E N S A IO S T E R A P Ê U T IC O S C O M U M N Ô V O A N T IB IÓ T IC O — LA U RIL-
S U L F A T O D E T E T R A C IC L IN A (L A U R A C IC L IN A ) *
Léa Camillo V. Coura **, Adelina de S. Velho Soli ***, João B atista R am os **** e J. R odrigues Coura *****
O s a u t o r e s a p r e s e n t a m a s u a e x p e r i ê n c i a c o m u m n ô v o a n t i b i ó t i c o d e
a ç ã o p r o l o n g a d a q u a n d o i n j e t á v e l — o L a u r i l s u l f a t o d e T e t r a c i c ü n a . O m e d i c a m e n t o f o i u s a d o e m 3 0 p a c i e n t e s ; 1 6 c o m d i v e r s a s e n t i d a d e s i n f e c c i o s a s n o s q u a i s a d r o g a f o i u s a d a p o r v i a i n t r a m u s c u l a r e m 1 5 d ê l e s , e 1 4 o u t r o s p o r t a d o r e s d e g e r m e s p a t o g ê n i c o s (Strepitococcus beta haem olyticus) d o o r o f a r i n g e , e m q u e o m e d i c a m e n t o f o i u s a d h p o r v i a o r a l n a t e n t a t i v a d e e r r a d i c a ç ã o d e s s e s g e r m e s .
A m e d i c a ç ã o i n j e t á v e l f o i u s a d a e m d o s e s v a r i á v e i s d e 5 a 1 5 m g / k g / d i a ,
e m u m a o u d u a s a p l i c a ç õ e s d i á r i a s d u r a n t e 4 a 1 4 d i a s d e a c ô r d o c o m a g r a v i
d a d e e t i p o d a i n f e c ç ã o . O s p o r t a d o r e s d e g e r m e s n o o r o f a r i n g e ( c r i a n ç a s d e 6 a 1 1 a n o s ) f o r a m t r a t a d o s c o m o m e d i c a m e n t o , p o r v i a o r a l , n a d o s e a p r o x i m a d a d e 1 0 m g / k g / d i a d u r a n t e 1 0 d i a s .
O m e d i c a m e n t o f o i b e m t o l e r a d o , r e f e r i n d o - s e a p e n a s d o r n o l o c a l d a i n j e ç ã o e u m c a s o d e m a n i f e s t a ç ã o c u t â n e a ( r a s h ) r e l a c i o n a d o s c o m o e m p r ê g o
d a d r o g a .
B a s e a d o s n e s t e s e s t u d o s , o s a u t o r e s c o n c l u e m q u e a L a u r a c i c l i n a a p r e
s e n t a - s e c o m o m e s m o e s p e c t r o d e a ç ã o d a s d e m a i s t e t r a c i c l i n a s , c o m a p o s s i b i l i d a d e d e a p l i c a ç ã o a i n t e r v a l o s m a i o r e s d e v i d o à s u a a ç ã o p r o l o n g a d a .
O laurilsulfato de tetraciclina é um derivado liposolúvel da tetraciclina, cbtido par Izquierdo e cols. (8), em 1966, ao p es quisarem um sal de tetraciclina insolúvel em água, com boa tolerância local e ab sorção por via oral m ais rápida e com p le ta do que a obtida com o em prêgo do clo-ridrato de tetraciclin a ou com as bases sim ples, sendo capaz, ainda, de m anter n í veis elevados m ais duradouros de tetra -ciclinem ia. Concluíram tam bém os refe ridos autores que êste nôvo sal de tetra ciclina possui “in vitro” atividade b
acte-riostática correspondente a seu conteúdo
em tetraciclina e quei é provável que per
m ita acúm ulo da su bstân cia ativa ncs pulm ões e coração, o que não se observa com os derivados hidrosolúveis.
