SÉRIE DE CASOS DE PLANEJAMENTO ECONÔMICO REGIONAL In t rodu ç ão Ge r a I
O fenômeno do subdesenvolvimento nos países de á-rea continental, como o Brasil, apresenta-se com extraordi-nária variedade de aspectos. Se aplicássemos a classifica-ção de Wageman às várias regiões do Brasil, certamente se e§ gotaria o famoso esquema: temos d.esde zonas supercapi tal
is-tas, como São Paulo e o Distrito Federal, até zonas acapitg lis tas, como certas partes de Mato Grosso e Amazonfls. Essa diversidade de graus de subdesenvolvimento, que chega a
ex-tremos de sub-ocupação da pr6pria terra, comunica ao plane-jamento regional importância suprema. As providências que cumpre adotar, a fim de acelerar a marcha de umas regiões e regular a de outras, também variam quase de Estado para Es-tado. Está se formando no Brasil, sob a pressão dêsse con-, glomerado de problemas coletivos, uma consciência da neces-sidade do planejamento.
Por fôrça de mandamentos constitucionais, em cer-tos casos, ou para levar a efeito iniciativas,avu.lsas, emo~
tros, o govêrno federal tem em marcha, no momento, vários prQ j e tos de desen vo 1 vimen to e conômi co re gi on aI, aI gun s dê 1 es, como o Plano de Valorização Econômica da Amazônia, com re-percussões sôbre vastas áreas do territ6rio nacional.
Ira-~a-se em certos casos, de programas iniciados há mais de 30 anos e mantidos ininterruptamente desde então, como o das O-bras Contra a Sêca. Além do govêrno federal, os Estados do Rio Grande do Sul, de Minas Gerais e de Santa Catarina, en-tre outros, estão executando ou em vias de inici3r progra-mas de planejamento regional, c~m o objetivo de aumentar meios de transporte e a produção de energia elétrica.
Ou-tros Estados já lançaram ou estão em entendimentos para lag çar, conjuntam'ente, projetos de desenvolvimento econômico de regiões que lhes são comuns, como o Vale da Paraíba e o Va-le do Paraná-Uruguai.
Cabe, en tretan to, reconhecer que os resul tados ol! tidos de nossas tentativas de desenvolvimento econômico re-gional nem sempre têm correspondido aos recursos empregados. O exame dos êxitos parciais ou dos fracassos de certos
2
-conjunto aqu@le em cUJa elaboração se levam em canta todos os fatôres essenciais a um programa de desenvolvimento eco-nomICO: as mudanças técnicas, a modificação dos hábitos, pr~
ticas e métodos de trabalho das populaç6es interessadas, os recursos técnicos e financeiros, o escalonamento das ativi-dades no tempo e sua distribuição no espaço etc.
No momento em que começam a surgir, no Brasil, e§ forças de planej amento regional de envergadura, é forçoso aI,! mentar o námero de técnicos brasileiros capazes de partici-par na elaboração dos planos já em curso, ou em véspera de lançamento. Cumpre, sobretudo, familiarizar os altos funci onários de órgãos páblicos com as técnicas de planejamento ~
provadas alhures, bem assim com as idéias emergentes no ca~
po da administração. Não será demais repetir: planejamento é uma tarefa eminentemente administrativa.
Um dos meios d.e consecuç ao de tal obj eti vo, é, sem dávida, a realização de cursos específicos sôbre a matéria, cursos que incluam não apenas a teoria e a prática de plan~
j amen to, senão também as di scip linas mais a fins, como, por exemplo, antropologia cultural, geografia econômica etc, P~
ra maior eficiência de tais cursos e perfeita conjunçãodat~
oria com a prática, parece indicado que êles se ministrem no próprio meio em que se pretende operar,proporcionando assim aos estudantes uma oportunidade de ver como as noç6es e co-nhecimentos adquiridos se articulam, ou não, com a realida-de.
A Superintendência do Plano de Valorização Econô-mica da Amazônia (SPVEA) e a Fundação Getálio Vargas criaram, por meio de acôrdo celebrado em 1955, as condiç6es necessá-rias para a realização de um curso dêsse tipo. Com efeito, sob os auspícios conjuntos dessas duas entidades, a Escola Brasileira de Administração Páblica organizou e iniciou, em setembro de 1955, o Curso de Planejamento Regional de Belém do Pará, o qu aI tem como cen tro de in te rêsse e fon te de exem pIos o programa de trabalho da SPVEA.
3
-do Govêrno -do Esta-do -do Pará, Prefeitura Municipal de Belém, Banco Nacional do Desenvolvimento Econômico, Departamento de Estradas de Rodagem do Estado de Goiás, Banco de Crédito da Amazônia, Serviço Especial de Saúde Pública (SESP), TerritQ
rio do Amapá, Primeira Zona Aérea, Oitava Região Militar,
Serviço de Navegação do Amazonas e Administração do Pôrto do Pará (SNAPP) , submetidos lis provas de seleção, 38 foram àprQ vados e, em consequência, matricu.lados no Curso.
O primeiro dêsse tipo no Brasil e, ao que supomos, no mundo, o Curso visa, especificamente, a transmitir as i-déias principais e informaç6es recentes .ôbre planejamento, administração e valorização dos recursos naturais, sociais,
econôniicos e humanos de uma região. Os métodos de ensino !.!
dotados no Curso incluem conferências, sem~nários,
discus-sões em grupo, análises de casos, excurs6es, pesquisas indi
viduais e em equipes, pelo que se exigiu tempo integral de
professôres, estudantes e funcionários. O material de
lei-tura e os casos para estudo, preparados pela EBAP e seleciQ nados de várias origens, destinam-se a proporcionar aos in-teressados as mais autorizadas fontes de consulta, exonerag
do-os, assim, da necessidade de procurarem a documentação
pertinente ~ matéria.
Dent~e os projetos de desenvolvimento regional, nacionais e estrangeiros, que a Escola examinou para seleci onar os mais expressivos, cabe indicar os constantes da liê
ta abaixo. Sôbre cada um dêsses projetos, se preparou umc~
so, empregando-se "caso" no sentido moderno em que é usado nos programas de ensino e pesquisa.
O plano inicial de monografias compreendia 25 prQ
jetos. As dificuldades de execução, porém, fizeram que a E§!
cola os reduzissem a 20: 1) Autoridad de Tierras; 2)
Ban-co de Crédi~o da Amazônia; 3) Banco Nacional do Desenvolvi
mento Econômico; 4) Centrais Elétricas de Minas Geraisj 5)
Comissão Estadual de Energia Elétrica do Rio Grande do Sul; 6) Comissão Vale do São Francisco; 7) Companhia Siderúrgica
Nacional; 8) Companhia Vale do Rio Doce; 9) CongoBelga
-- Plano Decenal; 10) Departamento de Portos, Rios e Canais;
11) Departamento de Obras e Equipamentos; 12) Departamento
Nacional de Estradas de Rodagem; 13) Departamento Nacional
0 6 0
-Lista dos participantes na elaboração desta série de monografias:
Pesquisadores e Redatores: Antônio Guimarães, Ary Guerra Quintella, Clia M. D'Albuquer-que, Dulce A. Gallo, Florindo Villa-Álvarez, Iberê de Souza
Cardoso, Jayme Cunha, Josi Rodrigues Senna, Juvenal Osório
Gomes, Lucy Marques de Souza, Luiz Fernando Fontenelle,
Ma-rietta Campos, Pierre Van der Meiren, S;rgio Queiroz
Duar-te, Sophia Lachs, J. Timotheo da Costa e Zilah V. Teixeira.
Críticos: Alfred Davidson, Antônio Guimaries, Arnaldo Pes-soa, Benedicto Silva, Carlos Castelo Branco, Ceu-rio de Oliveira, Florindo Villa-Álvarez, Geraldo Wilson
Nu-nan, Jayme Cunha, Jesus Soares Pereira, Joao Guilherme
Ara-gão, Marialice Moura Pessoa, Noé de Freitas e Ottolmy
Strauch e a Companhia Sider~rgica Nacional e o Departamen
-to Nacional de Obras de Saneamento.
