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Estresse e habilidades sociais em pacientes com síndrome metabólica

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Academic year: 2017

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1 PONTIFÍCIA UNIVERSIDADE CATÓLICA DO RIO GRANDE DO SUL

FACULDADE DE PSICOLOGIA

PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM PSICOLOGIA MESTRADO EM PSICOLOGIA CLÍNICA

ESTRESSE E HABILIDADES SOCIAIS EM PACIENTES COM SÍNDROME METABÓLICA

Dissertação de Mestrado

JAQUELINE GARCIA DA SILVA

Mestranda

Profª. Drª. Margareth da Silva Oliveira Orientadora

(2)

2 PONTIFÍCIA UNIVERSIDADE CATÓLICA DO RIO GRANDE DO SUL

FACULDADE DE PSICOLOGIA

PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM PSICOLOGIA

MESTRADO EM PSICOLOGIA CLÍNICA

ESTRESSE E HABILIDADES SOCIAIS EM PACIENTES COM SÍNDROME METABÓLICA

Dissertação de Mestrado

JAQUELINE GARCIA DA SILVA

Mestranda

Dissertação apresentada ao Programa de Pós-Graduação em Psicologia da Faculdade de Psicologia da Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul, como requisito parcial para obtenção do Grau de Mestre em Psicologia Clínica.

Profª. Drª. Margareth da Silva Oliveira Orientadora

(3)

3 Dados Internacionais de

Catalogação na Publicação (CIP)

S586e Silva, Jaqueline Garcia da

Estresse e habilidades sociais em pacientes com síndrome metabólica / Jaqueline Garcia da Silva. – Porto Alegre, 2011.

132 f.

Diss. (Mestrado) – Faculdade de Psicologia, Pós-Graduação Psicologia Clínica, PUCRS.

Orientadora: Profª Drª Margareth da Silva Oliveira

Bibliotecário Responsável

Ginamara Lima Jacques Pinto

(4)

4 PONTIFÍCIA UNIVERSIDADE CATÓLICA DO RIO GRANDE DO SUL

FACULDADE DE PSICOLOGIA

PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM PSICOLOGIA

MESTRADO EM PSICOLOGIA CLÍNICA

ESTRESSE E HABILIDADES SOCIAIS EM PACIENTES COM SÍNDROME METABÓLICA

COMISSÃO EXAMINADORA

______________________________________________

Profª. Drª. Margareth da Silva Oliveira

Presidente

______________________________________________

Profª. Drª. Lucia Novaes Malagris

Universidade Federal do Rio de Janeiro UFRJ

______________________________________________

Profª. Drª. Elisa Kern Castro

Universidade do Vale dos Sinos - Unisinos

______________________________________________

Prof. Dr. Fabrício Macagnan

Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul – PUCRS

(5)

5 Renda-se, como eu me rendi. Mergulhe no que você não conhece como eu mergulhei. Não se preocupe em entender, viver ultrapassa qualquer entendimento.

(6)
(7)

7 AGRADECIMENTOS

Aos meus pais, por me ensinarem que o conhecimento e a sabedoria podem

me levar para onde eu desejar.

Ao André, pelo amor, carinho e apoio incondicional em todos os momentos.

As amigas, Ursula e Daniele pelo incentivo e força sempre presentes.

A Cristina Maranzano por me acompanhar neste período, me fazendo

enxergar a forma que eu sempre quis trilhar por este caminho.

As colegas, amigas e aos professores do Instituto da Família por estarem ao

meu lado compreendendo as ausências em muitos momentos.

A todos do Grupo de Pesquisa Avaliação e Atendimento em Psicoterapia

Cognitiva, especialmente as colegas Nathália Susin, Martha Ludwig e Raquel Boff

por estarem sempre ao meu lado nesta jornada.

As bolsistas de iniciação científica, Ariane Peres dos Santos, Danielle Laste,

Ewérllyn Sbeghen, Fernanda Ribeiro, Marina Yates, Paola Lucena dos Santos e

Wagner Wiprich pelo auxílio na finalização deste trabalho.

Ao Prof. Dr. João Feliz Duarte de Moraes pela assessoria estatística prestada

e pelo auxílio desde o início deste trabalho.

A orientadora, Profª. Drª. Margareth da Silva Oliveira pelo incentivo e

confiança ao longo dos anos de trabalho, por todo o aprendizado proporcionado e

(8)

8 Aos professores do Programa de Pós de Pós-Graduação em Psicologia, por

todo o conhecimento construído ao longo dessa formação.

Ao CNPq, pelo apoio concedido com a bolsa de mestrado, sem o qual não

seria possível a realização deste trabalho.

Aos professores presentes na banca examinadora, pela disponibilidade e

contribuição neste estudo.

(9)

9 RESUMO

A síndrome metabólica (SM) é a combinação de obesidade, dislipidemia, resistência à insulina e hipertensão, sendo estes fatores relacionados ao risco da doença cardiovascular. A dissertação foi dividida em duas seções, a seção 1 foi composta pelo estudo teórico e a seção 2 pelo empírico. O objetivo do estudo teórico foi realizar uma revisão sistemática a fim de verificar a ocorrência de estresse, tanto psicológico quanto fisiológico, em estudos empíricos que avaliaram pacientes com SM. Foram incluídos 11 artigos, a partir da análise das buscas realizadas nas bases de dados e os resultados obtidos apontam associações e correlações positivas entre estresse e SM, sendo importante estudar como isso ocorre, bem como, desenvolver meios para enfrentamento do estresse, visando focar em estratégias de prevenção à SM. No estudo empírico, se objetivou descrever o perfil de uma coorte de 65 pacientes com SM submetidos ao programa de Mudança de Estilo de Vida para pacientes com Risco Cardiovascular (MERC), avaliar as habilidades sociais (HS), o estresse e identificar a prevalência de transtornos psicológicos. Foram 63,1% (n=41) sujeitos do sexo feminino e 36,9% (n=24) do sexo masculino, com média de idade de 51,10 (DP=6,45) e média de peso 91,54 (DP=12,11). Os resultados demonstram que 55,4% (n=36) da população possuem estresse, na fase de resistência e com sintomatologia predominante psicológica. Na avaliação antropométrica, as variáveis, peso, IMC, circunferência abdominal e colesterol mostraram diferenças estatisticamente significativas na avaliação pós-intervenção, comparadas a linha de base (p<0,005). As HS, quando avaliadas antes e depois não mostraram diferenças estatisticamente significativas em todos os fatores, mas a análise dos itens mostrou pontuações abaixo da média, no que se refere a pedir mudança de conduta, discordar do grupo, pedir ajuda de amigos e favores a colegas. Sendo assim, a modificação de estilo de vida, oportunizando adesão a uma alimentação saudável e a pratica de exercício físico regular pode beneficiar distintas faixas etárias, sendo fundamental o foco em estratégias que propiciem maior adesão dos pacientes com SM aos programas de intervenção.

