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Perfil do consumidor de turismo de aventura: um estudo exploratório

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- 1200001419. '.zyxwvutsrqponmlkjihgfedcbaZYXWVUTSRQPONMLKJIHGFEDCBA

II11''''II''\I\\I\\IlI'llI'I~~~1 11111

j

zyxwvutsrqponmlkjihgfedcbaZYXWVUTSRQPONMLKJIHGFEDCBA -- --_.~-~~-

---. PERFIL DO

VUTSRQPONMLKJIHGFEDCBAC O N S U M ID O R D E T U R IS M O D ,E A V E N T U R A :

.~,

/'.

U M

ESTUDO EXPLORATÓRIO

B a n c a E x a m in a d o ra

Prof. Orientadora: Ora. Inês Pereira

!~:..-.

Prof. Dr. Leonardo Pagano

(2)

FUNDAÇÃO GETÚLIO VARGAS

Escola de Administração de Empresas de São Paulo

FÁTIMA REGINA DE TOLEDO PINTO

PERFIL DO CONSUMIDOR

DE TURISMO DE AVENTURA:

UM ESTUDO EXPLORATÓRIO

zyxwvutsrqponmlkjihgfedcbaZYXWVUTSRQPONMLKJIHGFEDCBA

Fundação Getulio Vargas

Escola de AdministraçãoMLKJIHGFEDCBA

V de Empresas de SAo Pftulo

Biblioteca

Dissertação apresentada. ao Curso de Mestrado em Administração de

Empresas, opção MBA, como

requisito para obter o título de Mestre

em Administração.

1200001419 Orientador: Prof. Ora. Inês Pereira

(3)

PINTO, Fátima Regina de Toledo. Perfil do Consumidor

de Turismo

de

Aventura:

um estudo exploratório.

São Paulo:

EAESP/FGV,

1999. l09p.

(Dissertação

de

Mestrado

apresentada

ao

Curso

de

Pós-graduação

da

EAESP/FGV, opção MBA, Área de Concentração: Mercadologia).

Resumo: Investiga o perfil do consumidor de turismo de aventura, destacando

suas principais características.

Efetua revisão bibliográfica

contemplando

a

indústria do turismo, o comportamento do consumidor, turismo de aventura e

perfil do consumidor americano deste segmento. Apresenta pesquisa empírica de

caráter exploratório realizada com turistas brasileiros.

(4)

S U M Á R IOzyxwvutsrqponmlkjihgfedcbaZYXWVUTSRQPONMLKJIHGFEDCBA

Página

1 -IN T R O D U Ç Ã O

1.1 - Tema 1.2 - Justificativa

1.3 - Objetivo e Metodologia

1 1 4 5 5 16 16 18 22 34 44 49 61 63 63 64 64 65 66 68 68 74 90 " ,.; 96

f

~

107 ~zyxwvutsrqponmlkjihgfedcbaZYXWVUTSRQPONMLKJIHGFEDCBA

1

2 -

R E V IS Ã O B IB L IO G R Á F IC A

2.1 - A Indústria do turismo 2.2 - O Turismo e o consumidor

2.2.1 - Lazer, recreação e turismo

2.2.2 -O produto turístico

2.2.3 - Processo de decisão de compra 2.3 - Turismo de Aventura

2.4 - Perfil do consumidor de Turismo de Aventura

2.4.1 - O consumidor americano de Turismo de Aventura

3 -

P E S Q U IS A

3.1 - Objetivo da pesquisa 3.2 - Tipos de pesquisa 3.3 - Sujeitos da pesquisa 3.4 - Universo ou população 3.5 - Plano amostrai da pesquisa 3.6 - Técnica de coleta de dados 3.7 - Pré-teste

3.8 - Variáveis de estudo

4 -A N Á L IS E D O S R E S U L T A D O S

5 -C O N C L U S Õ E S

6 -A N E X O S

(5)

S U M Á R IO D O S Q U A D R O S , F IG U R A S E G R Á F IC O S

Q U A D R O SzyxwvutsrqponmlkjihgfedcbaZYXWVUTSRQPONMLKJIHGFEDCBA

1. Características que distinguem o produto turístico dos 21

demais bens/produtos

2. Comparação entre Risk Theory e Mastery Theory 36

3. Escala de valor econômico 41

4. Total dos consumidores de turismo de aventura comparado 52

ao total da população de adultos - Análise .da variável Sexo

5. Geração XzyxwvutsrqponmlkjihgfedcbaZYXWVUTSRQPONMLKJIHGFEDCBAé o maior grupo de consumidores de Turismo de 53 Aventura

6. Total dos consumidores de turismo de aventura comparado 54

ao total da população de adultos - Análise da variável Estado

Civil

7. Total dos consumidores de turismo de aventura comparado ao total' da população de adultos - Análise da variável

Número de Horas Trabalhadas

8. Total dos consumidores de turismo de aventura comparado 55

ao total da população de adultos - Análise da variável

Ocupação

9. Total dos consumidores de turismo de ,aventura .comparado 56

ao total da população de adultos - Análise da variável Grau

55

de Escolaridade

10.Total dos consumidores de turismo de aventura comparado 57

ao total da população de adultos - Análise da variável

Rendimentos

F IG U R A S

1. Lazer, recreação e turismo

2. Componentes do produto turístico

3. Influências ambientais nas motiva.ções e atitudles do

consumidor

4. Um modelo esttrriuío-respceta do comportarnentc do

Consumidor

5. Hierarquia de necessidades de Maslow

17 19 25

31

. ;,r·

.. I·

(6)

G R Á F IC O SzyxwvutsrqponmlkjihgfedcbaZYXWVUTSRQPONMLKJIHGFEDCBA

1. Movimento anual da atividade turística no mundo 6

2. Atividades realizadas pelos turistas de aventura (EUA, 1997) 49

3. Atividades de aventura Soft x Hard 50

4. Atividades Soft mais praticadas nos últimos cinco anos 59

5. Atividades Hard mais praticadas nos últimos cinco anos 60

6. Sexo 75

7. Faixa Etária 76

8. Estado Civil 77

9. Grau de Escolaridade . 78

10. Ocupação 79

11. Renda Familiar 80zyxwvutsrqponmlkjihgfedcbaZYXWVUTSRQPONMLKJIHGFEDCBA

12.

Idéias associadasà aventura

81

13. Grau de interesse por viagens de aventura

82

14. Data da última viagem 83

15. Possibilidade de vir a realizar viagem que inclua aventura 84

16. Companhia 85

17. Gastos por pessoa na última viagem 86

18.

Organização da última viagem que incluiu aventura 87

(7)

A G R A D E C IM E N T O SzyxwvutsrqponmlkjihgfedcbaZYXWVUTSRQPONMLKJIHGFEDCBA

AgradeçozyxwvutsrqponmlkjihgfedcbaZYXWVUTSRQPONMLKJIHGFEDCBA

à

Inês (prof. Orientadora) pela dedicação, críticas, sugestões,

paciência e bom humor -tsrqponmlkjihgfedcbaZYXWVUTSRQPONMLKJIHGFEDCBAsempre!

Aos amigos da classe que fizeram com que o período de curso fosse um

período de intensa troca de informações, idéias

e

bons momentos.

Agradeço, em especial, ao Matiolli pelo apoio incondicional em todos os

(8)

1.-INTRODUÇÃO·

1.1 • Tema

o

tema dessa monografia é o estudo das principais características do

consumidor de turismo de aventura.

-A noção de aventura em viagem não é nova. Segundo CUTLER (1988),

as pessoas sempre procuraram férias que quebrassem a rotina em suas vidas.

Porém, a rotina mudou e os tipos de atividade que são considerados aventura

também mudaram. Nos anos vinte, por exemplo, a idéia de recreação de um

trabalhador era levar sua família a algum lugar para sentar e descansar. Isto

significava quebrar a rotina. Hoje, a maior parte das pessoas leva uma vida

urbana sedentária e para quebrar a rotina, buscam férias que sejam o seu

oposto.zyxwvutsrqponmlkjihgfedcbaZYXWVUTSRQPONMLKJIHGFEDCBA

1.2 -

Justificativa

Segundo ZINKEWICZ (1995) as vi~9~ns de aventura são__

P.

novQ_

fenômeno dain~tústr:ia- de---y!!'gens. Esse segmento de turismo ganhou

.---_. -

_

..

--popularidade nos últimos anos, quando os americanos começaram a procurar

--.,---_.---

---novas formas de dispender o tempo e dividir ---novas experiências.

--~---

---'"

---~--_._~._-_._--_._---'_.. --_ _--.., -._-,---- -.-'-.

De acordo com um levantamento da TIA (Travei Industry Aseociatlon of

America), de 1994, mais de 50 por cento da população de americanos adultos

viajantes fizeram uma viagem de aventura em sua vida. Três quartos desses

realizaram-na nos dois anos anteriores à pesquisa citada.

