A UTlLlACAO DA LAVADORA DE LOUCA INDUSTRIAL:
U MA ALTERNATIVA PARA A CENTRAL DE MATERIAL E ESTERILZACAO*
Yukie Yokoyama** Sizue Nakae** Elaie Regain***
Aa Lucia Queiroz Bezea****
RES U MO: Neste estudo as autoras relatam a experiencia desenvolida na Central de Material e Esteriliza9ao de um hospital de grande pote da cidade de Sao Paulo, na utilizaao de uma maquina lavadora de IOU9a de usa industrial, readaptada om temperatura ideal para 0 processo de lavagem de instrumental . 0 estudo apresenta uma forma altemativa de trabalho com diminui9ao do tempo para operacionaliza9ao do seviyo e menor exposi9ao do pessoal aos residuos ogAnicos.
ABSTRACT: This wok is being developed at the material and sterilization center of a large hospital in Sao Paulo city. The authors relates the use of a industrial dish washing machine adapted with a correct temperature for washing surgical instrumental. The study shows a non expensive alternative form to wok, which diminishes time a nd pesonal exposure to the oganic disposal .
U N ITERMOS : Limpeza - Sanitiza9ao - Riscos Ocupacionais - Central d e Material Esterelizado.
1 . INTRODUCAO
Consideamos a Cental de Material e Esteilia :ao (CE) un dos mais impotantes locais do con texto hospitalar, tanto do onto de vista economico como tecnico aministrativo, devido a sua grade abrangencia. Qualquer procedimento realiado no pa ciente, podea obter ou 80 sucesso, entre outros fatores, em fn:ao da qualidade do material utiliado. Todo 0 pocessamento dos artigos medico-hospi talaes nas istiui:oes de saMe, desde a limpeza, sele:ao, acondicionamento, esteriliza:ao, uarda, distribui:ao e contole e de esponsabilidade da CE.
Esta unidade e comosta or divess reas, entre elas a de Expurgo, destinaa ao recebimento e lime a dos atigos sujos e/ou contaminados, povenientes do Centro Cirgico e de outas idades do hospital.
A limpea e a prime ira e mais importate etaa, pa que se atinja a eicacia dos pocedimentos de desinfec:ao ou esteriliza:ao dos artigos.
Em publica:oos sobe 0 assunto, 0 processo de limea e deinido como a emo:ao isica de sujia des, relizada com ag, diciodo, ou mo, sbao ou detergente, de foa nl ou or a:ao meic<4).
A limpeza manual ida e 0 processo mis utili zado no nosso meio e cosiste a lavagem dos istu mentos idividualmente, sob
aa
corete, solu:ao detergente e auxilio de escovas com cerds de nylon.Pa a limpeza mecanica utiliza-se equiamentos como a lavadoaesteilizadoa ou a lavadoa ults sonica, que ossibilitam a desconamia:ao e/ou sa itiza:ao dos artigos medico hospitalares(3).
A eiciecia destes equipmentos deede a sa
Trabalho apresentado como Tema Livre no 45° Conresso Brsileiro de Enfemagem. Olinda-Recife - PE, 28 de novembro a 3 de dezembro de 1 993 .
.. Enfenneiras Supevisoras do Centro Cirurgico e Central de Material do Hospital da Beneicencia Potuguesa de Slo Paulo. . . . Enfemeira da Central de Material e Esteriliza�lo do Hospital da Beneicencia Potuguesa de Slo Paulo .
• • • • Enfermeira Supevisora do Setor de Educa�io em Sevi�o do Hospital da Beneicencia Potuguesa de Slo Paulo.
utiliza�ao adequada, qe inclui a ado�ao das nonas dos fabicantes, ate 0 osicioaeto dos materiais
no seu comarimeto inteno.
