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Tratamento de 75 pacientes portadores de malária pelo P. falciparum, em Porto Velho (RO), com mefloquina.

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Academic year: 2017

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T R A T A M E N T O D E 75 P A C IE N T E S P O R T A D O R E S D E M A L Á R IA P E L O

P . F A L C I P A R U M , E M P O R T O V E L H O (R O ), C O M M E F L O Q U IN A .

Jo ã o Ba r b e r in o Sa n t o s e Alu íz io Prat a

F o i a v a l i a d a a r e s p o s t a t e r a p ê u t i c a e m 7 5 d o e n t e s c o m m a l á r i a p e l o P. falciparum, e m P o r t o V e l h o - R o n d ô n i a , t r a t a d o s c o m m e f l o q u i n a n a s d o s e s d e 1 2 5 0 , 1 0 0 0 e 7 5 0 m g . N ã o h o u v e d i f e r e n ç a s i g n i f i c a n t e n o s r e s u l t a d o s o b t i d o s n o s t r ê s g r u p o s . A t é o t e r c e i r o d i a d e t r a t a m e n t o , a f e b r e d e s a p a r e c e u e m 7 6 , 0 % d o s c a s o s . A p a r a s i t e m i a n e g a t i v o u - s e e m 6 8 , 0 % d o s p a c i e n t e s n o s 3 p r i m e i r o s d i a s a p ó s o i n i c i o d o t r a t a m e n t o , e m 2 4 , 0 % n o q u a r t o d i a e e m 5 , 3 % n o q u i n t o . H a v i a u m d o e n t e p o s i t i v o n o s e x t o d i a e o u t r o n o s é t i m o . N e n h u m p a c i e n t e a p r e s e n t o u t r o f o z o i t o n o p e r í o d o d e s e g u i m e n t o d e 7 a 2 8 d i a s . N ã o h o u v e m o d i f i c a ç õ e s d o q u a d r o h e m a t o l ó g i c o , e x c e t o p o r u m i n c r e m e n t o d a t a x a d e r e t i c u l ó c i t o s e m 7 6 , 0 % . A s a l t e r a ç õ e s b i o q u í m i c a s r e g i s t r a d a s n o s e g u i m e n t o d o s d o e n t e s c o n s t a r a m d e e l e v a ç ã o d a d e s i d r o g e n a s e l á t i c a ( 2 8 , 0 % ) e , d a f o s f a t a s e a l c a l i n a ( 4 1 , 3 % ) . A s r e a ç õ e s c o l a t e r a i s f o r a m d i s c r e t a s e i n f r e q ü e n t e s ; e m 7 2 , 0 % d o s t r a t a d o s n ã o s e c o n s t a t o u n e n h u m e f e i t o s e c u n d á r i o . N ã o s e v e r i f i c o u n e n h u m c a s o d e r e c i d i v a . A m e f l o q u i n a r e v e l o u - s e e f i c a z e b e m t o l e r a d a n o t r a t a m e n t o d a m a l á r i a n o E s t a d o d e R o n d ô n i a .

Palavras-chaves: Malária. Mefloquina. Tratamento.

A resistência medicamentosa dos p .rasitos do paludismo humano configura um sério obstáculo clí­ nico e um dos maiores entraves à erradicação e ao con­ trole da endemia em várias regiões dos trópicos. A questão continua crescente nas áreas endêmicas, zo­ nas rurais, onde a facilidade do P . f a l c i p a r u m superar os efeitos tóxicos das drogas destinadas a bloquear o seu desenvolvimento, alia-se à carência de médicos e à pobreza que induzem ao uso indiscriminado e arbitrá­ rio dos medicamentos.

A mefloquina, DI^erythro-2,8-bis (trifluorome thyl-a-(2-piperidyl)-4-quinolinemethanol hydrochlo- ridrato, é um antimalárico sintetizado pelo Instituto W alter Reed que tem obtido sucesso no tratamento da doença em várias partes do mundo, inclusive onde o plasmódio é plurirresistente às drogas de uso corrente.

O presente trabalho representa o primeiro teste terapêutico com a droga no Estado de Rondônia, si­ tuado na Amazônia Ocidental brasileira, considerada região malarígena hiperendêmica e, também, caracte­ rizada como área de P . f a l c i p a r u m cloroquino-resis- tente, cujos resultados preliminares já haviam sido apresentados anteriormente14.