A expectativa é de que _esse segmento cresça. Segundo Faith Popcorn

(POPCORN, 1998), especialista em marketing que explora conceitos que criam

vantagens competitivas a longo prazo, existem algumas tendências (dezesseis

ao todo) que, modificando o estilo de vida e de consumo das pessoas, influirão

(9)

aventura da fantasiatsrqponmlkjihgfedcbaZYXWVUTSRQPONMLKJIHGFEDCBA(Fantasy Adventure), que é a necesslcade __de fugaJ~.~szyxwvutsrqponmlkjihgfedcbaZYXWVUTSRQPONMLKJIHGFEDCBA

--- --~

~~_ por ~eio de via~~$>,_ç_OrTlt~~_'p!~g~~~~s. As

pessoas sonham em viajar, viver perigosamente e visitar terras desconhecidas,

muito embora boa parte delas não o façam.

A aventura da fantasia inclui o "wildering", que deve ser entendido como

sair da cidade e buscar o "wild', isto é, o contato com a natureza,

preferencialmente, associado

à

atividades a céu aberto, ou

à

situações onde há

menos controles sobre o comportamento das pessoas e regras de conduta.

Wildering é a razão de 275.000 pessoas ao ano terem decidido fazer rafting no

rio Arkansas. É, também, a razão por que muitos viajantes dispendem alguns

milhares de dólares para fazer trekking em Nova Guiné com homens de tribos

locais,andar em elefantes na índia ou explorar terrenos acidentados na

Austrália (KOTLER, BOWEN e MAKENS, 1998).

POPCORN (1998) adverte que a aventura da fantasia juntamente com as

outras tendências formam um perfil do consumidor do futuro, e todos os /

profissionais de marketing e negócios deveriam tê-Ias em mente para entender

e alcançar seus futuros clientes.

No Brasil, segundo o Instituto Brasileiro de Turismo, Embratur, o setor

turístico emprega 6 milhões de pessoas e movimentou em 1997 cerca 45

bilhões de dólares, o equivalente a 5,5% do produto interno bruto nacional

daquele ano. O turismo está entre as atividades que mais crescem no país

(VEJA, 1998).

Em uma reportagem da revista VEJA (1998) é apontado que esse

extraordinário desempenho tem despertado cada vez mais o interesse de

estudantes que optam por desenvolver uma carreira em turismo. O Curso de

Turismo da Escola de Comunicação e Artes da Universidade de São Paulo foi o

mais procurado pelos candidatos ao vestibular de 1998. Cerca de 1.800

candidatos concorreram às 25 vagas disponíveis. A proporção é de 71 inscritos

por vaga, superando a disputa por cursos mais tradicionais como medicina e

direito, com 27 candidatos por vaga. Esse fato se repetiu na Faculdade

Anhembi Morumbi, onde o curso superior de turismo foi o campeão na

fl

(10)

preferência dos candidatos ao vestibular na instituição. A corrida se repete pelo

país. A faculdade de Turismo da Bahia, a mais antiga do Estado na área,

aumentou para 110 o número de vagas em 1998, o que significa o dobro em

relação ao ano anterior.

Segundo José Atllio Vanin, diretor da FUVEST, instituição encarregada'

de organizar o vestibular da USP, o interesse pelo turismo deve aumentar já

que esse ,é o mercado que mais se expande nomundo (VEJA, 1998).

Apesar da expectativa de crescimento e montante que o setor de turismo

movimenta há pouca informação disponível.

Sobre o tema específico de turismo de aventura as informações são

escassas. Caso o consumidor brasileiro de turismo de aventura tenha as

mesmas características do consumidor americano, este segmento tende a

crescer e a demandar ações específicas de marketing.

Portanto, tendo em vista, por um lado, as mudanças esperadas no estilo

de vida e comportamento do consumidor, sua busca por novas formas de

dispender o tempo e a necessidade daí decorrente de novas formulações de

estratégias de marketing, e por outro lado, a percentagem que o turismo

representa do PIB nacional, e a perspectiva de que o mercado brasileiro

acompanhe o crescimento do mercado internacional de turismo, justifica-se a

exploração do tema proposto nesse trabalho monográfico.zyxwvutsrqponmlkjihgfedcbaZYXWVUTSRQPONMLKJIHGFEDCBA

(11)

1.3 - Objetivo e Metodologia

!

izyxwvutsrqponmlkjihgfedcbaZYXWVUTSRQPONMLKJIHGFEDCBA

o

objetivo deste trabalhe é investigar o perfil de consumidores de turismo

de aventura, destacando suas principais características. Trata-se de um estudo

inicial de caráter exploratório.

Para obter uma melhor compreensão de quem é o consumidor de aventura

será utilizada uma metodologia que compreenderá as seguintes etapas:

• Efetuar revisão bibliográfica contemplando os seguintes tópicos:

1. a indústria do turismo;

2. turismo e comportamento do consumidor;

3. Turismo de Aventura e perfil do consumidor de Turismo de Aventura.

• Realizar uma pesquisa empírica utilizando-se metodologia similar à adotada

pela Travellndustry Association of America (TIA).

Considerando que não existe bibliografia consolidada e publicada sobre

Turismo de Aventura no Brasil, assumiu-se a proposição subjacente de que

o consumidor de Turismo de Aventura brasileiro temas mesmas

características do consumidor de Turismo de Aventura americano.

• Analisar os resultados, apontar as conclusões do estudo e as sugestões

(12)

2 - REVISÃO BIBLIOGRÁFICA

2.1 - A Indústria do TurismozyxwvutsrqponmlkjihgfedcbaZYXWVUTSRQPONMLKJIHGFEDCBA

o

turismo faz parte do setor de serviços, e este é o setor que mais tem

crescido nas economias industrializadas. Essa atividade emergiu

definitivamente e de forma organizada após a 28 Guerra Mundial, com a

massificação das viagens. E, isto só foi possível graças ao desenvQlvime!!!o

---:---

-alcançado nos meios de transporte e comunicação e

à

melhoria nos padrões de

~---vida (EMBRATUR, 1996).

No Brasil, segundo a EMBRATUR (1996), o desenvolvimento da indústria

do turismo aconteceu bem mais tarde que nos países da Europa e América do

Norte. Foi a partir dos anos 70 que o turismo brasileiro começou a se

desenvolver. Antes disso, o único polo de turismo conhecido era o Rio de

Janeiro.

A reestruturação das economias desenvolvidas a partir da década de

1980 privilegiou os setores de tecnologia de ponta e de serviços, tais como:

financeiro, comércio, turismo, entretenimento, telecomunicações, etc.

(EMBRATUR, 1996).

Em 1980, o setor de turismo representavaapenasz.êê'ã do PIB global

brasileiro. Em 1987, esta participação eleva-se para 6,62% do PIB, chegando a

9,19% em 1990. Em 1994 e 1995, verificou-se um declínio na participação das

atividades turísticas no PIB, atingindo 7,72% e 8%, respectivamente

(EMBRATUR, 1996).

Toidavia, está-se longe de esgotaras possibilidades turísticas do país. A ~

EMBRATUR (1996) aponta várias causas para justificar o que chama de

demanda reprimida do setor de turismo, dentre elas, destacam-se: as grandes

distâncias entre as regiões que, conjugadas a uma regulamentação restritiva,

encarecem as passagens aéreas; a falta de uma boa infra-estrutura hoteleira; a

(13)

além de uma pequena oferta de serviços complementares aos de hospedagem,

quais sejam, empresas de diversão e lazer, restaurantes, bares, etc.

Em 1990, o turismo movimentou, em todo o mundo, o montante de 2,8

trilhões de dólares. Em 1997, o total movimentado foi de, US$ 3,78 trilhões, isto

significa um crescimento de 35% em valores absolutos. Na próxima década, a

previsão é que esta indústria deverá movimentar cerca de 7,1 trilhões de

dólares (EMBRATUR, 1996).

Durante esse período, segundo a EMBRATUR (1996), mais

especificamente em 1993, a atividade tornou-se o principal item das

exportações rpundlais, tendo superado os derivados de petróleo, os automóveis

e os eletrodomésticos (ABAV, 1997).zyxwvutsrqponmlkjihgfedcbaZYXWVUTSRQPONMLKJIHGFEDCBA

GRÁFICO 1

MOVIMENTO ANUAL DA ATIVIDADE TURíSTICAno MUNDO

1990 1994 1996 1997

Fonte: ABAV, 1997

No continente latino-americano (excluindo-se o México e Caribe),· a

atividade turística movimentou cerca de US$ 111 bilhões. Apesar de ser

considerada pelo WTTC (World Travei & Tourism Council) como uma das

regiões que menos investe em turismo, a estimativa para a América Latina é de ~

que o segmento cresça 16% na próxima década. Quando comparado com

outras regiões o valor movimentado pelo turismo latino-americano evidencia

._---.9~o.s-muito_.a~~!!: ~.,_._alucrar com a a~de. Na Ásia, o

movimento com turismo chega aos US$ 969 bilhões, e na América do Norte

(14)

Os últimos estudos do WTTC realizados exclusivamente sobre o Brasil,

datam de 1994. Nessa ocasião, o turismo movimentava aproximadamente US$

45 bilhões no país, colocando o Brasil em décimo lugar entre as nações no que

se referia ao montante total da atividade. Esse número ilustra a importância

sócio-econômica do setor no Brasil que, muito embora, tenha um grande

potencial a desenvolver, já movimentava valor significativo (ABAV, 1997).

