)j
I. ordens superiores em loops (ver novamente (1.14)) no modelo sigma
perce-I (1!
i beremos que a condição de anulamento de
fJ
possuí correções em potênciasセIゥ@
, de
cr'
(2?ra' +-+ j2). Dessa. maneira se deduz que a ação de baixas energias,'J
S',;_
H' recebe também correções em (a') da forma:)
I
'.' )
D/
J
d26x..;g
R""paR'wpu (1.28)implicando correções às equações de Einsteiu.
: ')
! ') (ii) Quando a variedade admite torção (B""
i'
O) temos uma teoria deEinstein-Cartan, cuja ação é:
.,
S" =
J
d26X f;;g (R
!
H H""p) (1.29)E_JI V Y 3 j1Vp
Também nesse caso a condição de anulamento para a funçãofJ (em
. " ordem de um loop)
R,,"
= Oé equivalente às equações de movimento obtidasde (1.29).
(íii) No caso em q'ue a ação é dada por (1.25) (sem o termo C(X»), Callan
et ai.
[8]
uS(L1!do teoria de perturbação de campo de fundo encontraram03 seguintes resultados:
OSセカ@
= Rp.v セhOGB
H",;" 'i7p 'i7v'"+
OCa')
B 1 À 1 À ,
/3""
=2'
'i7 HÀ'fV+
2'
'i7 iflHÀJtv+
OCa
)
/3""
= -R+ 112H2
+
2'i72if!+
('i7...)2+
O(e,')18
·'
)
')
)
)
)
J
.').;
,
)
.
) "
, "J
) '.
J
,)
" , ) , )
)
,)
)
!
. セ@
A ação efetiva., da qual as equações podem ser obtidas são
sfr-
hada =J
d
D x Viiei/>
[R
-
112H'
-
(V.;p)' 2V2 .;p]= -
J
dDa; Viiei/> f3i/>onde D é a dimensão do espaçotempo.
Esses exemplos noS dão uma ótima ilustração de como o procedimento apresentado pode ser útil na obtenção de ações efetivas de teorias de campos para. modos de cordas. O estudo das soluções das equações advindas daí podem levar a resultados interessantes em programas de compatificações de cordas [22].
1.3.20 MODELO SIGMA NA OLINEAR
SUPERSIMÉTRICO (1,1)
A ação (1.1) pode ser estendida para se incluir férmions (espinores) em
sua descrição. Em duas dimensões (1
+
1), podese provar a existência deespinores de Weyl, Majorana e MajoranaWeyl. Ademais, nessa dimensão, a representação espinorial irredutível tem uma componente (representa um espinor de MajoranaWeyl) e os "boosts" de Lorentz que agem da seguinte forma
â±<pi + e±p(x) â±<pi
(1.30)
GᅪGセ@ t e±iP(x)
IÍ'±
onde LーセL@
,p'..
representam espinores das duas qulralidades distintas .Uma maneira de se fazer a extensão supersimétríca é tomar N campos
esculares <pi ( a;), 2N campos espinoriais HLーセL@
,p'..
l,
constmir um supercampo e19
,
, "
,
)
I
,
"
")
"'
.I
,
•",
))
")
.)
em seguida, a existência de uma única carga supersimétrica de cada
quirall-dade, Q:l:, tal que
Q
2 P .â
'8+ = + = -,âx+
== -,
+Q:'
==
p_
=-ia
â
x-
==
-i8_
{Q+, Q_}
==
O (1.31)Estas cargas podem ser realizadas por operadores diferenciais agindo
sobre o superespaço consistindo de coordenadas x:l: e e:l: (variáveis de
Grass-mann), isto é,
Q:l:
==
iXセGヲ@
- B'f8:l: (1.32)Um supercampo escalar (de Lorentz) real, pode ser escrito como:
iI>(x:l:,e:l:l
=
<p(x)+
il1_1/J+(X) +iO+1/J_(x) +iO+B_F(x) (1.33)o
supermultipleto é formado por <p, 1/J+ e1/J-,
sendo F(x) um campoescalar auxiliar que pode ser eliminado já que não possui dinâmica, isto
é, satisfaz uma equação de movimento algébrica. A ação para o modelo
sigma não-linear supersimétrico é então obtida, tomando no superespaço
uma medida dx+ dx- dB+de_, N supercampos q;(x, e) e um operador
covari-antemente supersimétrieo
- 8
D:l: ;: i
ae'f
+
f)'f8:l: (1.34)satisfazendo as relações {D:l:, Q:J:}
==
O.Dessa forma temos:
1
Zセ@ 20
")
) Essa ação descreve o modelo conhecido como modelo sigma nãolinear ") supersimétrico (1,1) já que possui uma supercarga de cada quiralidade
t.
