ASPERGILOSE INVASIVA DO SEIO ESFENOIDAL
E PARALISIA DO SEXTO NERVO
MARIA INÊS DE VILHENA LANA-PEIXOTO * — MARCO AURÉLIO LANA-PEIXOTO *
RESUMO — A aspergilose do seio esfenoidal é doença rara e pode se apresentar sob diferentes formas clínicas devido a envolvimento de. diversas estruturas anatomicamente 'adjacentes ao seio esfenoidal. R e l a t a m o s o caso de uma paciente com 74 anos de idade, diabética, com paralisia do s e x t o nervo esquerdo secundária a aspergilose do s e i o esfenoidal. Não havia história de cefaléia ou de queixas s u g e s t i v a s de alergia respiratória. A tomo-grafia computadorizada revelou lesão etmoídeo-esfenoidal à esquerda, com presença de ima-gem cálcica em seu interior e destruição óssea. A paciente foi submetida a cirurgia com retirada de material necrótico e debridamento da lesão, seguida de tratamento com anfote-ricina B e 5-fluorocitosina. E x a m e histológico revelou a presença de h i f a s s u g e s t i v a s de
Aspergilius sp. Após três m e s e s de tratamento a paciente apresentou recuperação total da
paresia do nervo abducente. O diagnóstico clínico pré-operatório d e aspergilose do seio esfenoidal é difícil. N o entanto, a presença de imagem cálcica ou de densidade metálica à radiografia simples de crânio ou à tomografia computadorizada sugere fortemente o d i a g n ó s -tico. O exame hihstológico revela a presença de h i f a s dicotomatosas em 45,0 típicas do
Aspergilius. O tratamento inclui excisão e debridamento da lesão s e g u i d a do u s o de
anfo-tericina B associada a 5-fluorocitosina ou rifampicina.
PALAVRAS CHAVE: aspergilose, seio esfenoidal, VI nervo craniano.
Invasive aspergillosis of t h e sphenoid sinus manifested as a n isolated s i x t h nerve palsy. SUMMARY — A case of aspergillosis of the sphenoid sinus manifested as an isolated s i x t h nerve palsy occurred in a 74-year old diabetic w o m a n w h o had no complaints of headache or s y m p t o m s s u g g e s t i v e of sinusitis. A CT scan demonstrated a large mass occupying the sphenoid and ethmoid sinuses e x t e n d i n g posteriorly to the clivus. There w a s a calcific density within the opacified sinus and bony erosion of the sphenoid w a l l s and the sella turcica. The patient underwent a sublabial transseptal sphenoidotomy w i t h removal of necrotic material and debridment of the surrounding tissue. Histologic examination revealed granulation tissue w i t h chronic inflammatory cells and abundant dichotomously branching hyphae. Postoperatively t h e patient w a s g i v e n amphotericin B and 5-fluorocytosine. Three months later the s i x t h nerve palsy had completely cleared and the patient had no other complaint. Sphenoid s i n u s aspergillosis is a rare disease and m a y have variable clinical manifestations according to involvement of different structures located closely t o the sinus. Our patient developed an isolated s i x t h nerve p a l s y w h i c h w a s at onset considered to be caused b y diabetes. Computerized tomography scans disclosed abnormalities strongly indi-cative of invasive aspergillosis. I t illustrates the need of appropriate work-up in cases of an isolated s i x t h nerve palsy even in patients w i t h diabetes or other risk factors.
K E Y W O R D S : aspergillosis, sphenoid sinus, VI cranial nerve.
A
aspergilose, causada por uma ou mais espécies de Aspergillus é afecção
incomum, afetando principalmente os brônquios, pulmões e o canal auditivo externo
mas, ocasionalmente, pode envolver a pele, unhas, seios paranasais, órbita e meninges.
A
aspergilose dos seios paranasais até recentemente era considerada doença rara,
mas seu diagnóstico tem aumentado provavelmente devido ao melhor reconhecimento
* Professor Adjunto de Neurologia, Faculdade de Medicina, Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG).
da entidade pelos médicos, à idade mais avançada da população e ao aumento do
número de pacientes imunodeprimidos
10,24,31.Embora rara, a aspergilose é a infecção
fúngica mais comum dos seios paranasais. O envolvimento do seio esfenoidal carrega
prognóstico pior, enquanto o do seio maxilar é mais b e n i g n o ^ . A aspergilose do
seio esfenoidal tem sido descrita associada a trombose do seio carótido-cavernoso
2 3,
a oftalmoplegia dolorosa com paralisia do nervo oculomotor 2,14
esimulando tumor
hipof isário
5.
