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Caso-pensamento como estratégia na produção de conhecimento.

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Academic year: 2017

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T h i s t ext est abli sh es t h at t h e act of r esear ch i n g r esem bles t h e act of t alki n g, con st i t u t i n g as i t also does a su bj ect i on devi ce an d a space f or cr eat i on . I t pr oposes a si n gu lar an d poet i c m an n er of cr eat i n g, at on e an d t h e sam e t i m e an i n vest i g a t i on an d p r of essi on a l p er f or m a n ce p r ocess i n an at t em pt t o su per sede a m ech an i ci st an d di ch ot om ou s m et h od of i n vest i gat i on . A m et h odologi cal st r at egy t h at u ses t h e an alysi s of t h i n ki n g case-st u di es, pr epar ed f r om t h e cli n i cal exper i en ce of t h e Occu pat i on al T h er api st , i s pr esen t ed, wh i ch t akes as i t s con cept u al web, r ef er en ces f r om t h e f i elds of Ph i losoph y of Di f f er en ce, Occu pat i on al T h er apy, Psych ology an d Li t er at u r e.

KEY WORDS: Occu pat ion al T h er apy. Psych ology. r esear ch t ech n iqu es. m et h odological st r at egies. t h in kin g case-st u dy. kn owledge.

Est e t ext o est abelece qu e o at o de pesqu isar se apr oxim a do at o de con ver sar , con f igu r an do-se t am bém com o disposit ivo de su bj et ivação e espaço de cr iação. Pr opõe-se u m m odo poét ico e sin gu lar de cr iar u m pr ocesso d e in vest ig a çã o e, sim u lt an eam en t e, d e a t u a çã o pr of ission a l, pr ocu r an do r om per com o m ét odo de in vest igação m ecan icist a e dicot ôm ico. Apr esen t a-se u m a est r at égia m et odológica qu e u t iliza a an álise de casos-pen sam en t o elabor ados com base n a exper iên cia clín ica do t er apeu t a ocu pacion al e qu e t em com o t eia-con ceit u al os r ef er en ciais da Filosof ia da Dif er en ça, T er apia Ocu pacion al, Psicologia e Lit er at u r a.

PALAVRAS-CHAVE: T er apia Ocu pacion al. Psicologia. t écn icas de pesqu isa. est r at égias m et odológicas. caso-pen sam en t o. con h ecim en t o.

1 Elabor ado a par t ir de Siegm an n ( 2 0 0 6 ) , disser t ação de Mest r ado com apoio f in an ceir o da Capes.

1 T er apeu t a ocu pacion al, in t egr an t e do Gr u po de Pesqu isa “ Modos de t r abalh ar , Modos de su bj et ivar ” , Pr ogr am a de Pós-Gr adu ação em Psicologia Social e I n st it u cion al, Un iver sidade Feder al do Rio Gr an de do Su l ( UFRGS) , Por t o Alegr e, RS.

<ch r issiegm an n @cpovo.n et >

2 Pr of essor a, Pr ogr am as de Pós-gr adu ação em Psicologia Social e I n st it u cion al e I n f or m át ica Edu cat iva, UFRGS; coor den ador a, Gr u po de Est u dos e Pesqu isas “ Modos de T r abalh ar , Modos de Su bj et ivar ” , I n st it u t o de Psicologia, UFRGS. <t f on seca@via-r s.n et >

Caso-pensament o como est r

Caso-pensament o como est r

Caso-pensament o como est r

Caso-pensament o como est r

Caso-pensament o como est rat égia

at égia

at égia

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na produção de conheciment o*

na produção de conheciment o*

na produção de conheciment o*

na produção de conheciment o*

na produção de conheciment o*

Ch r i st i an e Si egm an n Ch r i st i an e Si egm an nCh r i st i an e Si egm an n Ch r i st i an e Si egm an nCh r i st i an e Si egm an n11111

T an i a M ar a Galli Fon seca T an i a M ar a Galli Fon seca T an i a M ar a Galli Fon seca T an i a M ar a Galli Fon seca T an i a M ar a Galli Fon seca22222

1 Rua Umbu, 1630, apto. 329 Porto Alegre, RS

SI EGMANN, C.; FONSECA, T .M.G. T h i n ki n g case-st u di es as a st r at egy f or pr odu ci n g kn owledge. I n t er f ace -I n t er f ace -I n t er f ace -I n t er f ace -I n t er f ace

-Com u n ic., Saú de, Edu c. Com u n ic., Saú de, Edu c. Com u n ic., Saú de, Edu c. Com u n ic., Saú de, Edu c.

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Pr ocu r a da poesi a Pr ocu r a da poesi aPr ocu r a da poesi a Pr ocu r a da poesi aPr ocu r a da poesi a

( ...) T eu iat e de m ar f im , t eu sapat o de diam an t e, vossas m azu r cas e abu sões, vossos esqu elet os de f am ília desapar ecem n a cu r va do t em po, é algo im pr est ável.

( ...) Não osciles en t r e o espelh o e a m em ór ia em dissipação. Qu e se dissipou , n ão er a poesia. Qu e se par t iu , cr ist al n ão er a.

