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Avaliação da compactação do solo no crescimento inicial de espécies florestais da caatinga

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(1)

MINISTÉRIO DA EDUCAÇÃO

UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO NORTE PRÓ-REITORIA DE PÓS-GRADUAÇÃO

UNIDADE ACADÊMICA ESPECIALIZADA EM CIÊNCIAS AGRÁRIAS - UECIA PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM CIÊNCIAS FLORESTAIS

AVALIAÇÃO DA COMPACTAÇÃO DO SOLO NO CRESCIMENTO INICIAL DE

ESPÉCIES FLORESTAIS DA CAATINGA

LUAN HENRIQUE BARBOSA DE ARAÚJO

ORIENTADOR: GUALTER GUENTHER COSTA DA SILVA

(2)

LUAN HENRIQUE BARBOSA DE ARAÚJO

AVALIAÇÃO DA COMPACTAÇÃO DO SOLO NO CRESCIMENTO INICIAL DE

ESPÉCIES FLORESTAIS DA CAATINGA

Dissertação apresentada ao Programa de Pós-Graduação

em Ciências Florestais, Universidade Federal do Rio

Grande do Norte, como pré-requisito para obtenção do

título de Mestre em Ciências Florestais.

Orientador: Prof. Dr. Gualter Guenther Costa da Silva

(3)

Araújo, Luan Henrique Barbosa de.

Avaliação da compactação do solo no crescimento inicial de espécies florestais da Caatinga / Luan Henrique Barbosa de Araújo. – Macaíba, RN, 2015.

46 f. -

Orientador (a): Prof. Dr. Gualter Guenther da Costa Silva.

Dissertação (Mestrado em Ciências Florestais). Universidade Federal do Rio Grande do Norte. Unidade Acadêmica Especializada em Ciências Agrárias Campus Macaíba. Programa de Pós- Graduação em Ciências Florestais.

1. Manejo do Solo - Dissertação. 2. Densidade do Solo - Dissertação. 3.Sistema Radicular - Dissertação. I. Silva, Gualter Guenther da Costa. II. Universidade Federal do Rio Grande do Norte. III. Unidade Acadêmica Especializada em Ciências Agrárias Campus Macaíba. IV. Título.

RN/UFRN/BSPRH CDU: 631

Divisão de Serviços Técnicos Catalogação da Publicação na Fonte.

(4)

LUAN HENRIQUE BARBOSA DE ARAÚJO

AVALIAÇÃO DA COMPACTAÇÃO DO SOLO NO CRESCIMENTO INICIAL DE

ESPÉCIES FLORESTAIS DA CAATINGA

Dissertação apresentada ao Programa de Pós-Graduação

em Ciências Florestais, Universidade Federal do Rio

Grande do Norte, como pré-requisito para obtenção do

título de Mestre em Ciências Florestais.

_______________________________________________

Prof. Dr. Gualter Guenther Costa da Silva (UFRN/UECIA)

Orientador

_______________________________________________

Prof. Dr. Ermelinda Maria Mota Oliveira (UFRN/UECIA)

1° Examinador

_______________________________________________

Prof. Dr. Neyton de Oliveira Miranda (UFERSA)

(5)

Aos meus pais,

Olavo Celso de Araújo e Ana Maria Barbosa Figueiredo de Araújo,

Que estiveram sempre ao meu lado, não medindo esforços para me ajudar.

Pela educação, amor, incentivo e confiança,

Dedico

Aos meus avos Sérvulo Celso de Araújo, Francisca Celi

Uchoa de Araújo, Severiano Figueiredo (in memorian) e

Mariá Barbosa de Araújo

Pelo exemplo e lição de vida.

(6)

Agradecimentos

À Deus, pelas bênçãos concedidas em minha vida;

Ao Professor Dr. Gualter Guenther Costa da Silva, pela orientação, incentivo e

amizade;

A todos os componentes do Grupo de Estudos em Solo (GESOLO), pela ajuda,

cooperação, comprometimento, e acima de tudo pelas amizades construídas;

Aos Professores Ermelinda Mota, Sydney Calos Praxedes, Miranda, José Augusto e

Juliana Lorensi, pela disponibilidade de participação nas bancas de seminários, qualificação e

defesa, pelas valiosas contribuições;

A minha namorada Camila Costa da Nóbrega, pelo amor, ajuda, companheirismo e

paciência desde o primeiro dia dessa jornada, que fizeram meus dias mais leves e prazerosos;

Aos amigos da EAJ e da turma de mestrado 2014.1, que me apoiaram e me ajudaram

sempre que preciso, pelas amizades construídas;

A

todos que, de alguma forma, participaram dessa caminhada e que não foram

(7)

Sumário

Lista de Figuras ...VIII

Lista de Tabelas ... X

Resumo ... 11

Abstract ... 12

Introdução Geral ... 13

CAPÍTULO I: Efeito da compactação do solo no crescimento aéreo e radicular de

Erythrina velutina Willd. ... 15

RESUMO ... 16

ABSTRACT ... 16

INTRODUÇÃO ... 16

MATERIAL E MÉTODOS ... 17

RESULTADOS E DISCUSSÃO ... 19

CONCLUSÕES ... 23

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ... 24

CAPÍTULO II: Efeito da compactação do solo no crescimento aéreo e radicular de

Mimosa caesalpiniifolia Benth. ... 26

RESUMO ... 27

ABSTRACT ... 27

INTRODUÇÃO ... 27

MATERIAL E MÉTODOS ... 28

RESULTADOS E DISCUSSÃO ... 30

CONCLUSÕES ... 34

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ... 34

(8)

RESUMO ... 37

ABSTRACT ... 37

INTRODUÇÃO ... 37

MATERIAL E MÉTODOS ... 38

RESULTADOS E DISCUSSÃO ... 40

CONCLUSÕES ... 43

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ... 43

Considerações Finais ... 45

(9)

Lista de Figuras

CAPÍTULO I: Efeito da compactação do solo no crescimento aéreo e radicular de

Erythrina velutina Willd. ... 15

FIGURA 1: Ilustração esquemática da unidade experimental utilizada no experimento .... 18

FIGURA 2: Altura (A), número de folhas (B) e massa seca da parte aérea (C) das plantas

de Erytrina velutina em função de diferentes níveis de compactação ... 20

FIGURA 3: Massa seca de raízes de Erytrina velutina na camada superior (A), central (B)

e inferior (C) em função de diferentes níveis de compactação do solo. ... 22

FIGURA 4: Presença de raiz pivotante na camada central não compactada (A) compactada

a densidade de 1,45 kg.dm-³ (B) e efeito negativo da compactação sob a raiz pivotante

restringindo seu crescimento na camada central a densidade 1,60 kg.dm-³ (C) e 1,80

kg.dm-³ (D) respectivamente ... 23

CAPÍTULO II: Efeito da compactação do solo no crescimento aéreo e radicular de

Mimosa caesalpiniifolia Benth. ... 26

FIGURA 1: Ilustração esquemática da unidade experimental utilizada no experimento. ... 29

FIGURA 2: Diâmetro no coleto (A), número de folhas (B) e altura (C) das plantas de

Mimosa caesalpiniifolia em função de diferentes níveis de compactação do solo ... 31

FIGURA 3: Massa seca de raízes das plantas de Mimosa caesalpiniifolia na camada

superior (A), central (B) e inferior (C) em função de diferentes níveis de compactação do

solo. ... 33

FIGURA 4: Presença de raiz pivotante na camada central não compactada (A) e efeito

negativo da compactação sob a raiz pivotante na coluna com a camada central de maior

densidade (1,80 kg.dm-³) (B) ... 34

CAPÍTULO III: Efeito da compactação do solo no crescimento aéreo e radicular de

Tabebuia caraiba (Mart.) Bur. ... 36

FIGURA 1: Ilustração esquemática da unidade experimental utilizada no experimento. ... 39

