• Nenhum resultado encontrado

Sialorreia em crianças com paralisia cerebral,.

N/A
N/A
Protected

Academic year: 2017

Share "Sialorreia em crianças com paralisia cerebral,."

Copied!
10
0
0

Texto

(1)

www.jped.com.br

ARTIGO

DE

REVISÃO

Sialorrhea

in

children

with

cerebral

palsy

,

夽夽

Bruno

Leonardo

Scofano

Dias

a,∗

,

Alexandre

Ribeiro

Fernandes

b

e

Heber

de

Souza

Maia

Filho

c

aRedeSARAHdeHospitaisdeReabilitac¸ão,SetordeReabilitac¸ãoInfantil,RiodeJaneiro,RJ,Brasil bUniversidadeFederalFluminense(UFF),Niterói,RJ,Brasil

cUniversidadeFederalFluminense(UFF),ProgramadeMestradoProfissionalemSaúdeMaterno-Infantil,Niterói,RJ,Brasil

Recebidoem28defevereirode2016;aceitoem9demarçode2016

KEYWORDS

Sialorrhea;

Cerebralpalsy;

Child

Abstract

Objective: Toreviewtheliteratureonsialorrheainchildrenwithcerebralpalsy.

Sourceofdata: Non-systematicreviewusingthekeywords‘‘sialorrhea’’and‘‘child’’carried outinthePubMed®,LILACS®,andSciELO®databasesduringJuly2015.Atotalof458articles wereobtained,ofwhich158wereanalyzedastheywereassociatedwithsialorrheainchildren; 70 had contentrelated to sialorrhea incerebralpalsy orthe assessmentandtreatment of sialorrheainotherneurologicaldisorders,whichwerealsoassessed.

Datasynthesis: Theprevalenceofsialorrheaisbetween10%and58%incerebralpalsyandhas clinicalandsocialconsequences.Itiscausedbyoralmotordysfunction,dysphagia,and intra-oralsensitivitydisorder.Theseverityandimpactofsialorrheaareassessedthroughobjective orsubjectivemethods. Severaltypes oftherapeuticmanagementaredescribed:trainingof sensoryawarenessandoralmotorskills,drugtherapy,botulinumtoxininjection,andsurgical treatment.

Conclusions: Themosteffectivetreatmentthataddressesthecauseofsialorrheainchildren withcerebralpalsyistrainingofsensoryawarenessandoralmotorskills,performedbyaspeech therapist.Botulinumtoxininjectionandtheuseofanticholinergicshaveatransienteffectand areadjuvant tospeech therapy; theyshould beconsideredincases ofmoderatetosevere sialorrhea orrespiratorycomplications. Atropinesulfateisinexpensiveandappears tohave goodclinicalresponsecombinedwithgoodsafetyprofile.Theuseoftrihexyphenidylforthe treatmentofsialorrheacanbeconsideredindyskineticformsofcerebralpalsyorinselected cases.

©2016PublishedbyElsevierEditoraLtda.onbehalfofSociedadeBrasileiradePediatria.Thisis anopenaccessarticleundertheCCBY-NC-NDlicense(http://creativecommons.org/licenses/ by-nc-nd/4.0/).

DOIserefereaoartigo:

http://dx.doi.org/10.1016/j.jped.2016.03.006

Comocitaresteartigo:ScofanoDiasBL,FernandesAR,MaiaFilho HS.Sialorrheainchildrenwithcerebralpalsy.JPediatr(Rio J).

2016;92:549---58.

夽夽TrabalhovinculadoàRedeSarahdeHospitaisdeReabilitac¸ão,RiodeJaneiro,RJ,Brasil.

Autorparacorrespondência.

E-mail:brunoscofano91@gmail.com(B.L.ScofanoDias).

2255-5536/©2016PublicadoporElsevierEditoraLtda.emnomedeSociedadeBrasileiradePediatria.Este ´eumartigoOpenAccesssob

(2)

PALAVRAS-CHAVE

Sialorreia;

Paralisiacerebral;

Crianc¸a

Sialorreiaemcrianc¸ascomparalisiacerebral

Resumo

Objetivo: Revisaraliteraturareferenteàsialorreiaemcrianc¸ascomparalisiacerebral. Fontededados: Revisão não sistemáticacom as palavras-chave ‘‘sialorreia’’; e ‘‘crianc¸a’’ feitanasbasesdedadosPubmed®,Lilacs®eScielo®emjulhode2015.Foramrecuperados 458artigos,158foramanalisadosporteremrelac¸ãocomsialorreiaemcrianc¸as,foram aprovei-tados70comconteúdorelativoàsialorreianaparalisiacerebralouàavaliac¸ãoeaotratamento dasialorreiaemoutrosdistúrbiosneurológicos.

Síntesedosdados: Asialorreiatemprevalênciaentre10%e58%naparalisiacerebraleimplica consequênciasclínicasesociais.Écausadapordisfunc¸ãomotoraoral,disfagiaedistúrbioda sensibilidadeintraoral.Agravidadeeoimpactodasialorreiasãoavaliadospormeiodemétodos objetivosousubjetivos. Estãodescritasdiversasformasdemanejoterapêutico:treino para consciênciasensorial ehabilidadesmotoras orais,terapia farmacológica,injec¸ão de toxina botulínicaetratamentocirúrgico.

Conclusões: Otratamentomais eficaze queaborda acausadasialorreia nascrianc¸ascom paralisiacerebraléotreinoparaconsciênciasensorialehabilidadesmotorasorais,feitoporum fonoaudiólogo.Injec¸ãodetoxinabotulínicaeousodeanticolinérgicostêmefeitotransitórioe sãoauxiliaresaotratamentofonoaudiológicooudevemserconsideradosnoscasosdesialorreia moderadaagraveoucomcomplicac¸õesrespiratórias.Osulfatodeatropinatem baixocusto epareceterboarespostaclínicacombomperfildeseguranc¸a.Ousodetriexifenidilparao tratamentodasialorreiapodeserconsideradonasformasdiscinéticasdeparalisiacerebralou emcasosselecionados.

©2016PublicadoporElsevierEditoraLtda.emnomedeSociedadeBrasileiradePediatria.Este ´

eumartigoOpenAccesssobumalicenc¸aCCBY-NC-ND(http://creativecommons.org/licenses/ by-nc-nd/4.0/).

