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Estudo das correlações entre lesões ósseas podais diagnosticadas pela radiografia com o peso vivo, circunferência torácica, D.M.O.(determinada por densitometria óptica radiográfica)concentrações séricas de Ca, P, Mg, Zn, Fosfatase Alcalina, Proteínas Plas

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Academic year: 2017

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PAULO SERGIO DE OLIVEIRA SCUDELLER

ESTUDO DAS CORRELAÇÕES ENTRE LESÕES ÓSSEAS

PODAIS DIAGNOSTICADAS PELA RADIOGRAFIA COM O

PESO VIVO, CIRCUNFERÊNCIA TORÁCICA, DENSIDADE

ÓSSEA (determinada por densitometria óptica radiográfica)

CONCENTRAÇÕES SÉRICAS DE Ca, P, Mg, Zn, Fosfatase

Alcalina, Proteínas Plasmáticas totais, Globulina, Creatina

quinase, GamaGlutamiltransferase, Albumina,

Aspartato-aminotransferase, Osteocalcina, SANGÜÍNEA DE Mn, pH do

Rúmen e Hemograma, EM BOVINOS FÊMEAS DA RAÇA

NELORE, SEM SINTOMAS CLÍNICOS DE DOENÇA PODAL.

Tese apresentada à Faculdade de Medicina Veterinária e Zootecnia da Universidade Estadual Paulista “Júlio de Mesquita Filho”, Campus Botucatu, para a obtenção do Título de Doutor em Medicina Veterinária, Área de Cirurgia Veterinária.

ORIENTADORA: Profª. Drª. LUCY MARIE RIBEIRO MUNIZ

COORIENTADOR: Dr. PEDRO PAULO PIRES

BOTUCATU – SP

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FICHA CATALOGRÁFICA ELABORADA PELA SEÇÃO TÉCNICA DE AQUISIÇÃO E TRATAMENTO DA INFORMAÇÃO

DIVISÃO TÉCNICA DE BIBLIOTECA E DOCUMENTAÇÃO - CAMPUS DE BOTUCATU - UNESP BIBLIOTECÁRIA RESPONSÁVEL: SELMA MARIA DE JESUS

Scudeller, Paulo Sergio de Oliveira.

Estudo das correlações entre lesões ósseas podais diagnosticadas pela radiografia com o peso vivo, circunferência torácica, densidade óssea (determinada por densitometria óptica radiográfica) concentrações séricas de Ca, P, Mg, Mn, Zn, Fosfatase Alcalina, Proteínas Plasmáticas totais, Globulina, Creatina quinase, Gama Glutamiltransferase, Albumina, Aspartato-aminotransferase, Osteocalcina, pH do Rúmen e Hemograma, em bovinos fêmeas da raça Nelore, sem sintomas clínicos de doença podal / Paulo Sérgio de Oliveira Scudeller. – 2004.

Tese (doutorado) – Universidade Estadual Paulista, Faculdade de Medicina Veterinária e Zootecnia, Botucatu, 2004.

Orientadora: Lucy Marie Ribeiro Muniz Co-orientador: Pedro Paulo Pires Assunto CAPES: 50501070

1. Bovino - Doenças

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Quando alguém chega ao fim,

Está apenas começando;

E quando pára,

Então fica perplexo.

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In memorian

Benedito Augusto de Oliveira

Aparecida Simões de Oliveira

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AGRADECIMENTOS

À DEUS, pelas imensas concessões a minha vida e pelos animais, pois está escrito em Salmo 50 (49),10 : “São minhas todas as feras da selva e os animais nas montanhas, aos milhares; 50,11 Conheço as aves todas do céu e o rebanho dos

campos Me pertence; 50,12 Se Eu tivesse fome não o diria a ti, pois o mundo é

meu e o que nele existe.”

À minha orientadora Dra. Lucy Marie Ribeiro Muniz, pelo profissionalismo, ética, capacidade e competência na orientação deste trabalho; e principalmente pela nossa amizade que ela cultivou.

Ao coorientador Dr. Pedro Paulo Pires, pesquisador da EMBRAPA, Centro Nacional de Pesquisa em Gado de Corte, setor de Sanidade Animal, Campo Grande – MS, que muito colaborou para o desenvolvimento deste projeto.

Ao Dr. Wilson Roberto Jesus do Centro de Informática na Agricultura (CINAG), da Fazenda Lageado, UNESP, Botucatu, pela realização das análises estatísticas, sempre com boa vontade e prestabilidade.

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Ao funcionário Mauri, do Laboratório de Patologia Animal, FMVZ, Unesp, que eu e o Porfírio muitas vezes levávamos as nossas amostras de membros de bovinos para que ele as cortasse, muito colaborou com os nossos trabalhos, e sempre com boa vontade.

Aos estagiários, também trabalharam duro para obtermos as amostras, nas mãos ficavam feridas das bolhas que as cordas cortavam.

À grande amiga Rosely Bergamo, que me acolheu em sua casa, com carinho e estima.

Aos agradabilíssimos João Cassetari, Dona Wilma, Dito e Prof. Dra. Jaqueline, funcionários do setor de Radiologia Veterinária da FMVZ, Unesp, foi muito bom conviver com eles.

Ao Ilson Tavares, funcionário do laboratório de Patologia Clínica Veterinária, FMVZ, pela realização das análises bioquímicas.

Ao Alaor Aparecido Almeida, Farmacêutico Bioquímico do Centro de Assistência Toxicológica (CEATOX) da Unesp de Botucatu, pelo eficiente atendimento, boa vontade e prestabilidade.

Ao Laboratório Veterinário Prontovet de Campo Grande –MS, pela realização dos hemogramas.

Aos meus irmãos e suas famílias, minha vida seria vazia sem eles, e aos meus pais, pela nossa família.

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vi

Ao Prof. Dr. Paulo Eduardo Pardo, que me iniciou nesta área de pesquisa, ao me convidar para radiografar os cascos de algumas vacas com lesões sem claudicação, em 1992.

À minha amiga Nereide, que muito contribuiu com sua amizade, fez do tempo que vivi durante a pós-graduação, fosse regado de boas lembranças.

Ao amigo Prof. Dr. Carlos Artur, vulgo Cacá, professor de Clínica de Pequenos Animais da UFLA, pessoa magnífica, sempre fazendo um ambiente agradável em nossa sala de pós-graduandos, cheio de humor e alegria, sua inteligência e humildade foram exemplos pra mim.

Às amigas Ana Aranha e Vivien Lettry, pessoas maravilhosas, foi muito agradável a presença delas.

Aos catequistas Marilda e Fernando, da Paróquia Nossa Senhora Aparecida, pela esplendorosa experiência, tive momentos de felicidade inesquecíveis na catequese. Ao Padre Luis Castro, que muito me instruiu na palavra de Deus.

Ao amigo Emerson Ribas, trabalhávamos muito na Clínica Veterinária Dr. Simões, lembro com muitas saudades.

A FAPESP, que financiou este projeto e a bolsa de manutenção, sem estes,

este trabalho não seria possível.

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SUMÁRIO

Página

Lista de Tabelas ...ix

Lista de Figuras...xii

1- INTRODUÇÃO...01

2- REVISÃO DE LITERATURA...03

2.1 -Pododermatite asséptica difusa, laminite - processo inflamatório...09

2.2- Valores bioquímicos e hematológicos ...22

2.2.1- Osteocalcina...22

2.2.2- Síntese da Osteocalcina ...23

2.2.3- Elementos Minerais ...24

2.2.3.1- Cálcio e Fósforo ...24

2.2.3.2- Magnésio ...31

2.2.3.3- Manganês ...33

2.2.3.4- Zinco ...34

2.2.4- Química Clínica ...36

2.2.4.1- Função Hepática ...37

2.2.5- Valores Bioquímicos ...41

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viii

3- OBJETIVOS ...53

4- MATERIAIS E MÉTODOS ...54

4.1- Local de execução...54

4.2- Animais ...54

4.3- Colheita de Amostras ...54

4.3.1- Exame Radiográfico das Falanges Distais...55

4.3.2 - Exame Radiográfico e Densitométrico ...56

4.3.3 - Exame Bioquímico das Amostras Séricas ...64

4.3.4 – pH do rúmen ...66

4.3.5- Hemograma ...66

4.4- Análise Estatística ...66

5- RESULTADOS ...67

5.1- Achados radiográficos ...75

5.2- Valores obtidos ...76

6- DISCUSSÃO...78

7- CONCLUSÕES ...88

8- REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ...89

Anexos ...114

Resumo...151

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LISTA DE TABELAS Página

Tabela 1- Médias e desvios-padrões de presença de exostose (sucesso ou insucesso) nas falanges laterais e mediais dos membros anteriores e posteriores das 82 fêmeas bovinas da raça Nelore, Campo Grande –MS, 2004

67 Tabela 2 – Tabela de distribuição da somatória do tamanho das

exostoses (em mm) presentes nas falanges distais dos quatro membros, das 82 fêmeas bovinas da raça Nelore, Campo Grande –MS, 2004.