FIGURA 2: Massa seca de raízes de Tabebuia caraiba nas camadas superior (A), central

(10)

FIGURA 3: Vista interior da camada superior da coluna de PVC após seccionamento das

unidades experimentais com auxilio de estilete. Distribuição do sistema radicular

aparentemente não alterado em solo sem presença de camada compactada (A), na presença

de camada compactada a densidade de 1,45 kg.dm

-3

(B) e 1,60 kg.dm

-3

(C) e Acumulação

aparente de raízes na camada superficial em função da compactação do solo subsuperficial

à densidade de 1,8 kg.dm

-3

(D) respectivamente ... 42

FIGURA 4: Presença de raiz pivotante na camada central não compactada (A),

compactada a densidade de 1,45 kg.dm

-

³ (B), 1,60 kg.dm

-

³ (C) e efeito negativo da

compactação sob a raiz pivotante restringindo seu crescimento na coluna com a camada

central a densidade de 1,80 kg.dm

-

³ (D) respectivamente ... 43

(11)

Lista de Tabelas

CAPÍTULO I: Efeito da compactação do solo no crescimento aéreo e radicular de

Erythrina velutina Willd. ... 15

TABELA 1: Caracterização química e física do Latossolo Amarelo utilizado no

experimento ... 17

TABELA 2: Análise de variância e valores médios para as variáveis diâmetro no nível do

coleto (DNC), número de folhas (NF), altura (ALT), massa seca da parte aérea (MSPA),

massa seca da raiz na coluna superior (MSRAC.S), central (MSRAC.C) e inferior

(MSRAC.I) de mudas de Erythrina velutina, submetidas a diferentes níveis de

compactação ... 19

CAPÍTULO II: Efeito da compactação do solo no crescimento aéreo e radicular de

Mimosa caesalpiniifolia Benth. ... 26

TABELA 1: Caracterização química e física do Latossolo Amarelo utilizado no

experimento ... 28

TABELA 2: Análise de variância para as variáveis diâmetro no coleto (DNC), número de

folhas (NF), altura (ALT), massa seca da parte aérea (MSPA), massa seca da raiz na

camada superior (MSRAC.S), central (MSRAC.C) e inferior (MSRAC.I) de mudas de

Mimosa caesalpiniifolia, submetidas a diferentes níveis de compactação. ... 30

CAPÍTULO III: Efeito da compactação do solo no crescimento aéreo e radicular de

Tabebuia caraiba (Mart.) Bur.. ... 36

TABELA 1: Caracterização química e física do Latossolo Amarelo utilizado no

experimento ... 38

TABELA 2: Análise de variância e valores médios para as variáveis diâmetro no nível do

coleto (DNC), número de folhas (NF), altura (ALT), massa seca da parte aérea (MSPA),

massa seca da raiz na coluna superior (MSRAC.S), central (MSRAC.C) e inferior

(MSRAC.I) de mudas de Tabebuia caraiba, submetidas a diferentes níveis de

(12)

ARAÚJO, Luan Henrique Barbosa de. Avaliação da compactação do solo no crescimento

inicial de espécies florestais da Caatinga. 2015. 44f. Dissertação (Mestrado). Ciências

Florestais. PPGCFL/UFRN, Macaíba

RN, 2015.

RESUMO

Apesar da importância do estudo sobre raízes, pouco se sabe sobre os efeitos negativos da

compactação do solo no desenvolvimento espécies florestais da Caatinga. Nesse sentido,

objetivou-se avaliar o crescimento inicial de Mimosa caesalpiniifolia, Tabebuia caraiba e

Erythina velutina, em solo submetido a variados níveis de compactação. O experimento foi

conduzido em casa de vegetação localizada na Unidade Acadêmica Especializada em

Ciências Agrárias da UFRN. Pra realização do experimento, foi utilizado Latossolo Amarelo

de textura franco-arenosa, proveniente da área de experimentação florestal da Escola Agrícola

de Jundiaí (EAJ) do município de Macaíba-RN, em unidade experimental composta por três

anéis de PVC sobrepostos, de 10 cm de diâmetro e 25 cm de altura, sendo o anel central o que

sofreu a compactação. O delineamento experimental utilizado foi o de blocos casualizados,

com seis repetições, sendo testados quatro níveis de compactação do solo (1,35; 1,45; 1,60 e

1,80 kg.dm

-

³), avaliando-se as seguintes variáveis: diâmetro, altura, número de folhas, massa

seca da parte aérea e do sistema radicular em cada camada dos vasos. No geral, as espécies M.

caesalpiniifolia, T. caraiba e E. velutina tiveram o crescimento inicial favorecido pelo

tratamento composto por solo não compactado. As espécies M. caesalpiniifolia e T. caraiba

se mostraram relativamente resistente a compactação do solo, não sofrendo nenhuma redução

significativa no crescimento radicular a densidade igual ou inferiores a 1,60 kg.dm

-

³,

enquanto, E. velutina se mostrou susceptível aos efeitos da compactação do solo,

apresentando alterações significativas no crescimento radicular sob densidades de solo igual

ou superiores a 1,45 kg.dm

-

³. O aumento da compactação do solo provocou o impedimento da

expansão da raiz pivotante no interior das unidades experimentais, promovendo o acúmulo de

raízes nas camadas superiores do solo para as espécies estudadas. O impedimento físico em

subsuperfície alterou o crescimento aéreo inicial das espécies M. caesalpiniifolia e E.

velutina, porém não influenciou o crescimento aéreo das mudas de T. caraiba aos níveis de

compactação testados.

(13)

ARAÚJO, Luan Henrique Barbosa de. Soil compaction assessing the initial growth of

forest species of Caatinga. 2015. 44

pgs. Master thesis (Master’s degree). Forestry Sciences.

PPGCFL/UFRN, Macaíba

RN, 2015.

ABSTRACT

Despite the importance of the study of roots, little is known about the negative effects of soil

compaction in the development of the Caatinga forest species. In this sense, the objective was

to evaluate the initial growth of Mimosa caesalpiniifolia, Tabebuia caraiba and Erythina

velutina in soil under varying levels of compression. The experiment was conducted in a

greenhouse located at the Academic Unit Specialized in Agricultural Sciences, UFRN. To

perform the experiment, was used Oxisoil of sandy loam texture, from forest trial Area

Agricultural School of Jundiaí (EAJ) of the municipality of Macaíba-RN, in an experimental

unit consisting of three overlapping PVC rings, 10 cm in diameter and 25 cm in height, with a

central ring which has undergone compression. The experimental design was a randomized

block with six replications, being tested four levels of soil compaction (1.35; 1.45; 1.60 and

1.80 kg.dm

-

³), evaluating the following variables: diameter, height, number of leaves, dry

weight of shoot and root system in each layer of the vessels. Overall, the species M.

caesalpiniifolia, T. caraiba and E. velutina had initial growth favored by treatment consists of

uncompressed soil. The M. caesalpiniifolia and T. caraiba species proved relatively resistant

to compaction of the soil does not undergo any significant reduction in root growth density

equal to or less than 1.60 kg.dm

-

³, whereas E. velutina proved susceptible effects of soil

compaction, with significant changes in root growth under soil densities equal to or greater

than 1.45 kg.dm

-

³. Increased soil compaction caused the impediment to the expansion of

taproot inside the experimental units, promoting the accumulation of roots in the upper layers

of the soil for the studied species. The subsoil physical impediment changed the initial aerial

growth of M. caesalpiniifolia and E. velutina, but did not influence the growth of air T.

caraiba seedlings the tested compression levels.

(14)

INTRODUÇÃO GERAL

As atividades de exploração no Bioma Caatinga, realizadas na maioria das vezes sem

o manejo adequado, contribuem para o processo de degradação, potencializado pelo constante

uso do fogo. Com isso faz-se de fundamental importância o uso sustentável e a conservação

dos recursos florestais do Bioma, envolvendo questões fundamentais que diz respeito à

importância da manutenção da economia regional (GARIGLIO et al., 2010).