O setor de turismo pode ser dividido em doméstico e internacional.

Segundo a EMBRATUR (1996) em ambos os casos, o impacto do turismo na

economia é considerável, sendo capaz de redistribuir renda, captar divisas,

gerar empregos, incrementar outros setores econômicos, aumentar a

arrecadação fiscal, promover o desenvolvimento regional e induzir novos

investimentos com benefícios sociais.

O turismo é uma indústria que funciona 24 horas por dia e sete dias por

semana, sendo uma das mais democráticas fontes de distribuição de renda e

empregos, pois é formada, predominantemente, por pequenas empresas, não

oferecendo restrições aos investimentos de grandes grupos (ABAV, 1997).

Outra vantagem do setor é que o emprego no setor de turismo pode ser do tipo

anual/sazonal, tempo integra/parcial, qualificado/não qualificado, formal!

informal, etc.

Estudos datsrqponmlkjihgfedcbaZYXWVUTSRQPONMLKJIHGFEDCBAWTTC - World TraveI & Tourism Council - organismo com

sede em Londres que, desde 1993, vem realizando pesquisas sistemáticas a

fim de mensurar o impacto sócio-econômico da atividade turística, prevê que o

setor de turismo será o líder na criação de empregos no século XXI (ABAV,

1997).

Segundo a EMBRATUR (1996), as ações desencadeadas pelas

atividades turísticas em um determinado país criam maior oportunidade de

emprego do que as realizadas pelos demais setores da economia. Ela estima

(15)

o

zyxwvutsrqponmlkjihgfedcbaZYXWVUTSRQPONMLKJIHGFEDCBAturismo cria,· basicamente, três tipos de emprego: o primeiro, o emprego direto; segundo, o indireto; e, o terceiro, aquele induzido pelo gasto

dos residentes locais.

O emprego direto é aquele realizado pelas pessoas que trabalham

diretamente com a atividade no seu dia-a-dia, tais como, agentes de viagem e

funcionários de hotéis.

o

emprego indireto se refere a todos os tipos de

negócios afetados pelo turismo de forma secundária, como por exemplo os

restaurantes, bares, shopping centers, transporte, bancos e outros. Há, ainda,

uma outra forma de emprego gerada pela atividade turística e que é resultado

dos gastos realizados pelos residentes locais a partir da renda obtida no setor

turístico. Isto é resultado do efeito multiplicador sobre o emprego e a renda.

(6-Nas palavras da EMBRA TUR:tsrqponmlkjihgfedcbaZYXWVUTSRQPONMLKJIHGFEDCBA

"O efeito sobre a renda auferida com as atividades do setor é maior do que o

valor da soma original,

e

decorre do fato de que cada unidade monetária

recebida gera várias transações, cujo número depende do nível de

desenvolvimento da economia". (EMBRATUR,1996, p.4).

Em 1994, o WTTC constatou que no Brasil havia 5,8 milhões de pessoas

atuando em setores ligados direta ou indiretamente

à

atividade turística, ou

seja, 9% da força de trabalho estava atuando em alguma atividade relacionada

ao turismo.

Essa mesma instituição divulgou que em 1997 o segmento de Viagens &

Turismo gerou cerca de 260 milhões de empregos em todo o mundo. A

previsão da instituição é de que em 2007, serão aproximadamente 383 milhões

de pessoas atuando, direta ou indiretamente, em setores ligados à atividade

turística. Este é um setor que é responsável por 10% da força de trabalho em

todo o mundo. Para a próxima década, deverão ser criados cerca de 100

milhões de novos empregos. Por estas razões, a índústria turística vem sendo

(16)

Para a América Latina, o crescimento estimado, segundo a WTTC, é de

16%. Isso estará gerando, nos próximos dez anos cerca de 1,3 milhões de

novos empregos. Esta é uma estimativa animadora, dado que esta é a região

que registra o menor crescimento dentre todas as regiões analisadas pelo

i

WTTC (ABAV, 1997).

Outro ponto importante que o WTTCdestaca, é que, os empregos

relacionados à viagens e turismo são bem remunerados, em geral, estão 6,1%

acima do salário médio brasileiro (ABAV, 1997).

Além do emprego direto que as ati~.e_s_turísticas geram, elas t~b.émzyxwvutsrqponmlkjihgfedcbaZYXWVUTSRQPONMLKJIHGFEDCBA

---

---=----i~di(e_ta~distribuição d~_e_lltr:e_as-,-reg~

~de-tur-ismo_e_ín--.@gJº~_atrasadas atrai um .!!"~número visitantes de

maior poder aquisitivo advindos de regiões mais desenvolvJ-º-ªs. Segundo a

,

-EMBRATUR (1996), esta redistribuição também acontece em relação às

regiões consideradas ecossistemas de grande importância, nas quais o turismo

pode ser uma opção de desenvolvimento, desde que não agrida o meio

ambiente.

Há ainda uma relação entre o fortalecimento do turismo na economia e o

desenvolvimento de infra-estrutura. Uma boa infra-estrutura de transporte e

comunicações, em uma área de interesse turístico, induz investimentos em

hotéis, que atrairão visitantes, cujos gastos serão, em parte, revertidos em

impostos, que podem ser aproveitado para o desenvolvimento da

infra-estrutura. Isto significa que melhorias em estradas e telefonia geram

investimentos em estrutura, ou seja, hotéis, que por sua vez irão atrair bares,

restaurantes, empresas de entretenimento completando, dessa forma, a

infra-estrutura do local (EMBRATUR, 1996).

Uma das características mais favoráveis da atividade turística é a sua

capacidade produtora de riqueza, isto é, o fato de as pessoas se deslocarem de

um país para outro, por si só, já gera divisas. A entrada de divisas nos países

(17)

para o ano 2000 é de US$ 621 bilhões. É importante ressaltar que os gastos

dos turistas no país equivalem às divisas obtidas com exportação (ABAV, 1997).

Em 1995 o número de entradas de turistas estrangeiros no país

ultrapassou 2 milhões. Em 1996 esse número foi superior à 2,3 milhões,

ampliando as divisas e oferta de empreg.o.

A cidade mais visitada do país é o Rio de Janeiro. Dos estrangeiros que

visitaram o país, 30,5% tiveram como destino o Rio de Janeiro. São Paulo vem

em segundo lugar atingindo 22,4%. O crescimento do turismo na capital

paulista em relação a 1995 foi de 2,5% (ABAV, 1997).

A terceira cidade mais visitada é Florianópolis com 17% da preferência,

seguido de Foz do Iguaçu com 16,6% e Porto Alegre com 10,1 %. É importante

notar, adverte a ABAV (1997), que os números favoráveis das cidades do Sul

vêm, em grande parte, do significativo contingente de turista do Mercosul

O turismo é fortemente afetado por movimentos dos agregados

econômicos. No longo prazo, está diretamente relacionado ao crescimento da

renda. No curto prazo, a demanda por atividades turísticas é fortemente

afetada pela política governamental em relação à moeda no que diz respeito à

taxa de inflação, ao câmbio e à taxa de juros, que irá possibilitar ou não o

crédito (EMBRATUR, 1996).

O crescimento do turismo interno vivenciado pelo Brasil , nos anos

setenta e oitenta foi, de acordo com a EMBRATUR (1996),um reflexo das altas

taxas de crescimento do PIS e PIB per capta. Por outro lado, havia uma

demanda reprimida por entretenimento que, por sua vez, induziu investimeJJ!gs

gue foram direcionados para novas áreas como comércio (shopping centers),

turismo (empreendimentos de acomodação e hospedagem e de diversão e

lazer), tecnologia de ponta, etc.

Todavia, o crescimento do setor turístico não foi linear. Nos anos de

inflação alta, o setor sofreu o impacto das crises cambiais, fiscais e monetárias

tendo como conseqüência uma retração das atividades e investimentos

(18)

Na década de oitenta, as receitas brasileiras com o turismo mostraram

um movimento descontínuo, apresentando um crescimento inferior ao

registrado com as exportações. Enquanto o setor de turismo como um todo

cresceu proporcionalmente ao PIB, o turismo internacional permaneceu

estagnado por um certo período de tempo. Nos anos setenta e oitenta, a oferta

de meios de hospedagem e de empresas de diversão e lazer ainda era

pequena em comparação com os grandes pólos de turismo de massa. Quando

esta oferta começou a aumentar, a imagem do Brasil no exterior sofreu vários

danos. Temas como a intensificação da violência nos grandes centros urbanos

como Rio de Janeiro e São Paulo, e as queimadas na Amazônia foram

explorados exaustivamente de forma negativa pela mídia (EMBRATUR, 1996).