68 Tabela 3 – Médias e desvios-padrões da soma de exostoses,

em mm, nas falanges laterais e mediais dos membros anteriores e posteriores das 82 fêmeas bovinas da raça Nelore, Campo Grande –MS, 2004.

69 Tabela 4 – Médias e desvios-padrões do número de área (s) de

reabsorção óssea nas falanges laterais e mediais dos membros anteriores e posteriores das 82 fêmeas bovinas da raça Nelore, Campo Grande –MS, 2004.

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x

Tabela 5 – Tabela de freqüência da soma dos tamanhos (em mm) dos eixos maiores dos focos de reabsorção óssea nas falanges distais dos quatro membros das 82 fêmeas bovinas da raça Nelore, Campo Grande –MS, 2004.

71 Tabela 6 – Médias e desvios-padrões da soma total dos eixos

maiores dos focos de reabsorção óssea, em mm, nas falanges laterais e mediais dos membros anteriores e posteriores das 82 fêmeas bovinas da raça Nelore, Campo Grande –MS, 2004.

72 Tabela 7 – Número de presenças de lesões nos sesamóides

distais das falanges laterais e mediais dos membros anteriores e posteriores das 82 fêmeas bovinas da raça Nelore, Campo Grande –MS, 2004.

73 Tabela 8 - Número de fissuras na parede do casco lateral ou

medial dos membros anteriores e posteriores de 82 vacas Nelore, Campo Grande –MS

(12)

xi

Tabela 9 – Número de ocorrência de Anéis transversais na parede do casco de membros de 82 vacas Nelore, Campo Grande -MS, 2004.

74 Tabela 10 – Médias e desvios-padrões de presença de lesões

nos cascos laterais e mediais dos membros anteriores e posteriores das 82 fêmeas bovinas da raça Nelore, Campo Grande- MS, 2004.

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xii

LISTA DE FIGURAS

Fig. 1- Remoção da estrutura córnea, observam-se as lâminas queratinizadas na parede do casco e as lâminas da epiderme

10 Fig. 2- Contenção no brete e posicionamento por meio de

cordas e roldana para obter a radiografia

56 Fig.3 – Para obter a radiografia para DMO, utilizou-se aparato

de madeira, onde se insere o chassi e nele está fixada a escala de alumínio

58 Fig. 4 – Para acessar o programa, pressiona-se o botão do

mouse no ícone cromox Bovino no visor do microcomputador

58 Fig. 5- Para acessar o arquivo da imagem a ser avaliada,

pressiona-se o botão do mouse no nome do arquivo e depois no ícone Ok

59 Fig. 6– Assim que o arquivo é aberto, deve-se clicar nas

extremidades da escala de alumínio, logo é aberta uma janela para selecionar a área de leitura arrastando-a com o mouse

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xiii

Fig. 7- Delimitando a área de leitura, nos ícones ALTURA e LARGURA

61 Fig.8 – Após delimitar a área de 4 mm de tecido mole,

pressiona-se o botão do mouse no ícone CALCULAR para

obter o valor DMO

62

Fig.9- Resultado final do valor da leitura em mmAl, e áreas de densidade na escala de cores.

(15)

INTRODUÇÃO

A importância econômica da bovinocultura já foi relatada há aproximadamente 400 anos a.C., no livro de provérbios da Bíblia, capítulo 14 e versículo 4; os bovinos serviam para a alimentação, tração animal e fonte de adubo orgânico, este de grande valor na agricultura da época. Atualmente, os ruminantes ainda demonstram o seu significado para a vida econômica de muitos países, incluindo o Brasil.

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REVISÃO DE LITERATURA

Estudos na Europa têm identificado a doença podal como a terceira mais importante enfermidade nos bovinos leiteiros, após mastite e problemas reprodutivos (COLLICK et al., 1989; WHITAKER 1983; HARRIS 1988); e a mais importante em relação ao bem estar do animal (HENDRY et al., 1997).

Foi estimado que a média anual de perda financeira devido a problemas de casco no Reino Unido soma aproximadamente 1000 libras por 100 vacas (WHITAKER, 1983). Uma correlação negativa entre doenças podais e eficiência reprodutiva já foi citada (LUCEY et al. 1986; COLLICK et al 1989).

GREENOUGH et al. (1990) relataram que 18% de touros de mais alta performance foram eliminados por razões envolvendo “cascos e membros”, durante o inverno no Saskatoon Record of Performance Bull Test Station, no Canadá.

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O progresso no entendimento das causas de problemas podais tem sido lento e está ainda incompleto. Lesões nos cascos somam de 75 a 90% das claudicações diagnosticadas em bovinos (EDDY, SCOTT 1980; ARKINS 1981; BAGGOTT, RUSSELL 1981; CHOQUETT LEVY et al. 1985).

A pododermatite asséptica difusa (laminite) é considerada uma manifestação localizada de um distúrbio metabólico generalizado. A etiologia precisa não é conhecida, mas vários fatores como sobrecarga de ingestão no período pré-parto até um pico de alta produção leiteira, exercício inadequado, e fatores sazonais são envolvidos. A laminite crônica é considerada um importante fator contribuidor para outros problemas de casco (WEAVER,1971).

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regular cuidados com os cascos na tentativa de reduzir ou abolir o estresse aos ligamentos.

STURION et al (1997), em um levantamento radiográfico de cascos de bovinos de espécie Bos indicus criados em sistema extensivo, notificaram 80% de lesões ósseas podais; levantaram uma questão já observada de que as enfermidades podais são consideradas como problema de saúde de rebanho e que se precisa de mais investigação para se conhecer melhor sua etiologia, patologia e principalmente a prevenção, para favorecer a produção animal, reduzindo custos de produção.

MUNIZ e SCUDELLER (1999) notificaram a existência de lesões ósseas podais em 60 vacas da raça Nelore, divididas em dois grupos de 30 animais cada, sendo que cada grupo correspondia a animais de propriedades diferentes. Todos os animais não apresentavam sinais clínicos de claudicação e foram observadas as seguintes lesões: exostose axial e abaxial, osteíte podal difusa, exostose palmar e plantar, exostose no processo extensor, osteíte axial e abaxial nas falanges distais. Os membros acometidos de lesões ósseas das fêmeas do grupo I foram: 23 MAE (membro anterior esquerdo), 13 MAD (membro anterior direito), 06 MPE (membro posterior esquerdo) e 05 MPD (membro posterior direito). Os membros acometidos do grupo II foram: 17 MAE, 19 MAD, 8 MPD e 5 MPE. Observaram que os membros anteriores são mais acometidos de lesões em relação aos posteriores.

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algum tipo de alteração óssea nas falanges distais diagnosticadas pela radiografia, sendo esta porcentagem a mesma para ambas as raças.

NIGAM, SINGH (1980), em um estudo radiográfico de 104 casos clínicos de afecções podais em bovinos, relataram os seguintes dados: 80,8% eram machos, a maioria tinha idade acima de 4 anos; 38,5% dos animais apresentavam fraturas de falanges, 34,6% artrites, 18,3% periostites/exostose, 5,8% luxação e 2,9% penetração na sola. As fraturas de falanges foram mais comuns nos membros posteriores (34/40 casos), com mais alta incidência na falange proximal (18) e distal (15). A incidência de artrites foi maior nos membros posteriores em relação aos anteriores. As enfermidades podais representaram 24,5% (104/424) de todos os casos de injúrias nos membros em bovinos.

RUSTERHOLZ (1920) elaborou uma teoria de que os bovinos da raça Holandês Preto e Branco (HPB) acometidos de ulceração de sola apresentariam exostose no bordo plantar na superfície de sustentação da falange distal, exatamente oposto à localização da úlcera de sola. ZANTINGA (1973) repetiu o mesmo trabalho para investigar a teoria de Rusterholz, reportando que a radiografia não revelou exostose ou outra alteração óssea no processo flexor da falange distal lateral atribuída à ulceração de sola, mas observou que as lesões ósseas poderiam ser consequências de resposta secundária ao processo inflamatório; as lesões ósseas quando presentes, ocorriam em animais clinicamente assintomáticos, em processos crônicos ou em lesões abertas recorrentes.

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que a laminite assintomática seja uma das principais causas predisponentes de lesões como a úlcera de sola e a doença de linha branca, também está associada com sola dupla e certos tipos de erosões no talão; portanto, as hemorragias de sola podem ser consideradas como um importante estágio de laminite assintomática.

As mudanças econômicas na bovinocultura e o aprimoramento nas técnicas radiográficas têm feito o uso da radiologia na medicina bovina um procedimento prático e vantajoso, principalmente em animais de alto valor zootécnico (BARGAI, 1993).

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exame radiográfico; alterações ósseas e degeneração articular poderão estar presentes (BARGAI, 1993)

As alterações ósseas associadas com infecções são caracterizadas por produção óssea, aumento ou redução de densidade óssea, destruição óssea e seqüestro; sendo a produção óssea a mais comum alteração (FARROW, 1985). SIMON (1966) notificou a ocorrência de exostose na falange distal de bovinos em casos de pododermatite e inflamação do coxim plantar.