Introduc

¸ão

Sialorreia é a perda involuntária de saliva e conteúdo da

boca,1,2podeocorrernormalmenteemlactentes,porémaos

24meses crianc¸as comdesenvolvimento típico devemter acapacidadedefazeramaioriadasatividades semperda desaliva.3 Após os quatroanos, a sialorreia é anormal e frequentemente persiste em crianc¸as com doenc¸as neu-rológicas que incluam incoordenac¸ão neuromuscular da deglutic¸ão e deficiência intelectual.1 O termo paralisia cerebral(PC)descreveumgrupodetranstornosdo desen-volvimento do movimento e da postura, com restric¸ões de atividade oudeficiência motora que são causadaspor malformac¸ões ou insultos que ocorrem no cérebro em desenvolvimento,fetalouinfantil.4,5Mundialmente,a pre-valênciadePCédeumacincopara1.000nascidosvivoseé acausamaiscomumdedeficiênciamotoraemcrianc¸as.6A prevalênciada sialorreia na PCé infrequentemente estu-dada e os resultados não podem ser comparados devido à variac¸ão nos desenhos de pesquisa e na selec¸ão de pacientes.1 Alguns autores reportaram prevalência entre 10%e58%,7---10érazoávelaceitarqueumemcadatrês paci-entescomPCtemsialorreiaemalgumgrau.1

Apesar de pouco valorizada, a sialorreia implica con-sequências clínicas e sociais e tem diversos impactos relacionadosasaúdegeraldacrianc¸acom PC,noque diz respeitoàdisfagiaeàsaúderespiratória,aoseu desenvol-vimentosocioafetivoeàsobrecargaemocionaledetrabalho paraasfamíliaseoscuidadores.

Estarevisãonãosistemáticatemporobjetivoatualizar osprofissionaisenvolvidos noscuidadoscom crianc¸as com

PC em relac¸ão à literatura referente à sialorreia nesses pacientesefoifeitacomaspalavras-chave‘‘sialorreia’’e ‘‘crianc¸a’’nasbasesdedadosPubmed®,Lilacs® eScielo® emjulhode2015.Foramrecuperados458artigos,158foram analisadosporteremrelac¸ãocomsialorreiaemcrianc¸ase foramaproveitados70comconteúdorelativoasialorreiana paralisiacerebralouaavaliac¸ãoetratamentodasialorreia emoutrosdistúrbiosneurológicos.

Fisiologiadasalivac¸ão

As parótidas produzem saliva maisserosa e aquosa como

resultadodaestimulac¸ãoduranteasrefeic¸ões.Asglândulas

submandibularesesublinguaisproduzemsalivamaisviscosa

e de uma forma maisconstante ao longo do dia.11,12 Em

(3)

estímulos táteis, mecânicos e gustatórios. É questionável se na PCpodeocorrer uma interrupc¸ão nessemecanismo regulatóriocomopartedaencefalopatia.11Asialorreiapode variardeminutoaminuto,dependedefatorescomofome, sede, cansac¸o, ansiedade e estado emocional e do ritmo circadianodeproduc¸ãodasaliva.1

Fatorespredisponentes,fisiopatologiaeetiologia

Reidetal.analisaramosfatorespredisponentesde

sialor-reiaemcrianc¸ascomPC(385indivíduos)de7a14anos.São

eles:ostiposnãoespásticos,opadrãotopográfico

tetraplé-gico,aausênciadecontrolecervical,asdificuldadesgraves

nacoordenac¸ão/func¸ãomotoragrossa,aepilepsia,a

defi-ciênciaintelectual, aausênciadefala,amordidaanterior

abertaeadisfagia.13

Atualmente, é amplamente aceito que a sialorreia na crianc¸acomPCnãoécausadaporhipersalivac¸ão,massim pordisfunc¸ão motoraoral, pordisfagiae/oupordistúrbio dasensibilidadeintraoral.1,3,9,11,12Senneretal.publicaram estudoemquecompararamgruposdecrianc¸ascomPCcom sialorreia (n=14), crianc¸as com PC sem sialorreia (n=14) e crianc¸as com neurodesenvolvimento normal (n=14) por quantificac¸ãodaproduc¸ãodesalivapormeiodotesteSaxon, descritoporKohleretal.14Osresultadosdemonstraram pio-resescoresnafunc¸ãomotoraoral semproduc¸ãodesaliva em excesso no grupo PCcom sialorreia e sugeremque a hipersalivac¸ãonãoéumdosfatoresresponsáveispela sia-lorreianaPC.3Erasmusetal.estudaramgruposdecrianc¸as comPC(n=100)e decrianc¸assaudáveis(n=61)pormeio decoletadesalivapormétododescritoporRotteveletal.15 e concluíram que nãohouve diferenc¸as entreastaxas de fluxosalivarnosdoisgruposdepacientes.11 Umreflexode deglutic¸ãocorretoéessencialparaadeglutic¸ãodesaliva. Essafunc¸ãobásicacomplexaé mediadaporsistemas neu-romusculares orofaciais e envolve uma série de reflexos sequenciais,movimentoscoordenadosdosmúsculosda man-díbula, dos lábios, da língua, da faringe, da laringe e do esôfago.12Váriosestudosdemonstraramcorrelac¸ãopositiva entreasialorreianascrianc¸ascomPCeosseguintesfatores: dificuldadesna formac¸ão doboloalimentar,3,7 vedamento labial ineficiente, distúrbio de succ¸ão, resíduo alimentar aumentado,3,16dificuldadesparacontroledoslábios,da lín-guaedamandíbula,3,8sensibilidadeintraoralreduzida,3,17 frequência reduzida de deglutic¸ão espontânea,18 disfagia de fase esofagiana3,7 e oclusão dentária.3,19 Signi-ficativas correlac¸ões negativas foram encontradas entre sialorreia e capacidade de mastigac¸ão e outras habilida-desdedeglutic¸ãoemgeral.3Outrosfatores,todoscomuns na PC, influenciamna presenc¸ae na gravidade da sialor-reia:posic¸ãodebocaaberta,posturacorporalinadequada particularmentedacabec¸a,deficiênciaintelectual,estado emocionalegraudeconcentrac¸ão.1,12,20

Relac¸ãoentresialorreiaedoenc¸adorefluxo gastroesofágico(DRGE)

Asaliva temumimportante papel na defesacontra lesão

demucosaesofagianainduzidaporDRGE.Emcrianc¸ascom

sialorreia, a perda constante de saliva pode prejudicar a

remoc¸ãodoácidogástricorefluídonoesôfago,oquepode

perpetuardismotilidadeesofagianaeesofagite.3,21Heineet

al.,emestudofeitoem1996,demonstraramque1/3das24 crianc¸asportadorasdesialorreiatinhamevidênciasdeDRGE naphmetriade24horasounaesofagoscopia.Nesseestudoo tratamentomedicamentosocomcisapridaeranitidinapara DRGEnãoreduziuagravidadeeafrequênciadasialorreia namaioriadascrianc¸asenaopiniãodosautoresasecrec¸ão de saliva estimulada por DRGE deve ter importância clí-nica apenas naqueles pacientes portadores de esofagite substancial.21 ParaErasmusetal.,airritac¸ãoquímica cau-sadaporDRGEpodelevaraaumentonaproduc¸ãodesaliva grac¸asàmediac¸ãodosistemanervosoparassimpáticoedo reflexo vagovagal, com o objetivo de proteger as muco-sas orofaríngea e esofagiana. Nas crianc¸as com disfunc¸ão motoraoral, esseaumento naproduc¸ão desaliva poderia seacumularnafaringee/ounoesôfagoeaumentarorisco deaspirac¸ão.Naopiniãodosautores,aindasãomatériasde debateseaDRGEpodeporsisócausarsialorreiagraveese otratamentoparaDRGEpodereduzirasuaintensidadeem crianc¸ascomPC.10

