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ASPECTOS FLORÍSTICOS QUANTITATIVOS E COMPARATIVOS DA VEGETAÇÃO ARBÓREA DA RESERVA FLORESTAL DO SACAVÉM, SÃO LUÍS, MARANHÃO (BRASIL).

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ASPECTOS FLORÍSTICOS QUANTITATIVOS E COMPARATIVOS DA

VEGETAÇÃO ARBÓREA DA RESERVA FLORESTAL DO SACAVÉM,

SÃO LUÍS, MARANHÃO (BRASIL)

F r a n c i s c a H e l e n a M U N I Z1

; O s w a l d o C E S A R2

; R e i n a l d o M O N T E I R O2

R E S U M O — Foi inventariado 0.5 ha de mala localizado na Reserva Florestal tio .Sacavém. parte integrante do Parque Estadual do Bacanga. que dista cerea de 7 Km do centro de São Luís ( 2 " 3 2 ' S : 4 4 " I 7 ' W ) , capital do Estado do Maranhão, numa altitude inferior a 30 in. A área foi coberta originalmente por uma floresta tropical úmida, denominada localmente de "Pré-Amazônia". O estudo foi realizado nas manchas remanescentes de vegetação. dividido em 5 0 parcelas de 1 0 x 1 0 m. nas quais foram amostrados 4 1 0 indivíduos com PAP (perímetro ã aluíra do peno) a partir de 15 cm. pertencentes a 3 4 famílas, 6 6 gêneros e 110 espécies, além de 4 6 espécies arbóreas, pertencentes a 41 gêneros e 25 famílias, que não foram incluídas na análise quantitativa. O D A P variou de 4 . 8 cm a 8 6 . 7 cm. ficando a média em 16.28 cm. As allur.is mínima, média e máxima foram, respectivamente, 2 , 0 m, 11,16 m e 2 5 , 0 ni. Foram leitas c o m p a r a ç õ e s com diversos trabalhos realizados na Amazônia, indicando que a área estudada apresenta uma riqueza elevada, sendo comparável àquelas florestas também em estrutura, embora os valores médios de alluni e diâmetro sejam mais baixos.

Palavras-chave: Levantamento flotíslico. levantamento florístico quantitativo. Floresta "Pré-Amazônica", Reserva Florestal do Saeavém (São Luís-MA).

Quantitative and Comparative Studies on lhe Floristics o f a Wood Vegetation in lhe Saeavém Forest Reserve - São Luís, State o f Maranhão (Brazil).

S U M M A R Y — An inventory was earried out in 0.5 ha o f forest in lhe Sacavém Reserve o f the Bacanga State Park. T h e Park is located in lhe São Luís city (2" 3 2 ' S ; 4 4 " 1 7 ' W ) . capital o f the Stale of Maranhão, Brazil, al an altitude o f about 3 0 m. The original vegetation consisted o f a humid tropical forest locally termed 'Pre-Amazonian foiesl'. The sampling was made in remaining forest patches using 50 quadrais of 10x 10 m each. 4 1 0 trees were sampled with a minimum perimeter at breast height (PUH) of 15 cm, belonging to 34 families. 66 genera and I 10 species. A further 4 6 tree species distributed in 41 genera and 25 families were also included bui occunng outside the sampling area and were not used in the quanlitalive analysis. The OHI I varied between 4.8 cm and 86.7 cm. with a mean of 16.28 cm. The minimum, mean and maximum heights were 2.0 m. 11.6 in and 25.0 m. respctively. The results obtained here show that the Sacavém Reserve forest has a species richness index as high as oilier Amazonian locations and. although the mean values for height and diameter are low. its structure is also similar to the several studied sites of the same vegetation.

Key-words: Florislic survey. Quantitative floristic survey. 'Pre-Amazonian' forest. Sacavém Reserve foi-esl (São Luís. Maranhão).

INTRODUÇÃO

O E s t u d o d o M a r a n h ã o o c u p a uma á r e a d e 3 3 2 . 1 7 4 Κ n r . c o n i p a i s a g e n s b o t â n i c a s de a s p e c t o s

d e f i n i d o s , c a r a c t e r i z a n d o d i v e r s a s r e g i õ e s n a t u r a i s ( R I B K I R O . 1 9 7 1 ) . A B R H U ( 1 9 4 9 ) se referia a este Rstado c o m o a titogeografia que mais vivamente m o s t r a as d i f e r e n ç a s e n t r e o m e i o

1 Depto. de Biologia, Univ. Estadual do Maranhão, Cidade Universitária Paulo V I , Tirirical. CEP 6 5 0 0 0 - 0 0 0 . São Luís. M A .

2 Depto. Botânica. Inst. Biociências, UNESP. Αν . 2 4 A . n . 1 5 1 5 . Caixa Postal 199. C E P 1 3 5 0 6 -900, Rio Claro, SP.

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amazônico e as regiões nordeste e central do B r a s i l , r e v e l a n d o a g r a n d e complexidade, heterogeneidade e o caráter transicional de suas formações vegetais.

A o c o r r ê n c i a d a f l o r e s t a a m a z ô n i c a n o M a r a n h ã o é um f a t o b e m c o n h e c i d o . Rntretanto, os limites d e s t a á r e a f l o r e s t a l d e n o m i n a d a " A m a z ô n i a M a r a n h e n s e " não f o r a m ainda b e m definidos. Até 1 9 5 0 , vários a u t o r e s p r o p u s e r a m l i m i t e s r a d i c a l m e n t e d i f e r e n t e s p a r a a A m a z ô n i a . D U C K E & B L A C K ( 1 9 5 4 ) d i s c u t i r a m d e t a l h a d a m e n t e os l i m i t e s p a r a a l g u m a s r e g i õ e s . N o m e s m o a n o S O A R E S ( 1 9 5 3 ) . usando fotos a é r e a s , estudos de c a m p o e uma e x t e n s a b i b l i o g r a f i a , apresentou uma o b r a q u a s e c o m p l e t a s o b r e os limites sul e leste da Amazônia. F R Ó E S ( 1 9 5 3 ) e s t i m o u q u e a área de o c o r r ê n c i a da floresta a m a z ô n i c a no Maranhão era de

1 5 0 . 8 5 0 K n r , c e r c a de 4 6 ľ da área do Estado, incluída a Ilha de S ã o Luís, c o m uma área de 8 5 7 K n r .

A I l h a d e S ã o L u í s ( 2 ° 3 2 ' S , 4 4 ° I 7 ' W ) , c o m uma área de 9 0 5 K n r , e s t á l o c a l i z a d a no e x t r e m o norte do E s t a d o e o c u p a o c e n t r o do " G o l f ã o M a r a n h e n s e " , f a i x a l i t o r â n e a q u e o c u p a o grande recorte f or m ado pelo a f o g a m e n t o d o s e s t u á r i o s dos R i o s P i n d a r é , M e a r i m e I t a p c c u r u , s e p a r a n d o as B a í a s de S ã o M a r c o s e S ã o J o s é de R i b a m a r . E p e r c o r r i d a p e l o s R i o s B a c a n g a e A n i l , q u e r e p r e s e n t a m v e r d a d e i r o s b r a ç o s de mar, d e v i d o á g r a n d e i n f l u ê n c i a da figua s a l g a d a q u e r e c e b e m , e p o r p e q u e n o s c u r s o s de á g u a d o c e . q u e t a m b é m estão sujeitos â a ç ã o periódica

das m a r é s ( F i g . I ) . A v e g e t a ç ã o é classificada c o m o secundária latifoliada. c a r a c t e r i z a d a pelo grande n ú m e r o de embaúbas (Cecropia spp.) e lacres (Vismiti spp.), ocorrendo no interior da ilha uma v e g e t a ç ã o m i s t a c o m a p r e s e n ç a de babaçuais ( Orbi^nyci pliulcrata Mail. ) ( B R A S I L - R A D A M , 1973).

A R e s e r v a Florestal do S a c a v é m . parte integrante do Parque Estadual do B a c a n g a , c r i a d o pelo D e c r e t o Estadual n-° 7 . 5 4 5 de 0 2 de M a r ç o de 1 9 8 0 . apresenta uma área de 3 . 0 6 5 ha. e tem um papel i m p o r t a n t e na p r e s e r v a ç ã o de m a n a n c i a i s de á g u a q u e , por um lado a b a s t e c e m parte da p o p u l a ç ã o de S ã o L u í s ( c e r c a de 2(Y'/c da d e m a n d a total de á g u a para a b a s t e c i m e n t o da cidade está sob a r e s p o n s a b i l i d a d e do S i s t e m a S a c a v é m . da C o m p a n h i a de á g u a e E s g o t o do M a r a n h ã o ) e, por outro, c o n t r i b u e m para o s p r i n c i p a i s afluentes do R i o B a c a n g a .

O rápido e desordenado crescimento do Estado e, principalmente do município de S ã o L u í s , vem c a u s a n d o g r a n d e s alterações na vegetação nativa, e em par-ticular na Reserva Florestal do Sacavém. onde os constantes d e s m a t a m e n t o s . as retiradas ile barro e piçarra e a ocupação populacional, causam sérios danos á mata e ao equilíbrio ambiental de toda a Ilha. O processo de devastação foi tão acentuado que. atualmente, a institucionalização do Parque pelo Governo do Estado, através da Secretaria de Estado do M e i o Ambiente e Turismo - S E M A T U R ( 1 9 9 2 ) , implicou na redução da área, por força da exclusão das zonas ocupadas e julgadas impraticáveis para a recii|X'ração.

A p e s a r d i s s o , a i n d a é p o s s í v e l

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encontrar na R e s e r v a á r e a s de m a t a , c o m f a u n a e f l o r a t í p i c a s n ã o encontradas e m outros e c o s s i s t e m a s da Ilha, o que as tornam á r e a s de refúgio de importância prioritária para s e r e m preservadas p e r m a n e n t e m e n t e .

O p r e s e n t e t r a b a l h o f o i c o n d u z i d o c o m o p r o p ó s i t o d e fornecer d a d o s s o b r e a c o m p o s i ç ã o floristica e a estrutura da v e g e t a ç ã o da R e s e r v a F l o r e s t a l d o S a c a v é m . esperando-se e s t a b e l e c e r subsídios que possam s e r u s a d o s n o c o n t r o l e o u como a t e n u a n t e s d a s p e r t u r b a ç õ e s

resultantes de sua e x p l o r a ç ã o .

