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Espacialização da leishmaniose tegumentar na cidade do Rio de Janeiro.

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Academic year: 2017

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Espacialização da leishmaniose tegumentar

na cidade do Rio de Janeiro

Spatial distribution of tegumentary leishmaniasis

in the city of Rio de Janeiro

1 Secretaria Estadu al de Saú d e d o Rio d e Jan eiro. Ru a M éx ico 128, Rio d e Jan eiro, RJ 20031-142, Brasil. h k aw a@u ol.com .br 2 Departam en to de En dem ias Sam u el Pessoa, Escola N acion al d e Saú d e Pú blica, Fu n d ação Osw ald o Cru z . Ru a Leop old o Bu lh ões 1480, Rio d e Jan eiro, RJ 21041-210, Brasil. sabroz a@en sp.fiocru z .br Helia Kaw a 1,2

Pau lo Ch agastelles Sabroz a 2

Abstract Th e au th ors an alyze th e h istorical an d sp atial d eterm in an ts of th e im p lan tation , p er-sist en ce, a n d sp rea d of cu t a n eou s leish m a n ia sis in t h e m u n icip a lit y of Rio d e Ja n eiro a n d t h e lin k s betw een th e d isease an d th e organ iz ation of u rban sp ace an d occu p ation p rocesses on th e p erip h ery of t h e cit y b egin n in g in t h e ea rly 20t h cen t u ry t h rou gh t h e 1980s. A p a t t ern of ou t -break s th at w as restricted an d sp atially d iscon tin u ou s bu t sequ en ced w as observed an d seen to be lin k ed t o a d yn a m ic p rocess of u rba n rea l est a t e a p p recia t ion , com p risin g a la rge en d em ic area for cu tan eou s leish m an iasis. An an alysis of th e occu p ation an d organ ization of u rban sp ace in th e so-called Western Zon e of Rio d e Jan eiro w as con d u cted , con sid erin g n ew fu n ction s of sp tial elem en ts ex p ressed th rou gh ch an gin g w ork relation s, lan d u se, an d lan d valu e. Urban iz a-tion of th e area p rod u ced th e n ecessary con d ia-tion s to in ten sify an en d em ic p attern of w ell-d efin ed ou tbreak s w h ere h u m an m obility an d th e w ork p rocess in creased con tact betw een su scep -tible in d ivid u als an d vectors. An alysis sh ow ed sp atial u n its w ith d ifferen tiated risk levels. Key words Leish m an iasis; Disease Ou tbreak s; Sp atial An alysis; Zoon osis; Ep id em iology

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Introdução

A leish m a n io se tegu m en ta r (LT) é u m a en d e-m ia qu e vee-m e-m ostran d o, n as d écad as recen tes, u m a u m en to exp ressivo n o n ú m ero d e ca so s, a ssim com o u m a im p orta n te d ifu sã o esp a cia l (MS, 2000).

Um a d a s o b ser va çõ es q u e m a is ch a m o u a a ten çã o n este p erío d o fo i o registro d a tra n s-m issão es-m áreas d e ocu p ação an tiga e, in clu si-ve, em esp aços u rb an os, con trarian d o a exp ecta tiva d e q u e, co m o a u m en to d a p ressã o a n -tróp ica e a con seq ü en te elim in a çã o d os focos n a tu ra is, esta en d em ia d everia ter su a im p or-tân cia red u zid a (Pessoa & Barreto, 1948).

Reven d o a literatu ra, Valim (1993) d escreve três p a d rõ es d e tra n sm issã o d a LT n o Bra sil. Um p ad rão silvestre, localizado n a região Am a-zôn ica e n o Cen tro-Oeste b rasileiro, n o q u al a tran sm issão ocorre em focos n atu rais em ecossistem as florestais. Um segu n d o p ad rão, tam bém em focos n aturais com ciclo silvestre, m an tid o em á rea s floresta is p reserva d a s com o ru -gosidades em áreas de p rodu ção agrícola trad i-cio n a l, co m o o co rre n o No rd este n o s esta d o s d o Cea rá e d a Ba h ia e, n a Regiã o Su d este, em Min as Gerais e n o Rio d e Jan eiro. E, ain d a, u m terceiro p ad rão d e tran sm issão, cu ja ocorrên -cia tem sid o ob servad a n as p eriferias d e áreas u rb an as.

Deve ser d estacad o qu e sob a d en om in ação d e ciclo u rb an o foram agregad as áreas com ca-racterísticas d istin tas, q u e p arecem con figu rar situ ações p articu lares n a tran sm issão d a en d e-m ia: aqu elas on d e ocorreu a exp an são d a cid a-d e n os lim ites a-d a floresta, com o foi ob servaa-d o em Ma n a u s o n d e o veto r é silvestre e o risco d ecorre d a d istân cia en tre o in d ivíd u o e a m ata (An d rad e, 1998); áreas com p reservação d e p e-qu en os trech os com cob ertu ra florestal p reser-vad a n o in terior d o esp aço u rb an o, com p ossi-b ilid ad e d e exp osição even tu al d o in d ivíd u o ao p arasita n este am b ien te restrito (Gom es & Neves, 1998) e, fin a lm en te, á rea s em q u e o p ro -cesso d e u rb an ização criou as con d ições favo-ráveis à p rod u ção d e focos d a en d em ia, com o n a cid ad e d o Rio d e Jan eiro, assegu ran d o a p ersistên cia e rep ro d u çã o a m p lia d a d a leish m a -n iose tegu m e-n tar (Kawa, 1998).

Nesta cid a d e, ca so s a u tó cto n es d e LT vêm sen d o registrad os d e form a d escon tín u a, d esd e a p rim eira d écad a d o sécu lo XX. O p rim eiro re-gistro foi efetu ad o p or d’Utra-e-Silva em 1915.