Classificac¸ão,implicac¸õesclínicas,sociais efamiliares

Dopontodevistaclínico,pode-seclassificarasialorreiaem

anterioreposterior,ambaspodemocorrerisoladamenteou

simultaneamente.Sialorreia anterioré aperdanão

inten-cionalde saliva a partir daboca. Sialorreia posterior é o

deslizamentodesalivaapartirdalínguaparaafaringe.1,10,22

Asialorreiaanteriorpodelevaraconsequências psicos-sociais, físicas e educacionais. Uma delas é o isolamento social, que pode ter efeitos negativos sobre a autoes-tima. As crianc¸as mais gravemente afetadas podem ter um odor desagradável e podem ser rejeitadas por seus pares e até mesmo por seus cuidadores. Os indivíduos podem ser percebidos negativamente com subestima da suacapacidadeintelectual.Aextensãodesseimpactovaria de acordo com características socioculturais, em func¸ão daidade e dacapacidade cognitiva.A sialorreia anterior graverequermudanc¸asfrequentes deroupase pode cau-sardanos aoslivros, computadores e tecladose ameac¸ar ferramentasessenciaispara aeducac¸ãoe acomunicac¸ão. Podemtambémocorrerinfecc¸õesperioraiseprejuízopara adentic¸ão.1,3,10,23---28Essasconsequênciasatingemavidados pacientesetambémtêmimpactonaqualidadedevidados parentese cuidadores. Umgrupoholandês demonstrou as enormesdemandasparaoscuidadoresemtermosde sobre-cargadetrabalho,taiscomoterdelembrarfrequentemente oindivíduoparadeglutirasaliva,limparoexcessodesaliva daboca,noqueixoeemoutrasáreas,mudarelavartoalhas eroupas.27,28

(4)

toxina botulínica em glândulas salivares dos pacientes.29 Vijayasekaran et al. estudaram um grupo de 62 crianc¸as submetidasatratamentocirúrgicoparasialorreiae eviden-ciaramelevac¸ãodasaturac¸ãomédiadeoxigênioereduc¸ão dafrequênciadepneumonias.Assim,intervenc¸ões terapêu-ticas podem efetivamente melhorar a saúde respiratória nessespacientes.30

Avaliac¸ãodasialorreia

Avaliac¸ãoclínica

Os variados aspectos clínicos envolvidos na saúde das

crianc¸as com PC podem influenciar na ocorrência e na

gravidadedasialorreiaedemodoreverso,podemser

influ-enciados na sua gravidade pelasua presenc¸a (fig. 1). Por

isso,naavaliac¸ãoclínicadasialorreia,essesdiversos fato-res(tabela1)devemserpesquisadosativamentepormeio daanamneseeobservac¸ãodacrianc¸a.1

Métodosdemensurac¸ãodasialorreia

Existegrandedificuldadeparaamensurac¸ãodasialorreia.A

crianc¸anãodeveperceberqueéobservadaedeveser

estu-dadaemsituac¸õesdoseucotidiano.Apesar disso,existea

necessidadedaquantificac¸ãodafrequênciaegravidadeda

sialorreiaedoseuimpactonaqualidadedevidadacrianc¸a

edos seuscuidadores.Agravidadee o impactoda

sialor-reiapodemseravaliadospormeiodemétodosobjetivosou

subjetivos.31

Métodosobjetivosincluemmensurac¸ão dofluxo salivar e observac¸ão direta da perda de saliva. Algumas dessas técnicasestãodescritasna tabela2.12,21,25,26,31---35O desen-volvimentodemétodos demensurac¸ãodiretos (objetivos) dasialorreiaanterior,quesejamvalidadoserealmente fac-tíveis, ainda é um desafio, tanto do campo de pesquisa quantonapráticaclínica.31

Escalassubjetivassãométodosúteiseapropriadospara mensurarmudanc¸asnasialorreia,poisoimpactonas famí-lias,noscuidadoresenosprópriosindivíduosédeprimeira importânciaquandopesquisamosasatisfac¸ãocomaeficácia dequalquertratamento.Naopiniãodealguns pesquisado-res,ométododefinitivoparaaavaliaraeficáciadequalquer tratamentoparaasialorreiaéaquelequeafereemquantoa vidadocuidadorfoifacilitadaequequantificaamelhoriana qualidadedevidadacrianc¸a.33,36 Escalassubjetivas,como

Drooling Rating Scale, Drooling Frequency and Severity Scale,VisualAnalogueScaleeaDroolingImpactScale,31,33,36 sãopreenchidasporpacientesouporseuscuidadores,que expressamsuasimpressõesqualitativaequantitativada gra-vidadeedoimpactodasialorreia.31

Tratamento

Objetivos

Os objetivos principais no tratamento da sialorreia são:

reduc¸ão dos impactos socioafetivos e de saúde

provoca-dospelasialorreiaanterior;reduc¸ãodosimpactosdesaúde

Espasticidade DRGE

DRGE

DRGE

Distúrbio do sono Sialorreia

Escoliose

Hipersecreção respiratória Infecções

Desnutrição

DPC

Disfagia

Disfagia

Aspiração Obstrução

respiratória alta

Movimentação involuntária

Posicionamento nas refeições / Consistência

alimentar / Volume e velocidade de oferecimento da alimentação / Utensilios utilizados na alimentação / Tempo total de refeição

Constipação intestinal

Internações

Risco de morte prematura

Epilepsia e uso de anticonvulsivantes

Neurodesenvolvimento

Interação Pais/Criança

Qualidade de vida

Funcionalidade da família

(5)

Tabela1 Fatoresclínicosaserempesquisados

Históricoclínicoesocioemocional

Motivac¸ão,capacidadefísicaecognitivaparatentarreduzirasialorreia Usodemedicac¸ões(anticonvulsivantes,benzodiazepínicos,neurolépticos)

Exameneurológico(incluindoestadodealerta,parescranianos,capacidademotorageral,posturaetônus) Avaliac¸ãoorofacial(sinaisdeobstruc¸ãorespiratóriaalta)

Higieneoral,oclusãoesaúdedentária,vedamentolabial

Linguagem(disartria,dispraxia)ecapacidadedecomunicac¸ãoemgeral Cognic¸ão

Saúderespiratória(hipersecrec¸ão,broncoespasmoeinfecc¸õesrecorrentes)/atopia Presenc¸adeDRGE

Presenc¸aeavaliac¸ãodedisfagia Nutric¸ão

DRGE,doenc¸adorefluxogastroesofágico.

provocadospelasialorreiaposterior;melhoriadaqualidade

devidadepacientesecuidadores;reduc¸ão nasobrecarga

vividapeloscuidadores.

