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ARTIGO
ORIGINAL
Prevalence
and
risk
factors
of
anemia
in
children
夽
,
夽夽
Cristie
Regine
Klotz
Zuffo
a,
Mônica
Maria
Osório
b,
Cesar
Augusto
Taconeli
c,
Suely
Teresinha
Schmidt
a,
Bruno
Henrique
Corrêa
da
Silva
ce
Cláudia
Choma
Bettega
Almeida
a,∗aProgramadePós-Graduac¸ãoemSeguranc¸aAlimentareNutricional,SetordeCiênciasdaSaúde,UniversidadeFederaldoParaná
(UFPR),Curitiba,PR,Brasil
bProgramadePós-Graduac¸ãoemNutric¸ão,UniversidadeFederaldePernambuco(UFPE),Recife,PE,Brasil
cDepartamentodeEstatística,UniversidadeFederaldoParaná(UFPR),Curitiba,PR,Brasil
Recebidoem12dejunhode2015;aceitoem22desetembrode2015
KEYWORDS
Anemia; Riskfactors; Infantnutrition; Iron
Abstract
Objective: Toidentifytheprevalenceandfactorsassociatedwithanemiainchildrenattending MunicipalEarlyChildhoodEducationDayCareCenter(CentrosMunicipaisdeEducac¸ãoInfantil [CMEI])nurseriesinColombo-PR.
Methods: Analytical,cross-sectionalstudywitharepresentativesampleof334children obtai-nedbystratifiedclustersampling,withrandomselectionof26nurseries.Datacollectionwas conductedthroughinterviewswithparents,assessmentofironintakebydirectfoodweighing, andhemoglobinmeasurementusingthefinger-sticktest.Bivariateassociationtestswere per-formedfollowedbymultiplelogisticregressionadjustment.
Results: Theprevalenceofanemiawas34.7%.Factorsassociatedwithanemiawere:maternal ageyoungerthan28yearsold(p=0.03),malechildren(p=0.02),childrenyoungerthan24 months(p=0.01),andchildrenwhodidnotconsumeironfoodsources(meat+beans+dark greenleafy vegetables)(p=0.02).Therewasnoassociationbetween anemiaandironfood intakeinCMEI.However,ironintakewaswellbelowtherecommendedlevelsaccordingtothe NationalEducationDevelopmentFundresolution,higherprevalenceofanemiawasobservedin childrenwhoseintakeofiron,hemeiron,andnonhemeironwasbelowthemedian.
Conclusions: Intermsofpublichealth,theprevalenceofanemiaischaracterizedasamoderate probleminthestudiedpopulationanddemonstratestheneedforcoordinationof interdiscipli-naryactionsforitsreductioninCMEInurseries.
©2016SociedadeBrasileiradePediatria.PublishedbyElsevierEditoraLtda.Thisisanopen accessarticleundertheCCBY-NC-NDlicense(http://creativecommons.org/licenses/by-nc-nd/ 4.0/).
DOIserefereaoartigo:
http://dx.doi.org/10.1016/j.jped.2015.09.007
夽 Comocitaresteartigo:ZuffoCR,OsórioMM,TaconeliCA,SchmidtST,daSilvaBH,AlmeidaCC.Prevalenceandriskfactorsofanemiain
children.JPediatr(RioJ).2016;92:353---60.
夽夽Oartigofazpartedadissertac¸ãodemestradodaprimeiraautoranoProgramadePós-Graduac¸ãoemSeguranc¸aAlimentareNutricional,
SetordeCiênciasdaSaúde,UniversidadeFederaldoParaná,Curitiba,PR,Brasil.
∗Autorparacorrespondência.
E-mail:clauchoma@gmail.com(C.C.Almeida).
2255-5536/©2016SociedadeBrasileiradePediatria.PublicadoporElsevierEditoraLtda.Este ´eumartigoOpenAccesssobumalicenc¸aCC
PALAVRAS-CHAVE
Anemia;
Fatoresderisco; Nutric¸ãodolactente; Ferro
Prevalênciaefatoresderiscodaanemiaemcrianc¸as
Resumo
Objetivo: Identificaraprevalênciaeosfatoresassociadosàanemiaemcrianc¸asque frequen-tamberc¸áriosdeCentrosMunicipaisdeEducac¸ãoInfantil(CMEI)deColombo(PR).
