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Necessidades de familiares de pacientes em unidades de terapia intensiva: análise comparativa entre hospital público e privado.

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Academic year: 2017

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NECESSI DADES DE FAMI LI ARES DE PACI ENTES EM UNI DADES DE TERAPI A I NTENSI VA:

ANÁLI SE COMPARATI VA ENTRE HOSPI TAL PÚBLI CO E PRI VADO

1

Kát ia Sant ana Fr eit as2 Miak o Kim ur a3 Kar ine Azev edo São Leão Fer r eir a4

Tr at a- se de est udo t r ansv er sal que t ev e com o pr opost a analisar com par at iv am ent e as necessidades de fam iliar es de pacient es adult os, int er nados em UTI s de hospit al público e pr iv ado, quant o ao seu gr au de im port ância e sat isfação. Foram ent revist ados 91 fam iliares, sendo 47 de inst it uição pública e 44 de part icular, u t ilizan do- se o I n v en t ár io de Necessidades e Est r essor es de Fam iliar es em Ter apia I n t en siv a ( I NEFTI ) . Não houve diferença significat iva ent re os grupos no escore t ot al de im port ância at ribuído às necessidades ( p= 0,410) . O gr au de sat isfação foi m aior no hospit al pr iv ado ( p= 0,002) . A análise de r egr essão linear m últ ipla per m it iu est abelecer um a hier ar quia de im por t ância e de sat isfação das necessidades dos fam iliar es de cada gr upo. As difer enças obser v adas ent r e os gr upos suger em que o at endim ent o de suas necessidades r equer int er v enções dir ecionadas à especificidade de cada t ipo de inst it uição.

DESCRI TORES: fam ília; enfer m agem fam iliar ; det er m inação de necessidades de cuidados de saúde; unidades de t er apia int ensiv a

FAMI LY MEMBERS’ NEEDS AT I NTENSI VE CARE UNI TS: COMPARATI VE ANALYSI S

BETW EEN A PUBLI C AND A PRI VATE HOSPI TAL

This cr oss- sect ional st udy pr oposed t o analy ze t he needs of adult I CU pat ient s’ fam ily m em ber s at a public and a pr iv at e hospit al, r egar ding t heir lev el of im por t ance and sat isfact ion. Ninet y - one fam ily m em ber s were int erviewed, 47 from t he public hospit al and 44 from t he privat e one, using t he Brazilian adapt at ion of t he Cr it ical Car e Fam ily Need I nv ent or y ( I NEFTI ) . Ther e w as no significant differ ence bet w een t he gr oups in t he t ot al scor e of im por t ance at t r ibut ed t o t he needs ( p= 0.410) . The sat isfact ion scor e w as higher in t he pr iv at e hospit al t han in t he public one ( p= 0.002) . Mult iple linear regression analysis allowed us t o est ablish a hierarchy of im port ance and sat isfact ion of t he fam ily m em bers’ needs in each group. The differences observed bet w een t he gr oups suggest t hat t he fulfillm ent of t heir needs r equir es int er v ent ions dir ect ed at t he specificit y of each t y pe of hospit al.

DESCRI PTORS: fam ily ; fam ily nur sing; needs assessm ent ; int ensiv e car e unit s

NECESI DADES DE LOS FAMI LI ARES DE PACI ENTES EN UNI DADES DE TERAPI A

I NTENSI VA: ANÁLI SI S COMPARATI VO ENTRE HOSPI TAL PÚBLI CO Y PRI VADO

Se t rat a de un est udio t ransversal, con obj et o de analizar y com parar las necesidades de los fam iliares de pacient es adult os int ernados en UTI s de un hospit al público y un privado, respect o al grado de im port ancia y sat isfacción. Se les ent revist aron a 91 fam iliares, 47 de la inst it ución pública y 44 de la privada, ut ilizándose el I n v en t ar io de Necesidades y Est r esor es de Fam iliar es en Ter apia I n t en siv a ( I NEFTI ) . No h u bo dif er en cia significat iv a ent r e los gr upos en la punt uación t ot al de im por t ancia at r ibuida a las necesidades ( p= 0,410) . El grado de sat isfacción fue m ayor en el hospit al privado con relación al público ( p= 0,002) . El análisis de regresión linear m últ ipla per m it ió est ablecer una j er ar quía de im por t ancia y de sat isfacción de las necesidades de los fam iliar es de cada gr u po. Las difer en cias obser v adas en t r e los gr u pos su gier en qu e el at en dim ien t o de su s necesidades r equier e int er v enciones dir eccionadas a la especificidad de cada t ipo de inst it ución.

DESCRI PTORES: fam ilia; enfer m er ía de la fam ilia; ev aluación de necesidades; unidades de t er apia int ensiv a

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I NTRODUÇÃO

A

hospitalização de um fam iliar em Unidade de Terapia I nt ensiv a ( UTI ) ocor r e, geralm ent e, de for m a aguda e inadv er t ida, r est ando pouco t em po para o aj ust am ent o fam iliar. Diant e dessa sit uação e st r e ssa n t e , o s f a m i l i a r e s p o d e m se se n t i r desor gan izados, desam par ados e com dificu ldades para se m obilizarem , fazendo em ergir diferentes tipos de necessidades.

As n e ce ssi d a d e s d e f a m i l i a r e s sã o con ceit u ad as com o alg o essen cial, ex ig id o p elas pessoas e que, quando supridas, aliviam ou dim inuem a a f l i çã o e a a n g ú st i a i m e d i a t a s e m e l h o r a m a per cepção de bem - est ar( 1 ). A m aior ia dos est u dos

sobre fam iliares de pacient es em est ado crít ico t em se concent rado em descrever a im port ância e o grau de sat isfação das suas necessidades. As enferm eiras foram as pioneiras no est udo desse t em a.

O p r i m e i r o e st u d o q u e a b o r d o u a s n ecessi d a d es d a f a m íl i a n o co n t ex t o d a UTI f o i pu blicado pela en f er m eir a n or t e- am er ican a Nan cy Molt er, em 1979, e t eve com o obj et ivo ident ificar as n e ce ssi d a d e s p e r ce b i d a s p e l o s f a m i l i a r e s d o s p a ci e n t e s. Pa r a t a n t o , a a u t o r a co n st r u i u u m questionário com 45 itens de necessidades, pontuadas conform e o seu grau de im port ância( 2).