(10)

10 ABSTRACT

Metabolic syndrome (MS) is a combination of obesity, dyslipidemia, insulin resistance and hypertension, and these factors are related to the risk of cardiovascular disease. The dissertation was divided into two sections, the first section was composed by a theoretical study and the second section was empirical. The aim of the theoretical study was to conduct a systematic review to verify the occurrence of stress, both psychological and physiological, in empirical studies that evaluated patients with MS. Were included 11 articles, from the analysis of searches in databases and the results indicate positive associations and correlations between stress and MS, it is important to study how this occurs, as well as develop ways to cope with stress in order to focus on MS prevention strategies. In the empirical study is aimed to describe the profile of a cohort of 65 patients with MS submitted to the program of Lifestyle Change for patients with cardiovascular risk (MERC), assess social skills (SS), stress and identify the prevalence of psychological disorders. Were 63.1% (n= 41) female and 36.9% (n= 24) male, mean age of 51.10 (SD= 6.45) and mean weight 91.54 (SD= 12.11). The results show that 55.4% (n= 36) of the population have stress, are in the resistance phase and have predominantly psychological symptoms. In anthropometric evaluation, the variables weight, BMI, waist circumference and cholesterol levels showed statistically significant differences when compared pre and post intervention (p <0.005). SS when assessed before and after didn’t show statistically significant differences in all factors, but analysis of the items showed scores below average, regarding to request a change of approach, disagreeing with the group, ask friends for help and colleagues for favors. Therefore, modification of lifestyle, providing the opportunity to join a practice of healthy eating and regular exercise can benefit different age groups, with key focus on strategies that foster greater adherence of patients with MS to the intervention programs.

(11)

11 LISTA DE TABELAS

Tabela 1: Dados sociodemográficos pré- intervenção... 83

Tabela 2: Dados antropométricos pré-intervenção... 84

Tabela 3: Dados da avaliação do estresse pelo ISSL-LIPP

pré-intervenção...

86

Tabela 4: Médias e desvios padrões do CASO A-30 e do IHS pré-

intervenção...

86

Tabela 5: Médias e desvios padrões dos itens do IHS pré-intervenção. 87

Tabela 6: Médias e desvios padrões das comorbidades avaliados pelo

ASR...

88

Tabela 7: Dados Antropométricos pós-intervenção... 89

Tabela 8: Dados da avaliação do estresse pela escala ISSL-LIPP pós-

intervenção...

90

(12)

12 LISTA DE FIGURAS

Figura 1: Fisiologia do estresse... 24

(13)

13 LISTA DE QUADROS

(14)

14 LISTA DE ABREVIATURAS E SIGLAS

ACTH: hormônio adrenocorticotrófico

ASR: Adult Self Report

CASO A-30: Cuestionário de Ansiedad Social para Adultos

CRH: hormônio liberador de corticotropina

DAC: doença arterial coronariana

DP: desvio padrão

GGT: gamma glutamyl transferase

HAS: hipertensão arterial sistêmica

HDL-c: high density lipoprotein cholesterol

HHA: hipotálamo-hipófise-adrenal

HHG: eixo hipotálamo-hipófise-gonadal

HPA: eixo hipotálamo-pituitária-adrenal

HS: habilidades sociais

HSL: Hospital São Lucas da PUCRS

IC: intervalo de confiança

IDF: International Diabetes Federation

(15)

15 IMC: índice de massa corporal

IMPS: The Inventory to Measure Psychosocial Stress

ISSL: Inventário de Sintomas de Stress para Adultos

LDDST: low-dose dexamethasone suppression test

LDL-c: low-density-lipoprotein cholesterol

MERC: Mudança de Estilo de Vida para pacientes com Risco Cardiovascular

Mg/dL: miligramas por decilitro

ML: mililitro

mmHg: milímetros de mercúrio

N: número

NCEP-ATPIII: National Cholesterol Education Program

NIH: National Institutes of Health

OR: odds ratio

PAD: pressão arterial diastólica

PAS: pressão arterial sistólica

PCR-us: proteína C-reativa ultra-sensível

PUCRS: Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul

(16)

16 SM: síndrome metabólica

SNC: sistema nervoso central

SNS: Sistema Nervoso Simpático

SPSS: Statistics Package for the Social Sciences

TCLE: Termo de Consentimento Livre e Esclarecido

(17)

17 NÚMERO DA ÁREA DO CNPQ

Área conforme classificação CNPq: 7.07.00.00-1

Subárea conforme classificação CNPq: 7.07.10.00-7 (Tratamento e Prevenção

(18)

18 SUMÁRIO

1 INTRODUÇÃO... 19

1.1 Tema da dissertação... 19

1.2 Justificativa... 19

2 OBJETIVOS... 20

2.1 Objetivo Geral ... 20

2.2 Objetivos Específicos... 20

3 CONCEITOS TEÓRICOS... 20

3.1 Síndrome Metabólica... 20

3.2 Estressee Cortisol... 21

3.2.1 Efeitos fisiológicos do estresse... 24

3.3 Habilidades Sociais... 30

3.4 Comorbidades... 33

4 MÉTODO DE PESQUISA... 35

4.1 Delineamento... 35

4.2 Amostra... 35

4.3 Critérios de Inclusão... 36

4.4 Critérios de Exclusão... 36

4.5 Instrumentos... 36

4.6 Procedimentos para Coleta de Dados... 38

4.7 Aspectos Éticos... 38

4.8 Processamento e Análise dos Dados dos Dados... 39

5 APRESENTAÇÃO DA DISSERTAÇÃO... 39

5.1 Seção 1- Estudo Teórico... 39

5.2 Seção 2 - Estudo Empírico... 39

6 REFERENCIAS... 40

7 SEÇÃO 1 - ESTUDO TEÓRICO... 47

Resumo... 48

Abstract... 49

Introdução... 50

(19)

19

Critérios de Inclusão... 54

Critérios de Exclusão... 54

Resultados... 54

Discussão... 61

Referências... 66

8 SEÇÃO 2 - ESTUDO EMPÍRICO... 71

Resumo... 72

Abstract... 73

Introdução... 74

Objetivos... 77

Método... 77

Delineamento... 77

Amostra... 77

Instrumentos... 78

Intervenção... 80

Procedimentos para Coleta de Dados... 82

Aspectos Éticos... 82

Processamento e Análise dos Dados dos Dados... 83

Resultados... 83

Discussão... 92

Considerações Finais... 96

Referências... 98

9 CONSIDERAÇÕES FINAIS DA DISSERTAÇÃO... 103

10 ANEXOS... 105

Anexo A – Aprovação do Comitê de Ética em Pesquisa da PUCRS. 106 Anexo B – Termo de Consentimento Livre e Esclarecido... 107

Anexo C – Ficha de Dados Sócio-demográficos... 131 Anexo D – Cuestionário de Ansiedad Social para Adultos - CASO

A-30...