Uma das principais causas da degradação das terras agrícolas é a compactação,

afetando propriedades e funções físicas, químicas e biológicas do solo (ROSIM et al., 2012).

A compactação do solo é um dos responsáveis pela significativa redução da permeabilidade

do solo à água. Essa permeabilidade vai depender muito do tamanho, da quantidade e da

continuidade dos poros, dentre outros fatores (BEUTLER et al., 2001).

O tráfego de máquinas agrícolas contribui para que solos com alta umidade sofram

alterações nos seus atributos físicos e na sua qualidade estrutural, deixando-o mais

predisposto a compactação (OLIVEIRA et al., 2013). Um dos problemas do manejo florestal,

em ecossistemas florestais, é a compactação do solo ocasionada pelo tráfego de máquinas.

Para realização das operações florestais de preparo, colheita e transporte, as máquinas passam

diversas vezes por um mesmo local, causando estresse ao solo, devido às forças mecânicas

exercidas sobre o solo (SILVA et al., 2002).

Um solo pode tornar-se improdutivo quando da ocorrência da compactação, pois o

desenvolvimento de raízes é prejudicado e é nesta estrutura onde ocorre a absorção de

nutrientes (BONFIM-SILVA et al., 2011). O crescimento e a eficiências das raízes aliados a

disponibilidade de nutrientes, irá facilitar a absorção de nutrientes pelas plantas (SILVA et al.,

2002).

A compactação do solo pode restringir o desenvolvimento das culturas e comprometer

o potencial produtivo, pois ela reduz a disponibilidade de água às plantas, dificulta das trocas

gasosas e o fornecimento de oxigênio as raízes e reduz o volume do solo em função da

resistência mecânica imposta ao solo. O aumento da resistência do solo a penetração de

raízes é resultado da diminuição espaço poroso e consequente aumento da densidade do solo

(BONFIM-SILVA et al., 2011).

O desenvolvimento desse trabalho se deu pela necessidade de estudos que pudessem

contribuir para a utilização dessas espécies, por meio de parâmetros técnico-científicos para

que programas de conservação, reflorestamento e exploração sustentável possam ser

(15)

O estudo do efeito da compactação sobre o desenvolvimento da Mimosa

caesalpiniifolia, Tabebuia caraiba e Erythina velutina, visa gerar informações importantes,

em relação ao crescimento dessas espécies sobre diferentes níveis de compactação, com o

intuito de subsidiar ações de recuperação de áreas degradadas, sendo essas espécies,

facilitadoras para o desenvolvimento das demais no processo de restauração, além de

potencializar a exploração sustentável dessas espécies, ampliando a sua contribuição para o

desenvolvimento econômico e social da região Nordeste.

A dissertação está divida em três capítulos, os quais compõem artigos científicos

produzidos através de trabalhos realizados com as espécies Erythrina velutina Willd.

(Mulungu), Mimosa caesalpiniifolia Benth. (Sabiá) e Tabebuia caraiba (Mart.) Bur.

(Craibeira)

O primeiro capítulo intitulado “Efeito da compactação do solo no crescimento aéreo e

radicular de Erythrina velutina

Willd.”, onde objetivou

-se avaliar o crescimento aéreo e

radicular inicial da espécie em solos submetidos a diferentes níveis de compactação.

O segundo capítulo “Efeito da compactação do solo no crescimento aéreo e radicular

de Mimosa caesalpiniifolia Ben

th.” teve como objetivo avaliar o crescimento aéreo e

radicular inicial da espécie em solos submetidos a diferentes níveis de compactação.

O terceiro capítulo é intitulado “Efeito da compactação do solo no crescimento aéreo e

radicular de Tabebuia caraiba

(Mart.) Bur.”, aborda o comportamento da espécie, através da

avaliação do crescimento aéreo e radicular inicial em solos submetidos a diferentes níveis de

compactação.

O objetivo do presente trabalho foi avaliar o crescimento de espécies florestais nativas

da Caatinga em solos com variados níveis de compactação, quantificando o crescimento

(16)

CAPÍTULO I

EFEITO DA COMPACTAÇÃO DO SOLO NO CRESCIMENTO AÉREO E RADICULAR

(17)

EFEITO DA COMPACTAÇÃO DO SOLO NO CRESCIMENTO AÉREO E RADICULAR DE Erythrina velutina Willd.

EFFECT OF THE SOIL COMPACTION IN THE AERIAL AND RADICULAR GROWTH OF Erythrina velutina Willd.

RESUMO

A compactação do solo é um problema frequente em solos agrícolas em função de seu manejo inadequado, podendo restringir o desenvolvimento de plantas. Estudos sobre o desenvolvimento de plantas em solos compactados são fundamentais, pois permitem identificar espécies capazes de resistir à condição limitante da compactação, potencializando exploração sustentável dessas espécies. Objetivou-se avaliar o crescimento aéreo e radicular inicial de Erythrina velutina em solos submetidos a diferentes níveis de compactação. O experimento foi conduzido em casa de vegetação localizada na UECIA/UFRN. Foi utilizado Latossolo Amarelo de textura franco-arenosa, provenientes de uma área da Escola Agrícola de Jundiaí, em vasos montados com três anéis de PVC sobrepostos, de 10 cm de diâmetro e 25 cm de altura, sendo o anel central o que sofreu a compactação. O delineamento experimental utilizado foi o de blocos casualizados, com seis repetições, sendo testados quatro níveis de compactação do solo (1,35; 1,45; 1,60 e 1,80 kg.dm-³), avaliando-se as seguintes variáveis: diâmetro, altura, número de folhas, massa seca da parte aérea e do sistema radicular em cada camada das colunas. O impedimento físico em subsuperfície alterou o crescimento aéreo das mudas de Erytrina velutina sendo essa redução mais expressiva para a variável massa seca da parte aérea. Em relação ao sistema radicular, Erytrina

velutina se mostrou uma espécie susceptível aos efeitos da compactação do solo, sendo observadas alterações

morfológicas nas raízes em solos com densidade superior ou igual a 1,45 kg.dm-³. Palavras-chave: Sistema radicular; densidade do solo; manejo do solo.

ABSTRACT

Soil compaction is a common problem in agricultural soils due to their mismanagement, and may restrict the development of plants. Studies on the development of plants in compacted soils are critical because they allow identifying species able to resist the condition limiting compression, enhancing sustainable exploitation of these species. The objective was to evaluate the initial shoot and root growth of Erythrina velutina in soils submitted to different levels of compression. The experiment was conducted in a greenhouse located in UECIA / UFRN. Was used Yellow Latosol of sandy loam texture, were used from an area of the School of Agricultural Jundiaí mounted in pots with three superposed rings PVC, 10 cm diameter and 25 cm in height, with a central ring which has undergone compression . The experimental design was a randomized block with six replications, being tested four levels of soil compaction (1,35; 1,45; 1,60 and 1,80 kg.dm-³), evaluating the following variables: diameter, height, number of leaves, dry weight of shoot and root system in each layer of the columns. The subsoil physical impediment changed the aerial growth of seedlings Erytrina velutina this being more significant reduction for the variable dry matter of shoot. Regarding the root system, Erytrina velutina proved a kind susceptible to the effects of soil compaction, morphological changes were observed in the roots in soils with density greater than or equal to 1.45 kg.dm-³.

Keywords: Root system; soil density; soil management.

INTRODUÇÃO

A produtividade de plantas depende de uma serie de fatores ambientais que quando não estão em harmonia, limitam o crescimento e o desenvolvimento das mesmas. É de suma importância um sistema radicular bem desenvolvido para que se tenha uma adequada absorção dos nutrientes pela planta e garanta uma boa produtividade, estando à absorção de nutriente intimamente correlacionado com esse bom desenvolvimento. Pode-se dizer que qualquer impedimento que limite o crescimento de raízes interfere negativamente na absorção de nutrientes (CAMARGO; ALLEONI, 1997).