Revisores: Aédo de Carvoliva. Anna Botelho Benjamim, Antô-nio Gutmaries, Arnaldo Pessoa, Augusto Martins
Bahiense, Benedicto Silva, Diogo Lordello de Mello, José Mg
rta Arantes, Jesus Soares Pereira, Juvenal Osório Gomes,
Pe-dro Maia Fi lho e Sophia Lachs.
* ***
*
8lBLlOTtCA DA FUNDACÃO GETÚLIO VAR6A8
k:
A ATA Nu'_-oi"éhAiiÃÕÃ ,! \
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I N'- 1". '\fOI 11M"Li.-.;;.~
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1 - - - iI
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'I<I'GI&J (~AOO I"OAI~
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.~",,_._L...,,_- - - "
/te-3l1~.()
A presente monografia ou caso reune ,de forma bre
ve, as informações que foi possivel reunir~ analisar e si~
tematizar sÔbre o DEPARTAJlliNTO DE POIITOS, RIOS E,CANAISe
sOas:
Participarrun na sua elaboração as seguintes pe~
Pesquisa e Redação - Cléa Me D'Albuquerque
Critica - Benedicto Silva
João Guilherme Aragão
Marialice Moura Pessoa
I fARTE
1 - INTRODUÇÃO
=====::=======-As primeiras providências para a instituição dos
serviços que hoje se concentram no Departamento de Portos,
Rios e Canais" datam de 29 de novembro de 1890,9 quando o de
ereto nQ 1 108
9 dividindo o litoral brasileiro em seis
dis-tritos naritimos,9 criou uma Inspetoria em cada um dêles, c.Q. metendo-lhes a superintendência das atividades de
melhora-o ..
mentos dos portos das respect~vas areas.
o
decreto ní2 2917, de 1898, determinou, a seguir,que essas atividades fôssem, em cada pÔrto, confiadas a uma .
• -0< ? , p P
Comissao subordinada ao Ministerio dos Negocios da Indus~
tria, Viaç~o e Comércio. A do Rio de Janeiro foi criada em
1903 (1).
Em 1907 (2), o Decreto nQ 6 368 determinou que a
direção e fiscalização das obras de melhoranento de port o s
e rios navegáveis ficassem a cargo de uma repartição ligada
diretamEnte ao citado Ministério. Ainda no mesmo exercício,
-
" . "..por decisao ministerial, a COIIll.ssao do Rio de Janeiro subo.!:
dinaram-se tôdas as outras. E igualmente no mesmo ano (3), o
decreto nQ 6 453 instituiu a Inspetoria de Navegação.
As leis orçamentárias de 1909 e 1910 autorizaram o
(1) Decreto nQ l~ 969 j de 18-9-1903.
(2) A 12 de í'evareil"Oo
-2-já
então ~linistério da Viação e Obras PÚblicas a reorgani~zar as repartições que dêle dependiam. Em conseqUência, foi
criada a Inspetoria Federal de Portos, Rios e Canais
(4).
ApÓS a revolução de 1930 foi revista a legislaç ão
até então existente. Dentro de um planejamento geral dos Ó.;:
gãos da administração pÚblica, foram fundidas a Inspeto ri a
de Portos, Rios e Canais e a Inspetoria Geral de Navegação
(5),
criando-se o Departamento Nacional de Portos eNavega
-çao, ao qual passaram a subordinar-se os serviços de portos
e de navegação o Ent re as razõe s apresentada s para a fusão
i!!
cluiam-se a redução de despesas e a necessidade de dar
uni-dade
à
ação administrativa de repartições que perseguiam-fins paralelos o
Circunstâncias peculiares
à
guerra, porém, levaramo Govêmo Federal a criar a Comissão de Marinha Mercante,em
1941~ corú'iando-lhe competência privativa sôbre os assuntos
de navegação comercialJl ligada ao esfôrço de guerra.o Eml943;
a Comissão de Marinha Mercante recebeu por .fim tôdas as
a-tribuições sôbre navegação, ficando o Departamento de
Por-t.os e Navegação superintendendo os serviços de 1OO1horamento,
construçãcl, aparelhagem e fiscalização dos portos e vias l'.Iê.
vegáveis do pais.
(4)
Lei nst2
356, nQ:XXXV
eLXI,
do a.rt. 32, de 31~12-1910,e Decreto nQ 9 078, de 3-11-19110
C DecI'eto~lei n2 6 166» de 31=12,~43 ~ reorgani z o '..l.j
n~Esa base $ Q Departalí1ent o c
.!iQ!1o;; Ha I.ll!l projeto de lei» visando a transformar o DNPRC
numa entidade autáZ'q:u1.cao I~o momentos tal projeto eu·,
(.,ontl·ac~Be no Depal"t.amooto Administrativo do Se:!"1riçt);
PÚblica (DASP)j para exame.
Na exposiçao de motivos G. l04~ de 15 de abril de
1953y encaminhada ao }lin1stro da Yiação» o D!retor r~
ral do DNPRC eS(;úda a tl"ausfo:rmaçao das emoresa::: da
Un:tão em sociedade3 anônimas~ opinando pel~ incor.ç~"'eni
ência dêsse tipo de organi zaçao para os portos. A ês=
tes, como em seguida assevera, melhor se ajustaria o
regime autá'.rquico. A aludida autoridade junta a sua
exposição um anteprojeto de lei~ objetivando a reali~
zagão de seu ~~recerj e a respectiva memÓria justifi=
cativa.
2 - DEFINIÇÃO, SEDE E JURISDIÇÃO
=====:==========--==============
O Departamento Nacional de Portos, Rios e Canais (6)
(DNPRC)
é
um órgão da administração federal, integrante doMinistério da Viação e Obras Públicas (MVOP). Sua
Adminis--tração Central situa-se na. cidade do Rio de Janeiro ( Praça
Mauá
nQ 10) e sua jurisdição estende-se a todo o territóriobrasUeiroo
"" p
(6) Os canais cuja conservaçao esta a cargo do DNPRC$ podem
ser os canais naturais9 os de acesso aos portos QU~ aiR
3 = FINS
========
Ao DNPRC cabe 11 promover , orientar a instruir tôdas
as questões relativas
à
construção, melhoramento,manuten--ção~ aparelhamento e exploração dos portos e vias d'água do
I , , - . . f
pa1S~ no que se refere as condiçoes de navegaçao s quer mar~
tima, quer interior" (7L "Compete ao Ministério da Viação
e Obras PÚblicas~ por intermédio do DNPRC, a exploração dos
portos nacionais organizadoss sob a direção direta dêsse de
,
-partamento ou sua fiscalização~ quando a cargo de concessio
n~riosfl (8) e
4
~ ORGANIZAÇÃO====a=======-====
O DNPRC compÕe-se de J Divisões»
1
Serviços19
Di~tritos de Portos, Rios e Canais e 3 Regiões de Aparelhagemo
Possui ainda o Departamento 3 Administrações de Portos,
su-bordinadas a Distritos. Êstes e as Regiões de Aparelhagem ~
têm sede e jurisdição próprias (9)0
As 3 Divisões são~ Divisão de Hidrografia; Divisão
de Planos e Obras; Divisão Econômica e ComerciaJ.o O Serviço
é
c de Administraçãoo(7)
Decreto-lei ng8 904
e Decreto nQ20 501,
ambos de.oo o.24-l-1946~
(8)
Decreto n224 508,
de29
de junho de19340
1
Divisa0 de Hiqrograf12, (~umpre coordenar os trab.ê, lhos técnicos relativos a estudos 00 litoral.\) marés e viasnavegáveis, de maneira q<.l.e possa informar os projetos de
o-bras a cargo do DNPRCo Subdivide-se em 3 seções: Seção de
, - p
Estudos Topo-Hidrograficos; Seçao de Estuios Hidrometri c o s
e Meteorológico; Seção de Hidráulica Experimertalo
À Divisão de Planos e Obras cabe fazer ou orientar
os est.uios de obras a cargo do DNPRC 1J acompanhamo a
execu-ção dos projetos aprovados~ assim como qualquer construção
que se relacione com o desenvolvimento port~rioe É o órgão
de planejamento departamentaIs incumbindo-lhe organizar» p!