(20)

20 1 INTRODUÇÃO

1.1 Tema da dissertação

O presente estudo visa avaliar as habilidades sociais (HS) e o estresse, em

pacientes submetidos a um atendimento interdisciplinar para Síndrome Metabólica

(SM). Trata-se de uma parceria entre as Faculdades de Enfermagem, Fisioterapia,

Nutrição, Farmácia e Psicologia da Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande

do Sul, que desenvolveram um programa visando a Mudança de Estilo de Vida para

pacientes com Risco Cardiovascular - MERC.

1.2 Justificativa

A melhora da saúde, prevenção e tratamento de doenças, identificação de

fatores de risco e intervenções com foco psicológico em áreas da saúde física, como

hipertensão, colesterol, estresse, prática regular de exercícios, e intervenções para

mudança de estilo de vida, estão inseridos na psicologia da saúde (Branonn & Feist,

2001). Atualmente o estresse tem sido considerado como a causa principal de

mal-estar psicológico e doenças físicas e o enfrentamento do estresse com êxito, tem

sido uma habilidade cada vez mais importante (Marks et al., 2008). Estudos

demonstram que a prevalência de SM aumenta com a idade (Salaroli, Barbosa, Mill

& Molina, 2007). Dessa forma, a relevância do presente estudo se refere à avaliação

de fatores que podem impactar na adesão a mudança de estilo de vida de pacientes

(21)

21 2 OBJETIVOS

2.1 Objetivo Geral

Avaliar as HS e o estresseem pacientes com SM.

2.2 Objetivos Específicos

Descrever o perfil dos pacientes com SM submetidos ao programa MERC.

Identificar a prevalência de transtornos psicológicos em pacientes com SM.

Verificar os índices de estressenesses pacientes.

Medir se há mudança na assertividade e no estresse nos pacientes que

realizaram o programa MERC.

3 CONCEITOS TEÓRICOS

3.1 Síndrome Metabólica

A SM é a combinação de obesidade, dislipidemia, resistência à insulina e

hipertensão. A definição oficial destaca uma combinação de fatores relacionados ao

risco da doença cardiovascular, além de prevalência de uso de tabaco e colesterol

elevado, nas populações com sobrepeso. A circunferência abdominal é um fator

preditivo de SM, sendo assim, não deve ser >102 para homens e >88 para

mulheres. Da mesma forma, com relação à Pressão Arterial, sendo critérios

diagnósticos: sistólica ≥ 130 mmHg e diastólica ≥ 85 mmHg; c) Glicose de Jejum: ≥

100 mg/dL; d) Triglicerídeos: ≥ 150 mg/dL; e) HDL Colesterol: ≤ 40 mg/dL para

(22)

22 Tratamento da Síndrome Metabólica, 2005). As doenças cardiovasculares são a

principal causa de morte no Brasil e o excesso de peso pode predispor essas

doenças, devido a anormalidades no metabolismo dos lipídeos, glicose e pressão

arterial (Santos, Timerman & Spósito, 2002). A SM, que inclui diabetes ou

pré-diabetes, obesidade abdominal, perfil lipídico desfavorável e hipertensão, triplica o

risco de infarto do miocárdio ou acidente vascular cerebral e duplica a mortalidade

por essas condições. Também aumenta o risco de desenvolver diabetes tipo II, se já

não estiver presente, em cinco vezes (Yusuf et al., 2006).

A SM aumenta consideravelmente o risco de doença arterial coronariana

(DAC) e o estresse social também contribui para a doença cardíaca coronariana,

embora os mecanismos pelos quais isso ocorra não estejam completamente

esclarecidos (Shively, Register & Clarkson, 2009). Sendo também importante focar

em intervenções psicológicas para a ansiedade e depressão, que comumente são

encontradas nesses pacientes. Preferencialmente, em conjunto com a prática de

exercício físico regular, que além colaborar para redução de níveis de ansiedade e

depressão, atua também para redução de estresse e melhora de alterações no

metabolismo, como níveis de colesterol e diabetes (Branonn & Feist, 2001).

3.2 Estresse e Cortisol

O estresse promove no indivíduo uma série de reações que desencadeiam

uma resposta de luta ou fuga diante de uma situação interpretada como ameaça. Se

o indivíduo permanecer exposto por tempo prolongado a essas situações, o sistema

(23)

23 contagiosas quanto crônicas, por exemplo, hipertensão arterial e obesidade (Lipp &

Rocha, 2007).

Na avaliação do estresse, pode ocorrer uma classificação de quatro fases:

alerta, resistência, exaustão e quase exaustão. A primeira fase é a de alerta por

estimular a produção de adrenalina, costuma ser positiva, propiciando um aumento

da motivação, entusiasmo e energia, que pode ser produtivo se não for em excesso.

Porém pode provocar tensão, dor muscular, irritabilidade e ansiedade, entre outros

desconfortos. Se o indivíduo segue exposto a estressores, entra na fase de

resistência, desenvolvendo problemas de memória, cansaço físico ou mental, nessa

fase há a busca pelo reequilíbrio, que demanda grande utilização de energia e pode

gerar sensação de desgaste; se a exposição continua, a fase seguinte é de quase

exaustão, seguida pelo agravamento dos sintomas, como o cansaço mental,

dificuldade de concentração, perda de memória imediata, apatia, pressão alta,

alteração nos níveis de colesterol e triglicerídeos, etc. Nessa fase a as defesas do

organismo se fragilizam e o indivíduo oscila entre momentos de bem-estar e de

ansiedade e desconforto. Por fim, chega-se a fase de quase exaustão, na qual,

doenças graves como depressão podem surgir, fragilizando o sistema imunológico e

podendo desencadear doenças crônicas de acordo com a predisposição da pessoa

(Lipp & Rocha, 2007).

Para entender a manifestação da resposta ao estressor torna-se importante

conhecer a neurofisiologia do estresse. O hipotálamo é uma estrutura do Sistema

Nervoso Central (SNC) que regula as respostas orgânicas ao ambiente. Para tanto

há a ativação do Sistema Nervoso Autônomo (SNA) e do sistema endócrino. O

(24)

24 essas glândulas produzem substâncias químicas conhecidas como hormônios, que

circulam pela corrente sanguínea. A ativação dos hormônios pode ocorrer de

maneira breve, principalmente por sua interação com o SNC e os

neurotransmissores. A glândula pituitária, localizada no cérebro e conectada ao

hipotálamo, estabelece a relação entre o SNC e o sistema endócrino, regulando e

produzindo hormônios. Um dos principais hormônios liberados é o

adrenocorticotrófico (ACTH) que tem um papel importante na resposta ao estresse,

e é liberado quando é estimulado pelo hipotálamo. Atua nas glândulas supra-renais,

que por sua vez, produzem catecolaminas, que contém epinefrina e norepinefrina,

que são neurotransmissores do SNA, sendo, portanto, indicadores de estresse

(Branonn & Feist, 2001).