M A T E R I A L E M É T O D O S

Caracterização da área

O Parque Estadual do Bacanga, c o m uma extensão de 3.065 ha, ocupa a área centro-oeste da Ilha de S ã o Luís e parte da zona central do m u n i c í p i o de m e s m o nome, capital do Estado do M a r a n h ã o . Geograficamente, localiza-se próximo à linha do Equador, a a p r o x i m a d a m e n t e 2 ° 3 3 ' S e 4 4 ° 14'W, estando confinado entre

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zonas de forte pressão demográfica e o Distrito Industrial ( F i g . 2 ) . A R e s e r v a Honestai do Sacavém, onde foi realizado este trabalho, está incluída no P a r q u e E s t a d u a l d o B a c a n g a , l o c a l i z a d a a aproximadamente 7 K m a S E do centro de S ã o Luís, e m uma planície c o m altitude inferior a 3 0 m ( G O M E S , 1991 ) .

A á r e a foi c o b e r t a o r i g i n a l m e n t e por u m a f l o r e s t a tropical úmida, q u e h o j e e s t á restrita a p e q u e n a s m a n c h a s c o m p o u c o s h e c t a r e s e m t a m a n h o , s e p a r a d a s p o r f l o r e s t a s e c u n d á r i a . E s s a s á r e a s d e f l o r e s t a p r i m á r i a s u p o r t a m u m a a l t a b i o m a s s a c o m g r a n d e s á r v o r e s que p o d e m a l c a n ç a r até 3 0 m d e altura, s e n d o a á r e a basal dos t r o n c o s c o m D A P m a i o r que 3 0 c m , a p r o x i m a d a m e n t e 2 9 m 2 / h a ( P I R E S , 1 9 8 3 apud H E N R I Q U E S & S O U S A , ( 1 9 8 9 ) .

F E R R E I R A ( 1 9 9 2 ) d i v i d i u o P a r q u e e m dois s e t o r e s , c o m b a s e no e s t a d o de c o n s e r v a ç ã o da v e g e t a ç ã o . D e s s a f o r m a , o S e t o r A ( " á r e a da R e s e r v a " ) c o r r e s p o n d e a a p r o x i m a d a m e n t e 1/3 da área atual do P a r q u e , e é c o m p o s t o d e u m a f o r m a ç ã o c o n t í n u a da f l o r e s t a P r é -A m a z ô n i c a , p r e d o m i n a n t e m e n t e arbórea, a p r e s e n t a n d o no seu c o n j u n t o e s t á g i o s d i f e r e n c i a d o s de p r e s e r v a ç ã o . E m c e r t o s t r e c h o s a s á r v o r e s a p r e s e n t a m e n t r e 2 5 m a 3 0 m d e altura, c h e g a n d o a m a i s de 1 0 0 c m de D A P , c o m u m s u b - b o s q u e e s p a r s o e ú m i d o , o n d e a p e n e t r a ç ã o de luz é r a z o á v e l . E m o u t r o s , as á r v o r e s s ã o m a i s b a i x a s ( 6 m a 1 0 m de altura) c o m D A P v a r i a n d o entre 5 c m e 15 c m , c o m á r e a s e m r e g e n e r a ç ã o , s e n d o

que a intensidade de luz nessas áreas é maior. Há ainda locais onde se verificam áreas c o m perturbação mais recente.

E s t e s e t o r a p r e s e n t a d o i s c o n j u n t o s f l o r í s t i c o s d i s t i n t o s : u m a área p e r i o d i c a m e n t e a l a g a d a , c o r t a d a p o r u m r i a c h o p e r e n e q u e , p e l a s c a r a c t e r í s t i c a s d o terreno, m a i s b a i x o e p l a n o q u e nas á r e a s a d j a c e n t e s , está s u j e i t a à a ç ã o d a c h e i a q u e o c o r r e durante o p e r í o d o de c h u v a s e q u e se a s s e m e l h a a u m a v e g e t a ç ã o de várzea, c o m um grupo de espécies característico c o m o anani (Symphonia globulifera L . f.), andiroba (Campa guianensis Aubl.), juçara

(Euterpe oleracea Mart.), buriti (Mauritia flexuosa L . f . ) e b a b a ç u (Orbygnia

phalerata Mart.), além de espécimes de

Musaceae e Araceae, entre outras; e a mata de terra firme, que apresenta variações quanto à fisionomia ao longo de sua área, mas sem a presença, ou pelo menos c o m uma ocorrência discreta, das espécies da área alagada. S ã o e s p é c i e s abundantes nesta segunda área o f a v e i r o (Parkia

pêndula B e n t h . ) , o c u m a r u (Dipteryx lacunifera D u c k e ) , o j a t o b á (Hynwnaea courharil L . ) , a j a n a ú b a (Himathanthus articulatus (Vahl.) W o o d s o n ) , o bacun (Platonia msignis Mart.) e o jaborandi (Pilocarpus sp.), entre outras.

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Figura 2, Parque Estadual do Bacanga, São Luís - M A , mostrando a área da Reserva Florestal do Sacavém e os locais de amostragem. A área da Reserva; Β área do Parque; 1, 2, 3, 4 -áreas de estudo.

Adotando a classificação climática de Kňppen, a Ilha de S ã o Luís está incluída no tipo A W \ c o m d u a s e s t a ç õ e s perfeitamente distintas: a chuvosa , no verão e se prolongando p e l o o u t o n o , ocorrendo nesta estação do ano as maiores precipitações, e a s e c a , d e j u l h o a dezembro, registrando-se em setembro ou outubro as menores p r e c i p i t a ç õ e s . A s temperaturas médias se mantêm mais ou

m e n o s constantes durante o ano, c o m valores muito elevados, e m tomo de 2 6 ° C , sendo a amplitude térmica anual sempre in-ferior a 5 ° C ( G U E R R A , 1955).

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dezembro). D e c o m p o n d o a pluviosidade entre esses dois períodos, percebe-se que 8 7 , 4 0 % das c h u v a s c a e m no primeiro semestre do ano, c o m aproximadamente 121 dias de chuva ( 7 9 , 7 % ) e, tão somente 1 9 , 8 % no restante do ano, em 3 0 dias c o m precipitação.

PRECIPITAÇÃO (mm) 5 0 0 r

a l u v i a ç ã o . A s f o r m a ç õ e s d o G r u p o B a r r e i r a s d o m i n a m g e o l o g i c a m e n t e q u a s e q u e a t o t a l i d a d e d a á r e a d o P a r q u e , e m b o r a g r a n d e s e x t e n s õ e s j á t e n h a m s i d o d e s t r u í d a s p o r a g e n t e s modeladores, dando origem a vales e a pequenas depressões ( S E M A T U R , 1992).

4 0 0 r

J F M A M J J A S O N D

M E S E S

—— P r e c i p i t a ç ã o (mm) —1

E T P ETR

F i g u r a 3 . Balanço Hídrico da Ilha dc São Luís - M A , para o período de 1 9 7 3 - 1 9 9 2 . de acordo com T H O R N T H W A 1 T H & M A T H E R ( 1955 opuã M O T A , 1 9 8 6 ) , considerando a capacidade de armazenamento do solo de lOOmm. Fonte: Estação Meteorológica do Itapiracó ( 2 " 3 2 ' S . 4 4 " 1 8 ' W ; 5 0 , 7 m de altitude). Precipitação - 2 2 5 7 m m ; E T P - evapotranspiração potencial; E T R - evapotranspiração real; déficit hídrico ( 4 7 3 m m ) ; execedente hídrico ( 1 1 4 8 m m ) .

A á r e a do P a r q u e o c u p a o topo d e p e q u e n a e x t e n s ã o d a b a c i a s e d i m e n t a r d e S ã o L u í s . A p r e s e n t a u m a c a r a c t e r i z a ç ã o g e o l ó g i c a c o n s t i t u í d a d e r o c h a s s e d i m e n t a r e s , b a s i c a m e n t e representadas por arenitos e a r g i l i t o s i n c o n s o l i d a d o s , de idade t e r c i á r i a , b a s t a n t e a l t e r a d o s p o r

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da presença de solo, este é formado por um ou dois horizontes de pequena espessura, variando de p o u c o s c e n t í m e t r o s . S u a composição é dominada pela fração areia, com b a i x a c o n c e n t r a ç ã o de m a t é r i a orgânica.

E s s e s s o l o s , d e n o m i n a d o s d e "podsolos" ( S E M A T U R , 1 9 9 2 ) apre-sentam c o l o r a ç ã o e s c u r a e s ã o deficitários e m r e l a ç ã o à f e r t i l i d a d e . Apresentam b a i x a s a t u r a ç ã o de b a s e s , m o d e r a d a c a p a c i d a d e d e t r o c a d e cations, b a i x o s t e o r e s de C a+ +

e K+

e valores de M g+ +

e A l+ + +

v a r i a n d o de médios a altos.

MÉTODOS

O l e v a n t a m e n t o f l o r i s t i c o foi realizado u t i l i z a n d o - s e o m é t o d o de parcelas ( B R A U N - B L A N Q U E T , 1979). Foram e s t a b e l e c i d a s , e m 4 áreas n ã o contíguas no interior da mata de terra firme, 50 parcelas de 1 Ox 10 m, totalizando 5 . 0 0 0 m2(Fig. 2).

Em cada uma das parcelas foram considerados os indivíduos lenhosos que apresentaram n o m í n i m o 15 c m de perímetro à altura do peito (PAP) ( 1,30 m do solo). T o d o s os indivíduos f o r a m etiquetados e tiveram sua altura estimada, tomando-se c o m o referência uma vara de coleta marcada de metro e m metro, c o m

12 m de comprimento total.

De cada indivíduo amostrado foi feita a c o l e t a d o m a t e r i a l b o t â n i c o , reprodutivo e/ou vegetativo, durante o período de janeiro/92 a junho/93, o qual foi identificado e depositado no Herbário (HRCB) do Instituto de Bioeiências de R i o Claro-UNESP e duplicatas no Herbário da Universidade Estadual do Maranhão. Além

dos indivíduos etiquetados, foi coletado material botânico de todas as árvores e m floração ou frutificação durante o período de estudo.

A diversidade floristica foi estimada através do índice de Shannon e W e a v e r (Η') , segundo M U E L L E R - D O M B O I S & E L L E N B E R G ( 1974).

A n o m e n c l a t u r a utilizada para a denominação das famílias segue o sistema de classificação de C R O N Q U I S T ( 1981 ), exceto para a família Leguminosae, cuja n o m e n c l a t u r a s e g u e o s i s t e m a de F N G L E R < 1964).

E apresentada, e m histogramas, a distribuição de freq٧ência das classes de diâmetro das árvores de toda a fitocenose e, das e s p é c i e s c o m p e l o m e n o s 1 0 indivíduos. A amplitude de c l a s s e de diâmetro foi fixada e m 10 c m , para que h o u v e s s e c o n c o r d â n c i a c o m o u t r o s trabalhos publicados sobre o assunto.

