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Artigo
Original
Artrodese
ainda
é
uma
boa
indicac¸ão
na
artrose
não
inflamatória
do
punho?
夽
Bruno
de
Araujo
Silva
a,∗,
Marcos
Vinícius
Marciano
Campos
de
Souza
a,
Felipe
Moura
Carrasco
a,
Gustavo
Adolfo
Costa
Melo
a,
Luiz
Eduardo
Luz
Barreiros
ae
Pedro
José
Labronici
baHospitalEstadualdeTraumatologiaeOrtopediaDonaLindu,ParaíbadoSul,RJ,Brasil bFaculdadedeMedicinadePetrópolis(FMP),Petrópolis,RJ,Brasil
informações
sobre
o
artigo
Históricodoartigo:
Recebidoem30dejulhode2014 Aceitoem18desetembrode2014 On-lineem18deagostode2015
Palavras-chave: Artrose Punho
Artrodesedopunho
r
e
s
u
m
o
Objetivo:Avaliarobjetivaesubjetivamentea func¸ãodopunho,apósartrodesetotal, em pacientescomsequelasdeartritenãoinflamatóriatratadoscomfixac¸ãointernarígidacom placatipoDCP.
Métodos:Foramtratados32pacientescomsequelasdeartritedegenerativanãoinflamatória comartrodesetotaldopunho.Desses,doisforamtratadoscomfiosdeKirschnerequatro descontinuaramotratamento.Restaram26.Asindicac¸õesparaaartrodesedopunhoforam pacientescompatologiasintracarpais.Oitopunhosapresentavamsequeladefratura radi-odistal,13sequelasdefraturadoescafoideecincosequelasdedoenc¸adeKienbock.Foram usadosparaaavaliac¸ãoaescalavisualanalógica(EVA),otestedeforc¸amuscular,oteste funcionaldeJebsen-TayloreotestedeBuck-Gramcko.
Resultados:Observou-senãoexistirentreaspatologiasdiferenc¸asignificativa,nonívelde 5%,nasvariáveisdaforc¸adepreensão,EVA,testefuncionaldeJebsen-Taylorede Buck--Gramcko/Lohmann.
Conclusão:Aartrodesetotaldepunho,complacanaregiãodorsal,demonstrouseruma técnicaeficienteeseguraparaospacientescomdiferentestiposdepatologiasdeartrosede punho,pornãocausarincapacidadefuncionalimportanteetrazerumgrandealíviodador. ©2014SociedadeBrasileiradeOrtopediaeTraumatologia.PublicadoporElsevierEditora Ltda.Todososdireitosreservados.
夽
TrabalhofeitonoHospitalEstadualdeTraumatologiaeOrtopediaDonaLindu,ParaíbadoSul,RJ,Brasil.
∗ Autorparacorrespondência.
E-mail:brunoaraujo.ortopedia@hotmail.com(B.deAraujoSilva). http://dx.doi.org/10.1016/j.rbo.2014.09.016
Is
arthrodesis
still
a
good
indication
for
non-inflammatory
arthrosis
of
the
wrist?
Keywords: Arthrosis Wrist
Arthrodesisofthewrist
a
b
s
t
r
a
c
t
Objective: Theaimofthisstudywastoobjectivelyandsubjectivelyevaluatewristfunction aftertotalarthrodesis,amongpatientswithsequelaeofnon-inflammatoryarthritiswho weretreatedwithrigidinternalfixationusingaDCPplate.
Methods: Thirty-twopatientswithsequelaeofnon-inflammatorydegenerativearthritis weretreatedusingtotalarthrodesisofthewrist.Ofthese,twopatientsweretreatedwith Kirschnerwiresandfourdiscontinuedthetreatment,thusleaving26patients.The indi-cationforarthrodesisofthewristwasthepresenceofintracarpalpathologicalconditions: eightwristspresentedsequelaefromfracturesofthedistalradius;13hadsequelaefrom fracturesofthescaphoid;andfivehadsequelaefromKienbock’sdisease.Thecaseswere evaluatedusingthevisualanaloguescale(VAS),themusclestrengthtest,theJebsen-Taylor functionaltestandtheBuck-Gramckotest.
Results: Itwasobservedthattherewerenosignificantdifferencesatthelevelof5%,inthe variablesofgripstrength,VAS,Jebsen-TaylorfunctionaltestorBuck-Gramcko/Lohmann test,betweenthepathologicalconditions.