2.1- PODODERMATITE ASSÉPTICA DIFUSA, LAMINITE - PROCESSO

INFLAMATÓRIO

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organização macromolecular para tonofilamentos, e subsequente incorporação para o citoesqueleto celular por intermediados filamentos ligados a proteínas, tal que, os tonofilamentos são alinhados paralelamente ao longo eixo da fina lâmina epidérmica (ou escama epidérmica), cada lâmina é fortemente ligada ao seu vizinho por desmossomos intracelulares e secreta uma matriz extracelular rica em lipídios, na qual os queratinócitos maturos tornam-se embebidos. O tecido córneo é composto de arranjo tubular e intertubular de células. A parte tubular é derivada das células que se originam sobre a superfície lamelar ou papilar, e o córneo intertubular é derivado daquelas células na extremidade das lâminas. A resistência mecânica do casco é primariamente dependente da integridade das interações celulares, dos queratinócitos e a organização dos filamentos de queratina dentro destas células (HENDRY et al. 1997).

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Laminite é um termo genérico para as condições em que as lâminas sensitivas do casco estão danificadas. Em sua forma assintomática (subclínica) mais comum, a locomoção parece ser normal, portanto, ocorrem alterações distintas no tecido córneo, que se torna mais mole, amarelado e pálido. O amolecimento do tecido córneo o torna propenso a lesões, ulcerações, erosão de talão e hemorragia nas superfícies de sustentação do casco, particularmente na linha branca e pinça. A laminite assintomática pode progredir para forma aguda ou crônica, em que os cascos tornam-se deformados devido ao crescimento anormal, e a sola apresenta-se nivelada e alargada, freqüentemente com fissuras e rugosidades (GREENOUGH, 1986, 1991). O exame histológico mostra alterações na microvasculatura da lâmina dérmica que resulta em edema e distensão e subsequente necrose da lâmina epidérmica (VERMUNT & GREENOUGH, 1994). Em nível ultraestrutural, as células da camada germinativa apresentam-se anormais, com núcleo aumentado, localizado centralmente, e citoplasma vacuolisado (HENDRY et al., 1997).

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parte da sola, hemorragias na parede e sola e um aumento de gordura na falange. Histologicamente, hiperemia, trombos, hemorragias e acúmulo de linfócitos, histiócitos e fibroblastos são vistos no corium. Na epiderme, as células do estrato germinativo e do estrato espinhoso estão aumentadas e desorganizadas, com parcial ou completo desaparecimento da substância queratogênica. Entre os vários fatores etiológicos da laminite, que Joly e Vivien (1901) apud Edwards (1982) sugeriram que um dos fatores etiológicos da laminite é uma osteíte na falange distal. Atualmente, sabe-se que as lesões ósseas podais são consequências das alterações hemodinâmicas e derme-epidérmicas.

A laminite crônica causa um variável grau de rotação da falange distal, esta é uma alteração irreversível e é inaceitável em animais com fins reprodutivos (MACLEAN, 1970; GREENOUGH et al., 1981; GREENOUGH et al., 1990), outros autores têm considerado esta alteração devido a laminite crônica ou aguda (NILSSON, 1963; MACLEAN, 1970; ANDERSON & BERGMAN, 1980). A atrofia, descalcificação e osteoporose são alterações ósseas que ocorrem devido a laminite crônica, que podem ser diagnosticadas radiograficamente (GREENOUGH

et al., 1981).

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região de pinça da falange, e o desenvolvimento de osteofitos nos processos piramidal e palmar das falanges distais.

GREENOUGH et al.(1990) notificaram que a presença de osteopatia na falange distal em bezerros é uma evidência que a laminite tenha ocorrido, e correlacionaram a laminite assintomática crônica com lesões ósseas; neste mesmo trabalho encontraram uma alta ocorrência de abscesso hepáticos nos garrotes pesquisados no post-mortem (23,4%), podendo estar associados com rumenite e esta pode ser resultado da acidose rumenal. Evidenciaram que as hemorragias de sola, rotação da falange distal, osteopatias e os anéis transversais na parede do casco foram relacionados com a alimentação intensiva que foi consistente com o conceito de acidose rumenal que induziu a laminite.

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destruição da rede capilar e desenvolvimento das anastomoses artério-venosas (AAV); a arteriosclerose é um proeminente quadro histopatológico.

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ocorre alteração anatômica local com a ruptura da junção epidérmica, que resulta da separação do estrato germinativo e corium; o que poderá ocasionar uma rotação da falange distal; com isto, a extremidade da falange comprime o tecido entre o osso e a sola do casco, esta compressão resulta em hemorragias, trombose e aumento do edema e isquemia, produzindo uma área necrosada dentro da região solear do casco; pequenas partes de tecido cicatricial podem ser produzidas; quando o processo de degeneração persiste, devido aos debris celulares, a produção e a integridade de novas camadas de tecido córneo são interrompidas, com isto, uma variedade de processos podem ocorrer como resultado da incorporação de tecido cicatricial (ANDERSSON, BERGMAN 1980), como o fenômeno da sola dupla, hemorragias de sola, manchas, lesões difusas na polpa solear.

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processo inflamatório crônico que resultou em aumento de PT devido ao aumento das globulinas no sangue. O processo inflamatório pode ser envolvido com consideráveis danos teciduais que resultou no aumento da CK e que também possa ter envolvido com alguma lesão hepática como indicou o aumento da GGT, uma enzima associada com alterações do parênquima hepático. Observaram nas radiografias das bezerras afetadas, aumento dos canais vasculares e rotação das falanges distais. O estudo post-mortem, com corte sagital do casco, revelou hemorragias na camada laminar. Propuseram que o concentrado com 18% de proteína fornecido às bezerras até três meses e meio de idade, ad libitum, resultou em lesões hepáticas e laminite.

GANTKE et al. (1998), em um estudo clínico, avaliaram radiograficamente 179 bovinos afetados com laminite, em um total de 366 radiografias, observaram rotação da falange distal (34,8%), radiolucência na pinça da falange distal (31,9%), forma côncava na parede do casco (18,6%) e radiolucência na área da lâmina dorsal (10.0%); nas projeções dorsopalmar e dorsoplantar, foram evidenciados uma grossa irregularidade na margem solear (49,4%) ou radiolucência na pinça da falange distal (34%). Proliferações ósseas na região da lâmina dorsal (27,6%) e osteíte podal na superfície solear da falange distal (18,6%) não foram consideradas como sendo alterações laminíticas porque não poderiam ser separadas das alterações dependentes da idade.

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Um episódio de laminite assintomática resulta em trombose mural, que causa arteriosclerose. Estas mudanças podem influenciar alterações hemodinâmicas pododérmicas causando perda da integridade vascular, hemorragia solear, perda da qualidade do tecido córneo e concavidade na parede dorsal do casco. Portanto, acredita-se que o desenvolvimento da laminite crônica pode estar associado com hipoperfusão contínua dos dígitos.

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estas respostas podem ser categorizadas em alterações na remodelação, na modelação e lise focal e lesões de produção óssea. A osteonecrose pode resultar de uma variedade de causas que podem ser divididas em duas categorias : inflamação e comprometimento vascular não associado à inflamação; necrose associada com inflamação é comum e pode resultar de compressão de vasos pelos exsudatos inflamatórios; esta necrose pode ser causada por toxinas ou enzimas liberadas por células inflamatórias ou de microrganismos. Um aumento na reabsorção e produção óssea no tecido ósseo necrosado é uma resposta às citoquinas dos macrófagos. Os osteoclastos e osteoblastos provêm, respectivamente, do monócito – macrófago e de células mesenquimais indiferenciadas das áreas adjacentes da medular e osso viáveis; o objetivo desta resposta é para reabsorver o osso necrosado e proporcionar a neoformação; embora a necrose óssea nos estágios iniciais não é deficiente estruturalmente, com o tempo o osso acumula microlesões, porque o osso necrosado é incapaz de remodelar; durante este estágio de reparo da necrose óssea, o osso pode parecer radiodenso, possivelmente devido à nova deposição óssea na extremidade do osso necrosado e mineralização dos osteócitos mortos (PHARR & BARGAI, 1997; CRUESS & DUMONT, 1985). A ativação dos monócitos / macrófagos e células endoteliais ocorre por contato direto com células osteogênicas ou pela liberação de fatores solúveis como as citoquinas ou fatores de crescimento (TEITELBAUM et al., 1997).

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ser estabelecidas por meio de um contato célula a célula, em que as moléculas da família integrina podem estar envolvidas, ou pela liberação de muitos fatores polipeptídeos e ou cadeias de receptores solúveis; estes fatores podem atuar diretamente sobre as células osteogênicas e seus precursores para controlar diferenciação, formação e funções: formação da matriz, mineralização, reabsorção (GREENFIELD et al., 1999).