Diversos fatores podem estar associados ao crescimento radicular inadequado de plantas, sendo a compactação do solo um dos principais fatores que afetam direta e indiretamente as plantas causando restrições ao crescimento das raízes e reduzindo sua produtividade (CAMARGO; ALLEONI, 1997).

Richart et al. (2005) afirmam que são várias as causas da compactação do solo. Ela afeta o crescimento das raízes, limita o crescimento radicular por impedimento mecânico, culminando com a redução do crescimento da parte aérea e da produtividade das culturas (BELTRAME; TAYLOR, 1980).

(18)

do solo, diversos dos fatores envolvidos podem estar relacionados com as diferentes classes de solo, os quais quando submetidos ao manejo, apresentam comportamentos distintos. Pode ser causada pela ação do homem ao manejar o solo utilizando máquinas e implementos de maneira inadequada, por animais ou agentes naturais (SATO; OLIVEIRA; LIMA, 2011; SILVA et al., 2012).

Erythrina velutina Willd., popularmente conhecida como mulungu é uma espécie nativa da flora

brasileira pertencente a família Leguminosae Papilionoideae. Pioneira em estágios sucessionais, o mulungu é uma planta de importância ecológica na colonização de áreas secundárias, apresentando dispersão bastante irregular e descontínua (LORENZI, 2002; MATOS; QUEIROZ, 2009), porém pouco se sabe sobre seu desenvolvimento em solos compactados.

Pereira Junior et al. (2012) avaliando o crescimento de raízes e parte aérea de Moringa oleifera, sob condições de solo compactado observaram que apesar de ocorrer redução das variáveis com o aumento da compactação do solo, essa redução não afetou significativamente o crescimento em parte aérea e radicular. Silva et al. (2012) avaliando o efeito da compactação do solo no desenvolvimento aéreo e radicular de Crambe

abyssinica e Jatropha curcas constataram que a primeira é sensível ao aumento da compactação do solo

alterando a distribuição radicular na camada de solo compactada e abaixo dela, porém, não foram observados alterações expressivas no desenvolvimento e o crescimento aéreo e radicular das plantas de Jatropha curcas.

Estudos sobre o desenvolvimento de plantas em solos compactados ainda são escassos, principalmente com espécies do Bioma Caatinga, fazendo-se necessárias pesquisas na área que possam subsidiar ações de recuperação de áreas degradadas, além de potencializar a exploração sustentável dessas espécies, ampliando a sua contribuição para o desenvolvimento econômico e social da Região Nordeste. O objetivo geral do trabalho foi avaliar o crescimento aéreo e radicular inicial de Erythrina velutina em solo submetido a quatro níveis de compactação.

MATERIAIS E MÉTODOS

Para disposição do experimento, foi utilizado Latossolo Amarelo de textura franco-arenosa, provenientes da área de experimentação florestal da Escola Agrícola de Jundiaí do município de Macaíba-RN. Para se obter uma maior homogeneidade do solo, porções do solo da camada subsuperficial (horizonte B) foram coletadas a uma profundidade entre 20,0 e 40,0 cm. Em seguida, o solo foi destorroado, seco ao ar e peneirado em malha de 2,0 mm, homogeneizado e retirado subamostras para realizações de análises química e física (Tabela 1).

TABELA 1. Caracterização química e física do Latossolo Amarelo utilizado no experimento. TABLE 1. Chemical and physical characterization of the soil used in the experiment.

Característica Química

pH em água (1 : 2,5) 5,78

P (mg.dm-3)(1) 2,00

K+ (mg.dm-3)(1) 268,00

Na+ (mg.dm-3) 132,00

Ca2+ (cmolc.dm -3

)(2) 1,18

Mg2+ (cmolc.dm -3

)(2) 0,40

Al3+ (cmolc.dm -3

)(2) 0,00

H+ Al (cmolc.dm -3

)(3) 0,75

SB (cmolc.dm -3

) 2,83

CTC (T) (cmolc.dm -3

) 3,58

V (%) 79,05

Física

Areia (g.kg-1) 688

Argila (g.kg-1) 180

Silte (g.kg-1) 132

C.C (%) 9,04

P.M.P (%) 7,03

(1)

(19)

Com base na análise química não se realizou a correção do solo em virtude do alto valor da saturação de bases e da ausência de alumínio, sendo realizado apenas a adubação básica para a instalação do experimento com ureia, superfosfato simples e cloreto de potássio nas quantidades de 150, 300 e 100 mg.dm-3 respectivamente.

O experimento foi conduzido em casa de vegetação localizada na Unidade Acadêmica Especializada em Ciências Agrárias (UECIA), da Universidade Federal do Rio Grande do Norte, Macaíba-RN. A casa de vegetação apresenta-se revestida telas de náilon de 1,0 mm de malha e telha de fibra de vidro transparente (temperatura média mínima de 24ºC e máxima de 38ºC).

O delineamento experimental adotado foi o de blocos casualizados com seis repetições, contendo cinco sementes por unidade experimental, sendo testado o efeito da compactação do solo no crescimento inicial de

Erythrina velutinanas densidades de 1,35 kg.dm-³ (não compactado), 1,45 kg.dm-³, 1,60 kg.dm-³ e 1,80 kg.dm-³. A unidade experimental foi representada por uma coluna de PVC com 10 cm de diâmetro e 25 cm de altura. A mesma era composta por três camadas (superior, central e inferior), sendo a altura das camadas superior e inferior de 10 cm; enquanto, a camada central de 5 cm, unidos por fita adesiva. Para fechar a base da camada inferior da coluna, foi utilizado pano multiuso, afixado com ligas de borracha. (Figura 1).

FIGURA 1. Ilustração esquemática da unidade experimental utilizada no experimento. FIGURE 1. Schematic illustration of the experimental unit used in the experiment.

As camadas superior e inferior da coluna de PVC foram compostas por solo não compactado; enquanto, a central por solo submetido a quatro diferentes densidades de compactação. Essa compactação foi feita em camadas de solo de 2,5 em 2,5 cm, por meio de golpes com um embolo de metal, sendo prensado o solo na coluna de PVC até completar o volume correspondente à densidade almejada no interior da camada central da coluna.

Para evitar o desenvolvimento radicular pela interface PVC-solo compactado (pontos de menor resistência à penetração) utilizou-se a metodologia descrita por Müller et al. (2001), onde foram colocadas fitas plásticas adesivas de cerca de 2,0 cm de largura, dobradas da periferia ao centro da superfície superior do anel central, evitando o desenvolvimento das raízes contíguas à parede (Figura 1).

Quinze dias após a emergência das plântulas, foi feito o desbaste, deixando apenas uma planta por unidade experimental até o final da coleta de dados, realizada aos 60 dias após a emergência das plântulas. A irrigação foi realizada diariamente de forma manual com auxílio de proveta graduada, aplicando-se o volume de água correspondente à capacidade de campo do solo.

(20)

Os dados foram comparados por meio de análise de variância e teste de médias (Teste de Tukey) ao nível de 5% de probabilidade. Fez-se também, o estudo da regressão, empregando-se a equação que melhor se ajustou aos dados não transformados, utilizando programa estatístico Assistat 7.7.

RESULTADOS E DISCUSSÃO

A presença de camada compactada no solo apresentou efeito significativo ao nível de 5% de probabilidade no crescimento inicial de Eritryna velutina para as variáveis: massa seca da parte aérea, massa seca de raízes presentes na camada central de solo e massa seca de raízes presente na camada inferior, tendo todas as variáveis do experimento ajustadas ao modelo de regressão linear, com exceção do diâmetro ao nível do coleto que não se ajustou a nenhum modelo de regressão, evidenciando que níveis maiores de compactação do solo continuariam promovendo efeito linear nas demais variáveis (Tabela 2).