Conclusion: Totalarthrodesisofthewristusingaplateinthedorsalregionwasshowntobe asafeandefficienttechniqueforpatientswithdifferenttypesofpathologicalarthrosisof thewrist,sinceitdidnotcauseanyimportantfunctionalincapacityandbroughtgreatpain relief.
©2014SociedadeBrasileiradeOrtopediaeTraumatologia.PublishedbyElsevierEditora Ltda.Allrightsreserved.
Introduc¸ão
Aartrodesetotaldopunhosetornouumprocedimentopadrão paraasartritesdegenerativasdopunho.1,2Tradicionalmente,
a artrodese do punho é o tratamento para as artrites do punhoquenãorespondemaotratamentocommedicamentos anti-inflamatórios,imobilizadoreseinjec¸õescom corticoste-roides,apesardediminuirsubstancialmenteafunc¸ãodessa articulac¸ão.3
Existem várias causas de artrite dessa articulac¸ão, que incluem: sequela de fratura intra-articular, consolidac¸ão viciosa após fratura distal do rádio, ruptura dos ligamen-tosinterósseos, necroseavascular, doenc¸as inflamatóriase doenc¸ascongênitas.2Noscasosdedoenc¸asnãoinflamatórias,
aartrodesedopunhoproporcionaalíviodadoreaumentaa forc¸adepreensãodamão.
Inúmerastécnicasforamusadasparaafeiturada artro-desedopunho, comoo usodefiosde Kirschnercruzados, pinosintramedulareseplacaseparafusosassociadosounão aoempregodeenxertoósseo.4,5Afixac¸ãointernarígidacom
osdiferentes tiposde placas,além de reduzira dore per-mitir o retorno ao trabalho, tornou a osteossíntese fácil e segura.Comousodaplacadorsal,foramencontrados resul-tadosentre 93e 100%de consolidac¸ãoe baixosíndicesde complicac¸ões.1,2,6-9
O objetivo deste estudo foi avaliar a func¸ão do mem-bro após artrodese total do punho em pacientes com sequelas de artrite não inflamatória, tratadoscom fixac¸ão interna rígida com placa tipo DCP na região dorsal do punho.
Material
e
métodos
De 21 de outubro de 2010 a janeiro de 2014 foram trata-dos32 pacientes com sequelasde artritedegenerativanão inflamatóriacomartrodese totaldopunho, apósaprovac¸ão peloComitêdeÉticadohospital.Desses,doisforamtratados comfiosdeKirschnerequatrodescontinuaramotratamento. Restaram 26. Os fatores de inclusão foram pacientes com sequelasdefraturasintra-articularesdopunho,consolidac¸ão viciosaapósfraturadistaldorádioepatologiascarpais restri-tivas(p.e.doenc¸adeKienbock).Osfatoresdeexclusãoforam doenc¸asdegenerativasinflamatóriasepatologiasextracarpais (p.e.doenc¸asneuromusculares,lesõesdepartesmoles periar-ticulares,ressecc¸õestumoraisesequelasdelesõesnervosas). Todosospacientesforamtratadoscomfixac¸ãointernarígida complacatipoDCPnaregiãodorsaldopunho.Ogênero,a idade,oladoeadominânciasãodemonstradosnatabela1.
Asindicac¸õesparaaartrodesedopunhoforampacientes com patologiasintracarpais.Emoitopunhos apresentavam sequeladefraturaradiodistal,em13sequelasdefraturado escafoideeemcincosequelasdedoenc¸adeKienbock.
Técnicacirúrgica
Todosospacientesforamoperadossobanestesiageral com-plementada com bloqueio do plexo braquial e isquemia pneumática domembroacometido.A via deacesso dorsal longitudinalfoi feita sobreoterceiro metacarpiano.O reti-náculodosextensoresfoiabertoentreo3◦ eo4◦ túneis.O
Tabela1–Descritivageraldacasuística
Tipo Descric¸ão Quantidade Percentual
Gênero Masculino 20 77%
Feminino 6 23%
Lado Direito 17 65%
Esquerdo 9 35%
Dominância Sim 17 65%
Não 9 35%
Idademédia50,38anoscomdesviopadrãode11,44anos Fonte:Arquivosdoservic¸o.