ra ulterior aprovação do Diretor Geral~ planos gerais.9 para
ampliação de cada pôrto.9 e planos gerais de construção de
portos» no paiso
A Di vi. são compÕe~se das seguint es subunidades: Se-ção de Projetos e Orçamentos; SeSe-ção de ConstruSe-ção e Contabi
lidade Técnica; Seção de PatrimÔnio e Arquivo Técnico~e Ser
viço de Dragagemo
À Divisão Econômica e Co~ foi atribuída a
função de zelar pela observância das leis portuárias e fis-calizar o cumprimento dos contrat,()s de concessão.9 aprecian-do as tomadas de contas aprecian-dos ccmcassionários e estuianaprecian-do as
tarifas por êles cobradaso
Tem uma Seção de Exploração Ce:mercial e uma» de
balhos administ,rativCls)) t'e[enmt~s as comunicaçObS,9 peSSQ;aJjl ma~"l'Jrial e orçamento o Superiní~,ende ainda as at ividades da
Biblioteca e da Porta.J:"iao
~ .9 ....
Os flj,:..s}.Ii~9JL 5i~J)~!:~9~~ ,@.=s?~~~~ª,n3,.i_~ sao 0X"gaos
;::egionai s dê) DNPRC o Cr,)mpet.e~lhes zel.:tl'J) él"mtJ:'() da I~especti~
, , = t'
va aredJ pela conservaçao da cr,sta,\! jY.)rt06 e via~ navega =
·~'eis.9 para que 8<3':l:m+,::mham em boas (~0ndiçÕes àe navegabili
dade o Eis sua discrlminaqRo9 com rcspect.::LYas ,jurisdiçao e
sede (10) g
12 Distrito ~ Estado do Ama~zona'3 e 'rerrit~rlos do
Acre, Guaporé e Rio Bran~o = Manausc
2Q DistrUo - Estados do Pará e Goiás,\! e Territó~
t' "
rio do Amapa - Beleme
tal.
3g Distrito = Estados do Maranhão e PiauÍ -
SoLu:Ls.
4,g Distrito ~ Estado do Ceará - Fortaleza.
5
Q Distrito - Estado do Rio Grande do Norte -Na-Órgão subordinado:
Administração do Pôrto de Natal.
62
Distrito - Estado da Paraíba - João Pessoa.72 Distrito = Estado de Pernambuco (11) e Territó=
rio de Fernando NcrorJ1a = Recife Q
(10) Mapas anexosQ
vadoX' o
8g Distrito - Estado de Alagoas (11) =
Maceió.
9
Q Distrito - Estado de Sergipe (11) - Aracajú.102 Distrito - Alto,
médio
e baixosão
Francisco s~llQ Distrito - Estado da Bahia (li.) = Salvadoro
122 Distrito - Estado do Espírito Santo - Vitória o
1312 Distrito - Distrito Federal - Rio de Janeiro.
14
12 Distrito - Estados do Rio de Janeiro e Minas G~rais (11) - Niteroio
polis.
Alegre.
1512 Distrito - Estado de são Paulo - Santo 5"
162 Distrit.o - Estado cb Parana Paranaguao ' ,
1712 Distrito - Estado de Santa Catarina -
Florianó-Órgãos subordinados:
Administração do Pôrto de Itaja{" Administração do Pôrto de Laguna.
l8g Distrito - Estado do Rio Grande do Sul - Pôrto
..
19
2 Distrito - Estado de Mato Grosso - CorumbaoÀs Regiões de Aparelhagem compete conservar)/
repa-rar e distribuirj aos Distritos, a aparelhagem do DNPRC (:in~ trumental técnico, aparelhos e embarcações). Assim se arro=
lam.ó) também com jurisdição e sede (12):
(li) ExcluÍda a bacia do Rio são Francisco.
-8-Região Norte de Aparelhagem - Territórios do Guap.2.
,
,
,re, Acre, Rio Branco e Amapa, e Estados do Amazonas, Para, Goiás, Maranhão e Piaui - Belém.
Região Nordeste de Aparelhagem - Estados do Ceará,
Rio Grande do Norte, Paraiba, Pernambuco, Alagoas, Sergipe, e Bahia, Território de Fernando Noronha e regiÕes do alto, ~dio e baixo são Francisco - Recife.
Região Sul de Aparelhagem - Distrito Federal e Es-tados do Espírito Santo, Rio de Janeiro, Minas Gerais, são
,
Paulo, Parana, Santa Catarina, Rio Grande do Sul e l-fato G~
DEPARTAMENTO NACIONAL DE PORTOS~ RIOS E CANAIS
-===================;==========-==============
DIRETOR GERAL
J
I
I
DIRETORES
SECRETÁRIO FISCAIS (I)
SERVIÇO DE
~MINISTRAÇÃO
I 1 I
DIVISÃO DE DIVISA0 DE DIVISÃO ECONÔMICA
PLANOS
HIDROGRAFIA E OBRAS E COMERCIAL
-- _ ...
DISTRITOb DE REGIÃo NORTE DE REGIÃO NORDESTE
PORTOS, RIOS APARELHAGEM DE APARELHAGEM
E CANAIS (lI)
SERVIÇO DE ADMINISTRAç!Q
CHEFE
I 1 I
SEÇÃO DE SEÇÃO DE SEÇÃO DE
PESSOAL MATERIAL ORÇAMENTO
I
SEÇÃO DE
POMUNICAÇÕES IBIBLIOTECA
(I ) - Fln número de 2.
(11) - Em número de 19.
REGIÃo SUL DE APARELHAGEM
I
SEÇÃO DE ESTUDOS TOPO-HIDROGRÁFICOS
I
DIVISÃO ~~ HIDROGRAF~
.:..):a@OR
~
I
-
--SEÇÃO DE ESTUDOS
HÍDiiCHÉTRICOS E
:METEOROLÓGICOS
DIVISÃO J~ PLANOS E OBRAS
uldETOR
l
I
I
1
I
SECRb"TÁRI O
I
I
SEÇÃO
DE
HIDRÁULICA EXPERIMENTAI.
I
SECREl'ÁRIO
J
1
SEÇAO DE PROJE SEÇ;:O DE CONS SEÇÃO DE:
PATRI-SERVIÇO DE
TOS E ORÇAMEN- TauçKo E
com
mUIO .b,; ARQUIVOTOS DE OB RA S ~ADE TÉCNIéà TÉCNICO
.-
DRAGAGEMDIVIslo ECONÔMICA E COMERCIAL
I
I
SEÇ~ü
Dh. :EXPLORA~
I
ÇAO COHERCIAL
DIRETOR
SECHETÁRIO
SEÇÃO DE ECONOMIA
I
(I )
(lI)
DISTRITO DE P.9RTOS J P.IOS E
CANAIS
I
CHEFE
I
I
TURMA DE
ADMINISTRAÇÃO
SEÇÃO
TÉCNICA
REGIÃo
DE APARELHAG»1
(lI)
CHEFE
I
TURMA DE
I
ADMINISTRAÇÃO
SEÇÃO
TÉCNICA
1
Conforme se esc1arecau antes, os Distritos
nomeiam---se, em nÚmeros ordinais, de 12 a
19
2 •Ao 52 Distrit2' do ~o Grande do Norte, subordina-se
a Ad'llinh;traçao do Porto de Natal e ao 17Q
3 de Santa
Catarina, est.ãe: sujeitQ::3
-
llier~rq,
.... icamente as Adminis-tl"'açoes dos Portos de ItajaJ.. e L~guna.