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Muitas citoquinas, vitaminas, estrógenos e outras moléculas influenciam a osteoclastogênese, reabsorção óssea, produção de RANKL e Osteoprotegerina (OPG) pelas células estroma-osteoblásticas e, também, a razão RANKL/OPG; assim: PTH e glicocorticóides aumentam RANKL e inibem produção de OPG; a vitamina 1α25(OH)2D3 aumenta a produção de RANKL; os estrógenos e TGF-β

aumentam a produção de OPG; o interferon-gama inibe RANKL; alto nível de Ca extracelular afeta osteoclastogênese e a IL-7 induz a perda óssea via RANKL, produzidas pelos linfócitos T (STEEVE et al., 2004). A histamina é um mediador da inflamação e da resposta alérgica; a histidina decarboxilase, a enzima histamina-sintetase são induzidas por lipopolissacarídeos, citoquinas; a degranulação dos mastócitos libera fatores que podem ativar a diferenciação e ação dos osteoclastos; ao inibir a degranulação, diminui a reabsorção óssea (DEYAMA et al., 2002).

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vacas daria algum suporte a teoria do hipercalcitonismo de Krook (1969), que resultam de alta ingestão de Ca.

STUDER & NELSON (1971), pesquisando bovinos machos tipo corte,

Bos taurus, de 1 a 2 anos de idade, com rápido ganho de peso, observaram um nível de claudicação de 7 a 8%; esta claudicação foi caracterizada por doença articular degenerativa (DAD) e exostoses nas epífises próximas das articulações do carpo e metacarpofalangeana. Na DAD acredita-se que um insuficiente suporte ósseo subcondral é um fator predisponente em animais saudáveis; observaram que em animais com hipocalcemia, juntamente com o excessivo ganho de peso, foram susceptíveis a DAD, portanto, notificaram a hipocalcemia e a relacionaram com a DAD em animais normais.

VERSCHOOTEN e DeMOOR (1974) reportaram sinais radiográficos de artrite infecciosa em 71 bovinos. Estes sinais incluíam edema de tecido periarticular, reação óssea intracapsular e extracapsular e presença de gás em tecido mole. Um importante achado foi osteomielite no carpo, tarso e ossos sesamóides.

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2.2- VALORES BIOQUÍMICOS E HEMATOLÓGICOS

2.2.1- Osteocalcina

A osteocalcina ou proteína ácido carboxiglutâmico óssea é uma pequena proteína de 46 a 52 aminoácidos arranjados em uma simples cadeia peptídica na matriz extracelular mineralizada do tecido ósseo, dentina e cementum (POSER et al. ,1980; GUNDBERG et al., 1984; MENDE et al., 1984; HAUSCHKA, WIANS, 1989). Sua função no tecido ósseo ainda não está elucidada, embora sua estreita associação com a fase mineral, indica algum papel no processo de mineralização (NICODEMO, 1997).

A osteocalcina é a mais abundante proteína não colagenosa do corpo e é um específico marcador de atividade osteoblástica; trabalhos realizados indicaram que o aumento da osteocalcina estava relacionada com uma nova síntese óssea, o que foi relatado por WILKENS et al. (1996) em trabalho realizado em cães.

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recém-nascidos, 260 ηg/ml a 2 semanas de idade, 200ηg/ml aos 3 meses, 100ηg/ml aos 12 meses, 30ηg/ml aos 4 a 5 anos e 40 ηg/ml acima de 10 anos de idade. Observou também, que a maior concentração de osteocalcina ocorre na cortical do tecido ósseo , valores médios encontrados em ovinos: 1,53 mg/g de osso em recém-nascidos, 1,85 mg/g em animais com 8 meses de idade, 1,17 mg/g de 4 a 5 anos de idade e 1,39 mg/g em animais acima de 10 anos.

NAITO et al. (1990) relataram os níveis séricos de osteocalcina em cinco vacas da raça Holandesa Preta e Branca, no pré-parto, com idade entre 3 e 5 anos, correlacionaram com os níveis séricos de vitamina D, cálcio e fósforo inorgânico; a concentração (média e desvio-padrão) da osteocalcina diminuiu rapidamente no dia anterior ao parto até o dia posterior, no nível de 8,0 ± 3,0 ng/ml e elevou gradualmente para 17,8 ± 3,8 ng/ml aos 15 dias pós-parto. Os autores observaram que as concentrações de osteocalcina foram significativamente proporcionais às de cálcio e de fósforo inorgânico.

2.2.2- Síntese da Osteocalcina

A osteocalcina é secretada pelos osteoblastos maduros (HAUSCHKA, REID, 1978; NISHIMOTO, PRICE, 1980) no estágio final de diferenciação dos osteoblastos durante o período da mineralização da matriz extracelular (STEIN et al., 1990).

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proteína (NIELSEN, 1994), portanto, o nível de osteocalcina sérica está correlacionado com o número de osteoblastos no osso (MALLUCHE et al., 1984).

2.2.3- Elementos Minerais

2.2.3.1- Cálcio e fósforo

O cálcio (Ca) desempenha importantes funções nos processos biológicos, incluindo contração muscular, coagulação sangüínea, ativação enzimática, excitabilidade nervosa, liberação hormonal, permeabilidade de membranas e componente estrutural dos ossos. Aproximadamente 99% do Ca é encontrado na matriz inorgânica do tecido ósseo (hidroxiapatita), 0,9% como intracelular (membrana plasmática, mitocôndria e retículo endoplasmático) e 0,1% no líquido extracelular. No sangue, cerca de 50% do Ca se encontra na forma ionizada (Ca2+), 5% na forma Ca-complexado (citrato, lactato, bicarbonato e fosfato) e 45% ligado à proteínas séricas (maior nas albuminas que nas globulinas). Somente o Ca filtrável (ionizável + complexado) pode ser reabsorvido ou excretado pelos rins. Segundo ROSOL et al. (1995), o Ca ionizado é a fração mais importante para ativar todos os processos intracelulares.

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fosfatos, fitatos, oxalatos e ácidos graxos, tornando-o indisponível para absorção. É crítico para a célula manter baixo o nível de Ca intracelular. Se houver anóxia, deficiência energética ou alteração de integridade de membrana, haverá a entrada descontrolada de Ca no citoplasma, colocando em risco a viabilidade da célula devido aos efeitos tóxicos do Ca (ROSOL et al., 1995).

A excreção do Ca é feita pela urina, leite e em menores quantidades pelo suor e secreções intestinais. Os rins têm capacidade de reabsorver tanto quanto 98% do Ca filtrável ou de excretá-lo em grandes quantidades.

A manutenção dos níveis séricos de Ca é feita por três hormônios: paratohormônio (PTH), calcitonina (CT) e metabólito da vitamina D, ou seja 1,25 (OH)2D ou 1,25 diidroxicolecalciferol ou calcitriol. O PTH é o principal hormônio

envolvido na regulação fina, minuto a minuto do Ca sangüíneo (CAPEN et al., 1989). Exerce sua ação biológica diretamente sobre células alvos nos ossos e rins e indiretamente no intestino pela estimulação do metabólito ativo da vitamina D. O PTH é acionado quando os níveis de Ca sangüíneo tornam-se reduzidos, agindo para elevá-los. No tecido ósseo vai aumentar a osteólise osteocítica e o número de osteoclastos e a atividade das enzimas lisossômicas, resultando em quebra das fases orgânicas e inorgânicas do osso e sua liberação ao compartimento fluido ósseo e daí ao sangue (reabsorção óssea). Nos rins irá ativar a 1αhidroxilase (transforma o 25 hidroxicolecalciferol hepático em 1,25 (OH)2 D,

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PTH séricos, de tal modo que quando o Ca atingia um valor crítico, disparava a secreção de PTH. A ação do PTH é rápida na reabsorção renal de Ca e na síntese de vitamina D ativa; porém, VAN MOSEL (1991) demonstrou que o efeito sobre as reservas ósseas é mais demorado, envolvendo horas e até dias. Intensificando a reabsorção, ocorrerá maior excreção de hidroxiprolina proveniente da matriz orgânica óssea. A calcitonina é um polipeptídeo composto de trinta e dois aminoácidos produzido pelas células C da tireóide. Tem ação independente do PTH. A estrutura molecular, segundo ROSOL et al. (1995) difere entre as espécies. A síntese é estimulada pelos elevados níveis séricos de Ca, após a ingestão de alimentos com o conseqüente aumento de gastrina, pancreozimina. Age primariamente nos ossos e rins. No osso tem ação antagônica ao PTH, ou seja, inibe a reabsorção óssea, estimulando a deposição de sais de Ca na matriz orgânica. Nos rins, a presença de seus receptores na alça de Henle e túbulos contornados distais promoverão maior excreção de P, Na, Cl e Ca. Segundo LITTLEDIKE et al. (1987), a calcitonina aumenta a excreção de Ca, P e Mg na urina; seus efeitos hipocalcêmicos se fazem sob bloqueio imediato da reabsorção, protegendo o organismo das perdas ósseas e prevenindo a hipercalcemia no período pós prandial.

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à proteína. Nos rins, sob a ação da colesterol 1αhidroxilase vão se transformar nos metabólitos mais ativos 1,25(OH)2D3 e 1,25(OH)2D2 contribuindo no

metabolismo do Ca e P. Entretanto, poderão formar diferentes metabólitos, tais como 1,24(OH)2D3 e 24,25(OH)2D3, que possuem menor potência biológica.