Em 1922, ocorreu u m a ep id em ia n a locali-d alocali-d e locali-d e Águ as Férreas, n o b airro locali-d o Cosm e Ve-lh o, n a região cen tral d a cid ad e, estu d ad o p or Cerq u eira & Vascon cellos (1922), q u e foi a p ri-m eira d escrita eri-m área u rb an a n o Brasil.

Ap ós u m p eríodo silen cioso de cerca de cin -q ü en ta an os, a LT reap areceu n o Rio d e Jan ei-ro, já agora n a Zon a Oeste d a cid ad e, e, a p artir d aí, p assou a ap resen tar u m a im p ortan te d ifu -sã o esp a cia l, in clu sive p a ra m u n icíp io s vizi-n h os com o Niterói, Mavizi-n garatib a, Nova Igu açu (Oliveira Neto et a l., 1988; Soa res et a l., 1995). Estu d os ep id em iológicos realizad os n os focos d e tran sm issão d a Região Metrop olitan a d o Rio d e Ja n eiro, p u d era m ca ra cteriza r u m p a d rã o, con ju n to d e características ep id em iológicas e fatores d e risco, b astan te d iferen te d aqu ele ob -ser va d o n o s tra b a lh o s rea liza d o s n a s fren tes agrícolas. Den tre eles d estacam -se: in cid ên cia igu a l p o r id a d e e sexo, a u sên cia d e risco o cu -p acion al, b aixa -p ro-p orção d e form as m u cosas e acen tu ad a agregação fam iliar d os casos (Sab roza, 1981). O p arasita isolad o n os casos h u -m a n o s fo i se-m p re a Leish m an ia braz ilien sis (Grim ald i Jr. et al., 1989).

Os leva n ta m en to s en to m o ló gico s m o stra -ram qu e o fleb otom ín eo en con trad o com m ais freq ü ên cia n esses fo co s fo i a Lu tz om ya in ter-m edia,rep resen tan do cerca de 90% dos an im ais cap tu rad os n as coletas realizad as n as p roxim i-d ai-d es i-d o i-d om icílio, segu ii-d a i-d e Lu . m igon ei. A Lu . in term ed iafoi a ú n ica esp écie en con trad a in fecta d a co m L. braz ilien sis (Ra n gel et a l., 1990) e é extrem a m en te a d a p ta d a à s á rea s d e tran sição situ ad as n o lim ite en tre o p erid om i-cílio e as m atas d e segu n d a form ação, com o fi-cou d em on strad o n os focos d e São Pau lo e d o Rio d e Ja n eiro (Go m es, 1979; Go m es & Neves, 1998; Lim a, 1986; Ran gel et al., 1990).

A ocorrên cia das doen ças en dêm icas depen -d e tan to -d as características b iológicas -d os ele-m en tos qu e p articip aele-m n o ciclo de tran sele-m issão com o de determ in an tes históricos, sociais e am -bientais (Albuquerque, 1993; Sabroza et al., 1992). Diverso s p esq u isa d o res d esta ca m a rele-vâ n cia d o esp a ço socia lm en te orga n iza d o co-m o u co-m a categoria essen cial n a in vestigação d o p ro cesso sa ú d e-en ferm id a d e, la n ça n d o m ã o d o con ceito d e esp aço geográfico, u tilizad o p e-la Geografia Crítica, n a an álise d a in teração d a socied ad e com a n atu reza (Silva, 2000).

Na cid ad e d o Rio d e Jan eiro, trab alh os im -p ortan tes vêm -p rocu ran d o relacion ar o m ovi-m en to d e esp acialização d os p rocessos d e p ro-d u çã o e rep ro ro-d u çã o so cia l co m a s co n ro-d içõ es con cretas d e vid a d e gru p os sociais p articu la-res (Ab reu , 1992; Corrêa, 1992; Rib eiro, 1997) e os m od elos d esen volvid os têm trazid o con tri-b u içõ es releva n tes a o estu d o d o s p a d rõ es d e en d em icid ad e d as d oen ças n as cid ad es b rasi-leiras (Sab roza et al., 1995).

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-tação, p ersistên cia e d ifu são d a LT n o Mu n icí-p io d o Rio d e Jan eiro, e su a articu lação com os p rocessos d e organ ização e ocu p ação d o esp a-ço u rb an o n a p eriferia d a cid ad e, d o in ício d o sécu lo até o fin al d a d écad a d e oiten ta.

Material e métodos

A série h istórica d e registro d a LT n o Estad o d o Rio d e Jan eiro foi in iciad a em 1974, a p artir d o trab alh o d esen volvid o p elo Gru p o d e Estu d o e Con trole d a Leish m an iose em Jacarep agu á, d o Min istério d a Sa ú d e, cu jo s d a d o s en co n tra m -se con solid ados n o Dep artam en to de En dem ias Sam u el Pesso a , Esco la Na cio n a l d e Sa ú d e Pú -b lica, Fu n d ação Oswald o Cru z. Com o térm in o d a s a tivid a d es d esse Gru p o, a extin ta SUCAM (Su p erin ten d ên cia d e Ca m p a n h a s d e Sa ú d e Pú b lica , a tu a l Fu n d a çã o Na cio n a l d e Sa ú d e), torn ou -se resp on sável p elo registro, d iagn ósti-co e tra ta m en to d a leish m a n io se n o Po sto d e Saú d e d e Vargem Gran de, da Secretaria Mu n ici-p al de Saú d e d o Rio d e Jan eiro, on d e foram co-letad os tod os os d ad os referen tes à d oen ça u ti-lizad os n o p resen te estu d o.

A cid a d e d o Rio d e Ja n eiro situ a -se n a Re-giã o Su d este Bra sil, n o lito ra l a tlâ n tico su l, e ocu p a u m a área d e 1.255,3km2, com as segu in -tes coord en ad as: latitu d e extrem o n orte 22o45’ 05”S, latitu d e extrem o su l 23o04’10”S, lon gitu -d e extrem o leste 43o06’ 30” Wgr., lon gitu d e ex-trem o oeste 43o47’40” Wgr. (IPLANRIO, 1995).

