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Fragilidades do sistema de recompensas e punições na administração pública federal

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(1)

CURSO DE MESTRADO EM ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA

FRAGILIDADES DO SISTEMA DE RECOMPENSAS E PUNIÇÕES NA

ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA FEDERAL

Dissertação apresentada à Escola Brasileira de

Administração Pública e de Empresas

EBAPE da

Fundação Getúlio Vargas, como requisito para

obtenção do título de Mestre em Administração

Pública.

Orientador: Prof. Hermano Roberto Thiry-Cherques

GISELA RESNITZKY

(2)

Ficha catalográfica elaborada pela Biblioteca Mario Henrique Simonsen/FGV

Resnitzky, Gisela

Fragilidades do sistema de recompensas e punições na administração pública federal / Gisela Resnitzky. - 2011.

160 f.

Dissertação (mestrado) - Escola Brasileira de Administração Pública e de Empresas, Centro de Formação Acadêmica e Pesquisa.

Orientador: Hermano Roberto Thiry-Cherques. Inclui bibliografia.

1. Servidores públicos. 2. Relações trabalhistas. 3. Pessoal – Avaliação. I. Thiry-Cherques, Hermano R. II. Escola Brasileira de Administração Pública e de Empresas. Centro de Formação Acadêmica e Pesquisa. III. Título.

(3)

À minha mãe, sempre generosa e presente, me incentivando em

todos os caminhos;

Ao Helio, meu amor e companheiro de todas as horas, que

participou intensamente de todas as emoções do mestrado,

inclusive das noites em claro;

Aos meus queridos sobrinhos Oliver, Joana, Luisa e Michel e à

(4)

À minha família, que me apoiou em todos os momentos;

Aos meus amigos, que souberam compreender o meu distanciamento e continuaram sendo

meus amigos, em especial à Ilana e à Eliane, que tanto me ajudaram em momentos críticos;

Aos meus colegas do trabalho, que tiveram que suprir as minhas ausências;

Ao professor Hermano, pelas longas conversas, importantes para estimular a minha reflexão,

e pela orientação ao longo dos dois últimos anos;

Aos professores, pelos ensinamentos transmitidos;

Aos meus colegas de mestrado, que fizeram com que o intercâmbio constante me

proporcionasse uma experiência ainda mais enriquecedora;

(5)

A presente pesquisa teve por objetivo descrever como os gestores da Administração Pública

Federal recompensam e punem os servidores sob sua subordinação, tendo como pano de

fundo a Lei 8.112, que é o regime jurídico que rege as relações de trabalho dos servidores

públicos federais.

O arcabouço teórico fundamentou-se nos conhecimentos relativos a recompensas e punições

existentes em publicações internacionais, em livros sobre o assunto, e na legislação vigente no

Brasil. A pesquisa utilizou método baseado no

grounded theory

, com adaptações, sendo

realizada por meio de entrevistas com servidores públicos ocupantes ou ex-ocupantes de

cargos em comissão, em cinco órgãos da Administração Direta e em cinco orgãos da

Administração Indireta, localizados no Rio de Janeiro, visando a construção de um modelo

que demonstrasse a realidade existente.

O estudo constatou que a utilização da avaliação de avaliação de desempenho como

instrumento de recompensa e punição vem sendo sido desvirtuada ao longo do tempo, não

refletindo a realidade laboral. A aplicação de sanções administrativas previstas em lei é

evitada pelos gestores, fazendo com que tanto as recompensas, como as punições informais

predominem na área pública

.

(6)

This study aimed to describe how managers working for the Brazilian Federal Government

reward and punish their subordinates, having as background Law number 8.112, that regulates

laboral relations.

The theoretical framework was based on international publications about rewards and

punishments, on books about the subject, and on current legislation in Brazil. The method

used was based on grounded theory, with adaptations. Civil servants which occupy or have

occupied managing positions in Government were interviewed, in 5 Organs of Brazilian

Direct Administration and 5 Organs of Brazilian Indirect Administration, all of them based in

Rio de Janeiro, with the objective of building a model that expresses the existing reality.

The use of performance appraisal has been distorted over time, not reflecting reality at work.

The application of sanctions is avoided by managers. The result is the predominant use of

informal rewards and sanctions.

(7)

Tabela 1

Sujeitos da pesquisa... 39

Tabela 2

Motivos para recompensar... 40

Tabela 3

Motivos para punir... 42

Tabela 4

Recompensas... 47

Tabela 5

Punições... 49

(8)

1.

INTRODUÇÃO...1

2.

METODOLOGIA DA PESQUISA...5

2.1 O método...5

2.2 A coleta de dados...5

2.3 Tratamento dos incidentes...6

2.4 As categorias...6

2.5 A explicação paradigmática...7

2.6

Modelagem...8

2.7 A realização da pesquisa...8

3. FUNDAMENTOS TEÓRICOS...14

3.1 Definições

recompensa e punição...14

3.2 Teorias de motivação e o papel das recompensas...15

3.3 Motivação intrínseca e extrínseca...17

3.4 Recompensas e punições

perspectiva geral...18

3.5 O servidor público...24

3.6 Teorias sobre motivação no serviço público...30

3.7 Recompensas e Punições

discussões atuais aplicáveis à área pública...31

3.7.1 O contrato psicológico...31

3.7.2 A remuneração baseada em desempenho...33

4. ANÁLISE...38

4.1 A estrutura...38

4.2 Sujeitos da pesquisa...38

4.3 Respostas obtidas às questões formuladas ...39

4.3.1 Motivos pelos quais uma pessoa seria merecedora de recompensa e punição...39

(9)

4.3.5 Propostas...50

5. INTERPRETAÇÃO...66

5.1 Interpretação dos dados da pesquisa...66

5.1.1 Motivos para recompensar e punir...66

5.1.2 Grau de conhecimento do Regime Jurídico Único ...67

5.1.3 Uniformização de procedimentos...68

5.1.4 Recompensas e punições aplicadas...68

5.1.5 Propostas...70

5.2

O Modelo...71

6. CONCLUSÃO...73

7. A PESQUISA...76

7.1 Comentários da Autora...76

7.2 Pesquisas Futuras...77

REFERÊNCIAS...79

APÊNDICE A

Roteiro para entrevistas...87

APÊNDICE B - Entrevistas...88

APÊNDICE C

Quadro Resumo Administração Direta...143

APÊNDICE D

Quadro Resumo Administração Indireta...144

(10)

1.

INTRODUÇÃO

A presente dissertação tem por objetivo descrever como os gestores da Administração

Pública Federal recompensam e punem os servidores sob sua subordinação. Sendo assim, essa

dissertação será desenvolvida sob o ponto de vista do gestor público.

Utilizando como método uma variante do

grounded theory

”, ou teorização enraizada,

o

propósito do estudo é desenvolver um modelo a partir de levantamentos empíricos realizados em

um campo determinado.