Pen et r a su r dam en t e n o r ein o das palavr as. Lá est ão os poem as qu e esper am ser escr it os. Est ão par alisados, m as n ão h á desesper o, h á calm a e f r escu r a n a su per f ície in t at a. Ei-los sós e m u dos, em est ado de dicion ár io. Con vive com t eu s poem as, an t es de escr evê-los. T em paciên cia, se obscu r os. Calm a se t e pr ovocam . Esper a qu e cada u m se r ealize e con su m a com seu poder de palavr a e seu poder de silên cio. Não f or ces o poem a a despr en der -se do lim bo. Não colh as n o ch ão o poem a qu e se per deu . Não adu les o poem a. Aceit a-o com o ele aceit ar á su a f or m a def in it iva e con cen t r ada n o espaço.

Ch ega m ais per t o e con t em pla as palavr as. Cada u m a t em m il f aces secr et as sob a f ace n eu t r a e t e per gu n t a, sem in t er esse pela r espost a, pobr e ou t er r ível, qu e lh e der es: T r ou xest e a ch ave? Dr u m m on d de An dr ade ( 2 0 0 3 , p.2 4 7 )

Na pr ocu r a da poesia, o poet a n os pr opõe, in icialm en t e, u m a escu t a. Um a escu t a sin gu lar sobr e aqu ilo qu e ain da n ão se dissipou - as m il f aces secr et as das palavr as. E, en t ão, n os acon selh a u m m ovim en t o por en t r e as palavr as e o silên cio. Um m ovim en t ar -se en t r e in t er st ícios e vazios on de h abit am gest os, sen t idos, t r aços ou f alas ain da im per cept íveis ao n osso cor po t ecn icist a e af lit o. Con t u do, esse m ovim en t o exige paciên cia e con t em plação. Cor agem par a r ach ar as palavr as e deixar passar as pot ên cias qu e possam dali pr ovir . Movam os, en t ão, n ossos cor pos! Ret ir em os o véu qu e r evest e n ossos sen t idos par a per ceber m os o qu e est á ocu lt o sob a f ace n eu t r a das ver dades u n iver sais e de n ossas cer t ezas.

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A elabor ação de u m pr ocedim en t o de pesqu isa segu n do u m a visão epist em ológica em qu e sej a possível obser var o em bat e com a obj et ividade, pr evisibilidade e lógica da ver if icação e, acim a de t u do, com a t r adição de n eu t r alidade das ciên cias, t em se con st it u ído u m gr an de desaf io, a com eçar pelo pr ópr io en t en dim en t o qu e se f az, n os dif er en t es t em pos, do con ceit o de ver dade. Par a delin ear algu n s t r aços de apr oxim ação a u m a n ova possibilidade de

pesqu isa e cr iação, f az-se n ecessár io, n u m pr im eir o m om en t o, colocar em su spen so n ossas con cepções de ver dade, saber e ciên cia e, con seqü en t em en t e, seu s sen t idos, su a legit im idade e alcan ce. Pair ar , por t an t o, sobr e as paisagen s secu lar es qu e en r aizar am dif er en t es m odos de con ceber a n at u r eza e a

h u m an idade. Per ceber , ain da, a lin h a, n em sem pr e lin ear , qu e leva a dif er en t es cam in h os de in vest igação e, assim , descor t in ar pequ en as paisagen s qu e n os con du zem às ciên cias h u m an as con t em por ân eas, at u alizadas n o pr esen t e e qu e per passam n ossa ação sobr e o m u n do.

En t r e as paisagen s per cor r idas, en con t r am -se as in ovações t eór icas e os avan ços n o dom ín io da Mecân ica Qu ân t ica, Micr of ísica, Qu ím ica e Biologia, ocor r idos n os sécu los XX e XXI , qu e t r ou xer am in t en sas m odif icações às ciên cias, agr egan do-lh es n ovos elem en t os, com o im pr evisibilidade, au t o-or gan ização, espon t an eidade, ir r ever sibilidade, desor dem e cr iat ividade, qu e passar am a con st it u ir a base do par adigm a em er gen t e. A m an ipu lação do m u n do cede lu gar à com pr een são dest e bu scan do, n o cam po da su bj et ividade, explicações par a m u it os f en ôm en os e a elabor ação da n ova ciên cia: a ciên cia da com plexidade, qu e se opõe à con cepção du alist a da r ealidade, à dist in ção en t r e ext er ior idade e in t er ior idade, in dividu al e social, obser vador e obser vado, cu lt u r a e n at u r eza e pr odu z en con t r o com ou t r os saber es.