Em 1986, a enferm eira Jane Leske replicou o trabalho de Molter, aplicando o m esm o questionário após reorganização randôm ica da seqüência dos itens. Esse quest ionár io r ecebeu o nom e de Cr it ical Car e Fam ily Needs I n v en t or y ( CCFNI ) , sendo const it uído pelas m esm as 45 necessidades, às quais os fam iliares at r ib u íam d if er en t es g r au s d e im p or t ân cia, n u m a escala crescent e de 1 a 4. Em 1991, Leske conduziu um est udo com 677 fam iliares, ut ilizando o CCFNI e, após análise fatorial, os itens foram alocados em cinco d i m e n sõ e s: Su p o r t e , Co n f o r t o , I n f o r m a çã o , Proxim idade e Segurança( 2- 3).

A m aioria dos estudos tem utilizado o CCFNI na sua form a original ou t raduzida e adapt ada para diferent es idiom as, países e t ipos de população. No Br asil, Cast r o( 4 ) r ealizou a adapt ação cu lt u r al e a

v a l i d a çã o d o CCFNI , e m 1 9 9 9 , se n d o a q u i d e n o m i n a d o I n v e n t á r i o d e Ne ce ssi d a d e s e Est r e sso r e s d e Fa m i l i a r e s d e Te r a p i a I n t e n si v a ( I NEFTI ) . Nesse est u d o , 7 4 % d a s n ecessi d a d es consideradas im port ant íssim as ou m uit o im port ant es est avam r elacionadas à I nfor m ação e à Segur ança. As que se referiam à infra- est rut ura, organização e

fu n cion am en t o da UTI r epr esen t ar am 2 6 % dessas necessidades( 4 ) .

Na lit erat ura int ernacional, as necessidades d os f am iliar es em UTI t êm sid o in v est ig ad as sob d i v e r so s a sp e ct o s e o s r e su l t a d o s d o s e st u d o s exist ent es cont ribuem para a conscient ização de que o a t en d i m en t o d a s n ecessi d a d es d a s f a m íl i a s é r esp on sab ilid ad e q u e n ão p od e ser ig n or ad a p or nenhum hospit al( 5).

A assist ência hospit alar no Brasil é bast ant e selet iva e o acesso à int ernação est á condicionado à e x i st ê n ci a d o s r e cu r so s p r o cu r a d o s co m o especialistas, equipam entos e disponibilidade de leitos e de serviços e depende, fundam entalm ente, da posse d e r e cu r so s f i n a n ce i r o s o u d e u m si st e m a d e f in an ciam en t o d a h osp it alização( 6 ). Sen d o assim ,

d if er en ças n as car act er íst icas socioecon ôm icas e cl ín i cas d o s p aci en t es at en d i d o s em i n st i t u i çõ es g o v er n am en t ai s e n ão - g o v er n am en t ai s p o d er ão , pr ov av elm ent e, influenciar na ex pr essão qualit at iv a e quant it at iv a das necessidades dos fam iliar es dos pacient es at endidos nessas inst it uições.

Diant e do ex post o, pr opõe- se a r ealização d e st e e st u d o co m o s o b j e t i v o s d e a n a l i sa r com parat ivam ent e as necessidades de fam iliares de pacient es int er nados em UTI s de hospit al público e privado e ident ificar aquelas que m ais cont ribuem na avaliação do grau de im port ância e de sat isfação.

MÉTODOS

Trata- se de estudo transversal e com parativo, realizado em t rês UTI s do Município de São Paulo -duas de hospit al público e um a de hospit al privado. No h ospit al pú blico, f or am selecion adas a UTI de Clínica Médica ( com 11 leitos) e a UTI Cirúrgica ( com 14 leit os) , visando com por um a am ost ra de carát er ger al, clín ica e cir ú r gica. No h ospit al pr iv ado, f oi se l e ci o n a d a a UTI p a r a p a ci e n t e s a d u l t o s e m t rat am ent o clínico e cirúrgico, com 19 leit os.

O p r o j et o f o i su b m et i d o à av al i ação d as Com issões de Ét ica em Pesquisa dos hospit ais, t endo sido aprovado sem rest rições.

(3)

con san gü in idade, qu e com ele r esidia e m an t in h a r elacionam ent o est r eit o.

Os critérios de inclusão foram : ter idade igual ou superior a 18 anos, ter um fam iliar adulto internado n a UTI p or, n o m ín im o, 2 4 h or as, t er v isit ad o o pacient e pelo m enos um a vez durant e o período de int ernação, apresent ar condições de com preender e d e r e sp o n d e r a s q u e st õ e s d o s i n st r u m e n t o s e concordar em participar do estudo assinando o term o de consent im ent o livre e esclarecido.

O t am an h o am ost r al f oi est im ad o em 4 4 fam iliar es par a cada inst it uição, consider ado- se um erro alfa de 0,05 e beta de 0,20.

Quat r o inst r um ent os for am ut ilizados par a coleta dos dados: a ficha de caracterização das UTI s, que se destinou ao registro das inform ações estruturais e funcionais das unidades, a ficha de caract erização do paciente, para coleta dos dados sociodem ográficos e clínicos, a ficha de caract erização do fam iliar, para o regist ro dos dados socioeconôm icos, dem ográficos e de relacionam ent o com o pacient e, e o I nvent ário d e Necessid ad es e Est r essor es d e Fam iliar es em Ter ap ia I n t en siv a - I NEFTI , p ar a a av aliação d as necessidades dos fam iliar es.

O I NEFTI é u m i n st r u m en t o d er i v ad o d o

Cr i t i c a l Ca r e Fa m i l y N e e d s I n v e n t o r y ( CCFNI ) , adapt ado e validado para a cult ura brasileira( 4), que

avalia a im port ância das necessidades de fam iliares d e p a ci e n t e s e m UTI e a sa t i sf a çã o co m o se u at en d im en t o. O in st r u m en t o ab or d a n ecessid ad es r e l a ci o n a d a s a q u a t r o d i m e n sõ e s: I n f o r m a çã o , Segurança, Proxim idade, Suporte e Conforto. A versão disponível em português é com posta por 43 itens. No est u d o r ef er i d o( 4 ), a a u t o r a o p t o u p o r a v a l i a r a

consist ência int erna dos it ens pelo m ét odo das duas m et ad es, o b t en d o se co ef i ci en t es d e Sp ear m an -Brown de 0,74 e 0,77. Não foi analisada a consistência i n t e r n a p o r m e i o d o a l f a d e Cr o n b a ch p a r a o inst rum ent o com o um t odo e para seus fat ores.

