SOCIEDADE BRASILEIRA DE ORTOPEDIA E TRAUMATOLOGIA
w w w . r b o . o r g . b r
Artigo
original
Estudo
morfológico
entre
diferentes
tratamentos
da
contusão
muscular
de
gastrocnêmio
em
ratos
夽
Ana
Carolina
Brandt
de
Macedo
a,∗,
Julye
Leiko
Ywazaki
b,
Rafael
Michel
de
Macedo
c,
Lucia
Noronha
de
Anna
Raquel
Silveira
Gomes
a aUniversidadeFederaldoParaná,Curitiba,PR,BrasilbAssociac¸ãodosPaiseAmigosdosExcepcionais(APAE),Pinhais,PR,Brasil
cHospitalCardiológicoCostantini,Curitiba,PR,Brasil
dPontifíciaUniversidadeCatólicadoParaná,LaboratóriodePatologiaExperimental,Curitiba,PR,Brasil
informações
sobre
o
artigo
Históricodoartigo:
Recebidoem20dejulhode2015
Aceitoem7dejaneirode2016
On-lineem8dejunhode2016
Palavras-chave:
Sistemamusculoesquelético
Ferimentoselesões
Exercíciosdealongamento
muscular
Terapiaporultrassom
r
e
s
u
m
o
Objetivo:Avaliarosefeitosdoultrassomterapêuticoe/oualongamento,namorfologiaapós
contusãomuscularemratos.
Métodos:RatosWistarmachos(n=35,8-9semanas,271±14g)foramdivididosemcinco
grupos:GrupoControle(GC=3);GrupoLesão(GL=8);GrupoLesão+Ultrassom(GLUS=8);
GrupoLesão+Alongamento(GLA=8);GrupoLesão+Ultrassom+Alongamento(GLUSA=8).
A aplicac¸ãodoultrassomnoGLUS eGLUSAfoifeitadoterceiroaosétimodia,pulsado
50%,0,5W/cm2,5min.Dodécimoaovigésimoprimeirodiafoifeitooalongamento
pas-sivonoGLAeGLUSA,emquatrorepetic¸õesde30s,com30sdeintervalo,cadarepetic¸ão.
Após22dias,osratosforampesadoseosmúsculosdeambasaspatasforamretiradospara
análisedopesoecomprimentomuscular,númeroecomprimentodossarcômeros,áreade
secc¸ãotransversaeporcentagemdecolágeno.
Resultados: Opesocorporalfinalfoimaiordoqueoinicialemtodososgrupos.Onúmerode
sarcômerosfoimaiornoGLAemrelac¸ãoaoGLUSenoGLUSAemrelac¸ãoaoGLUSeaoGC;
ocomprimentodossarcômerosfoimaiornoGLUScomparadocomoGLA(p<0,05).Aárea
desecc¸ãotransversanoGLfoimaiordoquenoGLAeaporcentagemdecolágenofoimaior
noGLcomparadocomoGLAeoGC;noGLUScomoGLAeoGC;noGLUSAcomoGC.
Conclusão:Oprotocolodealongamentopassivoinduziuasarcomerogêneseeapresentou
efeitoantifibróticoemmúsculossubmetidosacontusão.Oultrassom,independentemente
daassociac¸ãocomoalongamento,nãofoisuficienteparaimpedirafibrosenosmúsculos
lesados.
©2016PublicadoporElsevierEditoraLtda.emnomedeSociedadeBrasileirade
OrtopediaeTraumatologia.Este ´eumartigoOpenAccesssobumalicenc¸aCCBY-NC-ND
(http://creativecommons.org/licenses/by-nc-nd/4.0/).
夽
TrabalhodesenvolvidonoCentroUniversitário(UniBrasil),naPontifíciaUniversidadeCatólicadoParanáenaUniversidadeFederaldo
Paraná,Curitiba,PR,Brasil.
∗ Autorparacorrespondência.
E-mail:acbrandt@bol.com.br(A.C.B.deMacedo).
http://dx.doi.org/10.1016/j.rbo.2016.01.003
0102-3616/©2016PublicadoporElsevierEditoraLtda.emnomedeSociedadeBrasileiradeOrtopediaeTraumatologia.Este ´eumartigo
Morphologic
study
of
different
treatments
for
gastrocnemius
muscle
contusion
in
rats
Keywords:
Musculoskeletalsystem
Woundsandinjuries
Musclestretchingexercises
Ultrasonictherapy
a
b
s
t
r
a
c
t
Objective: Evaluatetheeffectsofultrasoundandstretchinginmorphologyafterratmuscle contusion.
Methods:MaleWistarrats(n=35,8-9weeks,271±14g)weredividedintofivegroups:control
group(CG=3);lesiongroup(LG=8);lesion+ultrasoundgroup(LUG=8);lesion+stretching
group(LSG=8);lesion+ultrasound+stretchinggroup(LUSG=8).Theultrasoundwasapplied
inLUGandLUSGfromthethirdtotheseventhday,thedoseusedwas50%pulsed,0,5W/cm2,
5min.Fromthetenthuntilthetwentyfirstday,passivestretchingwasperformed,infour
repetitionslasting30seachwith30sofrest.Initialandfinalbodyweight,muscleweightand
length,numberandsarcomerelength,musclefibercross-sectionalarea,andpercentageof
collagenwereevaluatedafter22days.