Para a avaliação da distribuição dos diâmetros calculou-se o quociente "q", s u g e r i d o p o r L i o c o u r t ( 1 8 9 8 apud M E Y E R , 1 9 5 2 ) , obtido pela divisão do número de indivíduos de uma classe pelo número de indivíduos da classe anterior.

C o m o objetivo de se verificar a presença ou não de estratificação, elaborou-se o histograma de freq٧ência de claselaborou-ses de altura com intervalo de 2 m, utilizando-se os valores de altura das copas.

RESULTADOS

Composição Floristica

Quantitativa

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g ê n e r o s e 8 8 e s p é c i e s ( a l é m d e 16 i n d e t e r m i n a d a s ) , e 5 m o r t o s e m pé, q u e f o r a m a n o t a d o s c o m o u m ú n i c o grupo, s e m d i s t i n ç ã o de e s p é c i e , não s e n d o c o n s i d e r a d o s n a a n á l i s e q u a n t i t a t i v a .

A T a b e l a 1 a p r e s e n t a a lista, por f a m í l i a , das e s p é c i e s e n c o n t r a d a s no e s t u d o f l o r i s t i c o , a c r e s c i d a d e 4 6 e s p é c i e s , p e r t e n c e n t e s a 41 g ê n e r o s e 2 5 f a m í l i a s , c o l e t a d a s e m c a m i n h a d a s a l e a t ó r i a s fora da á r e a de a m o s t r a g e m q u a n t i t a t i v a .

A F i g u r a 4 m o s t r a q u e s ã o n e c e s s á r i a s 1 4 f a m í l i a s p a r a perfazerem 8 0 , 1 8 % do n ú m e r o total de á r v o r e s a m o s t r a d a s . L e g u m i n o s a e e M y r t a c e a e se d e s t a c a m c o m o as m a i s e x p r e s s i v a s , c o n t r i b u i n d o c o m 8 2 e 4 6 i n d i v í d u o s , r e s p e c t i v a m e n t e , t o t a l i z a n d o 3 1 , 2 2 % do total. E n t r e as L e g u m i n o s a e , a s u b - f a m í l i a C a e s a l p i n i o i d e a e se d e s t a c a c o m 4 9 á r v o r e s ( 1 1 , 9 5 % ) , s e n d o as e s p é c i e s mais abundantes Copa if era

langsdorffii c o m 2 2 e C. officinalis

Tabela 1. Espécies e respectivas famílias amostradas na Reserva Florestal do Sacavém, São Luis-M A . * - espécies amostradas no levantamento quantitativo; + - espécies coletas em caminhadas aleatórias. O material testemunho está indicado pelo número de c o l e t a do 1° autor entre parênteses, e pelo número do Registro Geral do H R C B .

* A N A C A R D I A C E A E

* Spondias mombim L. ( 1 1 7 ) H R C B 1 6 5 0 3 * Tapirira guianenis A u b l . ( 8 2 ) H R C B

1 6 4 2 6

* A N N O N A C E A E

* Annona montana M a c f . ( 2 4 5 ) H R C B

1 6 4 2 4

* Annona s p ( 1 9 6 ) H R C B 1 6 6 4 5

* Duguetia echinophora R . E . F r i e s ( 3 9 6 )

H R C B 1 6 4 7 4

* Ephedranthus s p 1 ( F 5 5 )

* Ephedranthus s p 2 (2) H R C B 1 6 4 8 1 * Oxandra reticulata M a a s ( 3 0 2 ) H R C B

1 6 4 8 6

* Oxandra aft. sessiliflora R . E . F r i e s ( 3 0 5 )

H R C B 1 6 4 2 3

* I n d e t e r m i n a d a 1 (9)

* I n d e t e r m i n a d a 2 ( 4 7 )

* A P O C Y N A C E A E

* Aspidosperma aurículatum M g f . ( 4 1 3 )

H R C B 1 6 6 1 2

+ Aspidosperma centrale M g f . ( F 2 0 6 )

H R C B 1 6 8 7 6

* Himatanthus articulatus (Vahl.) W o o d s o n

( 1 0 4 ) H R C B 1 6 5 6 4

* A R A L I A C E A E

* Didymopanax s p (4)

* A R E C A C E A E

* Maximiliana maripa ( C o r r e a ) D r u d e ( 1 1 8 ) * Orbignya phalerata M a r t . ( 2 1 5 )

* Syagrus s p . ( 3 7 5 )

* Astrocaryum vulgare M a r t . ( 1 4 2 ) * BlGNONIACEAE

+ Tabebuiaserratifolia(Mah\.) N i c h . ( F 1 9 1 )

H R C B 1 6 8 7 0

* Tabebuia s p ( 1 8 5 )

+ B O M B A C A C E A E

+ Pachira aquatica ( A u b l . ) S c h u m . ( F 1 5 3 )

H R C B 1 6 9 2 9

+ BORAGINACEAE

+ Cordia scabrifolia D C . ( F 1 8 8 ) H R C B

1 6 8 6 8

* BURSERACEAE

* Protium heptaphyllum ( A u b l . ) M a r c h .

( F 1 6 ) H R C B 1 6 6 2 5

* Trattinickia rhoifolia W i l l d . ( F 1 4 6 ) H R C B

1 6 8 7 7

* C A R I C A C E A E

(9)

+ CARYOCARACEAE

+ Caryocar brasiliensis C a m b . ( F 1 6 3 )

H R C B 1 6 8 8 1

* CECROPIACEAE

* Cecropia palmata W i l l d . ( F 1 7 0 ) H R C B

1 6 9 1 1

* CELASTRACEAE

* I n d e t e r m i n a d a ( 9 9 )

* CHRYSOBALANACEAE

* Couepia aff. guianensis A u b l . s u b s p . guianensis ( 2 8 1 ) H R C B 1 6 6 0 4

* Hirtella racemosaLam. ( 8 7 ) H R C B 1 6 5 6 6 * Licania cf. incana A u b l . ( 2 9 8 )

* Licania kunthiana H o o k . f. ( 3 ) H R C B

1 6 5 2 1

* I n d e t e r m i n a d a ( 4 1 2 )

+ C L U S I A C E A E

+ SymphoniaglobuliferaL.i. ( F 1 4 4 ) H R C B

1 6 9 1 6

+ Vismia guianensis(Aub\.) C h o i s y ( F 1 0 2 )

HRCB 1 6 6 6 1

+ COCHLOSPERMACEAE

+ Cochlospermum regium ( M a r t . &

Schrank) P i l g e r ( F 1 4 5 ) H R C B 1 6 9 1 4

* COMBRETACEAE

* Terminalia glabrescens Mart. ( 2 5 0 ) H R C B

1 6 6 1 3

+ ERYTHROXYLACEAE

+ Erythroxylum deciduumSLHl ( F 2 0 4 ) H R C B

1 6 9 0 7

+ Erythroxylum leptoneurum S c h u l z . ( F 4 8 )

HRCB 1 6 6 1 5

+ Erythroxylum cf. ambigumm Peyr. ( F 2 1 5 )

HRCB 1 6 9 0 8

* EUPHORBIACEAE

* Actinostemon concepciones ( C h a d a t &

Hassl.) Pox & Hoffm. ( 4 0 4 ) H R C B 1 6 6 1 1

+ Croton cajucaraBenth ( F 2 2 0 ) H R C B 1 6 9 1 9 + Hieronyma laxiflora (Tul.) M . A r g . ( F 1 5 4 )

H R C B 1 6 9 2 0

+ Manihotcoerulescens(Poh\.) M. A r g . ( F 2 2 8 )

HRCB 1 6 9 2 5

* Pogonophora schomburgkiana M i e r s ( 3 5 )

H R C B 1 6 4 7 1

+ Richeria grandis V a h l . ( F 1 9 5 ) H R C B

1 6 9 2 1

+ Sapium lanceolatum ( M . A r g . ) H u b .

( F 1 0 1 ) H R C B 1 6 7 4 2

* FLACOURTIACEAE

* Banara guianensis A u b l . ( F 6 4 ) H R C B

1 6 6 3 3

+ Casearia arborea ( R i c h . ) U r b a n ( F 5 1 )

H R C B 1 6 6 3 4

* Casearia javitensis H . B . K . ( F 3 4 ) H R C B

1 6 6 2 6

* Caseariad. negrensis E i c h l . ( 1 1 4 ) H R C B

1 6 6 0 2

* Casearia s p . ( 3 1 5 ) H R C B 1 6 7 4 0

* I n d e t e r m i n a d a ( 1 5 4 )

* HIPPOCRATEACEAE

* Cheiloclinium cognatum M i e r s ( F 2 4 )

H R C B 1 6 7 6 3

* L A U R A C E A E

" Ocotea cujumaryMari. ( 3 7 ) H R C B 1 6 4 2 1

* I n d e t e r m i n a d a ( 8 3 )

* LECYTHIDACEAE

+ GustaviaaugustaL. ( F 1 1 9 ) H R C B 1 6 9 3 1 + Lecythis lurida(Miers) M o r i ( F 1 8 7 ) H R C B

1 6 9 2 6

* I n d e t e r m i n a d a ( 6 4 )

* L E G U M I N O S A E - C A E S A L P I N I O I D E A E

" Copaifera langsdorfiiDest. ( F 1 4 9 ) H R C B

1 6 9 0 5

* Copaifera officinalis W i l l d . ( 1 1 2 ) H R C B

1 6 5 6 7

* Hymenaea courbaril L. ( 2 8 5 ) H R C B

1 6 7 3 2

* Hymenaeaparv/fo/;'aHuber ( F 1 8 5 ) H R C B

1 6 9 1 2

+ Senna georgica I r w i n & B a r n e b y ( F 1 1 3 )

H R C B 1 6 9 2 3

* Senna sylvestris (Vell.) I r w i n & B a r n e b y

( 1 9 8 ) H R C B 1 6 5 0 9

+ Swartzia flaemingii R a d l . ( F 1 9 7 ) H R C B

1 6 9 2 4

* I n d e t e r m i n a d a ( 5 8 )

(10)

* Abarema cochleata ( W i l l d . ) B a r n e b y &

G r i m e s ( 9 4 ) H R C B 1 6 4 7 5

+ Abarema jupumba (Willd.) Briton & Killip.

var. jupumba ( F 8 ) H R C B 1 6 7 3 8

* Enterolobium schomburgkii B e n t h . ( 3 6 )