Acrescido a esses fatores, a EMBRATUR (1996) considera parcos os

investimentos realizados para a divulgação do país no exterior. Ela afirma que

os gastos com propaganda foram praticamente desprezíveis, fugindo

inteiramentezyxwvutsrqponmlkjihgfedcbaZYXWVUTSRQPONMLKJIHGFEDCBA

à

recomendação da Organização Mundial de Turismo que é de pelo menos 2,2% das receitas turísticas.

As despesas realizadas por turistas brasileiros no exterior permaneceram

controladas nos anos oitenta e começaram a se expandir nos anos noventa.

Na década de oitenta, ocorreu um grande fechamento da economia,

devido principalmente, à crise da dívida externa. Reduziu-se o coeficiente das

importações e restringiu-se a saída de turistas brasileiros ao exterior. Nos anos

noventa, em decorrência da abertura da economia e posteriormente com a

estabilização da moeda e sobrevalorização da mesma em relação ao dólar,

houve um acréscimo das despesas realizadas por brasileiros lá fora. Isso vem

elevando o déficit da conta viagens internacionais no balanço de pagamentos.

Segundo a EMBRATUR (1996), o fato do Brasil enviar mais turistas do

l

que recebe do exterior deve mobilizar os setores público e privado a realizarem

esforços para divulgar e estimular tanto o turismo internacional como o turismo

interno.

\ J

\

/

(19)

o

zyxwvutsrqponmlkjihgfedcbaZYXWVUTSRQPONMLKJIHGFEDCBAmercado de trabalho brasileiro vem passando por grandes

transformações, ao longo da década de noventa. Estas transformações se

originaram, principalmente, de uma reorientação do modelo brasileiro de

. desenvolvimento" passando de um estilo de industrialização protegida para o

de uma economia aberta e competitiva, com privatizações, etc. A integração

brasileira à economia mundial é um processo em marcha e deverá marcaras

relações do mercado de trabalho nos diversos segmentos da economia, dentre

eles o turismo (EMBRATUR,1996).

Analisando-se os efeitos do Plano Real para a indústria do turismo,

observamos que a estabilização resultante do sucesso do plano, proporcionou

às famílias e' empresas um maior controle sobre os seus orçamentos. As

primeiras, livres do imposto inflacionário, puderam alocar maiores parcelas dos

~'---- ~--- -- - - .---._-- _..~.-

---._-seus rendimentos para viagens e lazer, enquanto as segundas, se por um lado,

foram obrigadas a ajustarem suas estruturas de gastos, por outro, fortaleceram

os seus investimentos em planejamento e produção, além de oferecerem

diversas formas de financiamentos, com ou sem juros aos seus clientes

(EMBRATUR,1996).

Se~_aAV __(_t991}r-cada.--vez-mai,s_p-eªsoa!_~~ tOd,o o mundo

~m-nas-viagens-,-a_ melhq~. alte!n~!~a ..Rªfª_Pnte.oçb,er seu~p_~~.: __

Além disso, o turismo é um importante meio de educação e intercâmbio

cultural, ampliando os laços da população com seu país e com o exterior.

Dentro do país ele contribui para a preservação natural e cultural dos

patrimônios históricos. É um instrumento do desenvolvimento, num mundo de

serviços e tecnologia avançados.

'

Visando estimular o Turismo alguns esforços conjuntos vêm sendo

1,

realizados. Um exemplo é otsrqponmlkjihgfedcbaZYXWVUTSRQPONMLKJIHGFEDCBAPrograma de Ação para o Desenvolvimento \

Integrado do Turismo (PRODETUR).

O PRODETUR foi criado em novembro de 1991 e concebido pelos Governos

Federal e Estaduais para financiar a implantação da infra-estrutura necessária

.

(20)

privados. Este programa conta com financiamento externo do Banco \

Interamericano de Desenvolvimento (EMBRATUR, 1996).

Seus principais objetivos foram definidos a partir da identificação dos

maiores entraves ao investimento privado no setor turístico, quais sejam:

ordenar as ações do setor público, orientando-as para o bem estar social; .

definir parâmetros para o planejamento e a execução das ações dos governos

estaduais e municipais; e, orientar preferencialmente o setor privado.

Além deste, ao longo da década de noventa surgiram outros programas

de incentivo ao turismo como otsrqponmlkjihgfedcbaZYXWVUTSRQPONMLKJIHGFEDCBAPrograma Nacional de Turismo, o Programa

Nordeste Competitivo e o Programa Nacional de Municipalização do Turismo

(PNMT).

Perspectivas da Indústria Turística no Brasil

A EMBRA TU R (1996) considera que avanços importantes aconteceram

durante a primeira metade da década de noventa.

---

Pela primeira vez o BrasilzyxwvutsrqponmlkjihgfedcbaZYXWVUTSRQPONMLKJIHGFEDCBA

dispõe deuma-p_oJíti.Çaabrangente para o seto~, com programas e políticas de

~

---_.

-

.

crédito, incentivo e coordenação. A criação do PRODETUR, é um exemplo

desse esforço,' na medida que articula políticas de turismo entre os níveis

federal, estadual e municipal.

Coma implantação do PRODETUR foram selecionadas áreas de

potencial turístico, que estão recebendo infra-estrutura necessária, como

estradas, saneamento

e

telecomunicações, de modo a atrair os investimentos

do setor privado, nacional e estrangeiro (EMBRATUR, 1996).

~ Alguns sinais positivos também são verificados em relação ao marketing

turístico. A verba para a divulgação do país exterior, que foi de US$ 3 milhões

em 1996, elevou-se para US$ 24 milhões em 1997, aproximando-se portanto,

do mínimo recomendado pela Organização Mundial de Turismo que é 2,2%

das receitas (EMBRATUR, 1996).

A estabilização monetária possibilitou à expansão do mercado interno do

(21)

aumento subsequente da oferta de equipamentos turísticos. As perspectivas

são de que, até 2002, o setor receba investimentos da ordem de R$ 3 bilhões

em novos equipamentos turísticos e reformas dos já existentes. A maior parte

destes recursos, destaca a EMBRATUR (1996) virá de fundos de pensão, de

grandes construtoras e de financiamentos dos bancos públicos.

\ Além disso, com a estabilização houve um crescimento significativo das

empresas de diversão e lazer, como parques temáticos, bares e restaurantes,

etc. Estas atividades complementares, consideradas incipientes até alguns

anos atrás, vêm atraindo grandes Investimentos. A estimativa é de que entre

1997 e 2000 haja investimentos da ordem de US$1.5 bilhões em atividades

complementares (EMBRATUR, 1996).

Finalmente,zyxwvutsrqponmlkjihgfedcbaZYXWVUTSRQPONMLKJIHGFEDCBAé necessário destacar o progresso alcançado nos últimos

anos em relação à revitalização dos centros históricos (Rio de Janeiro, São

Paulo, Salvador, Recife, etc.), que tornaram-se verdadeiros centros de lazer

com estabelecimento de bares, restaurantes, teatros e outras opções de

diversão (EMBRATUR, 1996).

Infelizmente, são muito escassas as informações sobre Turismo de

Aventura no Brasil. O pesquisador ou estudioso interessado na área de turismo

se depara com uma organização e sistematização de informações em um

estágio ainda incipiente1.

Nas palavras de Míriam Rejowski, professora do curso de turismo da

USP:tsrqponmlkjihgfedcbaZYXWVUTSRQPONMLKJIHGFEDCBA

"Qualquer pesquisador ou docente, ao procurar publicações na área de

turismo no Brasil, depara-se com escassa bibliografia, muito esparsa e

fragmentada. Faltam-lhe fontes bibliográficas, publicações de alerta, sem falar

nas bases de dados sobrea literatura nacional." (REJOWSKI, 1996, p.70)

1Há algumas referências de Turismo de Aventura associadas ao treinamento de executivos. Veja-se, por exemplo

revista EXAME, p. 46-49 (17/0111996); VIP EXAME, p. 64-71 (10/1996); e, VOCE S. A., p. 138-140 (0211998).