Qualidadedevidaesobrecargaparaparentes/ cuidadores,autoestimaesaúdedacrianc¸a

Emgeral, apósasdiversasmodalidadesdetratamento,as

demandascomoscuidadoscomessascrianc¸assãoreduzidas,

particularmente na frequência de necessidade de limpar

boca, lábiose queixos, nonúmerode trocasdetoalhas e

roupas e nodano a livros, material escolar, brinquedos e

equipamentos eletrônicos.36,37 Adicionalmente, a reduc¸ão

dasialorreiamelhoraocontatosocialdacrianc¸acomseus pares.Mesmonaquelascrianc¸ascomdeficiênciaintelectual, umestudo alemão mostrou que a percepc¸ão dos pais em relac¸ãoàsatisfac¸ãodacrianc¸acomrespeitoàrelac¸ãoasua aparênciafísicaeàsuavidaemgeral podemelhorarapós intervenc¸ões terapêuticas.36,38 Van der Burg et al. (2006) publicaramestudonoqualavaliarammudanc¸asnaqualidade de vida e na necessidade de cuidadoscomo resultado do tratamentoparasialorreia.Oimpactodasialorreiafoi inves-tigadoanteseapóstratamento, pormeiodequestionário elaboradoespecificamenteparaesseestudo.Osresultados demonstraram que a reduc¸ão no fluxo salivar teve efei-tossignificativamentepositivosnanecessidadedecuidados

diários.Osautoresconcluemque reduc¸ãodofluxo salivar nãodeveseroúnicoobjetivonotratamentodasialorreia. Érecomendávelque asdiversas modalidadesterapêuticas tambémsejamavaliadasemrelac¸ãoaoimpactoquetrazem paraavidadiáriadopaciente.38

Modalidadesterapêuticas

Na literatura estão descritas diversas formas de manejo

terapêutico. As vantagens e desvantagens das principais

modalidadesterapêuticasestãoresumidasnatabela3.

Treinoparaconsciênciasensorialehabilidadesmotoras orais

Paraas crianc¸as capazes deobedecer aoscomandose de

cooperar com o treino, essa é a pedra fundamental

deintervenc¸ãoedevesertestadaantesdasoutrasopc¸õesde

tratamento.Manobrasiniciaisincluemmelhoriasdaposic¸ão

sentada,nosmovimentoslabiaisenofechamentoda

man-díbula e da língua. Em sua forma mais simples, consiste

emexercíciosquesãoapresentadosdeformalúdica,como

uso de texturas diferentes ao redor da boca (cubos de

gelo,escovadedenteselétricaetc.)paraestimulara

cons-ciência sensorial e exercícios para melhorar a vedac¸ão

dos lábios e o movimento da língua (uso de canudo,

bei-josde batom no papel, encher bexigas de festa etc.). É

Tabela2 Métodosobjetivosparamensurac¸ãodasialorreia

Técnica Método Descric¸ão

Droolingquotient(DQ)21,34 Coletadesalivaeusodefórmula própriaparaquantificac¸ão

Acada15segundos,numperíodode15minutos(60 observac¸ões),apresenc¸aouausênciadesialorreiaera observada.DQ{%}=100xonúmerodeepisódiosde sialorreia/60observac¸ões

TécnicadeSochaniwskyj12,35 Coletadesalivaeusodefórmula própriaparaquantificac¸ão

Coletadesalivaquevazavapelabocaeatingiao queixo,comumcopo,porumperíodode30minutos EscaladeThomas-Stonnele

Greenberg12,26

Observac¸ãodiretadoexaminador quantificadapormeiodeescala degravidade

1-Lábiossecos(semsialorreia);2-Lábiosúmidos (sialorreialeve);3-Lábiosequeixoúmidos(sialorreia moderada);4-Umidificac¸ãoderoupasaoredordo pescoc¸o(sialorreiagrave);5-Umidificac¸ãoderoupas, mãoseobjetos(sialorreiaprofusa)

Outras31 Aferic¸ãodopesodo

utensíliousadopara coletadiretadesaliva

(6)

Tabela3 Vantagensedesvantagensdasprincipaismodalidadesterapêuticas

Modalidadeterapêutica Vantagens Desvantagens

Treinoparaconsciênciasensorialehabilidades motorasorais

Trataacausabásica; Efeitoduradouro

Dependedacapacidadeintelectual; Demandaacessoàterapiaregularea profissionaltreinado

Aplicac¸ãodetoxina botulínica

Altaeficácia; Seguro

Efeitotransitório;

Demandaequipamentoseequipe multidisciplinartreinada;

Requerboacondic¸ãoclínicaparasedac¸ão ouanestesia;

Nãotrataacausabásica Tratamentocirúrgico Eficáciadefinitiva Efeitoscolateraisdefinitivos;

Requeranestesiageral;

Demandaequipamentoseequipecirúrgica treinada;

Nãotrataacausabásica Tratamentofarmacológico

comanticolinérgicos

Eficáciacomprovada; Autoadministrado(pelo pacienteoupelocuidador); Dispensasedac¸ãoeanestesia; Efeitoscolateraistransitórios

Efeitosanticolinérgicosfrequentes

(vômitos,diarreia,irritabilidade,mudanc¸as nohumoreinsônia);

Nãotrataacausabásica

necessáriaaorientac¸ãoconstantedofonoaudiólogo.Ao

con-tráriodascrianc¸ascomsintomasneurológicosmaisgraves

e com menor capacidade de cooperac¸ão e de

compreen-são,aquelascomsialorreialevepodemconseguirbenefícios

significativospormeiodetalprograma.39

Modificac¸ãocorporalviabiofeedback

A modificac¸ão corporal via biofeedback é baseada na

monitorac¸ãodogrupamentomuscularalvoparaestimulac¸ão

comousodeeletromiografia.Quandoomúsculocontrai,a

eletromiografiainformaa mudanc¸ana atividade muscular

pormeio desinais acústicos ouluminosos. Assim,o

paci-entepodeconscientemente‘‘corrigir’’oumelhorarcertos

componentesdadeglutic¸ão.Atécnicapodeterumimpacto

positivonotreinamentodopacienteenamelhoriadafunc¸ão

oromotora.12,20

Terapiaortodôntica

Deveser usadacomo complementara qualqueroutro

tra-tamentoetemporobjetivospreveniroucorrigiramordida

anteriorabertaeoutrasanormalidadesnaoclusãodentária

vertical.12

Terapiasfarmacológicasecirúrgicas

Apesar das indicac¸ões de que a hipersalivac¸ão não é um

dos fatores responsáveis pela sialorreia em crianc¸as com

PC, a maioria dos tratamentos disponíveis, incluindo uso

de medicac¸ões por via oral (VO), transdérmica (TD) ou

sublingual(SL), aplicac¸ão detoxina botulínica oumanejo

cirúrgico, tem por objetivo a reduc¸ão na produc¸ão da

saliva.3 Existem vantagens e desvantagens no uso dessas

técnicas (tabela 3), comparativamente com aquelas não farmacológicas e nãocirúrgicas. Em geral, asopc¸ões que visam à reduc¸ão na produc¸ão da saliva levam mais rapi-damenteaumaefetiva reduc¸ão dasialorreia,porém com o perfil de efeitos colaterais próprios de cada modali-dadedetratamento.Outroaspectoimportantetemrelac¸ão