Métodos: Estudoanalítico,decarátertransversal,comamostrarepresentativade334crianc¸as obtidaporamostragemestratificadaporconglomerados,comselec¸ãoaleatóriade26berc¸ários. Acoletadedadosfoifeitapormeiodeentrevistacomospais,avaliac¸ãodaingestãodeferro porpesagemdiretadealimentosedosagemdehemoglobinaporpunc¸ãodigital.Foramfeitos testesdeassociac¸ãobivariadosseguidospeloajustedeumaregressãologísticamúltipla. Resultados: Aprevalênciadeanemiafoide34,7%.Osfatoresassociadosàanemiaforam:idade maternainferiora28anos(p=0,03),crianc¸asdosexomasculino(p=0,02),comidadeinferiora 24meses(p=0,01)equenãoconsumiamfontesalimentaresdeferro(carne+feijão+verduras verde-escuro) (p=0,02). Nãohouveassociac¸ãoentreanemia e ingestãodeferro noCMEI. Porém,aingestãodeferrofoibemabaixodarecomendapelaresoluc¸ãodoFundoNacionalde DesenvolvimentodaEducac¸ão.Foipossívelobservarmaiorprevalênciadeanemianascrianc¸as cujaingestãodeferro,ferrohemeeferronãohemeapresentava-seabaixodamediana. Conclusão: Emtermosdesaúdepública,aprevalênciadeanemiaencontradasecaracteriza comoumproblemamoderadonapopulac¸ãoestudadaedemonstraanecessidadedearticulac¸ão deac¸õesinterdisciplinaresparaasuadiminuic¸ãonosCMEIs.
©2016SociedadeBrasileiradePediatria.PublicadoporElsevierEditoraLtda.Este ´eumartigo OpenAccesssobumalicenc¸aCCBY-NC-ND(http://creativecommons.org/licenses/by-nc-nd/4. 0/).
Introduc
¸ão
A anemia é um problema global de saúde pública com consequências importantes para a saúde humana e para o desenvolvimento social e econômico de cada nac¸ão.1
Resulta de causas isoladas ou múltiplas que atuam
con-comitantementee influenciama saúdedacrianc¸a,2o seu
desenvolvimentocognitivoefísicoeaimunidadee
aumen-tamoriscodeinfecc¸õesedemortalidadeinfantil.3
Umaanáliseglobaldaprevalênciadeanemianomundo
evidenciouqueascrianc¸asemidadepré-escolarsãoasmais
afetadas,comprevalênciade47,4%.1
Suacomplexidadeedificuldadedecontrolefazemcom
que vários estudosbusquem identificar as razões para as
altasprevalências e seuspotenciais fatoresassociados.4---6
O reconhecimento desses fatores contribui para o
direci-onamento de ac¸ões para a prevenc¸ão e minimizac¸ão do
problema.
O período compreendido entre a concepc¸ão e os dois
anosconsistenumafasecríticadodesenvolvimento,torna
acrianc¸avulnerávelàanemia.Nessaidade,elasingressam
nosberc¸áriosdeCentrosdeEducac¸ãoInfantil,osquaissão
responsáveispelocuidadodesuasaúdeealimentac¸ão,em
períodointegral.
O município de Colombo e a Região Metropolitana do
Paraná não dispõem de estudos de prevalência de
ane-mia em crianc¸as que frequentam Centros Municipais de
Educac¸ão Infantil (CMEI). Assim, tais estudos são
justifi-cados pela maior vulnerabilidade dessas crianc¸as e pela
identificac¸ãodaofertadequantidadesdeferronasrefeic¸ões
dessas instituic¸ões. Obter um perfil da situac¸ão da
ane-miapode contribuirparaa adoc¸ão e o fortalecimentode
ac¸õesquecontribuamparaasuaprevenc¸ãoereduc¸ãonessa
populac¸ão.
O objetivo do estudo consiste em estimar a
prevalên-cia de anemia e identificar seus fatores associados em
crianc¸asquefrequentamberc¸áriosdeCentrosMunicipaisde
Educac¸ãoInfantil(CMEI)domunicípiodeColombo(PR).
Material
e
métodos
Oestudoétransversale analítico,contempla334crianc¸as de seisa 36 mesesde berc¸ários deCMEIdo municípiode Colombo, RegiãoMetropolitana doParaná.Colomboconta com 38 CMEI, que atendem 6.852 crianc¸as matriculadas regularmenteem2012,816nosberc¸ários.