Results: Thefinalbodyweightwashigherthantheinitialinallgroups.Thenumberof
sarcomereswasstatisticallyhigherinLSGthanLUGandhigherinLUSGthanLUSand
CG;insarcomerelengthwashigherinLUGwhencomparedwithLSG(p<0.05).Thecross
sectionalareainLGwashigherthanLSG,andthepercentageofcollagenwashigherinLG
whencomparedwithLSGandCG;inLUGwhencomparedwithLSGandCG;andinLUSG
whencomparedwithCG.
Conclusion:Thepassivestretchingprotocolinducedsarcomerogenesisandantifibroticeffect
overthemusclesubmittedtocontusion.Ultrasound,eveninassociationwithstretching,
wasnotsufficienttopreventfibrosisintheinjuredmuscle.
©2016PublishedbyElsevierEditoraLtda.onbehalfofSociedadeBrasileirade
OrtopediaeTraumatologia.ThisisanopenaccessarticleundertheCCBY-NC-NDlicense
(http://creativecommons.org/licenses/by-nc-nd/4.0/).
Introduc¸ão
Acontusãomuscular(CM)éresponsávelpor60%daslesões
esportivas.1 Apesar da grande prevalência, existem
pou-cosestudosrelacionadosaoseutratamento,oquedificulta
a padronizac¸ão da assistência fisioterapêutica.2 Dentre as
diferentesformasdetratamento,asmaiscomumente
reco-mendadas são: repouso, crioterapia/compressão/elevac¸ão,
mobilizac¸ão precoce, L.A.S.E.R., ultrassom e exercícios de
mobilizac¸ão ativa, passiva, alongamento e fortalecimento
concêntricoeexcêntrico.2–5
Apesardeseusefeitosbiológicosnasinflamac¸õesagudas
e crônicas não estarem bem esclarecidos,2,6–8 o ultrassom
terapêutico (UST) tem sido recomendado. Piedade et al. 7
avaliaramosefeitosdaaplicac¸ãopulsadanomúsculo
gastroc-nêmiolacerado deratos,observaramaumento significativo
na quantidade de miotubos na zona de regenerac¸ão com
14 dias de tratamento. Porém, apesar de resultados como
esses, a adequada modulac¸ão dos parâmetros do UST
(frequência,intensidade,mododeoperac¸ão,tempode
trata-mento)aindaécontroversa.
Alémdotratamentopormeioderecursos
eletrotermofo-toterapêuticos,oexercícioérecomendadoparaotratamento
daCM.Amodalidadecomumenteprescritaéoalongamento
muscular(ALM).1,5AssimcomooUST,seusbenefíciossobre
afibralesionadanãosãoclaroseaindaapresentamnívelde
evidência.Apesardisso,Hwangetal.9verificaram,emestudo
experimental(ratos),queoalongamentopassivofeitodurante
asfasesinflamatória,regenerativaeproliferativareduziuem
50% a área de fibrose muscular, aumentou o número de
miofibraseforc¸aquandocomparadocomogrupocontrole,
demonstrando benefício para a regenerac¸ão muscular. Os
melhoresresultadosobtidosnoestudoocorreramquandoo
alongamentofoiiniciadono14◦diaapóscontusão.
Faz-se importante ressaltar que tanto o UST quanto o
ALMsãoindicadosparaotratamentodalesãomuscular,2,5–9
porémnãoexisteaindaumconsensosobrequandoecomo
prescrevê-lo.Alémdisso, nãosesabe seaassociac¸ãoentre
essasmodalidadesterapêuticaspodefavoreceromecanismo
deregenerac¸ãomuscular.Assim,opresenteestudotevecomo
objetivoavaliarosefeitosdoultrassomterapêuticoe/ou
alon-gamento,namorfologiaapóscontusãomuscularemratos.
Metodologia
Amostra
Foi feito um estudo experimental, prospectivo e
randomi-zado. Após aprovac¸ão do projeto pelo Comitê de Ética10
em Experimentac¸ão animal (CEEA) da UFPR (Certificado
n◦ 491/2010), foram selecionados 35 ratos Wistars jovens
(8-9 semanas,271±14g).Foram agrupados quatropor
gai-olaplásticapadrão,emcondic¸õesambientaiscontroladasde
luminosidade(12hdecicloclaro/escuro),detemperatura,com
livreacessodeáguaerac¸ãopeletizada.
Critériosdeinclusão
Foram incluídos no estudo ratos machos, com peso entre
250e300g,submetidosacontusãomuscularsemapresenc¸a
Distribuic¸ãodaamostra
Osanimaisincluídos(n=35)foramrandomizadosemcinco
grupos:GrupoControle(GC=3),GrupoLesão (GL=8),Grupo
Lesão+Ultrassom (GLUS=8), Grupo Lesão+Alongamento
(GLA=8) e Grupo Lesão+Ultrassom+Alongamento
(GLUSA=8).