Foram realizadas entrevistas em 10 (dez) orgãos, com ocupantes e ex-ocupantes

de

cargos de chefia no Serviço Público Federal. Como a Lei 8.112 está vigente desde dezembro de

1990, a pesquisa se restringiu a gestores que tenham chefiado servidores públicos a partir

daquele mês/ano. Por questões concernentes a logística, todas as entrevistas foram realizadas na

cidade do Rio de Janeiro.

Existem poucos estudos versando sobre as relações de trabalho na Administração

Pública, e o intuito desse estudo é compreender essa dinâmica, visando servir como contribuição

aos gestores de diferentes órgãos da Administração. Serão descritas percepções positivas e/ou

negativas (distorções e dificuldades) de distintos gestores, resultantes da aplicação da legislação

existente.

(11)

A Lei 8.112 é complementada e detalhada por outros dispositivos legais, tais como

Decretos e Portarias. Os assuntos pertinentes à evolução funcional (critérios, temporalidade) são

remetidos às leis especificas de cada uma das carreiras existentes, por força do disposto no

parágrafo único do artigo 10. Considerando que as gratificações divergem entre as diferentes

carreiras, as regras para o pagamento de gratificações também encontram-se dispostas nas

respectivas leis.

Para entrar no serviço público, a pessoa pode ser nomeada para um cargo em comissão,

ou tem que fazer concurso público para ocupar um cargo efetivo. Com relação ao servidor

admitido por meio de concurso, a Lei 8.112 o acompanha desde o seu ingresso no órgão,

atravessando sua trajetória profissional, culminando na sua aposentadoria, e, no caso de seu

falecimento, na concessão de pensão aos seus dependentes, caso os possua.

A exigência de concurso democratizou o acesso ao serviço público, permitindo que

qualquer um, desde que possua a formação exigida, possa ser candidato a um cargo. Com isso,

diversos tipos de pessoas são admitidas, sem que a futura chefia possa interferir no processo de

escolha. Espera-se, a princípio, que as pessoas cumpram com as obrigações que assumem, as

quais estão descritas na Lei. No entanto, os seres humanos são diferentes, cada um tem suas

características e suas motivações, além de suas próprias expectativas. Algumas pessoas atuam

conforme o que se espera delas, outras atuam muito aquém ou além das expectativas, da mesma

forma que em quaisquer outras situações que se fazem presentes ao longo da vida.

Como iremos detalhar no decorrer deste texto, o RJU não abre possibilidades de tratar as

pessoas de forma diferenciada em função do comportamento e dos resultados que apresentam no

trabalho. Ao mesmo tempo em que existem poucos mecanismos previstos em lei para

recompensar servidores, existem regras muito rígidas para punir, fato que dificulta a aplicação de

punições.

(12)

forem consideradas as particularidades do setor público, pois a realidade que abraça cada um dos

setores é diferente, inclusive quanto à autonomia na tomada de decisão e à utilização de recursos

orçamentários. O gestor público tem que se limitar ao que está determinado na lei, e tem que

respeitar uma hierarquia.

Isso faz com que o gestor tenha que estar constantemente a procura de brechas na lei, ou

opte pela informalidade, no sentido de fazer com que a dinâmica da equipe atue de maneira

positiva e o trabalho flua conforme o desejado. Nesse estudo, buscamos descobrir o que ele faz

na vida prática para enfrentar essas dificuldades, e quais as possibilidades de melhorias que ele

ousa vislumbrar para o futuro.

As experiências bem sucedidas podem contribuir com ideias e para a descoberta de

soluções, as quais podem ser adaptadas a outras realidades. A falta de experiências bem

sucedidas pode chamar a atenção dos gestores públicos para a necessidade de mudanças, e para

novas abordagens para problemas já conhecidos.

Os capítulos da dissertação tratam:

- Nesta Introdução, da identificação do objeto de pesquisa e da área de estudo, e da

contextualização da situação que está sendo estudada.

- O capítulo 2, da metodologia utilizada para a realização da pesquisa, e do método empregado,

baseado na

grounded theory

. Ao final do capítulo, são definidos os termos utilizados nas

questões abordadas junto aos gestores.

- O capítulo 3, da sustentação teórica das recompensas e punições, obtida em periódicos

internacionais e em livros que abordam ou tangenciam o assunto em exame.

(13)

- O capítulo 5, da interpretação das informações obtidas no capítulo anterior, visando a

construção de um modelo.

- O capítulo 6, das conclusões.

(14)

2. METODOLOGIA DA PESQUISA

2.1 O método

A utilização do método adaptado do

grounded theory

, ou teorização enraizada

demonstrou ser o mais adequado para o propósito do presente estudo. A teorização enraizada se

baseia na fenomenologia e foi desenvolvido por dois sociólogos

Barney Glaser e Anselm

Strauss (THIRY-CHERQUES, 2011).

A teorização enraizada parte de levantamentos empíricos realizados em um determinado

campo de estudo, com base nos dados coletados pelo pesquisador por meio de entrevistas e

observações. Considerando os dados e os fatos descritos, são identificados os incidentes ou

casos empíricos. Em seguida, os incidentes são traduzidos em termos técnicos, que os

transformam em conceitos empíricos. Vários conceitos com propriedades comuns são abstraídos,

o que os transforma em uma categoria. Essas categorias são relacionadas umas às outras,

visando sua transformação em um modelo, e posteriormente em uma teoria. A seleção da

amostra é um procedimento flexível, sendo possível o surgimento da necessidade de entrevistar

outras pessoas ao longo do desenvolvimento da pesquisa (THIRY-CHERQUES, 2011;

VERGARA, 2008).

O presente estudo se limitará à construção de um modelo.

2.2 A coleta de dados

(15)

hipóteses explicativas devem ser submetidas à prova dos fenômenos e da realidade empírica ao

longo da pesquisa, o que faz com que o retorno ao campo de estudos seja muitas vezes

necessário para nova coleta de dados com foco mais estreito. Em outras palavras, a coleta e a

análise dos dados ocorrem simultaneamente (THIRY-CHERQUES, 2011;VERGARA, 2008).

2.3 Tratamento dos Incidentes

Identificados os incidentes, são gerados conceitos a partir daquilo que o incidente se

refere e da sua importância na pesquisa. Ou seja, os incidentes são traduzidos em fenômenos e

estes em conceitos iniciais. Fenômenos são idéias analíticas, um problema, uma questão, um fato

ou um acontecimento que é definido como relevante para o pesquisador, e que deve ser rotulado,

receber uma designação. A comparação é o principal expediente do processo de codificação e do

processo seguinte de categorização. Na codificação, o incidente observado é comparado com

outros incidentes e com as explicações e conclusões do pesquisador. O processo de comparação

leva à busca de novos incidentes que possam compor o quadro referencial da pesquisa, os quais

são comparados com os conceitos formados, com vistas ao seu refinamento, ou à formulação de

novos conceitos. A depuração se dá mediante a exploração de casos extremos, a verificação de

semelhanças e diferenças e a comparação entre esferas distintas (THIRY-CHERQUES, 2011).

2.4 As categorias

(16)

categorias. As categorias obtidas não são imutáveis, podendo ser descartadas caso se afastem do

objetivo da pesquisa, considerando a sensibilidade teórica do pesquisador (THIRY-CHERQUES,

2011; VERGARA, 2008).

