• Nenhum resultado encontrado

Estimulação precoce da criança: expansão do papel do enfermeiro psiquiátrico.

N/A
N/A
Protected

Academic year: 2017

Share "Estimulação precoce da criança: expansão do papel do enfermeiro psiquiátrico."

Copied!
16
0
0

Texto

(1)

ESTIM U LAÇÃO PRECOCE DA CRIANÇA - EXPANSÃO DO PAPEL DO ENFERMEIRO PSIQU IÁTRICO

Mara de Nzaré de Oliveira Fraga* Raimunda Nobre Dceno** Violante Augusta Batista Braga*** Rita Maria de Oliveira Forte****

RESUMO -s autoras relatam a implantação de um prgrama de estimulação precce desenvolvido pela mãe no próprio domicflio com a supevisão peridica do enfermeiro. s autoras qualificam a exeriência coo alo gratificante e promior ois ssegura novo camo de atuação para os enfermeiros psiquiátricos.

ABSTRACT -The authoress relate the implantation of a prgram of permature stimu­ lation deveoped for mther in her own omicile with the peridic superintendence of nurse. The authoress qualify the experience as something gratifier and promising bcause it gets a new fiel of work for psychiatric nurses.

1 INTRODUÇÃO

A assistência psiquiátrica no Brasil. tal como a assistência à saúde geral, se dá undamentalmente ela execução de açes de caráter curativo. Nesse contexto, a atuação do enfermeiro psiquiátrico aina está concentrada undamentalmene dentro dos hos­ pitais. Mesmo em hospitais psiquiátricos com aten­ dmento ambulatorial ou em serviços previenciários de ssisência psiquiátrica ambulatorial, a atuação do enfermeiro tem se caracterado elo empirismo e flta de sistematzação que em quase nada tem con­ ribuído no sentido de marcar a presença do prois­ sioal jnto à clentela ali assistida.

As cosequências da situação se fzem presen­ tes, anto a nível assistencial qanto de ensino, ela obre inovação da prática de enfermagem o etor e mém ela escasez de exeriências de apren­ diagem voltadas à aúde mental que vêm endo ofe­ recidas aos alunos de enfermagem ao longo do tempo.

O desemenho do enfermeiro em hospitais psi­ quiátricos convencionais é ouco compensdor e até mesmo frustrante. Alí, eu papel é ambivalente ois ao mesmo tempo que se propõe a uma atuação tera­ êutica, na verdade, também, é executor das medi­ das restritivas e limitadoras tão comuns aquele

mbiente. A busca de alteativas assistenciais mais voladas à promção da aúde mental a clientela e ossibilitadoras de maior autonomia do enfermeiro psiquiátrico, são, ortanto, objetivos prioritários neste momento. Tais alteativas são viáveis

prin-cipalmente em hospitais não-psiquiátricos e mesmo jnto a guos vulneráveis no próorio domiciio. Este trabalho relata uma experiência em anda­ mento que ossibilita a mpliação do pael do enfer­ meiro psiquiátrico em particular e tamém dos enfermeiros em geral. ocumenta-se a implantação de um programa de estimulação precce de crianças co-executado elo enfermeiro e mães primíparas que se iicia a mateidade e prossegue com visitas domiciliares eridicas até quando as crianças com­ pletam 12 mees de idade.

2 FU NDAMENTAÇÃO TEÓRICA

A luência exercida elos indivíduos e elo ambiente sobre o deenvolvimento ísico e psicol6-gico das crinças costitui hoje m camo de inte­ resse e de esudos or parte de equisadores de diferentes rs (AINSWORTH. 1962; BOWLBY, 195 1 ; BOWLBY, 1982; GESELL et lü, 1977; IN­ DHOLM, 1984; MUSSEN et alii, 1977; OUVEI­ RAA et alii 1985).

A mudança brca de ambiente ela qual passa o eê, em virtude do nacmento, colca-o em situaço de desapro e vaio, situaço esta qe deve er mea or aides de oliciude e aconchego. Tais atitudes, inicialmente, ão atendidas de forma nstintiva ela mãe, emoa nem sempre haja com­ preensão da amplitude de signiicado que as mes­ mas têm para o desenvolvimento global da crian

ç

a.

• Enfermeira Mestre em Enfermagem Psiquiátrica. Profesora Adjunta da Universidade Fderal do Ceará Autora .

(2)

Os cidos ísicos relacionados à higiene, aque­ cimento, fldas ecas, osição confortável e alimen­ tação suprem necessidades que vão além de proorcionar nutrição e conforto. Eles ão elemen­ tos essenciais para o deenvolvimento sadio da er­ onalidde do eê. O atendimento pronto aos aelos do eê leva-o a coniar ao mundo e livrar-e a tenão doloroa cauada ela fome e outros descon­ fortos. O reardo ou falta de atendimento geram des­ coiança e acúmulo de tensão levndo-o a er irritadiçõ e iseguro (MUSSEN, et alu, 1977) .