H R C B 1 6 5 7 0

* Inga alba ( S . W . ) W i l l d . ( F 1 5 2 ) H R C B

1 6 9 2 2

* Inga falcistipula D u c k e ( F 1 2 3 ) H R C B

1 6 9 3 2

+ Inga nitida W i l l d . ( F 1 5 1 ) H R C B 1 6 8 9 3 * IngathibaudianaD.C. ( F 1 7 8 ) H R C B 1 6 8 8 9 + Pithecellobium foliolosum B e n t h . ( F 1 4 2 )

H R C B 1 6 9 1 3

+ Pithecelobium saman v a r . acutifolium

B e n t h . ( F 2 0 0 ) H R C B 1 6 8 7 4

* I n d e t e r m i n a d a ( 2 3 3 )

* LEGUMINOSAE-PAPILIONOIDEAE

+ Andira retusa ( L a m . ) H.B.K. ( F 6 2 ) H R C B

1 6 7 4 8

* Dipterix lacunifera D u c k e ( 3 4 3 ) H R C B

1 6 4 9 6

* Pterocarpus rorfwVahl. ( 2 8 2 ) H R C B 1 6 5 9 3

* LYTHRACEAE

* Lafoensia s p . ( 3 7 2 )

* MALPIGHIACEAE

* Byrsonima laxiflora G r i s e b . ( 2 4 8 ) H R C B

1 6 5 0 2

* MELASTOMATACEAE

+ Miconia albicans ( S . W . ) T r i a n a ( F 2 9 )

H R C B 1 6 6 3 7

* Miconiaci. serialisDC. ( 2 6 2 ) H R C B 1 6 4 6 5 * Mouriri cearensis H u b e r ( 2 5 9 ) H R C B

1 6 6 4 7

* M E L I A C E A E

* Carapa guianensis A u b l . ( F 1 2 7 ) H R C B

1 6 9 3 4

* Guareaguidonia(L.) S l e u m e r ( 2 0 0 ) H R C B

1 6 4 6 7

* I n d e t e r m i n a d a ( 1 2 0 )

* M O N I M I A C E A E

* Siparuna guianensis A u b l . ( F 7 1 ) H R C B

1 6 7 7 2

* M O R A C E A E

* Artocarpus integrifolia L. ( 1 7 0 )

* Ficus citrifolia P.Miller ( 1 3 4 ) H R C B 1 6 5 1 3 * Ficus nymphaeaefolia P.Miller ( 1 3 8 ) * Ficussp (110)

+ MYRSINACEAE

+ Cybianthus spicatusH.B.K. ( F 2 1 8 ) H R C B

1 6 9 3 0

* MYRISTICACEAE

* Virola callophylla W a r b . ( 1 4 0 ) H R C B

1 6 5 1 0

* MYRTACEAE

* Campomanesia aromatica ( A u b l . ) G r i s e b .

( 2 5 6 ) H R C B 1 6 4 9 3

* Eugenia cachoerensis B e r g . (16) H R C B

1 6 6 4 3

* Eugenia egrensis D C . ( 4 2 1 ) H R C B 1 6 7 6 5 * Eugenia florida D C . ( F 3 6 ) H R C B 1 6 6 2 8 * Eugenia lambertiana D C . var. lambertiana

( F 8 4 ) H R C B 1 6 7 5 2

* Eugenia punicifolia ( H . B . K . ) D C . ( F 8 7 )

H R C B 1 6 7 5 3

* Eugenia s p ( F 2 2 1 ) H R C B 1 6 9 1 5 * MyrciaamazonicaDC. ( 2 6 6 ) H R C B 1 6 4 9 0 * Myrcia cuprea ( B e r g . ) K l a e r s . ( F 1 4 1 )

H R C B 1 6 9 1 8

* Myrcia neesiana D C . (26) H R C B 1 6 4 8 8 + Myrcia rostrata D C . ( F 1 0 ) H R C B 1 6 6 3 0 * Myrcia s p (91)

+ Myrciaria ct. dubia ( H . B . K . ) M c V a u g h

( F 9 5 ) H R C B 1 6 7 5 7

* Myrciaria tenella ( D C . ) B e r g ( 3 7 4 ) H R C B

1 6 4 7 8

* Indeterminada (411)

* NYCTAGINACEAE

* Guapira opposita (Vell.) Reitz (F214) H R C B

1 6 9 2 8

* Bougainvillea s p . (73)

+ OCHNACEAE

+ Ouratea castanaefolia (DC.) Engl. (F198)

H R C B 16897

+ OLACACEAE

(11)

+ Schoepfia brasiliensisDC. ( F 1 1 4 ) H R C B

16927

* POLYGONACEAE

* Coccoloba pichuna H u b e r ( 1 3 5 ) H R C B

16418

* Coccoloba s p ( 4 2 2 )

+ RHIZOPHORACEAE

+ Cassipourea guinensis A u b l . ( F 1 9 0 )

* R U B I A C E A E

* Alibertia edulis ( L . R i c h . ) A . R i c h . e x D . C .

(F67) H R C B 1 6 6 6 4

+ Alibertia myrciifolia ( S p r u c e ) S c h u m

(F169) H R C B 1 6 9 0 9 .

+ Chiococca brachiata R. e t P. ( F 3 0 )

H R C B 1 6 6 4 9

* Chomelia barbellata S t a n d l . ( 2 0 5 )

H R C B 1 6 5 0 7

" Isertia bullata S c h u m . ( 5 1 ) H R C B 1 6 4 2 7 * Ixora aff. davisii S a n d w . ( 4 1 4 )

* Posoqueria latifolia ( R u d g e ) R o e m . &

Schult. ( F 8 6 ) H R C B 1 6 7 7 6

+ Rudgea jasminoides ( C h a m . ) M . A r g .

(F75)

' I n d e t e r m i n a d a ( 4 0 8 )

+ RUTACEAE

+ Zanthoxylum rhoifolium L a m . ( F 8 1 )

HRCB 1 6 6 6 2

* SAPINDACEAE

* Allophylus edulis S t . H i l . ( F 2 2 5 ) H R C B

16891

* Matayba guianensis A u b l . ( 2 0 7 ) H R C B

16487

' Pseudima frutescens(Aubi.) R a d l k . ( 3 5 3 )

HRCB 1 6 4 9 8

* Talisia s p . ( 1 2 2 ) H R C B 1 6 5 2 0

com 13 i n d i v f d u o s ; as s u b - f a m f l i a s M i m o s o i d e a e e P a p i l i o n o i d e a e c o n t r i b u e m c o m 17 ( 4 , 1 5 % ) e 1 6 ( 3 , 9 0 % ) indivfduos, r e s p e c t i v a m e n t e , sendo a a b u n d a n c i a d e v i d a , principalmente, a lnga cdba c o m 8 e

Dipteryx lacunifera c o m 1 4

* I n d e t e r m i n a d a 1 ( 1 7 2 )

* I n d e t e r m i n a d a 2 ( 1 4 7 )

* S A P O T A C E A E

+ Pouteria macrophylla ( L a m . ) E y m a

( F 1 7 7 ) H R C B 1 6 9 1 0

* Pouteria reticulata ( E n g l . ) E y m a s u b s p . reticulata ( 9 6 ) H R C B 1 6 4 7 0

+ Pouteriasp. ( F 4 1 ) H R C B 1 6 6 2 4

* I n d e t e r m i n a d a ( 6 0 )

* S I M A R O U B A C E A E

* Simaba guianensisAubl. s u b s p . ecaudata

C r o n q . ( F 3 8 ) H R C B 1 6 6 2 0

* I n d e t e r m i n a d a 1 ( 2 6 9 )

* I n d e t e r m i n a d a 2 ( 1 9 1 )

+ S O L A N A C E A E

+ Solanum caavurana V e l l . ( F 2 3 ) H R C B

1 6 6 2 7

+ Solanum paludosum M o r i c . ( F 1 7 6 )

H R C B 1 6 8 9 5

+ S T E R C U L I A C E A E

+ Sterculia striata S t . H i l l . et N a u d . ( F 1 0 4 )

H R C B 1 6 6 5 3

+ TlUACEAE

+ Luhea cymulosa S p r u c e ( F 1 4 8 ) H R C B

1 6 9 0 6

+ Luhea speciosa W i l l d . ( F 1 9 9 ) H R C B

1 6 9 1 7

* U L M A C E A E

* Trema micrantha B l u m e ( 1 6 0 ) H R C B

1 6 5 1 4

+ V E R B E N A C E A E

+ VitexschomburgkianaDC. ( F 1 8 4 ) H R C B

1 6 9 3 3

* V O C H Y S I A C E A E

* QualeaparvifloraMari. ( 4 2 ) H R C B 1 6 4 1 7

e s p e c i m e s . E n t r e a s M y r t a c e a e ,

Myrcia amazonica c o m 9, M. cuprea

c o m 6, M. neesiana, Campomanesia

aromatica e u m a e s p e c i e n a o

(12)

E m s e g u i d a a p a r e c e m a s C h r y s o b a l a n a c e a e , c o m 3 7 á r v o r e s , tendo e m Licania ci. lucana c o m 2 3 e

L. kunrliiana c o m 9 i n d i v í d u o s , sua

p r i n c i p a l c o n t r i b u i ç ã o , e M e l i a c e a e c o m 3 2 indivíduos, sendo representada p r i n c i p a l m e n t e por Gita rea paulonia, c o m 2 4 á r v o r e s .

A n n o n a c e a e e A r e c a c e a e c o n t r i b u í r a m c o m 19 e 17 indivíduos, tendo e m Annona montana c o m 7 e

Maximiliana mar'tpa c o m 12 á r v o r e s ,

a s e s p é c i e s m a i s a b u n d a n t e s . B u r s e r a c e a e , e u m a e s p é c i e c u j a f a m í l i a é d e s c o n h e c i d a ( D e s c o n h e c i d a

1) c o n t r i b u í r a m c o m 1 6 e 15 i n d i v í d u o s , s e n d o q u e Protittni

heptaphyllum c o m 15 á r v o r e s é

p r a t i c a m e n t e a r e s p o n s á v e l p e l a a b u n d â n c i a d a s B u r s e r a c e a e . M e l a s t o m a t a c e a e e C e c r o p i a c e a e

c o n t r i b u í r a m c o m 13 indivíduos c a d a u m a , Mico/iia c f . sertalis c o m 8 e

Ce-cropia palmata c o m 13 á r v o r e s

a m o s t r a d a s , representando as e s p é c i e s mais abundantes.