Aamostraselecionadafoirepresentativadascrianc¸asde berc¸áriosdos CMEIe foi definidapor amostragem estrati-ficada por conglomerados em único estágio, com selec¸ão aleatóriade26dos38CMEIdeColombo.Essesforam sepa-radospordistritosanitáriodomunicípiodeacordocomsua localizac¸ão, foirespeitadaaproporcionalidade dosalunos matriculados de cada distrito sanitário. Como referência paraocálculodaamostra,adotou-seaprevalênciade29,7% de anemia de um estudo feito em berc¸ários de CMEI de Cascavel(PR)comumaamostrarepresentativadecrianc¸as entreseise24meses,7porsetratardecrianc¸asdamesma
faixa etária e que frequentam CMEI. Adotou-se nível de
confianc¸a de95%,margemdeerro de0,04,estimativada
proporc¸ão tomada como referência de 0,3. Por se tratar
de uma amostragem estratificada por conglomerados, foi
incluídoumfatordeefeitododesenhoamostralde1,4para
resguardaraprecisãodesejada,oqueresultouemamostra
mínimade320crianc¸as.
Oquestionáriocontinhaquestõessobreascondic¸ões
soci-oeconômicas,ambientais,biológicas,características
comferro.Osquestionáriosforampreviamentetestadosem
estudo-piloto em umCMEIque nãofezparte daamostra.
Foramfeitasentrevistascompaiseresponsáveis,dejunho
adezembrode2013.
Osníveisdehemoglobinaforamobtidoscomamostrade
sangueporpuncturadigital,coletadaemmicrocuvetae
lei-tura feitaem hemoglobinômetro portátil. Aconcentrac¸ão
de hemoglobina inferior a 11g/dL foi considerada
ane-mia e classificada como leve (10-10,9g/dL), moderada
(7-9,9d/dL)ougrave(<7,0d/dL),segundoaOrganizac¸ão
MundialdeSaúde.8
Fez-seaavaliac¸ãoantropométricacomaferic¸ãodepeso
e estatura.Opeso foiaferido embalanc¸apediátrica
digi-tal comdivisão de5ge capacidadede15 Kg. Ascrianc¸as
forampesadasdespidas,comfraldadescartávellimpa,com
a balanc¸a previamente tarada e instalada em superfície
plana,lisaefirme.Aquelasquetinhampesomaiordoque
15kgforampesadasembalanc¸adigitalportátilcom
capa-cidadepara150kg,divisãode100g.9
O comprimento foi aferido com antropômetro portátil
confeccionadoembarra demadeira, amplitudede100cm
esubdivisões de0,5cm.Ascrianc¸as menoresdedoisanos
foram medidas em posic¸ão de decúbito dorsal sobre o
antropômetro.Ascrianc¸asmaioresdedoisanosforam
medi-dasempécomantropômetrodemadeira.
Aclassificac¸ãodoestadonutricionalfoifeitanoprograma
WHOAnthroversão3.2.2(WHO,GE,Suíc¸a),paraPeso/Idade
(P/I),Estatura/Idade(E/I)eÍndicedeMassaCorporal/Idade
(IMC/I).10
Aingestãodeferrofoiobtidamediantepesagemdireta
individualdosalimentosfornecidosnosCMEI,feitaemdois
dias não consecutivos. A composic¸ão nutricional dos
ali-mentosfoiobtida peloprogramaAvanutri® (Avanutri®,RJ,
Brasil).Aingestãodeferrofoiexpressaemingestãototalde
ferrodadieta,ingestãodeferrohemeeingestãodeferro
nãoheme.Foramconsideradosferroheme40%doferro
con-tidonas carnes ecomo ferro nãoheme os60% restantes,
somados ao ferro total encontrado nos outros alimentos.