Relatamos aqui um caso de paralisia isolada do nervo abducente esquerdo como
forma de apresentação da aspergilose invasiva do sistem nervoso central, em
paci-ente diabética, a partir de infecção do seio esfenoidal, enfatizando a necessidade de
propedêutica adequada mesmo em casos de paralisias oculomotoras isoladas em
paci-entes com outros fatores de risco.
O B S E R V A Ç Ã O
HLiR, p a c i e n t e d o s e x o f e m i n i n o , flaiodérmica, c o m 74 a n o s d e i d a d e , v e i o r e f e r i d a ao n o s s o D e p a r t a m e n t o c o m q u e i x a d e d i p l o p i a h o r i z o n t a l d e t r ê s m e s e s d e d u r a ç ã o atribuída a d i a b e t e s . H a v i a h i s t ó r i a d e d i a b e t e s m e l l i t u s , n ã o i n s u l i n a - d e p e n d e n t e h á 8 a n o s . A p a c i e n t e n ã o r e f e r i a a c e f a l é i a o u q u e i x a s s u g e s t i v a s d e s i n u s i t e o u d e a l e r g i a respiratória. O e x a m e n e u r o l ó g i c o r e v e l o u e s t r a b i s m o c o n v e r g e n t e c o m p a r a l i s i a d o m ú s c u l o r e t o lateral e s q u e r d o ( F i g . 1 ) . E x a m e d o s d e m a i s n e r v o s c r a n i a n o s n ã o d e m o n s t r o u o u t r a s a l t e r a ç õ e s .
H a v i a h i p o e s t e s i a e h i p o a l g e s i a e m l u v a s e m e i a s n o s 4 m e m b r o s , o s r e f l e x o s o s t e o t e n d í n e o s e s t a v a m d i m i n u í d o s d i s t a l m e n t e e h a v i a d i s m e t r i a d i s c r e t a b i l a t e r a l à p r o v a d e d o - n a r i z . A p r e s s ã o a r t e r i a l e r a 130/90 m m H g . O h e m o g r a m a n ã o r e v e l o u a l t e r a ç õ e s e ta v e l o c i d a d e de h e m o s s e d i m e n t a ç ã o foi 12mm n a 1* hora. A g l i c e m i a d e j e j u m foi 168mg% e n q u a n t o a s t a x a s d e c o l e s t e r o l , t r i g l i c é r i d e s , u r é i a e c r e a t i n i n a s e e n c o n t r a v a m e m n í v e i s n o r m a i s . S e r o -logiia p a r a l u e s foi n e g a t i v a . A t o m o g r a f i a c o m p u t a d o r i z a d a d e crânio m o s t r o u l e s ã o i s o d e n s a e t m o í d e o - e s f e n o i d a l e s q u e r d a c o m p r e s e n ç a d e i m a g e m c á l c i c a e m s e u i n t e r i o r e d e s t r u i ç ã o ó s s e a d o a s s o a l h o d o s e i o e s f e n o i d a l , d a b o r d a l a t e r a l e d o d o r s o d a s e l a túrcica, e s t e n d e n -d o - s e a o c l i v u s ( F i g . 2 ) . A p a c i e n t e foi s u b m e t i -d a a c i r u r g i a p o r v i a t r a n s e p t a l , c o m reti-r a d a d e m a t e reti-r i a l g e l a t i n o s o e s b reti-r a n q u i ç a d o e d e b reti-r i d a m e n t o d e t o d o o s e i o e s f e n o i d a l s o b v i s ã o m i c r o s c ó p i c a . E x a m e h i s t o l ó g i c o deste, m a t e r i a l r e v e l o u a b u n d a n t e t e c i d o necrótico
e m 4 59
, m o r f o l o g i c a m e n t e s u g e s t i v a s d e Aspergillus sp. j u n t o a d i s c r e t o i n f i l t r a d o i n f l a m a -t ó r i o focal c o m p r e d o m í n i o d e c é l u l a s m o n o n u e l e a r e s e á r e a s d e h e m o r r a g i a r e c e n -t e ( F i g . 3). A p a c i e n t e foi t r a t a d a c o m a n f o t e r i c i n a B e 5-fluorocitosina, a p r e s e n t a n d o a p ó s t r ê s m e s e s
C O M E N T Á R I O S
O Aspergillus é fungo da classe Ascomycetas de distribuição generalizada em
todo o mundo, isolado de várias fontes como o solo, folhas, material em
decompo-sição, poeira, grãos e mofos de alimento. Seus esporos penetram no sistema
respi-ratório do homem onde, sob condições especiais, o fungo pode tornar-se patogênico.