I
(,
Para se escrever (1.35) em termos do campos componentes devemos plesmente inserir a expansão dos supercampos, realizar as integrações Ih esim-'; eliminar os campos auxiliares pi(x) através de suas equações de movimento,
1 assim encontramos
I
sセBᄏ@
=J
dx+ dx- [9ii(<p) â+q,iô_,pi+
i..p+D_..p++
ィOjセdKNNーセ
+
)
)
Kセ
R.bcd(</> ),p+ ,pt..p:Lーセ
1
(1.36)")
Aqui os espinores foram referidos ao espaço tangente com a ajuda dos "vielbein"
\
ea .(1))eaj(4>) = gij(q,)
)
.1.'
1f'± -_ eO , t .I,i 'f/±
Robcd
=
e i• ei b Rijcd=
tensor de curvaturaRijcd
=
8iWjcd - ÔjiN'ícd+
[W",Wj]cdwi·óé a conexão de spin dos sistemas, aparecendo também em
" ",
D±,p·
=
fh,p°+
W±.b..pb onde W±ab ;: wiabô±4>i'"
Este modelo possui também urna função (3ij(4» útil na correspondência
" • com supercordas, e é perturbativamente dada por [12]
\
(3ij(4»
1
2
=
-21f R'j[8«3) _
- 3(41f)4 T(;n(4» (1.37)
)
t Em D = 2 as. supercargas q+. Q_ de quiralidade positiva e negativa. definem uma.
supersimetria. (p,q) de acordo com HulI e Witten.
21
j
)
.
,
,) .
,
J
M'j
"
,
.,-,
}
)
"
.,
)
1
,
,
,
,
J
,
,)
)
onde R;j é o tensor de Ricci e Tij contém uma soma finita de produtos de
tensores de Riemann e derivadas covariantes atuando sobre os mesmos, que não explicitaremos aqui.
Podese mostrar que a teoria de supercordas fechadas (tipo II) é a re-levante nesse caso. Observando a expressão (1.37) dada acima notamos que não há contribuições das ordens de dois e três loops, isto significa que
estão ausentes na ação de Einstein correções de 0(0"2) e 0(0"3) embora
esteja presente 0(0"4) [23]. Novamente esses resultados se apresentam como
importantes para o estudo de compatificações [24].
1.3.3-0 MODELO SIGMA NAO-LINEAR SOBRE UMA VARIEDADE DE KÃHLER
Vamos apresentar agora uma breve discussão do modelo sigma não-linear supersimétrico (2,2).
Sob certas condições, o modelo sigma supersimétrico
N
=
1 pode serestendido e se tornar um modelo
N
=
2. Zumino [25] provou que existiráum novo par de supersimetrias se e somente se o modelo (1,1) for definido sobre uma variedade de Kiihler. Para melhor entender isso, é útil fazer uma breve revisão da geometria de variedades complexas e geometria de Kãhler.
Uma variedade complexa n-dimensional pode sempre ser olhada como
urna variedade de Riemaon real com coordenadas
q,A,
A percorrendo os níndices holomórficos, í
=
1,2, ... , n e os n índices anti-holomórficos セ@=
-i ';
1,2, ... ,n. Temos também'" =
q,'.