Asdensidadesdeferrototal,ferrohemeeferronãoheme
foramobtidaspeladivisãodototaldecadaumdesses
nutri-entespelototal decaloriasingeridas pelacrianc¸anodia,
expressasemmgdeferroparacada1.000kcaldadieta.11
As variáveis independentes foram distribuídas da
seguinte forma: 1) fatores biológicos: sexo e idade da
crianc¸a; 2) prática alimentar: durac¸ão do aleitamento
materno,aleitamentomaternoexclusivoatéosseismeses,
consumodesucodefruta,fruta,leite,feijão,carne,fígado,
legumes,verdurasverdesescuras,alimentosfontedeferro
(carne+feijão+verdurasverdesescuras);ingestãonoCMEI
deferrototal,ferrohemeeferronãoheme;densidadede
ferrototal,ferro hemee ferronãoheme; 3)morbidades:
febre e diarreia nos últimos 15 dias, história de anemia;
4) estado nutricional: baixo peso ao nascer, baixo peso,
excessodepeso, baixaestatura,excessodepeso segundo
IMCparaidade;5)assistênciaàsaúde:pré-natal,númerode
consultasdepré-natal,suplementac¸ãodeferronagestac¸ão;
tipodeparto;prematuridade;6)fatoresmaternos:idade,
cor, número de filhos; 7) fatores socioeconômicos:
esco-laridade e trabalho materno, renda familiar per capita,
beneficiários dos programas Bolsa Família e Leite das
Crianc¸as;casaprópria,númerodemoradoresnodomicílio,
númerodequartos,águatratada, tratamentodoesgotoe
destinodolixo.Asvariáveisforamcategorizadasconforme
estudosqueinvestigaramanemiaemcrianc¸as.2,4,11,12
Inges-tãodeferrofoicategorizadaemrelac¸ãoàmédiadosvalores
encontrados.
Osdadosforamdigitadosemduplaentradanoformulário
onlineGoogleDrive®eapósconferênciaexportadosparao
programaSPSS® versão19.0(IBMCorp.Released2010.IBM
SPSSStatisticsparaWindows,NY:EUA).
Fez-seanálisedescritivadasvariáveis.Aassociac¸ãocom
anemia foi verificada com o teste qui-quadrado e exato
deFisher.As variáveisqueapresentaram p inferiora0,20
foram selecionadas para compor o modelo de regressão
logísticamúltipla.Aanálisemultivariadafoifeitapormeio
daconstruc¸ão do modelo conceitual baseado e adaptado
deOsórioetal.13Foramdefinidosseteníveishierárquicos,
deacordocomaseguinteordem:característicasmaternas
(idade); estado nutricional (baixa estatura); morbidades
(presenc¸a de febre e/ou diarreia nos últimos 15 dias,
história de anemia); aleitamento materno (durac¸ão do
aleitamento materno); práticas alimentares no domicílio
(consumo de verduras verde-escuras, carnes, fígado e
alimentosfontedeferro(carne+feijão +verduras
verde--escuro); ingestão de ferro no CMEI (ferro não heme e
ferro total); características biológicas da crianc¸a (sexo e
idade). As variáveis foram introduzidas no modelo uma
a uma e foram retiradas aquelas que não apresentavam
significância estatística de p<0,05. Foram estimadas as
razõesdechances--- RC(oddsratio)---brutaseajustadas.
EstetrabalhofazpartedoProjetodePesquisaSeguranc¸a
AlimentareNutricionalnoAmbienteEscolar,aprovadopelo
Comitê de Ética em Pesquisa em Seres Humanos (CAAE
11312612.5.0000.0102).
Resultados
Aprevalênciadeanemiaestimadaéde34,7%.Dascrianc¸as anêmicas,56,9%apresentamanemialeve,42,2%moderada e0,9%grave.Ovalormédiodehemoglobinaéde11,3g/dL (±1,34).
A idade média das crianc¸as é de 21,2 (± 5,7) meses, 50,3%dosexomasculino.Adurac¸ãomedianadealeitamento maternoéde180diasedealeitamentomaternoexclusivo de90dias.Encontraram-se5%debaixa estatura,0,6%de baixopeso,3,4%deexcessodepeso e8,4%deexcessode pesosegundoIMC.Arendafamiliarpercapitaéinferiora umsaláriomínimoem76,7%dasfamílias
AingestãomedianadeferrototalnoCMEIéde3,01mg, comumamaiorcontribuic¸ãodeferronãoheme.Adensidade medianadeferroéde5,64mg/1000kcal.Aprevalênciade anemiaémaiornascrianc¸asquetiveramingestãodeferro total,ferroheme,ferronãohemeedensidadedeferroheme abaixodamediana(tabela1).