Gemo
já
se ilissej os órgâos acima represent.ados .aãoem nÚmero de
3
e denominam=se~REGIÃO
NOP.TE DE APARELHAGEM, REGIÃo NORDESTE DE
APARELHAGEME REGIÃo suL'
~12=
5 ~ PESSOAL
==='::;;-.~====-:::=
Os servidores do DNPRC cl,:,.ssiLi.cam~se nas duas gréJ!l
dss categorias do Serviço P{lbl ico Federal: a d':O
funciünát'i-os e a de extranumerários.
Os primeiros fazem parte d.o Q:uadro Pei.'IDanente do
}1inist~rio da Viação e Obras PÚblicae. RefererItemEute aos ~
timosD
há
que distinguir 0;3 que trabalham nas Administra =ções de Portos» do 8 que prestam serviços ~,s Nltras subdi
vi-~ h ~. ~
soes do Departamento .. Estes pertencem a Tabela Unica de
Ex-tranumerários MensalJ6t,as da Secretaria de Estado, ao passe
que aquêles compÕem~ em cada Administração de Pôrto,duas t~
belas - a Tabela Num.érica de Extranumerários Mensalistas e
a Tabela Numérica Especial de Extranumerários Mensalistas.~
tegram estas os antigos diaristas.
..
O regime legal dos servidores do Departamento e o
mesmo que governa os outros servidores federais: se
funcio-náriOS, o Estatuto e legislação correlata, se
extranumerá--rios, êsse mesmo Estatuto, o Decreto-lei nQ 5 175, de ••••••
7-1-1943 e as normas legais que posteriormente o alteraram
ou suplementaram ..
No que tange
às
Administrações de Portos~ osiste-ma vigente cria s~rios embaraços~ poiss destinando-se pr~
cialmente a repartições de ~atu:reza burocrática~ não atende~
como ;-;;eria de desejars às peculiaridades do serviço.
-13=
boração de legislação espec:Í.fica,9 para os servido res dos po,!
tcs diret,amente explorados pelo Departamento.
Quanto
à
natureza de suas funções~ o pessoal doDNPRC pode ainda ser dividido em 3 grupos distintos:
1) o dos que trabjtlham em. se:nriços de e.ê,c ritó rio ,
isto e~ os qle executam serviços burocráticos;
2) O> dos que exer~ fu ... '1ções especializadasj se
não peculiares ao DNPHC, pelo menos não comuns a todo o ser
viço público. Constituem-no os engenheiros especialis't.as em.
portoss o pessoal especialista em dragagem, e o das ofioi-=
nas de reparo, de conservação e mecânicas;
3) o dos que trabalham em serviços portuários,
i6-j:t ~ ~..,." p
--to e, ligados a exploraçao e trafego portuarios. Compoem-no
os fiéis de armazéns, conferentes, guindasteiros,
trabalha-dores etc.
Há ainda uma categoria de trabalhadores queJ
embo--
,ra nao se qualifiquem de servidores publicos, mereoem mene!
onados, pelos serviços que prestam ao Departamento (13). são
os que constituem o denominado "pessoal de obraslf •
Não pertencem a quadros, nem estão inclu1dos em. t~
belas. Não gozam dos direitos assegurados aos extranumerári
os, nem das garantias dadas ao trabalhador particular. Não
,
ha, mesmo, verba especial no orçamento, para pagamento de
seus salários, que são pagos pelas dotações destinadas ao
(13) E às outras repartições do Estado.
: :
~14=
custeio de obraso são admitidos para determinado serviço e
dispensados quando êste termina o
, p
Nesse quadro de total desamparo ja surgem porem,9 ~
inda que de modo muito incipiente, os delineamentos de uma
legislação, que com o tempo tenderá a ampliar-se» até,
tal-vez, a constituição de um Estatuto Especial.
FOTA: 05 estivadores do cais não têm nenhuma ligação com o
DNPRC. Pertencem ao Sindicató dos Estivadores, entid~
de que se encarrega de fornecer a mão-de-obra necessi
ria aos serviços de estiva
(14),
em geral,diretamen-te aos armadores.
Nos portos não organizados, o Ministério do
Tra-balho pode criar uma caixa portuária, para executar os
serviços objeto desta nota .• A administração de tais
caixas compete a delegados do Ministério da Viação e
Obras PÚblicas
(15).
,
O pessoal da estiva esta amparado pela Consolid~
ção das Leis do Trabalho
(16).
6 - REGIME
ORÇAMENTÁRIORepartIção da Administração li'edaral direta"o DNPRC
CL~,) Estiva
é
o serviço de .~ movimentação das mercadorias a bordo de embarc~çoeso Abrange a carga e descargaJ bema~Bim a ar:rumaçao dessas mercadorias nos conveses e P,9
roes.
(1')) Ck.irl.solidação das Leis do T:i:"abalho ~ Arl o 256.
C~;) D""3ret,ü=leJ. nQ 5 452.~de IiJ de maio de 1943
=15-deve obrigatoriamente custear tôdas as suas despesas com re
cursos concedidos pelo Orçamento Geral da Repúblicao Demais"
êsses recursos têm de aplicar-sc~ estritamente, segundo a
-
~discriminaçao constante do documento orçamentarioa
Para inclusão de créditos em orçamento, deve o De=
partamento obedecer, em sintese, ao seguinte trâmite:
1) a Seção de Orç~ento do DNPRC, após ouvir oares
p ~ ,
-ponsaveis pelas varias subunidades que o compoem, prepara a
~
.
proposta orçamentana departamental e a envia
2)
à
Divisão de Orçamento do Ministério de Via ç ã oe Obras PÚblicas, a qual a análisa; tendo em vista não
so-mente a justeza e utilidade dos gastos previstos, como
ain-da seu enquadramento na proposta do Ministério. Em seguida,
,
esta e remetida
3) ao Departamento Administrativo do Serviço, que
a aprecia, não apenas com os fins apontados no item
anteri-,
~ ,or, mas tambem com o de ajusta-la a proposta geral do Exec.!;!
tivo. Terminado êsse trabalho, que se faz com a audiência -dos representantes -dos órgãos ministeriais interessa-dos, o
~
Presidente da Republica encaminha a proposta
4)
ao Congresso Nacional, para discussão eaprova
-çao.
-execu çao Por fôrça dos prazos estabelecidos para
das diversas partes Em que se fraciona o processo de
elabo-ração orçamentária" as repartições vêm-se na contingência de
-16-tira tôda segurançao As propostas para
1957,
por exemplo,d~vem deixar as repartições de origem até 31 de outubro de
1955,
com uma antecedência, portanto, de um ano e trêsme-ses, em relação ao comêço do exercicio sôbre que versam, e
de dois anos e três meses, quanto a seu fim.
#
Promulgada a Lei Orçament aria, as verbas destina-das ao DNPRC são registradestina-das no Tribunal de Contas, Contad,Q, ria Seccional e Diretoria Geral de Contabilidadeo As
dota-ções ficam
à
disposição do Diretor-Geral do Departamento, emdepósito no Banco do Brasil ou Ministério da Fazenda ou,~
do destinadas a subdivisões afastadas da sede, são
encami-,
-nhadas as Delegacias Fiscaiso Sua movimert.açao, nesse caso,
..
passa a alçada dos Chefes de Distrito ou de Serviço, por d~
legação de poderes, efetuada pelo Ministro da Viação e 0= bras PÚblicaso
Na hipÓtese por Último figurada, a fiscalização da
aplicação das dotações
é
feita pela respectiva Delegaciao ASeção do Orçamento do DNPRC recebe apenas um mapa semestra~
demonstrativo das despesas, e que vai informar o Livro de
Escrituração correspondente.9 depois que a prestação de
ccm-tas é aprovada pela Delegac1.a Fiscal o Estas contas são pos=
teriormente registradas pelo Tl~bunal de Contaso
O DNPRC pode obter créditos adicionais, ruplementa-res ou especiais, cop.cedidos pelo Legislativo FederaL
,
,
.