Na adapt ação brasileira do CCFNI , a escala original de pont uação dos it ens, que variava de 1 a 4, foi m odificada para um a variação de 0 a 3( 4). No

p r esen t e est u d o, op t ou - se p or m an t er a m esm a variação do inst rum ent o original, visando facilit ar a co m p a r a çã o co m o s r e su l t a d o s d e e st u d o s int ernacionais ut ilizando o CCFNI . Essa m esm a form a de pontuação do I NEFTI foi utilizada em outro estudo br asileir o( 7).

As e sca l a s d e p o n t u a çã o d o s i t e n s sã o crescent es, ou sej a, quant o m aior o valor at ribuído

ao item , m aior o grau de im portância ou de satisfação. No p r esen t e est u d o, as n ecessid ad es com escor e m édio > 3 for am definidas com o aquelas de m aior i m p o r t ân ci a e d e m ai o r sat i sf ação , cr i t ér i o esse t am bém adot ado em out ros est udos( 8- 9).

Os pacient es com pelo m enos 24 hor as de int ernação foram ident ificados m ediant e consult a ao censo diário das unidades. Os fam iliares que atendiam aos critérios de inclusão foram convidados a participar do est u do, ex plican do- lh es os obj et iv os. Hav en do co n co r d â n ci a , e r a a g e n d a d o u m m o m e n t o p a r a entrevista, de acordo com a disponibilidade do fam iliar. O t er m o d e con sen t im en t o liv r e e esclar ecid o f oi assinado no início da ent revist a pelos fam iliares que concordaram em part icipar do est udo.

As ent revist as ocorreram em local privat ivo, p r ó x i m o o u d e n t r o d a s UTI s. A d u r a çã o d a s ent revist as variou de 20 a 60 m inut os.

A est at íst ica d escr it iv a f oi u t ilizad a p ar a ca r a ct e r i za çã o d o s p a ci e n t e s e d o s r e sp e ct i v o s fam iliar es. Par a com par ação dos gr u pos pú blico e privado em relação aos dados categóricos, foi utilizado o qui- quadrado de Pearson e, em relação aos dados cont ínuos e sem icont ínuos, o t est e t de St udent . A Regressão Linear Múlt ipla foi ut ilizada para ident ificar a s n e ce ssi d a d e s q u e m a i s co n t r i b u ír a m p a r a a variação dos escores de im port ância e sat isfação. As variáveis dependentes foram os escores de satisfação e de im portância, e as variáveis independentes foram as necessidades list adas no I NEFTI . Os it ens que, na r e g r e ssã o l i n e a r si m p l e s, f o r a m p r e d i t o r e s significat iv os ( p< 0, 05) de sat isfação e im por t ância foram incluídos na análise m últ ipla.

A confiabilidade do I NEFTI foi avaliada pela análise da consist ência int erna dos it ens e dom ínios, utilizando-se o coeficiente Alfa de Cronbach. Adotou-se o valor de 0,7 como limite inferior de consistência(10-11).

Os dados for am ar m azenados e analisados no pr ogr am a est at íst ico St at ist ical Pack ag e f or t h e Social Sciences ( SPSS) , versão 12.0 para plat aform a Win d ow s. O n ív el d e sig n if icân cia d e p< 0 , 0 5 f oi adot ado em t odas as análises.

RESULTADOS

Car act er ização dos pacient es e fam iliar es

(4)

sem elhant es quant o à faixa et ária, ao sexo, à religião, à si t u a çã o co n j u g a l , à e x p e r i ê n ci a a n t e r i o r d e int er nação em UTI , ao r isco de óbit o, m edido pelo

Acu t e Ph y si ol og y an d Ch r on i c Heal t h Ev al u at i on

-Classif icat ion Sy st em I I ( APACHE I I ) e à condição d e sa íd a d a UTI . Os p a ci e n t e s e r a m p r e d o m i n a n t e m e n t e d o se x o f e m i n i n o ( 5 3 , 8 % ) , cat ólicos ( 73,6% ) e casados ( 52,7% ) , com m édia de idade de 59,6± 19,3 anos; 68,1% t inham int ernação pr év ia em UTI ; a m ediana do r isco de óbit o foi de 19,6 % ( 10,3% - 36,9% ) e, ent re alt a ou óbit o, 79,1% deix ar am a UTI .

As diferenças ent re os grupos de pacient es f o r a m si g n i f i ca t i v a s e m r e l a çã o à e sco l a r i d a d e ( p= 0,032) , sendo m ais freqüent es os indivíduos com nív el super ior no hospit al pr iv ado ( 25, 6% ) que no público ( 6,4% ) ; à unidade de origem ( p= 0,028) , pois na UTI pública a m aioria era provenient e do cent ro cirúrgico ( 46,8% ) e na UTI privada, do pronto- socorro ( 52,3% ) ; ao m ot ivo da int ernação ( p= 0,012) , sendo m ais freqüent es nas unidades públicas os pacient es em pós- operat ório im ediat o ( 46,6% ) e na part icular, aqueles com doenças car diovascular es ( 25% ) , e ao t em po de int ernação na UTI ( p< 0,001) : no hospit al público, a m aior parte dos pacientes perm aneceu por m ais de 7 dias ( 55,1% ) e no privado, de 3 a 6 dias ( 43,2% ) .

Foram ent revist ados 91 fam iliares, sendo 47 do hospit al público e 44 do privado. Os dois grupos foram sem elhant es quant o à faixa et ária, ao sexo, à religião, à sit uação conj ugal, à sit uação de t rabalho, à ex per iên cia an t er ior com par en t es em UTI e ao con h ecim en t o do diagn óst ico m édico do pacien t e. Quase a t ot alidade dos fam iliar es t inha m enos que 5 9 a n o s ( 8 8 % ) e ce r ca d e m e t a d e ( 4 9 , 5 % ) concent rava- se na faixa et ária ent re 40 e 59 anos. Pr e d o m i n a r a m o s f a m i l i a r e s d o se x o f e m i n i n o ( 74,7% ) , católicos ( 64,8% ) e casados ( 61,5% ) ; m ais da m et ade ex er cia at iv idade r em uner ada ( 58, 2% ) , t inha experiência prévia com parent es int ernados em UTI ( 59,3% ) e a m aioria estava ciente do diagnóstico m édico do pacient e ( 91,2% ) .