com a possível exacerbac¸ão de DGRE e esofagite.3 Dessa forma,naquelesqueseencontramemumtratamentocujo mecanismo deac¸ão éa reduc¸ão daproduc¸ão desaliva, a abordagem precocee efetiva para DRGE torna-se impres-cindível.Nessegrupodetratamentos,cadamodalidadetem suaspeculiaridadesdescritasaseguir.

Toxinabotulínica

A injec¸ão intraglandular de toxina botulínica inibe a

liberac¸ão de acetilcolina das terminac¸ões nervosas

coli-nérgicas e consequentemente reduz a secrec¸ão de saliva

e a sialorreia. Alguns estudos prospectivos, controlados,

investigaram o uso de toxina botulínica tipo A (BoNT-A)

para tratamento de sialorreia. Uma significativa reduc¸ão

nasialorreiafoinotadanestesestudoscomousode

esca-las objetivas (Classe I)e subjetivas decontrole. Os sítios

de injec¸ão são as glândulas parótidas e

submandibula-res.Crianc¸as maiores(colaborativas) eadultos podemser

submetidos a anestesia local.1,40,41 Algumas desvantagens

(tabela 3) dificultam o acesso dos pacientes ao proce-dimento: os sítios de injec¸ão devem ser acessados, de formaideal,pormeiodeultrassonografia;atécnicaexigea presenc¸adeequipesmédicaedeenfermagemcom experi-ência;deve-seavaliarseopacientetemcondic¸õesclínicas parasersubmetidoasedac¸ãoouanestesia.

Tratamentocirúrgico

O primeiro tratamento cirúrgico para sialorreia foi a

realocac¸ão deductos daparótida,42 seguido por remoc¸ão

(7)

glândulasmantinhamofuncionamentocompassagem nor-maldesalivaparaaorofaringe,oqueevitaoacúmulode saliva no andar anterior da boca, garante a presenc¸a de salivanacavidadeoralemantémsuacontribuic¸ãono pro-cessodedeglutic¸ão.Aolongodosanossubsequentessofreu poucasmodificac¸ões(associadamenteéfeitaaremoc¸ãodas sublinguais)esetornouatécnicacirúrgicadeescolhapara sialorreiagrave.44,49Peloriscodeconsequênciasdefinitivas (principalmenteaxerostomia),éindicadaapenasnoscasos mais graves, não responsivos às terapêuticas não cirúrgi-cas e em que a sialorreia repercute com grande impacto sobre a saúde e a qualidade de vida das crianc¸as e dos parentes/cuidadores.1

Tratamentofarmacológicoviaoral(VO), transdérmica(TD)ousublingual(SL)

Asglândulassalivaressãocontroladaspelosistemanervoso

autônomoparassimpáticoe,porisso,asdrogas

anticolinér-gicasinduzemumaimportantereduc¸ãonofluxodesalivae

sãoosmedicamentosmaisusados.Asvantagense

desvan-tagens douso deanticolinérgicos por VO,TD ouSL estão

resumidasnatabela3.12,50---57Osanticolinérgicossistêmicos

maisusadossãoglicopirrolato,benztropina,escopolamina, triexifenidilesulfatodeatropina,porémapenaso triexife-nidileosulfatodeatropinaestãodisponíveisnoBrasil.Os resultadosdealgunsestudoscomessasdrogasestão resu-midosnatabela4.

Glicopirrolato

A soluc¸ão oral de glicopirrolato é, atualmente, a única

formulac¸ãodequalqueranticolinérgicoliberadapelaFood

andDrugAdministration(FDA)americanaparatratamento

dasialorreiaemcrianc¸asentre3-16anos.Glicopirrolatonão

estádisponívelnoBrasil.

Escopolamina

Vários estudos demonstraram a reduc¸ão na secrec¸ão de

salivacomusodeescopolamina.Aviatransdérmica

efetiva-mentereduzasecrec¸ãosalivarem67%dospacientesesua

ac¸ãopodeserevidenciadaapós15minutosdaaplicac¸ão.Os

principaisefeitoscolateraissãodilatac¸ãopupilareretenc¸ão

urinária.53 Lewis etal.observaramque 66%dos pacientes

apresentaram dilatac¸ão pupilar, que ocorreu poucos dias apósoiníciodotratamento.52

Benztropina

Existe apenas um estudo com benztropina que envolve

crianc¸as.Adrogafoiconsideradaefetivaemumensaio

clí-nicocontroladoe randomizadopublicadoporCamp-Bruno

etal.(1989).51

Triexifenidil

No maior estudo em crianc¸as com o triexifenidil, uma

medicac¸ão usada habitualmentenotratamento de

síndro-mesextrapiramidais,comoadistonia,asindicac¸õesparauso

foramdistonia(28,7%),sialorreia(5,9%)edistoniae

sialor-reia(65,4%).Adosemédiainicialfoide0,095mg/Kg/diaea

dosemédiamáximade0,55mg/Kg/dia,duasatrêsvezesao

dia.Efeitoscolateraisforamencontradosem69,3%dos

paci-entes.Amaiorpartedospacientesrelatoualgumamelhoria

na distonia, na sialorreia e na linguagem específica. Os

autoresconcluemqueotriexifenidilfoimaisbemtolerado

nessapopulac¸ãodecrianc¸aseadolescentes(comPCe

sín-dromeextrapiramidal)emrelac¸ãoàpopulac¸ãoadultaeque

amelhorianasialorreiapodeterocorridopeloefeito

anti-colinérgicodomedicamento,mastambémporac¸ãocentral

queproduzmaiorcontrole motordosmúsculosenvolvidos

nadeglutic¸ão.57 Outrosestudosrelatam ouso do

triexife-nidilcomsucessoemadultosparatratamentodasialorreia induzidaporclozapina.58---60