radialeoextensorprópriodoindicadorecomumdosdedos pararegiãoulnar.Aneurectomiadoramoterminaldo inte-rósseo posterior foi feita de rotina.A cápsula articular foi abertaemdoisretalhosemforma deUcom basesradiale ulnar.Acartilagemdasarticulac¸õesradiocarpaleintercapal foiremovidaatéoossosubcondral,assimcomonotubérculo de Lister. Optamospela curetagem daface dorsal do capi-tatoedabordadistaldorádio.Fizemoscurativotemporário eliberac¸ãodogarrotepneumático.Oenxertoósseo retangu-lardacristailíacafoiretiradodaregiãoipsilateral,alémdo ossoesponjoso.Fizemosnovamenteaisquemiapneumática domembroeremovemosocurativotemporário.Oenxerto ósseoesponjosofoicolocadonasarticulac¸õesradiocarpal e intercarpal.AplacaDCPdepequenosfragmentosfoi mode-ladacomângulomédiode10◦emextensãoeosteossíntese foifeitasobosprincípiosdatécnicaAO,comseiscorticaisno terceirometacarpianoeentreseiseoitocorticaisnorádio,sob controledaradioscopia.Noespac¸oentreocapitatoeaplaca colocamos,sobpressão,oblocoósseodacristailíaca.Nãofoi usado,então,parafusodefixac¸ãonocarpo.Acápsula articu-larfoi fechadaquandopossível.Emtodososcasosfizemos ofechamentodoretináculodosextensoreseasuturadepele compontossimples.Nãousamosdrenosouimobilizac¸ãocom talas,apenascurativoscompressivos.Ospacientesforam ori-entadosamobilizarativamenteosdedosnopós-operatório imediato.Os pacientesforam vistos naprimeira,terceirae sextasemanas.Depois,revisõesbimestraisatéosextomêsde pós-operatório.
Avaliac¸ãosubjetiva
Ospacientesforamsolicitadosafazeravaliac¸ãosubjetivada dornopós-operatóriocomousoda escalavisualanalógica (EVA).10 A EVA é uminstrumento eficiente para a medida
daintensidadedadoretemsidousadanaspesquisaseem ensaios clínicos. Esse instrumento consiste emuma linha horizontal de 10cm. Em uma das suas extremidades está indicado“semdor”enaoutra“piordorpossível”.Opaciente ésolicitadoamarcarnessalinhaopontoquecorrespondeao níveldaintensidadedadorqueapresentanomomento.
Avaliac¸ãoobjetiva
Foramanalisadasasradiografiasemanteroposterioreperfil detodosospacientesparadeterminaraposic¸ãodafixac¸ãodo punhoeotempodeconsolidac¸ão.
Tabela2–Pontuac¸ãodeBuck-Gramcko/Lohmann
Critérios Pontuac¸ão
Arcodemovimentodosdedoseantebrac¸o
Extensãodametacarpofalangeananormalou déficitdiscreto
3
Déficitdaextensãodametacarpofalangeana -1
Déficitdaflexãodigital -1
Déficitdapronossupinac¸ão -1
Usodamão
Completa 2
Limitadaparausosespeciais 1 Limitadaparaatividadesdiárias 0
Dor
Semdor 2
Dordurantetrabalhopesado 1 Dordurantetodasasatividades 0
Preensão
75-100%doladonormal 2
50-75% 1
<50% 0
Avaliac¸ãosubjetiva
Melhoria 1
Pioria -2
Excelente,9-10;Bom,7-8;Satisfatório,5-6;Pobre,<5.
A avaliac¸ãofuncionalincluiuo testedeforc¸amuscular, noqualfoiusadoumdinamômetroparapreensãomanual; otestefuncionaldeJebsenetal.,11queécompostodetarefas
manipulativassemelhantesàquelasfeitascotidianamente,e é dividido em sete subtestes: (1) escrita, (2) simulac¸ão da tarefa de virar cartas, (3) levantamento de objetos peque-nos, (4)simulac¸ãodousodacolherparaaalimentac¸ão,(5) empilhamento deblocos (i.e.,pec¸as dojogode damas), (6) levantamentodeobjetosgrandeselevese(7)levantamento de objetosgrandesepesados.Oescorepercentualéobtido apartirdevalorespadronizadosemcaso-controleefetuados pelopróprioautor;otestedeBuck-Gramcko,12queé
especí-ficoparaartrodese,seconstituideumaavaliac¸ãoobjetivada artrodese,conformeatabela2.