Dif er en ças est at ist icam en t e sig n if icat iv as entre os grupos público e privado foram identificadas em relação ao nível educacional ( p= 0,024) , ao grau de par ent esco com o pacient e ( p< 0, 001) , à r enda f am iliar m en sal ( p< 0 , 0 0 1 ) e ao con h ecim en t o do m éd i co ( p = 0 , 0 1 4 ) e d a en f er m ei r a ( 0 , 0 0 3 ) q u e cuidav am do pacient e. No hospit al pr iv ado, houv e m aior proporção de fam iliares com nível superior de

escolar id ad e ( 5 0 % ) q u e n o p ú b lico ( 2 5 , 5 % ) . Em a m b o s o s h o sp i t a i s, o s f i l h o s e st i v e r a m m a i s presentes, m as a sua freqüência foi m aior no privado ( 61,4% ) que no público ( 44,7% ) ; nesse últim o, 29,8% eram irm ãos, t ios, sobrinhos e net os, enquant o que no pr im eir o, eles r epr esent ar am apenas 4, 5% dos f am iliar es; 4 0 , 9 % d os f am iliar es d a UTI p r iv ad a tinham renda superior a 10 salários m ínim os; j á, nas p ú b l i cas, som en t e 1 0 , 6 % en con t r av am - se n essa m esm a faixa de renda; na instituição privada, 81,8% dos fam iliares sabiam o nom e do m édico e na pública, o per cen t u al f oi de 5 7 , 4 % ; qu an t o à en f er m eir a, 5 4 , 5 % d o s f a m i l i a r e s d a i n st i t u i çã o p r i v a d a a conheciam pelo nom e e na pública, apenas 23,4% .

Análise da confiabilidade do I NEFTI

Con sider an do- se a m edida da im por t ân cia das necessidades, quatro dos cinco dom ínios do I NEFTI ( Segu r an ça, Pr ox im idade, I n f or m ação e Con f or t o) apr esen t ar am coef icien t es de con f iabilidade m u it o abaix o do lim it e aceit áv el, com v alor es do Alfa de Cronbach entre 0,27 a 0,43. No dom ínio Suporte, esse v al o r f o i d e 0 , 6 2 . Qu an t o à m ed i d a d o g r au d e sa t i sf a çã o , o s d o m ín i o s Pr o x i m i d a d e e Co n f o r t o apresent aram coeficient es lim ít rofes ou indicat ivos de inconsistência ( 0,67 e 0,47, respectivam ente) . Quando a n a l i sa d o s em co n j u n t o , o s 4 3 i t en s d o I NEFTI ap r esen t ar am ín d i ces d e co n f i ab i l i d ad e b ast an t e sa t i sf a t ó r i o s, t a n t o n a e sca l a d e i m p o r t â n ci a ( Alfa= 0,79) com o na de sat isfação ( Alfa= 0,86) .

D i a n t e d e sse s r e su l t a d o s, o p t o u - se p o r analisar as necessidades com base no total dos itens, sem con sider ar o seu agr u pam en t o por dom ín ios. Apesar dessa opção, cabe ressalt ar que, no decorrer do est udo, as necessidades for am indiv idualm ent e denom inadas de acordo com a sua nat ureza.

Avaliação do grau de im portância e de satisfação das necessidades dos fam iliar es de pacient es das UTI s do hospit al público e do privado

(5)

Tabela 1 - Média e desvio padrão dos escores de im portância das 43 necessidades do I NEFTI , segundo fam iliares de pacient es das UTI s do hospit al público e do privado. São Paulo, SP, 2005

m e t

I Necessidades Púbilco Privado p-valor*

P D ± a i d é

M Média±DP

R P -2

4 Veropacientefreqüentemente 3,98±0,14 3,82±0,65 0,106 G

S -0

4 Senitrqueopessoaldohosptialseinteressapelopaciente 3,98±0,14 3,98±0,15 0,963 N

I -7

3 Sercomunicadosobrepossíveistransferências 3,98±0,14 3,89±0,49 0,222 G

S -7

1 Estarseguroqueomelhortratamentopossívelestásendodadoaopaciente 3,98±0,14 4,00±0,00 0,323 N

I -6

1 Saberqualtratamentomédicoestásendodadoaopaciente 3,98±0,14 3,95±0,21 0,529 N

I -3

1 Saberporquedeterminadostratamentosforamreailzadoscomopaciente 3,98±0,14 3,98±0,15 0,963 G

S

-1 Saberquaisaschancesdemelhoradopaciente 3,98±0,14 3,98±0,15 0,963 N

I

-3 Poderconversarcomomedicotodososdias 3,96±0,20 3,98±0,15 0,598 R

P -4

3 Começaravistianahoramarcada 3,94±0,24 3,73±0,49 0,029 G

S -3

3 Receberexpilcaçõesquepossamsercompreendidas 3,94±0,24 3,95±0,21 0,703 G

S

-5 Terperguntasrespondidascomfranqueza 3,94±0,24 3,84±0,64 0,362 N

I -5

1 Saberquaisproifssionaisestãocuidando dopaciente 3,91±0,45 3,89±0,38 0,748 N

I -1

1 Saberquempodedarainformaçãoquenecesstio 3,91±0,45 3,93±0,25 0,827 N

I

-9 Serinformadosobreoquefazerquandoesitveraoladodopaciente 3,87±0,49 3,84±0,52 0,770 G