Quanto a descoamina�ao ataves da lavadoa ultrass6nica e discutivel, ois a temeratua e 0 temo
utilizdos a exosi�ao dos atigos oo sao sicien tes pa a destrui�ao de microoganismos(S).
o pimeio equiamento utiliado ara lavagem de artigos medico-hospitlaes foi descrito or Walter em 1 938, na autclave vertical, ode se utiliava un ecipiente e a� inox eurado paa coloc�ao de materil sujo. A cesa ea colocada no apaelho que ataves de movimentoS buscos fvoecia a eea �ao da agua o aparelho e no cesto de insumenal. Un tltro de vapor ao udo da dimaa fonecia clor paa a esterilia�ao e produzia a convec�ao. A adi�ao de detegente adeqado, auxiliava a eptor po teinas e saoniar gaxas(S).
o avan�o tecnoloico ven poocionando 0
apecimento de muitos equipamentos o mercado acional e esecialmente inteaciol.
Paa acompahar essa evolu�ao ovos prdutos e tecnicas de limeza sao desenvolvidas. Tudo isso ten acaetado costates adapta�oes o pocesso de limeza de artigos medico-ospitalaes. Porem esses equipamentos sao de alto custo e nem sepe cessi veis s codies ecooics de als itiui�es de le, levdo 0 essoal evolvido ess ativides
a bcar solu�es alteaivas a desevolvimeto do sevi�o, sem eeto pejudicar a sua qlidade.
Desenvolvemos as osss atividades proissio ais como enfeneias nua Cetrl de Material e Esteriliza�ao de un hospital e grande ore da cida de de Sao Paulo, que dispOe de 1 300 leitos, com 0
movimento ciirico em too de 2080 cirugis
mensais, ds quais 50 sao ciurgias cadioloicas.
Paa ateder a essa demanda cirurgica faz-se necessaio a eutilia�ao costante dos insumentais ciiricos existentes. Enetanto isso oo ocoria, e era feqiente 0 atraso no atendimento do movimento
das ciurgis progaadas para 0 dia.
Obsevava-se que 0 maior emo asto no tata mento com os instrumetais ea no seu pocesso de lavagem. Os equipmentos utiliados no osso sevi �o eam as lavadoas ultrassonicas, que devido ao gnde temo de UO, ja apesentavam alguns proble ms e manuten�ao constante, de un eo maior paa ealia�ao do seu ciclo, alem do ruido que po orcionava desconfoto ao essoal que ali tablava. Pelos moivos exostos, sentiu-se a ecessidade da
72 R. Bras. Eferm. Bsilia, v. 47, n. I , p. 7 1·74, jn.lmr. 1994
quisi�o de ovos quipmentos paa lavagem dos tigos, esecialmente os istumentais ciurgicos, visto que enfenavos diarimente problemas di vesos com 0 aaso s ciurgias proas.
Paa tnto passamos a uiliar na lavadoa-sa nitizadoa e lou�a idustrial, ja utiliada M n o elo Sevi�o e Nui�o e Dietetic, idica a
uso na CE ela Comissao de Contole de Ife�o e Qalidde, esoavel ela sel�o e quisi�o e equipametos ospitales.
Este equipamento e utilizdo a lvagem e sanitia�ao de artigos o, como istumentais cir gicos, vidos, plasticos e boachas. No osso sevi� o seu uso e exclusivo a istrumeais, elas eces siades ja citadas anterionente. A capacidde do cesto da lavadoa e paa 1 50 �as or vez. 0 temo or cicIo e 4 minutos, sedo 1 80 segdos a lava gem, 1 0 segudo de pausa e 50 segundos a enxa e. 0 seu fuciomento se pcessa or ua bom ba ceua de alta pessao, comjatos otativos qe fazem com que a agua circule numa teeaa e 9"C. Pa enxague, a agua e imulsioda ataves e jatos suerioes e inferioes nua emeatua e
95°C, ialiado 0 ciclo(6).
A diiculdade apeseda or este equiamento diz eseito a elimi�ao tl de sujides e esiduos aderidas em alguns instumentos. Paa eviar que isto ocora, faz-se necessno peviamente, a imeao des tes em na solu�o enzimatica, bcteriostica e bio degatavel eseciica pa digeir, dissolver e elimi r odoes e sange, pus, fezes e outos materiais oganicos.
