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Inconvenientes do uso do valor médio do diâmetro para determinação da área basal.

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Academic year: 2017

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Inconvenientes do uso do valor médio do

diâmetro para determinação da área basal

1

F. PIMENTEL G O M E S2

(2)

RESUMO

Através do estudo matemático do problema, o autor de-monstra que o uso do valor médio do diâmetro (GOMES, 1957), obtido através da média aritmética dos diâmetros das árvores, não convém para o cálculo da área basal de um povoamento florestal, pois não satisfaz aos postulados da Teoria da Medida.

1. INTRODUÇÃO

Nos trabalhos florestais é importante a determinação da área basal ou área basiméirica, que se define (GOMES,

1957) como sendo "a soma das áreas seccionais de todas as árvores" de um povoamento. Com base nessa área basal, pode-se obter a área seccional média, igual a área basal divi-dida pelo número de árvores. A essa área seccional correspon-de um diâmetro, que é, por difinição, o diâmetro médio do povoamento. Se, porém, achamos a média aritmética dos diâ-metros das árvores, teremos o que GOMES (1957) chama

valor médio do diâmetro. Ora, propôs-se, no Serviço Flores-tal da Secretaria da Agricultura do Estado de São Paulo, que a área fosse calculada a partir desse valor médio do diâmetro.

Tal método, porém, tem inconvenientes graves, que são objeto deste trabalho.

2 _ INCONVENIENTES DO USO DO VALOR MtiDIO DO DIÂMETRO

Sendo BiS o diâmetro de cada árvore, a média

aritmé-tica dos diâmetros seria:

D„ - - J Í =

K

N,.

Dnde N,, é o número de árvores no povoamento.

Seja Djj o diâmetro de cada árvore cortada, num des-baste, e Da j , o de cada árvore remanescente. As médias

arit-méticas respectivas serão:

1 1

(3)

Dr = ! — S d2 j - — D2. .

Nr i Nr

As áreas basais calculdadas por esse método seriam:

A' = ( T T / 4 ) D2

. N - — 5^— ,

P P P 4 Np

A' = — D2

. N =

-JL. - ^ - ,

d 4 p d 4 N D

A' = — — D2

N = —^— . .

R 4 R R 4 N r

Vamos calcular

A'

p

— A'

d

— A'

r

.

Obtemos:

r D\. D2

2. D 2

. , -i

A - , - A -4 - A', = _ „ / 4

| _ — + — — J

i. I Soma de quadrados do contraste 4 I

[_Desbaste v. Remanescente J

Segue-se que temos:

A'p — A 'd — A 'r < 0 .

.*. A'p < A 'd + A 'r ,

o que é absurdo, do pontode vista de Teoria da Medida. Aliás, sendo Ap a área basal do povoamento, dada pela

fórmula clássica:

, AP = — % D% ,

4 i,j

temos:

Ap — A'p =

-^— I

% D%

D 2

I

4

Np J

isto é,

. . , , . \ Soma de quadrados dos desvios I

Ap — A'p = T T / 4 , ... ; F

1 1

| dos diâmetros no povoamento |

= ( T T / 4 ) S Q P

(4)

Analogamente deduzimos:

Ad - A 'd + (n/4) S Q D ,

Ar = A',. + ( T T / 4 ) S Q R ,

onde SQD e SQR se referem ŕs árvores desbastadas e ŕs re-manescentes, respectivamente.

No caso de heterogeneidade grande no povoamento, a so-ma de quadrados SQP é elevada, de onde se segue que A será

muito superior a A\, .

Exemplos

Consideremos, como exemplo, um povoamento com ape-nas 4 árvores, de diâmetros 2, 4, 8, 10, cm.

Temos:

2 + 4 + 8 + 10 24 „ n v n

D„ = = = 6 cm,

4 4 A',, =

- - - ^ 1

= — . . 4 4 .

4 4 4

Se cortarmos as duas árvores mais finas, de diâmetros 2 e 4 cm, ficará:

7T 62 7T

A'a = = • 18 . 

4 2 4 

A',. = - í - .  _ ! ? ! _ =

JL-

 . 162 , 

4 2 4  de onde se conclui que 

A 'd +  A 'r = . . 180 >  A 'p =

-^—

 144 . 

4 4  e, pior ainda, que 

A'p <  A 'r , 

o que é verdadeiramente absurdo. 

4 _ CONCLUSÕES

(5)

fundamente desfavoráveis ao uso do valor médio do diâme­ tro para o cálculo da área basal de um povoamento. No en­ tanto, é preciso convir que na formula 

IMAGEMAQUI 

o segundo membro poderá ser reduzido se, como năo é raro,  além das árvores de menor diâmetro se cortarem algumas de  diâmetro maior, mas que tenham conformaçăo defeituosa. 

Por outro aldo, no caso, tăo frequente, do uso de amos­

tragem, realmente năo temos os valores de  Ap,  Ad e  Ar, mas 

suas estimativas respectivas Âp,  Âd e  Âr, o que năo obsta 

que a igualdade 

Âp —  Âd —  Âr =  0 , 

ou 

Âp = Âd +  Ap , 

se verifique em média. Já no caso das determinaçőes basea­ das novalor médio dos diâmetros, há um ęrro sistemático, que  a repetiçăo da amostragem ou o aumento do tamanho da  amostra năo podem compensar. 

4 — SUMMARY

This paper discusses the use of the arithmetic mean of  diameters in the computation of basal area in forestry. This  use, proposed in the Serviço Florestal of the Secretary of  Agriculture of the State of Săo Paulo, leads to several diffi­ culties, to be shown presently. 

Let be the diameter of a tree, with i = 1 referring to 

trees to be cut, and i = 2 to trees to be left uncut. If Nd is 

the number of trees to be cut, Nr the nummber of trees to be 

left uncut, and  Np = Nd +  Nr is the total number of trees, 

then the basal area of the total population (Ap) is 

IMAGEMAQUI 

and the basal area of trees to be cut and to be left uncut are,  respectively, 

(6)

The similar estimates  A 'p ;  A 'd,  A 'r, computed with the  aritmetic means of diameters, are: 

IMAGEMAQUI 

I t is shown that 

IMAGEMAQUI 

so that, since the contrast in question may be taken as  alwys non­zero, we have 

A 'p <  A 'd +  A 'r , 

which is certainly absurd from the point of view of the  theory of measure. But indeed, in some cases we may even  have 

A'p <  A 'r , 

which

 is really an absurd. 

On the other hand it is proved that 

IMAGEMAQUI 

so that the difference A'p,  Ap — increases with the hetero­

geneity of diameteres of the trees. 

5. BIBLIOGRAFIA CITADA

Referências

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