S -4

1 Senitrqueháesperançademelhoradopaciente 3,87±0,61 3,89±0,49 0,904 N

I -1

4 Serinformadoarespetiodetudoqueserelacioneàevoluçãodopaciente 3,87±0,53 3,95±0,21 0,345 P

S

-2 TeroirentaçõesgeraissobreaUTInapirmeiravistia 3,85±0,36 3,91±0,29 0,399 R

P -9

3 Receberinformaçõessobreopacientenomínimoumavezaodia 3,85±0,62 3,95±0,30 0,322 G

S -8

2 Tercertezaquetudoestábemparadeixarohosptialpor algumtempo 3,83±0,63 3,89±0,38 0,607 R

P -1

2 Senitr-seacetiopelaspessoasdoquadrodefuncionáirosdohosptial 3,83±0,52 3,82±0,44 0,909 N

I -9

1 Saberexatamenteoqueestásendofetioparaopaciente 3,83±0,63 3,93±0,25 0,324 N

C -2

3 Terumbanheiropertodasaladeespera 3,81±0,64 3,80±0,59 0,920 P

S -1

3 Saberquaisoutrosproifssionaispodemmeajudar 3,72±0,71 3,82±0,49 0,461 N

C -3

2 Terumtelefonepertodasaladeespera 3,68±0,81 3,57±0,95 0,546 R

P

-6 Terhoráirodevistiamodiifcadoemstiuaçõesespeciais 3,66±0,86 3,45±1,04 0,313 P

S -7

2 Teralguémquesepreocupacomaminhasaúde 3,62±0,87 3,20±1,13 0,054 P

S -2

1 Teramigosporpertoparameapoiar 3,57±0,95 3,75±0,71 0,321 R

P -8

3 Seravisadoemcasasobremudançasnacondiçãodopaciente 3,55±1,03 3,77±0,74 0,252 N

I

-4 Terumapessoaquepossadarinformaçõesportelefone 3,53±0,85 3,45±1,02 0,697 P

S -0

3 Senitr-seàvontadeparademonstrarmeussenitmentos eemoções 3,47±1,01 3,64±0,75 0,374 P

S -6

2 Seracompanhadoporproifssiona,lamigoou famiilarduranteavistia 3,47±1,06 3,57±0,87 0,623 N

C -3

4 Tersaladeesperapertodopaciente 3,47±1,06 3,09±1,27 0,127 P

S -2

2 Terumapessoaparaoirentaremcasodeproblemas ifnanceiros 3,36±1,09 3,70±0,73 0,084 P

S -4

2 Teravistiadealguémdareilgiãoàqualpertenço 3,34±1,10 3,57±0,87 0,391 R

P -5

2 Conversarcomamesmaenfermeiratodososdias 3,32±1,12 3,45±0,97 0,540 P

S -5

2 Conversarsobreapossibiildadedemortedopaciente 3,23±1,23 3,59±0,97 0,131 P

S

-7 Falarsobresenitmentosnegaitvosrelacionadosaoqueestáacontecendo 3,13±1,26 2,68±1,44 0,120 N

C

-8 Terumaboalanchonetenohosptial 3,11±1,16 3,73±0,49 0,002 P

S -5

3 Serinformadosobreserviçosreilgiosos 2,91±1,28 3,36±1,05 0,073 N

I -6

3 AjudaracuidardopacientenaUTI 2,89±1,38 2,75±1,40 0,624 N

C -0

2 TermóveisconfortáveisnasaladeesperadaUTI 2,81±1,36 3,39±1,06 0,027 R

P -0

1 Serpermiitdovistiaropacienteaqualquerhora 2,55±1,28 2,41±1,41 0,613 P

S -8

1 Terumlugaremquepossaifcarsozinhoenquantoesitvernohosptial 1,89±1,25 2,55±1,47 0,025

l a t o t e r o c s

E 3,59±0,26 3,64±0,25 0,410

* teste t de St udent, SG: Segurança, I N: I nform ação, PR: Proxim idade, SP: Suporte, CN: Conforto

im portância de quatro necessidades: “ com eçar a visita n a h o r a m a r ca d a ” ( p = 0 , 0 2 9 ) , “ t e r u m a b o a l a n ch o n et e n o h o sp i t a l ” ( p = 0 , 0 0 2 ) , “ t er m ó v ei s confort áveis na sala de espera” ( p= 0,027) e “ t er um lugar em que possa ficar sozinho enquant o est iv er no hospit al” ( p= 0,025) . À exceção do prim eiro it em ( com eçar a visit a na hora m arcada) , considerado de m aior im por t ância pelos fam iliar es da UTI pública, nos dem ais, os escor es for am m ais elev ados ent r e os da UTI privada.

A Tabela 1 m ostra que, quanto ao escore total de im portância, não houve diferença significativa entre os fam iliares de pacientes das UTI s públicas e privada ( p= 0, 410) . Cer ca de 90% das necessidades for am consideradas im portantes, ou m uito im portantes, pelos f am iliar es d e am b as as in st it u ições, t en d o com o crit ério os it ens que apresent aram m édias > 3,0.

(6)

A Tabela 2, a seguir, m ost ra a com paração dos dois grupos de fam iliares, em relação aos escores

m é d i o s d e sa t i sf a çã o co m o a t e n d i m e n t o d a s necessidades com ponent es do I NEFTI .

Tabela 2 - Média e desvio padrão dos escores de satisfação das 43 necessidades do I NEFTI , segundo fam iliares de pacient es das UTI s dos hospit ais público e privado. São Paulo, SP, 2005

