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Lesões do manguito rotador e fatores associados à reoperação.

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SOCIEDADE BRASILEIRA DE ORTOPEDIA E TRAUMATOLOGIA

w w w . r b o . o r g . b r

Artigo

original

Lesões

do

manguito

rotador

e

fatores

associados

à

reoperac¸ão

Alexandre

Litchina

Carvalho

a,∗

,

Fabrício

Martinelli

b

,

Lucas

Tramujas

b

,

Marcelo

Baggio

b

,

Marina

Spricigo

Crocetta

b

e

Rafael

Olivio

Martins

c

aServic¸odeOrtopediaeTraumatologia,HospitalRegionalSãoJoséHomerodeMirandaGomes,SãoJosé,SC,Brasil

bUniversidadedoSuldeSantaCatarina,Tubarão,SC,Brasil

cOrtoimagemCentrodeOrtopediaeImagem,Tubarão,SC,Brasil

informações

sobre

o

artigo

Históricodoartigo:

Recebidoem9dejunhode2015

Aceitoem13dejulhode2015

On-lineem23dedezembrode2015

Palavras-chave:

Lesãodomanguitorotador

Ombro Reoperac¸ão

r

e

s

u

m

o

Objetivo:AvaliaraprevalênciadeLMR,descreveroperfildopacientereoperado,acausa

darerrupturatendínea,aevoluc¸ãodalesãoeavariac¸ãodetempoentreosprocedimentos

cirúrgicos.

Métodos:Estudocomdelineamentotransversal,queenvolveu604eventoscirúrgicos

fei-tosentrejaneirode2006edezembrode2012,em doishospitaisdereferênciaregional.

Apósaprovac¸ãopelocomitêdeética,osdadosforamcoletadosemumúnicomomento,

descreveu-seoperfilepidemiológicodospacienteseusou-seaclassificac¸ãodeCofieldpara

mensuraraextensãodaslesões,asquaisforamoperadasporviaartroscópicaemtodosos

pacientes.OsdadosforamdigitadosnoprogramaEpinfoversão3.5.3®,eanalisadosnoSPSS

versão18.0®.

Resultados:Entreos604procedimentos,osexofemininoestevepredominantemente

aco-metidocom351(58,1%)equandoomembrodominantefoiodireitoeleesteveacometido

em90%doscasos(p<0,05).Otendãosupraespinhalfoiacometidoem574(95%)casose

aslesõesforamdetamanhomédioem300(49,7%)casos.Foram18(2,98%)reoperac¸ões

eomembrosuperiordireitofoiomaisacometido(66,6%),comcausanãotraumáticaem

12pacientes.Asrelesõesforamemsuamaioriamenores(44%),comotempoentreosdois

procedimentoscirúrgicosquevariouentreseise298semanas.

Conclusão:Sexofeminino,extensãomenornosegundoprocedimentoecausanão

traumá-ticaforamencontradosnamaiorpartedoscasosanalisados.

©2015SociedadeBrasileiradeOrtopediaeTraumatologia.PublicadoporElsevierEditora

Ltda.Todososdireitosreservados.

TrabalhodesenvolvidonoHospitaleMaternidadeSocimedeHospitalNossaSenhoradaConceic¸ão,Tubarão,SC,Brasil.

Autorparacorrespondência.

E-mail:alexandreesm@hotmail.com(A.L.Carvalho).

http://dx.doi.org/10.1016/j.rbo.2015.07.005

(2)

Rotator

cuff

injuries

and

factors

associated

with

reoperation

Keywords:

Rotatorcufftear

Shoulder Reoperation

a

b

s

t

r

a

c

t

Objective: Toevaluatetheprevalenceofrotatorcufftearsanddescribetheprofileof

reope-ratedpatients,causesofrepeatedtendontears,tearevolutionandrangeoftimesbetween

surgicalprocedures.

Method: Thiswasacross-sectionalstudyinvolving604surgicalproceduresperformedat

tworegionalreferralhospitalsbetweenJanuary2006andDecember2012.Afterapprovalby

theethicscommittee,datadescribingthepatients’epidemiologicalprofileweregathered

atasingletime,usingCofield’sclassificationtomeasuretheextentofthetears,allofwhich

underwentarthroscopicsurgery.ThedatawereenteredintoEpiInfo3.5.3andwereanalyzed

usingSPSSversion18.0.

Results:Amongthe604surgicalprocedures,femaleswereaffectedinmorecases(351;58.1%).