No início, o recém-nascido não tem erceção clra de a exstência ideendente do mdo ewice­ -versa. O que á ão udimentos de erceçao repre­ sentados elas sensaçes " de dentro" relacioada à fome e "de fora" relacionda ao que de ou ão atender à fome e utros desconfortos.

LEBOYER (1986) z ser necessário alimentar a ele, tnto quanto o ventre do eê, ou eja ali­ mentar o "de fora" com o mesmo cuidado que o "de dentro" .

Tecnicmente, alimentar o "de fora" e o "de dentro" do eê vem sendo chamado de estimulação com qaliicativos como sensoril, precce, entre outros. Dia a dia a estimulação ganha .· terreno como facilitadora do desenvolvimento ísico,· intelecal e psicológico nos primeiros cinco nos de vida da crinça, como teraêutica para casos de prematuros e desnutridos e como prevenção propriamente dia da saúde mental.

É

certo e a hernça genéia determna padres e limites de conduta, entretanto, é certo tmém que o indivíduo detém otencialidades que e estimula­ das na forma e momentos corretos ossibilitam gran­ des variaçes de alcance (MUSSEN et alu, 1977; OLIVEIA, et alii, 1985) .

Os eês necessitam de estimulos esecíicos para alcances esecíicos. Eles precism de estimu� lação visual corresondente a variaçes como luz x sombra, de estimulação tátil e cinestésica e de variaçes no ível e nos tios de sons que os cer­ cm. Os estmulos em diferenes rs - viual, l, sonora - favorecem a erceção ositiva que a crinça começa a ter do mundo. A proiade fre­ qüente do rosto da e em eu camo visl lhe á a impressão de como s os e disem no esaço; o diálogo carihoso da mãe ajuda-a a desenvolver a própria vcaliação; o uso precce das mãos ajuda­ -a a explorar e sentir mais os objetos, a tcar, puxar, apahar (MUSSEN et alii, 1977; OLIVEIRA et alii, 1985) .

"Ser levados, embalados, acariciados, egos, massageados constitui para os eê, alimentos ão indisensáveis, senão mais, do que vis, ais minerais e protenas. Se for privda disso udo e do cheiro, do calor e da voz que ela conhece em, mesmo cheia de leite, a crinça vai-e deixar morrer de fome" . Esta citação de LEBOYER ( 1986) ilustra muito em o alcnce dos eneícios que dem er

obtidos com a estimulação e mém os prejuos ísi­ cos e psicológicos que dem advir de sua ausência. À, medida que o eê é cuiddo, mudado, car­ regado e movimentado or a mãe amoroa, ele recebe muitos estmulos de que verdadeirmente necessita. Crianças subnutridas, se acaraiciadas ao serem alimentadas, em maior ganho de eso que auels que não receem l stmulo. Os efeitos osi­ tivos tamém são evidentes em premauros de baixo eso que aumentam rapidamente de eso desde que as mães sejam solícias e demonstrem procupação e habilidade no atendimeto de s necessidades si­ cas e emcioais. (AUS & KENELL. 1986; MUSSEN et alu,1977).

Esudos sobre as ossíveis causas de distútbios psiquiátricos indicaram que a ausência de oori­ dade para estaelecer laços afetivos ou então as pr­ longadas ou reeias eparaçes entre idivíduos ão antecedentes de grnde siiicdo a história das essoas que apresentam os referidos distúrbios. (AINSWORTH; 1962; BOWLBY; 195 1) .

Mães dentes, incapzes de resonder aos os ou iibidas or regulmentos hospialares ou or nor­ mas pré-concebidas estão menos apas a reduzir a tesão e promover relaxamento dos eês. Por outro lado, esando atenta s reaçes do eê aos seus estí­ mlos, cada mãe ode aprender quais deles (música, aconchego, embalo, etc.) ão mais eicientes para acamá-lo. Essa aprendiagem vai deixá-la mais trn­ quila em relação à sa unção matea e ao seu aut­ -conceito de "oa-mãe" (MUSSEN et alu, 1977). Esa perceção não esá satisfatoriamente deenvol­ via em todas as mães. A idade, o número de los, a condiçes cio-econÔmicas entre outros, são fat­ res qe exercem grnde luência sobre a habiliae, uilbrio e mtivação s mes no cuiddo das crin­ ças.

A estimulação comprede o uso de técucs e atitudes dequdas e indiseáveis à criança nos pi­ meiros meses de vida para garntir uma evolução ão normal qunto ossível. Estimular ão signiica for­ çar a criança, signiica acompanhá-la e desenvolver a ia otenc�lidade. Fzer a criança e desen­ volver á alegria e coniança aos pais (OLIVEIA et lii, 1985).