E m s e g u i d a a p a r e c e m as P o l y g o n a c e a e , A p o c y n a c e a e , S a p i n d a c e a e e E u p h o r b i a c e a e . r e s p e c t i v a m e n t e c o m 1 1 , 1 0 , 9 e 9 i n d i v í d u o s . E n t r e as P o l y g o n a c e a e ,

Coccoloba pichuna c o m 10 é a mais

abundante; Himatanthus articulatus e

Aspidosperma aitriculatitm, a m b a s

c o m 5 , r e s p o n d e m p e l a a b u n d â n c i a das A p o c y n a c e a e ; nas S a p i n d a c e a e a a b u n d â n c i a e s t á m a i s o u m e n o s d i s t r i b u í d a e n t r e s u a s s e i s e s p é c i e s ,

enquanto que Actinostemon

concepciones c o m 6 é a m a i s

abundante entre as E u p h o r b i a c e a e . O s demais 81 indivíduos amostrados, que

% do numero de indivíduos 2 5

2 0

1 5

1 0

5 H

Μ 1 1 , 2 2

Ì7J 7,6

4 , 6 3

r

_

( t |

1 9 , 8 2

4 , 1 0 3 , 9 8 , 6

~7> a ' 3 . 1 7 2 , 6 8 2 , 4 4 - , , 2 . 1 »

1 I I 1 Γ

Lagu M y r l C h r y M a l l Anno Arco B u r t D a a o l M a l a C o e r Poly A p o o 8«pl E u p h Outraa

2 6

Familias

(13)

p e r f a z e m 1 9 , 8 2 % d o t o t a l , e s t ã o distribuídos e m outras 2 6 f a m í l i a s .

De acordo c o m a Figura 5, verifica-se que 11 f a m í l i a s c o n t r i b u í r a m c o m 6 5 , 4 7 % do total de espécies. As famílias que apresentaram m a i o r riqueza foram Leguminosae e Myrtaceae, c o m 14 e 13 espécies, r e s p e c t i v a m e n t e , perfazendo 2 4 , 5 5 % do total. Entre as Leguminosae, as s u b - f a m í l i a s C a e s a l p i n i o i d e a e e Mimosoideae tiveram 6 espécies cada uma e a sub-família Papilionoideae apresentou apenas 2.

A seguir aparecem as A n n o n a c e a e c o m 9 e s p é c i e s , S a p i n d a c e a e e Rubiaceae c o m 6 , C h r y s o b a l a n a c e a e e F l a c o u r t i a c e a e c o m 5 , A r e c a c e a e e M o r a c e a e c o m 4 e M e l i a c e a e e S i m a r u b a c e a e c o m 3 . B u r s e r a c e a e , A p o c y n a c e a e , A n a c a r d i a c e a e ,

M e l a s t o m a t a c e a e , P o l y g o n a c e a e ,

Lauraceae, Euphorbiaceae, Nyctaginaceae e Sapotaceae c o m 2 espécies. Outras 2 0 famílias, cada qual c o m uma única espécie, somam os 3 4 , 5 3 % restantes.

Estrutura da Vegetação

Classes de Diâmetro

A F i g u r a 6 a p r e s e n t a a distribuição da freq٧ência dos diâmetros de todos os indivíduos amostrados (n = 4 1 0 ) em classes de 10 cm. Verifica-se que mais da metade dos indivíduos (224, equivalente a 5 4 , 6 3 % ) apresenta diâmetro superior a 10 cm, esse valor subindo para 8 9 , 7 5 % ( 3 6 8 á r v o r e s ) q u a n d o se c o n s i d e r a as classes até 3 0 cm. Nota-se também que não h á i n t e r r u p ç õ e s de c l a s s e s e q u e a distribuição apresenta u m a tendência à forma de " J " invertido.

A razão (q) entre a freq٧ência de

% d o n u m e r o d e e s p é c i e s 4 0

3 5 Η

3 4 , 5 3

3 0

2 5

-2 0

15

1 0

5

1 2 , 7 2

M

C

1 1 , β 2

18,18

5 , 4 5

=2:

4 , 5 5 2 . 7 3

L e g u M y r t A n n o S a p i R u b i C h r y F l a c A r e e M o r a M e l i S i m a O u t r a s

2 9

Famílias

(14)

2 0 0

1 5 0

1 0 0

5 0

1 8 6

ZA

1 0 0 8 2

19

8 ^

2:

IV V VI VII

Classes de diametro

Vili

IX

F i g u r a 6. Distribuição de freq٧ência de diâmetro das árvores (Ν = 4 I O ) , na Reserva Florestal do Sacavém, S ã o Luís - M A . Classes de diâmetro de acordo com a Tabela 2.

Tabela 2. Distribuição do número de árvore), em classes de DAP, Reserva Florestal do Sacavém, São Luís - MA.

N2

d a C l a s s e I n t e r v a l o d e C l a s s e ( c m )

N2 d e

I n d i v í d u o s % R a z ã o "Q"

I 0,1 — 10,0 186 4 5 , 3 6 0 , 5 3

II 10,1 — 20,0 1 0 0 2 4 , 3 9 0 , 8 2

III 20,1 — 30,0 8 2 2 0 , 0 0 0 , 2 3

IV 30,1 — 40,0 1 9 4 , 6 3 0 , 4 7

V 40,1 — 50,0 9 2 , 1 9 0 , 8 8

VI 50,1 — 60,0 8 1,95 0 , 2 5

VII 60,1 — 70,0 2 0 , 4 9 1 , 5 0

Vili 70,1 — 80,0 3 0 , 7 3 0 , 3 3

IX 80,1 — 90,0 1 0 , 2 4

T O T A L

4 1 0 9 9 , 9 8

(15)

uma c l a s s e d i a m é t r i c a p a r a a c l a s s e imediatamente inferior varia grandemente, como pode ser observado na Tabela 2, indicando ou uma mortalidade muito alta (entre as c l a s s e s I I e I I I ) , ou u m recrutamento muito grande (entre as classes V i e W ) .

P a r a a s e s p é c i e s q u e apresentaram 1 0 ou m a i s indivíduos, a d i s t r i b u i ç ã o d e f r e q ٧ ê n c i a d a s classes de d i â m e t r o e s t á r e p r e s e n t a d a na F i g u r a 7 . Guarea guidonia ( F i g . 7 A ) , a m a i s a b u n d a n t e d e t o d a a f i t o c e n o s e , a p r e s e n t a s e u s indivíduos distribuídos e m 4 c l a s s e s c o n t í n u a s de DAP, c o m 7 0 , 8 3 % d o s i n d i v í d u o s c o n c e n t r a d o s nas c l a s s e s a c i m a de 10 cm. A r a z ã o " q " é d e 1,71 e n t r e a p r i m e i r a e a s e g u n d a c l a s s e s , 0 , 3 3 entre a s e g u n d a e a t e r c e i r a e de 0 , 2 5 entre e s t a e a ú l t i m a c l a s s e .

O s i n d i v í d u o s d e Licaniu c f .

incana ( F i g . 7 B ) , e n c o n t r a m - s e

d i s t r i b u í d o s e m 6 c l a s s e s , apresentando i n t e r r u p ç ã o n a c l a s s e V. Q u a s e a t o t a l i d a d e d a s á r v o r e s ( 9 5 , 6 5 % ) se c o n c e n t r a m nas c l a s s e s acima de 10 c m d e D A P . O q u o c i e n t e "q" é de 5 entre a primeira e a segunda c l a s s e s , 2 , 5 e n t r e a s e g u n d a e a t e r c e i r a , 0 , 2 3 e n t r e e s t a e a q u a r t a classe.

Copaifera langsdorffü ( F i g . 7 C ) ,

d i s t r i b u í d a e m a p e n a s 2 c l a s s e s de DAP, a p r e s e n t a i n d i v í d u o s a p e n a s a partir da s e g u n d a , e s t a n d o 7 7 , 2 7 % deles na t e r c e i r a c l a s s e . O q u o c i e n t e "q" entre u m a c l a s s e e outra é de 3 , 4 .

O s i n d i v í d u o s d e Protitim

heptaphyllum ( F i g . 7 D ) , d i s t r i b u í d o s

em 3 c l a s s e s de D A P , se c o n c e n t r a m

a m a i o r i a ( 5 3 , 3 3 % ) na p r i m e i r a c l a s s e . A r a z ã o " q " é de 0 , 6 2 e n t r e as duas p r i m e i r a s c l a s s e s e d e 0 , 4 e n t r e a s e g u n d a e a t e r c e i r a . O b s e r v a - s e q u e e s t a e s p é c i e a p r e s e n t a , a s s i m c o m o a d i s t r i b u i ç ã o geral d o s d i â m e t r o s , u m a t e n d ê n c i a â f o r m a de " J " i n v e r t i d o .

A d i s t r i b u i ç ã o dos i n d i v í d u o s de

Dipteryx lacunifera ( F i g . 7 E ) e m 5

c l a s s e s c o n t í n u a s de D A P é v a r i á v e l e n t r e a s c l a s s e s , e s t a n d o a m a i o r i a ( 7 8 , 5 5 % ) nas c l a s s e s s u p e r i o r e s a 10 c m . A r a z ã o " q " é d e 0 , 6 6 e n t r e a p r i m e i r a e a s e g u n d a c l a s s e s , 2 e n t r e a s e g u n d a e a t e r c e i r a , 0 , 7 5 e n t r e a t e r c e i r a e a quarta e 0 , 6 6 e n t r e e s t a e a ú l t i m a c l a s s e .

Copaifera officinalis ( F i g . 7 F ) ,

também c o m apenas 2 classes de DAP, apresenta indivíduos somente a partir da s e g u n d a c l a s s e , c o m a m a i o r i a d e l e s ( 6 1 , 5 4 % ) na terceira classe. O quociente "q" entre as classes é de 1,6.

Cecropia palmata (Fig. 7 G ) , c o m

apenas 2 classes de DAP, apresenta quase a totalidade dos indivíduos ( 9 2 , 3 1 % ) na primeira classe, sendo a razão " q " entre as classes igual a 0,07.

Maximiliana maripa (Fig. 7 H ) , c o m

3 classes de DAP, apresenta indivíduos s o m e n t e a partir d a t e r c e i r a c l a s s e , encontrando-se nesta a maior concentração ( 7 5 , 0 0 % ) . A razão " q " é de 0 , 2 2 entre a primeira e a segunda classes, e de 0,5 entre esta e a última.

(16)

IV V VI VII Vili IX X XI XII

Classes de altura

F i g u r a 7 . Distribuição de freq٧ência de D A P das espécies com 10 ou mais indivíduos. Reserva

Florestal do Saeavém, S ã o Luís M A . Classes de diâmetro de acordo com a Tabela 2. A

-Guaica gniJonia; Β - Licania cf. incanti; C - Copaifera langsdorffii; D - Protium hcptaphxllmn;

E - Diptervx lacitnifera; F - Copaifera officinalis; G - Cecropia palmata; Η - Maxiiniliuiut

inaripa; I - Coccolala pichuna.