Os creditos suplementares, como o propr~o nome
in-.... ".
previs--17~
tas em orçamento, mas cuja efetbração exige mais recursos
que os concedidos. Tais casos~ que são muito raros,
devem--se quase sempre
à
elevação do s preços de custo de materiale serviços, ou a deficiente estimativa.
Os créditos especiais são mais comuns. Dizem res-peito a despesas não insertas no documento orçamentário.
~
Para melhor esclarecer o objetivo dos creditos es-peciais, poderíamos fazer uma hipótese, bastante atualizada
e pertinente. Descoberto o petróleo no Amazonas
(17),
che~-se
à
conclusão de queé
mister construir um novo pôrto no. A
local do descobrimento~ ou reaparelhar o porto de Manaus, a
fim de que possa atender, an. suas instalações,
à
movimenta-ção do combustível extraído. Pode, ainda, julgar-se imposi-tiva a construção de um oleoduto para transporte do óleo,do
campo de extração ao pôrto de embarque. Dado o imprevist.o do
acontecimento, não constam do Orçamento os recursos
impres-cindíveis ~, execução de tais serviços. Tem então cabida a
. . . , . #
solicitaçao de creditas especiaiso Tais creditos, quando a
lei não lhes fixa prazo para aplicação, têm a vigência de
cinco anos» de forma que os recursos concedidos podem ser .!!
tilizados nOEl anos subseqttentes, sem necessidade de abertu=
,
ra anual de credito.
(17)
Poço de Nova Olinda, no Estado do Amazonas - março deAlem das dotações que lhe são consigna.das am.
orçamento» pode o DNPRC valer-se da Taxa de Eme rgêr .. c ia (18)
e de recursos fornecidos pelo Baneo Nacional do Dt:.senvol'v!
mento Econômico$> para. custear obras previl.:ltas nos planos §..
laborados pela extinta C0missão Mista Brasil-Estados Un:i~
dose
!Q!!: Três fatôres têm prej udicado a ação eficaz do
Depar-tamento,no que concamo a realizações. O primeiro ~
(;. I'V ~ o
a forma. de distribu~çao de. numerario dest~nado a
o-bras.9 no Orçament o da RepÚblic a. O segundo diz
res-peito às dificuldades para obtenção de cambiais, a
fim de comprar maquinaria. O terceiro, e mais grave!
refere-se
à
atuação de certos 6rgãos administrativos,no sentido de diminuir ou obstar inteiramente a apl!
-
' .caça0 de verbas ja conced~das.
Os créditos que conseguem superar essa oposição, têm sua distribuição atrasada de cinco, seis meses. Conseq~entemente, restam cinco meses para terminar 2 bras que precisariam de um ano, pelo menos, para se-rem executadas.
Demais, parte das verbas, não tendo sido empe-t
nhada, cai em "exerc~cios findo s", impondo-se, para
seu emprêgo, a repetição de todo o processo
orçamen-(18) Apenas a parcela atinente aos portos diretam:mte admi
nistrados pelo DNPRCs pois, em relação ao restante,
ã
..,
..
=19=
tário: inclusão na proposta orçamentária, discussão ,
apl~vação, empenho etc.
SÓ
isto bastaria para impedir a efet,ívação de qualquer planejamento.7 - REGn'1E CONTÁBIL
A
contabilização dos fatos concernentes ao DNPRCnão obedece a padrÕes rigidos. Executada para uso exclusivo
do Departamento, objetiva o controle dos serviços
executa-dos.
As verbas de Obras e Material (19) são
escritura-das na Seção de Orçamento, as verbas de Pessoal (20) são es
crituradas na Seção de Pessoal.
Já
vimos como as dotaçõe5 distribuídas às Delegac!,as Fiscais ficam rob a responsa.bilidade dos respectivos Ch~
fes de Distrito ou Serviço, que providenciam as respectivas
escriturações.
Os recursos concedidos ao DNPRC pelo Banco
Nacio--nal do Desenvolvimento Econômico são escriturados a parte ,
(21) com fins de contrÔle. O Banco fiscaliz a sua aplicação.
O DNPRC recebe a conta~ faz o processamento e encaminha ao
Banco para pagamento.
(19) Verba. constante do Orçamento da União.
(20) Verba constante do Orçamento da União ..
(21) A escrituração de tais quantias ~o obedece a qualquer
8 -
FUNCIONAMENTO
=====~=====-=_==a
Quando se trata de projetar um pôrto,
aparelhando--o para posterior exploração comercial, impÕe~se atender a
uma série de requisitos, que podem enquadrar-se nas
seguin-tes considerações: para que construir o pÔrto? Que área êle
ir~ servir? Quais 03 meios de comunicação de que se disporá,
para recebimento e escoamento de mercadorias? Qual a
reper-" . #to __ # N
cU:S5aO do empreendimento~ sobre as oondiçoes
socio-economi-cas da região? Qual o vulto" da obra exigida pelas necessid!, des locais?
t
preciso compreender que o pÔrto não age da mesmaforma que a ferrovia, sÔbre as caracter!sticas econômicas e
sociais de uma zona o A estrada de ferro, por si só"
é
fator,., ~ • rtW " I ' ' '
de desenvolvimento econoIIlJ.OO da regl.ao onde e construl.daoJa
I} pôrto requer organiza ção, muito mais complexa, para que Súa.
irtí'luência se faça sentir o As próprias ferrovias ou outros
N p ~
meio,s de comunicaçaoi alem d.e outros fatores devem. contri~
bu.i.r para que dê todo seu :rendim.f'I1too Essas exigência3
tô-das e o li1üto df; recursos neíJes~â.rios para sua instalação
f!
~ f
~em com que somente ~e di"lra c;.nsLr"w.-lo}) quando o ju&.i±"i=
q;.l& ti desenvolvimento da âá"ea a que vai sen1!'.
Essa regra de bom Ei6DSC 1:,p.JD. sido, entretanto,!) mui=
ta5 vêzes desatendida, sob a pressão de interê~se~ pollti-=
t:~,')so Aliás}) aIduc.adamente}) êssss 1nte),~êsses inte:r-ferem tam,~
?' _ <k'
~21c ...
que antes se afirmou, a const1"u1;ao do pôrto de são Borja, no
Rio Grande do Sul:; efetivada sem que nenhu.ma das indagações
8upra referidas recebesse resposta positiva. Outro exemplo
a aduzir
é
o do pÔrto de são Sebastião, em são Paulo. Suaexploração, cometida~ em concessão~ ao respectivo govêrno
estadual,9 viu-se prejudicada por
não
haver êsse govêrno completado um pequeno trech(: da estrada de rodagem, que ligaria
~ Á ~ f
o porto ao interior:; em con3eqüencia da pressao polltica e=
xercida pelos concessionário15 do Pôrto de Santosp desejosos
de evitar possivel concorrência.
Feitas essas considerações preliminaresj passare-=
~.p A. ~"
mos a analise do tramite para construçao de um porto.
O primeiro passo será saber .Q.,uem vai estudar e
projetar a8 obrae.
Se o Govêrno Federal reservar-se a execuçao
-
dos6>1;:' P , o ~
e8tudos~ sua coordenaçao cabera a DiV1sao de Planos e Obras
(Administração Central) e sua efetivação~ ao Distrito de
Portos, Rios e Canais Uirgão regional.) da zona onde 11"ai
5i-tuar~seo Quando t) local da obra fôr muito afastado da 1!lede
do Distrito~ o Diretor-Geral do DNPRC designar~ R~ COmi5~
são para realizar os neceM.9.rios est.udoso Sl.loordinada. ao Ch"~
te do Distrito~ de"iler~ ela,9 aLuda, ma,.';.t,er ligação con3tan'le
com a Divieão de Plano5 e O'bra~ (.2.2).