Whenthedominantlimbwastherightlimb,itwasaffectedin90%ofthecases(p<0.05).The

supraspinatustendonwasaffectedin574cases(95%)andthetearswereofmediumsizein

300cases(49.7%).Eighteenreoperationswereperformed(2.98%)andtheupperrightlimb

wasthemostaffected(66,6%).Thecausewasnon-traumaticin12patients.Therepeated

tearsweremostlysmaller(44%),andthelengthoftimebetweenthetwosurgicalprocedures

rangedfrom6to298weeks.

Conclusion:Femalegender,smallerextentinthesecondprocedureandnon-traumaticcause

werefoundinmostofthecasesanalyzed.

©2015SociedadeBrasileiradeOrtopediaeTraumatologia.PublishedbyElsevierEditora

Ltda.Allrightsreserved.

Introduc¸ão

A lesão do manguito rotador (LMR) é comum na

prá-tica ortopédica,responsável porcerca de 70%dos quadros

de dor no ombro.1 Sua ruptura completa está

relacio-nada a indivíduos jovens devido a situac¸ões traumáticas,

enquanto que nos pacientes idosos tem como

etiolo-gia a fragilidade tendinosa, com microtraumas repetitivos

relacionados à anatomia acromial e pobre vascularizac¸ão

tendínea.2-4

Adependerdotipodelesãoocorrida,comoempacientes

comsinaisdepinc¸amentosubacromial,otratamentoclínico

comfisioterapiaemudanc¸asdeestilodevidapodepostergar

odeclíniofuncionaldomanguitorotador.Todavia,em

indi-víduosquesofreramrupturacompletaemalgumtendãodo

manguito,otratamentoclíniconãoalcanc¸abonsresultadose

indica-seoreparocirúrgico.5

A pior complicac¸ãoque umpaciente operado por LMR

podeevoluiréarerrupturadotendão,quenecessitadenova

intervenc¸ãocirúrgica.

Escassos são os estudos que dissertam acerca das

reoperac¸õesdomanguitorotador.Contudo,dadosdisponíveis

naliteraturademonstramqueosresultadosobtidossão

inferi-oresaosresultadosdoprocedimentoprimário,commelhoria

dador,masrecuperac¸ãopoucosignificativadafunc¸ãodo

man-guito.

Este trabalho tem como objetivo evidenciar a

prevalên-cia de reoperac¸ões do manguito rotador em determinado

períododetempoefatoresassociadosquelevaramao

insu-cessodoeventocirúrgicoprimário.

Materiais

e

métodos

Trata-sedeestudoobservacionalde tipotransversal

retros-pectivo,comusodeestatísticadescritivaeanalítica,feitocom

pacientessubmetidosàintervenc¸ãocirúrgicadevidoàlesão

domanguitorotadorentre1dejaneirode2006e31de

dezem-brode2012.Noperíodorelatado,ocorreram604cirurgiaspara

correc¸ão de lesão sintomática do manguito rotador, todas

porviaartroscópica,feitaspelomesmocirurgiãoespecialista

e acompanhadas pela mesma equipe ortopédica. Dessas,

36cirurgiasforamfeitasemumhospitaldecaráter

filantró-picoe568emumainstituic¸ãohospitalardecaráterprivado.

Foramconsideradoscritériosdeinclusãopacientes

submeti-dosàcirurgiadoombrodevidoàlesãodomanguitorotador

no período supracitado e nas instituic¸ões mencionadas.

Foramconsideradoscritérios deexclusão pacientesemque

o referido prontuáriomédico apresentava falta de dadose

aquelesqueforamreoperadospelaequipe,contudo,sofreram

suaprimeiraintervenc¸ãocirúrgicaemoutroservic¸o.

Acoletadedadosfoifeitapormeiodaconsultaao

pron-tuáriomédicoepreenchimentodeprotocoloelaboradopelos

pesquisadores.Paraclassificac¸ãodaextensãodaslesõesfoi

usada a classificac¸ão de Cofield: pequena (< 1cm), média

(1-3cm),grande(3-5cm),extensa(>5cm),irreparável(>5cm,

que envolvem dois ou maistendões domanguito rotador,

que não possam ser fechadas sem tensão excessiva após

a liberac¸ãode aderênciasintra eextra-articulares, do

liga-mento coracoumeraledointervalorotador eda incisãoda

cápsula). Otempodesintomatologia atéo primeiroevento

(3)

Tabela1–Característicasdospacientescomlesões

domanguitorotador

Variáveis N(604)

Sexo,%

Masculino 253(41,9)

Feminino 351(58,1)

Idade(anos) 55,2±10,5

Reoperados,% 18(2,98)

Fonte:Elaboradapeloautor,2014.