Visando o desenvolvimento global da crinça. a estimulação deve compreender o uso de medis. atitudes e técnicas voltads a diferentes áres. GESELL et alii (1977) , divide as manifestaçes

de

conduta do indivíduo em uatro áreas: condua motora, conduta adaptativa, conduta de linuagem e conduta essoal-scial. A conduta motora engloa a capacidade de realizar movimentos como qli; brar a cabeça, sentar, icar de é e andar. A condua aptativa compreene a adaptaço de crinça a

bje­

tos e tarefas proostos que. dewnde do desenvolvi­ mento motor, de a inteligência e capaciade construtiva. A condua de linguagem inclui ta foma de comnicação visível, audível includo

(3)

vcalizaçes, movimentos osturais e imitiação e compreensão do que dizem os adultos. A condua essoal-scial compreende a reação rente a outras esoas e frente a esímulos culurais. Para caa uma dessas áreas e em diferentes faixas de idade o autor ndica objetivos a erem atingidos como estimulação e os prcedimentos que devem ser executados para atingí-Ios. Em nosso traballo adotamos o esquema proosto or GESELL et lí (1977) , que será apre­ sentado a próxima seção deste traballo.

Na execução de m programa de estmulação

na erseciva de rabllo de aúde mental é pre­ ciso ter em presente ue o atendimento deve estar voltado a, elo menos, duas essoas - a mãe e a crinça. A ssistência deve er alrgada no sentido de atender as necessidades da mãe e com isso deixá­ -la mais apta e lierada para o envolvimento com a crinça.

Para iniciar qualquer progra de estimulação, institucioalizdo ou não, é necessário m treia­ mento da equie resonável elo mesmo. Para en­ sibilização qunto ao rabllo a ser realiado, para aertura em aprender com a clientela, ara o reseito aos valores culturais da mesma e para adaptar as orientaçes s dúvidas e demndas das mães. Sobre isso PERCY (1979) z que á mães �rfeitmente capzes de criar ambiente afetuoso e confortável, no qual a crinça vi crescendo com problemas mi­ mos de ajustamento e que em s casos o que e deve fzer é observr atentamente e aprender com elas. A interaço com esoas dults é uma fote bs­ tnte rica em eeriência necessárias a m cresci­ mento ntelectal e uma resosividade scial ótia. Uma consquência imorante da interação inicial do eê com a mãe ou outra pessoa que cuida dele e da exeriência preroa í resultnte é que as resos­ tas de aproximação ddas or eles, generaliar-e­ -ão a outros ndivíduos. Isso indica a imoância da exeução de m progrma de estimulação a criança executado ela própria mãe, sendo a mesma ses­ oraa e assistida or técnicos capacitados e com for­ mação voltada para à área de aúde mental . Um programa nesses moldes, caracteriza-se como uma atividade de saúde mental por excelência.

Qualquer ssistência prestada no domiclio não e erder de vista a compreesão das relaçes que permeiam os membros da famlia, assm ,como as característics psicológicas dos mesmos. A mãe e mostrará mais relaxada, menos stresada e mais envolvida como pael que deve desemer e forem trabalhados os fatores detentes de con­ litos, insegurançs e stress. O enfermeiro eseca­ lista em psiquiatria, or excelência, está prepardo para tal. Por ouro lado, os enfermeiros da área matemo-fntil, com moivação para este traballo, derão er ensiblados e tecnicamente prepara­ dos para o tio de ntervenção que ora se proe.

3 DESCRiÇÃO DA EXPERI�NCIA

A disonibilide da ãe, o aconcheo qe con­ tece durnte a mentação, o conversr afeuso, são elementos que propicam a relação sda mãe­ -lo. Vários autores, como foi referido anterior­ mente, destacam a imoância do estaelecimento pre dese relciomento e a sua mnuenço, em interupçes, como forma de lançar os alicerces a segurança emcioal da criança e de sa capaciade para erentar chques e ustraçes, tão comuns à via de tdos os indivíduos.

O traballo de estimulação aqui descrito tem como opulação-alvo as mães primíparas e eus os. A escolha recai sobre esse gruo or razes que estão presentes na própria literatura esciali­ ada. Estudo feito or LNDHOLM (194) , com m gruo de mães pmípars mosrou que as mesmas m precupaçes e deejavam ter mais conheci­ metos sobre ectos relaciodos à estimação dos os. Quato a isso elas mnifestaram interese sobre: a) briquedos - idade para intrdução, tios adequados à idade e exo, explicaçes sobre prefe­ rências de certos brinqudos; b) idade para a criança ser estimulada a vestir-e sozinha, ir à escola, usar troniho, nar, r, dormir sozha; c) simulaço - o ue é, meios, lais adeados ara esimulaço, a imortncia e alidade. Estes ddos ndicm que as primíparas estão e constiuir m guo de eleição ara um progra de estimulaço prece da criança ois ão bastante carentes de conhecimentos e infor­ maçes esecítcs.