Classes de Altura

A F i g u r a 8 r e p r e s e n t a , e m h i s t o g r a m a , as c l a s s e s de altura das c o p a s , c o m i n t e r v a l o de v a r i a ç ã o de 2 , 0 m e o n u m e r o de i n d i v í d u o s de c a d a c l a s s e . P e l a a n á l i s e da f i g u r a p o d e - s e c o n s t a t a r q u e a t é 12 m de altura ( c l a s s e s de I a V ) e x i s t e m 2 4 0 i n d i v í d u o s , q u e p e r f a z e m 5 8 , 5 3 % do número total. A c i m a desta altura existem

170 indivíduos, perfazendo 4 1 , 4 6 % do to-tal amostrado. A altura média das árvores foi de 11,16m, c o m um mínimo de 2 , 0 m e um m á x i m o de 2 5 , 0 m.

C o n s i d e r a n d o a c o m p o s i ç ã o f l o r i s t i c a , n a s c l a s s e s até 1 2 , 0 m de

altura e x i s t e m 81 e s p é c i e s ( 7 7 , 8 8 % ) , d a s q u a i s 5 8 ( 5 5 , 7 6 % d o t o t a l d e e s p é c i e s ) s ã o e x c l u s i v a s , e 5 m o r f o -e s p é c i -e s ( 4 -e x c l u s i v a s ) . A c i m a d-e 1 2 , 0 m d e a l t u r a e x i s t e m 4 7 e s p é c i e s ( 4 5 , 1 9 % ) , das q u a i s 2 3 ( 2 2 , 1 1%) s ã o e x c l u s i v a s , h a v e n d o , p o r t a n t o , 2 3 e s p é c i e s ( 2 2 , 1 1 % ) q u e o c o r r e m n e s s a s duas c l a s s e s de altura. N a s c l a s s e s de altura a c i m a de 1 2 , 0 m, e x i s t e m a i n d a 2 m o r f o - e s p é c i e s (1 e x c l u s i v a ) , t o t a l i z a n d o as 110 e s p é c i e s e m o r f o -e s p é c i -e s c o n s i d -e r a d a s .

(17)

III

IV V VI VII Vili IX

Classes de altura

XI XII

Figura 8. Distribuição de freqüência das classes de altura das árvores (Ν = 4 I O ) da mata da Reserva Florestal do S a c a v é m , São Luís - M A . Classes de altura: I) 2 - 4 m ; II) 4 - 6 m ; III) 6 - 8m; I V ) 8 - lOm: V ) IO - I 2 m : V I ) 12 - 14m; V I I ) 14 - I6m; V i l i ) 16 - 18m; I X ) 18 - 2 0 m ; X) 20 - 2 2 m ; X I ) 2 2 - 2 4 m : X I I ) 24 - 26m.

DISCUSSÃO

Composição floristica

A r i q u e z a da flora a r b ň r e a é a c a r a c t e r í s t i c a m a i s i m p o r t a n t e d a floresta tropical ú m i d a e, dela, muitas de s u a s o u t r a s c a r a c t e r í s t i c a s s ã o diretamente d e p e n d e n t e s . A s á r v o r e s de e s p é c i e s d i f e r e n t e s s ã o m a i s c o m u m e n t e e n c o n t r a d a s m i s t u r a d a s em proporções r a z o a v e l m e n t e iguais; mais raramente, u m a ou duas e s p é c i e s são m u i t o m a i s a b u n d a n t e s q u e as outras ( R I C H A R D S , 1 9 5 2 ) .

Quando se c o m p a r a os resultados dos vários l e v a n t a m e n t o s f l o r í s t i c o s realizados na A m a z ô n i a , c o m o pode ser observado na T a b e l a 3 , n o t a m - s e expressivas v a r i a ç õ e s no n ú m e r o de

t á x o n s por unidade de área, e m r e g i õ e s d i s t i n t a s , m e s m o c o m m e t o d o l o g i a s e m e l h a n t e . E s t a d i f e r e n ç a é b e m visível entre os resultados de M A C I E L & L I S B O A ( 1 9 8 9 ) , que registraram 8 5 e s p é c i e s / h a e Β A L E E ( 1 9 8 7 ) , c o m 1 5 4 e s p é c i e s / h a . O p r i m e i r o e s t u d o foi realizado e m R o n d ô n i a , e n q u a n t o que o ú l t i m o foi f e i t o n o P a r á , r e g i õ e s m u i t o d i s t a n t e s e n t r e si

p o r t a n t o , e s t ã o s u j e i t a s a

(18)

de leste a o e s t e - porque e m c a d a c a s o , diferentes tipos de barreiras e c o l ó g i c a s f u n c i o n a r a m na sua e v o l u ç ã o ( P I R E S ,

1 9 8 0 ) . A l é m d i s s o , D U C K E & B L A C K ( 1 9 5 4 ) j á h a v i a m a l e r t a d o p a r a o fato de q u e , na A m a z ô n i a , a longitude d e s e m p e n h a um papel muito

m a i s i m p o r t a n t e q u e a l a t i t u d e na c o m p o s i ç ã o da flora, o b s e r v a n d o que t o d a s as i n f o r m a ç õ e s a c u s a m m a i o r n ú m e r o de e s p é c i e s para o c e n t r o e n o r o e s t e da r e g i ã o , que para as partes orientais e o c i d e n t a i s .

N o l e v a n t a m e n t o r e a l i z a d o neste

Tabela 3. Comparação dos resultados de inventários llorísticos em floresta tropical de terra firme na Amazônia Brasileira.

A u t o r ( e s ) L o c a l i d a d e Área a m o s t r a d a

DAP Min ( c m )

Μ Ind.

Η NL N.

Fam G ê n . Spp AB (m2)

BALEE.W. Bacia do rio 1 ha 500x20m 10 519 38 - 123 -

-(1986) Turiacu-MA

BALLE.W. Bacia do rio 1 ha 1000x10 10 474 - - 154 -

-(1987) Gurupi-PA

BLACK et al. Belém - PA 1 ha 100x100m 10 423 31 65 87 - 3,72* (1950)

CAIN et al. Mocambo, Belém- 2 ha 10 897 39 100 153 65,20 4,07*

(1956) PA 20 de 100x1 Om 449/ha 32,6/ha

CAMPBELL Rio Xingu - PA 3 ha 3000X1 Om 10 1984 39 127 265 123,63 4,51*

et al.(1986 634/ha 41,21/ha

CARVALHO Planalto de 5 ha 2,5 2881 40 84 103 20,05/ha

-et al. (1986) Belterra-PA 5 de 100x1 OOrn

DANTAS & Rod. 1 ha 9,55 577 29 79 101

-MILLER Transam azônica, 40 de 25x1 Om (1979) km 2 3 - P A

Rod. 0,5 ha 9,55 300 30 65 89 -

-Transamazôníca, 20 de 25x1 Om 600/tia km 1 0 1 - P A

DANTAS et al. Capitão Poco - PA 1 ha 9,55 504 39 86 121 •

-(1980) 40 de 25x1 Om

USBOA Rondônia 0,5 ha 4.8 760 39 - 113 11,74

-(1989) 20 de 25x1 Om 1520/ha 23,48/ha

LISBOA & R o d . R 0 ^ 2 9 , km 1 ha 9,55 593 - - 128 26,07 4,26

USBOA 90-RO 40 de 25x1 Om

(1994)

MACIEL & Rod.RO^}29, km 1 ha 9,55 602 32 - 85 34,54

-USBOA 16-RO 40 de 25x1 Om

(1989)

MORELLATO Núcleo de 0,29 ha 5 437 40 80 100 - 3,98

& ROSA, Afloramento de 29 de 10x10m (1991) Minério, Serra

Norte, Carajás - PA

MORI et al., Carnaipi - AP 1 ha 10 484 39 83 122 21,59

-(1959) 40 de 25x1 Om

PIRES et al., Castanhal - PA 3,5 ha 10 1482 47 139 179 - 4,30"

(1953) diagrama

irregular

(19)

continuação tabela 3. PRANCE et al. Manaus - A M (1976)

RODRIGUES, Serra do Navio - AP (1963)

Serra do Navio - AP

SALOMÃO & USBOA (1988)

SALOMÃO et al. (1988)

SILVA et al. (1986)

SILVA et al. (1987)

SILVA & ROSA (1989)

Rod. BR-364 - RO

SILVA et al, apud SALOMÃO et al., 1988

SILVA et al. apud SALOMÃO et al., 1988

SILVA et al, apud SALOMÃO et al., 1988, SILVA et al., apud SALOMÃO et al, 1988

ESTE TRABALHO

Minas de Ferro, Serra Norte, Carajás - P A

Mata do Aeroporto, Serra Norte, Carajás-PA

Bacia do rio Gelado, Serra Norte, Carajás - P A

Mina de Cobre 3-ALFA, Serra Norte,Carajás-PA

Mina de Cobre Pojuca, Serra Norte,Carajás-PA

Mina de Manganês, Serra Norte, Carajás-PA

Marabá - PA

1 ha 12 de 80x1 Om

1,5 ha 15de 100x10m

1,1 ha 11 de 100x1 Om

1 ha 20 de 25x1 Om

1 ha 40 de 25x1 Om

1 ha 20 de 25x20m

1 ha 40 de 25x1 Om

1 ha 40 de 25x1 Om

1 ha 40 de 25x1 Om

1 ha 40 de 25x1 Om

15

15

15

9,55

10

350 41 125 179 4,76*

461 37 70 96 - 3,89* 307/ha

347 36 64 84 313/ha

573 43 130 171 31,05 4,44

434 41 83 122 21,59 4,23

9,55 536 41 96 130 28,59 4,08

9,55 531 37 96 116 21,08

9,55 469 39 90 121 21,67

9,55 552 39 89 119 20,27

9,55 561 39 94 123 22,62

Açailândia

Buriticupu,

1 ha 9,55 40 de 25x1 Om

1 ha 9,55 20 de 25x20m

1 ha 9,55 40 de 25x1 Om

Reserva Florestal do Sacavém, São Luis-MA

0,5 ha 4,8 50 de 10x10 m

591 36 96 125 21,1

453 34 77 98 31,82

449 27 60 75 17,69

410 34 66 104 14,21 4,2

820/ha 28,41/ha

DAP min. - diâmetro à altura do peito (1,30m) mínimo; Núm. de ind. - número de indivíduos; Num. de fam. - número de famílias; Núm de gên. - número de gêneros; Núm de spp. - número de espécies; A B - áreí basal; H* - indice de diversidade de SHANNON & WEAVER (* - calculado por MARTINS, 1979).