Foz e cols. (6), com a adm inistração intram uscular de 500 mg. do sal em estudo cada 12 horas, notaram um aum ento pro gressivo das concentrações hem áticas e, em pregando a dose diária de 250 mg., con seguiram níveis bacteriostáticos su ficien tes durante o período de 24 horas, confir m ados peles bons resultados clínicos
obti-* T r a b a l h o d a C l í n i c a d e D o e n ç a s I n f e c t u o s a s e P a r a s i t á r i a s d a F a c . d e M e d i c i n a d a U .F .R .J . e d a C l í n i c a d e D o e n ç a s I n f e c t u o s a s o P a r a s i t á r i a s d a F a c . d e M e d i c i n a d a U .F .F ., a p r e s e n t a d o a o V C o n
g r e s s o d a S o c i e d a d e B r a s i l e i r a d e M e d i c i n a T r o p i c a l , S ã o P a u l o , 2o a 26 d e f e v e r e i r o d e 1969. ** P r o f e s s o r a s s i s t e n t e d a F a c . d e M e d i c i n a d a U . F .R .J . e B o l s i s t a d o C o n s e l h o d e P e s q u i s a s d a
U . F .R .J .
*** A u x i l i a r d e E n s i n o d a F a c u l d a d e d e M e d i c i n a d a U .F .R .J .
**** R e s p o n s á v e l p e l o L a b o r a t ó r i o d e M i c r o b i o l o g i a d a C l í n i c a d e D o e n ç a s I n f e c t u o s a s e P a r a s i t á r i a s d a F a c . d e M e d i c i n a d a U .F .R .J .
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Rev. Soc. Bras. Med. Trop.
Vol. III — N.° 5
dos com o em prêgo d êste esquem a tera pêutico em 43 enferm os, p rincipalm ente portadores de am igdalites e otites agudas.
Izquierdo e cols., em 1967 (9), con s tatam excelente absorção por via orai quando de sua adm inistração isoladam en te ou associada a um agente ativo de su perfície, havendo m esm o as concentrações plasm áticas encontradas sido superiores às observadas com outros sa is de tetraciclina. C am pom anes G allego e cols. (2) observa
ram que a m etabolização e excreção uri nária e biliar do lau rilsulfato de tetra ci clina são sem elh an tes às das dem ais tetra
-cinas sendo, no en tanto, m aior sua eli m inação biliar. A ntibiótico adm itido co mo de baixa toxicidade, tem ainda a pro priedade da produzir discreta h istolesivi-dade, sendo portanto bem tolerado lo ca l
m ente ( 5 ).
Seus efeitos terapêuticos em d iferen tes estados in fecciosos foram evidenciados
por Foz & cols. (6), Alarcos Llorach & cols. (1), Gonzalez y G onzalez e Rubio
Clem ente (7) e por Edelweiss e cols. (4), Tiriba & cols. (10) e outros em nosso meio.
O presente trabalho tem a finalidade de am pliar as observações dêstes in v esti gadores no tratam ento de diversas en tid a -ds in fecciosas com êste nôvo derivado da tetraciclina.
MATERIAL E MÉTODOS
Foram estudados 16 p acien tes porta dores de entidades in fecciosas diversas e internados n a C línica de D oenças In fec-tuosas e P arasitárias da F aculdade de M edicina da U niversidade Federal do Rio de Janeiro e da Faculdade de M edicina da U niversidade Federal F lum inense, e 14 crianças da F undação R om ão de M attos Duarte, abrigo localizado no Estado da
Guanabara, tôdas portadoras de S t r e p t o
-c o -c -c u s b e t a h a e m o l y t i c u s , selecionadas por swab orofaríngeo e p lantio em Agar sangue e H itchens-P ike do m aterial co-liiido de um núm ero superior a 130 c r ia n ças. Os 14 casos selecionados foram c la s sificados com o S t r e p t o c o c c u s b e t a h a e m o
l y t i c u s grupo A de L ancefield, de acôrdo
com a técnica descrita para grupam ento
sorológico (B actostreptococcus A ntiserum Group A, D ifc o ).