Metodologiaestatística
Aanálisedescritivaapresentounaformadetabelasosdados observados, expressospor média, desviopadrão, mediana, mínimo emáximoparadadosnuméricosefrequência(n)e percentual(%)paradadoscategóricos(qualitativos).
Tabela3–Descritivadasvariáveisnaamostratotal
Variável n média DP mediana mínimo máximo
Forc¸adepreensão-punhoartrodesado(kg) 26 17,6 11,2 14,7 1,7 42,8 Forc¸adepreensão-punhonãoartrodesado(kg) 26 31,3 10,0 32,8 10,2 46,9
Deltadaforc¸adepreensão(kg) 26 -13,7 12,5 -13,8 -39,8 7,4
Deltarelativodaforc¸adepreensão(%) 26 -41,7 36,8 -47,7 -90,7 32,7
EVA-antes(pontos) 26 8,9 1,4 10 4 10
EVA-depois(pontos) 26 3,2 2,9 3 0 10
DeltadaEVA(pontos) 26 -5,7 3,0 -5,5 -10,0 1,0
DeltarelativodaEVA(%) 26 -64,2 31,3 -63,3 -100,0 11,1
Tempototal-punhoartrodesado(seg) 26 115,0 76,8 86,9 56,6 351,4 Tempototal-punhonãoartrodesado(seg) 26 90,6 23,1 89,3 48,5 139,8
Deltadotempototal(seg) 26 24,4 67,5 3,4 -27,2 247,7
Deltarelativodotempototal(%) 26 24,3 63,0 4,2 -25,4 238,8
Buck-Gramcko/Lohmann(pontos) 26 5,3 3,2 5,5 0 10
DP,desviopadrão. Fonte:Arquivosdoservic¸o.
Resultados
Otempomédiodeconsolidac¸ãonototaldaamostrafoide10,8 semanas.Asequela defraturaescafoideapresentoutempo médiode10,4semanas(entreseise20).Paraasequelade fra-turaradiodistalotempomédioregistradofoide9,4semanas (entrecincoe24).ParaasequeladeKienbockobservamoso tempomédiode11,6semanas(entreoitoe18).Éimportante ressaltarquenãoocorreramcasosdepseudartrose.Otempo deseguimentodototaldaamostrafoide18,5meses.
Caracterizac¸ãodaamostradoestudo
Esteestudotemporfinalidadetrac¸arumperfildos26 pacien-tesapósartrodesedopunho.
Odelta absoluto correspondeà diferenc¸ada medida do punho artrodesado menos a medida do punho não artro-desado. Neste estudo, delta negativo expressa kg/pontos/ segundosamenosemrelac¸ãoaopunhonãoartrodesado.
O delta relativo correspondeao percentualda diferenc¸a entreosdoispunhosemrelac¸ãoaopunhonãoardrodesado. Nesteestudo,deltarelativonegativoexpressaopercentualde kg/pontos/segundosamenosemrelac¸ãoaopunhonão ardro-desado.
Astabelas3-6fornecemmédia,desviopadrão(DP), medi-ana,mínimoemáximodasvariáveisnaamostratotalenas diferentespatologias:sequeladafraturadoescafoide,da radi-odistaledoenc¸adeKienbock,respectivamente.
Atabela7forneceafrequência(n)eopercentual(%)das variáveiscategóricasnaamostratotalenasdiferentes pato-logias.
Opróximoobjetivofoiverificarseexisteentreas patolo-giasdiferenc¸asignificativanasvariáveis:aforc¸adepreensão, aescalaEVA,otestefuncionaldeJebsen-Tayloreode Buck--Gramcko.