As in form ações p op u lacion ais foram extraí-d as extraí-d o An u ário Estatístico extraí-d a Ciextraí-d aextraí-d e extraí-d o Rio extraí-d e Jan eiro 93/ 94, ed itad o p ela Em p resa Mu n icip al d e In form ática (IPLANRIO, 1995). Os m ap as fo-ra m a d a p ta d o s a p a rtir d e figu fo-ra s d o m esm o An u ário.

A recu p eração h istórica referen te à LT e à ci-d aci-d e ci-d o Rio ci-d e Jan eiro foi feita através ci-d e revi-são bibliográfica em in stituições esp ecializadas. A m eto d o lo gia a d o ta d a n a a n á lise d o s d a -dos e do p rocesso de esp acialização da leish m an iose tegu m ean ta r u tilizou ca tegoria s d a orga -n ização social d o esp aço u rb a-n o e d a teoria d e focos d e d oen ças n atu rais (Pavlovsky, 1964), e m o d ifica d o s p ela a tivid a d e h u m a n a (Ro sicky, 1967; Sin n ecker, 1976).

O con ceito d e esp aço foi tom ad o d e San tos (1988:26): “o esp aço d eve ser con sid erad o com o u m con ju n to in d issociável d e qu e p articip am , de u m lado, certo arran jo de objetos geográficos, objetos n atu rais e objetos sociais, e de ou tro, ... a sociedade em m ovim en to”.

Para an álise d a ocu p ação d o solo d o Rio d e Jan eiro, u tilizou -se o con ceito d e região u rb an a d a escola d a Geografia Crítica: “...região é u m a

en tidade con creta, resu ltado de m ú ltiplas deter-m in ações, ou seja, d a efetivação d os deter-m ecan is-m os de region alização sobre u is-m qu adro territo-rial já p reviam en te ocu p ad o, caracterizad o p or u m a n atu reza já tran sform ada, h eran ças cu ltu -rais e m ateriais e d eterm in ad a estru tu ra social e seu s con flitos” (Corrêa, 1987:46).

Resultados

O p rim eiro caso au tócton e d e LT n o Estad o d o Rio de Jan eiro foi registrado por Rabello em 1913. Dois an os d ep ois, d’Utra-e-Silva (1915) re-feriu a ocorrên cia d a d oen ça em algu n s m u n i-cíp ios e localid ad es d o estad o: Cam p os, Can tagalo, Itaocora, Itacu ru çá, Macaé, Maricá, Man -ga ra tib a , Po rto d a s Flo res, Sã o Jo sé d a Bo a Morte e n a cid ad e d o Rio d e Jan eiro, n os b air-ros d e Realen go, Jacarep agu á e Gávea.

Em 1922, o co rreu u m a ep id em ia d e cerca d e cin q ü en ta ca so s em lo ca lid a d es p ró xim a s d os b airros d e San ta Teresa e Cosm e Velh o, d is-tan tes ap en as 4km d o cen tro d a cid ad e.

Registros d a ép oca referem a ocorrên cia d e casos esp orádicos desde 1919 n esta m esm a área (Cerqu eira & Vascon cellos, 1922).

Nesses p erío d o s fo ra m a co m etid o s in d istin tam en te h om en s, m u lh eres e crian ças, p rin -cip alm en te aq u eles q u e resid iam p erto d a flo-resta, q u e h avia sid o p reservad a d en tro d o p e-rím etro u rb an o. As p essoas atin gid as n ão eram tra b a lh a d o res a gríco la s, co m o h a via sid o o b -ser va d o n a s ep id em ia s registra d a s em o u tro s estados (Aragão, 1922; Cerqueira & Vascon cellos, 1922) em com p aração ao ob servad o n a fren tes p ion eiras d e São Pau lo.

A gran d e m aioria d esses p acien tes ap resen -tava u lcerações com u n s com asp ecto caracte-rístico d a s p ro d u zid a s p ela L. braz ilien sis.As lesõ es era m ú n ica s o u m ú ltip la s, lo ca liza d a s n os m em b ros in feriores, p escoço, face e cab eça, sen do raras n o tron co. A p rop orção de d oen -tes en con trad os com lesão m u cosa (três casos o u 11,6%) fo i co n sid era d a b a sta n te red u zid a em relação ao total, em b ora m u ito alta qu an d o com p arad a com as freqü ên cias atu ais.

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Essa região ap resen tava características am -b ien tais -b astan te p articu lares. Desd e o ciclo d e cu ltivo d o café, n o in ício d o sécu lo XIX, su a ve-getação p rim itiva h avia sid o m u ito d evastad a. Em 1856, d evid o à n ecessid ad e d e p roteger os m an an ciais q u e ab asteciam d e águ a a cid ad e, com eçou o p rocesso de reflorestam en to do Ma-ciço d a Tiju ca (Ab reu , 1992), on d e se con stitu i-ria, an os d ep ois, o Parqu e Nacion al d a Tiju ca, a m a io r flo resta tro p ica l lo ca liza d a n u m a á rea u rb an a.

Dep ois d o su rto em Águ as Férreas em 1922, n o lim ite en tre a flo resta e a s á rea s u rb a n iza -d a s, n ã o fo ra m m a is registra -d o s ca so s -d e LT n os b airros p róxim os às várzeas e en costas d o Maciço d a Tiju ca.

Cin q ü en ta e d o is a n o s m a is ta rd e, su rgiu u m a n ova ep id em ia n o m u n icíp io d o Rio d e Ja-n eiro (Sa b roza , 1981), a go ra em Ja ca rep a gu á , Zon a Oeste d a cid ad e, com 162 casos n ovos re-gistra d o s, a tin gin d o lo ca lid a d es situ a d a s n a s várzeas e en costas d o m aciço d a Ped ra Bran ca, p róxim o à estrad a d os Ban d eiran tes, qu e corta a Região Ad m in istrativa (RA) d e Jacarep agu á e a d a Barra d a Tiju ca (Figu ra 1).