(22)

Os tópicos a seguir tratam. de defínlções télativas ao turismo, seus

(23)

2.2 - O Turismo e o' Consumidór

2.2.1- Lazer, recreação e turismo

Os termos lazer, recreação e turismo muitas vezes são usados de

maneira indiscriminada. BONIFACE e COOPER (1996) propõem uma definiçãozyxwvutsrqponmlkjihgfedcbaZYXWVUTSRQPONMLKJIHGFEDCBA

-para cada um desses termos com o objetivo de esclarecer seus significados e

entender suas inter-relações.tsrqponmlkjihgfedcbaZYXWVUTSRQPONMLKJIHGFEDCBA

Lazer é uma medida de tempo, e é geralmente usado para significar o

tempo que resta após trabalhar, dormir e ter feito as tarefas de casa e

pessoais. Em outras palavras, _ lazer é o tempo . livr~ __par~L-º.~~~i,,-ídu~s

_gastareULda formague mais _!he~JRtOUYer:em.Neste momento, aparece um

questionamento: todo tempo livre é considerado lazer? Um bom exemplo desse

dilema é pensar se um desempregado encara seu tempo livre como lazer. Isto

está relacionado com a visão de que lazer é mais um estado mental ( attitude of

mind) do que uma medida de tempo.

Recreação é normalmente definida como a variedade de atividades

realizadas durante o período de lazer. Basicamente, a recreação restaura as

forças e o espírito, podendo incluir atividades diversas como assistir televisão

ou viajar ao exterior.

Desse maneira, se o lazer é uma medida de tempo e a recreação

abrange as atividades realizadas durante este tempo, então o turismo deve ~r

~ como uma das possíveis atividades a seLr~aliza<!?

No entanto, BONIFACE e COOPER (1996) reconhecem que, na prática,

a distinção entre os termos recreação e turismo é mais difícil. º---ª.rg.ume.nto.

usado para melhor caracterizá-los é o t!!!!1f2SLCequerido_p-ara a atividade e a

---

~

distância percorrida. Recreação acontece em casa ou em seus arredores,

~

enquanto a viagem de turismo, especificamente, envolve uma distância maior

percorrida e talvez seja necessária uma acomodação para pernoite.

Desse modo, para a realização do turismo é necessário a estadia mínima

(24)

denominados excursionismo. TurismozyxwvutsrqponmlkjihgfedcbaZYXWVUTSRQPONMLKJIHGFEDCBAé uma forma distinta de recreação e

demanda consideração à parte (SÊPARÀTA,

1997).

Muitas definições de turismo existem, mas para o propósito desse

trabalho a definição usada

é

a da Organização Mundial de Turismo (OMT):tsrqponmlkjihgfedcbaZYXWVUTSRQPONMLKJIHGFEDCBA

"Deslocamento voluntário e temporário do homem para fora de sua residência \

habitual por uma razão diferente que a de exercer uma atividade remunerada.

" Esse período fora do domicílio habitual deverá ser superior

a

24 horas,

\significando um pernoite e um período máximo de 90 dias".(PAIVA, 1984, p.28)

FIGURA1:LAzER, RECREAÇÃO E TURISMO

PERÍODO DE LAZER PERíODO DE

TRABALHO

Lazer: tempo disponível para individuo quando trabalho, sono e outras necessidades básicas tenham sido atendidas

+

Recreação: buscar atividade durante tempo livre

/'

...•

Recreação realizada Lazer realizado no Viagens de um dia: Turismo:

I

em casa: assistir TV, dia: visitar museus, visitar atrações, deslocamento

I

Viagemde

I

ler, etc. teatro, etc. picnic, etc. temporário fora de Trabalho sua residência

habitual e local de trabalho

Variação geográfica

Casa

I

Arredore

I

Região

I

País

T

Estrangeir

(25)

2.2.2 - O Produto Turístico

o

conceito de produto turísticozyxwvutsrqponmlkjihgfedcbaZYXWVUTSRQPONMLKJIHGFEDCBAé central no entendimento do significado

e da prática de gerenciamento em todos os setores da indústria de viagem e

turismo. Este conceito tem importante implicações para o marketing de uma

organização comercial, assim como para escritórios regionais e nacionais de

turismo (MOUTINHO e WITT, 1989). /

Para GUARDANI, ARUCA e ARAUJO (1996), produto turístico é o

conjunto de prestações, materiais ou imateriais, que se oferecem com o

propósito de satisfazer os desejos ou as expectativas do turista,

Mais especificamente, nas palavras de BOULLÓN apud DENCKER

(1998):

Os .chamados produtos turísticostsrqponmlkjihgfedcbaZYXWVUTSRQPONMLKJIHGFEDCBAsão o resultado de uma série de combinações de serviços, efetuados· pelas empresas especializadas no atendimento das necessidades dos viajantes desde que estes saem até que regressem àssuas casas. Esses serviços, no momento em que são consumidos, transformam-se em produto. Antes não são

outra coisa além de oferta, porque no turismo, a exemplo do que ocorre na maior parte das atividades pertencentes ao setor terciário da economia, a produção e o consumo

são processos simultâneos que se cumprem em um mesmo lugar. (DENCKER. 1998. p.184)

Segundo ACERENZA (1986), o produto turístico é composto por três

elementos: primeiro, os atrativos, que correspondem aos principais elementos

que determinam a escolha do destino pelo turista. São os atributos naturais,

culturais e eventos programados.

O segundo elemento corresponde às facilidades, que por sua vez,

permitem a permanência do turista na localidade visitada. Muito embora as

facilidades não sejam responsáveis pela geração de fluxos turísticos, as

instalações e os serviços facilitam o alojamento, a alimentação do visitante,

bem como seu entretenimento.

O terceiro elemento que compõe o produto turístico é o acesso. Trata-se

das vias e dos meios de transportes disponíveis que possibilitam a locomoção

do turista até o local desejado.

1

\

(26)

, , .' :t" .•-,

o

zyxwvutsrqponmlkjihgfedcbaZYXWVUTSRQPONMLKJIHGFEDCBAfigura a seguir busca sintetizar os três elementos que compõem o

produto turístico:

FIGURA 2:COMPONENTES DO PRODUTO TURiSTICO

, ~" ,

Sítios Naturais

Usos e costumes

Infra-estrutura

Eventos Feiras e exposições

Congressos e convenções ~;

Acontecimentos especiais

Alojamento Hotéis, motéis, albergues,

eamping, etc.

Alimentação Restaurantes, bares, etc.

Entretenimento Diversões, esporte

Complementares Passeios locais

Transporte Aéreo, terrestre, marítimo,

fluvial

MOUTINHO e WITT (1989) propõem urna outra definição para produto

turístico, que é mais abrangente que as anteriores, na medida que incorpora o

aspecto psicológico aos aspectos técnicos já comentados.

Para esses autores, o produto turístico deve ser entendido em dois

(27)

compreendendo a combinação de todos os itens de serviço que o turista

consome,desde o momento que ele deixa sua casa até o momento que

retorna. Isto inclui uma idéia, uma expectativa, ou uma construção mental do

consumidor. O segundo nível é o específico, que diz resQeito aos componentes

do produto total, tais como acomodação, transporte,_ atrações e ou~~ __

facilidades para os turistas.

Para formular uma estratégia de marketing em turismo, é necessário,

segundo MoutinhotsrqponmlkjihgfedcbaZYXWVUTSRQPONMLKJIHGFEDCBAapud GUARDANI, ARUCA e ARAUJO (1996), entender a

percepção que os indivíduos têm a respeito dos produtos turísticos, das áreas

de destino, dos meios de .transportes, das distâncias a serem percorridas e

propaganda. O aspecto da percepção do consumidor será retomado mais

adiante neste trabalho.

Além do conhecimento das percepções, é necessário entender como os

indivíduos decidem sobre as viagens; como a personalidade pode afetar essas

decisões; como as motivações influenciam; como são formadas as atitudes e

como os vários grupos afetam os comportamentos relacionados às viagens.

Algumas características diferenciam o produto turístico dos demais bens

e produtos. É importante conhecer essas diferenças para compreender melhor

o processo de decisão de compra especificamente no que concerne ao produto

turístico.

Um quadro esquemático é apresentado a seguir, a fim de esclarecer as

(28)

QUADROzyxwvutsrqponmlkjihgfedcbaZYXWVUTSRQPONMLKJIHGFEDCBA1:CARACTERísTICAS QUE DISTINGUEM O PRODUTO TURíSTICO DOS DEMAIS BENS/PRODUTOS

...

.•~.Il!)IP~o~fjtoS.

·s:...

....•.

....

... ..: ...< ...• :... . •.•./.MLKJIHGFEDCBA" .· .i

.? ...•,...

1···.·,··· .•. ;,··· .. '.~r9dl.lt~l~dstiC(r: •...

É material, tangível e pode ser avaliado

É imaterial e intangível, não pode ser

previamente por uma amostra. visto antes da compra.

A produção ocorre, em geral,

A produção eo consumo ocorrem

anteriormente ao consumo e em local simultaneamente e no mesmo lugar.

distinto.

Em geral pode ser transportado.