Um vetor VA possui, portanto, 2n componentes V;, Vi; e todas as
defini-ções da geometria Riemanniana tais como conexão, curvatura, etc. ainda são
"
22
existe um elemento de linha real tomando a forma
, "
) ds2 = 9ABdif>Adif>B com
9AB
=
9BA (1.38))
,
! A realidade é assegurada pelas condições 1
) 9ij =
ih)
e 9iJ=9ji (1.39)1
) Fazendose agora uma restrição sobre a a variedade complexa do tipo
)
9ij = {lij
=
O, o elemento ds2 toma a forma Hermitiana ds2 = 29;Jdif>i d4>ie nós dizemos que a variedade é Hermitiana. Uma restrição adicional pode
) ser feita impondo à métl'ica as seguintes condições
!
fh9il(<!>' <1»
=
l)i9ki(<!>' 4» (1.40a)I)k9;;(<I>, <1»
=
I)J9i7;(<!>' <1» (1.40b)chamadas de condições de I<ãhler. Nesse caso dizemos ter uma variedade de Kâhler. Nessa geometria ocorrem importantes simplificações. Damos abaixo alguns exemplos:
(i)
イセ」@
tem todas as componentes nulas exceto aquelas da formar
セ
k .(ii)
o
tensor de curvatura RABCD é tal que:Rikji
=
8j 8i 9ik 9mii8j9ai8i9mk (1.41 )chamado de curvatura de Kãhler, que tem como únicas componentes nãonulas Ri lkl' Ri}kl' Rijk! e Rijk
(iii) As identidades cíclicas e de Bianchi se reduzem a
(1.42a)
Ri;k!
=
RkJiI(1.42h)
Ri lkl = Ri/k}
DmR;Jkl
=
DiRmlkl (1.43a)DmR(jki = DI Rimkl (1.43b)
23
.
,
"
)
.-)
"
,,..
,
,:)
,
)
(,'I)) Um "tensor de Kãhler", é um tensor simétrico Hermitiano tal que Tij =
Tr; = O, satisfazendo
8,T
kI'
o,T'-k'OkT;"j
= ッイZtNセ@ N i ) = J J (1.44). -j
Esse tensor define uma biforma T = T,-;d</>' li d</> e é localmente
de-rivável de um potencial escalar S, isto é, T(i = 8,ojS(</>, </»
('1)) O tensor de Ricci é um tensor de Kãhler, ou seja,
Rij
=
Ri] = O eRi}
=/k R
ikJ/ =0;0,
ln(9mn) (1.45)A conexão entre geometria de Kiihler c supersimetria foi então estudada por Zumino que encontrou a seguinte Lagrangeana no superespaço para o
modelo sigma nãolinear supersimétrico em
N
=
2c
=J
d28d2 (j J(q;iq;i) (1.46)onde J( é o chamado potencial de Kiihler,
Decompondose
w,
expandindose J(q;iq;i) e elirrtinando os camposauxiliares, obtémse (1.46) em termos de campos componentes; deixaremos para apresentáIa mais tarde numa forma conveniente ao problema tratado, Modelos descritos por (1.46)
têm surgido em acoplamentos com super-gravitação
N
= 1,2 [26,27]24
)
1.4TEORIAS DE (SUPER)MEMBRANAS
)
Nos últimos três anos uma extensiva discussão tem se realizado no
sen-セI@
tido de se obter teorias de objetos estendidos, consistentes com a Mecânica
r')
Quântica, e que, além do mais, generalizem a teoria de cordas, ou que pelo
,1
menos desempenhe um papel importante na. aplicação de tais teorias para
a física de partículas, usando por exemplo, a supercorda tipo II [7) como )
um multipleto de grávitons e a (super )membrana como o setor de matéria
)
[28J.
Porém o atrativo maior para se estudar esses objetos estendidos foi\
a descoberta [29,30J de se poder formular uma teoria supersimétrica de
membranas (2-br/lllas) que as descrevesse quando se propagando em uma.
supergravitação de fundo ll-dimensional. Em outras palavras, descobriu-se que a ação de Green-Schwarz para a supercorda lO-dimensional podia ser
generalizada de tal forma a incluir a supergravitação em onze dimensões.