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nutricional) que se traduzem em alterações anatomopatológicas ósseas específicas. Entre os ruminantes sob pastejo, as síndromes clínicas associadas com hipocalcemia são mais comuns que a hipercalcemia. A mais conhecida doença é a denominada Febre do Leite ou paresia da parturiente e a síndrome da vaca “caída” (SCHULTZ et al., 1993). Observa-se que a hipocalcemia se traduz em sintomas clínicos diferentes (KENT LLOID et al., 1993), resultando em paresia nos bovinos e em tetania nas outras espécies (SCOTT-MONCRIEF, 1995).

A quantidade de Ca no organismo é conseqüência do total de entrada e saída. Se a quantidade de Ca que sai é maior que a que entra, indica falhas na homeostase que resulta em hipocalcemia; se entrada e saída se equivalem, há homeostase e conseqüente normocalcemia. Quando a demanda metabólica de Ca aumenta, o nível de Ca se manterá normal, somente se a reabsorção óssea for ativa, pois a absorção intestinal tem limitações (não resolve aumentar o Ca dietético exageradamente, pois não haverá máxima absorção) (CAPEN et al., 1989).

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microrganismos ruminais, especialmente os celulolíticos (REIS, 1993; McDOWELL, 1992; TERNOUGH 1990). Apesar de muitos trabalhos envolvendo o equilíbrio de P e ou Ca com carneiros e bezerros, a homeostase do P no ruminante é controvertida. O P não possui mecanismos diretos e específicos como o Ca. Em sua homeostase estão envolvidos a reabsorção óssea, secreção salivar, absorção intestinal e excreção fecal, urinária e láctea. Quem atua de forma direta, quando os níveis de P sangüíneo diminuem é o calcitriol. A hipófise sinaliza aos rins para aumentar a síntese de 1αhidroxilase e consequentemente mais calcitriol, e maior absorção intestinal somente de P. Ao mesmo tempo, o metabólito ativo estimula a reabsorção de P nos túbulos contornados proximais, cujos efeitos vão aumentar os níveis séricos somente de P, restabelecendo a normofosfatemia. Se no entanto, a razão Ca/P se estreitar ou instalar uma hipocalcemia, o PTH é liberado, e a hiperfosfatemia não se instala, haverá adição de Ca e P provenientes da reabsorção óssea, porém, o P será excretado pelos rins.

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TERNOUGH (1990), em revisão acerca do P para bovinos de corte, apresentou os seguintes fatores como importantes: 1- no osso, a proporção molar de Ca/P é de 1,67/1 e a razão peso/peso é de 2/1; 2- os níveis de P no rúmen-retículo são de 50-80 mg/l e que mesmo em dietas deficientes, os níveis são mantidos adequados, não prejudicando a atividade microbiana e portanto a digestão de celulose e hemicelulose; 3- existe grande variação na disponibilidade de P entre forragens e entre estágios de maturidade na mesma forrageira; 4- o coeficiente de absorção do P é inversamente proporcional ao consumo e que o parasitismo e interações minerais (Al e Fe) reduzem a sua absorção, indicando um valor médio de 0,70; o Ca dietético tem pouco efeito sobre a absorção do P, quando está em nível adequado; no entanto, o excesso de Ca em baixos níveis de P, pode reduzir a absorção do P, precipitando-o no intestino sob pH mais elevado ou devido aos mecanismos homeostáticos de regulação do Ca (calcitonina) que reduz a absorção de ambos; 5- o efeito primário da deficiência de P é a redução no consumo, sendo mais evidente nas dietas elevadas em Ca; 6- alta ingestão de solo (período chuvoso) concorre para elevados consumos de Al e Fe, reduzindo a absorção de P e ingestão de forragens; 7- níveis séricos normais de P necessitam de criteriosa interpretação e podem ser associados ao consumo e também à proteína bruta da dieta.

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sérico denota que quando os níveis estão abaixo da faixa normal, realmente os animais estão deficientes e a dosagem tem valor diagnóstico; e quando o nível estiver normal, pode indicar suficiência ou deficiência, pois os mecanismos homeostáticos estão agindo para manter os níveis normais.

2.2.3.2- Magnésio

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animais jovens, a digestibilidade do Mg cai de 70% (5 semanas de idade) para 20 % (5 meses) e em média, os valores em bovinos, situam-se na faixa de 17 a 25% (McDOWELL, 1992). As vias de excreção de Mg são as do trato gastrointestinal, renal, da glândula mamária em lactação e por via placentária. As perdas urinárias são reduzidas em casos de deficiência de Mg. DUA et al. (1995) afirmaram que as perdas são consideráveis, pois mesmo em deficiência, a excreção pelo leite é constante e nas fezes as perdas fecais endógenas continuam. O meio diagnóstico mais prático para detectar a deficiência de Mg é a sua dosagem no soro sangüíneo. Por existir em pequena quantidade, a sua diminuição demora mais tempo para ser detectada e se observa animais com níveis baixos sem manifestar sintomatologia clínica. McDOWELL (1992) afirmou que somente quando o Mg diminui no líquido cefaloraquidiano é que se desenvolvem os sinais clínicos, assim, propôs a dosagem no líquor (valor crítico de 16 mg/ml) como meio mais seguro de diagnóstico.

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formação de trombos. Tais achados evidenciam que a deficiência de Mg induz a patogênese de doenças vasculares.

2.2.3.3- Manganês

O Mn atua como ativador de enzimas e como estrutural nas Mn-metaloenzimas. Ele age ligando a enzima ao substrato ou à proteína. Entre as enzimas ativadas pelo Mn, destacam-se as hidrolases, quinases, descarboxilases e transferases, as quais podem ser também ativadas pelo Mg, quando ocorre redução do Mn (McDOWELL, 1992) e vice-versa, exceto as glicosiltransferases. As enzimas contendo Mn, incluem a arginase, piruvato carboxilase e glutamina sintase. Segundo STALEY et al. (1994), o Mn ativa as glicosiltransferases que irão produzir os mucoplossacarídeos da cartilagem, principalmente sulfato de condroitina. A absorção de Mn ocorre no intestino delgado e não parece ser aumentada sob condições dietéticas deficientes. Em nível celular, embora não definido, o Mn se une a ligantes de baixo peso molecular (histidina e citrato), facilitando sua entrada na célula intestinal. Após esta fase, entra na circulação portal de forma livre ou ligado (α2- macroglobulina) e é removido quase

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animais adultos. Níveis de Ca, P e Fe influem na absorção de Mn, sendo que teores elevados diminuem sua absorção.

A avaliação das concentrações de Mn compreende dosagens no sangue e séricas. As séricas tem que ser interpretadas com cautela, pois refletem uma situação recente ao invés do que um estado de longa duração. As concentrações hepáticas são usadas para diagnosticar deficiências e não intoxicação (KEEN, GRAHAM, 1989). Sob condições práticas, é mais freqüente encontrar deficiência do que intoxicação (McDOWELL, 1992).

2.2.3.4- Zinco

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3% nos leucócitos. Esse mineral é encontrado também, em altas concentrações, na queratina, próstata, pele, fígado, pâncreas e ossos (FISHER, 1975).

Uma dieta com baixa concentração de Zn em ruminantes causa um declínio imediato desse elemento no plasma, no intervalo de 24 a 36 horas (McDOWEL, 1992).

A função do Zn no sistema imunológico está relacionada com a produção de energia, síntese protéica, estabilização das membranas contra endotoxinas bacterianas, produção de enzimas antioxidantes e manutenção da replicação dos linfócitos e produção de anticorpos (NOCKELS, 1994).

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zinco) no casco e no plasma estão associados à redução da resistência do tecido córneo e, consequentemente, à ocorrência de doenças digitais (LUKUANOVSKII & FILIPPOVIY, 1991).

2.2.4- Química Clínica

O objetivo desta seção não é apresentar uma revisão detalhada da química clínica, mas fornecer subsídios para a interpretação dos resultados.

A determinação dos constituintes químicos dos diversos fluídos do organismo pode auxiliar na busca de um diagnóstico, prognóstico e no acompanhamento de um tratamento. Para avaliação geral da saúde de um animal, CARLSON (1993) recomendou o seguinte painel geral: glicemia, nitrogênio uréico sangüíneo, creatinina, CK, AST, sorbitol desidrogenase, GGT, FA sérica, bilirrubina direta, indireta e total, PT, albumina, relação albumina/globulina, CO2 total e como opcional, as dosagens de Na, Ca, P e gases

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globular (VG), proteína plasmática total (PPT), Na, K, Cl, gases sangüíneos, pH, bicarbonato (CARLSON, 1993; KRAMER, 1989).