Embora o homem entre em contato com grande variedade de espécies de
Aspergillus, apenas 7 espécies são implicadas em infecções humanas. Aspergillus
fumigatus é responsável por cerca de 90% destas infecções 20, seguido por Aspergillus
flavus. O clima quente e úmido, com sua elevada tendência de ocasionar rinosinusite
alérgica, vasomotora e infecciosa, alterando a s condições fisiológicas das vias aéreas
superiores predispõe a infecção fúngica. Vários autores sugerem que o Aspergillus
torna-se patogênico apenas quando os seios paranasais se encontram relativamente
anaeróbicos
1»
2 1. Desvios do septo nasal e a presença de pólipos são também fatores
predisponentes à colonização dos seios paranasais pelo Aspergillus. A aspergilose dos
seios paranasais é ainda assim rara, exceto no Sudão onde a doença é endêmica
21,27.Os seios maxilares e etmoidais são mais comumente afetados enquanto o
envolvi-mento dos seios esfenoidais traz o risco de extensão da infecção ao sistema nervoso,
principalmente em pacientes diabéticos, debilitados ou imunodeprimidos. A infecção
dos seios paranasais pode ocorrer em quatro formas distintas — 1. Forma não-invasiva,
em geral no hospedeiro imunologicamente não comprometido, podendo envolver um
ou mais seios paranasais, não havendo acometimento da mucosa nem erosão óssea;
a cura é alcançada por remoção do conteúdo do seio infectado, incluindo a sua
mucosa, e restabelecimento da aeração
3,18,22.2. Forma invasiva, acometendo também
pessoas sadias, caracterizada por envolvimento da mucosa do seio e por destruição
óssea, podendo haver extensão da infecção para o interior da órbita e do crânio,
tornando difícil o diagnóstico diferencial com neoplasias
12,24,30;mesmo com
trata-mento agressivo, com debridatrata-mento cirúrgico da lesão e uso de drogas antimicóticas
sistêmicas, a taxa de mortalidade pode chegar a 75%
1 0. 3. Forma fulminante, ocorre
em imunodeprimidos com neutropenia, usualmente secundária ao uso de drogas
imu-nossupressoras para o tratamento de neoplasias; há formação de lesão crostosa
escura, não-dolorosa no septo nasal com rápida progressão da necrose atingindo os
tecidos adjacentes; em série de 1331 pacientes recebendo tratamento quimioterápico
para neoplasias hematológicas a aspergilose dos seios paranasais ocorreu em 20%
dos pacientes 28; a mortalidade é alta mesmo quando agentes antifúgicos e a
inter-venção cirúrgica são instituídos; quando há invasão orbitaria ou craniana o curso
é em geral fatal
io.28.4. Forma alérgica recorrente, assemelha-se à aspergilose
alér-gica broncopulmonar, com achados histológicos de eosinófilos mucinosos, cristais de
Charcot-Leyden, debris celulares e ocasionais hifas fúngicas; o tratamento inclui
corti-costeróides sistêmicos, antibióticos para controle das infecções secundárias e
trata-mento da alergia; o prognóstico é excelente, embora recorrências sejam c o m u n s
1 1» ^ .
O diagnóstico de infecção fúngica dos seios deve ser suspeitado quando uma
«sinusite» não responde a terapia com antibióticos ou irrigações, quando o processo
está confinado a um único seio ou quando há evidência de destruição óssea. O
diag-nóstico diferencial nestes pacientes inclui neoplasias, que devem ser afastadas por
biópsia 20. Quando o seio esfenoidal é acometido, o diagnóstico clínico é ainda mais
difícil em razão do possível envolvimento das várias estruturas anatômicas — nervos
óptico e abducente, dura-máter, hipófise, seio cavernoso, artéria carótida, artéria
esfe-nopalatina, nervo, gânglio e canal esfenopalatinos — intimamente ligadas a ele 8.