Sulfatodeatropina

Apesar dehá muitos anos serreconhecidacomo eficaz, a

atropinanunca teveampla aceitac¸ão paratratamento da

sialorreia crônica.54 A primeira menc¸ão ao seu uso para

tratamentode sialorreiafoi feitaem artigo publicadoem outubrode1970porSmithetal.noNewEnglandJournalof Medicine.61 Posteriormentealgunsestudosrelataramoseu usoparatratamentodesialorreiainduzidapordrogas62---68e empacientescomdoenc¸adeParkinson.69DeSimoneetal. (2006)publicaramoúnicoestudoprospectivo,randomizado, controladocomplacebo, duplocego com usode atropina SLque falhou em demonstrar efetividadedaatropina em relac¸ãoaoplacebo.70 Em 2010Rapoportrelatouocasode ummenino de 14 anos, portador de leucodistrofia meta-cromáticacomexcessodesecrec¸ãooral enecessidadede aspirac¸õesfrequentesquedeterminavamquedas recorren-tesnasaturac¸ãodeoxigênioporaspirac¸ãodesaliva.tratado com sucesso com sulfato de atropina SL. Esse é o único caso descrito na literatura de uso do sulfato de atropina SLemcrianc¸asouadolescentes.54 Nãoestudos específi-cospublicadosemcrianc¸ascomPC,porémhápesquisasem andamentocomosulfatodeatropina0,5%(formacolírio ---gotasoftalmológicas)porvia SLem crianc¸as comPC, que sugeremboaeficáciacombaixaincidênciadeefeitos cola-terais. Tais dados estarãodisponíveis para publicac¸ão em breve.

Considerac

¸ões

finais

Emnossaprática,paraindicac¸ãodequalquertipode

trata-mentoparasialorreiaemcrianc¸ascomPCdevemoslevarem

considerac¸ãoaoportunidadedeacessodosnossospacientes

aotratamentoproposto,ascaracterísticassocioeconômicas

eculturaisdecadafamílianaescolhaindividualdemétodos

que sejameficientes, maisespecíficos e que tragam uma

menorsobrecargaparacada paciente/família.Concluímos

queo tratamento maiseficaz e que abordaefetivamente

acausadasialorreia nascrianc¸as comPCé o treinopara

consciênciasensorialehabilidadesmotorasorais,feitoou

supervisionadoporumfonoaudiólogodevidamentetreinado

equalificado.Asterapiasfarmacológicas,taiscomoatoxina

botulínica e o uso de anticolinérgicos, têm efeito

tran-sitório e idealmente devem ser auxiliares ao tratamento

fonoaudiológicoou,então,devemserconsideradasemcasos

específicosde pacientescom sialorreia moderada agrave

oucomcomplicac¸õesrespiratórias.Entreouniversode

fár-macosdisponíveis, osulfato deatropinatembaixo custo,

fácilacessoepareceterboarespostaclínicacombom

per-fildeseguranc¸a. Ouso detriexifenidil parao tratamento

dasialorreiapodeserconsideradoemcrianc¸ascomformas

(8)

Scofano

Dias

BL

et

al.

Tabela4 Tratamentofarmacológico

Autoreano Fármaco Patologiaassociada Idades N Desenhodoestudo Resultados Efeitoscolaterais

Mieretal.56 Glicopirrolato PCeoutras condic¸ões neurológicas

4a19anos 39 DC,PC Glicopirrolato

0,10mg/Kg/doseé efetivonocontroleda sialorreia

Incidênciade20%deEC suficientesparasuspensãoda droga

Zelleretal.55 Glicopirrolato PCeoutras condic¸ões neurológicas

3a18anos 137 Ensaioclíniconão controlado

Respostasatisfatória entre40,3%dos pacientesna4◦semana e52,3%na24◦semana, compicode56,7%na 16◦semana

Constipac¸ãointestinal(20,4%), vômitos(17,5%),diarreia (17,5%),pirexia(14,6%), xerostomia(10,9%),flushing (10,9%),congestãonasal (10,9%)

Matoetal.50 EscopolaminaTD PCeoutras condic¸ões neurológicas

12a58anos 30 Prospectivo, randomizado,DC, PC

Melhoriasignificativa (p<0,005)nogrupo escopolamina

Incidênciade23%deEC(4 pacientescomECmaisgraves e3menoresECleves) Camp-Brunoetal.51 Benztropina PC 4a44anos

(14crianc¸as/ adolescentese 6adultos)

20 DC,PC Reduc¸ãosignificativada sialorreia

emrelac¸ãoaplacebo

Incidênciade11%deECmais gravesresolvidosem24-48h apóssuspensãodadroga

Carranza-delRio etal.57

Triexifenidil PC 1a18anos 70 Retrospectivo Amaiorpartedos

pacientes(96%)relatou algumamelhoriana sialorreia

ECforamencontradosem 69,3%dospacientes: constipac¸ãointestinal(43), retenc¸ãourinária(19), xerostomia(7),visãoborrada (5),aumentodemovimentos involuntários(4),reduc¸ãono controledecrisesconvulsivas (4),alucinac¸ões(2).

DeSimoneetal.70 Sulfatode atropinaSL

Câncerdetrato digestivoalto

48a87anos 22 Prospectivo, randomizado,DC, PC

Oestudofalhouem demonstrarefetividade dosulfatodeatropina emrelac¸ãoaoplacebo

Apenas1paciente (xerostomia)

(9)

Conflitos

de

interesse

Osautoresdeclaramnãohaverconflitosdeinteresse.

Referências

1.ReddihoughD,ErasmusCE,JohnsonH,MckellarGM,Jongerius PH.Botulinumtoxinassessment,interventionandaftercarefor paediatricand adultdrooling:international consensus state-ment.EurJNeurol.2010;17:109---21.

2.BlascoPA.Surgicalmanagementofdrooling.DevMedChild Neu-rol.1992;34:368---9.

3.SennerJE,Logemann J,ZeckerS,Gaebler-SpiraD.Drooling, salivaproduction,and swallowingincerebralpalsy.DevMed ChildNeurol.2004;46:801---6.

4.Colver A, Fairhurst C, Pharoah PO. Cerebral palsy. Lancet. 2014;383:1240---9.

5.RosenbaumP,PanethN,LevitonA,GoldsteinM,BaxM,Damiano D,etal.Areport:thedefinitionandclassificationofcerebral palsy.DevMedChildNeurol.2007;109:8---14.

6.LeeRW,PorettiA,CohenJS,LeveyE,GwynnH,JohnstonMV, etal.Adiagnosticapproachforcerebralpalsyinthegenomic era.NeuromolecularMed.2014;6:821---44.

7.EkedahlC,ManssonI,SandbergN.Swallowingdysfunctioninthe braindamagedwithdrooling.ActaOtolaryngol.1974;78:141---9. 8.VanDeHeyningP,MarquetJ,CretenW.Droolinginchildrenwith cerebralpalsy.ActaOtorhinolaryngolBelg.1980;34:691---705. 9.TahmassebiJF,CurzonME. Thecause ofdroolinginchildren

withcerebralpalsy---hypersalivationorswallowingdefect?Int JPediatrDent.2003;13:106---11.