Na Tab ela 1, en con tra-se a d istrib u ição d os casos d e LT n otificad os n o an o d e 1974, p or lo-ca l d e resid ên cia . Va rgem Gra n d e e Ca m orim , localizad as atu alm en te n a RA d a Barra d a Tiju ca, foram aqu elas qu e ap resen taram m aior n ú -m ero d e d oen tes.

Assim co m o n a ep id em ia d e 1922, a freq ü ên cia d a LT fo i a m esm a em h o m en s e m u -lh eres, e 52% d os casos ocorreram em m en ores d e 14 an os.

A in cid ên cia glo b a l d a d o en ça n essa á rea n o a n o d e 1974, fo i d e 10 p o r m il h a b ita n tes, ob servan d o-se u m risco m u ito m aior n as loca-lid a d es situ a d a s n a s vá rzea s e en co sta s (19,9 p or m il h ab itan tes) d o q u e n a b aixad a (1,4 p or m il h ab itan tes).

O estu d o en tom ológico n os d iversos focos, m ostrou qu e a Lu . in term ediafoi a esp écie m ais freq ü en tem en te en co n tra d a n o s d o m icílio s, p eri-d om icílios e ab rigos d e an im ais d om ésti-co s (92,65%), segu id a d a Lu . m igon ei (6,8%) (Sab roza, 1981).

O con ju n to d e in vestigações realizad as n a-qu ela op ortu n id ad e ressaltou a im p ortân cia d o d o m icílio co m o fa to r d e risco n a tra n sm issã o d a LT em Jacarep agu á em 1974. Mostrou tam -b ém , qu e as características ep id em iológicas fo-ram m u ito sem elh an tes àqu elas da ep idem ia d e 1922, em b ora a d oen ça ap resen tasse u m a d is-trib u ição b em m ais am p la d o q u e a ob servad a n a d écad a d e 1920.

Nos an os segu in tes à ep id em ia d e 1974 em Ja ca rep a gu á , n ovo s su rto s ep id êm ico s d e LT

atin giram ou tras localid ad es e b airros d a cid a-d e, tam b ém situ aa-d os n as en costas e várzeas a-d o Maciço d a Ped ra Bran ca, esten d en d o a área d e en d em icid ad e às en costas e verten tes d as b ai-xad as d e Cam p o Gran d e e Gu aratib a (Figu ra 2). De 1975 a 1988, fo ra m registra d o s m a is 1.006 d oen tes d e LT n o Mu n icíp io d o Rio d e Ja-n eiro, co m u m a m éd ia a Ja-n u a l d e 72 ca so s, q u e som ad os aos 162 p acien tes d iagn osticad os em 1974, atin gem u m total d e 1.168 n otificações.

As características ep id em iológicas d os p a-cien tes n esse p eríod o foram n ovam en te m u ito sem elh a n tes à q u ela s en co n tra d a s n a s ep id e-m ias d e 1922 e 1974: a freq ü ên cia foi a e-m ese-m a em h om en s e m u lh eres, e casos tam b ém ocor-reram em m en ores de 10 an os de idade (21,7%). No en ta n to, verifico u -se q u e a o co n trá rio d a s ep id em ia s a n terio res, q u e se m a n tivera m circu n scrita s a focos d efin id os, n o p eríod o d e 1975 a 1988, a LT p a sso u a a p resen ta r u m p a -d rão -d e -d istrib u ição esp aço-tem p oral caracte-rizad o p or su a d ifu são e p rop agação através d e fo co s tem p o rá rio s. Na Ta b ela 2, o b ser va -se a freqü ên cia d os registros d e LT em d istin tos p e-ríod os estu d ad os, d e 1975 a 1988, p or local d e resid ên cia , verifica n d o -se q u e, em in ter va lo s d e tem p o d istin to s, o s d o en tes se co n cen tra -ram em d iferen tes localid ad es.

A partir de 1975, as m aiores proporções de ca-sos foram observadas em Vargem Grande (15,5%), bairro da RA da Barra da Tijuca (XXIV) e nas loca-lid ad es Ilh a d e Gu aratib a, Barra d e Gu aratib a e Estrada das Taxas, n a RA de Guaratiba (Tabela 2). En tre 1978 e 1980, Gru m ari e Piab as, situ a-d as n a RA a-d a Barra a-d a Tiju ca (XXIV RA) e Pau a-d a Fom e, n a XVI RA ( Jacarep agu á), foram resp on -sá veis p o r 18% e 24,3% resp ectiva m en te, d o s casos (Tab ela 2).

As lo ca lid a d es d a RA d e Ca m p o Gra n d e (Ca m p o Gra n d e, Rio d a Pra ta , Ca b u çu , Ca b o -clo s, La m eirã o Peq u en o e Viega s), co n trib u í-ra m d e m a n eií-ra exp ressiva en tre 1981 e 1984, so m a n d o ju n ta s, a p roxim a d a m en te, 27% d o s d o en tes n o tifica d o s. Nesse m esm o p erío d o, Vargem Gran d e e Cam orim , localid ad es d a RA d a Ba rra d a Tiju ca , vo lta ra m a a p resen ta r a s m a io res p ro p o rçõ es d e d o en tes, registra n d o, cad a u m a, ap roxim ad am en te 13% d e casos.

Nos q u atro an os p osteriores (1985 a 1988), Va rgem Gra n d e n ova m en te registro u o m a io r p orcen tu al d e casos (20,5%), segu id a d as loca-lid ad es situ ad as n a RA d e Jacarep agu á (Pau d a Fo m e, Rio Gra n d e e Rio Peq u en o ), q u e fo ra m resp on sáveis p or 20,8 % d os d oen tes n otifica-d os n esse p eríootifica-d o.

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Co m p a ra n d o esta figu ra co m a q u ela o n d e se en con tra m os focos d e LT id en tifica d os em 1974 (Figu ra 1), p od e-se ob servar q u e tod as as lo ca lid a d es o n d e a en ferm id a d e se m a n teve, estã o situ a d a s n a s verten tes e vá rzea s p ró xi-m as às en costas d o Maciço d a Ped ra Bran ca.