1.4.1-MEMBRANAS DE DlRAC, HOWE-TUCKER E SUPERSIMETRIZAÇÃO
Historicamente, foi Dirac [31J em 1962, o primeiro a propor uma
teo-ria envolvendo objetos estendidos. A idéia era considerar os elétrons como
tais objetos e se ter uma teoria capaz de descrevê-los. Dirac propôs, então, uma ação de uma membrana relativística, isto é, uma ação para uma su-perfície bidimensional movendo-se no tempo. Contudo, nessa descrição, o spin intrínsico do elétron estendido não foi considerado, e a dinâmica era por-tanto, a de uma membrana bosônica obtida minimizando o volume-mundo varrido por ela
In = -
J
d3t; Vdet(&,X"ÔjXv'1J<v) (1.47)25
j
"
,
)
) " J
,
)
,)
" ,
)
j
J
,
)
(r parametriza a evolução temporal) e os campos xセ@ (p, = 0,1,2,3) dão a
Sua localização no espaçotempo de MinkowskL
A experiência adquirida com a teoria de cordas sugere a existência de
duas maneiras de se introduzir supersimetria em teorias de membranas:
qua.ndo a supersimetria é definida no espaçotempo mas não no
volume-mundo obtémse as chamadas "supermembranas", procedendose de outra
forma, isto é, introduzindo a supersimetria no volumemundo mas não no
espaçotempo obtémse as chamadas "membranas com spin" ("spinning
mernbrane"). É importante dizer que para partículas e cordas ambas as
extensões supersimétricas já foram realizadas e sabese, além disso, que sob
certas condições a "corda com spin" (spinning string) e a supercorda se
. tomam formulações equivalentes da mesma teoria. Essas construções e a possível equivalência no contexto de membranas mnda é uma questão em aberto.
A primeira tentativa de se construir uma membrana com spin foi feita
por Howe e Tucker
[32J.
Eles primeiramente reeSCreVeram a ação de Dirac(1.47) na forma:
[Hr = -
セ@
j
d3e
[v'
9 gij。ゥxセ@
ajXVt}セカ@
v'
91
ou
[Nr =
Mセ@
j
d3e
v'
g(tr(A) 1) (1.48)aqui gij é a métrica do volumemundo e aparece como campos auxiliares
(independentes) ,
9 = det(gii) e
A}
= gik 8kXP Xェxセ@ Gャセカ@ (1.49)A ação (1.48) é
26
:)
, セM .j
)
')
,)
"
)
セャ@
'y-)
)
)
"
l '
)
)
Ao fazerem a extensão supersimétrica, Howe e Thcker notaram que os campos da supergravitação apareciam satisfazendo certas equações de vínculo diferenciais, com gij deixando de ser uma variável auxiliar e
con-seqüentemente tornando (1.48) inequiva.lente a (1.47). Por outro lado, ao
liberarem os vínculos dos campos de supergravitação, a supersimetrização
requeria a inclusão de um termo cosmológico"; gR fazendo com que a parte
bosônica da ação se tornasse inequivalente a (1.47).
Oinsucesso acima relatado, levou muitos pesquisadores na área a
procu-rarem outros modelos de membranas com spin que fossem equlvalentes a Iv
após a eliminação dos campos auxiliares. Como exemplos, vale apenas citar
as ações propostas por Dolan-Tchre.kian
[33]
e Inami-Yahikozawa[34]
IDT =
Mセ
J
d3e
Fg [tr(A) -セ@
tr(A2 )+
セHエイHaᄏR}@
(1.50)hy
""
J
é{ Fg(tr(A))3 /2 (1.51)Modelos descritos por (1.50) e (1.51) admitem soluções da equação de
gij que conduzem a Iv.
Em resumo pode-se estabelecer a seguinte definição: Urna ação é dita
ser uma ação de membranas com spin ("spinning membranes") se:
(i) possuir uma supersímetria local no volume-mundo realizada linearmen-te.
e
ii) após a eliminação de todos os campos auxiliares e fazendo os férIDÍonsirem a zero se reduzir a I D.