Osanimaisforamrandomizadospormeiodeumsorteio
dosgrupos.Emumsacoplásticoforamcolocadostrêsvezes
oGrupoGCeoitovezes osgruposGLUS,GLA,GLeGLUSA.
Apósapesagemdosanimais, ocorriaosorteio,amarcac¸ão
dosanimaisemcadagrupoeaseparac¸ãonasgaiolas(fig.1).
Protocoloparapromoc¸ãodacontusãomuscular
Osanimaisforam anestesiadoscom Ketamina(95mg/kg)e
Xylazina(12mg/kg)intraperitonealemantidosemdecúbito
ventral, com a pata direita imobilizada manualmente em
extensãode joelho edorsiflexãoa90◦ daarticulac¸ão
tibio-társica.Acontusãofoiproduzidanomúsculogastrocnêmio
direito (MGD) por um equipamento que consiste em uma
plataformade madeiracom umtuboocode alumínio,
gra-duado em 5cm, fixado perpendicularmente à plataforma,
previamentedescritoporMinamotoetal.11(fig.2).Apósa
con-tusãofoiverificadosenãohaviafraturadatíbia,pormeiode
palpac¸ãoemanipulac¸ão.1
Protocolodoultrassom
Para aaplicac¸ão doUSTumpesquisadorimobilizou orato
enquantooutroaplicouoaparelho.ParaaplicaroUST
(pre-viamente calibrado), a região posterior da pata direita foi
tricotomizadaeposicionadaemextensãodejoelhoe
dorsi-flexãodaarticulac¸ãotibiotársicaa90◦,aplicou-seoUSTsobre
Selecionados para o estudo Ratos Wistars machos e adultos
(n = 35).
Incluídos (n = 35) animais que não sofreram fratura associada a contusão muscular com peso entre
250-300 g. Amostra randomizada
em 5 grupos.
Grupo Lesão + Ultrassom+Along.
(GLUSA = 8) Grupo Lesão +
Alongamento (GLA
= 8)
Grupo Controle (GC = 3)
Grupo lesão
(GL
= 8)
Grupo Lesão + Ultrassom (GLUS= 8)
Dia 0-Contusão Dia
0-Contusão Dia
0-Contusão Dia
0-Contusão
Dia 3 ao 7- Ultrassom Dia 3 ao
7-Ultrassom
Dia 10 ao 21-Alongamento Dia 10 ao
21-Alongamento
Dia 22- eutanásia Dia
22-eutanásia Dia
22-eutanásia eutanásiaDia 22- Dia
22-eutanásia
Desfechos: Peso corporal Peso muscular Comprimento muscular Número e comprimento dos sarcômeros Área da secção transversa da fibra muscular
Porcentagem de colágeno
Figura2–Aparatopararealizac¸ãodacontusãomuscular.
A,aparatoparainduc¸ãodacontusãomuscular,queindicaamassadoprojétilde200g(seta),aqualdeslizavadeumaaltura de37cm;B,setaindicaoprojétilsobrearegiãoventraldomúsculogastrocnêmio,duranteoprocedimentodecontusão.
oventredaporc¸ãomedialdoMGD.Omeiodecontatofoiogel.
Aáreaefetivaderadiac¸ãofoide1cm2.Oaparelhousadofoi
oSonopulseespecial(Ibramed),1MHz,pulsadoa100Hz,ciclode
50%,intensidade7de0,5W/cm2,tempodeaplicac¸ãode5min.
OUSTfoiiniciadoapós72horasdacontusão.
Protocoloparaoalongamentodomúsculogastrocnêmio
Osanimaisforamposicionadosemdecúbitodorsalcom as
patasdianteirasimobilizadasporumpesquisador,paraque
outrofizesseoalongamentopassivo.Paratal,foifeitaa
fle-xãodorsalmáximadaarticulac¸ãotibiotársica,manualmente,
comojoelhoestendido,comodescritaporMattiello-Sverzut
etal.12Oprotocolofoimantidopor30s13cadarepetic¸ão,com
30sdeintervalo,quatrorepetic¸ões,14diariamente,5x/semana,
desegundaasexta-feira.Oalongamentofoiiniciadono10◦dia
apósacontusão.
Apresentac¸ãocronológicadasintervenc¸õesnosgrupos
Atabela1mostraasequênciadasintervenc¸õesemcadagrupo
experimental.Comoumadasac¸õesdoultrassompulsadoéa
anti-inflamatória,optou-seporusaresserecursodurante a
faseinflamatóriadalesão.Jáoalongamentofoiiniciadona
fasedeproliferac¸ãodosfibroblastos.9
Eutanásiadosanimaisecoletadosmúsculos
Osanimaisdetodososgruposforamanestesiados,com
Keta-mina(95mg/kg)eXylazina (12mg/kg)intraperitoneal, para
a retirada de ambos os músculos gastrocnêmios direito e
esquerdo,pormeiodetesourasepinc¸as.Emseguida,os
ani-maisforamsubmetidosàeutanásiacomoverdoseanestésica
(KetaminaeXilasina,no22◦diadoestudo).