m e t

I Necessidades Púbilco Privado p*

P D ± a i d é

M Média±DP

N I

-3 Poderconversarcomomédicotodososdias 3,81±0,39 3,73±0,69 0,500 G

S -0

4 Senitrqueopessoaldohosptialseinteressapelopaciente 3,77±0,56 3,73±0,54 0,739 G

S

-5 Terperguntasrespondidascomfranqueza 3,77±0,52 3,91±0,29 0,112 G

S -7

1 Estarseguroqueomelhortratamentopossívelestásendodadoaopaciente 3,72±0,64 3,82±0,54 0,450 G

S -1

4 Serinformadoarespetiodetudoqueserelacioneàevoluçãodopaciente 3,70±0,62 3,68±0,60 0,875 G

S -4

1 Senitrqueháesperançademelhoradopaciente 3,61±0,80 3,77±0,57 0,288 G

S

-1 Saberquaisaschancesdemelhora 3,60±0,71 3,59±0,69 0,974 N

C -8

2 Tercertezaquetudoestábemparadeixarohosptialpor algumtempo 3,57±0,86 3,45±0,95 0,565 G

S -3

3 Receberexpilcaçõesquepossamsercompreendidas 3,45±0,90 3,66±0,68 0,211 N

C -1

2 Senitr-seacetiopelaspessoasdoquadrodefuncionáirosdohosptial 3,40±0,92 3,64±0,75 0,194 N

I -9

1 Saberexatamenteoqueestásendofetioparaopaciente 3,40±0,94 3,61±0,75 0,245 N

I -6

1 Saberqualtratamentomédicoestásendodadoaopaciente 3,38±0,96 3,57±0,69 0,300 N

I -3

1 Saberporquedeterminadostratamentosforamreailzadoscomopaciente 3,38±1,01 3,77±0,64 0,032 P

S -5

2 Conversarsobreapossibiildadedemortedopaciente 3,30±1,09 2,91±1,36 0,131 P

S -2

1 Teramigosporpertoparameapoiar 3,30±1,08 3,68±0,82 0,062 P

S -0

3 Senitr-seàvontadeparademonstrarmeussenitmentoseemoções 3,30±1,08 3,48±0,97 0,408 R

P -9

3 Receberinformaçõessobreopacientenomínimoumavezaodia 3,19±1,15 3,50±0,92 0,165 R

P -2

4 Veropacientefreqüentemente 3,19±1,15 3,57±0,90 0,087 N

I -5

1 Saberquaisproifssionaisestãocuidandodopaciente 3,13±1,05 3,64±0,75 0,010 R

P -3

4 Tersaladeesperapertodopaciente 3,11±1,23 3,09±1,25 0,953 N

I -1

1 Saberquempodedarainformaçãoquenecesstio 3,11±1,20 3,43±1,02 0,167 P

S

-2 TeroirentaçõesgeraissobreaUTInapirmeiravistia 3,09±1,13 3,57±0,78 0,022 N

C -3

2 Terumtelefonepertodasaladeespera 3,07±1,18 2,79±1,37 0,307 R

P -4

3 Começaravistianahoramarcada 2,91±1,24 3,34±0,83 0,058 N

C

-8 Terumaboalanchonetenohosptial 2,83±1,16 3,16±1,11 0,186 P

S -6

2 Seracompanhadoporproifssiona,lamigooufamiilarduranteavistia 2,77±1,35 3,64±0,75 0,001 P

S

-7 Falarsobresenitmentosnegaitvosrelacionadosaoqueestáacontecendo 2,75±1,29 2,66±1,32 0,746 P

S

-9 Serinformadosobreoquefazerquandoesitveraoladodopaciente 2,68±1,28 3,05±1,25 0,175 P

S -8

1 Terumlugaremquepossa ifcarsozinhoenquantoesitvernohosptial 2,67±1,34 3,36±1,12 0,011 R

P -0

1 Serpermiitdovistiaropacienteaqualquerhora 2,62±1,26 3,11±1,26 0,070 R

P -7

3 Sercomunicadosobrepossíveistransferências 2,61±1,42 3,19±1,19 0,042 P

S -4

2 Teravistiadealguémdareilgiãoaqualpertenço 2,44±1,34 2,42±1,38 0,938 P

S -7

2 Teralguémquesepreocupacomaminhasaúde 2,38±1,34 2,55±1,26 0,554 R

P

-6 Terhoráirodevistiamodiifcadoemstiuaçõesespeciais 2,38±1,31 2,95±1,33 0,053 R

P -9

2 Conversarcomamesmaenfermeiratodososdias 2,35±1,28 3,07±1,16 0,007 N

C -0

2 TermóveisconfortáveisnasaladeesperadaUTI 2,32±1,28 2,84±1,27 0,055 N

I -6

3 AjudaracuidardopacientenaUTI 2,26±1,35 2,93±1,26 0,017 N

I

-4 Terumapessoaquepossadarinformaçõesportelefone 2,05±1,28 2,16±1,40 0,712 R

P -8

3 Seravisadoemcasasobremudançasnacondiçãodopaciente 2,02±1,34 2,37±1,44 0,264 P

S -5

3 Serinformadosobreserviçosreilgiosos 1,91±1,29 2,37±1,38 0,110 P

S -1

3 Saberquaisoutrosproifssionaispodemmeajudar 1,79±1,17 2,91±1,25 0,001 P

S -2

2 Terumapessoaparaoirentaremcasodeproblemas ifnanceiros 1,62±1,11 2,03±1,38 0,151 N

C -2

3 Terumbanheiropertodasaladeespera 1,53±1,03 2,51±1,38 0,001

l a t o t e r o c s

E 2,92±0,50 3,23±0,42 0,002

* teste t de Student; SG: Segurança, I N: I nform ação, PR: Proxim idade, SP: Suporte, CN: Conforto

Obser v a- se que os fam iliar es de pacient es d a UTI p r i v a d a a p r e se n t a r a m e sco r e t o t a l d e sat isfação super ior ( 3,23) ao dos fam iliar es da UTI pública ( 2,92) , sendo essa diferença est at ist icam ent e significat iva ( p= 0,002) . Considerando- se os 43 it ens da escala de sat isfação, os fam iliares da UTI pública a p r e se n t a r a m i n sa t i sf a çã o o u p o u ca sa t i sf a çã o ( m éd i a< 3 ) com q u ase m et ad e d as n ecessi d ad es

( 46, 5% ) , enquant o que, par a os fam iliar es da UTI part icular, esse núm ero foi m enor ( 32,5% ) .

(7)

Na Tabela 3 estão apresentados os resultados da análise de Regressão Linear Múlt ipla, em relação à im port ância das necessidades.

Tabela 3 - Regressão Linear Múltipla das necessidades do I NEFTI , em relação à im portância, entre fam iliares de pacientes das UTI s do hospital público e do privado. São Paulo, SP, 2005

escore t ot al do hospit al privado ( ß= 0,074) que do público ( ß= 0,032) .

Os resultados da análise de Regressão Linear Múlt ipla dos it ens da escala de sat isfação do I NEFTI est ão apresent ados na Tabela 4.

Tabela 4 - Regressão Linear Múltipla das necessidades do I NEFTI , em relação à sat isfação, ent re fam iliares de pacientes das UTI s do hospital público e do privado. São Paulo, SP, 2005

s e d a d i s s e c e

N Natureza

m e ti o

d BetaPostop-valor r * o c il b ú P s o d a n i m r e t e d ê u q r o p r e b a S o m o c s o d a z il a e r m a r o f s o t n e m a t a rt e t n e i c a

p IN 0,578 1 <0,0010,497 o ã ç a m r o f n i a r a d e d o p m e u q r e b a S o ti s s e c e n u e e u

q IN 0,140 2 <0,0010,265 a ri e m r e f n e a m s e m a m o c r a s r e v n o C s a i d s o s o d o

t PR 0,082 3 <0,0010,493 s o ç i v r e s e r b o s o d a m r o f n i r e S s o s o i g il e

r SP 0,057 4 <0,0010,581 l a ti p s o h o n e t e n o h c n a l a o b a m u r e

T CN 0,046 5 <0,0010,255 a o ã i g il e r a d m é u g l a e d a ti s i v a r e T o ç n e tr e p l a u

q SP 0,042 6 <0,0010,396 o s a c m e r a t n e ir o a r a p a o s s e p a m u r e T s o ri e c n a n if s a m e l b o r p e

d SP 0,040 7 <0,0010,585 e d a l a s a n s i e v á tr o f n o c s i e v ó m r e T I T U a d a r e p s

e CN 0,032 8 0,004 0,559

* * o d a v i r P a r o h l e m e d s e c n a h c s a s i a u q r e b a S e t n e i c a p o