O mais comum dos sintomas é cefaleia, em geral de longa duração e de localização
variável, como retro-orbitária, frontal, parieto-occipital ou no vértex. Sintomas
con-vencionais de sinusite, em geral não são proeminentes 30. Envolvimento orbitario com
proptose unilateral, dor retro-orbitária ou temporal, diplopia e diminuição da acuidade
visual pode ocorrer simulando lesão primária da órbita ou massa intracraniana.
O Aspergillus frequentemente ocasiona arterite com resultante trombose, oclusão ou
aneurisma, especialmente das artérias carótida interna e cerebral média. Neste aspecto
ele se assemelha à mucormicose que tem acentuada predileção pela invasão de vasos ^ .
Casos de infarto hemorrágico intracerebral têm sido relatados, presumivelmente devido
a trombose ou ruptura de vasos envolvidos por angiite 9,26. Trombose do seio
caver-noso
23 eabscesso hipofisário
5,7,30têm sido relatados.
Stammberger e c o l .
2 4relataram em 59 casos de aspergilose dos seios paranasais a
presença de imagem cálcica, às vezes de densidade metálica, no centro da área
opaci-fiçada em 27 pacientes (45,8%). Estes autores afirmam que na ausência de história
clínica de corpo estranho, o aparecimento de imagem cálcica ou de densidade metálica
nos seios paranasais é altamente sugestiva de aspergilose. Recentemente Horton e
Osguthorpe n descreveram imagens de calcificação no interior do seio esfenoidal
opa-cificado à tomografia computadorizada em dois pacientes com aspergilose,
possibi-litando o diagnóstico pré-operatório. Imagem por ressonância magnética foi descrita
em um caso de aspergilose do seio esfenoidal com síndrome do seio c a v e r n o s o
6.
Os achados de área de baixa intensidade, representando a massa fúngica, em área
de alta intensidade em T
te T
2podem ser característicos 6.
Exames laboratoriais incluem testes de imunodifusão, cultura da cavidade nasal
e indentificação microscópica do fungo por biópsia da lesão. Os testes de
imunodi-fusão podem ser específicos para aspergiloma paranasal mas não são disponíveis em
todos os centros !6. Culturas da cavidade nasal não tem mostrado grande utilidade.
Apenas 58% dos pacientes com cultura positiva para Aspergillus, numa série de 1331
pacientes com cultura da cavidade nasal, apresentavam aspergilose dos seios
para-nasais, enquanto os outros 42% apresentavam sinusite por outras causas 28.
O exame histológico permanece como o meio mais fácil e eficiente para o
diagnóstico da aspergilose dos seios paranasais. A presença de pequenas hifas
septa-das dicomatosas com ramificações em 45° é diagnostica. Há necrose fibrinóide do
tecido colágeno adjacente e formação de pseudotubérculos semelhantes aos
encon-trados em reações de hipersensibilidade prolongada, infiltração de linfócitos e células
plasmáticas ao longo dos vasos sanguíneos nos tecidos adjacentes e o
desenvolvi-mento de arterite 23. Achados operatórios de granulações acinzentadas ou
marrom--escuras sugerem infecção por Aspergillus
12A aspergilose paranasal pode responder a tratamento cirúrgico conservador que
restabelece a aeração do seio envolvido 29. No entanto, em casos de aspergilose
inva-siva ou envolvimento de seio esfenoidal há indicação de cirurgia com remoção de todo
o material necrótico e debridamento do tecido adjacente em conjunção ao uso de
agentes antifúngicos. A combinação de anfotericina B e 5-fluorocitosina ou rifampicina
apresenta efeitos aditivos ou sinergísticos 30, embora algumas espécies de Aspergillus
possam ser resistentes a essas d r o g a s
4. Como o oxigênio em elevadas concentrações
é fungicida, o uso de oxigênio hiperbárico pode ser útil na complementação do
tratamento 25.
O presente relato tem interesse particular devido à ocorrência de paralisia
isolada do sexto nervo, inicialmente atribuída ao diabetes, ilustrando então a
impor-tância do uso dos métodos de imagem no diagnóstico diferencial das etiologias destas
paralisias, mesmo em casos em que fatores de risco bem conhecidos estejam presentes.
R E F E R Ê N C I A S
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