2.2.4.1- Função hepática

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plasmáticas. Pode ser decorrente de absorção deficiente de proteínas, síntese deficiente de albumina, excessiva degeneração protéica e perda de albumina. A queda na concentração de Alb resultante de distúrbio hepático não é de natureza precoce. É mais encontrada em doenças hepáticas crônicas. Para KRAMER (1989), mudanças nos teores de proteínas não são específicas para necrose e cirrose hepáticas, mas podem, indiretamente, evidenciar disfunção hepática crônica (fibrose difusa e hepatite subaguda). Hipoalbuminemia é também observada em animais com desnutrição, caquexia, nefrose, nefrite e em doenças inflamatórias.

As alterações na atividade sericoenzimática devidas à disfunção hepática decorrem de três processos: 1- aumento das enzimas em decorrência de necrose dos hepatócitos ou aumento da permeabilidade de suas membranas celulares. Incluem as enzimas ALT (ou TGP), a AST, desidrogenases isocítricas (SID-D), enzimas ligadas ao trifosfopiridina-nucleotídeo (TPN), arginase, glutamato desidrogenase (GLDH), sorbitol desidrogenase (SDH), ornitinacarbamiltransferase (OCT) e lactatodesidrogenase (LDH); 2- Síntese hepática reduzida (pseudocolinesterase/CHE); 3- Elevações dos níveis enzimáticos devido a processo de colestase envolvendo as enzimas FA sérica, GGT e leucinoamino peptidase (LAP). Dentre as enzimas citadas acima, algumas são hepatoespecíficas, e a maioria, não são específicas, sendo encontradas em outros tecidos além do hepático, dificultando o diagnóstico.

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hepatoespecífica confirma a lesão hepática. Segundo CARLSON (1993), ela é indicadora inespecífica de necrose tecidual. Sua meia vida é longa, podendo persistir até 10 dias após mionecrose ou nas hepatopatias. Em geral, as necroses musculares tendem a produzir elevações maiores que as hepáticas. Associada com CK indica lesões musculares, enquanto que associada a SDH indica lesões hepáticas, e elevações nas três indica a presença de ambos os tipos de lesões. Para KRAMER (1989), a AST catalisa a transaminação de aspartato e αcetoglutarato para oxaloacetato e glutamato. A presença desta enzima em vários

tecidos faz com que se torne não específica, mas como bom indicador de lesões em tecidos moles. Tem uma meia vida mais longa que a CK. No sangue é drenada do eritrócitos para o plasma antes que a hemólise torne-se visível.

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do ATP e que o teor da FA sérica se eleva em casos obstrutivos e na lipidose hepática. Para KRAMER (1989) as fosfatases alcalinas são um grupo de isoenzimas não específicas que hidrolisam muitos tipos de ésteres fosfatos cujos substratos são desconhecidos. Em decorrência de sua ação catalítica na desfoforilação do ATP, está localizada em muitos tipos de células, tendo alta atividade nas células de epitélio secretor e osso. São Zn-metaloproteínas e dependem de Mg para ativação. Está elevada no soro em casos de colestases e nos animais jovens, com elevado crescimento ósseo. KRAMER (1989) enfatizou o valor diagnóstico da FA sérica somente quando avaliada seqüencialmente no mesmo indivíduo. Para ruminantes, apresentou pouca eficiência como indicador de colestase em decorrência da ampla variação.

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2.2.5- Valores Bioquímicos

Em estudo realizado em 75 rebanhos leiteiros, PAYNE et al. (1973) apresentaram a avaliação estatística média dos elementos: Hemoglobina 12,1g/dl; Glicemia 45,4 mg%; P 6,0 mg%; Ca 9,5 mg%; Mg 2,5 mg%; K 5,0 mEq/l; ALB 3,4 mg%. Os autores detectaram que a variação sazonal dificultava a interpretação dos resultados. LANE et al. (1968) mediram os eletrólitos plasmáticos em 236 vacas Guernesey durante a gestação e 13 meses de lactação e encontraram os seguintes valores: P 6,1; Mg 2,3; Ca 7,4 mg/100ml. O que despertou a atenção foram os valores baixos de Ca durante a fase experimental (7,1 a 7,7 mg%) comparado com os valores normais (9 a 12 mg%). PAYNE et al. (1964), pesquisando 279 vacas Ayrshire e Holandesas, encontraram valores médios de 10,65 mg% de Ca e 5,23 mg% de P; esses autores verificaram redução nos níveis plasmáticos de Ca e P com o avanço da idade.

ZALDIVAR et al. (1989) avaliaram o comportamento das enzimas AST, FA sérica e GLDH em vacas, touros e bezerros holandeses. A AST não apresentou diferença significativa entre sexo na idade adulta com valores de 27,4 U/l para as vacas e 27,02 U/l em touros. Os bezerros apresentaram níveis mais elevados que os adultos. Houve diferença entre sexo para a FA sérica com valores de 16,24 U/l para fêmeas e 20,18 U/l para touros, com níveis mais elevados para os bezerros. ROWLANDS et al. (1977) obtiveram valores médios de ALB 3,13 g%, Hemoglobina 10,9g%, Glicose 43,7 mg%, Ca 9,47 mg%, P 6,05 mg%, Mg 2,63 mg%, Na 139 mEq/l, K 5,06 mEq/l, em vacas leiteiras.

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mineral e sem suplementação (somente sal comum). No período chuvoso, os níveis de Ca e P foram mais elevados e o de Zn mais baixo do que no período seco. O soro sangüíneo mostrou valores de 5,91 mg% de P, 9,34 mg% de Ca e 2,17 mg% de Mg no final do período chuvoso para o tratamento com suplementação mineral. Os respectivos valores para o final do período seco foram de 6,14 mg%; 9,34 mg% e 2,72 mg% para P, Ca e Mg.

McDOWELL et al. (1982) avaliaram o efeito da suplementação mineral para bovino de corte nos trópicos bolivianos na região de Bene, bacia Amazônica. As concentrações séricas obtidas em junho (seca) e em novembro (período chuvoso) no rebanho composto de 872 bezerros e 894 fêmeas Zebu-crioulo foram, respectivamente, em média: 10,9 e 11,6 mg% de Ca; 2,0 e 1,7mg% de Mg, 6,4 e 7,5 mg% de P; 0,99 e 0,79 µg/mL de Cu; 1,07 e 0,96 µg/mL de Zn. Os autores encontraram deficiências de P, Cu, Zn e Mg.

SANTIAGO et. al. (1986) efetuaram o levantamento mineral de bovinos de corte na região centro oeste do Brasil, no Estado do Mato Grosso. Os valores estacionais no soro sangüíneo foram de 9,4 a 10,55 mg% (período chuvoso) e 10,8 a 12,83 mg% (seca) para Ca; 4,76 a 8,62 mg% (chuvoso) e 5,50 a 9,28 mg% (seca) para o P; 0,79 a 1,30 µg/ml (chuvoso) e 0,81 a 1,22 µg/ml (seca) para o Cu. Os autores concluíram existir deficiências de P, Cu, Zn e Co com os valores hepáticos também encontrados.

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no pasto e no fígado que no período chuvoso. Concluíram haver deficiência de Mn na estação chuvosa, provavelmente, condicionada pelos excessos de Fe no pasto, que foram de 104 a 405 ppm, interferindo na absorção intestinal de Mn. Na região de Miranda, no Mato Grosso do Sul, SOUZA et al. (1985) observaram a resposta

de novilhos de corte à suplementação mineral em pastagem de Panicum

maximum (colonião) adubada; no solo ocorreu níveis baixos de Zn, enquanto o pasto apresentava deficiência de P, Na e Zn. Os níveis séricos dos animais estavam normais para Ca (11,3 a 11,7 mg%), Mg (2,1 a 2,2 mg%) e P (4,9 a 5,5 mg%); porém, as reservas ósseas estavam deficientes em Ca (31,4 a 32,7%) e P (13,2 a 15 %).

GONÇALVES (1985) determinou os valores de Ca, P e Mg para bovinos de corte do Estado de Roraima. Os níveis séricos de Ca foram de 9,2 a 11,1mg%, os de P oscilaram de 2,5 a 4,1mg%, enquanto o de Mg variou de 2,1 a 3,2 mg%. Os teores ósseos mostraram níveis de Ca variando de 30,6 a 36,5%; P de 9,9 a 14,2% e o Mg foi de 0,32 a 0,44%. Foi detectada deficiência de Ca e P nos bovinos (jovens e vacas) e deficiência subclínica de Mg para vaca de corte em lactação.

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realizado por BRUM et al. (1987), na região de Paiaguás, onde levantaram a situação mineral de Ca, P e Mg no solo e forrageiras e soro bovino; os níveis séricos foram de 2,59 a 4,38 mg% de P e 1,35 a 2,86 mg% de Mg. Os níveis ósseos de Ca, P e Mg foram baixos; e concluíram que a região estudada apresentava deficiência de P nas quatro épocas, Mg em novembro e fevereiro e de Ca em maio. POTT et al. (1989), em outro estudo, realizaram levantamento dos macroelementos no pantanal na sub-região de Aquidauana, relataram que os solos foram deficientes em Ca, P, Mg e K; as forrageiras estavam deficientes em P, todo o ano, e em Ca no mês de novembro; os níveis séricos encontrados foram de 8,4 a 9,4 mg% de Ca, 4,2 a 6,0 mg% de P e 2,9 a 3,1 mg% de Mg, evidenciando a deficiência de Ca. Os níveis ósseos apresentaram 35,4 a 38,6% de Ca, 16,6 a 17,7% de P e 0,58 a 0,62% de Mg; e concluíram haver na região deficiências de Ca, P e Mg.