d SG 0,479 1 <0,0010,366 s i e v í s s o p e r b o s o d a c i n u m o c r e S s a i c n ê r e f s n a

rt IN 0,145 2 <0,0010,152 r a i o p a e m a r a p o tr e p r o p s o g i m a r e

T SP 0,134 3 <0,0010,401 e d a l a s a n s i e v á tr o f n o c s i e v ó m r e T I T U a d a r e p s

e CN 0,074 4 <0,0010,424 r a rt s n o m e d a r a p e d a t n o v à e s ri t n e S s e õ ç o m e e s o t n e m it n e s s u e

m SP 0,058 5 0,006 0,347 s o ç i v r e s e r b o s o d a m r o f n i r e S s o s o i g il e

r SP 0,056 6 <0,0010,519 r a c if a s s o p e u q m e r a g u l m u r e T l a ti p s o h o n r e v it s e o t n a u q n e o h n i z o

s SP 0,041 7 <0,0010,685 a e t n e i c a p o r a ti s i v o d it i m r e p r e S a r o h r e u q l a u

q PR 0,031 8 0,002 0,507

* r2aj ustado= 0,99; * * r2aj ust ado= 1,0; SG: Segurança, I N: I nform ação, PR: Proxim idade, SP: Suporte, CN: Conforto.

A p ar t ir d a Tab ela 3 ob ser v a- se q u e, n o hospit al público, o it em que m ais cont ribuiu para a v ar iação no escor e t ot al de im por t ância foi “ saber por quê det er m inados t r at am ent os for am r ealizados co m o p a ci e n t e ” ( ß= 0 , 5 7 8 ) . Na UTI p r i v a d a , a n e c e s s i d a d e q u e p r o m o v e u m a i o r v a r i a ç ã o n o esco r e t o t a l d e i m p o r t â n ci a f o i “ sa b er q u a i s a s chances de m elhor a do pacient e” ( ß= 0,479) . Ent r e a s n e c e s s i d a d e s q u e p e r m a n e c e r a m n o s d o i s m odelos, apenas os it ens “ t er m óv eis confor t áv eis n a sala de esper ada UTI ” e ” ser in f or m ado sobr e s e r v i ç o s r e l i g i o s o s ” f o r a m c o m u n s a a m b o s . Ent ret ant o, o it em “ t er m óveis confort áveis na sala de esper ada UTI ” pr om ov eu m aior in cr em en t o n o

* r2aj ustado= 0,99; * * r2aj ust ado= 1,0; SG: Segurança, I N: I nform ação, PR: Proxim idade, SP: Suporte, CN: Conforto

Na UTI pública, set e dos 43 it ens do I NEFTI perm aneceram no m odelo com o it ens predit ores de sat isfação, quando aj ust ados pelos dem ais. O it em que m ais cont ribuiu para a sat isfação dos fam iliares dessa Unidade foi “ ser inform ado a respeit o de t udo que se relacione à evolução do pacient e” ( ß= 0,396) . As d e m a i s n e ce ssi d a d e s p r o m o v e r a m m e n o r increm ent o no escore final de sat isfação ( ß variando de 0,081 a 0,158) .

No se r v i ço p r i v a d o , a p e n a s ci n co i t e n s m ant iveram - se com o predit ores na análise m últ ipla. Os que prom overam m aior increm ento no escore total de sat isfação foram “ t er pergunt as respondidas com fr an qu eza” ( ß= 0 , 4 0 4 ) e “ saber qu ais pr ofission ais est ão cuidando do pacient e” ( ß= 0,297) . Ver ifica- se

s e d a d i s s e c e

N NdaoturtieemzaBetaPosto p r

* o c il b ú P e u q o d u t e d o ti e p s e r a o d a m r o f n i r e S e t n e i c a p o d o ã ç u l o v e à e n o i c a l e r e

s SG 0,396 1 <0,0010,601 s o d a n i m r e t e d e u q r o p r e b a S o m o c s o d a z il a e r m a r o f s o t n e m a t a rt e t n e i c a p N

I 0,158 2 0,0010,418

e t n e i c a p o d o tr e p a r e p s e e d a l a s r e

T SP 0,119 3 <0,0010,500 e d a l a s a d o tr e p e n o f e l e t m u r e T a r e p s

e CN 0,108 4 0,001 0,411 s o ç i v r e s e r b o s o d a m r o f n i r e S s o s o i g il e

r SP 0,092 5 <0,0010,451 a d a c r a m a r o h a n a ti s i v a r a ç e m o

C SP 0,086 6 0,004 0,476 a n I T U a e r b o s s i a r e g s e õ ç a t n e ir o r e T a ti s i v a ri e m ir

p SP 0,081 7 0,007 0,522

* * o d a v i r P m o c s a d i d n o p s e r s a t n u g r e p r e T a z e u q n a

rf SG 0,404 1 <0,0010,382 o ã t s e s i a n o i s s if o r p s i a u q r e b a S e t n e i c a p o d o d n a d i u

c PR 0,297 2 <0,0010,572 ,l a n o i s s if o r p r o p o d a h n a p m o c a r e S a ti s i v a e t n a r u d r a il i m a f u o o g i m

a SP 0,154 3 0,006 0,380 s o ç i v r e s e r b o s o d a m r o f n i r e S s o s o i g il e

r SP 0,093 4 0,001 0,401 I T U a n e t n e i c a p o d r a d i u c a r a d u j

(8)

q u e ap en as a n ecessi d ad e “ ser i n f or m ad o sob r e ser v i ço s r el i g i o so s” ap ar eceu n o s d o i s m o d el o s, prom ovendo variação sem elhant e no escore t ot al de sat isfação ( ß= 0,093 e 0,092) .

DI SCUSSÃO

As necessidades de fam iliar es de pacient es cr ít icos t êm sido obj et o de in t er esse em div er sos t rabalhos, com diferent es m et odologias, quant it at iva ou qualit at iva, m as t odos com o m esm o pr opósit o: co n h e ce r a s n e ce ssi d a d e s d e sse s f a m i l i a r e s e p o ssi b i l i t ar o p l an ej am en t o d e i n t er v en çõ es q u e at en dam as r eais dem an das do bin ôm io pacien t e-fam ília.

A a v a l i a çã o d a s n e ce ssi d a d e s d e sse s fam iliares t em se paut ado na percepção do grau de im portância e de satisfação com aspectos relacionados ao cuidado prestado ao paciente e à própria fam ília. A identificação da im portância possibilita conhecer o valor at r ibuído pelos fam iliar es às necessidades, for nece dados para o planejam ento e im plem entação de ações que visem at endê- las, assim com o para redirecionar o possív el en f oqu e dado a sit u ações qu e n ão são consideradas im portantes pelos fam iliares e pacientes. Já, a m edida do grau de satisfação dá subsídios para identificar as necessidades não atendidas e para avaliar a qualidade do cuidado prest ado.