Na opinião de PERCY (1979) , a pimípara é mais insegura e para ela estão indicados progrs

esecicos para oá-a ais capz, menos sresa e mais equilibrada na relação com o eê. Se a con­ tinuiade da aproximação ísica é promovida, assentam-se as bases para a aproximação psico­ lógica e p'a m satisfatório relacionmento mãe­ -tlho.

A exeriência de vivenciar a mateidde ela primeira vez de ser muito nsiogênica para as mlleres. As primíparas, ela ausência de vivências anteriores, não têm parâmetros de comortamento a direcioná-ls em relação a que atitudes adotar no cui­ dado com a crinça. Acresce-se a essa limitação, o desconfoto ísico do puerério, as diiculdades ini­ ciais com a amamentação ao seio, cuiddos com o coto umbilical, que geram insegurança e, de alguma fora limitam seu pael de mãe. Uma outra raão para a realização do trabllo é or acreditar-e que o nascimento do primero llo favorece o envolvi­ mento do pai no eu cuidado, "assim como o envol­ vimento de outrs esoas do núcleo filar ais amplo, com os avós.

A grnde meta do progra é estimulr e refor­ çar o relacimento e-llo ela demosção de

(4)

atitudes e prcedimentos simpliicados e indisená­ ves, vido m envolvimento audável e coequen­ temente o máximo deenvolvimento ísico da criança e emcional de amos. Em termos esecíicos, ão metas principais: reforçar as iniciativas e atitudes de aconchego e afetividade da mãe e familiares com a crinça; reforçar a adção do aleiamento mateno como fator de scialiação da criança; assessorar a mãe no prcesso de estimulação, contribuindo para o desenvolvimento das máximas otencialiddes da crinça; promover a aúde menl da e e da criança como resulado do envolvimento mútuo, da auto­ -aceitação da mãe em seu novo papel e da eação de egurança que pasa a ser exerimentada ela criança; formar hábitos e atitudes nos familiares quanto ao cuidado com as uturas crianças.

O programa tem como executores os dcentes da disciplina Efermagem Psiquiátrica, dois alunos­ -olsistas preparados para l, a enfemeira lotada no alojmeto conjunto a aeidade e, ainda, s es e famliares. O desenvolvmento do programa e estende até os 12 mees de idade da crança e e pro­ cesa em duas fases de execução que se sudividem e são analisaas e descritas a seguir:

1 � FASE - Atendmento a Mateidade.

É

prestada assistêcia ao binômio mãe-fho durante a emanência a mateidade. São rela­ das as orientaçes ndisensáveis e que e relaci­ m ao cuidado geral do eê, banho, cuidado com o coto umbilical, entação, cuidado e higiene do erueo.

Nese primeiro momento é feito o cadasramento da mãe e iho no progra aós as eplicaçes sobre como o mesmo será realiado e é aprzada a pri­ meira visita domiciliar para o eído entre 10 e 15 dias aós o parto. O caastramento se dá tendo como critérios: criança nascida de parto normal, a termo; residência nos bairros crcunvzhos à mateidade; aceitação da mãe em paticipar do programa. Sae­ -se que na clientela assistida na mateidade existem gruos de crianças, como os prematuros, que tam­ ém ecesitam, lvez s, de um proga e esi­ mulação precce. A oção inicial ela assistência s crinças nois e residentes a circunviznça, dá-se, undamentalmente, elo reduzido número de essoas disoníveis pra a execução do programa.

Havendo atendimento aos critérios acima, solicita-se que no dia da visita, a mãe tenha uma ou mais das eguintes sucatas caeiras: caixas de fósfo­ ros vazias, tmpas de desito de margarina, gra­ vuras coloridas, revistas uadas, lia de costura, copinhos de iogurte vazios. Esa foi a maneira que se encontrou para dividir a resonablidade do tra­ balho com a mãe desde o princípio.

2� FASE - Atendimento no Domicílio Através de visitas.

Em tono do lO? ao 1 5 ? dia de vida a criança realia-se a primeira visita domiciliar. Prcede-se a a entrevisa pormenorizaa para determinar as condiçes da mãe e do llho, caracterização da famí­ lia e do domicOio com vistas à identiicação das necessidades e diiculdades entidas. Com relação ao domicOio, além dos aspectos relacionados à higiene e sanemento básico, busca-se caracteriá-lo quanto a asectos prioritáris no rabalho de estimulação, como iluminação, ventilação, sons etc. Na casião ão feitas orientaçes esecíicas a partr dos dados colidos e das diiculades referias e reforçam-se as nciativas e atitudes corretas que vem sendo toma­ das ela mãe e familiares.