Atabela8fornecemédia,desviopadrão(DP) emediana dasvariáveisdaforc¸adepreensão,escalaEVA,teste funcio-naldeJebsen-TayloredeBuck-Gramckosegundoapatologia (sequeladefraturadoescafoide,daradiodistaledoenc¸ade
Tabela4–Descritivadasvariáveisdasequeladafraturadeescafoide
Variável n média DP mediana mínimo máximo
Forc¸adepreensão-punhoartrodesado(kg) 13 20,2 12,2 14,0 5,4 42,8 Forc¸adepreensão-punhonãoartrodesado(kg) 13 35,5 6,8 35,8 22,6 46,9
Deltadaforc¸adepreensão(kg) 13 -15,2 12,9 -17,7 -36,2 7,4
Deltarelativodaforc¸adepreensão(%) 13 -41,8 37,4 -57,5 -83,5 32,7
EVA-antes(pontos) 13 8,5 1,7 9 4 10
EVA-depois(pontos) 13 2,9 2,6 3 0 7
DeltadaEVA(pontos) 13 -5,5 2,5 -5,0 -10,0 -3,0
DeltarelativodaEVA(%) 13 -67,2 28,5 -70,0 -100,0 -30,0
Tempototal-punhoartrodesado(seg) 13 106,3 79,2 71,9 56,6 351,4 Tempototal-punhonãoartrodesado(seg) 13 84,6 22,2 82,4 48,5 111,3
Deltadotempototal(seg) 13 21,7 70,2 2,1 -25,9 247,7
Deltarelativodotempototal(%) 13 21,8 68,1 2,0 -25,4 238,8
Buck-Gramcko/Lohmann(pontos) 13 5,6 2,6 6,0 1 10
Tabela5–Descritivadasvariáveisdasequeladefraturaradiodistal
Variável n média DP mediana mínimo máximo
Forc¸adepreensão-punhoartrodesado(kg) 8 15,2 10,2 15,7 3,9 30,0 Forc¸adepreensão-punhonãoartrodesado(kg) 8 30,8 9,9 27,3 19,3 44,0
Deltadaforc¸adepreensão(kg) 8 -15,7 14,2 -15,7 -39,8 3,4
Deltarelativodaforc¸adepreensão(%) 8 -47,3 38,8 -53,8 -90,7 15,4
EVA-antes(pontos) 8 9,1 1,2 10 7 10
EVA-depois(pontos) 8 3,1 2,6 4 0 8
DeltadaEVA(pontos) 8 -6,0 3,0 -5,0 -10,0 -2,0
DeltarelativodaEVA(%) 8 -64,6 27,3 -58,6 -100,0 -20,0
Tempototal-punhoartrodesado(seg) 8 102,5 30,0 97,9 61,0 147,0
Tempototal-punhonãoartrodesado(seg) 8 93,6 15,6 95,4 72,3 118,7
Deltadotempototal(seg) 8 8,9 31,8 0,7 -17,6 74,7
Deltarelativodotempototal(%) 8 12,0 41,0 0,9 -18,3 103,2
Buck-Gramcko/Lohmann(pontos) 8 5,4 3,7 5,0 0 10
DP,desviopadrão. Fonte:Arquivosdoservic¸o.
Tabela6–Descritivadasvariáveisdasequeladadoenc¸adeKienbock
Variável n média DP mediana mínimo máximo
Forc¸adepreensão-punhoartrodesado(kg) 5 14,7 10,3 11,8 1,7 26,5 Forc¸adepreensão-punhonãoartrodesado(kg) 5 21,3 11,6 21,6 10,2 39,0
Deltadaforc¸adepreensão(kg) 5 -6,6 7,0 -10,1 -12,5 2,2
Deltarelativodaforc¸adepreensão(%) 5 -32,5 38,1 -32,1 -85,6 10,2
EVA-antes(pontos) 5 9,8 0,4 10 9 10
EVA-depois(pontos) 5 4,2 4,4 4 0 10
DeltadaEVA(pontos) 5 -5,6 4,7 -6,0 -10,0 1,0
DeltarelativodaEVA(%) 5 -55,8 47,6 -60,0 -100,0 11,1
Tempototal-punhoartrodesado(seg) 5 157,7 116,8 112,5 65,8 350,7 Tempototal-punhonãoartrodesado(seg) 5 101,5 33,6 81,8 73,9 139,8
Deltadotempototal(seg) 5 56,3 100,9 4,7 -27,2 214,1
Deltarelativodotempototal(%) 5 50,5 82,4 6,3 -19,5 156,8
Buck-Gramcko/Lohmann(pontos) 5 4,6 4,2 3,0 0 10
DP,desviopadrão. Fonte:Arquivosdoservic¸o.