No ta -se a in d a , n essa s m esm a s figu ra s, a d isp ersã o d o s ca so s d e LT p ela Zo n a Oeste d a cid ad e n o p eríod o d e 1975 a 1988, con figu ran d o a gran d e exten são d a área en d êm ica d o m u -n icíp io. Ob ser va -se a ssim , u m a d istrib u içã o d esigu a l d a en d em ia ca ra cteriza d a p ela p

re-sen ça d e d iversos focos d escon tín u os, in terlad os p or localid ad es on d e ocorrem ap en as ca-sos isolad os.

O com p ortam en to d o p ad rão d e d istrib u i-ção esp acial in d ica qu e a d in âm ica d a localid a-d e n ã o p o a-d e ser a n a lisa a-d a a p en a s a p a rtir a-d o lu ga r on d e ela se en con tra . Torn a se n ecessá rio situ ála n o con texto d a região on d e está in -serid a, a p artir d e u m a p ersp ectiva in tegrad o-ra , ou seja , con sid eo-ra n d o su a d in â m ica regio-n al e a p rod u ção social d o esp aço oregio-n d e a traregio-n s-m issão se s-m aterializa.

Figura 1

Área atingida em 1922 e 1974 e principais focos* de leishmaniose tegumentar americana. Município do Rio de Janeiro**, 1974.

* Localidades que registraram cinco casos ou mais no período. Localização aproximada. ** Mapa adaptado do Anuário Estatístico da Cidade do Rio de Janeiro, 1993/1994. Mapa 17.

Área urbanizada Área institucional Área florestada

Área agropastoril

Área com outro tipo de ocupação Grumari/Piabas 5 casos

Vargem Grande 66 casos

Sacarrão 7 casos

Vargem Pequena 5 casos

Camorim 60 casos Maciço do

Gericinó

Maciço da Pedra Branca

Maciço da Tijuca

Área atingida em 1974

(6)

A Tab ela 3, ap resen ta algu m as característi-cas d as áreas en d êm icaracterísti-cas d e LT n o Mu n icíp io d o Rio d e Jan eiro, registran d o d iferen ças relevan tes. On d e a s ta xa s d e crescim en to p o p u la cio -n al eram elevad as com o Rioce-n tro e Recreio, os valores d a d en sid ad e p op u lacion al líq u id a fo-ra m o s m a is b a ixo s. Já em Ca m p o Gfo-ra n d e e, p rin cip a lm en te, em Ba n gu , verifica ra m -se a l-tas d en sid ad es p op u lacion ais e b aixas taxas d e in crem en to p op u lacion al. Essa h eterogen eid

a-d e n o p erfil a-d em ográfico a-d as áreas en a-d êm icas exp ressa m o m en to s d istin to s n o p ro cesso d e o cu p a çã o u rb a n a : en q u a n to Rio cen tro e Re-creio ap resen taram u m p rocesso d e exp an são, Ban gu e Cam p o Gran d e já eram áreas con soli-d asoli-d as soli-d o p on to soli-d e vista soli-d a organ ização soli-d o es-p aço d a cid ad e.

A relação en tre essas d u as variáveis (cresci-m en to e den sidade populacion al líquida) co(cresci-m as taxas de in cidên cia m édia de LT n as resp ectivas áreas en dêm icas en con tram -se n as Figuras 4 e 5. Ob serva-se q u e as taxas d e in cid ên cia m é-d ia é-d a LT n o p e río é-d o e st u é-d a é-d o, fo ra m m u it o m ais elevad as em áreas en d êm icas q u e se en co n tra va m em p ro cesso d e co n so lid a çã o, co -m o Rio ce n tro e Re cre io, q u e re gistra ra -m re sp ectivam en te 45,46 e 18,26 sp or 10 m il h ab itan -tes. Em Ban gu e Cam p o Gran d e, áreas en d êm i-ca s já con solid a d a s d o p on to d e vista u rb a n o, a tran sm issão d a en d em ia foi m u ito m ais b ai-xa (0,65 e 0,05 p or 10 m il h ab itan tes, resp ectiva m e n te ) a p o n ta n d o q u e a d in â m ica d o p ro -cesso en d êm ico -ep id êm ico d a LT n o Mu n icí-p io d o Rio d e Jan eiro, gu ard a estreita associaçã o co m o s p ro ce sso s p a rticu la re s d e o cu p a -ção d a cid ad e.

Tabela 1

Localidades da cidade do Rio de Janeiro que registraram cinco ou mais casos de leishmaniose tegumentar em 1974.

Localidade Casos %

Camorim 60 37,3

Vargem Pequena 5 3,1

Vargem Grande 66 41,0

Sacarrão 7 4,3

Grumari/Piabas 5 3,1

Outros 18 11,2

Total 161 100,0

Campo Grande (196 casos)

Bangu (35 casos)

Guaratiba

(62 casos) Barra da Tijuca (444 casos)

Jacarepaguá (218 casos) Figura 2

Regiões administrativas com ocorrência de casos de leishmaniose tegumentar. Município do Rio de Janeiro*, 1974 a 1988.

(7)

Discussão

Os trab alh os realizad os n os focos d e LT n o Mu n icíp io d o Rio d e Ja n eiro e su a regiã o d e in -flu ên cia, n as ú ltim as d écad as, fu n d am en tad os n os m od elos b io-ecológicos d esen volvid os p e-la lin h a d e in vestiga çã o d a m ed icin a tro p ica l, m o stra ra m reitera d a m en te a im p o rtâ n cia d o lu ga r d e tra n sm issã o e ta m b ém id en tifica ra m os d iferen tes elem en tos qu e con stitu em o ciclo b á sico d e p ro d u çã o e rep ro d u çã o d a LT, co m exceçã o a p en a s d o s seu s reserva tó rio s silves-tres, ain da n ão iden tificados (Agu iar et al., 1996; Azeved o, 1984; Barb osa-San tos et al., 1998;

Li-m a, 1986; Marzoch i, 1985; Marzoch i &aLi-mp; Marzo-ch i, 1994; Pirm ez, 1986; Sa b roza , 1981; Soa res et al., 2000; Toled o, 1987).