A codificação axial relaciona categorias a subcategorias. Ela é chamada axial porque

ocorre em torno do eixo de uma categoria central, segundo suas propriedades e dimensões, e

consiste em estabelecer relações entre os conceitos formalizados. O objetivo da codificação axial

é agrupar os conceitos iniciais e as categorias em um todo que se inter-relaciona. As categorias

são ordenadas e refinadas até que se alcance uma narrativa coerente, radicada em uma categoria

central, passível de modelização (THIRY-CHERQUES, 2011).

O termo dimensão se refere ao posicionamento dos conceitos de uma categoria ao longo

de um

continuum

, à localização de uma propriedade ao longo de uma linha ou faixa. O processo

investigativo trata de efetuar comparações sistemáticas entre dimensões diferentes de um mesmo

fenômeno ou comparar dois ou mais fenômenos em busca de padrões, isto é, do agrupamento de

propriedades ao longo de várias dimensões (THIRY-CHERQUES,2011).

2.5 A explicação paradigmática

(17)

quais se encontram. Os rótulos colocados nas condições indicam o tipo de relação. A declaração

relacional se dá em paralelo à codificação axial e envolve: a organização das propriedades da

categoria e suas dimensões em um eixo; a identificação da variedade de subcategorias e

explicações associadas à categoria, a relação entre a categoria e a subcategoria, e o

relacionamento entre as categorias (THIRY-CHERQUES, 2011).

2.6 Modelagem

Os conceitos e categorias não referenciados à categoria central devem ser descartados. A

modelagem é a reprodução das relações estruturais e funcionais que caracterizam o fenômeno

principal (a categoria central). Em geral, trata-se de uma representação descritiva ou diagramada

das relações, e abrange as condições de ocorrência ou surgimento de uma categoria, as

conseqüências de um processo (de sua dinâmica), as ações/interações, o escopo micro (imediato)

e macro (mais amplo) da pesquisa; as conexões entre os fatores contextuais (condições, estrutura

e conseqüências) e as ações/interações (processo), o desenvolvimento de hipóteses explanatórias,

a indicação para verificação, inclusive com nova coleta de dados (THIRY-CHERQUES, 2011).

2.7 A realização da pesquisa

(18)

Seguindo a proposta do método, foi feita uma tentativa de abordagem por entrevistas

abertas com servidores públicos que ocupavam cargos comissionados em julho/2010. Essas

pessoas não participaram posteriormente da pesquisa. As respostas não nos forneceram

informações suficientes e necessárias de forma a nos possibilitar a construção de um modelo,

razão pela qual optou-se por fazer uma adaptação no método e elaborar um questionário

base.

A pesquisa foi realizada no período de agosto de 2010 a fevereiro de 2011, e o critério

utilizado para as entrevistas foi o da acessibilidade. Buscou-se abordar o maior número de

orgãos. Com esse propósito, foram contactadas pessoas conhecidas, que indicaram colegas nos

próprios orgãos, ou em outros órgãos. Nem sempre tivemos sucesso: uma pessoa pediu para

enviar o questionário por e-mail que este seria respondido. O questionário foi enviado duas vezes

a esta pessoa, sem resposta. Outra pessoa, após longa negociação por e-mail marcou uma data

para visita ao órgão, e não estava presente no horário agendado. Outros dois orgãos não se

manifestaram apesar dos e-mails enviados.

Em resumo, nos 14 orgãos que tentamos acessar, tivemos sucesso em 10.

Em um dos orgãos da Administração Indireta, fez-se contato com uma servidora que se

comprometeu a apresentar gestores. Foi solicitado que enviássemos o questionário antes do

agendamento a visita, de forma que as pessoas tomassem conhecimento do assunto a ser tratado.

Os gestores optaram por responder ao questionário pela internet. Nesses casos, buscou-se suprir

a parte observacional por meio de outras pessoas conhecidas que trabalham no mesmo orgão, e

que não ocupam cargos comissionados. Semelhante situação ocorreu no órgão da Administração

Direta

“D”

.

(19)

De uma forma geral, ao ser introduzido o assunto que seria objeto da pesquisa, as pessoas

começavam a falar livremente. Em seguida, eram direcionadas às perguntas. Após as primeiras

entrevistas, sentiu-se necessidade de incluir uma pergunta relativa à avaliação de desempenho,

de forma a compreender melhor o que acontecia nos órgãos, uma vez que ela era mencionada

com freqüência pelos entrevistados, sem que houvesse provocação de nossa parte.

Uma pessoa preferiu falar livremente, e abordou todos os itens do questionário em seu

discurso.

Cada entrevistado reagiu de forma diferente à possibilidade de gravação. Algumas

pessoas permitiram e incentivaram a gravação. Outras se sentiram constrangidas, e pediram para

não gravar. Uma pessoa pediu que não fossem anotados determinados comentários feitos por

ela. Considerando que o órgão não seria identificado e que as observações eram relevantes para o

presente estudo, as anotações foram feitas

a

posteriori.

No momento inicial, optou-se por examinar a Administração Direta e a Administração

Indireta separadamente, de forma a tentar identificar as diferenças e similaridades existentes. Ao

longo do estudo, percebeu-se que, em virtude da quantidade de informações coletadas, seria

interessante agrupar as pessoas de forma que fosse possível compará-las: Homens x Mulheres,

pessoas com até 15 anos de tempo de serviço público x pessoas com mais de 16 anos de serviço

público, e ocupantes de DAS 4 x ocupantes de outros cargos.

A coleta de dados foi interrompida a partir do momento em que se constatou que as

respostas não traziam novas informações, ou seja, a partir do momento em que percebeu-se a

saturação dos dados.

(20)

1.

Na sua opinião pessoal, o que faz alguém merecedor de uma recompensa ou punição,

independentemente do que é aplicado na sua organização?

Com essa pergunta, pretendia-se entender o que o gestor espera de um servidor, o que ele

entende como “certo” e “errado”. As

sim como o servidor tem uma expectativa ao entrar na

organização, a própria organização, na pessoa de seus gestores, também tem uma expectativa.

Pessoas diferentes tem expectativas diferentes, que podem (ou não) ser contraditórias.

2.

Você tem conhecimento dos mecanismos contidos no Regime Jurídico Único para

premiar e/ou punir os servidores?

Com essa pergunta, pretendia-se verificar até que ponto os gestores têm conhecimento dos

mecanismos de premiar e punir que estão (ou não) na lei que os rege.

3.

A sua organização tem um sistema claro e transparente que permita a uniformização e a

aplicação de critérios de recompensas e punições pelas diferentes chefias? Em outras palavras,

existe uniformização interna a respeito desse assunto?

Essa pergunta foi feita a fim de avaliar se há uma regra interna a ser obedecida em cada

organização de forma que todos os gestores saibam como devem se comportar em cada situação

que se apresenta, de forma a dar um tratamento uniforme aos servidores.

4.

Na sua experiência em cargos de gestão, qual a forma que você utiliza para recompensar

e punir os seus subordinados?