Todos os p a cien tes foram subm etidos a exam e clínico com pleto, exam es b a cte riológicos visan do ao diagnóstico etiológi-co, exam es de u rin a (elem entos anorm ais, sedim entoscopia e d en sid a d e), h em ogra-m as, provas fu n cion ais h ep áticas (cefa li-n a-colesterol, turvação e floculação do tim ol, su lfato de z in c o ), dosagetim de tra n -sam inases, dosagem de glicose e u réia e colesterol san guín eos e outros exam es n e cessários a cad a caso em particular. E sta série de exam es foi realizada, em todos os casos, an tes e após o tratam ento.
D os p acien tes portadores de S t r e p t o -c o -c -c u s b e t a h a e m o l y t i c u s grupo A fo i tam bém feita a dosagem de an tiestrep to-lisin as (U nidades Todd) a n tes e após a terapêutica, sendo n este grupo os con tro les de orofaringe realizados em tó m o de 5 dias após o térm ino da terapêutica, n a ten ta tiv a de dim inuir a possibilidade de resultados atribuíveis à reinfeeção, e a segun da d csagem de an tiestrep tolisin a aproxim adam ente 10 dias após term inado o tratam ento.
No prim eiro grupo de p acientes, o e s quem a terapêutico em pregado variou de 100 a lOOOmg. ao dia por via intram uscular (5 a 15m g./kg ao dia), durante 4 a 14 d ias consecutivos, variando as doses e a dura ção do tratam ento de acôrdo com a gra vidade e a evolução do caso e/o u a idade
do paciente; um caso dêste grupo, o de n.° 16, fêz uso da tetraciclin a por v ia oral, n a dose de 20 m g /k g /d ia durante 7 dias.
No grupo de portadores de Streptococ-cu s grupo A, a dose u tilizada foi a de lOmg per k g /d ia , em duas tom adas ao dia com intervalo de 12 horas, por via oral, pelo período de 10 dias consecutivos.
Os critérios adotados cem relação aos resultados terapêuticos foram os m esm os em pregados em trabalho anterior (3), considerando-se, assim , nulos os resul
ecessá-N.° INICIAIS IDADE SEXO DIAGNÓSTICO CLINICO GERME ISOLADO TRATAMENTO* R E SU L T A D O E F E IT O S C C * H
1 B . P . S . 28 M Im petigo + h ep atite Staphylccoccus (?) 250mg x 2 x 8
dias Excelente Discretain j e ç ã ®
2 R . S . 22 M Leptcspirose Soro aglutinação
25ümg x2x2 dias + 250m g/dia x 2
dias Não avaliado
Suspensa a n ) H no 4.° dia
r a sh jH
3 E . O . 15 F A ngina estreptocócica Strep. beta haem
oly-ticus 250m g/dia x 10dias Excelente Discreta d o sHin jeçãcH
4 P . S . 4 1 F Pioderm ite + hepatite
alcoólica Staph. aureus 500mg x 2 x 8dias Nulo (Septi-cemia) N enhi^H
5 H . A . G . 12 F A ngina + pioderm ite Strep. : Staph. 500m g/dia x 7
dias Excelente Discreta d o r f l(tardiaM
6 J.M. 8 M Furunculose Staph. aureus l O O m g x 2 x 7
dias P arcialm ente favorável Der local das 9
7 J . R . 26 M U retrite G onococcus ( ? ) 5Ü0mg/dia x 7
dias Favorável Dor local das 1
8 G . S . 46 F Furúnculo Staph. aureus o O O m g dia x 5
dias Favorável Discreta d o r jin j e ç ã *
9 R . S . 17 M C onjuntivite purulenta --- 250mg x 2 x 5
dias Excelente Dor no locaflinjeçõe®
10 C.A.F.B. . 1 M P enfigóide bolhoso Staph. aureus 250mg 1.° dia +lOOmg/dia x 13
dias Favorável Não avalí
11 A . S . 9 F Broncopneum onia --- 250mg x 2 x 5
dias Exeeiente Dor nc locainjeção
12 L. H . S . 22 M Angina estreptocócica Strep. beta haem
oly-ticus 250m g/dia x 8dias Excelente Discreta dor
13 J G O. 13 M Im petigo Stapíi. : Strep. 250m g/dia x 7
dias Favorável Dor tardia 1injeção
14 M.L.C. 8 F Im petigo Strep. beta haem oly-ticus lOOmg/dia x 5dias E xcelente Dor local da i
15 N . F . S 7 F Im petigo Staph. aureus lOOmg/dia x ?dias E xcelente Dor local da i
16 J . F . C 8 F A m igdalite
Strep. beta haem
oly-ticus 2 0 m g/k g/d iax 7 dias Excelente
QUADRO II
EXPERIÊNCIAS COM O LAURILSULFATO DE TETRACICLINA EM PORTADORES DE STRETOCOCCUS BETA HAEMOLYTICUS GRUPO A
N.° INICIAIS IDADE< anos) SEXO
EXAMES ANTERIORES AO TRATAMENTO EXAMES POSTERIORES AO TRAT AMENTO
Leuc.