Na análise bivariada (tabela 2), anemia apresenta
associac¸ãoestatísticacom:sexomasculino(OR:1,86;IC95%:
1,17-2,94); idade menor do que 24 meses (OR: 1,88;
IC95%: 1,15-3,09); idade materna inferior a 28 anos (OR:
1,80;IC95%:1,14-2,84)enãoconsumodealimentosfontes
deferro(OR:1,67;IC95%:0,98-2,84).Outrosfatores
signi-ficativosnestaprimeira etapa daanálise foram:presenc¸a
defebre nosúltimos15dias(OR:1,64;IC95%:1,04-2,58),
Tabela1 Ingestãodeferrototal,ferroheme,ferronãohemeedensidadedeferrototal,ferrohemeeferronãohemeda dietaconsumidaemcrianc¸asdeCentrosMunicipaisdeEducac¸ãoInfantil,Colombo,2013
Variáveis Média
(DesvioPadrão)
Mediana Mínimo---Máximo %anemia (<mediana)
%anemia (≥mediana)
Ferrototal(mg) 3,10(1,46) 3,01 0,12-8,81 39,9 31,1
Ferroheme(mg) 0,13(0,12) 0,09 0,00-0,68 38,9 32,9
Ferronãoheme(mg) 2,97(1,40) 2,89 0,09-8,71 39,8 31,1
Densidadedeferrototal (mg/1.000kcal)
5,64(1,85) 5,41 0,70-15,89 35,7 35,7
Densidadedeferroheme (mg/1.000kcal)
0,25(0,20) 0,18 0,00-1,27 39,1 32,5
Densidadedeferronão heme(mg/1.000kcal)
5,40(1,78) 5,17 0,61-15,89 35,1 36,4
consumodecarne(OR:4,83;IC95%:1,22-19,12)econsumo deverdurasverdesescuras(OR:0,58;IC95%:0,34-1,01);14 fatoresapresentaramp<0,20naanálisebivariadaeforam consideradosparainclusãonomodeloderegressãologística múltipla(tabela2).
Aordemdeentradadasvariáveisnomodeloderegressão
logísticamúltiplaestárepresentadanafigura1.
A tabela 3 apresentao resultado do ajuste do modelo
deregressãologísticamúltipla.Apósexecutadooalgoritmo
deselec¸ão, permaneceram no modelo as seguintes
variá-veis: sexo dacrianc¸a, estimou-se uma chance deanemia
82%maiorparacrianc¸asdosexomasculino(OR:1,82;IC95%:
1,08-3,06);idade da crianc¸ainferior 24 meses (OR:2,12;
IC95%:1,19-3,75);idadematernamenordoque28anos(OR:
1,72;IC95%:1,03-2,87)enãoconsumodealimentosfontes
deferro(OR:1,91;IC95%:1,06-3,44).
Discussão
Identificou-seprevalênciade34,7%deanemiaeassociac¸ão positivacommenor idadematerna,sexomasculino,idade inferior a 24 meses e não consumo de alimentos fonte de ferro (feijão, carne e verduras verdes escuras) no domicílio.
Em saúde pública, a prevalência de anemia de 34,7% é considerada um problema moderado na populac¸ão estudada.3 Essa prevalência é superioràquela encontrada
emestudofeitoemCascavel(PR),7queinvestigoucrianc¸as
comidade inferior a24 meses quefrequentavam creches
(29,7%).APesquisaNacionaldeDemografiaeSaúde(PNDS)
de 2006 avaliou pela primeira vez, em nível nacional, a
prevalênciadeanemiaemcrianc¸as eencontrou20,9% em
crianc¸as menores de 59 meses e 35,8% nas crianc¸as com
idadeinferiora 24meses,próximo aoque foiencontrado
nesteestudo.14EsseresultadoécompatívelcomLealetal.12
(32,8%)emcrianc¸asde0a59mesesdoEstadode
Pernam-bucoecom Castro etal.15 (29,2%) em pré-escolares,mas
menor doque aqueleidentificado em Vitória (ES)(15,7%)
emcrianc¸asdeumacincoanos.16Outrosdoisestudosque
investigaramanemiaemcrechesencontraramprevalências
superiores,51,9%e46,6%.2,17 MetanálisefeitaporVieira&
Ferreira encontrou prevalência médiaponderada superior
aopresenteestudo,de52%deanemiaemcreches,60,2%em
servic¸osdesaúdee66,5%empopulac¸õeseminiquidades.18
Embora a maioria dascrianc¸as apresente anemialeve,
anemiamoderada esteve presente em 42,2% das crianc¸as
anêmicas.Tal frequênciamereceatenc¸ão, umavezque a
anemia interfere negativamenteno desenvolvimento
cog-nitivo, na capacidade física, na produc¸ão de hormônios
tireoidianos, na regulac¸ão da temperatura corporal e no
estado imune, aumenta os riscos de infecc¸ão e pode
acarretar efeitos que perduram por toda a vida.14
Kons-tantyner et al.4 encontraram 9,9% de anemia moderada
em crianc¸as menores de24 mesesde todasasregiões do
Brasil.