Com essa pergunta, buscava-se entender o que acontece na prática no dia-a-dia das organizações.

5.

Você tem conhecimento de outras práticas (formais ou informais) utilizadas por outras

chefias do serviço público? Quais são?

(21)

de outras pessoas, como se ele tivesse contando alguma coisa de que ele tem conhecimento,

embora não pratique. Não há como saber se o gestor entrevistado adota a prática ou não.

6.

Que outras formas OFICIAIS de premiar e punir poderiam ser criadas?

A intenção dessa pergunta era obter sugestões, por parte das pessoas que enfrentam as questões

referentes a recompensas e punições no dia-a-dia.

7.

Como você analisaria as formas de recompensar e punir aplicadas na sua organização?

Cite exemplos, dificuldades, distorções, etc..

Com essa pergunta, buscava-se identificar eventuais problemas que poderiam existir decorrentes

da prática das organizações, bem como eventuais distorções que poderiam surgir a partir da

aplicação da legislação existente.

8.

Faça uma apreciação crítica sobre a avaliação de desempenho, considerando a forma

como ela é aplicada na sua organização.

Essa pergunta foi a última a ser incluída e visava obter a opinião das pessoas a respeito da

aplicação da avaliação de desempenho nas organizações.

Segue, abaixo, a definição dos termos utilizados:

analisar

- submeter à crítica; criticar, comentar; realizar a análise, a avaliação de outrem ou de si

próprio;

apreciação

- opinião moral sobre (pessoa ou característica humana);

(22)

crítica

-

arte, capacidade e habilidade de julgar, de criticar; juízo crítico

;

atividade de examinar e

avaliar minuciosamente uma produção artística, literária ou científica, bem como costumes e

comportamentos; exame de um princípio ou ideia, fato ou percepção, para produzir uma

apreciação lógica, epistemológica, estética ou moral sobre o objeto da investigação;

formal

- que não deixa dúvidas; claro, explícito; que é real, evidente; irrefutável, categórico

;

solene, oficial, protocolar

;

que não é espontâneo; convencional; que valoriza as regras, o ritual;

cerimonioso;

informal

-

que se caracteriza pela falta de formalidade;

mecanismos

-

conjunto de elementos que concorrem para a atividade de uma estrutura orgânica;

mecânica

;

.

maneira de operar comparável à de uma máquina, uma engrenagem;

oficial

-

executado pelo governo ou por uma autoridade administrativa reconhecida; emanado de

autoridade pública ou de autoridade competente;

punição -

a aplicação de uma conseqüência negativa ou a retirada de uma conseqüência positiva

de alguém sob sua supervisão (TREVINO, p. 649, 1992);

recompensa -

retribuição, prêmio (HOUAISS, 2009);

o que é dado a uma performance diferencial

(KATZ, 1964); algo que um empregado percebe que atende a uma necessidade sua (REIF,

NEWSTROM E ST.LOUIS JR.,1976, p. 470);

(23)

3. FUNDAMENTOS TEÓRICOS

O presente estudo trata de recompensas e punições no serviço público. Ao pesquisar a

literatura sobre recompensas e punições, constatou-se que não há um direcionamento teórico

específico para o serviço público. Diante dessa dificuldade, para a construção de um arcabouço

teórico, foram importados conceitos da administração geral e da psicologia.

Em seguida, optou-se por descrever características aplicáveis ao serviço público, bem

como abordar discussões existentes a respeito da aplicação de recompensas ao ocupante de cargo

público. Não foram encontradas discussões que abordassem as punições, especificamente

direcionadas à área pública.

3.1 Definições

recompensa e punição

Existem algumas definições para o termo “recompensa”. Ka

tz (1964) separa os sistemas

instrumentais de recompensas, os quais atingem indistintamente todos que fazem parte de um

sistema, das recompensas individuais de caráter instrumental, que visam atingir aquelas pessoas

que apresentam “uma

performance

diferenc

ial” (p.

271,1964). Reif, Newstrom e St. Louis Jr.

(1976, p. 470)

definem recompensa como “algo que um empregado percebe que atende a uma

necessidade sua”.

Skinner (1974)

propôs a teoria do condicionamento operante, a partir dos seus estudos

com o comportamento de animais. Segundo essa teoria, tanto as recompensas quanto as punições

seriam consequências a respostas dadas pelo sujeito estudado.

(24)

negativa ou a retirada de uma conseqüência positiva de alguém sob sua supervisão

(p. 649,

1992)”

Considerando que o presente estudo se concentra nos meios utilizados para diferenciar

pessoas que se destacam das outras, a definição que mais se aplica à recompensa é aquela da

recompensa instrumental individual de Katz (1964): é aquela dada a uma

performance

diferencial. Com relação a punição, todas as definições se aplicam.

3.2 Teorias de motivação e o papel das recompensas

Segundo Pereira (2009), qualquer forma de administração, seja ela pública ou privada,

inclui um sistema de incentivos e punições, ou um sistema de motivações positivas e negativas.

Desde o inicio dos anos 30, com o surgimento da escola de relações humanas e, a partir da teoria

das organizações, um dos principais assuntos estudados em administração de empresas tem sido

a motivação; ou seja, como estabelecer um sistema de incentivo que motive os trabalhadores a

realizar bem suas tarefas.

Segundo Motta (2003), “a motivação é um processo que ativa, direciona e faz o indivíduo

persistir em determinado tipo de comportamento (2003, p. 192). O autor descreve três grandes

correntes existentes na literatura para tratar da motivação:

1.

Sob a perspectiva da teoria das necessidades, o ser humano é sempre possuidor de uma

necessidade a ser satisfeita, que o leva a direcionar o seu comportamento. Está mais voltada para

as perspectivas internas do indivíduo. Os autores que mais se destacaram na elaboração de

teorias sobres as necessidades humanas foram Maslow e Alderfer.

(25)

reconhecimento influenciam a motivação para o trabalho somente na medida em que afetam as

intenções dos indivíduos para agir. O autor defende portanto, a participação dos indivíduos na

definição de objetivos específicos, com a incorporação de suas expectativas e intenções, e

ressalta a importância do

feedback

sobre o grau de alcance dos objetivos.

A teoria das expectativas se baseia nos estudos de Vroom e requer primeiramente que o

indivíduo perceba que uma certa quantidade de esforço o levará a um desempenho, o qual o

levará a uma recompensa, que lhe é atraente (ROBBINS,2009). A teoria desenvolvida por Locke

vincula o comportamento dos indivíduos aos objetivos que se pretende alcançar, sejam eles

pessoais ou organizacionais, cujo atingimento corresponderia a uma recompensa.

3.

Sob a perspectiva da teoria do aprendizado social, o comportamento humano é

simplesmente uma função de suas conseqüências, ou seja, é em função de causas externas ao

individuo. Crenças, atitudes, e valores individuais acompanham o comportamento, mas não o

determinam. Por essa visão, supõe-se que pessoas, quando adequadamente incentivadas,

mobilizam energias e adquirem formas de comportamento que não buscariam naturalmente. Essa

linha de pensamento tem suas origens nos estudos de Skinner (1974). Caso o reforço

(recompensa)

seja positivo, as respostas positivas tendem a se repetir. Caso o reforço

(recompensa) continue, o comportamento tende a se perpetuar. Caso o reforço (recompensa) seja

extinto, as respostas tendem a se extinguir.