É necessário que o turista se desloque até o produto, que não pode ser

, transportado.

Podem ser estocados e vendidos a

Não pode ser estocado, se não for

posteriori. vendido, implica perdas.

Passível de controle de qualidade

Dificilmente sua qualidade pode ser controlada.

Não há necessariamente,

Existe complementaridade entre os

complementaridade entre os produtos. elementos que compõem produto

turístico.

Demonstra ocorrência menor de

É mais suscetível à sazonalidade. sazonalidade.

É mais fácil de ser adaptado às

É estático, ou seja, é impossível mudar alterações do público consumidor. sua localização e é difícil alterar suas

características em função da demanda.

Passa a ser uma propriedade do 41 Não passa a ser possuído pelo

consumidor. consumidor através da compra. O turista

não traz consigo o hotel, mas sim as

fotos e recordações.

É passível de ser transferido através de G Uma vez adquirido; não pode ser

venda ou doação. vendido novamente pelo turista.

Fonte: Ruschmann apud GUARDANI, ARUCA e ARAUJO (1996)

A seguir serão discutidos modelos de decisão de compra para produtos em

(29)

2.2.3 - Processo de Decisão

de

Compra

Segundo ENGEL, BLACKWELL e MINIARD (1995), o comportamento do

consumidor refere-se àquelas atividades que estão diretamente envolvidas na

obtenção, consumo e descarte de produtos e serviços, incluindo os processos

decisórios que precedem e sucedem essas ações.

Os modelos de decisão de compra descrevem como a informaçãozyxwvutsrqponmlkjihgfedcbaZYXWVUTSRQPONMLKJIHGFEDCBAé

adquirida pelo consumidor e sistematizada para a realização da tomada de

decisão. O número de etapas e a caracterização das mesmas variam de autor

para autor.

O modelo de processo de decisão de compra proposto por KOTLER e

ARMSTRONG (1998) apresenta cinco estágios, quais sejam: reconhecimento

das necessidades, ·busca de informação, avaliação das alternativas, decisão de

compra e comportamento pós-compra. Já ENGEL, BLACKWELL e MINIARD

(1995) propõem um modelo do processo de decisão de compra que implica

sete estágios, e que será exposto a seguir:

O primeiro estágio é otsrqponmlkjihgfedcbaZYXWVUTSRQPONMLKJIHGFEDCBAreconhecimento das nece~idades, ou seja, é a

situação em que o consumidor reconhece um problema ou uma necessidade e

percebe a diferença entre seu estado real e um estado desejado. A

necessidade pode ser acionada por estímulos internos, quando uma das

necessidades fisiológicas se eleva a um nível que se torna um estímulo. E pode

ser acionada por estímulos externos, quando o consumidor vê o objeto do seu

desejo em uma vitrine ou meiode comunicação.

O consumidor estimulado pode ou não buscar maiores informações. Isto

irá depender do seu impulso no momento. Se este for forte o suficiente e um

produto satisfatório estiver à mão, provavelmente, ele irá comprá-lo. Caso

".,

contrário, armazenará sua necessidade na memória ou fará uma busca de

(30)

No segundo estágio,tsrqponmlkjihgfedcbaZYXWVUTSRQPONMLKJIHGFEDCBAbusca de informáção, procuram-se informações

que estão armazenadas na memória, que são chamadas de fontes internas. Ou

são feitas aquisições de informaçõeszyxwvutsrqponmlkjihgfedcbaZYXWVUTSRQPONMLKJIHGFEDCBA

no

ambiente, ou seja, fontes externas.

O terceiro estágio é a avaliação das alternativas. É aquele onde o

"

..consumidor elabora as informações até chegar a escolher o que considera a

melhor alternativa. Neste estágio, avaliam-se as opções em termos de

benefícios esperados e procede-se à escolha de uma alternativa capaz de

satisfazer as necessidades ou desejos do consumidor. Em outras palavras,

será feita uma avaliação dos atributos do produto a fim de verificar se ele

atende às demandas do consumidor.

Nesse estágio, vale destacar a visão de KOTLER e ARMSTRONG

(1998). Para estes, dois fatores podem interferir entre a intenção e a decisão de

compra.

O

primeiro é a atitude dos outros, ou seja, a opinião da esposa ou

marido, dos' pais, dos filhos e amigos podem alterar a classificação dos

produtos na escala de benefícios esperados. O segundo fator são as situações

inesperadas, isto é, a intenção de compra baseia-se em fatores como renda

esperada, preço e benefícios esperados. No entanto, uma outra compra pode

se tornar mais urgente ou ainda o produto concorrente pode baixar o preço. De

forma que as preferências e até mesmo a intenção de compra nem sempre

resultam em uma escolha real de compra.

O quarto estágio é a compra propriamente dita, situação em que se

adquire a alternativa selecionada ou um substituto aceitável.

O quinto estágio corresponde ao consumo. É o momento em que se faz

uso da alternativa adquirida.

O sexto estágio é a avaliação de alternativas pós-compra. Aqui se

verificao grau de satisfação da compra e procede-se uma nova avaliação de

acordo com o cumprimento das expectativas. Nesse estágio, a pergunta

importante a ser feita é: as expectativas do consumidor foram satisfeitas? Se o

desempenho percebido estiver de acordo com as expectativas, o resultado é a

(31)

É importante notar neste momento que ENGEL, BLACKWELL e

MINIARD (1995) destacam a percepção do consumidor em relação produto, e

não as qualidades intrínsecas do mesmo.

Ratificando a importância da percepção do consumidor KOTLER e

ARMSTRONG (1998) afirmam que o que irá determinar a satisfação ou

insatisfação do consumidoré a relação existente entre as suas expectativas e o

desempenho percebido do produto. Quanto maior a distância entre as

expectativas e o desempenho, maior será a insatisfação.

Finalmente, o sétimo estágio é otsrqponmlkjihgfedcbaZYXWVUTSRQPONMLKJIHGFEDCBAdescarte, que é a disposição do

produto ou o que resta dele.

Especificamente em relação ao TURISMO, há algumas variações no

processo de decisão de compra.

Em uma situação de compra de um produto turístico, as motivações e

intenções do consumidor, assim como os estímulos que transformam essas

intenções em escolha de produtos e destinações merecem atenção especial

(Moutinho apud GUARDANI,ARUCA e ARAUJO, 1996)zyxwvutsrqponmlkjihgfedcbaZYXWVUTSRQPONMLKJIHGFEDCBA

\

Motivos são predisposições que direcionam o indivíduo para atingir

determinados objetivos. Um potencial comprador pode estar motivado por

vários fatores (ENGEL, BLACKWELLe MINIARD, 1995).

PEARCE (1990) comenta que as primeiras declarações sobre motivação

em turismo foram feitas por Professor Gray no início da década de 1970. Este

afirma que há duas razões básicas que estimulam as ,-viagensde férias, quais

sejam:"wanderlusf' e"sunlusf'.

Wanderlust é definido como a característica básica na natureza humana

que faz com que alguns indivíduos queiram deixar as coisas que lhe são

familiares e buscar lugares e culturas diferentes e excitantes. Este desejo pode

não ser permanente, mas sim uma vontade de mudar temporariamente as

coisas conhecidas do dia-a-dia do trabalho e da casa por alguma situação

(32)

diferente ou melhor para um propósito específico, do que aqueles que existem

localmente.

Deste modo, wanderlust é visto com um fator que empurratsrqponmlkjihgfedcbaZYXWVUTSRQPONMLKJIHGFEDCBA(push factor)

as pessoas do lugar onde estão, enquanto sunlust é um fator de atração (pull

factor).

Raciocínio similarzyxwvutsrqponmlkjihgfedcbaZYXWVUTSRQPONMLKJIHGFEDCBA

é

desenvolvido por Bacal, A autora fala que, no caso

do turismo, os motivos podem ser de deficiências, isto é, aqueles que

correspondem à necessidade de fuga do cotidiano, ruptura com a rotina, stress,

sair da poluição e fugir de problemas. Uma outra possibilidade são os motivos

de excesso, que estão relacionados com a busca de um local de interesse e

deleite das férias, mais especificamente esses motivos estão relacionados com

diversão, conhecer novos lugares, buscar aventura, conviver coma natureza,

interesses culturais e congressos científicos (BACAL apud GUARDANI, ARUCA

e ARAUJO, 1996).