Nest a per spect iva, par t im os r u m o à con st r u ção de u m m odo de pr odu ção de con h ecim en t o qu e se r evele com o possibilidade de r om pim en t o com o m ét odo de in vest igação m ecan icist a, cu j a r acion alidade se est abelece em r elações bin ár ias e n a elabor ação da ‘m et odologia cien t íf ica’ det er m in ada a pr ior i. Um a est r at égia m et odológica n a qu al o at o de pesqu isar apr oxim a-se do at o de con ver sar , de est abelecer u m diálogo en t r e diver sos cam pos de saber ,

con f igu r an do-se en qu an t o disposit ivo de su bj et ivação e espaço de cr iação. Um a lin h a com m ú lt iplas possibilidades de pr odu ção, r egist r adas em cada u m dos in f in it os e im per cept íveis pon t os qu e a com põem , e n a qu al as ‘ver dades’ são con sider adas, n ão m ais com o ver dades ú n icas, m as com o m ú lt iplas ver dades, par adoxos, in cer t ezas e t r an sit or iedades, qu e descr evem a lin h a con du t or a dest e t r abalh o.

O qu e é ver dade, por t an t o? Um bat alh ão m óvel de m et áf or as, m et on ím i as,

an t r opom or f i sm os, en f i m , u m a som a de r elações h u m an as, qu e f or am

en f at i zadas poét i ca e r et or i cam en t e, t r an spost as, en f ei t adas, e qu e, após

lon go u so, par ecem a u m povo sóli das, can ôn i cas, obr i gat ór i as: as ver dades

são i lu sões, das qu ai s se esqu eceu o qu e são, m et áf or as qu e se t or n am gast as

e sem f or ça sen sível, m oedas qu e per der am su a ef ígi e e agor a só en t r am em

con si der ação com o m et al, n ão m ai s com o m oedas. ( Niet zsch e, 1 9 9 1 , p.3 4 )

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de an álise qu e den om in am os de caso-pen sam en t o e se con st it u i de dois m om en t os díspar es, m as essen cialm en t e in t er con ect ados, por em er gir em de u m a zon a de in discer n ibilidade en t r e pr át ica pr of ission al e an álise t eór ica, qu ais sej am : a escr it a de en sa ios poïét icos e a f or m ação de t eia s-con ceit u a is. Est as con st it u em -se de discu r sos qu e pr ocu r am dar con t or n o à t eia f or m ada pela r ef lexão cr ít ica do pesqu isador com a exper iên cia do t er apeu t a,

en t r em eada por oper ador es con ceit u ais; aqu eles r ef er em -se a sit u ações clín icas sign if icat ivas, qu e em er gir am do plan o in t en sivo da m em ór ia do t er apeu t a, e com põem -se de u m a escr it a com m aior liber dade f or m al, em lin gu agem poét ica e lit er ár ia.

Os en saios poïét icos, qu e são post er ior m en t e an alisados com o casos-pen sam en t o par a a con st r u ção das t eias-con ceit u ais, m ist u r am r egist r os de pr on t u ár ios; f r agm en t os das f alas dos pacien t es e de seu s f am iliar es sobr e su a h ist ór ia de vida, n ecessidades e expect at ivas; in f or m ações da avaliação t er apêu t ica ocu pacion al - com o desem pen h o n a r ealização das at ividades de vida diár ia, lazer e t r abalh o - com m em ór ias e sen sações in scr it as n o cor po do t er apeu t a/ pesqu isador du r an t e su a pr át ica pr of ission al. A essas

in f or m ações t am bém são agr egadas im agen s, n om es, sit u ações e discu r sos f iccion ais, de m odo a pr eser var a iden t idade dos su j eit os at en didos e con st it u ir u m a escr it a poét ica.

O t er m o ca so-pen sa m en t o em er ge em con son ân cia aos est u dos de Deleu ze, cu j a an álise dos casos exam in ados – ‘caso Hu m e’, ‘caso Ber gson ’ et c. – su r ge do m ovim en t o j á exist en t e em su as expr essões f ilosóf icas. Deleu ze oper a u m pr ocedim en t o de su bt r a çã o a t iva , ext r ain do o qu e n ão é dit o, m as qu e se f az pr esen t e n o pen sam en t o dos f ilósof os. Ef et u a n ovos

agen ciam en t os, pr oblem at iza seu s con ceit os e expõe a m u lt iplicidade con t ida em seu s pen sam en t os. “ Nã o se t r a t a d e r ep et i r o q u e o f i l ósof o d i sse, m a s d e r ep r od u zi r a sem el h a n ça , d esn u d a n d o a o m esm o t em p o o p l a n o d e i m a n ên ci a q u e el e i n st a u r ou e os n ovos con cei t os q u e cr i ou ” ( Deleu ze & Gu at t ar i, 1 9 9 2 , p.7 4 ) . Espin osa, Pr ou st , Kaf ka, Pier r e Bou lez, en f im , f ilósof os, lit er at os e m ú sicos t êm su as pot ên cias capt u r adas por Deleu ze, de m odo a f azê-lo pr ossegu ir por cam in h os n os qu ais n em os pr ópr ios pen sador es h aviam per cor r ido. ‘Casos de pen sam en t o’ qu e o f or çam a pen sar e a per cor r er u m a espécie de t en dên cia vir t u al apen as esboçada, gagu ej ada, t alvez n em sequ er au t or izada.