(26)

maior e quando ele se sentir compensado a menor. A sensação de iniquidade causará um efeito

em seu comportamento, de forma a buscar uma situação de equilíbrio. Maximiano (2002)

descreve seis tipos de comportamento que podem ser produzidos a partir dessa sensação:

- alteração no nível de esforço exercido;

- alteração nos resultados apresentados (aumentar em número, diminuir qualidade);

- distorção da auto-percepção

pessoa passa a ter a sensação de que trabalha mais do que

deve;

- distorção da percepção dos outros;

- mudança de referências;

- abandono da situação.

Mais recentemente, foi desenvolvida a teoria do principal

agente. De acordo com essa

teoria, existe um agente que age em nome do principal, sendo portanto fundamental que este

(principal) se assegure que o agente atue de acordo com os seus interesses (do principal), e não

de acordo com os seus próprios interesses. Essa teoria permite o estudo da subordinação

hierárquica e da cooperação horizontal nas organizações. A questão, no entanto, permanece a

mesma: qual o melhor sistema de incentivos e punições para que o agente atue de acordo com as

orientações e decisões fixadas pelo principal (PEREIRA, 2009)?

3.3 Motivação intrínseca e extrínseca

(27)

extrínseca é definida por Deci (1972) como a realização de uma atividade pela pessoa, quando

ela sabe que receberá recompensas externas (status, aprovação, avanços na carreira, dentre

outras).

Os métodos de incentivo devem levar em conta complexidades, heterogeneidade dos

empregados e das tarefas. Por exemplo, num ambiente com múltiplas tarefas, onde algumas

tarefas são passíveis de medição e outras não, será mais fácil incentivar a performance

compreendendo o que motiva as pessoas, e definir as tarefas de acordo com isso. Ao definir

tarefas de fácil mensuração para um grupo que é extrinsecamente motivado e colocando pessoas

com motivação intrínseca para realizar tarefas de difícil mensuração, o poder motivador dos

incentivos será estimulado para alguns, enquanto será atenuada a dificuldade de incentivar para

outros (HEINRICH e MARSCHKE, 2010; BESANKO, 2004). Deve-se estimular e tentar

moldar a motivação intrínseca, de forma que ela atue em favor da organização (FREY e BENZ,

2005).

A utilidade dessa estratégia depende da habilidade de identificar empregados

intrinsecamente motivados e facilitar a separação das tarefas, o que pode ser mais ou menos

factível. No entanto, há necessidade de tomar ciência das distorções e dos meios pelos quais os

empregados podem influenciar as performances. Empregados, com base em suas experiências

anteriores, descobrem as fraquezas e distorções, e como podem explorá-las, fazendo com que os

sistemas tenham que ser modificados de tempos em tempos, de forma dinâmica, para evitar que

isso aconteça (HEINRICH e MARSCHKE, 2010).

3.4 Recompensas e punições

perspectiva geral

(28)

um supervisor e uma posição dentro de um grupo de trabalho. Ao mesmo tempo, o que é uma

recompensa para uma pessoa pode representar uma punição para outra.

Keller e Szlagyi (1976) defendem que as recompensas têm um impacto mais efetivo

sobre o performance dos funcionários do que as punições. Skinner (1978) e Sims (1980) também

chegaram a conclusões semelhantes em seus estudos.

Reif (1975) aborda as recompensas sob o ponto de vista intrínseco e extrínseco. Sob o

ponto de vista intrínseco, como conteúdo do trabalho, a abordagem do

job design

e do

enriquecimento de tarefas. Sob o ponto de vista da recompensas extrínsecas, os trabalhadores

responderiam mais efetivamente ao contexto em que o trabalho é realizado, à variáveis

higiênicas, e a fatores tais como condições de trabalho, pagamento, segurança no emprego e

regras existentes.

Fugindo da tendência de classificar as recompensas como intrínsecas e extrínsecas,

Guzzo (1979) defende a idéia de que as recompensas podem receber classificações distintas e

acumuláveis, por exemplo: sociais e não sociais em sua origem, imediatas ou retardadas,

simbólicas ou tangíveis, que satisfazem privações psicológicas ou não, longas ou curtas,

auto-geradas ou não. O autor chama atenção ao fato de que a cognição é a ligação entre a motivação e

as recompensas. Por exemplo, o efeito cognitivo de uma recompensa pode influenciar o efeito

que essa recompensa tem sobre alguém ou sobre alguma outra recompensa. Isso ocorre mais

frequentemente no caso das recompensas simbólicas.

(29)

Deeprose (1995) descreve diretrizes para recompensar e reconhecer funcionários:

A primeira delas é o estabelecimento de metas: é necessário que o funcionário tenha

conhecimento do que é esperado de sua parte. Se ele puder participar dessa definição é melhor

para todos, uma vez que estimula seu sentimento de participação. A participação dá a ele um

sentimento de importância e valor, reforçando a sua auto-estima. Os critérios de recompensa

devem ser claros e objetivos, e todos que alcancem ao padrão estabelecido devem ser

recompensados propriamente, tanto com relação ao comportamento que é esperado, quanto em

termos de resultados desejados. Se é uma equipe que atua em conjunto, não faz sentido

recompensar um e outro não.

As recompensas causam mais efeito se forem aplicadas intermitentemente, de forma a

manter uma continuidade.

Uma importante discussão que se apresenta é a respeito da importância do recebimento

de incentivos em dinheiro. Segundo Deci (1971,1972), a diferença entre receber dinheiro e

reforço verbal recai na percepção da pessoa sobre o que causa o seu comportamento. Quando ela

recebe dinheiro, ela aceita o dinheiro como a razão de seu comportamento, como se o dinheiro

passasse a exercer uma forma de controle sobre ela, ou seja, haveria uma alteração do “

locus

de

controle”. Segundo a teoria, a pessoa pode vir a concluir que seu comportamento está sendo

manipulado por recompensas externas, e sofrer um decréscimo na sua motivação intrínseca. Se a

recompensa for dada em outra forma, por exemplo, por meio de reconhecimento social, há

menor tendência a essa conseqüência negativa. Ao ter a competência reconhecida, o ser humano

não percebe isso como uma forma de controle, e tem fortalecida sua motivação intrínseca

porque foi reforçada sua sensação de competência e auto-determinação (DECI, 1971, 1972).

(30)

aquela situação. Enquanto grandes pagamentos podem elevar a

performance

, dado a sensações

de iniquidade, essas pessoas se tornarão dependentes do dinheiro, perdendo sua motivação

intrínseca (DECI, 1972).