Aassociac¸ão entreanemiae idade inferiora 24meses
é verificada em estudos feitos em creches.15,19,20 Essa
vulnerabilidade está relacionada com uma maior
velo-cidade de crescimento, em que o peso triplica e a
superfície corporal duplica. Tal fato gera necessidades
nutricionais aumentadas, que coincidem com mudanc¸as
importantes na alimentac¸ão, introduc¸ão da alimentac¸ão
complementar, desmame e exposic¸ão à alimentac¸ão da
família.
Oabandonoprecocedoaleitamentomaternoassociadoa
umaalimentac¸ãocomplementarinadequadacombaixoteor
deferrosomaefeitomultiplicadornoaumentodoriscode
anemia.Esseriscoéagravadopelamaiorexposic¸ãoao
con-tágiodedoenc¸asinfecciosaseparasitárias,devidoaomaior
contato com o ambiente externo.11,15,20 Apenas 13,2%
das crianc¸as foramamamentadas exclusivamente por seis
meses, 33% tiveram introduc¸ão de carne aos seis meses
e a ingestãode ferro,em especial deferroheme, é bem
inferior à ingestão das crianc¸as maiores e corresponde a
35,2% do que é recomendado pelo Programa Nacional de
Alimentac¸ãoEscolar.
Ocrescimentocerebralémaiornosprimeirosdoisanos
devida,noqualasmembranasdosistemanervosocentral
sãomaispermeáveisaoferro,éoperíodomaiscríticopara
seuuso.Adeficiência deferrotemcomoconsequênciaso
prejuízododesenvolvimentofísicoecognitivo,oque
pre-judicaacapacidadedeaprendizagemediminuiaforc¸ade
trabalho.Apromoc¸ãodeumanutric¸ãomelhornosprimeiros
1000diasdevidatemsidoumadasestratégiaspara
melho-raroestadodesaúdenafaseadulta eodesenvolvimento
humano e reforc¸aa importânciadaprevenc¸ãodeagravos
nutricionais, como a anemiapor deficiência deferro, nos
primeirosdoisanosdevida.21
A maior prevalência de anemia no sexo masculino
relaciona-se com a maior velocidade de crescimento dos
meninos,o que acarreta maiornecessidade deferro pelo
Tabela2 Distribuic¸ãodeanemiaemcrianc¸asdeCentrosMunicipaisdeEducac¸ãoInfantil,Colombo,2013
VARIÁVEIS na Prevalênciade
anemian(%)
Qui-quadrado ORBruto(IC95%) p
Sexo
Masculino 168 70(41,7%) 7,17 1,86(1,17-2,94) 0,00
Feminino 166 46(27,7%)
Idadedacrianc¸a
<24meses 198 79(39,9%) 6,46 1,88(1,15-3,09) 0,01
≥24meses 123 32(26,0%)
Idadematerna
<28anos 156 65(41,7) 6,42 1,80(1,14-2,84) 0,01
≥28anos 176 50(28,4)
Baixaestaturaparaidade
Sim 16 8(50,0) 1,77 1,96(0,71-5,37) 0,18
Não 305 103(33,8)
Febrenosúltimos15dias
Sim 157 64(40,8%) 4,60 1,64(1,04-2,58) 0,03
Não 176 52(29,5%)
Históriaanteriordeanemia
Sim 229 25(44,6%) 4,01 1,83(1,01-3,33) 0,04
Não 56 70(30,6%)
Diarreianosúltimos15dias
Sim 73 31(42,5) 2,46 1,52(0,89-2,60) 0,11
Não 261 85(32,6)
Durac¸ãodoaleitamentomaterno(dias)
≤180dias 156 44(28,2) 4,06 0,70(0,36-1,36) 0,13
>180a≥360dias 62 26(41,9) 1,29(0,60-2,74)
>360dias 53 19(35,8) 1
Consumodecarne
Sim 292 95(32,4%) 6,06 4,83(1,22-19,12) 0,03
Não 10 7(70,0%)
Consumodeverduraverdeescura
Sim 229 70(30,7) 3,74 0,58(0,34-1,01) 0,05
Não 72 31(43,1) 1
Consumodealimentosfontesdeferro(carne+feijão+verdurasverde-escuro)
Sim 223 68(30,5%) 3,61 1 0,05
Não 78 33(42,3%) 1,67(0,98-2,84)
Consumodefígado
Sim 163 48(29,6) 2,57 1,48(0,91-2,39) 0,10
Não 138 53(38,4) 1
IngestãodeferrototalnoCMEI
<3,10mg 163 65(39,9) 2,61 1,46(0,92-2,33) 0,10
≥3,10mg 151 47(31,1)
IngestãodeferronãohemenoCMEI
<2,97mg 166 66(39,8) 2,56 1,46(0,91-2,33) 0,10
≥2,97mg 148 46(31,1)
a Taxadenãoresposta:0,9a15,7%.