As motivações e as atitudes do consumidor sofrem diversas influências

ambientais, como apresentadas na figura a seguir:

FIGURA3:INFLUÊNCIAS AMBIENTAIS NAS MOTIVAÇÕES E ATITUDES DO CONSUMIDOR

Culturais

Familiares

Situacionais Étuicas

de Classes

sociais eMLKJIHGFEDCBAs t a t u s

Fonte: GUARDANI, ARUCA e ARAUJO, 1996, p.23

As influências pessoais referem-se aos valores dos indivíduos, estilo de

vida, situações econômico-financeira e personalidade. Possuem relação com

seus grupos de referência, os quais podem ser formais, possuindo membros

(33)

A relação desses grupos de referência determina o. consumo relacionado

aotsrqponmlkjihgfedcbaZYXWVUTSRQPONMLKJIHGFEDCBAstatus, por exemplo, a realização de viagens para ostentá-Ias aos demais

membros do grupo. Esses grupos também são responsáveis pela troca de

informações, a comunicação boca a boca, que no caso dos produtos turísticos

é um aspecto muito utilizado no levantamento de informações (GUARDANI,

ARUCA e ARAUJO, 1996).

As influências familiares estão relacionadas aos diferentes papéis

desempenhados pelos membros da família na compra de um determinado

produto turístico. É o caso, por exemplo, da família que decide viajar para

Disneyworld por influência dos filhos (GUARDANI, ARUCA e ARAUJO, 1996).

Para GUARDANI, ARUCA e ARAUJO (1996) é necessário fazer distinção

entre os tipos de unidades familiares, como pessoas divorciadas e solteiros,

que apresentam comportamentos específicos.

As influências situacionais referem-sezyxwvutsrqponmlkjihgfedcbaZYXWVUTSRQPONMLKJIHGFEDCBA.à comunicação, compra e situação

de uso do produto, ou seja, caracteriza-se pela exposição ou não do

consumidor a comunlcações pessoais com outros consumidores ou vendedores

ou com propaganda e publicações. No momento da compra do produto turístico

isso pode ser expresso na forma de abordagem dos vendedores e pelo

ambiente da agência que podem influenciar o comportamento do comprador

(GUARDANI, ARUCA e ARAUJO, 1996) .

.As influências culturais correspondem ao conjunto de valores, idéias e

símbolos que auxiliam o indivíduo a comunicar-se, interpretar e avaliar-se como

membro da sociedade. A função, a forma e os significados dos produtos são

definidos pelo contexto cultural do consumo, determinando o motivo pelo qual

as pessoas .cornpram um produto, suas expectativas e os símbolos de

significado associados a esses produtos (GUARDANI, ARUCA e ARAUJO,

1996).

Segundo GUARDANI, ARUCA e ARAUJO (1996), os diferentes grupos

culturais possuem diferentes informações de preço, qualidade e satisfação em

relação aos produtos, de acordo com seus diferentes valores (grifo dos

(34)

AstsrqponmlkjihgfedcbaZYXWVUTSRQPONMLKJIHGFEDCBAinfluências étnicas estão relacionadaszyxwvutsrqponmlkjihgfedcbaZYXWVUTSRQPONMLKJIHGFEDCBAà normas e valores de grupos' específicos formados'de acordo com a nacionalidade, religião, atributos físicos

ou região geográfica. Nesse sentido, afirma GUARDANI, ARUCA e ARAUJO

(1996), os grupos étnicos apresentam comportamentos, valores e atitudes

diferentes entre si.

O comportamento do consumidor também será determinado pela classe

social a qual pertence. A fim de determinar essas classes, os mercados podem

ser segmentados pela forma como os consumidores gastam seus rendimentos

e seu tempo, o que, onde e como compram; seus bens de aspiração; status;

valores; estilos de vida; interesses e comportamentos. GUARDANI, ARUCA e

ARAUJO (1996) afirmam que o lazer é realizado de diferentes formas de

acordo com as classes sociais.

Além da abordagem das influências ambientais sobre o comportamento

do consumidor, a literatura sobre o tema também aborda as etapas do

processo de decisão de compra de produtos turísticos.

No primeiro estágio, reconhecimento de necessidades, há dois

estímulos, que são a motivação e a atuação da publicidade e propaganda,

feitas através de comunicações sobre um país ou destino, publicações

turísticas em revistas, além de sugestões e recomendações de terceiros

(GUARDANI, ARUCA e ARAUJO, 1996).

O segundo estágio é aquele em que o indivíduo inicia a busca de

informações no conhecimento arquivado na memória ou no ambiente externo.

Vale ressaltar que a necessidade e a quantidade da busca externa dependem

da suficiência ou não das informações obtidas através da busca interior.

Para a compra de um novo produto turístico ou a primeira compra, é

necessária a busca de muitas informações, o que torna a decisão mais

demorada.

Durante este estágio, o consumidor se informará sobre todas as fontes de

assistência: agentes de viagem, operadoras turísticas, associações

profissionais e programas especializados em turismo. E também estará

(35)

Em uma situação em que as pessoas viajam sempre para o mesmo local e

que somente param de fazê-lo se suas expectativas em relaçãozyxwvutsrqponmlkjihgfedcbaZYXWVUTSRQPONMLKJIHGFEDCBA

à

destinação

deixarem de ser atendidas, já existe um conhecimento prévio, de modo que a

tomada de decisão é menos demorada. Neste caso, diz-seque a tomada de

decisão é rotineira (GUARDANI, ARUCA e ARAUJO, 1996).

Para BENI (1998) as decisões de compra de rotina são aquelas tomadas

rapidamente. O turista assim o faz fundamentado em um inventário de

conhecimentos e de atitudes que já existe em seu pensamento. Ele já possui

um estoque de informações úteis e válidas para esse momento.

Há um outro tipo de decisão,

.também

tomada instantaneamente, mas que

f

diverge da decisão "de rotina": trata-se da decisão de impulso.

Segundo BENI (1998), há consumidores que muitas vezes são atraídos

por folhetos, amplo material audiovisual, imagens na Internet, programas de

TV, etc. A conduta impulsiva pode ser provocada por qualquer tipo de

comunicação, quando esta é elaborada estrategicamente e é emitida em tempo

hábil. Para o autor, uma viagem a um destino determinado pode ser

completamente alterada por uma ação impulsiva, influenciada pela publicidade

de outro local, diferente do planejado.

BENI (1998) afirma que o marketing das agências de viagens e, em geral,

dos serviços turísticos podem aumentar seu volume de vendas,

aproveitando-se das decisões de impulso provocadas aproveitando-seja pela publicidade ou pelo pessoal

de vendas, que estimulam esses processos de decisão, bem como oferecem

substituição de destinações.

GUARDANI, ARUCA e ARAUJO (1996) possuem posição divergente no

que se refere à compra por impulso em turismo. Para estes autores, a compra

por impulso de atividades turísticas é menos habitual, pois envolve a utilização

de uma parcela considerável de tempo das pessoas (tempo livre)e. gasto de

dinheiro, que geralmente, é resultado de uma poupança feita no decorrer do

(36)

A partir das informações adquiridas no processo de busca, conduz-se ao

terceiro estágio,· que é atsrqponmlkjihgfedcbaZYXWVUTSRQPONMLKJIHGFEDCBAavaliação das alternativas. No caso do

produto-turístico, além do preço deve-se considerar o tempo de. permanência no local, a

distância a ser percorrida, o conforto e imagem percebida da destinação

(GUARDANI, ARUCA e ARAUJO, 1996).

Nesse estágio do processo, o consumidor será fortemente influenciado por

fatores que o motivam, como a simpatia ou aversão às dlestinações turísticas,

suas atitudes com relação ao seu conhecimento, sentimento e emoções, o risco

percebido e as experiências negativas com compras anteriores.

.

'-li

Como já visto, o produto turístico é formado por atrativos, facilidades de,,\\

permanência e acessibilidade. Dessa forma, a sua decisão de compra é:

i\:

zyxwvutsrqponmlkjihgfedcbaZYXWVUTSRQPONMLKJIHGFEDCBA \.'

determinada por vários aspectos, como o tipo e o número de atrações, "

facilidades e acessibilidade que o compõem, e estão relacionadas às

expectativas do turista conforme o tipo de viagem que deseja realizar, bem

como com a quantidade de dinheiro a ser gasta (GUARDANI, ARUCA e

ARAUJO, 1996).

Nesse sentido, os turistas mais "conservadores" geralmente preferem

excursões com hotéis, roteiros e horários determinados, enquanto os mais

"aventureiros" preferem determinar sozinhos os roteiros a serem seguidos e a

forma de segui-los (GUARDANI, ARUCA e ARAUJO, 1996).

Um outro fator que determina a escolha de um produto turístico é o tempo

disponível para a realização da viagem. As viagens de férias evidentemente

são mais longas, mais esperadas e mais caras do que uma viagem de final de

semana. Dessa forma demandarão um maior envolvimento do turista no

momento da compra de um pacote ou do estabelecimento de um roteiro,

aumentando também o nível de influência de todos os fatores anteriormente

comentados, quais sejam, familiares, grupos de referência e amigos

(GUARDANI, ARUCA e ARAUJO, 1996).