O Sistema Nervoso Simpático (SNS) regula o sistema imunológico pela

neurotransmissão adrenérgica. As glândulas adrenais situam-se na parte superior

dos rins e produzem a resposta adrenocortical, liberando o cortisol, sendo este um

hormônio glicocorticóide capaz de influenciar os órgãos mais importantes do corpo.

Por estarem estritamente relacionados ao estresse, os níveis de cortisol no sangue

indicam o nível de estresse. A secreção do cortisol eleva os níveis de glicose para

proporcionar energia às células, o hormônio tem efeito antiinflamatório e funciona

como uma defesa natural para o corpo. O eixo hipotálamo-hipófise-gonadal (HHG)

também regula a função imunológica, sendo assim, quando saudável a pessoa

apresenta equilíbrio entre os hormônios glicocorticóides e os gonadais (Branonn &

(25)

25 3.2.1 Efeitos fisiológicos do Estresse

Figura 1: Fisiologia do estresse

A partir do entendimento dos efeitos fisiológicos do estresse e de como este

ocorre no corpo, medidas fisiológicas e de auto-relato tem sido utilizadas para

monitorização dos níveis e graus de estresse nos indivíduos. Fatores como a

pressão sanguínea, pulso cardíaco, respiração e materiais bioquímicos, como o

aumento de secreções de glicorticóides (cortisol, catecolamenina, norepinefrina),

tem sido utilizados para mensurar os aspectos fisiológicos. Esse método demostra

confiabilidade, porém algumas dificuldades podem ser encontradas, como a forma

de coleta do material biológico, que pode ser sangue, urina ou saliva (Branonn &

Feist, 2001). As medidas de auto-relato também são recursos importantes, assim Estresse

Glândula Pituitária Hipotálamo

Sistema Endócrino Sistema Nervoso Simpático

ACTH

Epinefrina, Norepinefrina Cortisol

(26)

26 como as escalas de eventos de vida, que podem ser correlacionadas com medidas

fisiológicas para aumentar o rigor de mensuração.

Intervenções com foco nos aspectos emocionais do estresse e no manejo dos

sintomas têm aumentado, principalmente, porque níveis altos de estresse têm sido

cada vez mais considerados como fatores de risco para a saúde, tanto física quanto

psicológica (Peralta-Ramírez, Robles-Ortega, Navarrete-Navarrete &

Jiménez-Alonso, 2009). Estudo realizado por Jin et al. (2009) com sujeitos diagnosticados

com transtorno de estresse pós-traumático (TEPT), mostra que 72% dos

participantes tinham SM, os autores explicam que o diagnóstico, pode ser associado

como agravante de complicações metabólicas.

Estudo realizado em laboratório mostra que indivíduos que respondem ao

estresse com níveis elevados de cortisol tendem a ingerir mais alimentos quando

estressados, o que favorece o aumento gordura abdominal, maior secreção de

insulina, entre outros aspectos da SM. Sendo, portanto, um fator de risco em longo

prazo o desenvolvimento da doença (Epel et al., 2004).

Brown, Varghese e McEwen (2004) explicam que a SM é um fator de risco

para desenvolvimento de diabetes tipo II e doenças cardiovasculares. Apesar de

suas causas multifatoriais, relacionadas à dieta, o sedentarismo e o estilo de vida, o

eixo hipotálamo-pituitária-adrenal (HPA) tem surgido também como outro fator. O

sistema cardiovascular é diretamente afetado pelo sistema nervoso e endócrino,

sendo assim, em momentos de ansiedade, tensão ou medo, o organismo inteiro

(27)

27 Outros dados reforçam os achados anteriores, em indivíduos diabéticos tipo II

a ativação do eixo HPA é maior e o grau de secreção de cortisol está relacionado à

presença e ao número de complicações do diabetes (Chiodini et al., 2007). Schwartz

et al., (2008) postulam que elevados níveis de cortisol estão implicados no

desenvolvimento da diabetes mellitus tipo II e na maior prevalência de doenças

cardíacas. Mesmo que pequena, ao longo do tempo a redução dos níveis de cortisol

pode levar a melhorias metabólicas importantes (Reynolds et al., 2010).

Evidências indicam que tanto a desregulação neuroendócrina do eixo HPA,

como alterações do metabolismo periférico do cortisol podem desempenhar um

papel na fisiopatologia da obesidade abdominal. Grandes alterações do eixo HPA in vivo podem ser identificadas de diferentes maneiras. Estas incluem a avaliação das concentrações de hormônio: (a) em condições basais, em amostras de sangue,

urina ou saliva; (b) durante os estudos dinâmicos após a estimulação com diferentes

neuropeptídeos ou desafios para desencadear o estresse psicológico, ou supressão

com agentes inibidores do eixo HPA em diferentes níveis, e (c) após as refeições ou

refeições mistas contendo diferentes composições de nutrientes. Alterações do eixo

HPA na obesidade abdominal estão associadas com resistência à insulina, o que

sugere uma responsabilidade direta dessas alterações hormonais na suscetibilidade

dos pacientes acometidos de desenvolver doenças metabólicas e cardiovasculares.

Nenhum marcador único tem o poder de detectar alterações sutis do eixo HPA em

condições como a obesidade abdominal e a SM, pelo contrário, eles indicam a

necessidade de vários parâmetros. Atualmente, a avaliação do cortisol urinário livre

e do cortisol salivar livre, particularmente durante o período noturno, parece ser

(28)

28 reservados para configurações clínicas específicas, envolvendo pacientes

característicos (Pasquali, Vicennati, Cacciari & Pagotto, 2006).

Estudos epidemiológicos mostram que alterações fisiológicas nos sistemas

neuroendócrinos podem ter efeitos poderosos sobre o risco de doenças

cardiovasculares, através de sua influência sobre fatores de risco, como a glicose e

as concentrações plasmáticas de lipídios e pressão arterial. Níveis elevados de

cortisol circulante e uma maior capacidade de resposta hipotálamo-hipófise-adrenal

(HHA) têm sido associados com o estresse e o desenvolvimento da obesidade e da

SM. Segue-se que os níveis de cortisol poderiam prever ganho de peso futuro e

suas complicações metabólicas, no entanto, essa interpretação pode ser demasiado

simplista. Em vários estudos transversais, as concentrações de cortisol pela manhã

foram positivamente correlacionadas com a intolerância à glicose, hipertensão e

hipertrigliceridemia (Reynolds & Walker, 2007).