Idade materna e não consumo de alimentos fonte de ferro permanecem no modelo final e dizem respeito às questõesfamiliaresrelacionadasaodomicílio.Essasituac¸ão demonstraa homogeneidade em relac¸ãoàs demais variá-veisinvestigadaseressaltaaimportânciadopresenteestudo
emidentificarossubgruposmaisvulneráveisao desenvolvi-mentodaanemia,dentrodeumapopulac¸ãorelativamente homogênea.
Características Maternas
Idade
Estado nutricional Baixa estatura
Morbidades Febre Diarreia História de anemia
pregressa
Aleitamento materno
Duração do aleitamento materno
Práticas alimentares no domicílio Consumo de verduras verdes
Consumo de carne Consumo de fígado Consumo de fontes de ferro (carne+
feijão+verduras verdes escuras)
Ingestão de ferro no CMEI
Ingestão de ferro não heme Ingestão de ferro total
Características biológicas
Sexo Idade
Anemia
Figura1 Fluxogramadeentradadasvariáveisnomodeloderegressão.
Tabela3 Modeloderegressãologísticaparafatoresassociadosàanemiaemcrianc¸asCentrosMunicipaisdeEducac¸ãoInfantil, Colombo,2013
Variáveis ORbruto(IC) p ORajustado(IC) p
Sexodacrianc¸a
Masculino 1,86(1,17-2,94) 0,00 1,82(1,08-3,06) 0,02
Feminino 1 1
Idadedacrianc¸a
<24meses 1,88(1,15-3,09) 0,01 2,12(1,19-3,75) 0,01
>24meses 1 1
Idadematerna
<28anos 1,80(1,14-2,84) 0,01 1,72(1,03-2,87) 0,03
>28anos 1 1
Consomealimentosfontedeferro(carne+feijão+verdurasverde-escuro)
Sim 1 0,05 1 0,02
Não 1,67(0,98-2,84) 1,91(1,06-3,44)
emfilhosdemãescomidademenorsugere queessastêm menospreparoparaatenderàsnecessidadesnutricionaisde seusfilhosedeexerceramaternidade.Issopodeserreflexo dafalta de recursos financeiros, do desconhecimento em relac¸ãoàanemia,docuidadocomacrianc¸aedafaltade orientac¸ãoadequada.11,12,20,24
Onãoconsumodealimentosfontesdeferropermanece
associadoàanemiaereiteraaimportânciadaalimentac¸ão
adequadanocontextofamiliar,quecontenhafeijão,
verdu-rasverdesescurase,especialmente,carnesevísceras,por
seremfontesdeferroheme,demelhorbiodisponibilidade.
Ascrianc¸ascujospaisrelataramoconsumodessesalimentos
nodomicílioapresentam-semaisprotegidasdaanemia.
A ingestão de ferro feita no CMEI nãotem associac¸ão
comanemia.Porém,observa-semaiorprevalênciade
ane-mianascrianc¸asquetiveramingestãodeferrototal,ferro
heme,ferronãohemeedensidadedeferrohemeabaixoda
mediana.Essaassociac¸ãopossivelmentenãoocorreporque
noCMEItodasascrianc¸as recebembasicamentea mesma
alimentac¸ão.OProgramaNacionaldeAlimentac¸ãoEscolar
(PNAE)recomendaqueaalimentac¸ãoescolardeva
contem-plar7,7mg/dia deferroparacrianc¸asdesete a11meses
e 4,9mg/dia paraafaixade umatrês anos.25 Aingestão
mediana deferro encontradanoCMEI (3,10mg)está bem
abaixo dessarecomendac¸ão.Estudo feitocom crianc¸asde
seis a59 mesesnoEstado dePernambucoencontrou
ten-dêncialinearsignificativacomreduc¸ãodasprevalênciasde
anemiaconformemaiordensidadedeferrototal,ferroheme
eferronãohemenadietadascrianc¸as.11Abaixaquantidade
deferro consumidanosCMEI, associadaà baixaoferta de
alimentosfontesdeferro,refleteadificuldadedaexecuc¸ão
doqueoPNAErecomenda,mostraqueaalimentac¸ão
esco-larnãotemsidosuficienteparacontribuirnaprevenc¸ãode
anemianascrianc¸asatendidas.