Tabela7–Descritivadasvariáveisnaamostratotalenasdiferentespatologias
Variável Total(n=26) Escafoide(n=13) Radiodistal(n=8) Kienbock(n=5)
n % n % n % n %
Ladoartrodesado
Direito 17 65,4 9 69,2 6 75 2 40
Esquerdo 9 34,6 4 30,8 2 25 3 60
Ladodominante
Direito 17 65,4 9 69,2 6 75 2 40
Esquerdo 9 34,6 4 30,8 2 25 3 60
Resultado
Excelente 5 19,2 2 15,4 2 25 1 20
Bom 4 15,4 2 15,4 1 12,5 1 20
Satisfatório 5 19,2 4 30,8 1 12,5 0 0
Pobre 12 46,2 5 38,5 4 50 3 60
Fonte:Arquivosdoservic¸o.
Kienbock) e o correspondente nível descritivo (p valor) da AnovadeKruskal-Wallis(nãoparamétrica).
Observou-se não existir entre as patologias diferenc¸a significativa, no nível de 5%, nas variáveis da forc¸a de
preensão, EVA,testefuncionalde Jebsen-Taylorede Buck--Gramcko/Lohmann.
T abela 8 – Análise compar a ti v a entr e as difer entes pa tologias V ariáv el Sequela fr atur a escafoide Sequela de fr atur a radiodistal doenc ¸a de Kienboc k p v alor a média ± DP med média ± DP med Média ± DP med FP p. artr odesado (kg) 20,2 ± 12,2 14,0 15,2 ± 10,2 15,7 14,7 ± 10,3 11,8 0,49 FP não artr odesado (kg) 35,5 ± 6,8 35,8 30,8 ± 9,9 27,3 21,3 ± 11,6 21,6 0,060 Delta da f. Pr eensão (kg) -15,2 ± 12,9 -17,7 -15,7 ± 14,2 -15,7 -6,6 ± 7,0 -10,1 0,28 Delta rel. F. pr eensão (%) -41,8 ± 37,4 -57,5 -47,3 ± 38,8 -53,8 -32,5 ± 38,1 -32,1 0,71 EV A antes (pontos) 8,5 ± 1,7 9 9,1 ± 1,2 10 9,8 ± 0,4 10 0,14 EV A de pois (pontos) 2,9 ± 2,6 3 3,1 ± 2,6 4 4,2 ± 4,4 4 0,88 Delta da EV A (pontos) -5,5 ± 2,5 -5,0 -6,0 ± 3,0 -5,0 -5,6 ± 4,7 -6,0 0,91 Delta relati v o da EV A (%) -67,2 ± 28,5 -70,0 -64,6 ± 27,3 -58,6 -55,8 ± 47,6 -60,0 0,91 T T p. artr odesado (se g) 106,3 ± 79,2 71,9 102,5 ± 30,0 97,9 157,7 ± 116,8 112,5 0,40 TT não artr odesado (se g) 84,6 ± 22,2 82,4 93,6 ± 15,6 95,4 101,5 ± 33,6 81,8 0,59 Delta do tempo total (se g) 21,7 ± 70,2 2,1 8,9 ± 31,8 0,66 56,3 ± 100,9 4,7 0,91 Delta rel. tempo total (%) 21,8 ± 68,1 2,0 12,0 ± 41,0 0,9 50,5 ± 82,4 6,3 0,85 Buc k-Gr amc ko (pontos) 5,6 ± 2,6 6 5,4 ± 3,7 5 4,6 ± 4,2 3 0,79 DP , desvio padrão . Fonte: Arqui v os do servic ¸o . a Ano v a de Kruskal-W allis.
segundo as diferentes patologias (escafoide, radiodistal e doenc¸a deKienbock)eocorrespondenteníveldescritivo (p valor)dotesteexatodeFisher.
Observou-senãoexistirentreaspatologiasdiferenc¸a signi-ficativa,nonívelde5%,noladoartrodesado,ladodominante enaclassificac¸ãodeBuck-Gramcko.