Tabela2–Relac¸ãoentremembroacometidoemembro

dominante

Direito Esquerdo

Membrodominante n(%) n(%) Valorpa

Direito(n=387) 350(90,4) 37(9,6) <0,01

Esquerdo(n=217) 67(30,9) 150(69,1) >0,05

Fonte:Elaboradapeloautor,2014.

a Testedequi-quadradodePearson.

respectivamente, em meses e semanas. O motivo da

reintervenc¸ãofoicategorizadoemcausastraumáticasenão

traumáticas. Quanto aos tendões acometidos observou-se

lesão do supraespinhal, infraespinhal, redondo menor ou

subescapular.Noqueserefereaotamanhodalesãono

proce-dimentosecundário,elasforamclassificadascomomaiores,

menoresoudomesmotamanhoemrelac¸ãoaoprocedimento

cirúrgicoprimário.

Emrelac¸ão aosprocedimentosassociadosverificaram-se

acromioplastia,bursectomia,tenotomiaoutenodesedocabo

longodobíceps.

Asvariáveissociodemográficas estudadasforamidade e

gênero.Quantoàscomorbidades,foiconsideradaapresenc¸a

dehipertensãoarterialsistêmica,diabetesmellitus,tabagismo

eoutrascomorbidades.

Naanálise estatística,os dadosforamdigitados no

pro-gramaEpinfo®versão3.5.3eanalisadosnoSPSS®versão18.0.

As variáveis quantitativas foram descritas por meio de

médiaedesviopadrão,asvariáveisqualitativaspormeiode

frequênciaabsolutaerelativa.Paracomparac¸ãodasmédias

recorremosaotestetdeStudent.Ostestesdoqui-quadrado

ouexatodeFisher,quandoapropriados,foramusadospara

testarasignificânciaestatísticanasdiferenc¸asobservadasnas

proporc¸õesdasvariáveiscategóricaseconsiderou-se

estatis-ticamentesignificativoumvalordep<0,05%bicaudal.

Estetrabalhofoisubmetidoàapreciac¸ãoeaprovac¸ãodo

ComitêdeÉticaemPesquisasoboprotocolon◦.12.416.4.01.III.

Resultados

Dentreas604cirurgiasparacorrec¸õesdelesõesdomanguito

rotador,houveumpredomíniodeprocedimentosem

pacien-tesdosexofeminino,com351(58,1%).Amédiadeidadefoi

de55,2anos(DP±10,89anos)e18(2,98%)dospacientesforam

reoperados(tabela1).

Omembrodominanteepredominantementeacometidofoi

odireito(tabela2).

Tabela3–Padrãodeacometimentoeextensão

daslesões

Tamanhodalesão n(%)

Pequena 95(15,7)

Média 300(49,7)

Grande 146(24,2)

Extensa 62(10,3)

Irreparável 1(0,14)

Tendõesacometidos n(%)

Supraespinhal 574(95)

Subescapular 225(37,3)

Infraespinhal 28(4,6)

Redondomenor 1(0,14)

Fonte:Elaboradapeloautor,2014.

Quanto ao padrão de acometimento e extensão das lesões,amaiorpartedosdoentesapresentoulesãode tama-nho médio. O tendão mais acometido foi o supraespinhal (tabela3).

Avaliando-seapenasospacientesqueforamreoperados,

constatou-sequeamédiadeidadefoide57,5anos(±12,3);13

(72,3%)eramportadoresdealgumacomorbidade.Avariac¸ão

de tempoentreoiníciodossintomaseadatada primeira

cirurgiareparadorafoiemmédiade12,1meses,comtempo

mínimo de dois emáximode 36. Porsua vez,a diferenc¸a

de tempoentrea primeiraesegunda cirurgiafoi deseis a

298 semanas,commedianade 78,5semanas

(aproximada-mente20meses)(tabela4).

Emrelac¸ãoaomotivoparareoperac¸ão,acausanão

trau-máticafoiamaisfrequente:12(66,6%).Quantoàextensãoda

lesão,aslesõesmédiasforamasmaisprevalentes(tabela4).