p /m m 3 g%Hb A ntiestrep.(U. Todd) Transai
GP
m inases
GO
P . F .
H epática Swab orofa-ringeo p /m m 3Leuc. S%Hb
A ntiestrep.
(U. Todd) Transa
GP
mina.se
GO
P . F . H epática
1 I. 7 M 10850 10.3 50 12 9 N Neg. 7100 9.2 50 13 9 N
2 J . G . 7 M 8400 11.7 125 8 8 N Strep B etahem . 9100 10.6 12 10 10 N
3 L. H. 11 M 6200 11.4 166. 7 8 N Neg. 6000 9.2 125 13 13 N
4 L. V. 9 M 8300 11.7 166 7 11 N Neg. 4100 10.9 100 10 13 N
5 J . F . S . 10 M 11750 12.6 100 9 1C N Strep. Betahem. 10400 10.9 100 13 10 N
6 E. 9 M 6500 11.5 50 13 9 N Neg. 6400 10.0 50 15 11 N
_7__
_8__
9
P . J . 10 M 4550 13.1 166 10 11 N Neg. 5200 10.9 100 10 14 N
R . M . 8 M 7850 12.1 100 12 10 N Neg. 7700 10.0 12 17 18 N
M . A . S . 9 M 9150 11.7 250 11 10 N Neg. 9600 10.3 125 12 10 N
I to II__
G . T . 6 F 3550 10.9 100 10 8 N Neg. 5800 10.6 50 9 ! 10 N
J . S . 9 F 5600 11.4 50 11 10 N Neg. 7100 10.3 50 15 i 13 N
S. C. 9 F 5850 11.7 125 7 6 N Neg. 8700 9.8 12 10 | 8 N
| A.C. 10 F 6500 11.7 50 8 8 N Neg. 6800 9.8 12 11 12 N
1 m .j .m . 11 M 8200 10.3 125 13 10 N Neg. 8250 10.0 12 14 10 N
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ria a adição de outros antibióticos. F avo ráveis são os casos que tiveram resposta inicial len ta m as que ao fin a l do tra ta m ento estavam com pletam ente curados e excelentes foram os casos que tiveram cura rápida e com pleta.
RESULTADOS E CONCLUSÕES
D os 16 p acien tes portadores de d ife rentes en tidad es in fecciosas (Quadro I) — 4 casos de im petigo, 4 casos de am igdalite, em um dêles se associando pioderm ite, 1 caso de pioderm ite (associada à h ep atite alcoólica), 1 caso de penfigóide bolhoso, 2 de furunculose, um de uretrite, um de broncopneum onia, um de con jun tivite pu-rulenta e um de leptospirose — os resul tados foram considerados ex celen tes em 9, favoráveis em 4, parcialm ente favoráveis em 1, n ulos em um dos cascs — o de p io derm ite por S t a p h y l o c o c c u s a u r e u s asso
ciada à h ep a tite alcoólica que evoluiu
para a septicem ia e óbito; em um caso, o de leptospirose, o resultado não foi ava liado, por ser necessária a interrupção do tratam ento no 4.° dia.