Utilizando-se destes critérios Bergshoeff et alo [35J provaram que a
su-persimetrização de qualquer ação bosôniCa equivalente a ID implica. na
exis-tência de uma supersimetrização de I HT e que, apenas com o cálculo
tenso-rial usual em três dimensões, esta ação (IHT) não admite uma extensão do
,
" .27
')
f") cosmológico que não pernúte a supersimetrização no sentido da definição
t-") , dada,
_""') Apesar dos resultados acima, agora com "status" de "teorema nogo"
<,
[35], Lindstrom e Rodík [36] conseguiram construir uma "membrana comspin" supersimetrizando a ação conformalmente invariante (1.51). Entre-\ ') tanto, devese ressaltar que estas transformações são
terrivelmente compli-cadas e fora do formalismo do cálculo tensorial usual.
セG@
1
"
,,
,
1.4.2(SUPER) PBRANAS
As ações (1.47), (1.48) podem ser generalizadas para objetos estendidos ddimensionais: 1 tempo e p = (dl) dimensões espacials movendose em um
\
espaçotempo com 1 tempo e (D - 1) dimensões espacials que por enquanto consideraremos como de Minkowski de métrica '11'1" diag(,
+, ... , +).
Esses objetos são agora chamados de "pbranas" ou simplesmente "membranas" e varrem um volumemundo com coordenadasçi
(i
= 1, ... , d).A ação I D tornase
IDNG = -T
J
ddç /
det(8iXI'8jX1'1/1''')
(1.52)A constante T, introduzida aqui, caracteriza a tensão da pbrana e deixa
IDNG adirnensional. Em d = 3 obtemos a ação de uma membrana, e, em
d = 2, a ação de NambuGoto para uma corda.
A ação de HoweTucker (1.48) agora para pbranas tem a forma:
ihtp]Mセt
J
ddE, [hgii8iX"8jX"'11'v-(d-2)Rl (1.53)28
",,
campos X", Assim tcmos:
')
"
r")
セfy
gi; gkl (JkX" (JIX"'fi,,"
-
J
2 "1
,
,
, tomandose o traço, obtémse (d#
O)9 (Jk X " (JIXv gik gil =
1 "
= -(d-2)J gg" (1.54)
2
gkl &kX" alxv GヲiセB@ = d
=>
gi; = &iX" ajX" 'fIP" == métrica induzida sobre o Vl)lume mundo (1.55)
, :)
também
ai(
J
9 gij ajX" 7Jl'") = O (1.56)Quando d = 2, o termo cosmológico desaparece, e (1.53) possui uma simetria conforme fundamental em teorias de cordas mas ainda não satisfa-toriamente entendida em teorias de membranas,
Para finalizar, devemos dizer que se pode substituir 'IpI' por G",,(X),
introduzir além disso, um tensor antisimétrico bセカ ...p(X) de ordem d,
aco-.. 1 pIandose via termo de WessZumino e assim generalizar (1.53) para:
. '
1 [ "
I =
-'j?
J
ddç
J
9g" aiX" ajXV Gpv(X) - (d 2)FY+
+
.!
d! ,i,i,... &. X'" a· Xl" .. ,a· X"d B (X)] (1.57)ç t} iセ@ td J1.1fJ..···Pd
que permite uma passagem mais direta para supermembranas [30J,
29
. )
" de NeveuRamonSchwarz e as supercordas de GreenSchwarz e também a
" ) possibilidade de supermembranas D = 11 vir a ser uma teoria que abrigue a
.,
gravitação quãntica. Porém, existem no nosso entender, duas outras questões cruciais a se resolver. Uma delas se refere a falta de uma malhor compreensão ()"
• do que é, e, qual é, o papel de uma invariãncia conforme sobre o
volume-\ Lセ@ 1 mundo (d
>
3, o grupo conforme é de dimensão finita) e até que pontoé lícito usar tal invariância para se obter, por exemplo, dimensões críticas
.
,
e físicas de baixas energias. O outro, é o problema relativo à suanão-renormalizabilidade. Este último será objeto de nosso estudo no capítulo
\
) seguinte onde apresentaremos cálculos perturbativos realizados em modelos
sigma não-lineares tridimensionais.