M A TERIA L E M ÉTODOS

O tratamento com a mefloquina foi realizado em 1980 no Hospital Geral do 5.° Batalhão de Engenharia

Núcleo de Medicina Tropical e Nutrição da Universidade de Brasília

70910 - Brasília-DF

R e c e b i d o p a r a p u b l i c a ç ã o e m 8 / 7 / 8 8 .

de Construção, do Exército, localizado em Porto Velho (Rondônia).

Tratamos 90 pacientes do sexo masculino, com a idade de 13 a 55 anos. Todos tinham parasitemia inicial entre 4.000 e 80.000 trofozoítos de P . f a l c i p a ­

r u m por mm3 e, não haviam recebido nenhum antimalá­

rico nos 30 dias anteriores à consulta. Não foram tratados pacientes com malária grave, com parasite­ mia acima de 80.000 parasitos por mm^ de sangue,

febre a mais de 10 dias, temperatura axilar acima de

40°C, presença de distúrbios neurológicos, icterícia, hemoglobinuria, desidratação severa, choque cardio­ vascular, sinais de díástase hemorrágica, vômitos incoercíveis, viciados em drogas, alcoólatras ou com outras doenças associadas.

Os pacientes foram hospitalizados durante oito dias, obedecendo a seguinte rotina: no tratamento, realizava-se a anamnese e o exame físico compreen­ dendo avaliação do estado geral, pulso radial e freqüência respiratória; fazia-se a palpação do fígado, do baço e dos linfonodos e a ausculta dos pulmões e do coração. A seguir, colhia-se sangue por punção digital, para a gota espessa, corada pelo Giemsa, para conta­ gem de parasitos por mm3 de sangue.

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S a n t o s J B , P r a t a A . T r a t a m e n t o d e 7 5 p a c i e n t e s p o r t a d o r e s d e m a l á r i a p e l o P . f a l c i p a r u m e m P o r t o V e l h o ( R O ) c o m m e f l o q u i n a . R e v i s t a d a S o c i e d a d e B r a s i l e i r a d e M e d i c i n a T r o p i c a l 2 1 : 1 8 1 - 1 8 5 , O u t - D e z , 1 9 8 8

Após a colheita dos materiais para os exames, os doentes ingeriam dois comprimidos e, no dia seguinte, outros dois.

A administração da mefloquina foi feita segun­ do o método randômico duplo cego, usando-se doses totais de 750 mg, 1000 mg e 1250 mg, em três grupos de pacientes. N o primeiro dia, todos os pacientes

receberam 750mg d a droga. N o segundo dia, o primeiro grupo recebeu placebo, o segundo grupo 250 mg e, o terceiro, 500 mg de mefloquina.

O primeiro controle foi feito oito horas após a tomada da primeira dose, compreendendo avaliação da parasitemia, interrogatório sobre queixas e exame físico, repetidos diariamente no período da internação e nos controles posteriores realizados no 14p, 21? e 28? dia após o tratamento. Durante a hospitalização, o exame de urina foi feito, diariamente e os exames hematológicos e bioquímicos no 4° e no 7° dias.

As reações colaterais observadas foram anota­ das em relação ao tipo, intensidade, época de apareci­ mento e duraçào.

Quando necessário, associavam-se outros anti- maláricos ao tratamento.

RESULTADOS

Dos 90 pacientes iniciais, excluímos quatro

porque vomitaram logo após a ingestão da 1 ? dose do

medicamento e 11 porque na revisão das lâminas foi

questionada a presença de P . v i v a x ao invés de P . f a l c i p a r u m . Assim, consideramos apenas os resultados

obtidos em 75 pacientes.

Quanto à idade dos doentes o maior percentual (38,7%) estaria na faixa etária de 20 a 29 anos (Tabela 1).

O seguimento após o tratamento compreendeu sete dias para 26 pacientes (34,7%), 14 dias para 12 doentes (16,0%), 21 dias para 14 (18,7%) e, 28 dias para 23 (30,7%).

No ato da admissão, o número de empaludados com temperatura axilar até 37°C e considerados sem febre, foi igual a 11 (14,7%). Os demais apresentaram- se com temperatura acima de 37°C. Em somente 7 (9,3%) dos casos, a febre persistiu após o terceiro dia e em nenhum após o quarto dia de tratamento (Tabela 2).

No momento da consulta, as queixas gastrintes­ tinais iniciais registradas foram: anorexia, náuseas, hipocondrialgia, empachamento pós-prandial, diar­ réia, epigastralgia e obstipação. Os sintomas neuroló­ gicos referidos, ao chegarem ao hospital, constaram de: cefaléia, tonturas, parestesias, zumbidos, escotomas, insônia, mialgias e visão turva. Evidentemente toda esta sintomatologia pré-tratamento foi atribuída ao quadro clínico da malária. Em 48,0% dos pacientes, as queixas desapareceram até o quarto dia de trata­

mento (Tabela 3), acompanhando a regressão da febre. Um paciente que usou 1250 mg de mefloquina continuou com tonturas durante todo o período de internamento; constatou-se ser ele um portador de diabete mellitus. Os sintomas que não desapareceram após o acompanhamento hospitalar relacionavam-se ao aparelho digestivo.