A obesidade visceral está associada a uma capacidade diminuída de cortisol

para suprimir sua própria secreção. O funcionamento do eixo HPA pode afetar o

equilíbrio e o consumo de energia. Ambos, o hormônio liberador de corticotropina -

CRH e o cortisol influenciam mecanismos centrais fisiológicos envolvidos na

regulação da ingestão de alimentos. Ainda assim, a ativação geral do eixo HPA

demonstrou ter efeitos inconsistentes sobre a ingestão alimentar em seres humanos.

Essa inconsistência pode ser parcialmente explicada por diferenças de gênero,

diferenças individuais no funcionamento do eixo HPA, assim como diferenças na

atitude em relação a comer. Em particular, as mulheres com altos escores em

restrição dietética são propensas ao estresse induzido por hiperfagia. Pontuações na

(29)

29 cortisol basal e com supressão de dexametasona, indicando uma relação complexa

dupla entre estresse, funcionamento do eixo HPA, atitude para comer e o risco de

estresse induzido por hiperfagia (Nieuwenhuizen & Rutters, 2008).

A SM, as doenças cardiovasculares e os transtornos psiquiátricos têm

mudado o panorama de doenças nos países ocidentais, principalmente por serem

doenças decorrentes de múltiplos fatores, tanto genéticos como ambientais. Os

autores ressaltam a falta de tratamento adequado devido ao pouco conhecimento

que se tem das doenças, e ressaltam que um fator a ser considerado nas doenças

crônicas é a exposição a situações estressantes. Os dados indicam que o estresse

crônico pode ajudar na vulnerabilidade genética individual, principalmente se

combinado a fatores de risco ambientais (Schmidt, Sterlemann & Müller, 2008). Em

um estudo realizado com 4255 soldados do Vietnan por Phillips et al. (2010), altas

concentrações de cortisol foram associadas a SM, os autores sugerem futuros

estudos com o objetivo de entender essa associação.

Warren-Findlow e Issel (2010) avaliaram o enfrentamento do estresse em

mulheres africanas com 50 anos ou mais, com doença cardíaca crônica e focaram

nos aspectos emocionais do estresse e nos antecedentes familiares como fatores

preditivos da doença, principalmente aqueles associados com estilo de vida não

saudável. Os autores ressaltam a importância da redução dos níveis e o

gerenciamento do estresse, em função das correlações negativas com saúde, como

o precoce aparecimento de doenças crônicas e aumento de doenças

(30)

30 Com o objetivo de avaliar a perda de peso e a secreção de cortisol em

homens obesos com e sem SM, os dados revelam que os níveis de cortisol foram

negativamente correlacionados coma perda de peso e os voluntários obesos

atingiram valores próximos ao dos controles, quando comparados. O efeito benéfico

do emagrecimento não foi aparentemente relacionado com a SM, parecendo ser

mediado principalmente por alterações no peso corporal (Parra, Morentin &

Martínez, 2006).

Yusef et al. (2004) em um estudo epidemiológico com quase 30 mil sujeitos

com infarto agudo do miocárdio, entre 52 países, identificaram como fatores de risco

modificáveis: tabagismo, perfil lipídico pobre, pressão arterial aumentada, diabetes,

obesidade abdominal e estressores psicossociais. Outro fator psicossocial foi

avaliado por Troxel, Matthews, Gallo e Kuller (2005), a satisfação conjugal de

mulheres, com o objetivo de verificar se esse fator poderia reduzir o risco do

desenvolvimento de SM, as participantes foram acompanhadas por três anos, os

resultados obtidos indicam que mulheres casadas e insatisfeitas nas relações

conjugais estavam com risco maior em relação as que informaram satisfação

conjugal. As mulheres divorciadas apresentaram risco elevado para o

desenvolvimento de SM, assim como as viúvas. Os dados são relacionados às

experiências estressoras presentes em um relacionamento, no qual pelo menos um

dos cônjuges não está satisfeito, bem como, ao estresse decorrente da experiência

de divórcio ou luto. As mulheres parcialmente insatisfeitas não estavam com risco

tão elevado, o que sugere que a cronicidade do estresserelacionado à relação pode

(31)

31 Hipertensos podem apresentar HS pouco desenvolvidas, isto é, serem

inassertivos (Lipp & Rocha, 2007). Os autores explicam que a raiva também é um

importante estressor, sendo fator de risco para o desenvolvimento de hipertensão e

doença coronariana, por exemplo. A forma como a raiva é expressa tem sido

estudada e a hipertensão arterial tem sido relacionada como o modo inadequado de

expressar raiva, principalmente quando é de forma agressiva, verbal ou fisicamente.

3.3 Habilidades Sociais

A rejeição social é uma experiência estressante e dessa forma aumenta os

níveis de cortisol, como reação a esse estresse gerado na interação social. Desta

forma, a comunicação assertiva pode minimizar o impacto de reações tanto

psicológicas quanto fisiológicas desagradáveis (Kouzakova, van Baaren & van

Knippenberg, 2010).

O desenvolvimento das HS e da assertividade são fundamentais para

interações bem sucedidas. Quando o indivíduo apresenta déficits, pode

desencadear ansiedade, depressão ou hipertensão arterial. Nesse sentido, o

treinamento em HS tem sido utilizado no tratamento de problemas psicossociais

(Bandeira, Del Prette & Del Prette, 2006). Os autores explicam as diferenças entre o

comportamento assertivo, passivo e agressivo. No comportamento assertivo o

sujeito consegue se expressar de maneira adequada, indicando o que deseja que o

outro faça; quando se comporta de forma agressiva o indivíduo agride o interlocutor

e não consegue reivindicar seus direitos; no estilo passivo o indivíduo não consegue

(32)

32 As HS abrangem as relações interpessoais, assertividade, habilidades de

comunicação e resolução de problemas, assim como a resposta ao meio cultural de

cada indivíduo. A assertividade se refere à expressão emocional de sentimentos

negativos de forma adequada, como discordar de um grupo, defender seus direitos

respeitando os outros, fazer escolhas próprias, considerando a opinião alheia

somente quando necessário, uso de expressões afirmativas e contato visual com o

interlocutor com gestos e postura firme (Del Prette & Del Prette, 2002). Sendo assim,

as HS são aprendidas e podem variar de acordo com as demandas e o

desenvolvimento do indivíduo. Outro conceito bastante utilizado e muitas vezes

como sinônimo de HS é o de competência social, ligado ao desempenho social,

sendo importante considerar aspectos relacionados à dimensão cultural, situacional

e pessoal e a complexidade dos mesmos.