Cadamúsculofoipesadoisoladamenteemumabalanc¸a
analíticaemensuradoocomprimentopormeiodeum
paquí-metro. Os músculos foram divididos longitudinalmenteao
meioporumalâminadebisturi.Aporc¸ãolateralfoidescartada
e a medialdividida longitudinalmenteao meio. A metade
(lateral)tevesuasextremidadesdistaisfixadasemposic¸ãode
repousocomagulhasultrafinasefoimantidaportrêshoras
no glutaraldeído (2,5%), emseguida no ácido nítrico(30%),
por48h,eposteriormentearmazenadaemglicerol(50%).A
metade lateral foi submetida aos procedimentos de rotina
paraavaliac¸ãodonúmerodesarcômerosemsérie,como
des-critoporWilliamseGoldspink.15AmetademedialdoMGDfoi
fixadaemformalina10%paraposterioranálisemorfológica
daáreadesecc¸ãotransversadasfibrasmusculares(ASTFM)e
doporcentualdecolágeno.Omúsculogastrocnêmioesquerdo
(MGE)foiusadocomocontrole.
Onúmero desarcômerosfoiavaliadoparaverificarsea
associac¸ãodoultrassome/oualongamentopoderia
potenci-alizar oaumentodonúmero de sarcômerosemsérie após
contusão.Jáaavaliac¸ãodaáreadesecc¸ãotransversaeda
por-centagemdecolágenofoifeitaparaverificarseaassociac¸ãodo
ultrassome/oualongamentopoderiaimpediraatrofia
mus-culare reduziraporcentagem de tecidoconjuntivoapós a
contusãomuscular.Todosessesmecanismospodemser
afe-tadosapósalesãomuscular.
Identificac¸ãodonúmerodesarcômerosemsérie
Para confecc¸ãodas lâminas histológicascinco fibras foram
isoladas (por meio de pinc¸as ultrafinas) de cada músculo.
Asfibrasforamfotografadasemmicroscópiodeluz(objetiva
100X,emimersão).Emcadafibra,onúmerodesarcômerosem
sériefoiidentificadoem100m,foramusadostrêscamposde
diferentesfotomicrografiasaolongodecadafibramuscular,
totalizando300m.
Apósacontagemdonúmerodesarcômerosaolongodos
300m,foiestimadoonúmerototaldesarcômerose
corre-lacionadocomocomprimentototaldomúsculo,mensurado
com o paquímetro no dia da eutanásia dos ratos (fig. 3).
Assim,usou-sedaseguinteequac¸ão:númerodesarcômeros
em300mmultiplicadopelocomprimentomusculardividido
Tabela1–Sequênciadasintervenc¸õesdoexperimento
Grupo Intervenc¸ão
GL GLUS GLA GLUSA GC
Contusão Dia0 Dia0 Dia0 Dia0
Ultrassom 3◦ao7◦dia 3◦ao7◦dia
Alongamento 10◦ao21◦dia 10◦ao21◦dia
Eutanásia 22◦dia 22◦dia 22◦dia 22◦dia 22◦dia
GL,grupolesão;GLUS,grupolesão+ultrassom;GLA,grupolesão+alongamento;GLUSA,grupolesão+ultrassom+alongamento;GC,grupo controle.
Portanto,onúmerototaleocomprimentodossarcômeros, emcadafibraisolada,foramestimadospelacorrelac¸ãoentre onúmerodesarcômerosidentificadoseocomprimentototal domúsculo.15–18
Áreadasecc¸ãotransversadafibraeporcentagem decolágenosIeIII
Paraanáliseda áreadasecc¸ãotransversada fibra(ASTFM),
omaterialfoicoradocomHematoxilinaeEosina.As
fotomi-crografiasforamfeitasemfotomicroscópiodeluz,naobjetiva
de 20X. Para mensurac¸ão da ASTFM, 100 fibras
muscula-resforam selecionadasaleatoriamentenaregiãocentralda
secc¸ãohistológica,decortestransversaisde8m.19AASTFM
foi mensurada com o programa de imagem Pro Plus 4.0, a
unidadedemedidafoimicrômetroquadrado(m2).Foifeita
amédiaaritméticafinalreferenteàs100fibrasmensuradas
(fig.4).
Para análise do porcentual de colágeno, o material foi
coradocomSirius Red. Asfotomicrografiasforam feitas em
fotomicroscópiodeluz,naobjetivade20X,emlâminas
his-tológicascomcortestransversaisde8m.Asimagensforam
analisadaspeloprogramaImageProPlus4.0.Apósacalibrac¸ão,
foiescolhidaumaimagemjápolarizadaparaestabelecero
padrãodascoresvermelhaeverdepeloprograma,asquais
foramquantificadasemtodasasimagens.Essaimagemfoi
consideradauma“máscara”,aqualfoisobrepostaatodasas
outras imagenspara identificac¸ão das cores determinadas.