As alterações mais encontradas no exame su­ mário de urina foram traços de albumina, vestígios de hemoglobina e raros cilindros, as quais regrediram até o quarto dia.

O tratamento não modificou o quadro hemato­ lógico (velocidade de hemossedimentação, hemoglo­ bina, hematócrito, número de hemácias, leucócitos e plaquetas) durante os sete primeiros dias de acompa­ nhamento. Entretanto, com qualquer dose, houve um aumento sensível do número de reticulócitos circulan­ tes. No sétimo dia de controle, os reticulócitos esta­ vam acima de 20,0% em 57 casos (76,0%).

N a bioquímica do sangue, não houve alterações nas dosagens de bilirrubinas, transaminases, uréia, creatinina e glicose. Contudo, no sétimo dia de controle, o tratamento aumentou ou manteve elevada a

deidrogenaseláticaem21 casos(28,0%) e afosfatase

alcalina em 31 (41,0%).

N a grande maioria dos casos(68,0% ), aparasi- temia negativou-se nos três primeiros dias após início do tratamento (Tabela 4). Em mais 24,0%, os trofo- zoítos de P . f a l c i p a r u m desapareceram no quarto dia e em 5,3% no quinto. N o sexto dia ainda havia um paciente positivo e no sétimo outro. Não houve diferença significante da negativação parasitèmica com as diferentes doses de mefloquina. Nenhum paciente apresentou trofozoíto de P . f a l c i p a r u m du­ rante o seguimento de 7 a 28 dias.

As reações colaterais à droga foram entre discretas e moderadas e infrequentes, representadas por náuseas, obstipação, mialgia e astenia (Tabela 5). Em 72,0% dos tratados não se constatou nenhum efeito indesejável à droga.

COM ENTÁRIOS

S e m e l h a n t e a o q u e f o i d e m o n s t r a d o p o r o u t r o s a u t o r e s 4 5 7 12 13 e m o u t r a s r e g i õ e s d o m u n d o , a

m e f l o q u i n a m o s t r o u - s e t a m b é m e f e t i v a n o t r a t a m e n t o

d e p o r t a d o r e s d e m a l á r i a p o r P . f a l c i p a r u m n o E s t a d o d e R o n d ô n i a . N a A m a z ô n i a b r a s i l e i r a , L o p e z A n t u

-f i a n o e W e m s d o r -f e r 8 j á h a v i a m d e m o n s t r a d o , “ in

v i t r o ’ ', a s u s c e t i b i l i d a d e à m e f l o q u i n a d o P . f a l c i p a ­ r u m c l o r o q u i n o - r e s i s t e n t e p r o c e d e n t e d e B o a V i s t a , R o r a i m a . A l e c r i m 1 t r a t o u 22 p a c i e n t e s d e R o n d ô n i a , o b t e n d o a p e n a s t r ê s c a s o s d e r e s i s t ê n c i a a n í v e l d e R i

c o m a d o s e d e 750 m g .

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T a b e l a 1 - Tratamento de 75 pacientes portadores de malária pelo P. f a l c i p a r u m , em Porto Velho (RO),

co m m efloquina. D istrib u ição segundo a faixa etária.

Faixa Etária (anos)

Número %

13 - 19 16 21,3

2 0 - 2 9 29 38,7

3 0 - 3 9 16 21,3

4 0 - 4 9 11 14,7

5 0 - 5 5 03 4,0

Total 75 100,0

T a b e la 2 - Tratamento de 75 pacientes portadores de malária pelo P . f a l c i p a r u m , em Porto Velho (RO), com mefloquina. Desaparecimento da febre, com o tratamento.

D ia de desaparecimento Dose de mefloquina

da febre 1250mg lOOOmg 750mg Total %

Sem febre 5 2 4 U 14,7

1.° dia 1 4 4 9 12,0

2° dia 12 10 9 31 41,3

3.° dia 4 7 6 17 22,7

4.° dia 2 1 2 5 6,7

5? dia 0 1 0 1 1,3

6? dia 0 0 1 1 1,3

7° dia 0 0 0 0 0,0

T a b e l a 3 - Tratamento de 75 pacientes portadores de malária pelo P . f a l c i p a r u m , em Porto Velho (RO),

com mefloquina. Desaparecimento dos sintomas com o tratamento.