TABELA 2. Análise de variância e valores médios para as variáveis diâmetro no nível do coleto (DNC), número de folhas (NF), altura (ALT), massa seca da parte aérea (MSPA), massa seca da raiz na coluna superior (MSRAC.S), central (MSRAC.C) e inferior (MSRAC.I) de mudas de Erythrina velutina, submetidas a diferentes níveis de compactação.

TABLE 2. Mean values and variance analysis for the variables diameter at the collar level (DNC), number of leaves (NF), height (ALT), dry matter of the aerial part (MSPA), root dry mass in the upper layer (MSRAC.S), central (MSRAC.C) and lower (MSRAC.I) of Erythrina velutina seedlings, under different levels of compression.

FV GL

Quadrados médios

DNC NF ALT MSPA MSRA C.S

MSRA C.C

MSRA C.I

Tratamentos 3 3,118ns 8,041ns 34,621ns 8,948* 0,304ns 0,047** 0,117**

Linear 1 6,745ns 21,675* 84,168* 21,819* 0,632* 0,141** 0,348**

Quadrática 1 0,158ns 1,041ns 15,843ns 0,996ns 0,250ns 0,000ns 0,004ns

CV (%) 14,83 17,91 14,04 27,52 25,95 26,18 27,67

Tratamentos

Valores médios

DNC

(mm) NF

ALT (cm)

MSPA (g)

MSRA C.S (g)

MSRA C.C (g)

MSRA C.I (g)

T1- 1,35 kg.dm-³ (não

compactado) 13,07 a 11,83 a 33,67 a 7,73 a 2,14 a 0,33 a 0,43 a

T2 - 1,45 kg.dm-³ 12,18 a 11,00 a 31,08 a 5,74 ab 2,02 a 0,25 ab 0,29 b T3 - 1,60 kg.dm-³ 12,57 a 9,50 a 28,33 a 5,98 ab 2,26 a 0,20 bc 0,19 bc

T4 - 1,80 kg.dm-³ 11,36 a 9,50 a 29,00 a 4,80 b 2,55 a 0,12 c 0,11 c

ns: não significativo; ** significativo ao nível de 1%; * significativo ao nível de 5% de probabilidade. As médias seguidas pela mesma letra não diferem estatisticamente entre si. FV= Fonte de variação; GL = Graus de liberdade; CV = Coeficiente de variação (%).

(21)

FIGURA 2. Altura (A), número de folhas (B) e massa seca da parte aérea (C) das plantas de Erytrina velutina em função de diferentes níveis de compactação.

FIGURE 2. Height (A), number of leaves (B) and dry mass of shoots (C) of Erytrina velutina plants for different levels of compression.

A redução linear das variáveis altura e número de folhas não significativa entre os tratamentos testados pode estar associada ao curto tempo de duração do experimento, tornando os resultados do efeito negativo da compactação menos evidentes para a espécie Eritryna velutina. Acredita-se que em um maior período de avaliação, os resultados seriam mais expressivos, ou seja, a planta sofreria de forma mais acentuada aos efeitos da compactação. Segundo Reichert, Suzuki e Reinert (2007) o sistema radicular pode ser o primeiro componente afetado pela compactação, pois o desenvolvimento das raízes finas, onde ocorre a maior taxa de absorção de nutrientes, fica prejudicado.

Casos onde os efeitos da compactação são difíceis de identificar a torna um problema ainda mais grave, podendo comprometer a produtividade agrícola e florestal temporariamente ou até de maneira permanente (CAMARGO; ALLEONI, 1997; SILVA, 2005).

1.35

1.45

1.60 1.80

y = -10.217x + 46.358 R² = 0.6935

0.00 5.00 10.00 15.00 20.00 25.00 30.00 35.00 40.00

1.30 1.40 1.50 1.60 1.70 1.80 1.90

A

lt

ura

(cm

)

Nível de compactação (kg.dm-³)

A

1.35

1.45

1.60 1.80

y = -5.3623x + 18.77 R² = 0.8224

0.00 2.00 4.00 6.00 8.00 10.00 12.00 14.00

1.30 1.40 1.50 1.60 1.70 1.80 1.90

N úme ro de fol has

Nível de compactação (kg.dm-³)

B

1.35

1.45 1.60

1.80 y = -5.3848x + 14.408

R² = 0.7453

0.00 1.00 2.00 3.00 4.00 5.00 6.00 7.00 8.00 9.00

1.30 1.40 1.50 1.60 1.70 1.80 1.90

Mas sa se ca da p art e aér ea (g)

Nível de compactação (kg.dm-³)

(22)

A produção de matéria seca da parte aérea de Erythrina velutina apresentou diferença significativa entre os níveis de compactação testados, sendo as médias encontradas no tratamento composto por solo não compactado superiores as encontradas no tratamento de maior nível de compactação, porem não deferindo dos demais níveis avaliados (Tabela 2). A partir da analise de regressão, observou-se que a camada compactada do solo na densidade de 1,8 kg.dm-³ ocasionou redução de 37,9%, na produção aérea em massa em relação ao tratamento com solo não compactado, obtendo uma resposta linear decrescente, evidenciando que a compactação promove a redução desta variável (Figura 2).

Foloni, Calonego e Lima (2003) avaliando o efeito da compactação do solo no desenvolvimento aéreo e radicular de cultivares de milho, concluíram que houve redução do crescimento aéreo das plantas de aproximadamente 20%, após 40 dias de cultivo sob 1,4 MPa de impedância mecânica do solo em subsuperfície.

Reichert, Suzuki e Reinert (2007) afirmam que o solo quando compactado, tem sua resistência aumentada e a porosidade total reduzida. Dessa forma, o volume de água e a capacidade de campo aumentam, enquanto a aeração, a taxa de infiltração de água e a condutividade hidráulica do solo saturado reduzem. Por conseguinte, o crescimento da planta pode ser reduzido em função da menor disponibilidade de água devido ao aumento do escoamento superficial, além da diminuição no crescimento das raízes e aeração deficiente.

Borges et al. (1986) avaliando o efeito da compactação do solo no crescimento inicial de três espécies de eucalipto, observou que para o eucalipto, apesar de não significativo entre as espécies, o coeficiente de regressão negativo evidenciou que mesmo que pequeno, ocorreu um decréscimo na massa seca da parte aérea das mudas.

Essa redução na massa seca da parte aérea das mudas pode ser explicado pelo efeito negativo da compactação do solo sobre o crescimento das raízes influenciando concomitantemente na absorção de água e nutrientes pelo sistema radicular, acarretando na redução ao crescimento aéreo da planta por consequência (SILVA et al., 2002).

Em relação ao crescimento de raízes de Erythrina velutina e com base na análise de regressão, observou-se que a elevação da densidade do solo até 1,80 kg.dm-³ em camada subsuperficial aumentou linearmente a massa seca de raízes na camada superior (camada acima daquela compactada) em 19,2% em relação ao tratamento sem presença de camada compactada (Figura 3).

Embora neste presente estudo, tenha sido evidenciado o acréscimo de massa seca de raízes na camada superior, esse acréscimo não foi significativo pelo teste de médias para a espécie Erythrina velutina nos os níveis de compactação testados, porem a analise de regressão evidenciou que o aumento da densidade do solo acima das testadas ocasionarão o acréscimo desse acúmulo (Figura 3). Borges et al. (1986) avaliando a resposta de mudas de espécies de eucalipto a camadas de solo compactado, observou que o impedimento físico ocasionado pela camada compactada, levou as espécies Eucalyptus grandis, Eucalyptus camaldulenses e

Eucalyptus tereticornis a acumular mais raízes na camada superior, porém variando de acordo com a habilidade

de cada espécie em se adaptar a condição limitante. Já Pereira Junior et al. (2012) avaliando o crescimento Moringa oleifera sob condições de solo compactado reportaram que a compactação não favoreceu o acumulo de raízes na camada compactada.