Segundo o esquema de GESELL et alii ( 1 977) , de O a 1 mês estão indicados prcmentos de esti­ mulação destinados ao desenvolvmento de relexos básicos, com ênfase sobre o desenvolvmento do cmo visual, auditivo, olfativo e tátil. Com bae nesse squea, enrega-e um roteiro que contém tc­ nicas e prcedmentos simpliicados de estmulação a serem aplicados até a cnça completar 1 ms (vide nexo 1 ) . Em eguida, fz-e a leitura do roteiro com demonstração dos pricipais procedimentos para o perído.

Durnte a mesma visita procede-se à confecção artesanal de mobiles, chcalhos, aproveitando a ucata que a própria mãe elecionou. Corresodente aos principais prcedimentos contidos no roteiro escrito, entrega-se um Guia de Estimulação ilusrdo e Simpliicado (vide anexo 2) . A rzão do uso desse recurso adicional é que muitas das mães que estão sendo acompanhadas têm aenas o I ? grau ncom­ pleto ou são analfaetas e a instução ilustrada serve de maior estmulo e de ajuda.

A realização da prmeira visita entre o !O? e o 15? dia aós o nascimento da criança é estratégica, or várias rzes; durte a ermnência a mater­ nidade, a mãe está sujeita a um ambiente estranho, vivenciando uma exeriência muito recente, fatores que não liberm sua atenção para orientaçes e pr­ cedimentos mais aproundados; entre eu lO? e 15? dia de puerério e de cuidado da criança, ela já detém muitas horas de vivêncas agradáveis e deagraá­ veis que motivarão a expressar dúvidas, ofimento e planos imediatos à maneira correta de egar o eê, de fazer sa higiene, ainda enecem desconfor­ tos ísicos ou e manifestam problemas relacioados aos seios ou à aparente insaciedde do eê, fatores estes que a motivam a intrdzir preccemente a ali­ mentação aiicial ou mesmo proceder ao desme; é importante, aina nessa fase inicial� envolver o pai e failiares no cuidado da criança.

Quando a criança completa m mês realiza-e a segunda visita, a qul, no geral, segue os mesmos prcedimentos da prmeira .. O que difere

ão os con:

teúdos do roteiro e do a, os prcedimentos ali sugeridos e a demonstração prática dos mesmos. A

(5)

istuções contidas ns dois instrumentos e demons­ tradas deverão er executadas até quando a criança completar 3 mees e eguem de GESELL et alii (1977) , que indica para o erído: conduta motora - lierar movimentos e fortiicar músculos ds cos­ tas e nuca; conduta adaptaiva - exercitar muscu­ latra a, desertar atenção para o mundo que cerca a crinça diferenciar dores e toniicar músculos adoais ; conduta de linguagem - tomar cos­ ciência dos os e prduzr sons diferenciados e mdulados; conduta essoal-scial - continuar o deeolvimeto da ateção da crnça a toá-la mais sciável.

Uma terceira, ua a e a quina visita são

rads. Iso e á quando a criança completar res­ ctivamente 3,6 e 9 mees de idde. Os procedi­ mentos gerais de cada visita ão semelhantes e em cada ma delas ão demostrads as técicas a serem executadas até a da a próxima visia. A orientação básic� continua sendo a de GESELL et alii (1977) ou seja:

e 3 a 6 mees esão ndicados prcedimentos que objetivam: condua motora - foiicar múscu­ los das costas e nuca e preparar a crinça para a sição sena; codua apaiva - deenvolver a presão e capacidde de maipulação para tomar conhecimento ds diferentes formas, aerfeiçoar a caacide e tenção; conduta de linguagem - con­ tinur o desenvolvimento da atenção direcioando-a à erceção de os isntos e vindos de diferentes rees; cndua sl-cl - desenvolver nde­ endência e adquirir a ção de enência do

bjeto.

e 6 a 9 meses esão nicados procdimentos: conduta motora - deenvolver a musculatura dorsl e preparar para engr; codua daptiva - for­ alcer músculos a ca e prearar-se para os novos eágios no prceso e meaço, deenvolver er­ ceção de cores; conduta de linguagem - relaci­ r o om com a igura que o oria, ponunciar os simples; condua essoal-cial - tor-e mais ideendente e ciável, desenvolver nção de er­ anência do objeto.

De 9 a 12 meses os proceimentos vism: área motora - desenvolver os músculos da ea e sentir os és como onto de aoio; conduta adaptativa -deenvolver habilidades com ambas s mãos para lc��ar e manusear objetos; conduta de lingUagem -lir sos e desenvolver vcabulários, incenti­ var o gosto ela música; conduta essoalscial -angir aior indeendência e sciabilidade, desen­ volver o hábito de cortesia e de ordem.

Lmenta-se a mossibilidde de incluir os deais roteiros e Guias Ilustrados, a vez que

tona-se necessário atender às normas que estipula

aes 20 págs para cada trabho.