Desse m odo, os ‘casos de pen sam en t o’ assim com o os ‘casos-pen sam en t o’ con st it u em -se, r espect ivam en t e, com o in t er cessor es n a f ilosof ia deleu zian a e n a pesqu isa em con st r u ção. Su r gem das f issu r as qu e cada exper iên cia r em em or ada con t ém e acabam por expor su as vir t u alidades. “ Ca d a ca so se im põe a o pen sa m en t o com o u m d esa f io: t r a t a -se sem pr e d e con st r u ir u m a m u lt iplicid a d e, d e esca pa r d os im pa sses d a r epr esen t a çã o e d a oposiçã o d o Um e d o M ú lt iplo” ( Abr eu , 2 0 0 4 , p.9 0 ) .

A con st r u ção dessa est r at égia m et odológica em er giu n o decor r er da elabor ação do pr oj et o de disser t ação, n o per íodo em qu e se r ealizavam levan t am en t os bibliogr áf icos e apr of u n dam en t os t eór icos, in spir ada em , pelo m en os, dois f at or es qu e con sider o det er m in an t es. Em u m dado m om en t o, após a leit u r a de u m ar t igo, sen t i-m e con vidada a escr ever u m a sit u ação viven ciada em m in h a pr át ica pr of ission al qu e m e par ecia sign if icat iva e

3 “ O pla n o d e im a n ên cia é a con d içã o sob a qu a l o sen t id o t em lu g a r , o pr ópr io ca os sen d o esse n ã o-sen t id o qu e h a bit a o f u n d o m esm o d e n ossa vid a . O pla n o é coisa bem d iver sa , por ém , d e u m a g r a d e d e in t er pr et a çã o, qu e se a ssem elh a à s f or m a s pr on t a s d e

pen sa m en t o, a os clich ês com qu e r ecobr im os o ca os em lu g a r d e en f r en t á -lo: o pla n o n ã o é

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r elacion ada ao t em a est u dado. Não h avia, n aqu ele m om en t o, u m a pr eocu pação est ét ica ou u m obj et ivo específ ico par a r ealizar a escr it a. No en t an t o, ao r eler as an ot ações per cebi, n as en t r elin h as do t ext o r edigido, u m a diver gên cia en t r e o r em em or ado e as palavr as ali im pr essas. Algu m as sem an as depois, t ive

opor t u n idade de u m en con t r o in u sit ado com a lit er at u r a dr u m m on dian a. Ao con t em plar o poem a ‘Pr ocu r a da Poesia’ per m an eci in er t e, silen ciosa, capt u r ada pela in t en sidade de seu s ver sos. Meu s olh os absor viam su as palavr as e, a cada r eleit u r a, f aziam em er gir espaços, lin h as de f u ga e vazios qu e con du ziam m in h a at en ção a f r agm en t os da exper iên cia pr of ission al descr it a n a sem an a

pr eceden t e. Na r econ st it u ição desse pr ocesso de escr it a, et apa por et apa, com eçava a visu alizar a cr iação de u m a possível est r at égia de pr odu ção de con h ecim en t o e, ao m esm o t em po, t or n ava-se dif ícil discer n ir o qu e er a con st it u t ivo do at o de pesqu isar e do at o clín ico n o cam po da T er apia Ocu pacion al qu e com eçava a ser pr oblem at izado.

O pr ocesso de in vest igação n asce, dessa f or m a, em con son ân cia com os est u dos e a pesqu isa in iciada n a Pós-gr adu ação em Psicologia Social e I n st it u cion al da UFRGS, qu e se pr opõe a dar visibilidade a u m m odo de

t r abalh ar n a T er apia Ocu pacion al pr óxim o a u m a con cepção de saú de n a qu al se pr ocessa a j u st aposição dos con ceit os de com plexidade e t r an sdisciplin ar idade, bem com o a su per ação das cer t ezas e ver dades u n iver sais. Mas,

f u n dam en t alm en t e, bu sca o en t en dim en t o do cam po m olecu lar pelo qu al cir cu la a ação do t er apeu t a ocu pacion al e da capacidade de in ven ção qu e t r an sver saliza as ações do su j eit o n o m u n do.

I n spir ada n as palavr as de Dr u m m on d sobr e o f azer poét ico, su r ge, en t ão, a an álise de casos-pen sam en t o com o m ét odo de pesqu isa. Mét odo aqu i

com pr een dido em su a or igem et im ológica, do gr ego, h od ós, qu e sign if ica

cam in h o. Um cam in h o con st r u ído à m edida qu e n os m ovim en t am os n a escr it a e n a pesqu isa, sem a in t en ção de con f ir m ar o qu e se sabe, n em at in gir u m obj et ivo pr eest abelecido. Um m ét odo com post o de u m olh ar sen sível do pesqu isador par a si m esm o e par a o ou t r o den t r o da pr át ica clín ica, m as qu e pr ocede a u m a an álise cr ít ica de su as exper iên cias pr of ission ais. Nest e pr ocesso, pesqu isador e obj et o t or n am -se in dissociados e est ão im plicados n u m a pr odu ção de

con h ecim en t o qu e bu sca a com pr een são da com plexidade da vida.