(20)

poderia esperar, uma vez que a região de estudo se encontra no extremo oriental da Floresta Amazônica. A grande riqueza de espécies, por outro lado, pode ser devida ao fato desta área apresentar um caráter transicional entre as regiões norte, nordeste e central do País, apresentando elementos de todas essas áreas. O número de espécies é comparável aos encontrados por vários autores, sendo superior aos resultados de B L A C K et « / . ( 1 9 5 0 ) , D A N T A S & M U L L E R ( 1 9 7 9 ) , M A C I E L & L I S B O A ( 1 9 8 9 ) , R O D R I G U E S ( 1 9 6 3 ) , devendo-se, no entanto, ressaltar que essas comparações devem ser feitas com cautela, uma vez que nestes estudos foram utilizados diferentes critérios na amostragem.

Há, no entanto, grande variação tanto na área quanto na escolha do diâmetro m í n i m o d o s i n d i v í d u o s a s e r e m amostrados, aspectos que irão refletir tanto n a c o m p o s i ç ã o f l o r i s t i c a q u a n t o na estrutura da vegetação estudada. Assim é que B A L Ι E ( 1 9 8 6 , 1987), B L A C K et ai ( 1950), M O R I et ai ( 1989) e S A L O M Γ O

et ai. ( 1988) utilizaram amostras de 1 ha e

D A P m í n i m o de 10 c m , enquanto que C A I N et ai ( 1 9 5 6 ) , C A M P B E L L et ai ( 1 9 8 6 ) e P I R E S et al. ( 1 9 5 3 ) t a m b é m utilizaram D A P mínimo de 10 cm, embora a área amostrai tenha sido maior. Outros autores ( D A N T A S & M U L L E R , 1 9 7 9 ; D A N T A S et al., 1 9 8 0 ; L I S B O A & L I S B O A , 1 9 8 9 ; M A C I E L & L I S B O A ,

1 9 8 9 ; S A L O M Γ O & L I S B O A , 1 9 8 8 ; S I L V A et ai, 1986, 1987, i 9 8 9 ) , contudo, utilizaram um D A P mínimo de 9,55 c m (equivalente a um P A P mínimo de 3 0 c m ) , numa área amostrai de 1 ha.

P I R E S et ai ( 1 9 5 3 ) chamaram a atenção para o fato de que o número de

espécies arbóreas encontradas em uma amostra pequena de floresta só poderá dar infomiações fidedignas sobre a diversidade de espécies, se o território da amostra for uniforme. E evidente que diferentes fàcies das florestas de temi firme são realmente muito distintas na composição de espécies e que qualquer estimativa da diversidade total descreverá somente a situação da fàcies particular em que é feita.

A o se comparar a diversidade das principais famílias encontradas na mata da Reserva Florestal do S a c a v é m c o m outros l e v a n t a m e n t o s realizados e m florestas amazônicas (Tab. 4 ) , m e s m o levando-se em consideração que os resultados foram obtidos c o m metodologia não uniforme, notou-se para estas florestas um certo padrão de distribuição das espécies entre as famílias. Destacam-se as Annonaceae. Apocynaceae, Arecaceae, Bignoniaceae, Burseraceae, Euphorbiaceae, Lauraceae, Lecythidaceae, Leguminosae (senso lato). M e l i a c e a e , M o r a c e a e , M y r t a c e a e , R u b i a c e a e , R u t a c e a e , S a p i n d a c e a e e Sapotaceae. M O R I et ai ( 1 9 8 9 ) citaram, além destas, as B o m b a c a c e a e , Chryso-balanaceae, Myristicaceae e Vochysiaceae c o m o a s f a m í l i a s a r b ó r e a s m a i s

importantes e m florestas neotropicais úmidas de baixada.

(21)

e s p é c i e s . P e l o m e n o s s e t e d a s o n z e famílias m a i s r i c a s e m e s p é c i e s são as m e s m a s e m t o d o s o s l o c a i s . E s s e s padrões p a r e c e m s u g e r i r q u e c a d a família d e v e ter u m a r e g r a e s p e c í f i c a nas c o m u n i d a d e s n e o t r o p i c a i s , c o m um g r u p o d i f e r e n t e d e e s p é c i e s de cada família para d i f e r e n t e s substratos na A m a z ô n i a .

E m r e l a ç ã o a o n ú m e r o d e

i n d i v í d u o s por f a m í l i a , v e r i f i c a m - s e diferenças mais ou menos consideráveis n a s d i v e r s a s f l o r e s t a s e s t u d a d a s n a Amazônia (Tab. 4 ) . A s famílias que mais se destacam são Arecaceae, Bignoniaceae, Burseraceae, Cochlospermaceae, Combre-t a c e a e , E u p h o r b i a c e a e , L a u r a c e a e , Lecythidaceae, L e g u m i n o s a e , M e l a s t o -m a t a c e a e , M o r a c e a e , M y r t a c e a e e S a p o t a c e a e .

Tabela 4. Famílias mais importantes de acordo com o(s) parâmetro (s) analisado (s) por diversos autores em floresta tropical de terra firme na Amazônia Brasileira.

A u t o r ( e s ) L o c a l Família P a r â m e t r o

A n a l i s a d o BALEE,W.(1966)

CAMPBEELetal., (1986)

CAIN et al., (1956)

CARVALHO et al., (1986)

Bacia do rio Turiacu-MA

Bacia do rio Xingu-PA

Reserva Mocambo, Belém-PA

Planalto do Tapajós -Belterra-PA

DANTAS et al., (1980) Capitão Poco-PA

LISBOA (1989) BR-364 (Cuiabá -Porto Velho), km 17)

MORI et al. (1989) C a r n a i p i - A P

PIRES et al. (1953) C a s t a n h a l - P A

Sapotaceae (13,8%): Leguminosae (12,2%) Leguminosae (19,6%); Moraceae (7,9%) Palmae (32,6%) Leguminosae (19,7%) Burseraceae (5,2%); Leguminosae e Sapotaceae (3,3%) Bignoniaceae; Combretaceae; Melastomataceae; Myrtaceae

Leguminosae (27 spp.); Apocynaceae (6); Moraceae (5); Euphorbiaceae (4) Sapotaceae (14%) e Leguminosae (10,7%) Lecythidaceae (25,4%) Leguminosae (34 spp.); Moraceae (10): Euphorbiaceae (9); Palmae (5) Leguminosae; Euphorbiaceae Cochlospermaceae Legu minosae, Sapotaceae Legu minosae.Lau raceae Leguminosae (30 spp.); Sapotaceae (25); Lecythidaceae (5) Lecythidaceae (273 ind); Sapotaceae (266); Leguminosae (174)

diversidade relativa

diversidade relativa

densidade relativa

diversidade relativa

densidade relativa

densidade relativa

diversidade relativa

densidade relativa diversidade relativa

densidade relativa

diversidade relativa densidade relativa diversidade relativa

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continuação Tabela 4.

SALOMÃO & LISBOA, BR-364-RO (1988)

SALOMÃO & ROSA, Jazida de Arenito,

(1989) Serra Norte, Carajás-PA

S A L O M Ã O et al., (1988)

Minas de Ferro, Serra Norte, Carajás-PA

SILVA & ROSA, (1989) Minas de cobre. Serra Norte, Carajás - PA (ÁREA A)

SILVA et al., (1986)

Minas de cobre, Serra Norte, Carajás-PA (ÁREA B)

Mata do Aeroporto, Serra Norte, Carajás-PA

SILVA et al., (1987)

ESTE TRABALHO

Rio Gelado, Serra Norte, Carajás-PA

Reserva Florestal do Sacavém - São Luís-MA

Leguminosae (15,77%); Moraceae (14,61%); Sapotaceae *,18%) Moraceae (19,2%); Leguminosae (14,3%) Palmae(14,1%); Burseraceae (12,2%) Leguminosae; Sapotaceae; Rutaceae (65 ind.); Sapotaceae (32) Leguminosae (13,11%); Sapotaceae (9,84%) Leguminosae (14,05%) Lauraceae (7,64%) Leg.Min. (9.32%); Sapotaceae e Myrtaceae (7,62%)

Leg.Pap. (17,75%); Euphorbiaceae (9,59%) Sapotaceae (8,31%); Leg. Min (8,11%)

Moraceae (12,71%); Leg.Min. (11,86%) e Sapotaceae (7,62%) Leguminosae (29 spp.); Moraceae (15): Rubiaceae (11 ); Bignoniaceae (10); Sapindaceae (10); Lauraceae e S a p o t a c e a e ( 9 ) ;

Burseraceae, Meliaceae e Rutaceae (7)

Leguminosae (35 spp.); Moraceae (13); B u r s e r a c e a e , Sapindaceae e Palmae (9), Annonaceae e Lecythidaceae (7) Leguminosae (12,7%); Myrtaceae (11,8%); Annonaceae (8,2%); Sapindaceae (5,45%); Rubiaceae (5,45%) Leguminosae (20%); Myrtaceae (11,2%); Chysobalanaceae (9%); Meliaceae (7,8%); Annonaceae (4,6%)

diversidade relativa

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densidade relativa

L e g u m i n o s a e e M y r t a c e a e s o m a n d o 3 1 , 2 2 % do total a m o s t r a d o , p r e d o m i n a m g r a n d e m e n t e e m número devido a um grupo e não apenas a uma de indivíduos na área em estudo (Fig. 4 ) , ú n i c a e s p é c i e . L e g u m i n o s a e se destaca,

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t a m b é m , c o m o a f a m í l i a m a i s diversificada.

E s s a s o b s e r v a ç õ e s c o n f i r m a m que e n t r e a s f l o r e s t a s a m a z ô n i c a s consideradas, a m a i o r i a difere quanto à f a m í l i a m a i s i m p o r t a n t e e m d i v e r s i d a d e e a b u n d â n c i a , m e s m o q u a n d o n a a m o s t r a g e m é u s a d o o m e s m o m é t o d o e c r i t é r i o . AUB R Ι V I L L E ( 1 9 3 8 apud R I C H A R D S , 1 9 5 2 ) mostrou que, antes

de tudo, os indivíduos das espécies que compõem a floresta úmida têm vários tipos diferentes de distribuição e que, devido à essas diferenças na distribuição, a floresta deve, n e c e s s a r i a m e n t e , d i f e r i r na composição de um lugar para outro.