Entre os 9 casos de resultados con si derados excelen tes, in clu em -se cs quatro de an gin a estreptocócica, o de co n ju n tiv i te purulenta em que não se conseguiu iso lar o germ e responsável, o de broncopneu m onia, tam bém sem ter seu agen te etio-lógico id en tificado, e três dos quatro c a sos de im petigo devido à in fecção por es-treptococo ou estafilccoco.
Os resultados foram considerados fa voráveis n o caso de im petigo por associa ção de Staphylococcus e Streptococcus, no caso de penfigóide bolhoso, com plicado p ela in fecção p elo S . a u r e u s , em um dos casos de furunculose e n o caso de uretrite p ossivelm ente gonocócica. No segundo caso de furunculose, em bora o m ed icam en to ten h a sido em pregado durante m aior núm ero de dias, obteve-se resultado par cialm en te favorável.
O tratam ento foi ineficaz, como m en cionam os, no caso da pioderm ite associada à h ep a tite alcoólica, desenvolvendo-se, no curso da terapêutica, septicem ia que levou o p acien te ao óbito; no en tan to deve ser considerada n este caso a dificuldade de am a avaliação precisa com relação à ação
do an tib iótico pois, já n a internação, o pa cien te ap resen tava-se com estado geral b a sta n te precário e acentu ada queda de resistência orgânica.
D os 14 casos de in fecção de orofarin-ge por S t r e p t o c o c c u s b e t a h a e m o l y t i c u s grupo A, a m aioria assintom ática n a oca sião do exam e, alguns apresentando dis creta hiperem ia de orofaringe, porém to-dcs com am ígdalas b astan te hipertrofia das, 2 con tinu aram a apresentar-se po sitivos após o tratam ento, sendo possível curar a in fecção n as restantes 12 crian ças (Quadro II).
Com relação à tolerância, naqueles ca sos em que se fêz uso da m edicação por via intram uscular, todos êles de fácil se guim ento por serem docentes h ospitaliza dos, hcuve referência à dor no local d a in jeção em 12 de 14 casos avaliados; esta dor foi quase sem pre discreta e n a m aioria das vôzes sim u ltân ea à introdução do lauril-suüfato de tetraciclina n a m assa muscular. Em um caso observou-se “rash” e febre no 4 ° dia de tratam ento, sendo suspensa a m edicação com recuperação do exantem a; sa lien te-se que êste caso se refere a um paciente com leptospirose, em que a pró pria doença poderia prcm over êste tipo de reação. A adm inistração por via oral foi sem pre bem tolerada, não havendo refe rências a quaisquer m anifestações clínicas de in tolerância secundárias à ingestão da droga. Os exam es laboratoriais realizados n estes casos an tes e após tratam ento não m ostraram alterações significativas, as tran sam inases e as provas funcionais h e-p áticas m anten d o-se em n íveis norm ais (Quadro I I) . D osagens de uréia, glicose e colestercl e exam es de urina, não assina lados nos Quadros, tam bém não eviden ciaram alterações dignas de m enção.
D eve-se cham ar a atenção, no en tan to, para um dado que foi con stante no grupo de portadores de S t r e p t o c o c c u s b e t a
h a e m o l y t i c u s , qual seja o da redução da
ta x a de hem oglobina após o tratam ento, tendo o valor m édio de 11,5g de Hb a n te rior ao tratam ento caído para 10,lg após in stitu íd a a terapêutica. A dosagem de an-tiestrep tolisin a O m ostrou-se levem ente au m entada em u m caso an tes da terapêu
tica, n orm alizando-se após.