Discussão
Quandoocirurgiãoortopédicosedeparacompacientescom artritenãoinflamatóriadopunho,candidatosacirurgia,deve evitarsemprequepossívelaartrodesedopunho.Porém,esse procedimento de reconstruc¸ãoébemconsagrado eprovou serde grandevaliaparaumgrandenúmero depatologias. Historicamente, apresenta resultados satisfatórios no pós--operatório,poisaincapacidadeproduzidapelaartrodesedo punhopodesercompensada,desdequeopacientetenhao ombro,ocotovelo,oantebrac¸oeamãonormais.13-15Embora
existam várias técnicas para o tratamento da artrose do punho,comaintroduc¸ãodasplacasdecompressãodinâmica pelo grupoAO,16 associada com enxertoósseo,aartrodese
apresenta um alta taxa de bons resultados e se tornou o métodomaispopular.16,17
Segundoaliteratura,ataxadeconsolidac¸ãoapós o pro-cedimentofoide98a100%debonsresultadosemrelac¸ãoà melhoriadadoreàforc¸adepreensãoecomtaxasdesatisfac¸ão entre80e100%.Ospacientesrelatamquegostariamdeter feitoesseprocedimentoantesdeoutrastécnicas.Aartrodese tevepoucaounenhumarepercussãoemrelac¸ãoàperdade mobilidadeeacomplicac¸õesaolongodotempo.1,18,19
Nesteestudo,quandocomparadooladoartrodesadocomo nãoartrodesado,aforc¸adepreensãodamãoestavadiminuída emtodososgruposavaliados,57,5%noscasosdesequelade fraturadoescafoide,53,8%nasequeladefraturaradiodistale 32,1%nadoenc¸adeKienbocksemterapresentadodiferenc¸a significativa.Issodemonstrouqueadiminuic¸ãodaforc¸a mus-cularocorreutantonaspatologiasdassequelasde fraturas intra-articularesdopunhocomonaconsolidac¸ãoviciosaapós fraturadistaldorádioepatologiascarpaisrestritivas.
NaanálisedadorpormeiodaEVA,foramcomparadosos punhosartrodesadoscomosnãoartrodesados.Oalívio com-pletodadorapósaartrodesedopunhodeveseresperadona maioriadospacientes.20Nesteestudo,ospacientesrelataram
Tabela9–Análisecomparativaentreaspatologias
Variável Escafoide(n=13) Radiodistal(n=8) Kienbock(n=5) pvalora
n % n % n %
Ladoartrodesado
Direito 9 69,2 6 75 2 40 0,48
Esquerdo 4 30,8 2 25 3 60
Ladodominante
Direito 9 69,2 6 75 2 40 0,48
Esquerdo 4 30,8 2 25 3 60
Resultado
Excelente/Bom 4 30,8 3 37,5 2 40 0,77
Satisfatório 4 30,8 1 12,5 0 0
Pobre 5 38,4 4 50 3 60
Fonte:Arquivosdoservic¸o.
o lado não artrodesado. Esses resultados poderiam sugerir quepacientescomsequeladadoenc¸adeKienbock apresen-tariammaiortendênciaàincapacidadefuncional.Entretanto, onúmerolimitadodecasosnãonospermitechegaraessa conclusão.
Nesteestudo,otestede Buck-Gramcko,queéespecífico paraartrodeseeéconstituídodeumaavaliac¸ãoobjetivada artrodese,demonstrouqueospacientesapresentaram resul-tadosentrebonsesatisfatórios.Apontuac¸ãofoideseispontos emmédiaparaasequeladefraturadoescafoide,cincoparaa sequeladefraturaradiodistaletrêsparaadoenc¸adeKienbock. O ponto forte deste estudo foi analisar o resultado das três diferentespatologias de artrose dopunhoapós o pro-cedimentodeartrodese.Comisso,poderíamosconsideraras indicac¸õesdeusodessetipodeprocedimento.Opontofraco foionúmeroinsatisfatóriodepacientes,umavezqueo pro-cedimentodeartrodesedopunhoépoucocomum,oquenos impediudechegarmosaumaconclusãomaisprecisa.Outro aspectofoiafaltadecomparac¸ãodadornospacientesantes edepoisdoprocedimento.
Ascomplicac¸ões maisfrequentes forama tendinitedos extensoresemoitopacienteseanecessidadederetiradada placaemseis.Outrascomplicac¸õesforamumacontraturados extensores,umainfecc¸ão superficial quefoi resolvida com antibioticoterapiaeumasolturadomaterialdesíntese.
Conclusão
A artrodese total de punho, com placa na região dorsal, demonstrouserumatécnicaeficienteeseguraparaos paci-entescomdiferentespatologiasdeartrosedepunho,pornão causarincapacidadefuncionalimportanteetrazerumgrande alíviodador.
Conflitos
de
interesse
Osautoresdeclaramnãohaverconflitosdeinteresse.
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