Está programada uma la visita a ser reali­ da qundo a crança completa 12 mees. Na

ca-sião deve-se prceder à avaliação do crescimento e desenvolv

ento da criança, sa conduta s uatro áreas deindas or GESELL et alii (1977) , e, con­ seqüentemente, chegar-e à avaliaçãa global do pro­ grama de estimulação precce.

É imortante proceder-se a uma apreciação de tra

alho,

.emora suericial, uma vez que as pri­ melfas cnanças acompadas ainda não completa­ rm 12 meses, idade deida para a avaliação.

Em princípio, a receptividade ds mães ao tra­ balho proosto é muito a. Vale destacar que a idéia de realizá-lo no domiclio proorcionou oortidade para grande aprendagem e descoerta de certos valores da clientela. Começa-se a erceer que um número sigiicativo de ães procede ao desmame or vol

da éca em que a criança copleta um mês de ascida, númeo tamém siniicativo de mães não retoa à maternidade para a revisão do parto. Observa-e em relação a esas duas decies um fato astante curioso: e as orientaçes dos técnicos sobre amamentação e retomo para revisão coincidem com a opinião do marido, sogra e vizinhas facilmente elas serão seguidas. Se á divergência de opinies geral­ mente as orientaçes adotadas elas mães são as dos familiares ou da vizinça. PERCY (1979), reoa­ -se ao tema aindo que os avós mntêm-e ouco

próximo do casal nos primeiros anos ou meses do casamento. Entretanto, quando chega um eê eles entr

em cea dendo ajudar bastante ou gerar co�fhtos. A �gunda �sibilidade ocorre qundo eistem COnlitos nos hábitos de cuidar, alimentar e ducr o ê. do á discorância enre as orien­ taçes do técnico de saúde e as da avó, facilmente esta é a vencdora.

Os dois fatos exempliicados acima mostram que as orientaçes e conselhos que se processam no âmbito de um consultório, longe da realiade socil da clientela, facilmente estão fadads ao sucesso. A avaliação do progra de esimulação prcce e ds crianças que estão edo acompaads deverá correr qundo as mesms estiveram com 12 meses de idade. Esta, certamente, é a limitação à des­

crição dos resultados no presente momento. Entre­ tanto, é ossível dizer que, no geral, a aceitação or parte das mães é oa, esecialmete or parte daque­ las que contam com uma sitação scio-econÔmica mais estável .

e uma forma ão muito exata, observa-se que a maioria das crianças vem e desenvolvendo em.

..

s criançs que têm preedo problems de aúde, ao aquelas ilhas de mães muito obres, e que resi­ dem em casas que não têm as s condiçes de higiene, ventilação ou conforto . .

No momento da visia domiciliar correm si

ções que estão

indicar, em princípio, o aer­ feiçoamento e ampliação do envolvimento de fami­ liares e dos vizinhos mais próximos do binÔmio mãe-iho. Eles verdadeiramente compartilham o dia a dia da mãe e exercem inluência sobre sa maneira

(6)

de cuidar a criança e obre s decises que ela toma.

Em rzão disso é necessário uma trca maior entre técicos e eles para ossibilitar a minimização s divergências na forma de cuidar das crianças e de assessorar as mães.

4 CONCLUSÃO

Um número muito rdzido de enfermeiros stão trabalhando com estimulação precce de crianças e encarrando a atividade como m camo de atuação a enfermagem. Os enfermeiro psiquiátricos, em a esmagadora maioria, esão lotados em hospitais psi­ quiátricos realizando atividades convencionais e ouco gratiicantes. A eerincia aqui descrita, auto­ riza a apontar o surgimento de m novo camo de atação para a categoria de enfermagem, especial­ mente para o enfermeiro psiquiátrico e da área matemo-nfantil.

O camo a estimulação precce tmém ão está sendo cupado atisfatoriamente or outros gru­

s proissionais. A mdalidade do trabaho aqui apresentado, emora se iicie em a instiuição, caracteriza-e erfeitamente como a atividade indeendente do enfemeiro, com autonomia com­ pleta de atuação.

Em grandes ciades, com uma clientela econo­ micamente favorecida e bem conscientizada quanto

à imortância da prevenção em saúde, é erfeita­ mente viável o desenvolvimento remunerado do tra­ balho e fora do mbito do domiclio. Nessa ersectiva, a clúca pré-atal e de puericultura

privada dirigida por enfermeiros com ilosoia psi­ coproilática de assciar a oção ideal de acom­ panhamento s crinças até 12 meses de iade, presndo assistência geral e tamém esecíica no âmbito da esmulaão pre. Para m traalho nes­

es moldes, comprendedo ssistência pré-naal com enfoque psicoproilático e assistência da criança via estimulação precce como ação de aúde mental, é audável adotar o mo cororativismo ossível. Dessa forma, considera-se que, idealmente, deve-se ter enfermeiro que são ao mesmo temo esecialis­ tas em enfermagem matemo-infantil e em enferma­ gem psiquiátrica e de saúde mental ou, como segunda alteativa, tamém idal, o trabalho em equie de enfermeiros da área matemo-infantil com enfermei­ ros psiquiátricos e de aúde mental.