No en ta n to, to d o esse co n h ecim en to a cu -m u la d o n ã o p er-m itiu exp lica r a p ro d u çã o, a p ersistên cia e a d istrib u ição esp aço-tem p oral d essa en d em ia n a p eriferia d a área u rb an izad a d a cid ad e d o Rio d e Jan eiro.

Aq u elas variáveis, tão relevan tes n a d escri-çã o d o lu ga r d e tra n sm issã o d a d o en ça , m o s-tra ra m -se in su ficien tes p a ra co m p reen d er o con ju n to d e focos estru tu rad os q u e con stitu í-ram a região d e en d em icid ad e d e LT n o Rio d e Jan eiro, trazen d o a n ecessid ad e d a con stru ção

Tabela 2

Distribuição dos casos de leishmaniose tegumentar por período de estudo e local de residência*. Município do Rio de Janeiro, 1975 a 1988.

Região Administrativa/ Período de estudo

Local de residência 1975-1977 1978-1980 1981-1984 1985-1988 Total

Barra da Tijuca

Camorim 1 9 48 7 65

Vargem Pequena 8 2 3 4 17

Vargem Grande 16 19 49 65 149

Sacarrão 3 1 3 3 10

Rio Bonito 0 5 4 0 9

Grumari/Piabas 6 31 11 3 51

Jacarepaguá

Pau da Fome 8 42 40 33 123

Estrada Teixeiras 6 2 30 6 44

Rio Grande/Rio Pequeno 2 1 14 33 50

Campo Grande

Campo Grande 6 1 24 22 53

Rio da Prata 2 15 36 28 81

Cabuçu/Caboclos 0 3 23 1 27

Lam. Pequeno/Viegas 5 8 19 1 33

Bangu

Santíssimo/Senador Camará 1 4 2 2 9

Serra do Bangu 0 0 1 1 2

Realengo 0 0 16 1 17

Teixeira Realengo 0 0 0 7 7

Guaratiba

Barra de Guaratiba 4 3 6 2 15

Ilha de Guaratiba 21 8 4 4 37

Estrada Taxas 8 0 0 0 8

Outros (fora da área endêmica) 6 19 43 94 162

Total 103 173 376 317 969

(8)

d e u m a p ersp ectiva qu e con sid erasse o p rob le-m a a p artir d e u le-m n ível d e le-m aior cole-m p lexid a-d e, p erm itin a-d o recu p erar a h istoricia-d aa-d e e a es-p acialização d essa en d em ia.

Qu an d o se in corp ora n a an álise d o p roces-so en d êm ico -ep id êm ico va riá veis q u e p erm i-tam en ten d er o esp aço geográfico em tran sfor-m a çã o, co n fo rsfor-m e en ten d id o p ela Geo gra fia Crítica , verifica se q u e a s co n d içõ es n ecessá ria s à tra n sm issã o e d ifu sã o d a LT fo ra m cria -d a s n o p ro cesso -d e co n stru çã o e o rga n iza çã o d o esp aço u rb an o d a cid ad e d o Rio d e Jan eiro, p a rticu la rm en te n a h istó ria d a in co rp o ra çã o

d e su a Zo n a Oeste, in icia d o d esd e m ea d o s d o sécu lo XIX.

A t ra n sfo r m a çã o d a t e rra a gríco la e m u rb a n a se d eu , em gra n d e p a rte, d evid o a o p ro cesso d e estagn ação d os estab elecim en tos ru -rais, torn an d o seu retalh am en to em lotes, m ais atraen te d o qu e cu ltivá-las. Com o relata Rib ei-ro (1997: 227): “...as p lan tações d as zon as p eriféricas d a cid ad e m u ito p rovavelm en te en fren -tam altos cu stos, só torn an do-se viáveis n a base da baixa capitalização. Tais fatos torn arão in te-ressan tes a ven da de ch ácaras, sítios e pequ en as fazen d as p ara fin s d e loteam en tos, o qu e efeti-Figura 3

Principais focos* de leishmaniose tegumentar americana. Município do Rio de Janeiro**, 1975 a 1988.

* Localidades que registraram dez casos ou mais no período. Localização aproximada. ** Mapa adaptado do Anuário Estatístico da Cidade do Rio de Janeiro, 1993/1994. Mapa 17.

Barra de Guaratiba 15 casos

Grumari/Piabas 51 casos

Vargem Grande 149 casos

Vargem Pequena 17 casos

Camorim 65 casos Maciço do

Gericinó

Maciço da Pedra Branca

Maciço da Tijuca

Ilha de Guaratiba 37 casos

Rio Grande/ Rio Pequeno 50 casos

Pau da Fome 123 casos

Est. Teixeiras 44 casos

Rio da Prata 81 casos Cabuçu/Caboclos 27 casos

Lameirão Pequeno/Viegas 33 casos

Campo Grande 53 casos Realengo 17 casos

Área urbanizada Área institucional Área florestada

Área agropastoril

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vam en te ocorre d esd e 1870 n a zon a u rban a d a cidade...”.

Esse n ovo m od o d e ocu p a çã o foi con d u zi-d o p o r zi-d iferen tes ló gica s zi-d e zi-d istin to s a gen tes sociais m od elad ores d o esp aço u rb an o, levan -d o a u m con stan te p rocesso -d e reorgan ização esp acial.