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a va n ça n d o [ ...] e a com pa n h a -n os, sem d ú vid a , por in t eir o a ca d a in st a n t e” ( Ber gson , 1 9 6 4 , p.4 4 ) . Cada palavr a-r et r at o, pou co a pou co, gan h a f lu idez, expan de-se e f or m a n ovas con exões, r ede t en sa qu e pr ovoca u m a t or r en t e de n ovas sen sações e sign if icações, cr ian do m ar cas n o cor po e f azen do-o vibr ar .

O cor po do t er apeu t a dever á, en t ão, per m it ir in cor por ar o pesqu isador -ar an h a, n a im agem do n -ar r ador qu e Deleu ze com põe com Pr ou st , capaz de sen t ir as in f in it esim ais vibr ações das f or ças qu e at r avessam t ais

acon t ecim en t os, pois a

t eia e a ar an h a, a t eia e o cor po são a m esm a m áqu in a [ ...] Sen sibilidade

in volu n t ár ia, m em ór ia in volu n t ár ia, pen sam en t o in volu n t ár io são com o

qu e r eações globais in t en sas do cor po sem ór gãos a sign os de diver sas

n at u r ezas [ ...] . Est r an h a plast icidade do n ar r ador . ( Deleu ze, 1 9 8 7 , p.1 8 2 )

Alcan çável, t alvez, pela am pliação e t r an sm u t ação de seu cor po sem ór gãos4, cor po-devir -ar an h a.

E com o f azê-lo? Com o cr iar par a si u m cor po sem ór gãos? Qu içá pr oceder in icialm en t e a u m a aber t u r a à im pr evisibilidade das f or m as e à

ir r ever sibilidade do t em po; esqu ivar -se de explicações e solu ções a u m a dada sit u ação pelo j á con h ecido, ou qu em sabe, ain da, “ [ ...] violen t a r o espír it o, con t r a r ia r a in clin a çã o n a t u r a l d a in t elig ên cia ” ? ( Ber gson , 1 9 6 4 , p.6 5 ) Est r at égias possíveis.... m as, por or a, r et om em os ao m odo de pr odu ção de con h ecim en t o aqu i delin eado.

As f or ças con st it u t ivas dessa t eia-acon t ecim en t o são, en t ão, per cebidas e en u n ciadas pelo pesqu isador , qu e pr ocu r a r ef let ir acer ca de su a pr ópr ia pr át ica pr of ission al ao t ecer u m a per m eável e com plexa t r am a en t r e a escr it a dos casos-pen sam en t o e os r ef er en ciais t eór icos da Filosof ia da Dif er en ça. Nesse pr ocesso, é possível con ect ar -se àqu ilo qu e se sobr essai ao vivido, o in t em pest ivo, o plan o da vida. “ T r a t a -se, por t a n t o, n a via d a h ist ór ia , d e con t a t a r com o a -h ist ór ico [ ...] , per seg u ir o obj et ivo d e con t a t a r o pla n o in t em pest ivo” ( Rau t er , 2 0 0 0 , p.3 0 ) . Dest a f or m a, é possível ao pesqu isador capt u r ar , do en con t r o en t r e os cor pos do t er apeu t a e do pacien t e, agor a, r em em or ado, as in t en sidades-sign o qu e os t r an sver salizam m as qu e, em bor a sej am con st it u t ivas de cada su j eit o e de su a h ist ór ia, su r gem apen as n o ‘en t r e-t em pos’ e ‘en t r e-m om en t os’ com o u m acon t ecim en t o en t r e du as vidas im pessoais, ou sej a, sin gu lar es, ú n icas e im an en t es a u m a vida n u a ( Deleu ze, 2 0 0 2 ) . Um a vida qu e é pu r a pot ên cia e qu e per m it e aos su j eit os abr ir em -se par a o n ovo, cr ian do n ovas possibilidades de vir a ser . Nesse r et or n o à per cepção das vibr ações, h á n ovam en t e o r een con t r o do t er apeu t a-pesqu isador com su a in t u ição, u m r et or n o ao t em po h et er ogên eo e qu alit at ivo da du r ação, cu j a qu alidade in t r ín seca é “ im ed ia t a m en t e on t ológ ica , e n ã o som en t e exist en cia l, psicológ ica ou epist em ológ ica : pa ssa d o, pr esen t e e f u t u r o n ã o se r ed u zem a m om en t os d e u m a cr on olog ia , eles sã o o Ser m esm o” ( Do Eir ado, 1 9 9 7 , p.2 0 9 ) .