Apósasobreposic¸ãoda “máscara”emcadaimagem,o
pro-gramacalculouaporcentagemdascoresvermelhaseverde,
asquaiscorrespondiamaoscolágenosmaduro(TipoI)e
ima-turo(Tipo III)doendomísioeperimísio,respectivamente.20
Osresultadosforamexpressosemporcentagemdecolágeno
maduro(I,vermelho)ecolágenoimaturo(III,verde)easoma
deambosfoiequivalentea100%(fig.5).
Figura3–Fotomicrografiadeumafibramuscularisolada (objetivade100x).seta:cadafaixanacabec¸adaseta representaumsarcômeroquefoicontadoaolongode 100m.
Análisedosresultados
Paraavaliaranormalidadeeahomoscedasticidadeforam
fei-tosostestesdeShapiro-WilkeLevene,respectivamente.As
comparac¸õesintergruposeintragruposforamfeitaspormeio
da ANOVA onewaypost hocTukey unequalHSDpara valores
paramétricosequandonãoparamétricosfoiusadootestede
Kruskall-Wallis.Osvaloresforamconsideradossignificativos
quandop≤0,05.OprogramaestatísticousadofoioStatistica
7.
Resultados
Pesocorporal
Notou-seaumentosignificativoentreopesocorporalinicial
eofinalemtodososgrupos.Emrelac¸ãoaopesoabsoluto,o
pesocorporalfinaldoGLfoimaiordoqueoGLUSA;oGLUSfoi
maiordoqueoGLUSAeoGCfoimaiordoqueoGLAeoGLUSA.
Nadiferenc¸arelativa,notou-seganhosignificativoentreGLe
GLA;GLeGLUSA;GLUSeGLAeGLUSeGLUSA(tabela2).
Pesoecomprimentomusculardogastrocnêmio
Nãofoiencontradadiferenc¸aestatisticamentesignificativana
comparac¸ãonopesoecomprimentomuscularentreMGDeo
MGEeentreosgrupos(fig.6AeB).
Figura5–FotomicrografiasdeLâminascomcorteshistológicostransversaisdomúsculogastrocnêmiocoradascomsirius red.
A,imagemdemonstraocortetransversaldomúsculogastrocnêmio,coradocomsiriusred;setabrancamostraaáreacorada emvermelho,identificandoocolágenotipoI-maduroeoasteriscoaáreaemverde,aqualcorrespondeaocolágenotipo III-imaturo;B,imagemdemonstraafotomicrografiadocortetransversaldomúsculogastrocnêmiosobrepostopela “máscara”.Osnúmerosrepresentamosvaloresdasáreasdemarcadasnascoresvermelhaeverde,identificadaspelo programa.
Tabela2–Efeitosdoultrassome/oualongamentonopesocorporaldosratos
Grupos Pesoinicial(g) Pesofinal(g) Diferenc¸arelativa(%) pANOVA
GL 267± 11 350± 18a,b 31± 7e 0,02
GLUS 266± 10 352± 19a,c 32± 10f 0,01
GLA 271± 11 323± 18a 19± 8 0,00
GLUSA 270± 14 318± 16a 17± 3 0,00
GC 299± 16 383± 24a,d 28± 6 0,00
GL,grupolesão;GLUS,grupolesão+ultrassom;GLA,grupolesão+alongamento;GLUSA,grupolesão+ultrassom+alongamento;GC,grupo controle.
a Comparadocomopesocorporalinicial. b ComparadocomGLUSA(p=0,02). c ComparadocomGLUSA(p=0,01).
dComparadocomGLA(p=0,00)ecomGLUSA(0,001). e ComparadocomGLA(p=0,00)eGLUSA.
f (p=0,000)comparadocomGLAeGLUSA.
Média ± desviopadrão.
Estimativadonúmerodesarcômerosemsérie(ENSS)
Nacomparac¸ãoentregruposnotou-seaumentosignificativo
entreGLUSAdoladodireitoemrelac¸ãoaoladoesquerdo.Na
comparac¸ãointergrupos notou-se aumentosignificativo do
ENSSdoMGDentreosgrupos:GLAeGLUS;GLUSA eGLUS
eGLUSAeGC(fig.6C).
Comprimentodossarcômeroseáreadesecc¸ãotransversa dasfibras
Na comparac¸ão dos lados direito e esquerdo no GLA, foi
detectado que o MGE apresentou comprimento dos
sarcô-merosmaiordoqueoMGD.Nacomparac¸ãointergruposfoi
encontrado aumento do comprimento dos sarcômeros do
MGD entre o GLUS e GLA (fig. 6D). Foi encontrada maior
ASTFM do MGD do GL quando comparada com o GLA
(fig.7A).