Pelo fato de a Divisa0 de Plauo3 e Obras dispor de ~un
Laboratório de Hi(h~áu1:h~a Kxparimental,ll modemamente ~
Terminada essa fase preparatória e organizado o pr2,
jeto, far-se=á o orçamento de sua execução o Tal orçamen-t o»
depois de revisto pela Di\~são de Planos e Obras, será
en--viado pelo Diretor do DNPRC ao }ftnistro da Viação, que o re
~ p~.'
metera ao Presidente da Republicao Lste, se aprova-lo, o
,
mandara, acompanhado de Mensagem, ao Congresso Nacional, p~
ra aprovação final e abertura do crédito necessário a sua
eí ei t uação •
f A
Se se julgar preferlvel atribuir a uma empresa pa~
ticular a realização dos estudos e a apresentação do
proje-to de construção do pôrproje-to, o Congresso Nacional terá de dar
autorização e crédito para tanto.
Obtidas uma e outro, abrir-se-á concorrência públ!
ca. A emprêsa vencedora assinará cont rato com o M1.nist
é
r i oda Viação. Tal contrato deverá ser registrado pelo Tribunal
de Contas.
O segundo ponto a considerar será a construção do
pÔrto. Poderá ela ser feita diretamente pelo Govêrno
Fede
-ral ou, em concessao, por uma companhia particular.
Quando o pôrto deva ser construÍdo pelo DNPRC, as
obras dependerão de crédito orçamentário ou especial, conc~
(continuação da página anterior):
parelhado" onde a influência das marés, ventos, assara
mentol) correntes e tôdas a~ condições geográficas lo"':
cais podem ser reprodu'liidas experimentalmente, o Depa,;:
ta.ment{) tende atualment"e 8. adotar um sistema de
tra-balho em qu€' ú Distrito \l~ a Comissão esboça wn proJ~~
to ini9i~I9 Ctl"joe. dado? sao "J.~.b?r~dos IX'steriox'1llerrtes
dido prêviamente. Competirá ao Distrito de Portos~ Rios e
Canais organizar o grupo de engenheiros e de pessoal
técni-,
.
"co necessarJ.os, compondo uma "residencial! no local da
con6-t.rução.
A
Quando á obra tiver de realizar-se por empresa pa~
ticular, o processamento será semelhante ao seguido para a
-
-execuçao de estudos e projetos, sendo que a concessao para
construir o pôrto poderá ser dada na mesma concorrência re!
ta para a efetivaçZo de estudos e projetos.
A exploração do pÔrto, quando se decida realizá-la
em admini stração direta, competirá ao Departamento. Nos
ca-sos oaxistentes, êle a executa por intermédio de uma Admini:i
tração de Pôrto, subordinada ao Distrito em cuja área o pÔ.!:
to se localiza.
,.
Como ja foi dito, o DNPRC possui um Serviço de Dr!,
gagem, para atender aos portos diretamente explorados pela
União. Tal Serviço conta com uma frota de 5 dragas modernas,
e muitas outras, pequenas, distribuídas pelas Regiões de
A-parelhagem. Apesar disso, entretanto, o Departamento pode
contratar serviços de draga,gem, com emprêsas particula r es,
sempre que seu Diretor-Geral o julgar conveniente.
As grandes dragagens têm sido fei. tas por
companhi-...
,.
PLANEJAMENTO E A AÇÃO ®VERNAHENTAL tms SEl'ORE.:3 DE
PORTOS E VIAS AQUÁTICAS
.IBLIOTEC~ .
~27=
1 - EIFLORAÇÃO DE PORTOS
========================
a - Regime legal
Há no Brasil cêrca de 130 portos naturais (23),dos
quais 48 são marítimos e os outros$ núvio-marltimoso
A legislação portuária classifica nossos portos c~
mo organizados e não organizados. Organizados são os
apare-,
lhados para atender ao movimento port.uario~ estando seus se];
viços entregues a uma Administração de Pôrtoo Tal Adminis~
...
, ~-
....traça0 deve assegurar ao comercio e a navegaçao o gozo das vantagens decorrentes do aparelhamento do pÔrto,
prestando--lhes serviços, remunerados de acôrdo com tariras~ estabel~
cidas para cada pÔrto e aprovadas por portaria do Minis t ro
-
,
da Viaçao e Obras PUblicas.
Os portos não organizados podem ser divididos em
portos rudimentares e portos sem. exploração comercial. são
considerados portos rudimentares aquêles onde o valor das
instalações não ultrapassa um milhão de cruzeiros. E portos sem exploração comercial são os em que os governos
estadu-ais ou municipestadu-ais, assim como particulares~ podem
estabele-cer seus tr~piches (24).
(23) Segundo o Relatório de 1949, dêsse total apenas
50
po-dem ser considerados de importância.
(24) Classificação instituída pelo Decreto-lei n2 6 460, de
-.28-o
Govêrno Federal tem o privilégio da exploração-dos serviços portuários. É uma disposição constitucionalque
vem do Império. Ela não impede porem que a União, objeti v8!!
do transferir encargos administrativos e financeiros»ou Pl'2.
vocar o investimento de capitais privados na organização de
portos (25), confie sua exploração a particulares, em
regi-me de concessão e apÓs concorrência
(26).
Quando a União resolve explorar um pÔrto, ela
PrÓ-pria, pode fazê-lo, como já foi dito, em administração dir~
ta, por uma. Admini stração de Pôrto, subordinada ao Di strito
de Portos, Rios e Canais (27), em cuja área o pÔrto se
si-tue, ou em regime autárquico, por uma entidade cuja
denomi-nação a própria lei de instituição estabelecerá.
Se o pôrto fôr dado em concessão a governos estad!!
ais, êstes se incumbirão de explorá-los por intermédio de ~
ma repartição estadual,
à
qual ficará subordinada a Admini.!!tração do Pôrto.
Se porém o concessionário fôr uma emprêsa
particu-lar, a concessão deverá fazer~se por meio de concorrêncla~
blica, de acôrdo com a lei.
Na exploração em administração direta, a
Adnrl.rds-
---~~---(25) A concessão a Goyemos Es'taduaie. contraria êsse Pl'inc! pio.
(26) Decretos US. 1 746, de 13-10-1869 e 24 59911 de 6-7=193./;,0
tração do furto elaborará: as tarifas para ~ompensação dos
..
-serviços prestadosl) s1)bmetendo=as a apr<'.)vaçao do Ministro da
Viaçãoo Nos casos de concessão ou exploração em regime au=
,
-
~tarquico, o Ministro da Viaçao aproYara as tarifas que lhe
foreu submetidas por int.ermédio do DNPRC o As taxas serão
calculadas de modo que a renda l{quida~ ao fim de cada ano;
não exceda de 10% do capital aplicado nas instalações port;g,
,
arias. Se ultrapassar essa taxa durante dois anos consecut,!
vos, a tarifa será diminu1da.
A forma de exploração dos portos organizados eXPri
me-se, de modo sucinto 3 nos quadros seguintes:
(Regime de
E!Plor,ê. (Regime de
çao dos ( portos { pelo Go (
vêrno - (Tomada de
Federal ( contas
(
exploração {monopÓlio ... (direta admirdstl"açao ( ,,",p i
au"arqu ca
(Administração (
-( direta (prestaçao de contas (28)
~Admini&tração(d
1~
de contrôlet
autárquica (e egaçaoExploração
dos portos .-
~Regime
de exploração ( concessão em monopÓliopor
empre-sas
p.:'3.rti-cul.ares ou estados
concessio-nários (
'~Regime
de admini5traçao (dotar o mais ... (plena liberdade para conveni~ .ê.. (te
(
(
(To:m.a.da de contas ( Junta de Tomada de Contas
(28) Inclui o registro da medição de obras e ga.st.osl) esta-t!sticas mensais e relatórios~ 5~bmetidos
à Administr~
-30=
Neste ponto~ cabe dp,finir o que sejam Delegação de
'" . i J'
Controle e Junta de Tom.a.da de Contas. A prl.me ra e uma
co-m.issão de caráter permanentes com:fX\sta de um representan te
,
do DNPRC, outro, da Contadoria Geral da Republica e um
'~er-ceiro, do Tribunal de Contas, e destina-se a controlal" a ~
ceita e a Despesa dos portos autárquicoso Quanto
à
Última. ~pressão» nomeia uma comissão designada anualment,e' para to~
mar as contas dos concessionários de portos" Integram-na um
representante do Tribunal. de Contas 3 um, ào concessioná r i o
do pÔrto e o chefe do ~,orrespondente distrito de PRC. Êste
Último
é
seu presidente ..N P
A
exploraçao comercial dos portos esta regulada p~lo Decreto n2
24 559,
de6
de julho de1934,
o qualestabe-leceu a maneira de contribuição dos que se utilizam de
ins-talações portuárias, fixando o limite máximo percentual da
renda liquida auferida ..