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Vcl. III — N.° 5
va tetraciclina ap resen ta-se com o m es mo espectro de ação das dem ais tetraci-clinas, com a possibilidade de aplicação a intervalos m aiores devido à sua ação prolongada, m ostrando-se, em nossa c a suística, particularm ente eficaz em rela ção aos casos de in fecção aguda ou crô nica pelo S t r e p t o c o c c u s b e t a h a e m o l y
t i c u s ; sua tolerância m ostrou-se excelente,
principalm ente quando adm inistrada por via oral. D êste modo, consideram os que ês-be nôvo antibiótico pede, sem dúvida, ser incluído no atual arsenal da terapêutica antiinfecciosa.
AGRADECIMENTOS
Os autores agradecem aos Laborató rios Hosbon pelo fornecim ento da Laura-ciclina para a realização dêstes en saios e ao Dr. Sílvio D ‘Á vila e Irm ãs da Fundação R om ão de M attos D uarte pelas facilidades n a execução de parte dêste tra balho. São, tam bém , agradecidos ao Dr. G uiliierm e de F reitas P êcego e sua equipe de técnicos do Laboratório de Bioquím ica, e aos Drs. J. B acch i N aveira e H enry P er-cy W illcox pela colaboração respectiva m en te nos setores de H em atologia e Im u-nologia.
S U M M A R Y
T h e r e s u l t s o f t h e t r e a t m e n t o f s o m e i n f e c t i o u s ã i s e a s e s w i t h l a u r i l s u l p h a t e t e t r a c y c l i n e a l o n g a c t i n g t e t r a c y c l i n e , a r e r e p o r t e â 1 6 p a t i e n t s s u f f e r i n g f r o m s e v e r a l i n f e c t i o u s ã i s e a s e s w e r e g i v e n 5 t o 1 5 m g / k g / d a y p a r e n t e r a l l y o n c e
o r t w i c e a d a y f o r f o u r t o 1 4 d a y s ( a c c o r d i n g t o t h e t y p e a n d s e v e r i t y o f t h e ã i s e a s e s ) . 1 4 c h i l d r e n c o n s i d e r e d a s Streptococcus c a r r i e r s w e r e g i v e n 1 0 m g / k g / d a y o r a l l y f o r 1 0 ã a y s .
T o l e r a n c e t o t h e d r u g w a s g o o ã . M o s t o f t h e p a t i e n t s c o m p l a i n e d o f a s l i g h t p a i n o n t h e s i t e o f i n j e c t i o n . O n e p a t i e n t w i t h l e p t o s p i r o s i s h a ã a g e
-n e r a l i z e d c u t a -n e o u s r a s h w h i c h c o u l ã a l s o b e e -n c a u s e á b y t h e d i s e a s e . T h e a u t h o r s c o n c l u ã e t h a t l a u r i l s u l p h a t e t e t r a c y c l i n e h a s t h e s a m e s p e c -t r u m o f o -t h e r -t e -t r a c y l i n e s , w i -t h -t h e p o s s i b i l i -t y o f b e i n g a d m i n i s -t e r e d a -t l o n g e r i n t e r v a l s .
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n h o la de C iências F isiológicas V alên-cia 1967.
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Rev. Soc. Bras. Mcd. Trop.
Vol. III — N.° 5
( C o n t i n u a ç ã o d a p á g . 2 5 2 )
Art. 6.° — O parecer da Com issão Ju l gadora deverá ser em itido até o in ício do Congresso da Sociedade B rasileira de M e dicina Tropical nos anos pares, quando o prêmio será solenem ente en tregue ao v en cedor. A prim eira entrega de prêm io s e rá em 1970.
Art. 7.° — Os casos om issos n este re
gu lam ento serão resolvidos pelo Diretor do In stitu to de Tropicologia M édica em conform idade com o Presidente da Socie dade B rasileira de M edicina Tropical e se
fôr o caso com a F irm a P atrocinadora e ao candidato não caberá n en h u m recurso ao parecer da Com issão Julgadora ou de seu Presidente.