5 REFER�NCIAS BI BLIOGRÁFICAS

1 NSWORTH. M.D.S. e ffects ofatemal dpition: reien of idings d cntravey n· cotxt of research stratey. HO. pbic Heath Papers, n.O 14) Geebra, 162.

2 BOWBY, I. Mateal, are d nal healh, World Health Organisation, (Monograph Series, n� 2.) Genebra, 195 1 . 194p.

3 . FoaçJo, e rpmeto dos aços fetios.

São Paulo, Matins Fntes, 1 982.

4 FERNANDS. J .D.A. nfemagem o cntexto a aúde mn­

tal, Reista Baaa de nfeagm, Salvador, 1 :7-23 , 198 1 .

5 FRAGA, M.N .0. et alii . Prática de nfeagem nas regiões

orte e ordeste. In: CONGSSO BRAS.ERO DE ENFRMAGEM, ecife, 1 985. Aais . . . Braslia, 1 985.

6 FRAGA, M.N.O. et alii . Inluência das percees, ober­ vaçes no atendimento ao paciente psiquiátrico, Reista Brasileira de nfeagm, Braslia, 33 (2): 223-35, 1 980.

7 GSELL, A. et alii. Psicocgia eolutia de 1 a 16 anos, Bue­ nos Aires, Paid6s. 1 977 .

8 KAUS, M. & KENNELL, J.G. a relacion madre-hijo. Bue­

nos Aires, ditorial Mdica Panamericana, 1 986 .

9 EBOYER, R. Shantala: Ua ate tradiioal, São Paulo, GROD, 1 986.

10 LNDHOLM. R.R. Cuidado do lactente no primeiro ano de

vida - conheciments eejados or um guo de ães, Reista Brasileira de nfeagem, Braslia, 37 (1) : 36-43, 1 984.

11 MUSSEN, P.G. t alii . Desnolnto e persnaliade a

Criança. 4 d. , São Paulo, haer e ow do Brasil, 1977.

12 OLIVEIRA, I.C.S. et alii. Prgrama simpliicado de estimu· lação para crianças hospitalizadas na faixa etária de O a 12

mees, nfeagm Mdea , São Paulo, 3 (2): 24-33, 1985 .

13 PERCY, A. Caractestis o rec-ao e ajusteto fi­

iar n: nfermagem Pdiátrica, 9 ed. , Rio de Janeio, t­

ramericana, 1 979. p. 1 1 6-28.

(7)

A N E X O 1

ROTEIRO DE ORIENTAÇÃO DAS MÃES PARA ESTIMULAÇÃO DA CRIANÇA DE O - 1 M�S

O QUE DEVE SER FEITO QUANDO DEVE SER FEITO

- Cuide do eê procurando curvar-se erto dele Durante o bnho, trca de fralda

para que ele veja seu rosto.

- Deixe o eê dentro de um erço com aerturas lateris para ue ele ossa ver s eoas e obje­ tos do mbiente que o cerca.

- Mude a osição do eê no erço ou na rede para que ele veja coisas diferentes.

- Pendure objetos simples e coloridos que se movi­ mentem com o vento numa distância de 25 a 30cm em relação ao rosto do eê.

- Colque deenhos coloridos s paredes do qarto mudando os mesmos sempre que ossível.

- Permita o relexo de luz natural (sol) ou artiicil

s paredes do quarto.

Apreente novos ons e vozes confortantes à criança utiliando, or exemplo, rádio, tca­ -ita ou outros.

- Cante, brinque ou fale com o eê suavemente, egue-o com delicadea qundo estiver pres­ tando lgum cuidado.

- Converse normalmente no quarto ou sala onde o beê esteja presente, evitando aenas barulhos desnecessários.

- Deixe o eê ouvir outros sons como a televião, rádio ou o som da água caindo da toneira.

- Carregue o eê bem junto do seu coro ois ele gosa de entir o cheiro e o calor do coro humno.

- Deixe o eê e movimentar livremente, evitando o uso de roupas ou coertores aertados que diicultem eus movimentos.

- Use reoupas de acordo com a temeratura mbiente.

- Colque o eê em junto do seu coro quando for mentar, de preferência esteja com a parte suerior da roupa descida até à cntura.

- ê bnho no eê esregndo e massageando tdo

o coo dele ora com as mãos, ora com a

esonja para que ele ossa entir a diferença do contato.

Durante as horas em que o eê estiver acordado.