AnálisedoscolágenosI(maduro)eIII(imaturo)
Nãofoiencontradadiferenc¸aestatisticamentesignificativana
comparac¸ãoentreoMGDeoMGE,emcadagrupo
experimen-tal(p>0,05).NaanáliseintergruposdoMGDfoiencontrado
aumento significativo (p<0,05) nasporcentagens dos
colá-genos maduro (I)GL eGLA (40±12 vs. 24±14%); GL eGC
(40±12vs.21±9%);GLUSeGLA(37±10vs.24±14%);GLUSe
GC(38±10vs.21%)eGLUSAeGC(36±12%vs.21±9%(fig.7B).
Discussão
Oalongamentomanualpassivoaumentouonúmerode
sarcô-meros em série e impediu o aumento do colágeno I em
músculos submetidos acontusão. Contudo, o protocolo de
ultrassom, independentemente da associac¸ão com o
alon-gamento, nãoapresentou efeito antifibróticonos músculos
0 0,5 1 1,5 2 2,5
GC GLUSA GLA GLUS GL
Peso muscular (g)
0 5 10 15 20 25 30
GC GLUSA GLA
GLUS GL
Comprimento muscular (mm)
0 2.000 4.000 6.000 8.000 10.000 12.000
GC GLUSA GLA GLUS
a Comparado com o gastrocnêmio direito do GLUS (p = 0,001). b Comparado com o gastrocnêmio direito do GC (p = 0,04). c Comparado com o gastrocnêmio esquerdo (p = 0,001). d Comparado com o gastrocnêmio direito do GLA (p = 0,001). e Comparado com o gastrocnêmio esquerdo do GLA (p = 0,001). Média ± desvio padrão.
GL
ENSS
0 0,5 1 1,5 2 2,5 3 3,5 4 4,5
GC GLUSA GLA
GLUS GL
Comprimento sarcômero (
µ
m)
Direito Esquerdo
B
a a, b, c
a
d
C
D
A
B
Figura6–Efeitosdoultrassome/oualongamentonopesoecomprimentomuscular,númeroecomprimentodos sarcômeros.A,pesomuscular;B,comprimentomuscular;C,númerodesarcômerosemsérie;D,comprimentodos sarcômeros.
ENSS,estimativadonúmerodesarcômerosemsérie;GL,grupolesão;GLUS,grupolesão+ultrassom;GLA,grupo lesão+alongamento;GLUSA,grupolesão+ultrassom+alongamento;GC,grupocontrole.
Emrelac¸ãoaopesocorporal,todososgrupos
apresenta-ramaumentoquandosecomparouopesoinicialcomofinal.
OpesocorporalfinalabsolutodoGCfoimaiordoqueoGLA
eoGLUSA,bemcomoGLeGLUStiveramseuspesos
maio-resdoqueoGLUSA.Portanto,osgrupossubmetidosamaior
quantidadedeestímulos(contusão,ultrassomealongamento)
podemterapresentadointerferêncianegativanoganho
abso-lutodepesocorporal,jáqueoGCapresentouomaiorpeso
corporalfinal.
Não foram encontradas diferenc¸as significativas em
relac¸ãoaopesoecomprimentomuscular,talvezpelocurto
períodoepelovolumeemqueoprotocolo dealongamento
foifeito,istoé,de apenasduas semanas,dois minutosem
cada sessão. No estudo de Coutinho et al.19 verificou-se
aumentodocomprimentomuscularapós40minde
alonga-mentoportrêssemanas.Portanto,operíododeintervenc¸ão
eovolumedealongamentocontribuemparaocrescimento
muscular longitudinal. No entanto, a mensurac¸ão da área
desecc¸ãotransversadasfibrasmusculareseacontagemdo
númerodesarcômerosemsériesãoosmétodosmais
preci-sosparaavaliarotrofismomuscularemparaleloeemsérie,
respectivamente.21
Emrelac¸ãoaonúmerodesarcômerosemsérie,oGLA
apre-sentoumaiornúmero,demonstrandooefeitodoalongamento
na sarcomerogênese dosmúsculos lesados. Essa diferenc¸a
tambémpodeterocorridodevidoàquantidadedeestímulo,
vistoquenoGLUSforamrealizadassomentecincoaplicac¸ões
de UST e no GLA foram 10 sessões de alongamento.19
Aassociac¸ãodoUSTcomoalongamento(GLUSA)contribuiu
paraaadic¸ãodesarcômerosemsérie,quandocomparadocom
oGLUS,monstrandonovamenteasarcomerogênese
estimu-ladapeloalongamentooqualtambémfoideterminantepara
o incremento de sarcômeros emmúsculos lesados. Ainda,
0 2.000 4.000 6.000 8.000 10.000 12.000 14.000 16.000 18.000
A
B
Á rea da se cç ão tr ansve rs a ( µ m² ) GLUS GL aGLA GLUSA GC
Direito Esquerdo
0 10 20 30 40 50 60 70 80 90 100 GL Po rcen tag em de áre a de co lá ge no a GLUS b GLUSA GLA c GC
% Verm D % Verm E % Verde D % Verde E
a Comparado com o lado direito de GLA (p = 0,01). b Em relação a GLA (p = 0,00) e GC (p = 0,00). c Em relação a GLA (p = 0,00) e GC (p = 0,00). Média± desvio padrão.