Com relação aos valores de Zn, GUIMARAES et al. (1992) relataram os valores plasmáticos em novilhas da raça Nelore, criadas em pastagens de capim braquiária, variando entre 0,8 a 1,2 µg/ml.

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suplementação mineral não foi eficiente, pois ambos tratamentos mostraram as mesmas deficiências e que havia necessidade de colheita de tecido animal em diferentes épocas para que as deficiências fossem constatadas.

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deficiência em cinco das 10 épocas pesquisadas, representando sete a oito meses do ano em estado de deficiência. A média geral revelou maior pobreza de P na região do rebanho B (mais próximo de Campo Grande) e neste, na época de brotação da pastagem, o P sérico caiu pela maior demanda, mas não conseguiu recuperar as reservas, mantendo os níveis críticos de janeiro a maio. Ao associar Ca e P séricos, observou que em algumas épocas em que o P foi normal, o Ca foi deficiente (período seco), embora o coeficiente de variação do P fosse maior que o do Ca (19,51% / 9,74%), mas nas épocas em que o Ca foi mais deficiente, o P também o foi. Relatou que o Mg sérico apresentou um padrão de sazonalidade entre os rebanhos, ocorrendo os níveis mais elevados no período seco (agosto para o rebanho A com 33 µg/ml e maio para o B com 25 µg/ml) e os mais reduzidos no período chuvoso (janeiro e dezembro para o rebanho A com 22 µg/ml; e para o B com 18 µg/ml). Com os valores séricos de Zn, encontrou as

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mineral (Ca, P, K, Mg e Cl) e metabólico (alcalose) no período de brotação das pastagens.

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lesão aparente), resultante do aumento de todas as frações separadas eletroforeticamente, ou seja, aumento da albumina e da globulina, quando comparado aos animais do grupo controle (sem pododermatite). Relataram redução nos valores das frações protéicas nos animais dos grupos III (pododermatite interdigital vegetativa) e IV (pododermatite necrosante), aqueles com maior gravidade ou cronicidade do processo; concluíram que ocorreu aumento das frações protéicas na fase aguda da pododermatite nos bovinos e, com a cronicidade do processo, ocorreu diminuição nestes valores.

NASCIMENTO-ROCHA et al. (2002) estudaram os parâmetros

eritrocitários de bovinos Nelore criados extensivamente na região norte do Estado do Tocantins, obtendo os seguintes valores em fêmeas, médias e desvios-padrões: hemácias 7,87 ±2,0 x 106 /mm3 ; hematócrito 39,3 ±6,6 %; hemoglobina

12,7 ±3,8 g/dl; volume corpuscular médio (VCM) 52,8 ±16,3 g/dl; concentração de hemoglobina corpuscular média (CHCM) 32,0 ±6,1 g/dl.

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Os autores concluíram que o hemograma, a bioquímica sérica e a análise de fluído ruminal não revelaram alterações sistêmicas, caracterizando um processo inflamatório localizado.

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KOHAYAGAWA et al. (1993) estudaram a influência do sexo e da faixa etária nos níveis séricos de cálcio, fósforo, magnésio, sódio e potássio em bovinos da raça Nelore. Relataram os seguintes valores, médias e desvios padrões, para fêmeas acima de 24 meses de idade : cálcio 9,30 ±1,81 mg/dl; fósforo 5,91±1,18 mg/dl; magnésio 2,47±0,86 mg/dl; sódio 136,13±6,91 mEq/l; potássio 4,53±0,47 mEq/l .

LOPES et al (2001) no estudo de dosagens séricas dos eletrólitos, das proteínas e hemograma em vacas clinicamente sadias e em portadoras da síndrome da “vaca caída”, encontraram os seguintes valores bioquímicos em vacas sadias, média e desvio padrão respectivamente de : Magnésio 1,03±0,18 mmol/l (2,50±0,43 mg/dl); Potássio 4,38±0,48 mmol/l (4,38±0,48 mEq/l); Sódio 143,70±3,3 mmol/l (143,70±3,39 mEq/l); Cloreto 102,16±4,4 mmol/l (102,16±4,48 mEq/l); Cálcio 2,32±0,2 mmol/l (9,31±1,05 mg/dl); Fósforo 1,85±0,45 mmol/l

(5,72±1,39 mg/dl); Proteínas totais 79,0±5,6 g/l; Albumina 39,1±5,0 g/l e Globulinas 39,9±5,8 g/dl. Com relação ao hemograma, relataram os seguintes valores : número de hemácias 6,32±0,69 x 106 /mm3 ; VG 32,55±3,10%; Hemoglobina 10,51±1,01 g/dl; VGM 51,68±3,93 fl; CHGM 32,40±1,33%; e Proteínas plasmática totais 7,82±0,43 g/dl; e número de leucócitos 9,25±1,80 x 103 /mm3 . LOPES et al. (1999) relataram os valores de CPK e AST em vacas clinicamente sadias, médias e desvios-padrões respectivamente: 17,97±9,19 UI/l

e 18,98±2,93 UI/l.

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alcalina 27-107 U/l; GGT U/l 15-39; AST 43-127 U/l; PPT 6,7-7,5g/dl e albumina 3-3,6 g/dl.

2.3- Densidade Mineral Óssea (DMO)

A avaliação do conteúdo mineral do esqueleto de um animal pode ser realizada por meio da análise de cinza do osso, porém, seria necessário um procedimento cirúrgico ou a eutanásia do animal para obter a amostra. Estes métodos, talvez não sejam os mais indicados para acompanhar o desenvolvimento ósseo do mesmo animal por um período de tempo (WILLIAMS et al., 1991).

Técnicas não invasivas para estudar a mineralização e a densidade óssea in vivo têm sido desenvolvidas (LOUZADA, 1994), tais métodos incluem mensuração radiográfica, absorção direta por fótons, análise de ativação por nêutrons, tomografia computadorizada, fotodensitometria, ultra-sonografia (O’CALLAGHAN, 1991) e densitometria óptica em imagens radiográficas (LOUZADA, 1994).

Com a determinação da DMO pode-se estudar variações que o osso apresente em animais em desenvolvimento e até identificar pacientes que apresentem alterações decorrentes de osteopenia (ODEN et al., 1998).

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autores encontraram que, estatisticamente, as técnicas foram úteis para prognosticar o conteúdo mineral ósseo e a perda da resistência óssea.

PILATI et al. (1996) mostraram a eficácia de exame histológico e microrradiográfico de costelas bovinas para avaliar o status de fósforo em animais criados em pastagens deficientes deste elemento e que recebiam suplementos minerais diversos. As amostras foram colhidas de animais de diferentes idades, os quais morreram com diagnóstico clínico e epidemiológico de botulismo. Os pesquisadores concluíram que o método poderia ser utilizado, na avaliação da eficácia da suplementação de fósforo em rebanhos bovinos criados em regime extensivo de campo.

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3. OBJETIVOS

Os objetivos deste estudo foram:

1º - Conhecer a ocorrência, tipo e grau de alterações ósseas falangeanas assintomáticas, diagnosticadas pelo exame radiográfico, em fêmeas da espécie bovina Bos indicus da raça Nelore.

2º - Correlacionar as alterações ósseas falangeanas com o manejo, idade, peso corpóreo, circunferência torácica e com a presença de anéis transversais na parede dorsal do casco.

3º - Correlacionar os achados radiográficos com possíveis alterações no hemograma e nas concentrações séricas de cálcio, fósforo, magnésio, manganês, zinco, fosfatase alcalina, proteínas totais, creatina quinase, gama-glutamiltransferase, albumina, globulina, osteocalcina, aspartatoaminotransferase e pH rumenal.

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4.MATERIAIS E MÉTODOS

4.1 - Local de Execução:

As amostras foram obtidas no Centro Nacional de Pesquisa de Gado de Corte da Embrapa do município de Campo Grande - MS, localizada no Centro-Oeste do Brasil, aos 20º e 28' latitude sul e 5,4º e 40' longitude oeste.

4.2 - Animais:

Foram utilizados 82 animais da espécie Bos indicus , fêmeas da raça Nelore, com idade média de 8,49 anos e desvio padrão 3,97, e sem sintomas de claudicação.

O manejo destes animais era no sistema de criação extensiva, pasto de

Brachiaria decumbens, suplementação mineral a cocho ad libitum e controle sanitário e parasitário.