Em relação ao solo presente na camada central, observou-se que o tratamento composto por solo não compactado, apresentou as melhores médias, sendo a produção de massa seca de raízes superior aos tratamentos composto por solo a densidade de 1,60 kg.dm-³ e 1,80 kg.dm-³, porém não diferindo do tratamento dois composto por solo à densidade de 1,45 kg.dm-³. Observou-se que aumento da compactação do solo na própria camada até a densidade de 1,80 kg.dm-³ acarretou em um decréscimo linear de 63,6% na produção de massa seca de raízes, em relação ao tratamento composto por solo não compactado (Figura 3).

A porosidade do solo assume importância relevante na qualidade das características físicas do solo, permitindo a infiltração de água e trocas gasosas, criando um ambiente mais favorável ao crescimento de raízes (JIMENEZ et al., 2008). Os macroporos por sua vez constituem a principal rota ao crescimento radicular e quando deformados ou mal estruturados, podem inibir o desenvolvimento de plantas (CAMARGO; ALLEONI, 1997).

(23)

FIGURA 3. Massa seca de raízes de Erytrina velutina na camada superior (A), central (B) e inferior (C) em função de diferentes níveis de compactação do solo.

FIGURE 3. Dry mass of roots Erytrina velutina roots in the upper (A), central (B) and lower (C) layer, due to different levels of soil compaction.

Para este estudo, observou-se que a compactação do solo reduziu de forma considerável a macroporosidade do solo, dificultando o crescimento de raízes grossas e criando uma camada física de resistência a penetração das raízes, consequentemente, restringindo a expansão da raiz pivotante a partir da densidade de 1,60 kg.dm-³. Além disso, após o beneficiamento das raízes, foi possível observar que a presença da camada compactada a densidades de solo igual ou superiores a 1,60 kg.dm-3, provocou alterações morfológicas no crescimento da raiz pivotante (Figura 4).

A redução da macroporosidade do solo aliado a redução da difusão de oxigênio do ar atmosférico para dentro da atmosfera do solo em função do experimento ter sido mantido à capacidade de campo solo, pode ter reduzido consideravelmente a concentração do elemento ao solo, ao ponto da planta começar a sofrer com sua deficiência. Segundo Camargo e Alleoni (1997), em condições de solo compactado onde saturação do solo é facilmente atingível, a difusão do oxigênio ou sua troca atmosférica, será muito prejudicada.

1.35 1.45 1.60

1.80

y = 1.0355x + 0.6362 R² = 0.8101

0.00 0.50 1.00 1.50 2.00 2.50 3.00

1.30 1.40 1.50 1.60 1.70 1.80 1.90

Mas sa se ca das raí zes na cam ada superi or (g)

Nível de compactação (kg.dm-³)

A

1.35

1.45

1.60

1.80 y = -0.4471x + 0.9188

R² = 0.964

0.00 0.05 0.10 0.15 0.20 0.25 0.30 0.35

1.30 1.40 1.50 1.60 1.70 1.80 1.90

Massa seca da s raí zes na cam ada ce ntr al ( g)

Nível de compactação (kg.dm-³)

B

1.35

1.45

1.60

1.80 y = -0.692x + 1.3272

R² = 0.9363

0.00 0.10 0.20 0.30 0.40 0.50

1.30 1.40 1.50 1.60 1.70 1.80 1.90

Mas sa se ca das raí zes na cam ada inf er ior (g)

Nível de compactação (kg.dm-³)

(24)

Borges et al. (1986) em seu estudo, observou que a produção de raízes de mudas de E. grandis, E.

camaldulenses e E. tereticornis na camada compactada foi nulo em densidades superiores a 1,15 g/cm³ em um

Latossolo Vermelho-Escuro com 72% de argila, caracterizando as espécies como sensíveis a compactação do solo.

FIGURA 4. Raiz pivotante localizada na camada superior da unidade experimental após beneficiamento das raízes, aparentemente sem nenhuma alteração morfológica (A e B) e efeito negativo na raiz pivotante em função da camada compactada, alterando morfologicamente sua estrutura (C e D). Presença de raiz pivotante na camada central não compactada (E), compactada a densidade de 1,45 kg.dm-³ (F) e efeito negativo da compactação sob a raiz pivotante limitando seu crescimento na camada central a densidade 1,60 kg.dm-³ (G) e 1,80 kg.dm-³ (H) respectivamente.

FIGURE 4. Axial root located on the topsheet of the experimental unit after processing of the roots, no apparent morphological changes (A and B) and a negative effect pivoting at the root depending on the compacted layer, changing its morphological structure (C and D). Presence of root pivoting in the uncompressed central layer (E), packed density of 1.45 kg.dm-³ (F) and adverse effect of compression under the taproot growth limiting the middle layer density 1.60 kg.dm -³ (G) and 1.80 kg.dm-³ (H) respectively.

Assim como relatado por Pereira Junior et al. (2012), analisando o crescimento de Moringa oleifera, sob condições de solo compactado, a compactação prejudicou significativamente a expansão do sistema radicular na camada abaixo daquela compactada, sendo esse efeito notório para a espécie Erytrina velutina partir de densidades de solo igual a 1,45 kg.dm-³ (Tabela 2). Com base na análise de regressão, observou-se que a camada de solo compactada na densidade de 1,80 kg.dm-³promoveu uma redução linear de 74,4% na produção de massa seca de raízes na camada inferior dos vasos e que o aumento da densidade do solo na camada subsuperficial continuaria promovendo redução da variável em destaque (Figura 3).

A compactação da camada subsuperficial pode ter limitado a infiltração de água para a camada subsequente e consequentemente, prejudicado o desenvolvimento das raízes. Para Silva et al. (2006) diversos fatores podem estar associados a inibição da expansão do sistema radicular em solos compactados. Segundo o mesmo autor, a reorganização das partículas e do sistema poroso do solo em função da compactação, reduz a infiltração de água no solo, ocasionando a formação de um ambiente anaeróbico, improprio para formação de um sistema radicular bem desenvolvido. Um sistema radicular bem desenvolvido facilita a absorção de água e nutrientes minerais, aumentando o vigor das plantas (TAVARES et al., 2007).

CONCLUSÃO

O impedimento físico em subsuperfície altera o crescimento aéreo das plantas de Erytrina velutina sendo essa redução mais expressiva para a variável massa seca da parte aérea.

A B C D

T1- 1,35 kg.dm-3 T2- 1,45 kg.dm-3 T3- 1,60 kg.dm-3 T4- 1,80 kg.dm-3

(25)

O impedimento físico em subsuperfície altera o crescimento do sistema radicular das mudas de Erytrina

velutina em densidades de solo superiores ou igual a 1,45 kg.dm-³.

A massa seca de raízes das mudas de Erytrina velutina reduz com o aumento da densidade do solo. Uma camada de solo compactada com á densidade igual ou superior a 1,60 kg.dm-³ impede que a raiz pivotante de Erytrina velutina atravesse essa camada e se desenvolva em profundidade.

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(26)

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(27)

CAPÍTULO II

EFEITO DA COMPACTAÇÃO DO SOLO NO CRESCIMENTO AÉREO E RADICULAR

(28)

EFEITO DA COMPACTAÇÃO DO SOLO NO CRESCIMENTO AÉREO E RADICULAR DE Mimosa caesalpiniifolia Benth.

EFFECT OF THE SOIL COMPACTION IN THE AERIAL AND RADICULAR GROWTH OF Mimosa caesalpiniifolia Benth.