Figura7–Efeitosdoultrassome/oualongamentonaASTFM(A)enasporcentagensdaáreadoscolágenosI(maduro,Verm) eIII(imaturo,Verde)(B).
D,direito;E,esquerdo;Verm,vermelho;GL,grupolesão;GLUS,grupolesão+ultrassom;GLA,grupolesão+alongamento; GLUSA,grupolesão+ultrassom+alongamento;GC,grupocontrole;VermD(colunacinzaescuro),colágenotipoIdo gastrocnêmioD;VermE(colunacinza),colágenotipoIdogastrocnêmioE;VerdeD(colunabranca),colágenoIIIdo gastrocnêmioD;VerdeE(colunapreta),colágenoIIIdogastrocnêmioE.
verificouqueonúmerodesarcômerosemsériedoGLUSAfoi
maiordoqueoGC.Assim,éaprimeiravezqueseverificou
aumentononúmerodesarcômerosemsériedemúsculos
pre-viamentesubmetidosacontusão.Issosugerequeaadaptac¸ão
decorrentedaassociac¸ãodoUSTcomoalongamentonãofoi
apenasmodificac¸ão natensão passivado comprimentoda
unidademusculotendínea,esimfoi suficienteparainduzir
adaptac¸ãomorfológicamuscularlongitudinal.22
Ocomprimentodossarcômerosdogastrocnêmiodireito
doGLAfoimenoremrelac¸ãoaoMGE,bemcomoaoMGDdo
GLUS.Essesdesfechosconfirmamasarcomerogênese
encon-tradanoGLA,jáque,segundoKoh,23omúsculoesquelético
podeadicionarouremoversarcômerosemsérie,para
ajus-taro comprimento ótimodos sarcômeros no qual a forc¸a
muscularmáximaseráproduzidaduranteacontrac¸ão.Dessa
maneira,podeterocorridoessemecanismonoGLAintragrupo
equandocomparadocomoGLUS,pois,enquantoseobservou
aumentodonúmerodesarcômerosemsériedoGLA,
verificou--sediminuic¸ãodocomprimentodossarcômerosdessegrupo
eoinversofoiidentificadonoGLUS.
Emrelac¸ãoàASTFMverificou-sequeadoGLfoimaiordo
queadoGLA,porémnãohouvediferenc¸acomogrupo
con-trole.Na análisedopesocorporaldestes grupos,o GLteve
umaumentode 31%,enquantoo GLAde 19%,oque pode
terinfluenciadoaASTFM,apesardenãotersidoencontrado
aumento no peso muscular. Neste estudo não se
encon-trou influênciadoultrassomedoalongamentonaASTFM.
O estudo de Market et al.6 avaliou os efeitos do UST e o
exercíciodecaminhadadebaixaintensidadedurante20min
na esteira (velocidade de 14m/min), durante quatro dias,
iniciado24hapósalesãomecânicadogastrocnêmio,e
tam-bémnãoseobservouaumentonaASTFM.Coutinhoetal.19
verificaram que o alongamento de 40min proporcionou
aumento da ASTFM no grupo imobilizado e alongado em
comparac¸ão com o grupo somente imobilizado e
concluí-ram que o alongamento pode evitar a atrofia muscular, é
relevante suaaplicac¸ãoemmúsculos imobilizados.Comoo
GL apresentou ASTFM maior do que GLA, o alongamento
podeterinterferidonareduc¸ãodoedemaenaregenerac¸ão
dosarcolema,masnãofoi suficienteparaestimularo
cres-cimento muscular radial (transversal), como reportado em
outros estudos.24,25 Porém, para elucidar melhoros
meca-nismos envolvidosnas modificac¸õesdotrofismo muscular,
sugerem-seestudosparaanalisaraultraestruturamuscular
eosgenesregulatórios.
Os músculos lesionados e que não foram submetidos
a intervenc¸ão (ultrassom e/ou alongamento) apresentaram
aumentodaporcentagemdocolágenotipoI,demonstrando
o efeitofibróticoda contusão.Esse efeito tambémfoi
veri-ficado quando se aplicou o ultrassom isolado e associado
aoalongamento.Poroutrolado,quandooalongamentofoi
feitoisoladamente,aproliferac¸ãodoscolágenosfoiinferior
quandocomparadacomadosmúsculossubmetidossomente
aoUS.Portanto,pode-seconcluirqueoalongamento
apresen-touefeitoantifibróticoquandocomparadocomoultrassom
isoladoouassociado.
Williamsetal.26afirmamquealongardiariamenteo
mús-culo encurtado por imobilizac¸ão impede a deposic¸ão de
tecido conjuntivo no tecido muscular.O estudo de Hwang
et al.9 corroboraesses resultados.Elesavaliaramos efeitos
doalongamentoemmúsculos lesionadoseverificaramseu
efeito antifibrótico.Esses autores indicaram que o
alonga-mento deveseriniciadono14◦ diaapós alesão.Porém,no
mesmoprecocemente,verificamosefeitofibrinolítico.