Discussão

A taxa de reoperac¸ões de LMR é variável, depende da

populac¸ãoestudadaedaviadeacessousadanoprimeiro

pro-cedimento,podevariaraumataxade3a12%.6-8Durantesete

anos,aequipeortopédicaresponsávelpelopresenteestudo

obteveumataxade2,98%derecidivassintomáticasdelesões

domanguitorotador.9

Somenteexamesdeimagemnãosãoparâmetrosparaa

indicac¸ão deumsegundoevento cirúrgico.SegundoIanotti

et al.,10 emumaressonância magnéticafeita quatro

sema-nas após a cirurgia para reparo do manguito rotador, o

ombro operadoapresentou umalinha de fibrose cicatricial

de difícil diferenciac¸ão em relac¸ão às lesões. Com esses

dados, tornam-se essenciais anamnesedetalhada eexame

físicominucioso,vistoquepacientesassintomáticosnãotêm

indicac¸ãodecirurgia,emboraapresentemalterac¸ãofrentea

exames de imagem.10-12 Seguindo tal raciocínio, todos os

18casosreoperadosnesteestudoapresentaramalgumgrau

dedorelimitac¸ãodemovimentoe,conformeosparâmetros

acimacitados,somenteapósaavaliac¸ãoortopédicadetalhada

domembroacometidoprocedeu-seàavaliac¸ãopormeiode

umexamedeimagemadequado.

Uma grande diversidade de fatores pode causar falha

doreparo primárioeprovocar umarecidivada lesão.6-10 A

(4)

Tabela4–Descric¸ãodospacientesreoperados

N Id Sexo Membro dominante

acometido

Extensão 1acirurgia

Extensão 2acirurgia

T1(meses) T2(sem) Motivo ProcA. Com

1 58 M Sim Extensa Extensa 2 20 Traum. Sim Sim

2 64 F Não Grande Média 24 86 Nãot. Sim Sim

3 61 F Sim Pequena Média 8 176 Nãot. Sim Sim

4 40 M Sim Média Pequena 24 79 Nãot. Sim Não

5 50 M Não Extensa Média 18 32 Nãot. Sim Sim

6 67 F Sim Média Média 9 52 Traum. Sim Não

7 60 M Não Grande Média 8 298 Nãot. Sim Sim

8 69 F Sim Média Média 10 78 Traum. Sim Sim

9 53 F Sim Média Média 6 91 Nãot. Sim Não

10 66 F Sim Média Grande 7 99 Nãot. Sim Sim

11 69 F Sim Grande Média 9 26 Nãot. Não Sim

12 62 M Sim Grande Irreparável 24 224 Nãot. Sim Sim

13 30 F Não Média Pequena 36 27 Traum. Sim Não

14 33 M Sim Média Média 18 26 Traum. Sim Não

15 52 F Sim Média Média 6 60 Nãot. Sim Sim

16 66 F Sim Grande Pequena 4 174 Nãot. Sim Sim

17 69 F Sim Grande Média 3 6 Traum. Não Sim

18 66 F Não Grande Média 2 123 Nãot. Sim Sim

Id,idade;M,mas;F,fem;T1,tempoentreiníciodossintomaseprimeiracirurgia;T2,diferenc¸adetempoentreos2procedimentos;T2, diferenc¸adetempoentreos2procedimentos;Traum,traumático;Nãot.,nãotraumático;ProcA.,procedimentoassociado;Com,comorbidades. Fonte:Elaboradapeloautor,2014.

érelacionadaàslesõesgrandeseextensas.6,7,10 Entretanto,

nãofoipossívelobtertalrelac¸ãonopresenteestudo.

OutracausaderecidivasintomáticadeLMRéafalhana

descompressãodoespac¸osubacromial.13Em2011,umestudo

canadenselideradoporMcDonaldetal.14comparou

resulta-dosdereparosartroscópicosdomanguitorotadorcomesem

acromioplastiaenãoobtevediferenc¸asquantoàreabilitac¸ão

funcionaleàqualidadedevidaemambososgrupos.

Entre-tanto, a maiortaxa de recidiva foi observadano grupo de

pacientesemquenãofoifeitaacromioplastia.Essefatofoi

observadoemnossoestudo,vistoque,dos18pacientes

reo-perados,aacromioplastiafoi necessárianagrandemaioria

(88,9%).

Traumaéoutracausarelatadadererrupturadomanguito

rotador.7,15-17 Emumestudoque avaliou 63pacientes com

menos de 50 anos, faixa etária em que o trauma é mais

prevalente como desencadeante da LMR, Miyazaki et al.18

observaram otrauma como causade duas das quatro

rer-rupturas,essascomintervalosdeoitoe24semanasapóso

primeiroevento cirúrgico. Nossa casuísticaevidenciou seis

casos(33,3%)emqueotraumafoideclaradopelospacientes

comoo fatorcausal doretornodasintomatologia e

conse-quente rerruptura do manguito rotador. Desses,três (50%)

porquedasobreomembroetrês (50%)pormovimentac¸ão

domembroalémdosuportável.Dessesseispacientes,assim

comoemMiyazakietal.,19dois(33%)abaixode50anos,com

avariac¸ãodetempoentreosdoisprocedimentoscirúrgicos

de26e27semanas(casos14e13respectivamente).Todavia,

a amostra de pacientes em nosso estudo foi

aproximada-mentedezvezesmaiordoquea doestudopaulista acima

citado, obteve-se semelhante resultado na faixa etária em

questão.