Um sistema de recompensa baseado unicamente no dinheiro como elemento motivador,

ou em outro extremo, a utilização de recompensas unicamente vinculadas à motivação intrínseca,

como enriquecimento de tarefas, não é provável de levar à utilização ótima dos recursos

humanos. A chave para a administração de um sistema de recompensas é a compreensão de que

as pessoas tem uma estrutura de necessidades multi-facetadas, e que cada uma dessas

necessidades tem um peso, que é diferente para cada ser humano. (REIF, 1975).

Segundo Katz (1964), para que as recompensas, individuais instrumentais funcionem,

algumas condições devem estar presentes:

A primeira delas é que as recompensas devem ser percebidas como suficientemente

significativas, de forma a compensar os esforços adicionais requeridos para conquistá-las. A

segunda condição é que elas devem ser relacionadas diretamente à

performance

e ser concedida

em sequência ao esforço depreendido. A terceira condição é que elas devem ser percebidas como

justas pelos demais funcionários, que provavelmente não as receberão. A grande dificuldade com

relação à utilização de recompensas individuais é que as funções e tarefas de distintas pessoas

estão cada vez mais interligadas e interdependentes, razão pela qual há dificuldade em aceitar

que uma pessoa seja premiada e outra não.

(31)

A definição proposta por Kazdin (1975) para punição é a apresentação de um evento

adverso ou a remoção de um evento positivo que segue a uma resposta, e que faz diminuir a

frequência desta resposta. No mesmo sentido, a definição proposta por Trevino (1992): a

aplicação de uma conseqüência negativa ou a retirada de uma conseqüência positiva de alguém

sob sua supervisão. Alguns autores (Solomon,1964; Skinner, 1974) se posicionam em sentido

contrário a aplicação de punições, alegando que podem dar origem a efeitos colaterais, como por

exemplo comportamentos indesejados.

Segundo Arvey e Ivancevich (1980), um nível moderado de punição é mais efetivo do

que um nível muito baixo ou muito alto. Uma punição muito pesada pode causar ansiedade e

provocar o efeito colateral de suprimir comportamentos desejados. Se o nível de punição for

muito baixo, não surtirá efeito nenhum, pois as pessoas tendem a se adaptar com facilidade.

As punições são mais efetivas se aplicadas imediatamente após a resposta indesejada do

que se for aplicada algum tempo depois, se ocorrer cada vez que acontece um comportamento

indesejado, e quando há consistência em sua aplicação, ou seja, ao mesmo tipo de

comportamento indesejado corresponde a mesma punição, tanto aplicada pelo mesmo gerente,

quanto por gerentes diferentes. Da mesma forma, a punição será mais efetiva se seus motivos

ficarem claros, se forem informadas as conseqüências futuras, e especificado o comportamento

desejado (ARVEY e IVANCEVICH, 1980).

Trevino (1992), Mallouf et Al. (2009), e Podsakoff e Todor (1985) falam sobre o poder

educativo das punições, considerando que nem sempre a situação ideal é aquela do senso

comum, de que se deve punir sempre em particular. Na opinião dos autores, a punição pode ser

pública, desde que seja condenado o ato praticado, e não a pessoa que praticou o ato. A isso se

denomina

vicarious learning

ou aprendizado social. A pes

soa punida serve como um “modelo”

(32)

Sob esse ponto de vista, a punição teria a capacidade de beneficiar um grupo maior de

pessoas, ensinando publicamente como não se deve agir (PODSAKOFF e TODOR, 1985).

Se não houver punição, existe uma tendência ao aumento do comportamento indesejado.

É feito um balanço (cálculo de utilidade) entre os ganhos associados à má conduta e os custos da

punição esperada (TREVINO, 1992).

Segundo os estudos de Butterfield et Al (2005) o gerente não está muito preocupado com

o efeito que a punição exercerá sobre as demais pessoas com isso na hora que pune. Por isso

prefere punir em particular. Ele está mais preocupado em se assegurar que o empregado saiba

que fez alguma coisa errada e se responsabilize pelos seus atos, bem como com a percepção de

justiça. Do ponto de vista da punição distributiva, isso envolve a equidade, e a correspondência

da punição ao delito praticado em termos de severidade. Do ponto de vista da punição

procedimental, isto estaria relacionado à associação ao comportamento indevido praticado, à

demonstração do comportamento desejado, e ao

timing

, ou seja, à punição dentro do tempo

adequado.

(33)

De acordo com Podsakoff e Todor (1985), a aplicação de recompensas e punições no

ambiente organizacional é produtivo porque primeiramente deixa claro para os empregados o

que é esperado deles na organização. A aplicação de recompensas ou punições contingentes

ressalta a percepção de justiça. A punição não é necessariamente vista como negativa, porque

ela ajuda a clarificar o que é esperado das pessoas, o que pode estimular a sensação de confiança

no líder, e dar uma sensação de segurança, uma vez que a empresa está acompanhando a atuação

das pessoas.

3.5 O servidor público

O trabalhador de serviço público, aqui no Brasil denominado servidor, é um trabalhador

diferente do trabalhador da iniciativa privada. Pollitt e Bouchaert (2000) descrevem o servidor

publico típico como alguém que:

- possui uma estabilidade, compromisso de carreira

ele não depende de políticos, os

quais são transitórios, ou de um superior (ele é demissível, com dificuldade, em casos de extrema

negligência em seus deveres ou a realização de atividades criminosas);

- promovido principalmente em função de sua qualificação e tempo de serviço;

- parte de um serviço público unificado, com uma estrutura nacional particular de termos

e condições (incluindo tabelas salariais nacionais).

(34)

Frey e Benz (2005) descrevem a carreira no serviço público, bem como as várias posições

existentes como fixas e seguindo a normas rígidas e formais, com avanços regulares e baseados

na senioridade, não dependente de performance, com empregos garantidos para toda a vida. Isso

é percebido pelos autores de forma positiva, pois permite maior liberdade para propor melhorias

e expor discordâncias, sem que isso coloque em risco os seus empregos. As pessoas mais

próximas é que podem ver quando o chefe está fazendo alguma coisa errada ou usando a sua

discricionariedade de forma contrária aos interesses da administração. Desde que os

funcionários públicos obedeçam a leis e regras pré-estabelecidas, eles estão protegidos de seus

superiores.

Seria razoável supor, dessa forma, que os trabalhadores públicos teriam mais

tranquilidade para se dedicar ao seu trabalho. A remuneração fixa faria com que os níveis de

competição diminuissem, garantindo que todos trabalhassem visando um fim comum, o alcance

dos objetivos da organização. Ou seja, teoricamente, o tipo de compensação existente no serviço

público direcionaria os funcionários a trabalhar no interesse da empresa.

Pollitt e Bouckaert (2000) descrevem que esses fatores, ao contrário do que se poderia

imaginar, inibem maior responsividade e eficiência. A compensação fixa e as carreiras fixas

falham em promover incentivos externos fortes para que os agentes se esforcem, o que sempre

dá a impressão de que falta ao setor público efetividade e inovação (FREY e BENZ, 2005).