RESUMO

Estudos sobre o desenvolvimento de plantas em solos compactados são de suma importância para o entendimento do crescimento de cada espécie, porém, pouco se sabe sobre os efeitos negativos da compactação do solo no desenvolvimento de espécies florestais da Caatinga. Objetivou-se avaliar o crescimento aéreo e radicular inicial de Mimosa caesalpiniifolia em solos submetidos a diferentes níveis de compactação. O experimento foi conduzido em casa de vegetação localizada na UECIA/UFRN. Foi utilizado Latossolo Amarelo de textura franco-arenosa, provenientes de uma área da Escola Agrícola de Jundiaí, em vasos montados com três anéis de PVC sobrepostos, de 10 cm de diâmetro e 25 cm de altura, sendo o anel central o que sofreu a compactação. O delineamento experimental utilizado foi o de blocos casualizados, com seis repetições, sendo testados quatro níveis de compactação do solo (1,35; 1,45; 1,60 e 1,80 kg.dm-³), avaliando-se as seguintes variáveis: diâmetro, altura, número de folhas, massa seca da parte aérea e do sistema radicular em cada camada das colunas. No geral, o crescimento inicial de M. caesalpiniifolia foi favorecido pelo tratamento composto por solo não compactado, porém a planta se mostrou relativamente resistente à compactação do solo, não sofrendo nenhuma redução significativa no desenvolvimento radicular às densidades inferiores a 1,60 kg.dm-³ e em relação ao crescimento aéreo, essa redução foi significativa apenas para o crescimento diamétrico sob a mesma densidade.

Palavras-chave: Sistema radicular; densidade do solo; manejo do solo.

ABSTRACT

Studies on the development of plants in compacted soils are extremely important for understanding the growth of each species, however, little is known about the negative effects of soil compaction in the development of forest species Caatinga. The objective was to evaluate the initial shoot and root growth Mimosa caesalpiniifolia in soils submitted to different levels of compression. The experiment was conducted in a greenhouse located in UECIA/UFRN. Was used Yellow Latosol of sandy loam texture, were used from an area of the School of Agricultural Jundiaí mounted in pots with three superposed rings PVC, 10 cm diameter and 25 cm in height, with a central ring which has undergone compression . The experimental design was a randomized complete block design with six repetitions, being tested four levels of soil compaction (1,35; 1,45; 1,60 and 1,80 kg.dm-³), evaluating the following variables: diameter, height, number of leaves, dry weight of shoot and root system in each layer of the columns. In general, the initial growth of M. caesalpiniifolia was favored by treatment consists of uncompressed soil, but the plant was relatively resistant to compaction of the soil does not undergo any significant reduction in root development densities lower than 1,60 kg.dm-³ and compared to aerial growth, this reduction was significant only for diameter growth under the same density.

Keywords: Root system; soil density; soil management.

INTRODUÇÃO

Os solos podem ser classificados como um corpo natural, composto por elementos de origem mineral e orgânica, compondo um sistema dinâmico constituído por componentes sólidos, líquidos e gasosos, que se distribuem na superfície terrestre, permitindo o desenvolvimento da vida animal e vegetal (MENDONÇA, 2010).

A estrutura do solo pode interferir no desenvolvimento de plantas de diversas formas, sendo o impedimento físico ao alongamento radicular um dos mais evidentes e decisivos a respeito da capacidade do sistema radicular em absorver água e nutrientes do solo em quantidades adequadas (MÜLLER; CECCON; ROSOLEM, 2001).

Para Alves et al. (2003), diversos fatores podem influenciar no desenvolvimento do sistema radicular, limitando a absorção de nutrientes do solo pelas plantas e restringindo assim, sua produtividade, estando os atributos físicos e químicos do solo intimamente correlacionados.

(29)

absorção de nutrientes pelas plantas, e consequentemente, em seu desenvolvimento (CASTAGNARA et al., 2013; HANZA; ANDERSON, 2005).

Mimosa caesalpiniifolia Benth. é uma espécie conhecida popularmente como sabiá, sendo bastante

empregada na utilização para a produção de forragem, estacas, portas, mourões, dormentes, lenha e carvão, cerva viva e na recuperação de áreas degradadas e de preservação permanente (PAULA; VIEIRA, 2008), porém pouco se sabe sob seu desenvolvimento em solos compactados.

Pereira Junior et al. (2012) avaliando o crescimento de raízes e parte aérea de Moringa oleifera, sob condições de solo compactado observaram que apesar de ocorrer redução das variáveis com o aumento da compactação do solo, essa redução não afetou significativamente o crescimento em parte aérea e radicular. Silva et al. (2012) avaliando o efeito da compactação do solo no desenvolvimento aéreo e radicular de Crambe

abyssinica e Jatropha curcas constataram que a primeira é sensível ao aumento da compactação do solo

alterando a distribuição radicular na camada de solo compactada e abaixo dela, porém, não foram observados alterações expressivas no desenvolvimento e o crescimento aéreo e radicular das plantas de Jatropha curcas.

Estudos sobre o desenvolvimento de plantas em solos compactados, principalmente em relação à penetração das raízes, são de suma importância para o entendimento do crescimento de cada espécie. Estes estudos ainda são escassos, principalmente na região semiárida do Brasil, fazendo-se necessárias pesquisas, que possam dar subsídio para a recuperação de áreas degradadas e potencializar a exploração sustentável das espécies da Caatinga. Diante do exposto, o objetivo geral do trabalho foi avaliar o crescimento aéreo e radicular inicial de Mimosa caesalpiniifolia em solo submetido a diferentes níveis de compactação do solo.

MATERIAIS E MÉTODOS

Para disposição do experimento,foi utilizado Latossolo Amarelo de textura franco-arenosa, proveniente da área de experimentação florestal da Escola Agrícola de Jundiaí (EAJ) do município de Macaíba-RN. Para se obter uma maior homogeneidade do solo, porções do solo da camada subsuperficial (horizonte B) foram coletadas a uma profundidade entre 20,0 e 40,0 cm. Em seguida, o solo foi destorroado, seco ao ar e peneirado em malha de 2,0 mm, homogeneizado e retirado subamostras para realizações de análises química e física (Tabela 1).

TABELA 1. Caracterização química e física do Latossolo Amarelo utilizado no experimento. TABLE 1 Chemical and physical characterization of the soil used in the experiment.

Características Química

pH em água (1 : 2,5) 5,78

P (mg.dm-3)(1) 2,00

K+ (mg.dm-3)(1) 268,00

Na+ (mg.dm-3) 132,00

Ca2+ (cmolc.dm -3

)(2) 1,18

Mg2+ (cmolc.dm -3

)(2) 0,40

Al3+ (cmolc.dm -3

)(2) 0,00

H+ Al (cmolc.dm -3

)(3) 0,75

SB (cmolc.dm -3

) 2,83

CTC (T) (cmolc.dm -3

) 3,58

V (%) 79,05

Física

Areia (g.kg-1) 688

Argila (g.kg-1) 180

Silte (g.kg-1) 132

C.C (%) 9,04

P.M.P (%) 7,03

(1)

Extrator Mehlich-1; (2) Extrator KCl1mol.L-1; (3) Extrator acetado de cálcio 0,5 mol L-1 pH 7,0. SB = Soma de bases; CTC = Capacidade de troca cátions a pH 7,0; V = Saturação por bases; C.C = Capacidade de campo; P.M.P = Ponto de murcha permanente.

(30)

com ureia, superfosfato simples e cloreto de potássio nas quantidades de 150, 300 e 100 mg.dm-3 respectivamente.

O experimento foi conduzido em casa de vegetação localizada na Unidade Acadêmica Especializada em Ciências Agrárias (UECIA), da Universidade Federal do Rio Grande do Norte (UFRN), Macaíba-RN. A casa de vegetação apresenta-se revestida telas de náilon de 1,0 mm de malha e telha de fibra de vidro transparente (temperatura média mínima de 24ºC e máxima de 38ºC).

O delineamento experimental adotado foi o de blocos casualizados com seis repetições, contendo cinco sementes por unidade experimental, sendo testado o efeito da compactação do solo no crescimento inicial de

Mimosa caesalpiniifolia nas densidades de 1,35 kg.dm-³ (não compactado), 1,45 kg.dm-³, 1,60 kg.dm-³ e 1,80 kg.dm-³.