Jarvi-nenet al.27sugeriramqueoaumentode tecidoconjuntivo
intramuscularcontribuiparadéficitsfuncionais,produc¸ãode
forc¸atênsil,rigidezecomplacênciamuscular.Programasde
alongamentopodemcontribuirparaoaumentoda
extensibi-lidademuscular,devidoàreorganizac¸ãodotecidoconjuntivo
intramuscular.28
O GLUS apresentou maior porcentagem de colágeno
maduroemrelac¸ãoaoGLAeaoGC.Oaumentodadensidade
detecidoconjuntivoassociadoàdiminuic¸ãodonúmerode
sarcômeros,oqualfoiencontradonoGLUSemrelac¸ãoaoGLA,
écaracterísticadomúsculoesqueléticoencurtadoecom
pro-cessodefibrose.9,19,21,26Issopermiteconcluirqueoultrassom
usadoisoladamentesomenteporcincodiasnãoapresentou
efeitofibrinolítico.Rantanenetal.29usaramoUSTde3MHz
pulsadoa20%,intensidadede1,5W/cm2,técnica
estacioná-riapor6min,umgrupoiniciouaaplicac¸ãoapós72hdalesão
eoutroapós6h.Osautoresverificaramaumentodaproduc¸ão
defibroblastosapóscontusãomuscularderatosnosgrupos
queforamsubmetidosanomínimocincosessõesdeUST
pul-sado.Piedadeetal.7 iniciaramaaplicac¸ãodiáriadeUSTde
1MHz,pulsadoa50%,intensidade0,57W/cm2,durante5min
pelatécnica dedeslizamentoeobservaramoaparecimento
precocedefibrasdecolágenotipoIaosquatrodiasdelesãodo
músculogastrocnêmioemratos,commelhorarranjo
estrutu-ralemelhoralinhamentodosmiotubosemformac¸ãonogrupo
tratadocomUST. Essesautores sugeriramqueoUST pode
estimularprecocementeaagregac¸ãodessetipodecolágeno.
Apesarde termos encontradoaumentoda porcentagem
docolágenoI(maduro),nãofoiavaliadooarranjo,isto é,a
orientac¸ão das fibras colágenas. Dessaforma, nãose pode
predizerque esse aumento de colágeno I pode gerar
défi-citsfuncionais.Portanto,recomenda-separafuturosestudos
ainvestigac¸ãocommicroscopiadepolarizac¸ãoparaanálise
dabirrefringênciadotecidoconjuntivointramuscular28eda
amplitudedemovimentoarticular.
Os desfechos do presente estudo indicam
perspecti-vas clínicas importantes, demonstram que o protocolo
de alongamento passivo, feito após 10 dias da
contu-sãomuscular,induziusarcomerogêneseeapresentouefeito
antifibrótico,indicandopossívelmelhorada extensibilidade
muscularesquelética.Assim,respeitandoaslimitac¸õespara
extrapolac¸õesdiretasemsereshumanos,pode-sehipotetizar
queoexercíciodealongamentopoderiaserprescritodurante
otratamentodemúsculoslesadosporcontusão.
Limitac¸ões
do
estudo
Esseestudolimita-sepelousodomodeloanimal,jáque
apre-sentabaixoníveldeevidênciacientífica.Portanto,sugerem-se
ensaiosclínicoscontroladoserandomizados,paraverificac¸ão
dosefeitosdoultrassomassociadoounãoaoalongamento,
emmúsculoesqueléticolesadodesereshumanos.Alémdisso,
sugere-separa estudosfuturosmicroscopiaeletrônicapara
avaliarocomprimentodossarcômeros.Ainda
recomendam--se análises com técnicas de biologia molecular para
investigarosgenesenvolvidosnosprocessosdereparoe
tro-fismodomúsculoesquelético,especialmentedecorrentesda
aplicac¸ãodasduasmodalidadesterapêuticas,oultrassomeo
alongamento.Ensaiosbiomecânicosparaanálisedatensãoda
unidademúsculotendíneatambémsãoimportantespara
elu-cidaraspropriedadesviscoelásticasemrespostaaoultrassom
e/oualongamento.
Conclusão
O protocolo de alongamento passivo induziu a
sarcome-rogênese em músculos submetidos a contusão. Ainda, o
alongamento isoladamente apresentou efeito antifibrótico,
enquantoqueoultrassom,independentementedaassociac¸ão
comoalongamento,nãofoisuficienteparaimpediroaumento
docolágenosInosmúsculoslesados.
Conflitos
de
interesse
Osautoresdeclaramnãohaverconflitosdeinteresse.
Agradecimentos
ÀUniversidadeFederaldoParaná;aoConselhoNacionalde
Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq, Processo
474303/2011-0eProcesso308696/2012-3);àPontifícia
Univer-sidadeCatólicadoParaná(PUC/PR)eàUnibrasil.
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