°

quarto estágio é o momento da compra do produto turístico, situação

em que o consumidor desenvolve uma série de expectativas, em relação à

(37)

(1996), até sua realização. Neste período o consumidor continua exposto às

várias fontes de informações de que dispunha antes e talvez novos canais de

informação, podendo, dessa forma tomar conhecimento de aspectos negativos

à respeito da destinação, e tornando-se inseguro em relação ao cumprimento

das expectativas.

O quinto estágio é otsrqponmlkjihgfedcbaZYXWVUTSRQPONMLKJIHGFEDCBAconsumo do produto turístico, ou seja, é a própria

-viagem. Desde o seu início, vários fatores podem alterar o grau de satisfação

do turista e cada aspecto da viagem em cada momento formará a satisfação .

geral do turista pós-compra.

O sexto estágio corresponde à avaliação pós-compra. Dependendo do

grau de satisfação ou insatisfação do turista após seu retorno. ele pode assumir

diferentes atitudes e opiniões a respeito da destinação e da(s) empresa(s) que

lhe prestaram serviço. No caso de ficar satisfeito, pode decidir voltar ao local e

recomendar aos amigos. Porém, se retornar insatisfeito, poderá buscar um

maior número de informações antes de realizar a escolha do próximo produto

turístico, além de influenciar negativamente seus familiares, amigos e grupo de

referência a respeito da destinação.

BAPTISTA (1997) propõe um modelo de estímulo e resposta do

comportamento do consumidor, que constitui uma visão global dos

componentes e está relacionado com os produtos ou serviços disponíveis, os

canais de comunicação existentes, as características demográficas, sociais e

econômicas, os traços de personalidade e as atitudes das pessoas; as suas

necessidades, os seus desejos e os seus objetivos. Esse modelo é

apresentado na figura a seguir e busca mostrar as inter-relações de um

processo dinâmico de como chegar à decisão de compra elou viajar para um

(38)

FIGURA 4 - Um modelo de estimulo-resposta do comportamento do consumidorzyxwvutsrqponmlkjihgfedcbaZYXWVUTSRQPONMLKJIHGFEDCBA

Aprendizagem Posição Característica>

Gama de social e psico gráficas

produtos econômica '\tsrqponmlkjihgfedcbaZYXWVUTSRQPONMLKJIHGFEDCBA

.I

comercializados

pela indús tria

Produto

turística Percepção Necessidades marca

desejos pre~

metas locaI de venda

t

Experiência Atitudes

Fonte: Adaptado de Baptista (1997)

Com este modelo BAPTISTA (1997) quer mostrar como se integram e

atuam os vários estímulos, desde os inputs até os outputs, tendo em conta as

diferenças individuais afetadas, condicionadas e definidas pelas influências

ambientais

Segundo BENI (1998), são os elementos de juízo subjetivo, individuais,

que fazem com que uma pessoa eleja uma determinada destinação ou outra. A

psicologia vem revelando um grande desenvolvimento em muitas áreas de

atividade desde a Segunda Guerra Mundial, e os gerentes da maioria das

empresas têm se valido dessa ciência para desenvolver seu trabalho.

Os fatores psicológicos que exercem influência na decisão do turista sâo;

~i:~-,'

(39)

A percepção é o processo pelo qual o indivíduo seleciona, organiza e

interpreta a informação para criar quadros do mundo; é uma apreensão da

realidade através dos sentidos (BENI, 1998).

A percepção possui três características, são elas: a subjetividade, a

seletividade e a ponderação (CRESSY e LAUDADIO apud BENI, 1998).

A primeira e mais importante, do ponto de vista comercial, é a

subjetividade. A pessoa vê aquilo que quer ver e ouve o que quer ouvir. Cada

segmento da população é atraído por diferentes motivos, quezyxwvutsrqponmlkjihgfedcbaZYXWVUTSRQPONMLKJIHGFEDCBA

são

os que lhe

impulsionam ao ato da compra.

A segunda característica é a seletividade; com ela o indivíduo seleciona

o que considera intéressante e relevante. São incontáveis os estímulos que

incidem nos vários sentidos, mas relativamente poucos conseguem penetrá-los.

A

percepção

realiza o papel de filtro com relação à amplitude de informações recebidas. Assim sendo, somente o que passa por este filtro, ou seja, o que é

percebido é, efetivamente, considerado na avaliação de um produto.

Aterceira característica, que segundoBENI (1998) é muito significante, é

a ponderação depois da função de seleção. Em outras palavras, a percepção

procede a uma r:,eavaliaçãodo valor dos elementos que foram escolhidos. Com

base nos elementos já existentes na memória, atitudes e juízos do indivíduo,

assim como opiniões e recordações de outras pessoas, o objeto ganha uma

estrutura final e um peso muito distintos de uma pessoa para outra

O aprendizado é um outro fator que influencia na decisão de compra.

Ele se refere às mudanças produzidas na conduta individual do turista

considerando experiências anteriores, que influirão na resolução eventuais

problemas na viagem planejada, de maneira a satisfazer suas expectativas~:,

(BENI,1998).VUTSRQPONMLKJIHGFEDCBA

A personalidade refere-se às características individuais de uma pessoa e ajudam explicar o comportamento do consumidor diante de determinadas

(40)

OsMLKJIHGFEDCBAm o t i v o s , que são os pensamentos propnos e dirigem o

comportamento para determinadas metas. São as razões que levam a realizar

uma viager:n, os fatores pessoais que incitam à ação (SENil, 1998).

As a t i t u d e s são as predisposições individuais quando se avaliam alguns

símbolos, objetos, aspectos da destinação turística e pessoas, de uma maneira

positiva ou negativa, favorável ou desfavorável (SENI, 1998).

Em toda decisão de compra podem surgir riscos que devem ser levados

em conta e que o consumidor tenta evitar para que o destino escolhido, ou o

pacote adquirido, reuna as condições apropriadas e não lhe crie problemas

inesperados.

Segundo SENI (1998), há dois tipos de riscos que podem ocorrer na

compra de produtos turísticos:

• risco funcional: surge quando a destinação de viagem escolhida não

reúne as condições de infra-estrutura urbana e de serviços necessários

para que o produto seja normalmente aceito. Por exemplo, quando um

serviço não é prestado adequadamente, ou descuido e abandono da

cidade onde se deseja passar as férias.

• risco psicofuncional, que é mais complexo e difícil , pois nele intervém' o

aspecto psicológico do turista. Os turistas tendem a idealizar suas

viagens; eles nunca pensam que irão para um lugar onde não haja sol, e

possa haver um choque emocional produzido por ambiente deteriorado.

Os conceitos vistos até aqui referem-se ao processo de decisão relativo a

quaisquer produtos turísticos. No tópico a seguir, abordaremos especificamente o

(41)

2.3 - Turismo de Aventura

Há basicamente duas teorias que propõem conceituar turismo de

aventura: a Risky Theory e a Mastery Theory.

A Risky Theory é considerada standard, é o estado da arte da teoria do

turismo de aventura.

Para alguns autores, o turismo de aventura está inevitavelmente

associado a atividades ao ar livre, onde os participantes entram em contato

com a natureza objetivando risco. O comportamento aventureiro deve possuir o

componente risco ou seja, é a busca do risco que caracteriza a aventura

(EWERT, 1989).

A fim de apurar um pouco mais o conceito de turismo de aventura,

EWERT (1989) alerta que é necessário fazer uma distinção entre recreação e

aventura propriamente dita. O autor compara algumas atividades que buscam

aventura como rapper', velejar, backpackinq" com atividades como pescar e

caçar, as quais denomina recreação.

Buscando distinguir aventura e recreação, EWERT (1989) enfatiza que o

critério definitivo para caracterizar aventura éa busca do risco:

o

tsrqponmlkjihgfedcbaZYXWVUTSRQPONMLKJIHGFEDCBAque distingue as atividades de aventura daquelas mais comumente

associadas com recreaçãozyxwvutsrqponmlkjihgfedcbaZYXWVUTSRQPONMLKJIHGFEDCBAé a busca deliberada por risco e incerteza ... Muito

embora ambas as formas de recreação envolvam elementos de

habilidade ...somente na perseguição de aventura há uma deliberada inclusão

de atividades que talvez contenham ameaça para

a

saúde

e

vida individual.

(EWERT, 1989, p.13).

Indo além, EWERT (1989) afirma que pessoas com diferentes níveis de

conhecimento e habilidades irão buscar diferentes graus de risco. Ele explica

que à medida que uma pessoa adquire maior habilidade e destreza em um

esporte ou atividade, ela irá buscar um grau mais elevado de risco. Neste caso,

Imagem

GRÁFICO 1
FIGURA 1: LAzER, RECREAÇÃO E TURISMO
FIGURA 2: COMPONENTES DO PRODUTO TURiSTICO
FIGURA 3: INFLUÊNCIAS AMBIENTAIS NAS MOTIVAÇÕES E ATITUDES DO CONSUMIDOR
+7

Referências

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