Atualmente, o Brasil possui 21 portos em
explora-ção comercial, 1 em fase final de organização (são
Sebasti-ão, em são Paulo) e
5
em construção (MUcuripe, em Fortalez~são Francisco do Sul, em Santa Catarina; Santa Vitória do
p
Palmar, na Lagoa Mirim, Rio Grande do Sul; COrumba, em Mato
Grosso; Macapá, no Território do
Amapá).
Dos 2l organizados, o Govêrno Federal explora
cin-cOo Dos restantes
16,
todos explorados em regime deconces-são,\) onze estão entreeues ... governos estaduais e oinoo51 a
Eis 06 cinco portos explorados pela Uniã(l:
1 = Rio de Janeiro»
'"
2 - Balem;
3 - Natal;
4 - Laguna;
5 - Itaja! (29).
Os dois primeiros são administrados por meio de en
~ A , ~
tidades autarquicas e os tres ultimes o sao em
administra-- # ,
çao direta, pelo proprio Departamento s Exceto o de Bel em,
que, com um setor de navegação e outro de construção naval,
compÕe os Serviços de Navegação da Amazônia e Administração
do pôrto do Pará (SNAAPP), os outros todos compreendem ap~
nas serviços portuários e são chamados Administrações de FOI"
tos.
taduais:
são os seguintes os portos concedidos a govezn>s 8§.
1 - Fortaleza;
2 - Cabedelo;
3 - Recifei
,
4 -
Maceio;5 -
Vitória;6 - Niteroi;
7 - Angra do s Reis;
,
8 -
Paranagua;9 -
Pelotas; 10 - Rio Grande;11 - Pôrto Alegre.
-32-Por fim, temos os portos de:
1 - Manaus;
2 - Salvador;
3 - ilhéus;
4 - Santos;
5 -
Imbitubaentregues às emprêsas particulares arroladas a seguir, na
mesma ordem de enumeração:
Manaus Harbour;
Co. Docas da Bahia;
Co. Industrial de Ilhéus;
COo Docas de Santos;
Co. Docas de Imbituba.
A exploração dos portos rudimentares beneficia--se
da cobrança de taxas aprovadas pelo Diretor Geral do DNPRCj
mas não se onera com os encargos do reglme de concessão (30).
Tais portos funcionam, portanto, em regime de simples
auto-rização (31) o
(30) Decreto nQ
24 559,
de6-7-19340
(31) Aquêle em que o Govêrno outorga a um particular ,por-sim
pIes autoriza~ão~ a explor~ção de um,serviço público
:-Tal autorizaçao e dada a tltulo p;,ecario~ pçdendo s~r
~3J-Nos portos sem exploração comercial não se podem C2,
brar taxas. Demais disso, podem ser utilizados livremente
-por armadores (32) ou comerciantes (33).
b - Impôsto Adicional de 10%
A 30 de dezembro de 1903, a Lei n2 1 144 instituiu
uma taxa de
2%,
ouro, sÔbre o valor oficial das mercadoriasimportadas, destinando-a
à
formação de um fundo para custmDdas obras de melhoramento de portos, executadas pela União.
Alguns contratos facilitavam seu aproveitamento p~
ra garantir o pagamento de obras executadas pelos concessi2,
,
.
narl.Os.
o
Govêrno Provisório de 1934 extinguiu-a, crian doem seu lugar o ad:iciDnal de 10%, papel, sôbre o valor das me.§.
mas mercadorias.
As Alfândegas e Mesas de Renda (repartições do
Mi-nistério da Fazenda incumbidas de arrecadar taxas e
impos--tos aduaneiros) escrituram essa renda na Receita da União ,
enquanto o DNPRC anota mensalmente sua arrecadação,por meio
de seus distritos. O Orçamento da União consigna uma dota~
ção ao DNPRC~ para restituição dêsse tributo aos
concessio-(32) Pessoas que freta.'!l naviosJI para. transporte de mercado=
rias.
(3) Uma vez inaugu~ado um pôrto 9 todos os trapiches e pcn=o
tos de atracaçao parlie;ulares ficam automaticamente p!2,
ibidos de f~~cionaro A 0arga e descarga de mercadoria9
e o embarque e desembarque de passageiros passarão ~
=34=
nários que a êle têm direito~ isto
é,
aquêles concessionários que tinham direito de receber o produto da cobrança da
taxa 2% ouro (presentemente, apenas a eia. Doca da Bahia) e,.
no caso de governos estaduaisll os que explorem portos cuja
renda liquida seja inferior a 6% do capital por êles
empre-gado.
Desde que o desenvolvimento do tráfego de um
dês-f A
ses portos ultrapasse o lIldice apontado, o Governo Federa 1
deve suspender a entrega do produto do impÔsto.
c - Taxa de Emergência
A taxa sob referência foi criada pelo Decreto nQ
8
3llj a6
de dezembro de1945.
O objetivo de suainstitui-ção foi atender
à
necessidade urgente de reaparelhar os po~tos nacionais, cujo nivel de eficiência se reduzira a
ni-veis intoleráni-veis e cuja ampliação se tornara quase impossl
vel, pelas dificuldades de aquisição de equipamento,
impe--~ p
-rantes durante e logo apos a ultima conflagraçao.
Seu valor
é
de Cr$ 0,005 (cinco décimos decenta--vos) por quilograma de mercadoria movimentada e seu produto
destina-se a pagar os encargos de juros e amortizações das
operações de crédito que as administrações ou concessionár!
os de portos realizem~ para financiamento das obras~
servi-ços e aquisições necessár:lJ:ts ao melhoramento e ampliação das
respectivas instalações (.34) o
(3/·d Decreto=lei nQ 8 3118 antes citado
=.35=
o
aludido produto deve ser recolhido ao Banco doBrasil 9 semanalmente, em conta especial~ para cada PÔ1~O on
de a taxa rôr arrecadada. A administração ou o concessioná=
rio do pôrlo deve enviar~ para est.udo no Minist~rio da Via=
ção e Obras PÚblicass relações~"p:rograma, com a estimativa
-d.o custo das obras devidamente justificada, para aprovaçao
pelo Ivfinistro. Êste.ll quando autorize a realização de tais
obras, comunicará ao Banco do Brasil a importância dos
en=-cargos correspondentes, para que a Administração ou o
con-cessionário possa movimentar a conta especial (35).
Quando, durante o prazo para amortização, o saldo
da conta especial fôr suficiente para amortizar o restante do débito,ll tal se fará imediatamente, cessando a
da taxa, por ordem do Ministro da Viação (36).
cobrança
Ao DNPRC cabe acompanhar a realização das obras IX>!:
tuárias, fiscalizando a aplicação legal da taxa, por
inter-médio do exame feito nos extratos das contas especiais, re=
quisitados ao Banco do Brasil (37).
Apesar do pequeno valor da taxa de emergência, sua
arrecadação, pelo volume das mercadorias movimentàdas, vem
ascendendo a cifras elevadas, possibilitando assim a fácil
solução dos presentes problemas que justificaram sua
cria-(35) Deco Lei citado e portaria do MVOP nQ 893
9 de 9=12~47o
(36) Decreto=lei citado.
-36-ção (38).