Ap e sa r d a s d i f e r e n ça s n o p e r f i l sociodem ogr áfico, os dois gr upos de fam iliar es não diferiram de form a significativa em relação ao escore t o t al d e i m p or t ân ci a ( Tab el a 1 ) . Na com p ar ação individual dos it ens, houve diferença ent re os grupos n a im por t ân cia at r ibu ída a algu m as n ecessidades. Dentre elas, a de “ com eçar a visita na hora m arcada” foi considerada m ais im port ant e pelos fam iliares da unidade pública, o que pode est ar r elacionado aos const ant es at rasos nos horários de visit a e à espera a que er am subm et idos nos r est r it os m om ent os de visit a per m it idos nessa inst it uição. As necessidades de “ ter um a boa lanchonete no hospital”, “ ter m óveis confort áveis na sala de espera” e “ t er um lugar em que possa ficar sozinho enquanto estiver no hospital” f o r am m en o s i m p o r t an t es p ar a o s f am i l i ar es d e pacientes da UTI pública, fato tam bém observado em o u t r o s e st u d o s( 8 - 9 ). A m a i o r v a l o r i za çã o d a s

n ecessid ad es d e con f or t o p elos f am iliar es d a UTI p r i v a d a p o d e est a r a sso ci ad o a o m a i o r g r au d e inst rução e à m elhor renda desses fam iliares, o que,

em g er al , f az co m el es sej am m ai s ex i g en t es e conscient es quant o aos serviços que podem requerer do hospit al e dos profissionais.

Os r esu lt ad os d est e est u d o ev id en ciar am nív el significat iv am ent e m aior de insat isfação ent r e os fam iliares da inst it uição pública ( Tabela 2) . Essa m a i o r i n sa t i sf a çã o , so b r e t u d o e m r e l a çã o à s n ecessid ad es d e su p or t e e in f or m ação, p od e ser at ribuída às caract eríst icas observadas nessa unidade e às dos pr ópr ios f am iliar es: r edu zido n ú m er o de visit as ao pacient e, que acont ecia um a vez ao dia e d u r an t e t em p o lim it ad o; con t at o r est r it o com os profissionais da equipe, sendo que o único profissional responsável por fornecer inform ações sobre o est ado do doent e era o m édico; ausência de est rat égias de i n t e g r a çã o e n f e r m e i r o - f a m íl i a e d i f i cu l d a d e s d e com u n icação, sej a em f u n ção d o m en or n ív el d e escolaridade, ou por alt eração do est ado em ocional, fat ores que com prom et em a int eração com a equipe, gerando angúst ia nos fam iliares. A falt a de est udos com parativos sobre as necessidades de fam iliares em diferentes tipos de instituição dificulta o confronto com os result ados aqui obt idos.

(9)

A m aior ia dos est udos sobr e necessidades d e f am i l i ar es u t i l i zo u a est at íst i ca d escr i t i v a ao i n v e st i g a r a i m p o r t â n ci a a t r i b u íd a a e ssa s necessidades, não hav endo, por t ant o, est udos que possam ser v ir par a com par ação com os r esult ados d a r e g r e ssã o m ú l t i p l a . Aq u e l a s q u e t ê m si d o identificadas com o m ais im portantes para os fam iliares d e p a ci e n t e s cr ít i co s sã o a s n e ce ssi d a d e s d e I nform ação, Segurança e Proxim idade e, as de m enor i m p o r t â n ci a , a q u e l a s r e l a t i v a s a o Su p o r t e e a o Confort o( 9,12- 14).

Na an álise das 4 3 n ecessidades de f or m a m u l t i v a r i a d a em r el a çã o a o g r a u d e sa t i sf a çã o , const at ou- se que, no hospit al público, m aior núm ero d e n e ce ssi d a d e s e x e r ce i n f l u ê n ci a n o g r a u d e satisfação dos fam iliares, do que na instituição privada. Na u n i d a d e p ú b l i ca , o g r a u d e sa t i sf a çã o f o i influenciado, principalm ente, pelo fato de os fam iliares serem inform ados a respeit o da evolução clínica do pacient e. Já, no pr iv ado, est av a r elacionado a “ t er per gunt as r espondidas com fr anqueza” e a “ saber quais profissionais est ão cuidando do pacient e”.

Cabe r essalt ar qu e a n ecessidade de “ ser inform ado sobre serviços religiosos” foi a única que se m ant eve present e nos m odelos de im port ância e de sat isfação, t ant o na inst it uição pública com o na

privada. É um resultado interessante, que parece ser peculiar à nossa realidade e que m erece ser estudado em m a i o r p r o f u n d i d a d e. Est u d o s em p ír i co s t êm ident ificado significat iv a influência da r eligião e da espirit ualidade na saúde física e m ent al das pessoas. As prát icas religiosas e espirit uais são consideradas com o supor t e psicossocial que favor ece a sensação d e b e m - e st a r su b j e t i v o e a m a n i f e st a çã o d e sent im ent os de m aior segurança, esperança e aut o-e st i m a( 1 5 ). Pa r a o s f a m i l i a r e s d e p a ci e n t e s e m

t r a t a m e n t o i n t e n si v o , e l a s p o d e m r e p r e se n t a r im p or t an t e r ecu r so in t er n o n o en f r en t am en t o d e sit uações crít icas com o a dor, o sofrim ent o e m ort e. Os r e su l t a d o s d e st e e st u d o a p o n t a m o s p r i n ci p a i s f a t o r e s ca p a ze s d e co n t r i b u i r p a r a o a d e q u a d o a t e n d i m e n t o d a s n e ce ssi d a d e s d o s fam iliares em UTI s públicas e privadas. Dest aca- se, porém , que a im plem ent ação de int ervenções j unt o a esses f am iliar es n ão é apen as r espon sabilidade individual dos profissionais que atuam nas UTI s, m as deve ser assum ida conj unt am ent e com os gest or es das inst it uições. O r econhecim ent o e a inclusão da f a m íl i a d o s p a ci e n t e s co m o f o co d e a t e n çã o assist encial pressupõem m udanças fundam ent ais na v isão e n a or gan ização das in st it u ições de saú de, sej am públicas ou privadas.

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