As HS são compostas por componentes comportamentais, cognitivo-afetivos,

fisiológicos, entre outros. Os componentes comportamentais estão divididos entre

verbais de conteúdo, como solicitar mudanças de comportamento, fazer recusas,

pedidos entre outros; outra divisão são os componentes verbais de forma, como

aspectos da fala, seguidos pelos não verbais, olhar e contato visual, gestos, postura

corporal, expressão facial. Os componentes cognitivo-afetivos abordam

conhecimentos prévios, expectativas, crenças, estratégias e habilidades de

processamento, incluindo autoconhecimento, auto-eficácia, planos, metas, valores

pessoais e resolução de problemas. Os componentes fisiológicos englobam

respiração, desempenho cardíaco e fluxo sanguíneo (Del Prette & Del Prette, 2002).

A interação eficaz corresponde a consequências psicológicas e sociais, como

(33)

33 déficits em HS apresentam problemas como ansiedade e depressão. À medida que

aumentam estudos nessa área, a experiência de estresse poderia explicar a

associação entre HS e bem-estar. Nesse sentido, se busca estudar como as HS

estão associadas à percepção subjetiva de estresse (Segrin, Hanzal, Donnerstein,

Taylor & Domschke, 2007). Um estudo experimental teve por objetivo analisar os

efeitos das diferenças em relação às HS na interação de duas pessoas, avaliando as

reações de cada um ao estresse pela comunicação interpessoal. Os resultados

comprovaram que indivíduos com níveis mais baixos de HS do que os seus

parceiros apresentaram mais reações de estresse psicológico (raiva, depressão e

ansiedade). Estes achados sugerem que devem ser consideradas as diferenças

relativas nas HS de duas pessoas na avaliação do grau de reações de estresse

interpessoal (Tanaka, Aikawa & Kosugi, 2002).

Segrin et al. (2007) afirmam que as HS podem ser associadas com

indicadores de bem-estar psicológicos e redução de estresse. Em um estudo com

500 estudantes universitários, os resultados apontaram que quanto mais HS, mais

baixos níveis de estresse eram percebidos. O fato de pessoas com fortes HS se

sentirem menos estressadas, pode ser decorrente das estratégias utilizadas ao

longo da vida para lidar com os problemas. Assim como apresentam maior acesso a

apoio social, e diante de situações estressoras, a rede social ajuda a minimizar o

impacto do estresse. Nesse sentido, intervenções que contemplem o

desenvolvimento de HS são importantes ferramentas que podem permitir aos

indivíduos enfrentar os problemas cotidianos com menos estresse, minimizando os

(34)

34 O estudo do comportamento defensivo em 199 pacientes com SM

demonstrou que o este visa manter relações sociais, proteger a auto-estima

vulnerável, assegurando a aprovação social, a partir da emissão de comportamentos

socialmente desejáveis, porém tem um impacto sobre a saúde cardiovascular,

principalmente em dados referentes à hipertensão arterial sistêmica (HAS). Os

resultados obtidos sugerem que quando o ser humano não se sente pertencente a

um grupo, podem surgir diversas consequências, como, por exemplo, a depressão

(Lévesque et al., 2009).

3.4 Comorbidades

A relação entre depressão e SM foi avaliada e as relações foram positivas

para a circunferência abdominal aumentada, mas não houve relação com a

ansiedade (Takeuchi, Nakao, Nomura, & Yano, 2009). Skilton, Moulin, Terra e

Bonnet (2007); Roriz-Cruz et al. (2007) reforçam esses achados, tanto em homens,

quanto em mulheres a SM foi associada a um aumento dos níveis de depressão,

mas não de ansiedade. Dunbar et al., (2008) ressaltam que a presença de

depressão em pacientes com SM tem implicações no manejo clínico e explicam

também a associação entre depressão, diabetes e doenças cardiovasculares. Narita

et al. (2007) referem que a ansiedade também pode ser associada com doença

cardiovascular.

Já pacientes com SM obtiveram escores significativamente maior em relação

a níveis de depressão, do que paciente sem SM (Mietolla, Niskanen, Viinamki &

Kumpusalo, 2008). Bonett et al. (2005) postulam que a prevalência de depressão foi

(35)

35 estilo de vida pouco saudável, foi positivamente correlacionada com o escore de

depressão.

Os fatores psicossociais têm sido associados a alterações metabólicas que

aumentam o risco de doenças cardiovasculares e diabetes. Eventos de vida

negativos e apoio emocional inadequado aumentaram a probabilidade de ter SM

após o ajuste para as variáveis demográficas e estilo de vida (Vogelzangs et al.,

2007). Diante disso, a SM é um problema crescente nos países ocidentais, afetando

pelo menos um quarto da população adulta nas Américas e na Europa. As

observações sugerem que o efeito da depressão em longo prazo na SM pode não

só ser uma questão acadêmica, mas também de grande preocupação para a saúde

pública (Lentho et al., 2008).

Por ser reconhecida a associação entre depressão, diabetes e doenças

cardiovasculares, a SM foi associada à depressão, mas não à angústia psicológica

ou ansiedade. Os participantes com SM tinham maiores escores de depressão

(n=409, média de pontuação 3,41, 95% IC 3.12-3.70) do que indivíduos sem a SM

(n=936, média de 2,95, 95% IC 2.76-3.13). Esta associação também esteve

presente em 338 participantes com a SM e sem diabetes (pontuação média de 3,37,

95% IC 3.06-3.68). Circunferência abdominal aumentada e baixo colesterol HDL

também mostraram associação significativa e independente com a depressão. A

presença de depressão foi significativamente associada tanto em homens e

mulheres com dieta pouco saudável (em particular, o excesso de colesterol e

consumo calórico total), mas também com a diminuição da atividade física em

(36)

36 sintomas depressivos ao longo de um continuum de gravidade estão associados

com vários estilos de vida pouco saudáveis (Bonnet et al., 2005).

A melhora da saúde, prevenção e tratamento de doenças, identificação de

fatores de risco e intervenções com foco psicológico em áreas da saúde física, como

hipertensão, colesterol, estresse, prática regular de exercícios, e intervenções em

mudança de estilo de vida estão inseridos na psicologia da saúde (Branonn & Feist,

2001). Atualmente o estresse tem sido considerado como a causa principal de

mal-estar psicológico e doenças físicas, e o enfrentamento do estresse com êxito tem

sido uma habilidade cada vez mais importante (Marks et al., 2008). Sendo também,

importante considerar que a presença de depressão em indivíduos com a SM tem

implicações para o manejo clínico (Dunbar, 2008).

4 MÉTODO DE PESQUISA

4.1 Delineamento

Trata-se de um estudo clínico, com avaliação prévia e posterior em dois

tempos.