A utilia�ao desta lavdoa de lou�a idustil pa lavagem de istumentais cicos en sido cosieada vantajosa els enfeeiras da CE. Poanto, esas se propuseam a elaar sas eeien cis com os seintes objetivos:
- vlidar 0 uso da lavdoa de lou�a industil coo solu�ao alteativa a dinamiar 0 processo de
lavagem dos instumentais ciurgicos, atededo s necessidades do sevi�o;
- poorcionar a diminui�ao dos riscos ocupcionais decorentes da limea manual.
2. METODO
cedas de ailon, sedo 0 maior volume de igos avados analmente.
A ptir de julo de 1991, com a instala9ao da
piea lvaoa de lou9a, 0 prcesso de limeza dos umentais cigicos, continuou 0 mesmo, mais com edu9ao signiicativa da pate anual.
o pocesso de limea dos istrumetais ciruri
cos e ealiado imediatamente a6s 0 usa e obedece
s seguintes etapas:
1.
Os istmentais utilizados os pocedimentos ciiricos sao seados or esecie a sala de ciruri, e encminhados ao Expurgo da CE em caro de inox propio, deviamente cobetos com camos.2. 0 uncioio do Exprgo, devidamente paa menado com luvas de boraca e avental imer meavel, ecebe esseS materiais, disondoos em pias propias de acordo com a es¢Cie.
3 . O s istumenais sao colcados nos cestos plasti cos vzados proprios da lavador, que estao den
o e caixas de iox contendo a solu9ao
eziatica, bacteiosaica e bidegraaveI. 0
toal de instuentos, 150 e9as or cesto, sao
disostos totalmente abertos para facilitar a e mo9Io de sujiades agegaas as suas
aricu-19oes, cremalheias e anhus. 0 temo de
eo s S esta solu9ao e de 3 minutos, eo ese cosidedo suiciee a a em9ao
e ateis ormcos aegdos ao nstental.
4. Pasado esse temo, 0 cesto e etirado e colocado
a lavadoa. Es, que ja esta ligada, atinge ime diamente a temeatua de 90°C, quado se inicia 0 seu cicIo. A dua9ao do cicIo e de 4 mnutos coesondendo a lavagem, pausa e eaie.
5. Desligda a lavado., 0 cesto e retirado e feia a
is;o s e�as, pa se detectar residuos de
sujidades. Nesse momenta procede-se a esco
va9Io manual de alns instumentos, esecial mente os que contem ahus, com a ilidade de gr a efetiviade da Iimea. Passa-se em aua coente.
6. A6s esta etapa, e prcedida a secagem al
dos instumentis, utiliando-se compessas ou toalhas acis.
7. Os instumenais deviamente secos sao colo
cados em caixs de inox e encainados paa a sala de pepao.
Esse pocesso de limeza mecmco-maual, do momenta em que 0 istrumetal cega ao Expugo, ate 0 seU encaminamento paa a saIa de peparo leva
20 minutos. 0 prcesso anterionete utilizado dua va 60 minutos.
3. CONSI DERA;OES FINAlS
Devido aos esltados obtidos com 0 so da lavadora de lou93 ja conamos com tes qelas o sevi90.
Temos vericado que:
- houve dimiui9ao do temo de esera de a
iteven9ao cirurgica pam outa, ela maior api dez na lavagem dos instrmentais;
- a oeacionaliza9ao do pocesso de Iimeza se tonou mais diamica, ois equanto a aquia esa lavando, 0 pessoal esa preaando 0 proximo lote de istrumentis;
- houve redu9ao dos iscos cupacioais com mate iais eurocotantes, devido a menor utili9ao
da Iavagem manal;
- a aceita9ao d' equipamento elo essoal do setor foi bo, ela ausencia de midos;
- a anuten9ao e menos onerosa, com tecologia
simples e dispoibilidade de e9s, no mercado. Recomendamos a utilia9Io desta lavadoa de lou9a industrial como solu9ao 1teativa paa 0 de senvolvimento do trabalho o Expugo de ua Cen tal de Mateial e Esteriliza9ao, visto que 0 esultado ial alcan9ado e de melor qualidade e menor temo
no prcesso de limpea dos instumentais cirgicos,
como tambem or estanos cumprindo uma s nor mas de precau90es univesais ela menor exosi9ao
do essoaI.
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