O pesqu isador , ao en u n ciar as palavr as e con t em plá-las à pr ocu r a de su a poét ica, n ão com põe u m a lin ear idade de lem br an ças r egist r adas do passado, pois n ão se t r at a de bu scar r egist r os n o ar qu ivo das exper iên cias passadas, dist an t es e r epr esen t adas, ou de r ealizar u m a r et r ospect iva por in t er m édio

4 “ Esse cor po é t a n t o biológ ico qu a n t o colet ivo e polít ico; é sobr e ele qu e os a g en cia m en t os se f a zem e se d esf a zem ; ele é o por t a d or d a s pon t a s d e

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da m em ór ia volu n t ár ia. Mas, sim , pr opõe con t at ar com o ser em si d o pa ssa d o, o vir t u a l qu e lh e escapa. Par a Ber gson , o passado

n ão r epr esen t a algu m a coisa qu e f oi, m as sim plesm en t e algu m a coisa qu e é e

coexist e con sigo m esm a com o pr esen t e; [ ...] o passado n ão pode se con ser var

em ou t r a coisa qu e n ão n ele m esm o, por qu e é em si, sobr evive e se con ser va

em si. ( Deleu ze, 1 9 8 7 , p.5 8 )

Nest e sen t ido, o su j eit o e su as exper iên cias do vivido t êm com o car act er íst ica essen cial a t em por alidade, ist o é, a du r ação, qu e se con st it u i com o pr ocesso in st au r ador da im pr evisibilidade e cr iação do n ovo, u m a vez qu e a du r ação é t am bém m em ór ia, passagem , devir e h et er ogen eidade. Com por t a dif er en ças, desvios e m u lt iplicidades. T r abalh a sobr e acon t ecim en t os vir t u ais, sobr e o n ão-sen t ido, e só pode ser capt ada pela in t u ição, im plicação e pelo m ovim en t o do pesqu isador , j á qu e a in t u ição

é sobr et u do o m ovim en t o pelo qu al saím os de n ossa pr ópr ia du r ação, o

m ovim en t o pelo qu al n ós n os ser vim os de n ossa du r ação par a af ir m ar e

r econ h ecer im ediat am en t e a exist ên cia de ou t r as du r ações acim a e abaixo de

n ós. ( Deleu ze, 1 9 9 9 , p.2 3 )

Pr oceder a u m a f or m a de pesqu isa at r avessada pela m em ór ia, qu e pr ocu r a acion ar o devir e apr oxim ar -se, por t an t o, da in ven t ividade, r equ er qu e acion em os a m em ór ia in volu n t ár ia, com o pr opõe Pr ou st . Nesse cam in h o, Deleu ze af ir m a qu e a m em ór ia in volu n t ár ia “ r om pe com a a t it u d e d e

per cepçã o con scien t e e d a m em ór ia volu n t á r ia , t or n a -n os sen síveis a os sig n os e, em m om en t os pr ivileg ia d os, d á -n os a in t er pr et a çã o d e a lg u n s d eles”

( Deleu ze, 1 9 9 9 , p.6 4 ) . Su a em er gên cia devém de u m t r opeço, de u m

desequ ilíbr io de n ossa apar en t e est abilidade e da per cepção de pequ en as f issu r as qu e t êm o pot en cial, assim com o a Ar t e, de r ecr iar o passado e de pr om over a dest er r it or ialização de n osso cor po, a descon st r u ção do ‘eu ’ absolu t o e iden t it ár io, par a “ t or n á -lo per m eá vel a o pla n o in t en sivo d a pr od u çã o d esej a n t e” ( Rau t er , 2 0 0 0 , p.4 1 ) .

Os casos-pen sam en t o com põem , por t an t o, u m a escr it a r ef lexiva sobr e plan os in t en sivos da m em ór ia, qu e pedem passagem n o cor po do pesqu isador . Plan os qu e con st it u em u m a m u lt iplicidade vir t u al. Mem ór ias do su j eit o n essas ações e su a h ist ór ia, n ão com o obr a da r azão qu e o par alisa, m as com o u m in con scien t e plan o de in t en sidades. Um a h ist ór ia qu e “ su r g e d e u m a r ela çã o d e im a n ên cia com a vid a , a qu ela pr a t ica d a pelo qu e g er a a vid a e n ã o a pen a s a con ser va [ ...] o pa ssa d o t om a d o n u m a per spect iva poét ica , or a cu la r – a h ist ór ia com o obr a d e a r t e” ( Rau t er , 2 0 0 0 , p.2 8 ) . Nest a per spect iva, o at o r ef lexivo n ão t r at a de u m r et or n o à in t er ior idade. Cam in h a n o sen t ido in ver so. Coloca o den t r o expost o ao f or a. Relan ça as exper iên cias ao cam po in t en sivo das m em ór ias par a qu e possam ser r asgadas a n ovos sen t idos e, assim , su j eit ar em -se às f or ças de cr iação.

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con t em plar as palavr as, per m it e-se t r an sf or m ar em leit or -ar an h a, cu j as vibr ações sen t idas n a t eia de palavr as poder ão r ever ber ar n as r elações qu e o su j eit o-leit or t em n os cam pos pr of ission al ou pessoal, am plian do a r ede

con ect iva de pr odu ção de con h ecim en t o con st it u ída n a pesqu isa. Esse con t ágio só é possível à m edida qu e a ar t e de car t ogr af ar com pon h a m apas h et er ogên eos e m ú lt iplos de pot en cialidades, capazes de pr odu zir af ecções n os t er r it ór ios su bj et ivos, qu e im pu lsion em n ovos devir es e agen ciam en t os colet ivos de en u n ciação.