4.2 Amostra

A amostra foi composta por 65 pacientes com SM, do sexo feminino e

masculino, com escolaridade mínima de 5ª série do ensino fundamental. Com idade

entre 30 e 60 anos. Os voluntários participaram de acordo com o interesse na

divulgação de anúncio e jornais locais (mídia impressa). A amostra foi composta de

todos os participantes que participaram do projeto MERC de Agosto de 2010 a

(37)

37 4.3 Critérios de Inclusão

Os critérios de inclusão na amostra estavam vinculados à escolaridade e idade

dos participantes. Foram incluídos no estudo participantes que preenchessem os

critérios para SM, na faixa etária dos 30 aos 60 anos e que possuíssem cinco anos

de escolaridade, com o intuito de minimizar possibilidades de incompreensão acerca

das questões abordadas nos instrumentos.

4.4 Critérios de Exclusão

Participantes que apresentassem diagnóstico de transtornos graves, com

prejuízos significativos na compreensão dos itens investigados.

4.5 Instrumentos

4.5.1 Questionário de dados sócio-demográficos: para traçar um perfil da

amostra avaliada.

4.5.2 Perfil antropométrico: a avaliação do perfil antropométrico mensura as

variações físicas e proporciona uma classificação dos indivíduos conforme seu

estado nutricional através do índice de massa corporal (IMC). A avaliação contempla

a aferição do peso corporal, da altura e da circunferência abdominal.

4.5.3 Adult Self Report - ASR: inventário auto-aplicável, desenvolvido por Achenbach & Rescorla (2003) que objetiva identificar diferentes aspectos do

funcionamento adaptativo de adultos, na faixa etária de 18 a 59 anos, identificando

problemas comportamentais e emocionais e os transtornos psicopatológicos de

maior incidência. O grupo de pesquisa vem trabalhando na adaptação e validação

(38)

38 4.5.4 Inventário de Sintomas de Stress para Adultos - ISSL: (Lipp, 2000) composta de 53 itens, visa identificar a presença ou não de sintomas de estresse, a

sintomatologia mais presente, se física, psicológica, ou ambas, e a fase de estresse,

que pode ser alerta, resistência, quase exaustão e exaustão, em que se os sujeitos

se encontram.

4.5.5 Inventário de Habilidades Sociais – IHS-Del-Prette: (Del Prette & Del

Prette, 2001), já validado, o qual possui 38 itens de auto-relato para aferir o

repertório de HS, usualmente requerido em uma amostra de situações cotidianas e

apresenta uma estrutura de cinco fatores: Fator 1 - Enfrentamento com risco,

relacionado a situações de afirmação, defesa de direitos e de auto-estima; Fator 2 -

Auto-afirmação na expressão de afeto positivo, que retrata expressão de afeto

positivo e de afirmação da auto-estima; Fator 3 - Conversação e desenvoltura social,

relativo a situações de ―traquejo social‖ na conversação; Fator 4 - Auto-exposição a

desconhecidos ou a situações novas, o qual inclui a abordagem a pessoas

desconhecidas e o Fator 5 – Autocontrole da agressividade a situações aversivas, o

qual reúne itens de reação a estimulações aversivas do interlocutor, com controle da

raiva e agressividade.

4.5.6 Cuestionário de Ansiedad Social para Adultos - CASO A-30: composto por 30 questões para avaliar a ansiedade social, o instrumento é dividido em uma

estrutura fatorial, composta por cinco fatores, sendo F1: Interação com o sexo

oposto; F2: Estar em evidência; F3: Interação com desconhecidos; F4: Falar em

público/ interação com superiores; F5: Expressão assertiva de moléstia, desagrado

(39)

39 4.5.7 Marcadores Bioquímicos sanguíneos: os marcadores bioquímicos que

serão analisados são: perfil lipídico (HDL-c, colesterol total, triglicerídeos enquanto

que a determinação do LDL-c será realizado de forma indireta), perfil glicêmico

(glicose de jejum e insulina de jejum).

4.5.8 Pressão arterial: os valores da pressão arterial sistólica (PAS) e da

pressão arterial diastólica (PAD) serão aferidos de acordo com as recomendações

preconizadas pela V Diretriz Brasileira de Hipertensão Arterial (2006).

4.6 Procedimentos para Coleta de Dados

A coleta dos dados ocorreu no Centro de Reabilitação do Hospital São Lucas

da PUCRS. A aplicação dos instrumentos foi individual e os demais exames clínicos

coletados no ambulatório do HSL e a pressão arterial aferida por profissionais da

fisioterapia.

4.7 Aspectos Éticos

Este projeto foi submetido à Comissão Científica da Faculdade de Psicologia

e já contava com aprovação do Comitê de Ética em Pesquisa da PUCRS (nº

10/05153), pois estava inserido em um projeto maior que está em desenvolvimento.

Os sujeitos participaram da pesquisa mediante o preenchimento do Termo de

Consentimento Livre e Esclarecido - TCLE, no qual constavam informações sobre

todos os procedimentos realizados, como a duração da pesquisa, o tempo para

responder instrumentos, dos materiais fisiológicos coletados e da aplicação da

(40)

40 4.8 Processamento e Análise dos Dados dos Dados

Os dados foram compilados e processados no programa estatístico Statistical Package for the Social Sciences (SPSS 17.0). Os dados foram sumarizados em termos de frequência e porcentagem (para as variáveis categóricas) e como média e

desvio padrão da média (para as variáveis contínuas).

Foi realizada a estatística inferencial para estudo de associação entre as

variáveis, e comparação intra e inter grupos antes e depois da intervenção. Foi

realizado o Teste T e o Wilcoxon, de acordo com a homogeneidade da amostra

(Komolgorov-Smirnov), para comparação de medidas repetidas e o McNemar para

comparação de variáveis categóricas.

5 APRESENTAÇÃO DA DISSERTAÇÃO

5.1 Seção 1- Estudo Teórico

A Seção 1 será composta pelo estudo teórico, que consistirá em uma revisão

sistemática sobre SM e estresse. Tem como objetivo verificar a associação de

estresse, tanto psicológico quanto fisiológico, em estudos empíricos estudando

pacientes com SM.

5.2 Seção 2 - Estudo Empírico

O artigo empírico será apresentado na sessão 2, constará de uma descrição

do perfil da amostra, bem como, avaliação das HS e do estresse em pacientes com

(41)

41 6 REFERÊNCIAS

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(48)

48 7 SEÇÃO 1 - ESTUDO TEÓRICO

(49)

49 Resumo

O estresse é um estado de desequilíbrio no corpo humano, que prepara o indivíduo para lutar ou fugir de uma situação ameaçadora. Quando a exposição a estressores é excessiva, o sistema imunológico pode ser prejudicado, facilitando o surgimento de doenças, tanto contagiosas quanto crônicas que estavam latentes, como hipertensão arterial e obesidade. O objetivo deste estudo é realizar uma revisão sistemática a fim de verificar a ocorrência de estresse, tanto psicológico quanto fisiológico, em estudos empíricos, estudando pacientes com SM. Foi realizada uma revisão sistemática, na qual foram buscados artigos indexados nas seguintes bases de dados: PubMed/Medline, Cinahl, Cochrane, Embase, Web of Science e Psycinfo no intervalo de agosto de 2006 a agosto de 2011. Os descritores utilizados foram: perceived stress, psychological stress, physiological stress, cortisol levels, cortisol secretions e metabolic syndrome. Os achados deste estudo foram agrupados em associação entre níveis de cortisol e SM, ativação do eixo HPA e SM e estresse psicossocial e eventos estressantes de vida em SM, para melhor apresentação dos estudos. Os resultados obtidos apontam associações e correlações positivas entre estresse e SM, sendo importante estudar como isso ocorre, bem como, desenvolver meios para enfrentamento do estresse, visando focar em estratégias de prevenção a SM.