4.3 - Colheita de Amostras:

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Foi obtido o sangue da veia jugular de cada animal, com agulha própria para tubos a vácuo (sistema vacutainer), acondicionado em frasco sem anticoagulante para se retirar o soro, que permaneceu congelado em frascos menores (ependorff) para cada tipo de exame, devidamente identificados, para posterior dosagem laboratorial; outra parte do volume de sangue foi envasado em frasco com anticoagulante EDTA para exame de hemograma. Para a análise de Mn destinou-se o sangue total, a colheita de sangue foi feita por punção intravenosa (veia jugular), utilizando-se tubo a vácuo com anticoagulante (heparina – Liquemine ) na proporção de 0,2 ml para 10 ml de sangue - e agulhas descartáveis; os tubos foram mantidos sob refrigeração.

Também foi colhido fluído rumenal por punção, com agulha 30x8 e seringa de 5 ml, ambas descartáveis, para avaliação do pH.

4.3.1 - Exame Radiográfico das Falanges Distais :

Para o exame radiográfico adotaram-se as posições radiográficas dorso-palmar, dorso-plantar e látero-medial das falanges distais, efetuadas nos quatro membros do animal, contenção com cordas e roldanas para o posicionamento do membro no tronco de contenção para bovinos, utilizando-se um aparelho de raio X de 90 kVp e 25mA∗ , filme radiográfico de tamanho 24 x 30 cm**, dentro de chassi com ecran para filme 24 x 30 cm; a revelação do filme de forma manual usando-se revelador*** e fixador*** para filmes radiográficos.

∗-Aparelho Portátil Modelo FNX Jockey 90- 90 Kvp, 25 mAs

** - Filme para r-X médico Kodak

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Foram utilizados aventais, luvas e óculos plumbíferos como recurso de proteção contra a radiação.

Cada radiografia foi avaliada para a presença de qualquer tipo de lesão óssea. A extensão da exostose foi medida com paquímetro; e cada foco de reabsorção óssea foi medido no eixo maior, em todas as falanges.

Figura 2- Contenção no brete e posicionamento por meio de cordas e roldana para obter a radiografia

4.3.2 - Exame Radiográfico e Densitométrico

As radiografias para esta avaliação foram realizadas na projeção dorsopalmar do terceiro osso metacarpo direito de cada vaca. Utilizaram-se filmes

radiográficos∗ e chassi 24x30cm equipados com ecrans de Terra-rara.

Paralelamente e distante cinco centímetros da região radiografada, foi colocada na parte central do chassi uma escala de alumínio (phantom), utilizada como

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referencial densitométrico, constituída de 25 degraus, tendo o primeiro degrau espessura de 1 mm, variando a seguir de 1 em 1 mm, até o vigésimo quinto degrau (cada degrau contém área de 5x15 mm2 ).

O aparelho portátil de raios X ∗ foi calibrado para a técnica de 70 kVp e 2 mAs e distância foco-filme de 70 cm. Para as leituras densitométricas utilizou-se um Scanner HP Scanjet6C∗∗, com adaptador para transparência HP Scanjet 6C∗∗, para a digitalização das imagens radiográficas. Uma vez digitalizadas, usando-se o programa HP Deskscan, as imagens foram armazenadas em microcomputador. Usando programa computacional (Software) ∗∗∗, as imagens digitalizadas foram avaliadas para determinação da densidade mineral óssea do terceiro osso metacarpo, no espaço distal logo abaixo do forame da artéria interdigital para leitura do aparelho, e os valores convertidos em milímetro de alumínio (mm Al). Para cada amostra realizaram-se três leituras densitométricas, para se obter uma média da densidade mineral óssea da amostra, leituras estas efetuadas nas dependências do serviço de Radiologia Veterinária da Faculdade de Medicina Veterinária e Zootecnia, UNESP, campus de Botucatu.

____________________________________________

∗-Aparelho Portátil Modelo FNX Jockey 90- 90 Kvp, 25 mAs

∗∗-HEWLETT PACKARD SYSTEM INC.

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Figura 3 – Para obter a radiografia para DMO, utilizou-se aparato de madeira, onde se insere o chassi e nele está fixada a escala de alumínio

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Figura 6 –Assim que o arquivo é aberto, deve-se selecionar as extremidades da escala de alumínio, logo é aberta uma janela para localizar a área de leitura

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Figura 8 – Após delimitar a área de 4 mm de tecido mole, pressiona-se o mouse

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4.3.3 - Exame Bioquímico das Amostras Séricas:

Os exames de dosagem sérica de Ca, P, Mg, FA, PT, CK, GGT, Alb, Glo e AST foram efetuados no Laboratório de Patologia Clínica do Hospital Veterinário da Faculdade de Medicina Veterinária da UNESP de Botucatu – SP, utilizando-se as seguintes técnicas:

Metodologia Colorimétrica

Substância Bioquímica Técnica

Cálcio Cresolftaleína complexona Cat.248

Fósforo Fosfomolibdato Cat. 242

Magnésio Magon Sulfonado Cat. 250

Albumina Verde de Bromocresol Cat. 219

Proteínas totais (PT) Biureto Cat. 218

Globulina PT – Albumina

Metodologia Cinética

Substância Bioquímica Técnica

Creatina Quinase Método UV otimizado (DGKC e SSCC)

Artigo no. 0490

γ-Glutamiltransferase Nitrito de sódio e estabilizantes

Aspartato Aminotransferase (AST) Método UV otimizado (IFCC) Artigo no. 1666

Fosfatase Alcalina Método otimizado (DGKC e SSCC)

determinação cinética, Dietanolamina Artigo no. 1674

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Dosagem do Manganês e Zinco

Manganês Método espectrofotometria por absorção atômica, padrão

Manganês (AAS Normex) 1 mg/ml (1000 ppm) - padrão primário Carlo Erba

Certificado de análise 459911 Bacht no T 116010N.

Limite de detecção de 0,02 ug/ml comprimento de onda 279,5 nm Faixa ótima de trabalho de 1 – 3,6 ug/ml. Chama ar-acetileno (estequiométrica).

Zinco Espectrofotometria por absorção atômica,

Lâmpada de cátodo oco zinco, comprimento de onda 213,9 Fenda 0,5; sensibilidade 0,008 ug/ml.

Chama ar-acetileno (oxidante), corretor de background(On), corrente da Lâmpada de 5,0 mA .

Dosagens realizadas no Centro de Assistência Toxicológica (CEATOX), UNESP, Botucatu.

Dosagem da Osteocalcina

A osteocalcina foi dosada utilizando-se kit comercial∗ pelo método de radioimunoensaio utilizando iodo125 como marcador, IRMA, com aparelho contador gama∗∗.

Dosagem realizada nas dependências da Radiologia Veterinária da FMVZ, Unesp, Botucatu.

∗Human Osteocalcin 100kit – Catalog 40-2248, Nichols Institute Diagnostics, California, USA.

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4.3.4 – pH do rúmen:

As amostras de fluído do rúmen foram obtidas por punção com agulhas descartáveis 30x8 e seringas descartáveis de 5 ml, aleatorizado por contagem a cada cinco animais dos que foram passando pelo tronco de contenção, não incluindo o primeiro. A leitura do pH foi feita em fita de papel (pH- Box da Emerk∗).

4.3.5 - Hemograma:

Os hemogramas foram efetuados no laboratório Prontovet, na cidade de Campo Grande – MS.

4.4 - ANÁLISE ESTATÍSTICA:

Foi utilizada a Análise de Correlação com as variáveis obtidas neste experimento e lesões ósseas nas falanges dos membros anteriores e posteriores, pelo SAS (Statistical Analysis System)

Foi utilizada a análise de variância de delineamento inteiramente casualizado (ANOVA) com aplicação do teste de Tukey para comparação das médias de lesões ósseas nas falanges laterais e mediais dos membros anteriores e posteriores. Todos os testes foram realizados no nível de 5% de significância (ZAR, 1996).

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5- RESULTADOS

Neste experimento foram observadas alterações ósseas radiográficas como reabsorção óssea e exostose, esta variou de 2 a 26 mm em extensão, nas bordas axial, abaxial, ventral e no processo extensor nas falanges distais, também ocorreram sinais de osteocondrose, degeneração óssea, osteonecrose, aumento da espessura dos canais vasculares, sesamoidite, podotrocleose com formação de ponte óssea, periostite proliferativa em falanges proximais e intermédias. Para a elaboração das tabelas, foram contadas as presenças (sim; não) de lesões, independente da sua extensão ou tamanho, e médias em mm, obtendo-se:

Tabela 1- Médias e desvios-padrões de presença de exostose (sucesso ou insucesso) nas falanges laterais e mediais dos membros anteriores e posteriores das 82 fêmeas bovinas da raça Nelore, Campo Grande –MS, 2004

Falange Lateral Falange Medial

MAD 0,597 ±0,494 0,684 ±0,468

MAE 0,591 ±0,495 0,657 ±0,478

MPD 0,188 ±0,393 0,197 ±0,400

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Tabela 2 – Tabela de distribuição da somatória do tamanho das exostoses (em mm) presentes nas falanges distais dos quatro membros, das 82 fêmeas bovinas da raça Nelore, Campo Grande –MS, 2004.

Medida em mm Número de animais

0 10

1 – 50 27

51 – 100 23

101 – 150 15

151 – 200 4

201 – 250 2

251 – 300 1

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