A dificuldade em especificar objetivos claros e implementar medidas de performance

torna mais difícil supervisionar e controlar subordinados, o que resulta na relutância em delegar,

impondo vários níveis de revisão e aprovação, impondo, no entanto, maior número de controles

(RAINEY, BACKOFF e LEVINE, 1976)

(35)

operacional), enquanto que nos escalões mais altos, há maior instabilidade, considerando que as

pessoas ocupam seus cargos baseados em “confiança”.

Na visão de Pereira (1998), a estabilidade representa um custo para o setor público, uma

vez que impede a adequação dos quadros de funcionários às reais necessidades de serviço, ao

mesmo tempo em que inviabiliza a implantação de um sistema eficiente, baseado em incentivos e

punições. A extensão da estabilidade a todos os servidores públicos, de uma forma tal que

a

ineficiência, a desmotivação, a falta de disposição para o trabalho não pudessem ser punidos com

a demissão implicaram um forte aumento da ineficiência do serviço público.

O autor (1998, p. 247) faz críticas à Constituição de 1988:

A partir dessa perspectiva, decidiram através da instauração de um regime jurídico único para todos os servidores civis da administração publica direta e das autarquias e fundações, tratar de igual forma faxineiros e professores, agentes de limpeza e médicos, agentes de portaria e administradores da cultura, policiais e assistentes sociais, através de uma estabilidade rígida ignorar que esse instituto foi criado para defender o Estado, não seus funcionários.

Abrucio, Pedrotti e Pó (2010)

também tratam das inovações ao ordenamento jurídico

trazidos pela Constituição, por meio da criação de um capítulo específico referente à

administração pública, tratando da profissionalização meritocrática do serviço civil, ao

modificar o processo de recrutamento, com a imposição da obrigatoriedade de realização de

concurso público, da previsão de planos de carreira e da garantia do direito democrático de

greve, por exemplo.

(36)

Segundo Abrucio, Pedrotti e Pó (2010),

apesar das intenções no sentido de

profissionalizar os quadros públicos previstas na Constituição de 1988, parte dessa legislação

resultou no aumento do corporativismo estatal. Os autores descrevem os equívocos começaram

com a conquista da estabilidade por milhares de funcionários que não haviam prestado concurso

público e pelas falsas isonomias (como a incorporação de gratificações e benefícios), bem como

por legislações que tornaram a burocracia mais ensimesmada e mais distante da população,

causando a sobrecarga da previdência publica, tornando-a inviável do ponto de vista atuarial, e

resultando num cenário em que o maior incentivo ao funcionário público estava ao final da

carreira

a aposentadoria integral

enquanto seus salários eram mantidos baixos e crescia a

parcela de gratificações ao rendimento, as quais dependiam muito mais da força política de cada

setor do que do mérito medido por avaliações de desempenho.

O salário de um servidor é composto por várias parcelas, que resultam de uma legislação

de pessoal detalhista, da concessão e incorporação de benefícios e gratificações, além de

vantagens obtidas por decisão judicial. São milhares de rubricas diferentes, o que dificulta a

compreensão da estrutura remuneratória, tanto para a opinião publica quanto para o dirigentes.

No período compreendido entre 1995 e 2002, foram criadas várias gratificações de desempenho,

o que possibilitou a concessão de aumentos diferenciados. A gratificação permite desvincular a

remuneração dos ativos e inativos e assim conceder aumentos diferenciados aos ativos. No

entanto, algumas das gratificações foram estendidas aos inativos, por força de pressões de grupos

interessados (PACHECO, 2010).

Nem todos os setores foram agraciados com gratificações.

Segundo a descrição de

Chiavenato, 2006, p.196:

(37)

Bresser foi pioneiro em perceber que a alta administração mundial passava por grandes

transformações e seria necessário que o Brasil se adaptasse a elas, embora não fosse fácil

traduzi-las às peculiaridades brasileiras. A Reforma Bresser se destacou pela melhoria

substancial das informações da administração pública

antes desorganizadas ou inexistentes

e

o fortalecimento das carreiras de Estado

(ABRUCIO, PEDROTTI e PÓ, 2010).

Foi percebida a necessidade de fazer com que as carreiras públicas se tornassem

interessantes no nível inicial, aproximando-as dos níveis iniciais das empresas privadas. Também

se adotou, a partir da reforma de 1995, a realização de concursos públicos anuais de forma a não

ficar com um cadastro de reserva enorme, em que, quando o aprovado fosse chamado, não

correspondesse mais à necessidade da organização. Outra intenção dessa medida foi trazer para

os quadros do serviço público as pessoas com melhor colocação no concurso, ou seja, os mais

preparados. A conseqüência negativa disso foi a diminuição entre os salários iniciais e os salários

de topo de carreira (PACHECO, 2010).

A avaliação de desempenho foi instituída no contexto da reforma gerencial do Estado e é

um dos instrumentos para implementação do modelo meritocrático da Administração Pública,

diferentemente do que ocorria anteriormente, cujo decurso do tempo era o único diferencial para

a concessão de benefícios aos servidores e independia de desempenho (SILVA, J; BERNARDI,

M; JORGE, M.A., 2006).

Um dos problemas relacionados à remuneração variável por desempenho no contexto

brasileiro tem sido sua adoção isolada de outras medidas reformadoras, tal como a

contratualização de resultados (PACHECO, 2010).

(38)

As Emendas Constitucionais 19 e 20 tentaram corrigir algumas das falhas da Constituição

de 1988, definindo tetos para os gastos com o funcionalismo, alterações no Regime Jurídico

Único, a introdução do principio da eficiência entre os pilares do direito administrativo e a maior

abertura para o controle do estado pela sociedade. Tais mudanças consistiram em peças

essenciais na criação de uma ordem jurídica que estabeleceu parâmetros de restrição

orçamentária, de otimização de políticas e democratização da gestão pública (ABRUCIO,

PEDROTTI e PÓ , 2010).

No entanto, a reforma proposta não teve força suficiente para sustentar sua continuidade

(ABRUCIO, PEDROTTI e PÓ , 2010).

No mundo todo, os requisitos de profissionalização no setor público tem promovido uma

reinterpretação do significado de mérito que passa a ser relacionado à propriedade de

determinados conhecimentos, competências, e habilidades, não apenas individuais, mas também

organizacionais. Os indicadores de mérito passam a incorporar a efetiva competência dos

funcionários em alcançar melhores resultados para as organizações publicas As habilidades e

competências exigidas pela reforma requerem o aperfeiçoamento constante, o que levou à

intensificação das ações de capacitação de funcionários, bem como à revisão de seu conceito. Na

visão anterior, capacitação era vista como um requisito para avanço na carreira; seguia-se daí a

conclusão de que só valeria a pena capacitar-se se isso resultasse em ganho remuneratório ou

promoção (PACHECO, 2010).

(39)

3.6

Teorias sobre motivação no serviço público

Alguns autores defendem a idéia de que existiria uma motivação especifica e direcionada

em quem escolhe o serviço público como área de atuação, a qual seria diferente da iniciativa

privada, a chamada

Public Service Motivation (PSM).

Os primeiros autores a estudarem este tipo

de motivação foram Perry and Wise (1990), na obra “

The Motivational

Bases of Public Service

”.