A car t ogr af ia qu e em er ge dessa t essit u r a in st au r a n o su j eit o – pesqu isador -t er apeu -t a ou lei-t or – “ u m es-t a d o d e ou -t r a m en -t o, qu e con sis-t e em -t or n a r -se est r a n g eir o d e si m esm o, possibilit a n d o-lh e exper im en t a r -se em n ovos espa ços e m od os d e exist ên cia ” ( Kir st , 2 0 0 3 , p.9 6 ) Nesse pr ocesso, o su j eit o de

en u n ciação ( pesqu isador ) n ão pode ser dist in gu ido do su j eit o do en u n ciado ( t er apeu t a) , com o n ão f oi possível en t r e o n ar r ador e o h er ói n a Rech er ch e. A escr it a dos casos-pen sam en t o en con t r a-se, por t an t o, n o plan o de sin gu lar ização, u m a vez qu e se r ef er e a acon t ecim en t os im er sos em det er m in ados con t ext os e qu e só exist ir am en qu an t o pot ên cia n o en t r e cor pos do t er apeu t a e do pacien t e, pr odu zin do pr ocessos su bj et ivos sin gu lar es. Assim , a an álise dos

casos-pen sam en t o dist an cia-se do m ét odo car t esian o de pesqu isa, n o qu al o obj et o de est u do é qu an t if icado e su bm et ido à an álise com par at iva, u m a m et odologia em qu e o pesqu isador age com o o h om em de j u ízo qu e “ cla ssif ica a m u lt iplicid a d e pa r a r ed u zir su a s d if er en ça s a cid en t a is à d if er en ça específ ica e à id en t id a d e d o g ên er o, ist o é, pa r a r ed u zi-la s à u n id a d e u n iver sa l d a r a zã o” ( Fu gan t i, 1 9 9 0 , p.4 0 ) .

T r at a-se, por t an t o, de u m a est r at égia m et odológica cu j a u t ilização, n est a pesqu isa, pr evê a escavação das m ar cas deixadas pela exper iên cia sen sível

viven ciada pelo t er apeu t a-pesqu isador e por su a r ef lexão acer ca do em ar an h ado de f or ças im er sas n a r acion alidade cien t íf ica, qu e ain da per passam as dif er en t es pr át icas da T er apia Ocu pacion al. As m ar cas, segu n do Roln ik ( 1 9 9 3 , p. 2 4 2 ) , são

os est ados in édit os qu e se pr odu zem em n osso cor po, a par t ir das

com posições qu e vam os viven do. Cada u m dest es est ados con st it u i u m a

dif er en ça qu e in st au r a u m a aber t u r a par a a cr iação de u m n ovo cor po, o qu e

sign if ica qu e as m ar cas são sem pr e gên ese de u m devir .

Essa escavação é len t a e deve acon t ecer em con son ân cia com o caos da t er r a r evolvida, sim u lt an eam en t e, ao acaso dos golpes de su a en xada qu e capt u r am det er m in adas f or ças, e n ão ou t r as ( Ben j am im , 1 9 9 7 ) . As exper iên cias per cebidas com o casos-pen sam en t o são, en t ão, aqu elas em qu e as f or ças são per cept íveis in t en sam en t e, f azen do vibr ar o cor po do pesqu isador -ar an h a.

(9)

u m en t en dim en t o dos at r avessam en t os qu e agem n os cor pos e a per cepção do desej o qu e n asce dos f lu xos m oven t es en t r e as f or ças qu e com põem t al en con t r o.

A ef et ivação dessas escolh as pr ecisa acon t ecer sob aspect os ét icos, est ét icos e polít icos. Na dim en são ét ica, n o sen t ido de per m it ir a seleção de su per f ícies, solos ou poesias em qu e n ão h á u m j u lgam en t o pelo gr au de sem elh an ça ou discr epân cia de u m m odelo det er m in ado pr eviam en t e, m as qu e podem ser agen ciador es de en con t r os qu e f or t alecem os cor pos ao se con ect ar em ao ger m e pot en cializador de af et os e aos m odos in ven t ivos de viver o cot idian o. Dim en são qu e, por t an t o, é in dissociável da est ét ica n a m edida em qu e pr ocede a expr essão cr iador a, a aber t u r a de n ovos pr ocessos de su bj et ivação e t r at a da dim en são sen sível do cor po. En f im , apr oxim a-se, t am bém , de u m a dim en são polít ica por qu e se pr ocessa n u m a lu t a con t r a as cr ist alizações e en r ij ecim en t os de qu alqu er pr odu ção.

T al est r at égia pr opor cion a r u pt u r a com as evidên cias de saber es h egem ôn icos, dicot om ias e gen er alizações qu e per passam a pr át ica da T er apia Ocu pacion al. A decom posição dos elem en t os do en sa io-poét ico e o en t en dim en t o das m ú lt iplas lin h as qu e o at r avessam com põem u m ‘poliedr o de in t eligibilidade’ capaz de pr oceder à ‘dim in u ição do peso cau sal’5 e an alisar a m u lt iplicidade de f or ças coexist en t e n os acon t ecim en t os, em bor a n ão sej a possível esgot ar t odas as f aces desse polígon o. O acon t ecim en t o, absor vido da zon a ocu lt a do con h ecim en t o, n a qu al se m an t in h a n a qu alidade de f or ças-in t en sivas, em er ge dos agen ciam en t os r ealizados pelo pr ópr io t er apeu t a-pesqu isador pelas dif er en ças, t r an sf or m an do-se em con h ecim en t o capaz de at u alizar o pr esen t e e im por -se com o pot ên cia in ven t iva, af ir m an do a vida. Nessa m áqu in a – t eia-acon t ecim en t o e pesqu isador -ar an h a – a obr a poét ica é, en t ão, r em et ida ao plan o im pessoal pela im plicação do pesqu isador com as im agen s-t em po qu e se f or m am n a con st r u ção t ext u al.