Diarimente

Sempre

Sempre que ossível e qundo o eê estiver acor­ dado.

Diariamente

No bnho, troca de fraldas, na hora da alimentação.

Nas horas que o eê esiver acordado qundo a fmí­ lia estiver reunida.

Fora dos horários de reouso e sono.

Sempre que estiver com ele no colo.

Diarimente

Sempre

Na amamenação as cólicas do N.

Na hora do banho.

(8)

ANEXO 2

ESTI MULAÇÃO PRECOCE DA CRIANÇA PROGRAMA DE CO-EXECUÇÃO ENTRE A MÃE E A EN FERMAGEM

MAMÃE

VOCÊ ESTÁ COMEÇANDO A CONVIVER COM SEU PRIMERO FILHO. DO MESMO JEITO QUE ELE PRECISA DO SEU LEITE, ELE PECISA T AMBEM DOS SEUS CUIDADOS E DO SEU CARINHO. SE VOCÊ DER ALIMENTO, AMOR E CUIDADOS, ELE TERÁ GRANDES CHANCES DE SER UMA CRANÇA SADIA, ATIVA, CURIOSA E CARINHOSA .

VOCÊ QU ER UM BEBÊ ASSIM?

SE QUER, NÓS VAMOS AJUDAR . . VISITANDO VOCÊS E ORIENTANDO.

AQUI ESTÃO ALGUMAS IDÉIAS PARA VOCE FAZER E AJUDAR SEU BEBÊ À CRESCER E VIVER SADIO.

-GUIA SIMPLIFICADO DE ORIENTAÇÃO - O A 1 MÊS

(9)

-

-d

II

-5

COLOQUE O BEB� BEM JUNTINHO DE VOC� QUANDO FOR AMAMENTAR, DE PREFE�NCIA BAIXE SUA ROUPA ATÉ À CINTURA PAA ELE SENTIR MAIS SEU CALOR E SEU CHEIRO.

(10)

CONVERSE E CUIDE DO BEBÊ FICANDO BEM PERTO DELE. ASSIM . ELE PODE VER MELHOR O SEU ROSTO.

(11)

OS LADOS DO BERÇO DEVEM TER ABERTURAS QUE DEIXEM A CRIANÇA VER AS PESSOAS

E OS OBJETOS QUE EST ÃO DO LADO DE FORA.

(12)

o . • • I

PENDURE BEM PERTO DO ROSTO E DAS MÃOS DO BEB�, OBJETOS LEVES , SIMPLES E COLO­ RIDOS .

236 R. Bras: Efem. , Brasia,

(13)

.

L

..

-l

LS

-EVITE VESTIR O BEB� COM ROUPAS APERTADAS. COM ROUPAS FOLGADAS E DE ACORDO COM O CLIMA, ELE SE MOVIMENTA MELHOR E

É

MAIS CONFORTÁVEL.

(14)

COLOQUE GRAVURAS E DESENHOS COLORIDOS NAS PAREDES . TROQUE OS DESENHOS COM FREQ�NCIA.

(15)

·

- �.

-J 1C

�.

DEXE ENTRAR UM POUCO DE SOL E DE VENTO NO QUARTO O BEB�. ISSO FAZ BEM À SAÚDE.

(16)

o BEB� DEVE ESCUTAR SONS AGRADÁVEIS E DIFEENTES COMO A VOZ DOS A VÓS, PAIS,

IRMÃOS, O RÁDIO, A TELEVISÃO. EVITE APENAS BARULHOS DESAGRADÁVEIS .

Referências

Documentos relacionados

O objetivo deste trabalho foi realizar o inventário florestal em floresta em restauração no município de São Sebastião da Vargem Alegre, para posterior

Estudos sobre privação de sono sugerem que neurônios da área pré-óptica lateral e do núcleo pré-óptico lateral se- jam também responsáveis pelos mecanismos que regulam o

Os principais resultados obtidos pelo modelo numérico foram que a implementação da metodologia baseada no risco (Cenário C) resultou numa descida média por disjuntor, de 38% no

A primeira a ser estudada é a hipossuficiência econômica. Diversas vezes, há uma dependência econômica do trabalhador em relação ao seu tomador. 170) relata que o empregado

A conceituação do que vem a ser Convenção Coletiva encontra-se no artigo 611 da CLT, (Brasil, 2017): que em síntese define ser a Convenção Coletiva de Trabalho um acordo de

A democratização do acesso às tecnologias digitais permitiu uma significativa expansão na educação no Brasil, acontecimento decisivo no percurso de uma nação em

Published articles were included when all of the following crite- ria were met: (1) original reports of case–control or cross-sectional studies, including baseline evaluations

Crisóstomo (2001) apresenta elementos que devem ser considerados em relação a esta decisão. Ao adquirir soluções externas, usualmente, a equipe da empresa ainda tem um árduo