10.ErasmusCE,vanHulstK,RotteveelJJ,WillemsenMA,Jongerius PH.Clinicalpractice:swallowingproblemsincerebralpalsy.Eur JPediatr.2012;171:409---14.

11.ErasmusCE,VanHulstK,RotteveelLJ,JongeruisPH,VanDen HoogenFJ,RoeleveldN,etal.Droolingincerebralpalsy: hyper-salivationordysfunctionaloralmotorcontrol?DevMedChild Neurol.2009;51:454---9.

12.Silvestre-RangilJ, SilvestreFJ, Puente-SandovalA, Requeni-Bernal J, Simó-Ruiz JM.Clinical-therapeutic management of drooling:reviewand update. MedOralPatolOralCir Bucal. 2011;16:e763---6.

13.Reid SM, McCutcheon J, Reddihough DS, Johnson H. Preva-lenceand predictorsofdroolingin7-to14-year-oldchildren withcerebralpalsy:apopulationstudy.DevMedChildNeurol. 2012;54:1032---6.

14.KohlerPF,WinterME.Aquantitativetestforxerostomia. Arth-ritisRheum.1985;28:1128---32.

15.RotteveelLJ,JongeriusPH,vanLimbeek J,VanDen Hoogen FJ.Salivationinhealthyschoolchildren.IntJPediatr Otorhino-laryngol.2004;68:767---74.

16.LespargotA,LangevinM,MullerS,GuillemontS.Swallowing dis-turbancesassociatedwithdroolingincerebralpalsiedchildren. DevMedChildNeurol.1993;35:298---304.

17.Weiss-Lambrou R, Tetreault S, Dudley J. The relationship betweenoralsensationanddroolinginpersons withcerebral palsy.AmJOccupTher.1988;43:155---61.

18.SochaniwskyjA,KoheilR,BablichK,MilnerM,KennyDJ.Oral motorfunctioning,frequencyofswallowinganddroolingin nor-malchildrenandinchildrenwithcerebralpalsy.ArchPhysMed Rehabil.1986;67:866---74.

19.Franklin DL, Luther F, Curzon MEJ. The prevalence of malocclusion in children with cerebral palsy. Eur J Orthod. 1996;18:637---43.

20.MoralesChávezMC,NualartGrollmusZC,SilvestreDonatFJ. Clinicalprevalenceofdroolingininfantcerebralpalsy.MedOral PatolOralCirBucal.2008;13:e22---6.

21.HeineRG,Catto-SmithAG,ReddihoughDS.Effectofantireflux medicationonsalivarydroolinginchildrenwithcerebralpalsy. DevMedChildNeurol.1996;38:1030---6.

22.JongeriusPH,JoostenF,HoogenFJ,GabreelsFJ,RotteveelJJ. Thetreatmentofdroolingbyultrasound-guidedintraglandular injectionsofbotulinumtoxintypeAintothesalivaryglands. Laryngoscope.2003;113:107---11.

23.CottonRT,Richardson MA.Theeffectofsubmandibularduct reroutinginthetreatmentofsialorrheainchildren.Otolaryngol HeadNeckSurg.1981;89:535---41.

24.Harris S, Purdy A. Drooling and its management incerebral palsy.DevMedChildNeurol.1987;29:805---14.

25.LewKM,YounisRT,LazarRH.Thecurrentmanagementof sia-lorrhea.EarNoseThroat.1991;70:99---105.

26.Thomas-StonellN,Greenberg J.Threetreatmentapproaches and clinical factors inthe reduction of drooling. Dysphagia. 1988;3:73---8.

27.vanderBurgJ,JongeriusP,vanLimbeekJ,VanHukstA, Rot-tevelJ.Droolinginchildrenwithcerebralpalsy:aqualitative methodtoevaluateparentalperceptionsofitsimpactondaily life, social interaction, and self-esteem. Int J Rehabil Res. 2006;29:179---82.

28.ReidSM,JohnstoneBR,WestburyC,RawickiB,ReddihoughDS. Randomized trialofbotulinumtoxin injectionsinto the sali-vary glandsto reduce droolingin childrenwithneurological disorders.DevMedChildNeurol.2008;50:123---8.

29.ParkHW,LeeWY,ParkGY,KwonDR,LeeZI,ChoYW,etal. Saliva-gramafterglandinjectionofbotulinumneurotoxinAinpatients withcerebralinfarctionandcerebralpalsy.PMR.2012;4:312---6. 30.VijayasekaranS,UnalF,SchaffSA,JohnsonRF,RutttlerRJ. Sali-varyglandsurgeryforchronicpulmonaryaspirationinchildren. IntJPediatrOtorhinolaryngol.2007;71:119---23.

31.vanHulstK,LindeboomR,vanderBurgJ,JongeriusP. Accu-rateassessmentofdroolingseveritywiththe5-minutedrooling quotientinchildrenwithdevelopmentaldisabilities.DevMed ChildNeurol.2012;54:1121---6.

32.SuskindDL,TiltonA.Clinicalstudyofbotulinum-Atoxininthe treatmentofsialorrheainchildrenwithcerebralpalsy. Laryn-goscope.2002;112:73---81.

33.Jongerius PH, van Limbeek J, Rotteveel JJ. Assessment of salivaryflowrate:biologicvariationandmeasureerror. Laryn-goscope.2004;114:1801---4.

34.RaapD.Droolcontrol:long-termfollow-up.DevMedChild Neu-rol.1980;22:448---53.

35.SochaniwskyjAE.Droolquantification:noninvasivetechnique. ArchPhysMedRehabil.1982;63:605---7.

36.Reid SM, Johnson HM, Reddihough DS. The Drooling Impact Scale: a measure ofthe impactof droolinginchildren with developmental disabilities. Dev Med Child Neurol. 2010;52: e23---8.

37.FlussR,FaraggiD,ReiserB.EstimationoftheYoudenIndexand itsassociatedcutoffpoint.BiomJ.2005;47:458---72.

38.Vander BurgJJ,JongeriusPH,Van Hulst K,Van LimbeekJ, RottevelJJ.Droolinginchildrenwithcerebralpalsy:effectof salivaryflowreduction ondailylifeand care.DevMedChild Neurol.2006;48:103---7.

39.LittleSA,KubbaH,HussainSS.Anevidence-basedapproachto thechildwhodroolssaliva.ClinOtolaryngol.2009;34:236---9. 40.Lakraj AA, Moghimi N, Jabbari B. Sialorrhea: anatomy,

pathophysiologyand treatmentwithemphasisontheroleof botulinumtoxins.Toxins.2013;5:1010---31.

41.VashishtaR,NguyenSA,WhiteDR,GillespieMB.Botulinumtoxin for thetreatmentofsialorrhea:ameta-analysis.Otolaryngol HeadNeckSurg.2013;148:191---6.