Acontece contudo que, embora estabelecida para um
fim determinado e com duração certa, pôsto que sômente
se-ria cobrada enquanto se realizasse um plano de
reaparelha--mento dos portos, continua sendo arrecadada até hoje, ano
de 1955, portantojl 10 anos após sua criação. Além disso,
a-inda que sua instituição tenha ocorrido em época particula~
mente dificil para todo investimento de capital, inclusi v e
f ~ ~
o particular, como foi o per10do de apos-guerra, nao parece
" ' ' ' " • A
justo que se de a empresas concessionar1as, todas elas
eco-nômica e financeiramente fortes~ o direito de usar dinhei~
roa públicos na realização de obras que, por cláusulas
con-tratuais,
já
lhes cabe efetuar (39)0À poupança de capitais que~ de outra forma, teriam
de despender, juntam os concessionários os benefIcios de u ia
maior arrecadação, resultante da utilização das instalações
ou equipamentos construIdos ou comprados
à
conta da Taxa deEmergência (40).
(38) Utili~ados pelo DNPRC~ os recursos advindos da taxa de
emergencia têm realmente permitido a execução de . mui=
tas obras, em especial as ~e ampliação$ nos portos ex=
plorados , di retamente. Tambem os governos estaduais ,con A ~ ~
cessionarios de 11 portos, tem-se valido dessa taxa, pa ra realizar obras que, sem essa arrecadação)) ficariam por fazero
(39) Decreto nQ 21; 599~ de 6··7":'1934.
(40) Diga-se, alias, de passagem, que o DNPRC
a ap~cvação do Dec~to~>lei nQ 8 311, mas
empresas concessionarias foi muito forte por fimJ promulgado.
pugnou contra a pressão das
" <
-37~
l-1a.is ainda: aproveitam-se êles da movimentação
li-vre dos recursos pertinentes a essa taxa (e atingem alguns
milhões de cruzeiros), aplicando-os em obras, sem abertu ra
de concorrência pública, prestando contas a posteriori, não
tendo o DNPRC autoridade legal para fazer-lhes indagaç õ e 5,
uma vez que tenha aps,rência de legitimidade a documenta ç ã o
comprobatória de despesas.
Entretanto, não apenas em relação a êsses pont os
têm os concessionários dos portos brasileiros revelado pou=
ca disposição em cumprir as cláusulas contratuais. Até mes=
mo a dragagem dos portos não têm êles realizado, não obstan.
te ser-lhes impositiva a execução de tal serviço$ por conta
P h
propria. Desde
1949,
as comentadas empresas obtiveram~ para• . f A - P
efetua-lo, aUXllio do Governo da Uniao~ em tecnicos e pess2
al outro, frota de dragas e, até, numerário~ por fôrça da
Lei nQ
831 (41),
que estatui~"Se o concessionário provar insuficiência de sua
receita para atender a despesas com a dragagem,bem
,
como a impossibilidade de obter a quantia necessa= ria~ mediante operação de crédito, ainda que com a
fiança do Govêrno Federal~ fará êste o adiantamen~
tO.9 em pari;;elas, da importância necessária; OU,9 se
mais convier, executará os serviços diretamente ou
p
por terceiros~ obrig~ldo~se o concessionario a
re-emholsá-lo do total despendido e mais o juro~
à
taxa anual de
6%,
no prazc\ máximo de 15 anos.1io
texto da disposição supra fere, ent'retanto~ fron=f - F •
t,almen te.9 o esp~ri to da conc:es sao do seI"íriço pUbIie o '" que e
a realização do serviço sem ônus para a União o A conce 5 são
e dada sempre que () Govêrno não está em condiçoes de ar cal" ~OID o vult.o do emp:rreendiIDf'.nto o Se o GovêJ."'!1o pode empt'estar
dinheiro a concessionários.9 para que êles realizem suas 0=
brigações~ então melhor será que o prÓprio govêrno tome a si a tarefa.
Não se pode:; demai s di s 50 $ acredi tal" que emprê s a :3
da potência de uma eia. Doca de Santo 5 não tenham " receita
suficiente" para pagar os gastos com dl"agagem. Se a explor~
ção comercial dos portos desse preju1zo, tais emprêsas seri
am as primeiras a desejar o cancelamento dos contratos de
concessão. No entanto:; quando o DNPRC defende essa tese, o
....
,
pan~co e geral.
". P
Finalmente:; a propria le~ faculta ao
concessiona--rio beneficiar-se da frota de dragagem do DNPRC, quando
as-severa quejl se mais convier:; executará o Govêrno Federal os
serviços diretamente (42)0 Não esclarece, todaviajl quem
di-rá de tal conveniência.
~: Uma das cláusulas dos contratos de concessão diz que
"desde que a renda liquida; apurada na tomada de
con-tas anual.9 se rnantenha.9 por 2 anos consecutivos:; sup~
Na I'ealidade os ccncessionárlos fazem pressão sôbre o
govêrno federal» ne., sentido ele que a dragagem seja fe1
ta sempre IE lo DNPR.C» q~e ciJnt,ri~ui com as dragas» o
pessoal fixo da glJ . .3.rniçao e os t,ecnicos o E paga:m. sim=
=39~
r1.or a 10% sôbre o capital total, reconhecido pelo ~
vêrno como aplicado nas instalações portuárias, sera
..
revista a tarifa, modificando-se as respet'!tivas taxas,
com o fim de fazer desaparecer a renda excedente àqu~
le limite (43).
Desta forma, procurou o Govêmo Federal Ir eveni~
-se contra os lucros excessivos provenientes da expl.2.
- , ~
raçao portuaria, permitindo ao publico beneficiar - se
de tarifas mais baixasj desde que o lucro do capital
empregado rôsse considerado em excesso. Acontece,
po-rém, que os concessionários não só procuram evitar,
por todos os meios, essa redução de tarifas~ como,
quando percebem que os lucros vão ultrapassar o
limi-te estabelecido, usam do seguinlimi-te sublimi-terfúgio: false!
am rôlhas de pagamento, nelas incluindo empregados
i-o • ' ,..
nex~stentes e serviços extraord~narios nao prestados.
Como as despesas de pessoal classificam-se entre as
de custeio, tal operação vai influir no saldo ou
ren-da liquida do pÔrto, baixando-a. O DNPRC, embora
sai-ba da existência dessa mistificação, nada pode fazer
,
para evita-la.
2 - APROVEITAMENTO DAS VIAS AQUÁTICAS
=====================================
-40-veremos que foram os rios as primeiras vias de penetração do
interior do pais, pelos bandeirantes e entradistas. Foram
êles a estrada natural de que se serviu o homem, em busca
de riquezas minerais ou na caça ao indioo No entanto,ao COQ
trário do que ocorreu na. Europa e nos Estados Unidos, não
houve em nosso pais uma fase tipica de navegação fluvial, c,2
mo antecessora das outras formas de transporte o Muito ao co!!,
trário, quando o aproveitamento das vias d' água do pais mal
estava sendo considerado, em tese, foi subitamente abandon~
do por influência da estrada de ferro. Essa influência, que
poderemos afirmar caracter1sticament e marcant lo· século XI.X;
originou, no mundo inteiro, verdadeira "mentalidade ferrov!
, - r
aria", cuja repercussao, em nosso pal.s, foi a mais inoport.};!
na possivel.
Brasileiros de bom-senso contra ela lutaram,
argu-mentando que, no caso, mais que a orientação seguida em
ou-tros paises, deviam ser atendidas as condições
geo-econômi-cas do Brasil. Entre tais cidadãos, defensores de uma
po11-tica de águas compativel com o estádio de nosso
desenvolvi-mento, figuravam o engenheiro militar Eduardo José de
Mo-rais (autor do Plano MoMo-rais, de 1869) e o engenheiro
Honó--rio Bicalho (organizador do Plano Bicalho, de 1881).
O Plano de Viação Nacional de 1890, primeiro da ~
pública, representou reação bem articulada contra os
exces-sos da "corrente ferroviária" .. A partir dêle ~ porém,
fica-ram os rios brasileiros em completo abandono.