Med iad os p or u m con ju n to d e p olíticas p ú -b licas d irecion ad as a ap oiar os in vestim en tos, três vetores d e p en etração u rb an a red efin iram

o m odo de ocup ação n a região do Maciço da Pe-d ra Bran ca, p ossib ilitan Pe-d o a p roPe-d u ção e rep ro-d u çã o ro-d o va lor ro-d a terra n essa s á rea s e a con s-tru ção d e u m a fran ja ru ral-u rb an a com carac-terísticas m u ito p articu lares.

Na d ireçã o n o rte, n a p rim eira m eta d e d o sécu lo XX, u m vetor in d u strial tran sform ou d e m a n eira irreversível a q u ela a n tiga zon a ru ra l, p erm itin d o, a p artir d a localização d iferen cia-d a cia-d as in cia-d ú strias e vias cia-d e acesso, a form ação e

Tabela 3

Taxas de incidência média de leishmaniose tegumentar e características demográficas em áreas endêmicas do Município do Rio de Janeiro.

Área endêmica Crescimento Densidade populacional Taxa de incidência média*

populacional anual líquida, 1980

(1980/1991) (habitante/hectare)

Riocentro 5,08 0,8 45,46

Recreio 6,85 1,7 18,26

Taquara 3,97 17,2 1,24

Campo Grande 2,86 19,4 0,65

Bangu 1,01 72,7 0,05

Guaratiba 2,60 3,5 0,88

* Taxas por 10 mil habitantes (1974 a 1988).

Fonte: Anuário Estatístico da Cidade do Rio de Janeiro 93/94 (IPLANRIO); Banco de dados do Departamento de Endemias Samuel Pessoa, Escola Nacional de Saúde Pública, Fundação Oswaldo Cruz.

Figura 4

Crescimento populacional e incidência média de leishmaniose tegumentar em áreas endêmicas. Município do Rio de Janeiro, 1974 a 1988.

0 1 2 3 4 5 6 7 crescimento

populacional (80/91) 0

log da incidência média

1 2 3 4

Riocentro

Recreio

Taquara Campo Grande

Guaratiba

Bangu

(10)

co n so lid a çã o d a exten sa á rea su b u rb a n a a o lon go e em torn o d a estrad a d e ferro Cen tral d o Brasil e lin h as au xiliares.

A d ecad ên cia d a citricu ltu ra d e exp ortação d evid o à gu erra , a co m b in a çã o d o s m eio s d e tra n sp o rtes ferroviá rio s e ro d oviá rio s, a a b er-tu ra d a Aven id a Bra sil em 1946 e d a Ro d ovia Presid en te Du tra em 1951, con trib u íram ain d a m ais p ara in ten sificar a ocu p ação d esses an ti-gos su b ú rb ios, tran sform an d o as p rop ried ad es ru rais em loteam en tos su b u rb an os com o ocor-reu em Ca m p o Gra n d e q u e, en tre 1940-1950, a p resen to u u m d o s m a is a lto s crescim en to s p op u lacion ais d a cid ad e (70%) (Soares, 1965).

Nas áreas m ais p róxim as do Maciço, distan -tes p ortan to dos eixos de in tegração rodo-ferro-viária, as con dições de ocup ação se m an tiveram quase in alteradas p or décadas, tan to n as verten -tes d e Cam p o Gran d e com o tam b ém d e Jacare-p agu á e Gu aratib a, con form e d escrito Jacare-p or Ber-n ard es (1962:272): “Tem -se assim esse fato in só-lito, e à p rim eira vista in com p reen sível, d e qu e em algu n s lu gares d o estad o d a Gu an abara as abas dos m orros, ju n to às estradas qu e cortam a baixada em vários sen tidos, estão desocu padas, en qu an to qu e, m ais acim a, n as verten tes d e m ais d ifícil acesso, é qu e se vêem trech os cu lti-vados, legítim os qu adros de ocu pação ru ral. As-sim ocorre, p or exem p lo, n a serra d o Qu itu n go, em algu m as partes do Men dan h a e, tam bém n o baixo vale do Pau da Fom e em Jacarepagu á”.

Posteriorm en te, n a d éca d a d e sessen ta , a s gran d es vias d e exp an são n a d ireção su l d a cid acid e, facilitam o acesso à área q u e corresp on -d e atu alm en te a Jacarep agu á, Barra -d a Tiju ca e su as im ed iações, através d a ab ertu ra d e tú n eis, viad u tos e n ovas estrad as viab ilizan d o gran d es em p reen d im en tos im ob iliários e tran sform an -d o -d efin itivam en te a p aisagem -d essa região ca-rioca.

O p la n o d e in d u stria liza çã o d a b a ixa d a d e Jacarep agu á, q u e n a d écad a d e seten ta, trou xe p rofission ais relativam en te esp ecializados p ara as fáb ricas recen tem en te in stalad as e tam b ém a tra iu tra b a lh a d o res p a ra o seto r in fo rm a l d a econ om ia, p ossibilitou o deslocam en to de gran -d e co n tin gen te p o p u la cio n a l p a ra essa regiã o através desse circu ito in ferior in tegrado da eco-n om ia, coeco-n ceito u tilizad o p or Saeco-n tos (1978b ).

Ao m esm o tem p o, a s leis d e p reser va çã o a m b ien ta l q u e red efin ira m o u so d o so lo n a s á rea s d e en co sta , im p ed ira m a co n stru çã o d e casas de alven aria e de atividades agrícolas p er-m a n en tes n a s a ltitu d es a cier-m a d e 100er-m , lier-m i-tan do a p ressão de ocup ação dessas áreas e p re-servan d o su a form a d e ocu p ação trad icion al.

Ju n to a o p ó lo d in â m ico fo rm a ra m -se, n a Zon a Oeste, á rea s d iferen cia d a s, m a s in tegra -d a s p elo s m esm o s p ro cesso s só cio -esp a cia is, caracterizad as p ela p ersistên cia d e áreas com co b ertu ra flo resta l e a gricu ltu ra resid u a l q u e foram m an tid as, o q u e San tos (1978a:138) d

e-Figura 5

Densidade populacional e incidência média de leishmaniose tegumentar em áreas endêmicas. Município do Rio de Janeiro, 1974 a 1988.