42.WilkieTF.Theproblemofdroolingincerebralpalsy:asurgical approach.CanJSurg.1967;10:60---7.

(10)

44.Hornibrook J, Cochrane N. Contemporary surgical mana-gement of severe sialorrhea in children. ISRN Pediatr. 2012;2012:364875.

45.Michel RG, Johnson KA, Patterson CN. Parasympathetic nerve section for control of sialorrhea. Arch Otolaryngol. 1977;103:94---7.

46.GlassLW,NobelGL,VecchioneTR.Treatmentofuncontrolled droolingbybilateralexcisionofsubmaxillaryglandsandparotid ductligations.PlasticReconstrSurg.1978;62:523---6.

47.ParsisierSC,Blitzer A, BinderJW. Tympanicneurectomyand cordatympanectomyforthecontrolofdrooling.Arch Otolaryn-gol.1978;104:273---7.

48.DundasDF,PetersonRA.Surgicaltreatmentofdroolingby bila-teralparotidductligationandsubmandibularglandresection. PlasticReconstrSurg.1979;64:47---51.

49.EkedahlC.Surgical treatmentofdrooling.Acta Otolaryngol. 1974;77:215---20.

50.MatoA,LimeresJ,TomasI,MunozM,AbuinC,FeijooJF,etal. Managementofdroolingindisabledpatientswithscopolamine patches.BrJClinPharmacol.2010;69:684---8.

51.Camp-Bruno JA, WinsbergBG,Green-Parsons AR, Abrams JP. Efficacy ofbenztropine therapy for drooling. DevMed Child Neurol.1989;31:309---19.

52.LewisDW,FontanaC,MehallickLK,EverettY.Transdermal sco-polamineforreductionofdroolingindevelopmentallydelayed children.DevMedChildNeurol.1994;36:484---6.

53.MatoMonteroA,LimeresPosseJ,TomásCarmonaI, Fernández-Feijoo J, Diz Dios P. Control of drooling using transdermal scopolamineskinpatches.Acasereport.MedOralPatolOral CirBucal.2008;13:e27---30.

54.RapoportA.Sublingualatropinedropsforthetreatmentof pedi-atricsialorrhea.JPainSymptomManag.2010;40:783---8. 55.ZellerRS,DavidsonJ,LeeHM,CavanaughPF.Safetyandefficacy

ofglycopyrrolateoralsolutionformanagement ofpathologic drooling in pediatric patients withcerebral palsy and other neurologicconditions.TherClinRiskManag.2012;8:25---32. 56.Mier RJ, Bachrach SJ, Lajin RC, Barker T, Childs J,

Moran M. Treatment of sialorrhea with glycopyrrolate: a double-blind, dose-ranging study. Arch Pediatr Adolesc Med. 2000;154:1214---8.

57.Carranza-delRio J, Clegg NJ,Moore A, DelgadoMR. Use of trihexyphenidylinchildrenwithcerebralpalsy.PediatrNeurol. 2011;44:202---6.

58.SpivakB,AdlersbergS,RosenL,GonenN,MesterR,Weizman A.Trihexyphenidyltreatmentofclozapine-induced hypersaliva-tion.IntClinPsychopharmacol.1997;12:213---5.

59.AggarwalA,GargA,JilohaRC.Trihexyphenidyl(benzhexol)in clozapine-inducednocturnalenuresisandsialorrhea.IndianJ MedSci.2009;63:470---1.

60.Praharaj SK, Sarkhel S, Khanande RV, Sinha VK. Complete resolution of clazapine-induced sialorrhea with low dose trihexyphenidyl.PsychopharmacolBull.2010;43:73---5. 61.SmithRA,GoodeRL.Currentconcepts:sialorrhea.NEnglJMed.

1970;283:917---8.

62.AntonelloC,TessierP.Clozapineandsialorrhea:anew interven-tionforthisbothersomeandpotentiallydangeroussideeffect. JPsychiatryNeurosci.1999;24:250.

63.Comley C, Galletly C, Ash D. Use of atropine eye drops forclozapine inducedhypersalivation.AustNZJPsychiatry. 2000;34:1033---4.

64.TessierP,AntonelloC.Clozapineandsialorrhea:update.J Psy-chiatryNeurosci.2001;26:253.

65.FischerRB.Whattodoinneuroleptic-inducedsialorrhea. Psy-chiatrPrax.2001;28:249---50.

66.FreudenreichO.Drug-inducedsialorrhea.Drugs Today(Barc). 2005;41:411---8.

67.Sockalingam S, Shammi C, Remington G. Clozapine-induced hypersalivation:areviewoftreatmentstrategies.CanJ Psy-chiatry.2007;52:377---84.

68.Mustafa FA, Khan A, Burke J, Cox M, Sherif S. Sublingual atropine for the treatment of severeand hyoscine-resistant clozapine-inducedsialorrhea. Afr J Psychiatry (Johannesbg). 2013;16:242.

69.HysonHC, Johnson AM, Jog MS.Sublingual atropine for sia-lorrheasecondarytoparkinsonism:apilotstudy.MovDisord. 2002;17:1318---20.

Imagem

Figura 1 Interac ¸ão entre os aspectos clínicos envolvidos na saúde das crianc ¸as com PC
Tabela 1 Fatores clínicos a serem pesquisados Histórico clínico e socioemocional
Tabela 3 Vantagens e desvantagens das principais modalidades terapêuticas
Tabela 4 Tratamento farmacológico

Referências

Documentos relacionados

Na Tabela 21 são apresentados os valores de degradação de todas as amostras de argamassa de revestimento confeccionadas com Votomassa, com adição de dióxido de titânio na

Nos anos destinados à educação infantil, as crianças precisam desenvolver algumas capacidades, entre elas: • desenvolver uma imagem positiva de si, atuando de forma cada vez

Introdução: O objetivo do estudo foi investigar se há associação entre déficits na capacidade de reconhecimento de emoções faciais e déficits na flexibilidade mental e na

O objetivo desta Cobertura, desde que expressamente contratada e, pago o respectivo prêmio adicional, respeitado o seu Limite Máximo de Indenização determinado na respectiva apólice

Deste modo, o concurso previu: estabelecer a relação do castelo com o jardim ; promover a relação com o restaurante, a Marktplatz (praça no centro da cidade)

A utiliza¸c˜ ao de apenas dois parˆ ametros de origem eletrˆ onica, associados aos orbitais de fronteira (cuja importˆ ancia para a intera¸c˜ ao entre mol´ eculas est´ a

Uma Unidade de Aprendizagem (UA) é uma construção teórica de hipóteses de trabalho que inclui não só os conteúdos curriculares necessários, mas também auxilie no

Costa (2001) aduz que o Balanced Scorecard pode ser sumariado como um relatório único, contendo medidas de desempenho financeiro e não- financeiro nas quatro perspectivas de