Segundo os autores, a motivação ao serviço público seria uma predisposição individual para

responder a

motives

baseados primordialmente ou unicamente em instituições ou organização

públicas, entendendo o termo

motives

como sendo deficiências ou necessidades psicológicas que

um indivíduo necessita eliminar (1990, p. 368). Os

motives

estariam divididos em racional,

baseado em normas, ou afetivo.

Com o passar do tempo, outros autores trouxeram novas definições ao

PSM,

tais como a

de Rainey e Steinbauer,

a motivação geral e altruística de servir aos interesses de uma

comunidade de pessoas, um estado, uma nação ou à humanidade (1999, p.23)

, e Vendanabeele

(2007, p. 547) “

as crenças, valores e atitudes que vão além do auto-interesse e do interesse

organizacionais, que se preocupam com o interesse de uma entidade política maior e motivam

indivíduos a atuarem da forma apropriada (2007, p. 547)

.

Perry, Hondegnen e Wise (2010) concluíram que estas pessoas agem no domínio público

de forma a fazer o bem aos outros e à sociedade, porém não conseguiu-se provar como a

presença de

PSM

poderia impactar na realização de uma missão e na efetividade

no serviço

(40)

Na opinião de Frey e Benz (2005), pessoas com motivação intrínseca altamente

desenvolvida são atraídas para trabalhar no setor público, por causa da compensação diferida,

enquanto pessoas mais materialistas e centradas no curto prazo não se habilitam. Na visão de

Pereira

(2009) as motivações de caráter “moral”, relacionadas à satisfação no trabalho, ao

espírito de equipe ou ao sentimento de cumprir uma missão, especialmente uma missão de

caráter público seriam poderosos fatores de motivação para os servidores públicos.

3.7 Recompensas e Punições

discussões atuais aplicáveis à área pública

3.7.1 O contrato psicológico

(41)

No entanto, o estudo chamou atenção ao fato de que dar pouca importância a uma

dimensão não significa que a dimensão não precisa existir, ou seja, as recompensas financeiras

podem não ser o ponto de maior importância, mas existem expectativas mínimas, que caso não

sejam atingidas, podem causar sensações de injustiça. O administrador público deve ser

cauteloso no sentido de não pagar abaixo de empregos similares na área

privada

(Willem et Al) .

Kim (2010) apresenta algumas proposições sobre o que pode ser feito para criar, no

serviço público, um ambiente estratégico e competitivo. Suas sugestões envolvem a tentativa de

compreender as expectativas dos funcionários com relação ao ambiente de trabalho, o

desenvolvimento de sistemas meritórios, tais como diferenças em pagamento em função de

performance (individual ou coletivamente), a criação de regras organizacionais ligadas a

desempenho, o oferecimento de oportunidades de inovação, o estímulo à comunicação entre

empregados e gerentes, treinamento de liderança aos empregados, para desenvolvimento de

carreiras, e promoção, de forma que possam se educar a pensar de forma inovadora e

empreendedora, a realização de pesquisas internas regularmente visando avaliar ambientes de

trabalho, a auto-avaliação, a avaliação de performance da organização, a construção de confiança

entre empregados e gerentes, visando a melhoria da percepção dos empregados quanto à justiça

procedimental, estimulando a transparência e adequada aplicação das regras e procedimentos,

bem como uma avaliação que reflita, subjetiva e objetivamente a performance dos funcionários.

(42)

e como estas colaboram com os objetivos da organização e se conectam com a missão maior,

valorizando os aspectos positivos do trabalho que é realizado.

(Paarlberg e Perry, 2007).

Os

autores mencionam ainda a transmissão de valores organizacionais aos empregados, de forma

que eles passem a fazer parte de uma “zona de valores”, ou seja, que se tornem compreensíveis e

válidos. O

job design

também fortalece o relacionamento entre os valores de serviço público e

performance, uma vez que estimula a compreensão da significância social e melhora a claridade

dos objetivos.

Cooper-Thomas, Van Vianne e Anderson (2004)

também falam sobre a importância de

alinhar os valores do empregado com os valores e objetivos da organização, desde o momento de

sua contratação, na forma de um acompanhamento próximo dos novos contratados, e a

transmissão dos valores por meio de histórias contadas, mitos, e símbolos válidos naquele

contexto, bem como a transmissão de outras informações importantes, tais como a missão,

objetivos e normas, e a forma como a organização procura atingir seus objetivos.

Por fim, os autores mencionam a necessidade de coerência. A liderança tem que

apresentar um comportamento que esteja de acordo com o seu discurso. Dando tratamento

individualizado e oferecendo respeito e empatia pelos seus servidores, os líderes

transformacionais desenvolvem a expectância de reciprocidade

– espera-se que os outros se

comportem de igual maneira.

3.7.2 A remuneração baseada em desempenho

(43)

A maior parte das organizações públicas detém um sistema de avaliação para os seus

funcionários. Nesses sistemas, as pessoas recebem notas para a qualidade de sua performance no

trabalho, em intervalos regulares. O objetivo do sistema de avaliação é melhorar a performance

de seus funcionários, e, em conseqüência, a performance da organização, garantindo uma

comunicação significativa entre supervisores e empregados sobre as condições e a qualidade do

trabalho. Essas avaliações se iniciam com o empregado em estágio probatório (a maior parte dos

sistemas de mérito tem um período probatório em que os empregados podem ser demitidos uma

vez que atingem o período probatório, as avaliações continuam para construir uma história sobre

os registros do funcionário que o acompanharão em sua carreira (GORTNER, 1977).

Besanko

et Al

. (2004) chamam atenção a dois problemas existentes nas avaliações de

desempenho subjetivas: o primeiro deles é que para o chefe pode ser desagradável premiar

algum funcionário em detrimento de outro. Isso faz com que os funcionários sejam avaliados

pela média ou um pouco acima, o que enfraquece a intenção de incentivar. Algumas

organizações adotam rankings forçados, o que também pode gerar distorções. Outro problema é

o estabelecimento de um relacionamento mais próximo entre avaliador e avaliado, o que pode

influenciar o avaliador no momento da avaliação.

Existe uma discussão a respeito de se a avaliação desempenho deveria impactar em

pagamento. Para que um processo do gênero tenha sucesso, tanto na iniciativa privada, quanto

na Administração Pública, é necessário que os dados de performance sejam válidos. Se os dados

não forem válidos, amarrar o pagamento à avaliação de performance pode fazer com que o

sistema seja não efetivo como motivador, e um possível causador de acusações de discriminação,

se transformando em pura perda de tempo. Um ponto favorável do impacto da

performance

em

pagamento é que o superior e o subordinado tendem a levar a avaliação com maior seriedade e

conversar mais sobre expectativas e resultados. Por outro lado, existem vários pontos

desfavoráveis. Quando pagamento e

performance

são vinculados, menos atenção é dada à

Imagem

Tabela 1 - Sujeitos da Pesquisa
Tabela 2  - Motivos para recompensar
Tabela 3 – Motivos para punir
Tabela 4  – Recompensas
+3

Referências

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