D ia de desaparecimento Dose de mefloquina

dos sintomas

1250mg 1000mg 750mg Total %

1? dia 1 3 2 6 8,0

2.° dia 3 7 4 14 18,7

3? dia 4 2 1 7 9,3

4.° dia 1 3 5 9 12,0

5.° dia 3 3 2 8 10,7

6.° dia 5 4 4 13 17,3

7? dia 3 3 5 11 14,7

Não desapareceram 3 0 3 6 8,0

Sem sintomas 1 0 0 1 1,3

com o tçmpo de elevação do pique de concentração da droga no sangue que se faz até a 72? hora5. O desaparecimento da febre e dos sintomas neurológi­ cos acompanharam o declínio da parasitemia. A persistência de alguns sintomas gastrointestinais após a suspensão da droga provavelmente indica a existên­

c i a d e p r o b l e m a s d i g e s t i v o s c r ô n i c o s , c o m u n s n a á r e a ,

o n d e a s h e p a t o p a t i a s e a s p a r a s i t o s e s i n t e s t i n a i s s à o

m u i t o f r e q ü e n t e s , o s q u a i s e s t a r i a m a s s o c i a d o s à

i n f e c ç à o p a l ú d i c a .

C o n t r á r i o a o u t r o s t r a b a l h o s 1 4 5 15 n ã o h o u v e

(4)

S a n t o s J B , P r a t a A . T r a t a m e n t o d e 7 5 p a c i e n t e s p o r t a d o r e s d e m a l á r i a p e l o P . f a l c i p a r u m e m P o r t o V e l h o ( R O ) c o m m e f l o q u i n a . R e v i s t a d a S o c i e d a d e B r a s i l e i r a d e M e d i c i n a T r o p i c a l 2 1 : 1 8 1 - 1 8 5 , O u t - D e z , 1 9 8 8

T a b e l a 4 - Tratamento de 75 pacientes portadores de malária pelo P . f a l c i p a r u m , em Porto Velho (RO),

com mefloquina. Negativação da parasitemia, com o tratamento.

Dose de mefloquina

D ia da negativação 1250mg 1000mg 750mg Total %

1? dia 1 0 0 1 1,3

2p dia 6 4 7 17 22,7

3.° dia 10 13 10 33 44,0

4? dia 6 6 6 18 24,0

5? dia 0 2 2 4 5,3

6? dia 1 0 0 1 1,3

1 ? dia 0 0 1 1 1,3

T a b e l a 5 - Tratamento de 75 pacientes portadores de malária pelo P . f a l c i p a r u m , em Porto Velho (RO),

com m e f l o q u i n a . Reações colaterais.

Reações Colaterais

Dose de mefloquina

1250mg 1000mg 750mg Total %

Tontura 6 3 4 13 17,3

Diarréia 2 2 4 8 10,7

Náusea 0 3 0 3 4,0

Obstipação 0 1 0 1 1,3

Mialgia 0 1 0 1 1,3

Astenia 0 0 1 1 1,3

Sem Reações 17 18 19 54 72,0

t r ê s d o s e s e m p r e g a d a s . A s r e a ç õ e s c o l a t e r a i s t ê m

s i d o i n f r e q ü e n t e s , d e p e q u e n a i n t e n s i d a d e e c o n t r o l á -v e i s ^ 4 5 7 15

A p e s a r d a e f e t i v i d a d e d a m e f l o q u i n a e m d o s e

u n i c a - 4 5_ R i c h l e 15 m o s t r o u , e m c a m u n d o n g o s i n f e c ­ t a d o s p e l o P. b erg h ei, q u e , e m d o s e ú n i c a , o s e f e i t o s d a

m e f l o q u i n a s ã o m a i s l e n t o s d o q u e o s d a c l o r o q u i n a n a

m e s m a d o s e e , D e s j a r d i n s e c o l s 3 e F e l i x e G entilini5 d e s a c o n s e l h a r a m - n a f a c e à s v a r i a ç õ e s i n d i v i d u a i s d a

c i n é t i c a e a s c o n d i ç õ e s a l i m e n t a r e s e m d e t e r m i n a d a s

r e g i õ e s q u e p o d e r i a m in te r f e r ir n a a b s o r ç ã o g a s t r i n t e s ­

t i n a l d a d r o g a , g e r a n d o f a l h a s n o t r a t a m e n t o e m d o s e

ú n i c a . O b s e r v a m o s q u e n ã o h o u v e n e n h u m a d i f i c u l ­

d a d e d e a d m i n i s t r a ç ã o d o m e d i c a m e n t o e m d u a s

t o m a d a s , i n c r e m e n t o d e e f e i t o s s e c u n d á r i o s i n d e s e j á ­

v e i s n e m d i m i n u i ç ã o d a e f i c á c i a c u r a t i v a d a m e f l o q u i ­

n a c o m e s s e e s q u e m a p o s o l ó g i c o .