R I C H A R D S ( 1 9 5 2 ) ainda concluiu dizendo que a grande riqueza floristica da floresta tropical é devida, parcialmente, às condições adequadas que favorecem uma alta taxa de especiação, principalmente o clima, que é favorável ao crescimento e reprodução d a s p l a n t a s e m todas as estações. O autor ainda considerou que esta riqueza é largamente devida à grande idade da extensa massa de terra tropical, que tem tornado p o s s í v e l a p e r s i s t ê n c i a da vegetação mais ou menos c o m o aquela dos dias de um desconhecido, mas certamente distante, período g e o l ó g i c o . E por esta causa, provavelmente, que até em regiões largamente separadas, a floresta tropical mostra considerável uniformidade nas características gerais de sua composição.

Os valores obtidos para o índice de Shannon & W e a v e r ( Η ' ) d e v e m s e r utilizados c o m cautela, uma vez que este índice é calculado no número de espécies e na distribuição do número de indivíduos entre as espécies. O seu valor depende dos

critérios de amostragem utilizados nos levantamentos, além da área amostrai. M A R T I N S ( 1979), c o m base nos dados de estudos florísticos e f i t o s s o c i o l ó g i c o s , relatou o índice de diversidade de Shannon e Weaver para várias florestas amazônicas, citando valores que variaram de 3 , 5 8 ( B A S T O S , 1948) a 4 , 7 6 ( P R A N C E et al., 1 9 7 6 ) . O valor encontrado no presente trabalho foi de 4,20, podendo-se considerar que a mata em estudo apresenta grande riqueza floristica.

Estrutura da vegetação

Diâmetro

A a v a l i a ç ã o da d i s t r i b u i ç ã o dos diâmetros de indivíduos arbóreos de uma c o m u n i d a d e , m e s m o q u e a p r e s e n t e problemas para a avaliação das idades, f o r n e c e a estrutura de t a m a n h o e de distribuição etária das p o p u l a ç õ e s , de grande importância para predições sobre a produção florestal. Neste sentido, a idade real das árvores não é um parâmetro muito importante ( H A R P E R , 1977), e a medição dos diâmetros pode ser usada c o m o uma f o r m a de a v a l i a ç ã o d a s i d a d e s ( D A U B E N M I R E , 1 9 6 8 ; H A R P E R .

1 9 7 7 ) . S A L O M Γ O & R O S A ( 1 9 8 9 ) afirmaram, ainda, que a distribuição e m c l a s s e s d i a m é t r i c a s p e r m i t e o c o n h e c i m e n t o do c o m p o r t a m e n t o da espécie.

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c r e s c i m e n t o n a m a i o r i a d e s s a s e s p é c i e s não é c a s u a l e que indivíduos m a i o r e s p a r a u m a m e s m a e s p é c i e d e v e m ser c o n s i d e r a d o s m a i s v e l h o s . E s t a i n t e r p r e t a ç ã o está e m d e s a c o r d o c o m P I R E S ( 1 9 7 6 ) , s e g u n d o o qual t o m a n d o - s e a f l o r e s t a A m a z ô n i c a c o m o um todo, c o m o u m a mistura de e s p é c i e s , v e r i f i c a - s e que o i n c r e m e n t o e m g r o s s u r a d o t r o n c o é m u i t o d e s u n i f o r m e , t o r n a n d o - s e i m p o s s í v e l f a z e r u m a e s t i m a t i v a de i d a d e d a s p l a n t a s c o m b a s e na v e l o c i d a d e de c r e s c i m e n t o p o r c l a s s e d e c i r c u n f e r ê n c i a de t r o n c o .

C o m o p o d e s e r o b s e r v a d o na F i g u r a 6 , a c u r v a de d i s t r i b u i ç ã o dos d i â m e t r o s a p r e s e n t a , e m seu a s p e c t o g e r a l , a f o r m a de u m " J " i n v e r t i d o , p r e v i s í v e l p a r a d i s t r i b u i ç õ e s b a l a n c e a d a s . E s s a é , s e g u n d o C A R V A L H O ( 1981 ), a forma geral da d i s t r i b u i ç ã o d a s c l a s s e s d i a m é t r i c a s d a s á r v o r e s d a f l o r e s t a l p l u v i a l amazônica, onde ocorre maior freq٧ência nas c l a s s e s de d i â m e t r o m e n o r e s e, conseq٧entemente, menor freq٧ência nas classes de diâmetro maiores.

E m f l o r e s t a s n a t i v a s , q u a n d o a razão " q " é c o n s t a n t e , s i g n i f i c a que há u m e q u i l í b r i o e n t r e m o r t a l i d a d e e c r e s c i m e n t o , o u s e j a , h á u m b a l a n c e a m e n t o e, q u a n d o isto o c o r r e p o r u m l o n g o p e r í o d o , a e s t r u t u r a t o r n a - s e e s t a b i l i z a d a ou b a l a n c e a d a , c o m u m n ú m e r o p r o p o r c i o n a l d e á r v o r e s e m c a d a c l a s s e d i a m é t r i c a ( O S M A T O N , 1 9 6 8 ) .

C o m o p o d e ser o b s e r v a d o pela T a b e l a 2 , a r a z ã o " q " das s u c e s s i v a s c l a s s e s d i a m é t r i c a s , ora a u m e n t a m ora

d i m i n u e m de f o r m a m u i t o irregular. S e g u n d o H E I N S D I J K & B A S T O S ( 1 9 6 3 ) , na A m a z ô n i a a p a s s a g e m de um d e t e r m i n a d o grupo de e x e m p l a r e s d e u m a c l a s s e d e d i â m e t r o p a r a a i m e d i a t a m e n t e superior, 10 c m maior, a c a r r e t a a perda, ou a e s t a g n a ç ã o do c r e s c i m e n t o , de m e t a d e das plantas. O fato de a mata da R e s e r v a F l o r e s t a l do S a c a v é m n ã o a p r e s e n t a r u m a r a z ã o a b s o l u t a m e n t e c o n s t a n t e está de acordo com H A R P E R ( 1977), segundo o qual, na prática a maioria das florestas irregulares não apresenta distribuição balanceada mas converge para isso.

A s c l a s s e s d c d i â m e t r o s ã o contínuas, o que d e m o n s t r a que o c i c l o d e v i d a d a s e s p é c i e s e s t á s e c o m p l e t a n d o , u m a vez q u e , s e g u n d o D A U B E N M I R E ( 1 9 6 8 ) , a d i s p o s i ç ã o d o s d a d o s e m h i s t o g r a m a s d e f r e q ٧ ê n c i a nas c l a s s e s de d i â m e t r o retratam u m a s i t u a ç ã o atual, p o d e n d o -se ainda supor p e r t u r b a ç õ e s o c o r r i d a s c o m o : i n c ê n d i o s , d e s m a t a m e n t o s , b a i x o s í n d i c e s d e g e r m i n a ç ã o e p o l i n i z a ç ã o , a t a q u e d e p r a g a s e d o e n ç a s , q u e se a p r e s e n t a m c o m o interrupções, indicando que o ciclo de vida não estaria se completando, e as espécies, geralmente, não podem ser consideradas c o m o em equilíbrio no ambiente.

(25)

de 4 , 8 c m , e n q u a n t o q u e n a q u e l e s

estudos foi de 9 , 5 5 c m e 10 c m .

O b s e r v a n d o - s e as d i s t r i b u i ç õ e s em c l a s s e s de D A P das e s p é c i e s c o m

10 ou m a i s i n d i v í d u o s ( F i g . 7 ) , o b s e r v a - s e q u e a p e n a s Protium

heptaphyllum, Cecropia palmata e Coccoloba pichuna a p r e s e n t a r a m

m a i o r n ú m e r o d e i n d i v í d u o s n a s m e n o r e s c l a s s e s , e m b o r a c o m ausência das c l a s s e s s u p e r i o r e s , o que pode s i g n i f i c a r q u e e s s a s p o p u l a ç õ e s estão e m c r e s c i m e n t o , ou ainda, que estes são o t a m a n h o m á x i m o e m D A P que e l a s a t i n g e m , s e n d o , p o r t a n t o , espécies de p e q u e n o p o r t e , q u e n ã o atingem o d o s s e l da m a t a .

Guarea guidonia, Licania c f .

incana, Copaifera langsdorffii, Dipteryx lacunifera, Copaifera officinalis e Maximiliana nuiripa, por

outro lado, são e s p é c i e s m a i o r e s ( e m altura e D A P ) , a p r e s e n t a n d o , de um modo geral, f r e q ٧ ê n c i a s m u i t o b a i x a s nas c l a s s e s m e n o r e s de D A P , o q u e tanto pode i n d i c a r p r o b l e m a s n e s s a s populações para p r o m o v e r uma t a x a normal de r e n o v a ç ã o q u a n t o , que suas s e m e n t e s e / o u p l â n t u l a s n ã o encontram c o n d i ç õ e s f a v o r á v e i s para sua g e r m i n a ç ã o e d e s e n v o l v i m e n t o .

C A R V A L H O et al. ( 1 9 8 6 ) observaram que, sob o ponto de vista sociológico, as e s p é c i e s presentes e m muitas c l a s s e s de D A P p o d e m s e r consideradas as mais importantes para a floresta. Entre as espécies consideradas acima, 4 se encontram distribuídas em apenas 2 classes de DAP, 2 em 3 classes, e 3 espécies em 4 ou mais classes. Licania cf. incana, Guarea guidonia e Dipteryx

lacunifera s ã o as e s p é c i e s m e l h o r

distribuídas, ocupando, respectivamente, as primeira, segunda e quarta posições e m I V I na m a t a e m e s t u d o .

A s s i m , c o m r e l a ç ã o à d i s t r i b u i ç ã o d o s d i â m e t r o s p a r a a s á r v o r e s d a R e s e r v a F l o r e s t a l d o S a e a v é m , pode-se c o n c l u i r que, apesar das d i s t r i b u i ç õ e s d a s e s p é c i e s m a i s a b u n d a n t e s n ã o s e r e m , e m a b s o l u t o , b a l a n c e a d a s , a d i s t r i b u i ç ã o g e r a l a p r e s e n t a - s e e m f o r m a d e " J " i n v e r t i d o , p o d e n d o s e r c o n s i d e r a d a c o m o t e n d e n d o ao b a l a n c e a m e n t o .

Altura

Imagem

Figura 1. Localização da Ilha de  S ã o Luís no Escado do Maranhão, mostrando o Parque Estadual  do Bacanga
Figura 5. Distribuição do número dc espécies por família, perfazendo  6 5 , 4 7 % do número total  amostrado na Reserva Florestal do Saeavém, São Luís - MA
Tabela 2. Distribuição do número de árvore), em classes de DAP, Reserva Florestal do Sacavém, São  Luís - MA
Figura 8. Distribuição de freqüência das classes de altura das árvores (Ν  =  4 I O ) da mata da  Reserva Florestal do  S a c a v é m , São Luís -  M A
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