Nenhumavariávelrelacionadaàscondic¸ões
provavelmente devido à homogeneidade da amostra. Isso
é evidenciado aose analisarque quase80% dapopulac¸ão
vivecommenosdeumsaláriomínimopercapita,84,8%dos
domicíliostêmesgotosanitárioligadoàredepública,98,7%
têmacessoàáguatratadae100%têmcoletapúblicadelixo.
Outrosestudosfeitosemcrechestambémnãoencontraram
associac¸ãocomrendadafamília.26---28
Buscou-sedimensionartodasascondic¸õesquepoderiam
se relacionar com anemia descritas na literatura
cien-tífica, porém a potencialidade deste estudo consiste na
investigac¸ãodasvariáveisdeingestãodeferro,pouco
inves-tigadanamaioriadosestudos,devidoaograudedificuldade
deseobteremtaisdados.
Comolimitac¸õesdoestudo,pode-secitarofatodeser
transversal,o queimpossibilitaa compreensãodarelac¸ão
decausae efeitodaanemia.Alémdisso, nãofoi
quantifi-cada aingestão deferronodomicílio. Noentanto,o fato
deascrianc¸aspermanecerememperíodointegralnoCMEIe
fazeremamaioriadesuasrefeic¸õesnesseestabelecimento
pressupõe que a participac¸ão daalimentac¸ão na escolaé
predominante nodia alimentar delas. Foi feitaentrevista
comamãeparainvestigarapráticaalimentardacrianc¸aem
relac¸ãoàpresenc¸adealimentosfontesdeferronoconsumo
dacrianc¸anodomicílio.
Aanemia,resultadodainseguranc¸aalimentar presente
navidadascrianc¸as,refleteaviolac¸ãododireitoaoacesso
regularepermanenteaalimentosdequalidadeeem
quan-tidade suficientes. OsCMEI devem promover a seguranc¸a
alimentare nutricional,comestratégias quepermeiemos
cuidadosdesaúdeeaalimentac¸ãoadequada,poisaanemia
afetoumaisde1/3dascrianc¸aseessasapresentarambaixa
contribuic¸ãoalimentardeferro.
OsCMEIsão locaispotenciaispara intervenc¸ões,tendo
em vistaapermanênciadas crianc¸asem períodointegral.
Ac¸õesintersetoriais, atuac¸ão dos profissionais de saúdee
educac¸ãoemconjuntocomasfamíliaspodemserasbases
quesustentarãomelhorescondic¸õesdesaúdedascrianc¸as.
Incentivam-se estratégiasde planejamentoe treinamento
dosprofissionaisenvolvidosparaumamelhoroferta
alimen-tardeferronosCMEI.
Osfatoresassociadosàanemiasãoresultadotambémda
influênciadecondic¸õessociais,econômicase
comportamen-taisdapopulac¸ãoqueincidemsobreasaúdeealimentac¸ão.
Todaac¸ãoquebeneficieasaúdedascrianc¸asdepende
tam-bémdereestruturac¸ãoeconômica,políticaesocialdopaís,
quepodepropiciaravanc¸osqueafetameducac¸ão,emprego
e renda e acessoà saúde.Necessita-sede fortalecimento
einvestimentoemestratégiaseprogramasquepromovam
a seguranc¸a alimentar das famílias e previnam,
indireta-mente,aanemia.
Financiamento
A pesquisa faz parte do projeto Procad/Casadinho UFPR--UFPE,doConselhoNacionaldeDesenvolvimentoCientifico eTecnológico(CNPq), processon◦ 552448/2011-7. Bolsista
Capes.
Conflitos
de
interesse
Osautoresdeclaramnãohaverconflitosdeinteresse.
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