0 0,5 1 1,5 2 2,5 3

0 1 2 3 4 5

Riocentro

Recreio

Guaratiba

Taquara

Campo Grande

Bangu

log da densidade populacional (80)

log da incidência média

(11)

n o m in o u ru go sid a d es n o esp a ço u rb a n o : “As ru gosid ad es são o esp aço con stru íd o, o tem p o h istórico qu e se tran sform ou em p aisagem , in -corporado ao espaço”.

A fu n çã o d esem p en h a d a p o r essa s á rea s com características ru rais ou d e reserva flores-ta l n o Rio d e Ja n eiro fo i a d e reserva esp a cia l, d eco rren te d a exp ecta tiva d e va lo riza çã o d a terra e d e su a u tilização esp ecu lativa, p assan -d o a con stitu ir a fran ja u rb an o-ru ral -d a ci-d a-d e. Com a m elh oria d o acesso à Zon a Oeste n a d écad a d e sessen ta, essa fran ja u rb an a, locali-za d a n a s verten tes, a b a ixo d a co ta d e 100m , p a sso u a ser o cu p a d a p o r h a b ita çõ es d o su b -p roletariado do circu ito in ferior (San tos, 1978b) e p o r lo tea m en to s resid en cia is d e ca m a d a s m éd ia s d o p roleta ria d o, q u e p a ra a li se d eslo-caram em b u sca d e op ortu n id ad es n o m ercad o d e trab alh o, além d e sítios d e veran eio d a clas-se m éd ia alta.

A im p lem en ta çã o d e n ovo s m o d o s d e u so d o so lo n essa s á rea s fez co m q u e a p ressã o exercid a p elo m aior in crem en to p op u lacion al gerasse ten são n essa fran ja ru ral-u rb an a – ecó-ton os d e tran sição – estab elecen d o con d ições p ro p ícia s a o crescim en to d a s p o p u la çõ es d e Lu . in term ediaem altas d en sid ad es n o en torn o d os d om icílios, torn an d o essas h ab itações vu l-n erá veis à tra l-n sm issã o d a LT d evid o a o a lto con tato p arasita-h osp ed eiro.

Essas áreas d e tran sição ou ecóton os, id en -tificad as p ela form a d e ocu p ação d o esp aço u r-b an o, corresp on d em ao q u e Gom es d escreveu co m rela çã o a o s esp a ço s o n d e h á a cen tu a d o efeito m argin al, ou seja, on d e a fau n a é m ais rica e a b u n d a n te d o q u e n a s b io cen o ses a d ja -cen tes e a Lu . in term ed ia atin ge su as d en sid a-d es m ais elevaa-d as (Gom es, 1979).

O gran d e au m en to d em ográfico d ecorren te d o p ro cesso d e u rb a n iza çã o n a Zo n a Oeste p erm itiu a en tra d a d e gru p o s p o p u la cio n a is su scetíveis à LT n esses am b ien tes já com gran -d e -d en si-d a-d e -d e vetores, favorecen -d o e am p li-fican do a tran sm issão da en dem ia n essas áreas, em fo co s circu n scrito s, situ a d o s n o s lu ga res on d e o acesso foi facilitad o.

A lo ca liza çã o d esses fo co s, o rien ta d a p ela top ografia acid en tad a d a região e p ela con cen -tração d essa p op u lação p róxim o aos p on tos d e a cesso a o s m eio s d e tra n sp o rte co letivo, co n -trib u iu tam b ém p ara a d is-trib u ição d esigu al d a LT, evid en ciad a p ela p resen ça d e u n id ad es esp a cia is co m risco s d iferen cia d o s, co m o ta m -b ém foi relatad o p or Sou za et al. (1992).

As eleva d a s d en sid a d es d e Lu . in term ed ia vã o en co n tra r a s p o p u la çõ es d essa s regiõ es sem exp eriên cia an terior com o p arasita e com alta m ob ilid ad e en tre as d iferen tes áreas, p os-sib ilitan d o m aior d issem in ação d esses p arasi-ta s, seja p o r a n im a is u tiliza d o s n a circu la çã o d e m ercad orias, com o cavalos e m u ares, ou p e-la am p lificação d o p rocesso d e en zootia n os re-ser va tó rio s d o m icilia d o s (Agu ila r et a l., 1989; Marzoch i, 1992; Marzoch i & Marzoch i, 1994).

Con com itan tem en te à valorização das áreas p lan as e d e b aixa d eclivid ad e ob servou se tam -b ém q u e, a p esa r d a s leis p ro i-b itiva s, a q u eles an tigos agricu ltores se viram obrigados a m orar em terren os d e m en or valor situ ad os p róxim o ou m esm o d en tro d e reservas florestais e, con -sequ en tem en te, com p iores con d ições d e aces-so, in fra-estru tu ra e san eam en to, eviden cian d o u m fen ôm en o sem elh an te àq u ele relatad o p or Sab roza et al. (1992:67): “Esses gru pos m argin a-liz ad os, obrigad os a se d eslocar p ara fora d as áreas m ais valoriz ad as, p rocu raram os locais m en os acessíveis, ecótopos on de diferen tes ciclos zoon óticos estavam estabelecidos e qu e vão sen -do, en tão, m odificados pela su a presen ça”.

Tod as essas tran sform ações d ecorren tes d a in corp oração d a Zon a Oeste ao esp aço u rb an o d a cid ad e, p rod u ziram a n ova região d e en d em icid ad e d a LT n o Rio d e Jan eiro, cu ja con figu -ração esp acial se caracterizou p ela p resen ça d e u m con ju n to d e focos an trop ú rgicos restritos, a rticu la d o s, d elim ita d o s p elo p ro cesso d e u r-b an ização e trar-b alh o, ten d o su a d in âm ica d e-term in ad a p ela valorização d o solo u rb an o.

(12)

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Receb id o em 23 d e ju lh o d e 2001

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