(50)

50 Abstract

Stress is a state of imbalance in the human body, which prepares the individual to fight or flee from a threatening situation. When exposure to stressors is excessive, the immune system may be impaired, facilitating the emergence of diseases, both infectious and chronic that were latent, such as hypertension and obesity. The objective of this study is a systematic review to verify the occurrence of stress, both psychological and physiological, in empirical studies investigating patients with MS. We performed a systematic review, which were sought indexed articles in the following databases: PubMed / Medline, CINAHL, Cochrane, Embase, PsycInfo and Web of Science in the range from August 2006 to August 2011. The descriptors used were: Perceived stress, psychological stress, physiological stress, cortisol levels, cortisol secretions and metabolic syndrome. The findings of this study were grouped in an association between cortisol levels and MS, HPA axis activation and MS and psychosocial stress and stressful life events in MS, for better presentation of the studies. The results indicate positive associations and correlations between stress and MS, being important to study how this occurs, as well as develop ways for coping with stress in order to focus on MS prevention strategies

(51)

51 Introdução

O estresse é um estado de desequilíbrio no corpo humano, que prepara o

indivíduo para lutar ou fugir de uma situação ameaçadora, é desencadeado pela

necessidade de recursos pessoais para enfrentar essas situações. Quando a

exposição a estressores é excessiva, o sistema imunológico pode ser prejudicado,

facilitando o surgimento de doenças, tanto contagiosas quanto crônicas que estavam

latentes, como hipertensão arterial e obesidade. A qualidade de vida sofre danos

importantes, também, devido ao impacto psicológico que propicia cansaço mental,

crises de ansiedade e humor depressivo (Lipp & Rocha, 2007).

O estresse tem sido verificado por medidas fisiológicas e de auto-relato. No

aspecto fisiológico, podem-se usar medidas como pressão sanguínea, pulso

cardíaco, respiração e métodos bioquímicos (mensuração de alterações nas

secreções de glicorticóides como o cortisol, catecolamenina e norepinefrina). Essas

medidas são vantajosas pela confiabilidade que apresentam, porém, algumas

dificuldades podem ser encontradas, como a forma de coleta do material - sangue,

urina ou saliva (Branonn & Feist, 2001). Quanto às medidas de auto-relato, estas por

sua vez, incluem escalas de eventos de vida ou cotidianos, dessa forma, é

importante correlacionar com medidas fisiológicas (Oliveira, Silva & Szupszynski,

2011).

Níveis de cortisol séricos foram correlacionados com pressão arterial

aumentada e a liberação do cortisol também foi encontrada em pacientes diabéticos,

o que aumenta o risco de complicações médicas. A ativação do eixo HPA pode ser a

(52)

52 cardiovascular, não é tão clara (Reynolds, et al., 2003 e 2009). E a resposta alterada

para a alimentação não parece ser a principal responsável pela ativação do eixo

HPA na SM.

A SM é um quadro clínico que se caracteriza pela presença de alguns

sintomas, tais como a combinação de obesidade, dislipidemia, resistência à insulina

e hipertensão (I Diretriz Brasileira para Diagnóstico e Tratamento da Síndrome

Metabólica, 2005, NCEP-ATPIII, 2002). A definição oficial destaca uma combinação

de fatores relacionados ao risco de doença cardiovascular, além de tabagismo e

colesterol elevado, os quais são prevalentes nas populações com ganho de peso. A

circunferência abdominal é um fator preditivo de SM, sendo assim, não deve ser

≥102 centímetros para homens e nem ≥88 para mulheres. Também são critérios

diagnósticos: Pressão Arterial: sistólica ≥130 mmHg e diastólica ≥85 mmHg; Glicose

de Jejum: ≥100 mg/dL; Triglicerídeos: ≥150 mg/dL; HDL Colesterol: ≤40 mg/dL para

homens e ≤50 mg/dL para mulheres (NIH, 2008; I Diretriz Brasileira para Diagnóstico

e Tratamento da Síndrome Metabólica, 2005). As doenças cardiovasculares são a

principal causa de morte no Brasil, e o excesso de peso pode predispor a essas

doenças devido a anormalidades no metabolismo dos lipídeos, glicose e pressão

arterial (Santos, Timerman & Spósito, 2002).

Altos níveis de estresse têm sido cada vez mais considerados como fatores

de risco para a saúde, tanto física quanto psicológica (Peralta-Ramírez et al., 2009).

Nesse sentido, intervenções que foquem aspectos emocionais do estresse, bem

como seu manejo, têm crescido. O objetivo deste estudo é realizar uma revisão

sistemática a fim de verificar a associação de estresse, tanto psicológico quanto

(53)

53 Método

Foi realizada uma revisão sistemática, na qual foram buscados artigos

indexados nas seguintes bases de dados: PubMed/Medline (Literatura Internacional

em Ciências da Saúde), Cinahl (Cumulative Index to Nursing and Allied Health Literature), Cochrane (The Cochrane Library), Embase, Web of Science (ISI Web of Knowledge) e Psycinfo no intervalo de agosto de 2006 a agosto de 2011. Os descritores utilizados foram: perceived stress, psychological stress, physiological stress, cortisol levels, cortisol secretions e metabolic syndrome. Os descritores usados nas bases de língua portuguesa e latino-americana (Scielo e Lilacs) foram:

estresse percebido, estresse psicológico, estresse fisiológico, níveis de cortisol,

(54)

54 Figura I: Busca nas bases de dados.

6. Discussão

0 artigo selecionados

0 artigo selecionado

4 artigos selecionados

Cochrane 55 artigos

Busca inicial

1.880 artigos encontrados

perceived stress OR psychological stress OR

physiological stress OR cortisol levels OR cortisol secretions AND metabolic syndrome

Pubmed\MEDLINE 139 artigos

Web of Science 1.408 artigos

Cinahl 216 artigos

Embase 62 artigos

9 artigos selecionados

0 artigo selecionado

2 repetidos (excluídos)

Total: 11 artigos selecionados Psycinfo

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