H o u v e u m a c e n t u a d o e s t í m u l o à h e m a t o p o i e s e

c o m o t r a t a m e n t o , r e f l e t i d o n o a u m e n t o s e n s í v e l d o s

r e t i c u l ó c i t o s c i r c u l a n t e s . N a M a l á s i a , P o n n a m p a

-l a m 1 3 n o t o u a s u b i d a d o s n í v e i s d e h e m o g -l o b i n a c o m a

t e r a p ê u t i c a .

O aumento da desidrogenase lática e da fosfatase alcalina na vigência do tratamento, provavelmente, deva-se a conseqüência da própria hemólise da malá­ ria.

Pacientes acompanhados durante 28 dias não mostraram recrudescèncias nem sinais de reinfecção. A meia vida sangüínea da mefloquina foi avaliada em

13,89 ± 5,31 dias por Desjardins e Gentilini3 e, em

mais de 20 dias por Felix e cols5.

A eficácia curativa da mefloquina em uma área de P . f a l c i p a r u m plurirresistente1, a facilidade de administração em doses praticamente isentas de efei­ tos colaterais e, a possibilidade de excelente profilá­ tico tomam esse medicamento de capital importância no controle da endemia na região. Entretanto, o seu emprego deverá ser vigiado e controlado pelas autori- daes sanitárias, evitando que o uso indiscriminado possa gerar a indesejável resistência já relatada na l i t e r a t u r a 1 9 1011 12, p a r a diminuir essa possibili­

dade, concordamos com outros autores^ 1011 qUe a

(5)

ções medicamentosas preconizadas1 0 111 2 como medida para reduzir o perigo da resistência tomarão o emprego da droga mais dispendioso e mais difícil nessa região da Amazônia.

SUMMARY

M e f l o q u i n e w a s e v a l u a t e d f o r t h e t r e a t m e n t o f f a l c i p a r u m m a l a r i a i n 7 5 p a t i e n t s i n P o r t o V e l h o , R o n d o n i a . E a c h p a t i e n t w a s r a n d o m l y a s s i g n e d t o o n e o f t h r e e t r e a t m e n t g r o u p s a n d t r e a t e d u n d e r a d o u b l e b l i n d p r o t o c o l w i t h a t o t a l d o s e o f 7 5 0 , 1 0 0 0 o r 1 2 5 0 m g o f m e f l o q u i n e p e r p e r s o n . T h e r e w e r e n o s i g n i f i c a n t d i f f e r e n c e s a m o n g t h e g r o u p s . B y t h e t h i r d y d a y o f t r e a t m e n t 7 6 % o f t h e p a t i e n t s w e r e w i t h o u t f e v e r a n d 6 8 % w e r e w i t h o u t p a r a s i t e s . T h e h e m o g r a m s w e r e n o r m a l e x c e p t f o r a n i n c r e a s e i n t h e n u m b e r o f r e t i c u l o c y t e s i n 7 6 % o f t h e p a t i e n t s . T h e c o n c e n t r a t i o n o f l a c t i c d e h y d r o g e n a s e i n s e r u m w a s e l e v a t e d i n 2 8 % o f t h e p a t i e n t s a n d t h e c o n c e n t r a t i o n o f a l k a l i n e p h o s p h a t a s e w a s e l e v a t e d i n 4 1 % . M i l d s i d e e f f e c t s w e r e e n c o u n t e r e d i n 1 8 % o f t h e p a t i e n t s . N o n e o f t h e p a t i e n t s s u f f e r e d a r e l a p s e o f m a l a r i a . I t i s c o n c l u d e d t h a t m e f l o q u i n e i s p r a c t i c a l , e f f i c a c i o u s a n d s a f e f o r t h e t r e a t m e n t o f f a l c i p a r u m m a l a r i a .

Key words: Malaria. Mefloquine. Treatment.

AG RA D ECIM EN TO S

Os autores agradecem aos Laboratórios Roche pelo fornecimento de mefloquina e auxílio para a realização do presente trabalho.

R EFERÊN C IA S BIBLIOGRÁFICAS

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Referências

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