Dessa f or m a, a expect at iva n a explor ação do t er r it ór io das m ar cas-in t en sidade apr oxim a-se n ão só de u m m odo de pesqu isar m as,

f u n dam en t alm en t e, de est r at égias de at u ação clín ica do t er apeu t a

ocu pacion al qu e se dist an ciam da lógica cien t if icist a. Ao pesqu isador cabe per gu n t ar à poesia-pesqu isa: t r ou xest e a ch ave qu e pode am pliar e

sen sibilizar o olh ar par a o n ão dit o, o in dizível e par a as ‘m il f aces secr et as sob a f ace n eu t r a’ da r azão? A r espost a com põe-se de u m a m u lt iplicidade de ch aves e de ver dades possíveis, m as ao t er apeu t a-pesqu isador in t er essa aqu elas qu e t r azem a em er gên cia daqu ilo qu e n ão pode ser u n iver salizado ou con st it u ído com o m odelo. Seu olh ar at en t o e m in u cioso per cebe, at r avés do cor po sem ór gãos, as ch aves m in or it ár ias, os pr ocessos, det alh es e vest ígios qu e apon t am par a possíveis t r an sf or m ações n os pr ocessos su bj et ivos e n as pr át icas sociais dos su j eit os.

A con st r u ção de u m m odo de f azer pesqu isa n a qu al o passado, o pr esen t e e o f u t u r o con st it u ír am , aqu i, u m n ovelo en t r elaçado de t em pos coexist en t es, apon t a, en f im , u m a est r at égia de pr odu ção de con h ecim en t o e at u ação pr of ission al qu e n ão se en cer r am em si m esm as, pois se m an t êm em con st an t e at u alização e est ão sem pr e em vias de f or m ação n o decor r er da pesqu isa e da pr át ica clín ica. Con h ecer , apr een der , ( des) cobr ir , pesqu isar im plica su bj et ivar e, por t an t o, en con t r a-se n o cam po da sin gu lar ização, da 5 Qu an t o m ais se

an ali sar ,

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im pr evisibilidade e da diver sidade de t r aj et ór ias possíveis de u m a pr át ica at r avessada pelo plan o ét ico-est ét ico-polít ico, cu j o com pr om isso m aior é a a f ir m a çã o d a vid a . Um en con t r o e u m a aceit ação dos par adoxos qu e per cor r em a con t em por an eidade, assim com o da pot ên cia poét ica exist en t e em n ossos f azer es cot idian os, qu e n os t r azem sem pr e o im pen sável e aqu ilo qu e n ão é possível con sider ar com o n or m a e ver dade ú n ica n o

desen volvim en t o de u m a pesqu isa. Nest e sen t ido, pesqu isar é con cor dar com Dr u m m on d ( 1 9 8 4 , p.9 5 ) sobr e su a visão da vida t r an scr it a n est e pequ en o Lem br et e: “ Se pr ocu r a r bem , você a ca ba en con t r a n d o. Nã o a explica çã o ( d u vid osa ) d a vid a . M a s a poesia ( in explicá vel) d a vid a ” .

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con ocim ien t o. I n t er f ace - Com u n ic., Saú de, Edu c.I n t er f ace - Com u n ic., Saú de, Edu c.I n t er f ace - Com u n ic., Saú de, Edu c.I n t er f ace - Com u n ic., Saú de, Edu c.I n t er f ace - Com u n ic., Saú de, Edu c., v.1 1 , n .2 1 , p.5 3 -6 3 , j an / abr 2 0 0 7 .

Est e t ext o est ablece qu e el act o de i n vest i gar se apr oxi m a del act o de con ver sar ,

con f i gu r án dose t am bi én com o di sposi t i vo de su bj et i vaci ón y espaci o de cr eaci ón . Pr opon e u n m odo poét i co y si n gu lar de cr ear u n p r oceso d e i n vest i g a ci ón y, si m u lt án eam en t e, d e a ct u a ci ón p r of esi on a l pr ocu r an do r om per con el m ét odo de i n vest i gaci ón m ecan i ci st a y di cot óm i co. An ali za u n a est r at egi a m et odológi ca qu e u t i li za el an áli si s de casos-pen sam i en t o elabor ados a par t i r de la exper i en ci a clín i ca del t er apeu t a ocu paci on al y t i en e com o t ela con cept u al los r ef er en ci ales de la Fi losof ía de la Di f er en ci a, de la T er api a Ocu paci on al, de la Psi cología y de la Li t er at u r a.

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