A unidade experimental foi representada por uma coluna de PVC com 10 cm de diâmetro e 25 cm de altura. A mesma era composta por três camadas (superior, central e inferior), sendo a altura das camadas superior e inferior de 10 cm; enquanto, a camada central de 5 cm, unidos por fita adesiva. Para fechar a base da camada inferior da coluna, foi utilizado pano multiuso, afixado com ligas de borracha. (Figura 1).

FIGURA 1. Ilustração esquemática da unidade experimental utilizada no experimento. FIGURE 1. Schematic illustration of the experimental unit used in the experiment.

As camadas superior e inferior da coluna de PVC foram compostas por solo não compactado; enquanto, a central por solo submetido a quatro diferentes densidades de compactação. Essa compactação foi feita em camadas de solo de 2,5 em 2,5 cm, por meio de golpes com um embolo de metal, sendo prensado o solo na coluna de PVC até completar o volume correspondente à densidade almejada no interior da camada central da coluna.

Para evitar o desenvolvimento radicular pela interface PVC-solo compactado (pontos de menor resistência à penetração) utilizou-se a metodologia descrita por Müller, Ceccon e Rosolem (2001), onde foram colocadas fitas plásticas adesivas de cerca de 2,0 cm de largura, dobradas da periferia ao centro da superfície superior do anel central, evitando o desenvolvimento das raízes contíguas à parede (Figura 1).

Quinze dias após a emergência das sementes, foi feito o desbaste deixando apenas uma planta por unidade experimental até o final da coleta de dados, realizada aos 60 dias após a emergência das plântulas. A irrigação foi realizada diariamente de forma manual com auxílio de proveta graduada, aplicando-se o volume de água correspondente à capacidade de campo do solo.

(31)

Os dados foram comparados por meio de análise de variância e teste de médias (Teste de Tukey) ao nível de 5% de probabilidade. Fez-se também, o estudo da regressão, empregando-se a equação que melhor se ajustou aos dados não transformados, utilizando programa estatístico Assistat 7.7.

RESULTADOS E DISCUSSÃO

A compactação do solo em camada subsuperficial interferiu significativamente no crescimento inicial de

Mimosa caesalpiniifolia para as variáveis diâmetro no coleto, número de folhas e massa seca de raízes na

camada central, tendo todos os dados se ajustado ao modelo de regressão linear, com exceção da massa seca da parte aérea, que não se ajustou a nenhum modelo de regressão.

A análise de variância evidenciou que o aumento da compactação apresentou efeito significativo ao nível de 5% de probabilidade no crescimento inicial de Mimosa caesalpiniifolia para as determinadas variáveis, ajustando-se ao modelo de regressão linear.

TABELA 2. Análise de variância para as variáveis diâmetro no coleto (DNC), número de folhas (NF), altura (ALT), massa seca da parte aérea (MSPA), massa seca da raiz na camada superior (MSRAC.S), central (MSRAC.C) e inferior (MSRAC.I) de mudas de Mimosa caesalpiniifolia, submetidas a diferentes níveis de compactação.

TABLE 2. Mean values and variance analysis for the variables collar diameter (DNC), number of leaves (NF), height (ALT), dry matter of the aerial part (MSPA), root dry mass in the upper layer (MSRAC.S), central (MSRAC.C) and lower (MSRAC.I) of Mimosa caesalpiniifolia seedlings, under different levels of compression.

FV GL

Quadrados médios

DNC NF ALT MSPA MSRA C.S

MSRA C.C

MSRA C.I

Tratamentos 3 0,598* 4,944** 45,233ns 2,268ns 0,948ns 0,099** 0,143ns Linear 1 1,434** 13,333** 121,002* 2,302ns 2,299* 0,276** 0,336* Quadrática 1 0,355ns 1,500ns 2,344ns 3,760ns 0,525ns 0,004ns 0,072ns

CV (%) 7,14 7,2 9,03 15,23 18,45 19,84 23,31

Tratamentos

Valores médios

DNC

(mm) NF

ALT (cm) MSPA (g) MSRA C.S (g) MSRA C.C (g) MSRA C.I (g)

T1- 1,35 kg.dm-³

6,00 a 14,00 a 51,92 a 8,51 a 2,79 a 0,62 a 1,16 a (não compactado)

T2 - 1,45 kg.dm-³ 5,52 ab 13,83 a 48,08 a 7,13 a 2,82 a 0,45 a 1,11 a T3 - 1,60 kg.dm-³ 5,33 b 13,17 ab 47,92 a 7,32 a 3,02 a 0,43 a 1,09 a T4 - 1,80 kg.dm-³ 5,33 b 12,00 b 45,25 a 7,52 a 3,64 a 0,31 b 0,82 a ns: não significativo; ** significativo ao nível de 1%; * significativo ao nível de 5% de probabilidade. As médias seguidas pela mesma letra não diferem estatisticamente entre si. FV= Fonte de variação; GL = Graus de liberdade; CV = Coeficiente de variação (%).

(32)

FIGURA 2. Diâmetro no coleto (A), número de folhas (B) e altura (C) das plantas de Mimosa caesalpiniifolia em função de diferentes níveis de compactação do solo.

FIGURE 2. Collar diameter (A), number of leaves (B) and height (C) of the plants Mimosa caesalpiniifolia seedlings in function of different levels of soil compaction.

Os resultados desse estudo se assemelham as encontrados por Silva et al. (2012), avaliando o efeito da compactação do solo no desenvolvimento aéreo e radicular do Crambe abyssinica em um Latossolo Vermelho de textura média, onde o diâmetro caulinar foi significativo e inversamente proporcional ao aumento da densidade, indicando que a espécie tem o seu desenvolvimento prejudicado com o aumento da compactação. Santos et al. (2012), avaliando densidades do solo no desenvolvimento de Jatropha curcas em um Latossolo Vermelho Distroférrico, constataram que para o crescimento em diâmetro, a densidade do solo interferiu a partir de 1,3 kg.dm-³, sendo esse resultado mais expressivo, com o aumento da compactação. Entretanto, Pereira Junior et al. (2012), avaliando o crescimento de raízes e parte aérea de Moringa oleifera, sob condições de solo compactado, não observaram interação significativa entre o diâmetro e os níveis de densidade testados.

Em relação ao número de folhas, a compactação do solo no cilindro central dos tubos de PVC demostrou que os tratamentos testados promoveram redução linear na variável, sendo o tratamento composto

1.35

1.45 1.60 1.80

y = -1.3203x + 7.5914 R² = 0.6708

0.00 1.00 2.00 3.00 4.00 5.00 6.00 7.00

1.30 1.40 1.50 1.60 1.70 1.80

D iâm et ro no col et o ( m m )

Nível de compactação (kg.dm-³)

A

1.35 1.45 1.60

1.80 y = -4.5652x + 20.326

R² = 0.9695

0.00 2.00 4.00 6.00 8.00 10.00 12.00 14.00 16.00

1.30 1.40 1.50 1.60 1.70 1.80

N úme ro de fol has

Nível de compactação (kg.dm-³)

B

1.35

1.45 1.60 1.80

y = -12.899x + 68.284 R² = 0.8475

0.00 10.00 20.00 30.00 40.00 50.00 60.00

1.30 1.40 1.50 1.60 1.70 1.80

A

lt

ura

(

cm)

Nível de compactação (kg.dm-³)

Imagem

TABELA 1. Caracterização química e física do Latossolo Amarelo utilizado no experimento
FIGURA 1. Ilustração esquemática da unidade experimental utilizada no experimento.  FIGURE 1
TABELA 2. Análise de variância e valores médios para as variáveis diâmetro no nível do coleto (DNC), número  de  folhas  (NF),  altura  (ALT),  massa  seca  da  parte  aérea  (MSPA),  massa  seca  da  raiz  na  coluna  superior  (MSRAC.S),  central  (MSRAC
FIGURA 2. Altura (A), número de folhas (B) e massa seca da parte aérea (C) das plantas de Erytrina velutina  em função de diferentes níveis de compactação
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