Pós-operatórioinadequadoeinfecc¸ãonãoforam

eviden-ciados como causa de relesão em nosso trabalho. George

etal.7 verificaram1,9%deinfecc¸ãolevandoàrerrupturado

manguitorotadorem360pacientes,osquaisforamtratados

comantibióticos,desbridamentoeressuturaeevoluíramcom

resultadossatisfatórios.

Ainfluência decomorbidadescomo causasindiretas de

déficits cicatriciaisjáfoi questionadaemestudos. Almeida

etal.20analisaramarelac¸ãoentretabagismoefalhanasutura

artroscópica de pacientes operadospor lesão domanguito

rotadorerelataramqueospacientesfumantesapresentam

resultados adversos em relac¸ão aos não fumantes apenas

quandoportadoresdelesõesgrandeseextensas.Emnosso

estudodemonstrou-seapenastrês(16,6%)casosde

tabagis-tasentreos18pacientesreoperados.Assimcomoosdados

sugeridosporAlmeidaetal.,20doiscomlesõesextensaseum

comlesãogrande(casosum,cincoeseterespectivamente).

Ocasoumrelatoutraumacomofatorcausal doretornoda

sintomatologia.

Pacientes com lesões crônicas apresentam uma

substituic¸ão de tecido muscular por feixes gordurosos e

talalterac¸ãoanatômicaédefundamentalimportância

prog-nóstica.Quanto maistempoumpacienteestiver comuma

lesão domanguitorotador,maioradegenerac¸ãogordurosa

que esse apresentará, fatordeterminante no prognósticoe

napossibilidadedereoperac¸ão.7Nãosesabeaocertoapartir

dequantotempoportandoumalesãodomanguitorotador

inicia-sealipossubstituic¸ão.Contudo,casoscrônicos(>seis

meses)apresentam maiortendência.7 Emnossa casuística,

a maioria dos pacientes reoperados tinha lesões crônicas,

apresentavaentãopelomenosumfatordemauprognóstico

frenteàtentativadereparocirúrgico.

Noqueimplicaotamanhodalesãofrenteàreintervenc¸ão,

nossos dados assemelham-se àqueles citados naliteratura

quantoàtendênciadeasrelesõesseremmenoresdoqueas

(5)

Noque tangeà abordagem deuma lesão recidivadado

manguitorotador,aviade acessode escolhaque

demons-tra bons resultados pós-operatórios desde seu surgimento

e aperfeic¸oamento é a artroscópica.6 Quanto ao

procedi-mentousadonasegundaoperac¸ão,apósumestudorevisional

Georgeet al.7 relataram melhores resultadosquando avia

artroscópicafoi usadapara areintervenc¸ão.Com relac¸ão a

talassunto, Miyazakiet al.19 publicaramaproximadamente

80% de resultados ruinsquando usaram a via aberta para

reoperac¸ão,assimcomoDeOrioetal.,21quetambém

obtive-rammaiorquantidadederesultadosruinspelaviaabertae

deramsuportecientíficoàabordagemartroscópica,aqualfoi

usadaparareintervenc¸ãocirúrgicanos18casosanalisados.

Conclusão

Obtivemos2,98%depacientesreoperadosparalesãodo

man-guitorotador.Emsuamaioria,ospacientesreoperadosforam

dosexofeminino,commembrodireito dominantee

mem-brosuperiordireitopredominantementeacometido,alémde

seremgrandeparteportadoresdealgumacomorbidade

sis-têmica.

Namaioriadoscasosacausanãotraumáticafoiatribuídaà

relesãoeacausatraumáticaestárelacionadaaadultosjovens.

Demaneirageralaextensãodalesãosemanteveoufoimenor

quandocomparada coma primeira cirurgia. Avariac¸ão de

tempoentreos dois procedimentoscirúrgicos foi

extrema-menteampla,maisprecocequandoomotivodareintervenc¸ão

foitraumático.

Conflitos

de

interesse

Osautoresdeclaramnãohaverconflitosdeinteresse.

r

e

f

e

r

ê

n

c

i

a

s

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Referências

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