E M E R G Ê N C I A : FATO R E S Q U E LE VAM A P O P ULAÇÃO I N FANT I L
A R E C O R R E R A E S T E S E R V i ÇO
•Ninon Girardon da Rosa Mtins
* *Lisine Manganeli Girrdi Pakulin * * *
R E S U MO
-A d eficiê ncia d o s se rviços b á s icos de sa ú de v e m d etermin a n dou m a u me nto n a d e ma n d a aos se rviços d e aten dime nto te rciá rio. E ssa si tu ação s o b reca r r e g a a s u n id a d e s d e e me rg ê ncia , mo b i l iz a d e s n ecessa ria me nte recu rsos h u manos e mate ria is es pecia l iza dos, refo rça a d esva l o ri zaçã o d a a ç ã o p reve ntiva e so l u cio n a p a l iativamente o s p ro b l emas da p o p u l a ção. E ste p ro b l e ma refl ete-se n a p rocu ra d o S e rviço d e E me rg ê ncia do Hos pita l d e C l inicas d e Po rto A l e g re, cujo n íve l de a ssistê n cia aos prob l e ma s d e sa ú d e d a cria nça p rocu ra-se medir. Pa ra isto util iz o u -se inst r u me nto p ró p rio e e nt revista q u e permitiram l eva nta r os p ro b l emas de sa ú de e os motivos de p rocu ra a o se rviço. C o n stata-se q u e a maio ria dos ate n dime ntos necessita s e r t r a b a l ha d o no p r imeiro n ível de a ssist ê n cia e a na l isa-se a p o l í tica d e s'a ú d e e ó p a pe l d o e nfe rmeiro n este co ntexto .
ABSTRACT
- T h e a bs e n ce of a h e a l t h s e rvice h a s been d ete rmining a nincreasing d e ma n d ove r t h e te rtia ry syste m. T h e e me r g e ncy se rvices a re ove r l o a d e d , h u ma n a nd mate ria l resou rces a re u n necessa ril y mo bil ized, p reventio n a ctio n is d eva l u ated and the p o p u l atio n ' s p ro b l ems a re o n l y pa rtia l ly s o l ve d in t h is situ atio n . T h is p ro b l e m i s refl ected i n t h e sea rch of Hos pita l de C rr nicas ' eme r g e ncy u nit whose a ssistence l evei to c h i l d h e a l t h p ro b l ems is mea s u red i n t h is resea rch . Fo r t h at, a n inte rview a n d a n inst r u me n t a re u til ized in o r d e r taobtain d a t a a bo u t chil d h e a l t h p r o b l ems a n d t h e motives f o r sea rchin g t h e se rvice. I t is ve rified t h at t h e most pa rt of atte n d a nces cou l d be reso l ved a t t h e 1 st a ssista n ce l eveI . Fin a l l y, h e a l t h po l itics a n d n u rses' ro l e a re a n a l ysed fa cin g t h is co ntexto
1
I NTRODUÇÃO
A política de saúde atual paece estr de
eninando um estrangulamento dos ecursos
existentes. Constata-se, na prática, que não há
uma preocupação com os asectos de po
moção, manutenção e educação pra a saúde.
Observa-se, ainda, que a prioridade está voltada
pra o aspecto curativo em deriento do pre
ventivo. Em função disso, veriica-se que os re
cursos fmanceiros estão sendo alcados ao setor
ecirio.
Atuando em uma unidade de emergência de
um hospital universitio, pôde-se constatar a
deiciência do� serviços de saúde aravés do
aumento constante e deseneado de uma utili
zação elo público, gerando uma sueopu
lação a ser atendida.
Essa situação já começa a ser identiicada
no momento em que o efemeiro ealiza a
tria
gem, quando avlia os pacientes e determina as
propriedades no atendiento. Dessa foma, ob
serva-se que o motivo que leva os pacientes a
prcurarem o serviço de emergência, não neces
sitaria de um trataento em um setor terciio,
mas poderia ser manejado em níveis primáio e
secundário. A especialidade é necessária desde
que planejada e bem utilzda. O que deve ser
repensado é o atendimento em nível pirio de
assistência, não como um seviço simplista, mas
simpliicado e que aenda
s
reais necessidades
da população nas suas articulações, com os ní
veis secundáio e tecirio.
A escolha desse tema ptiu de um questio
namento sobe os fatoes que estaiam levando
os responsáveis ela opulação infnil à
procu-* Prêmio Isaura Barbosa Lima -22 Lugar -41 � Congresso Brasileiro de Enfermagem - Florianópolis-SC. * * Enfermeira da Unidade de Emergência do Hospital ds Clínicas de Porto Alegre. Licenciada em Enfermagem. *** Enfermeira da Unidade de Emergência do Hospital s Clfnicas de Porto Alegre. Licenciada em Enfermagem.
ra deta de serviços de alta complexidade,
quando se sae que a prioridade da olítica bra
sileira de saúde é a pestação da assistência ma
temo-infantil e que esta deveria estr presente
em todos os níveis de atendimento.
O rabalho diário junto à clientela que pro
cura a unidade
eergência, faz com que se
conheça empiicaente o eril da demanda.
É
inenção das autoras registrr, nesse estudo da
dos efeentes a essa prática, para gerar subsí
dios aos técnicos de saúde no conheciento da
ealidade com a qual trabalham, e servir,
també�, de aoio cnico à implantação do Sis
tema Unico de Saúde.
O bj e t i vo s
- Veriicar os poblemas de saúde das
crianças que são atendidas no Seviço de
Emergência.
- Identiicar o nível de assistência necessá
io.
- Levanr os motivos que levam a popu
lação a procurar detamente um serviço terciá
rio.
- Reletir sobre a política de saúde brasilei
ra e o pael do proissional de saúde dentro do
sistema.
2
M E T O D O L O G I AO estudo foi realizado no Serviço de
Eergência do Hospital de Clínicas de Porto
Alege, tendo como amosra 347 crianças na
faixa etria de zero a quatoze anos incompl
tos, no perído de maio a junho do ano de
1989.
Utilizou-se um insrumento com a intenção
de veriicar se, o problema de saúde dos pacien
tes necessiia ser trabalhado em nível de um
setor terciário. Os dados levantados no instu
mento foram: a idade das crianças, o motivo da
consulta, a hipótese diagn6stica e o ratamento
esectivo. Esses números foram coletados com
base nos boletins de atendimento das crinças
consultadas. Considerou-se as vinte e quaro
horas de dois dias de atendimento, divididos em
ês intervalos: das Oh
s
7h; das 7h às 1 8h; das
18h às 24h. Foram escolhidas duas quintas-fei
rs, em semanas altenadas, em unção de ser
um dia que rerata a édia de atendimento na
Unidade de Eergência.
Sbe-se que no ês de maio foram atendid
das 5.23 1 cianças; semnanente 1 .308 crian
çs e diriaente em tomo de
1 69crianças.
Porém, segunda-feira é um dia em que aumenta
considerlmente o número de consultas e no
i-se-semana elas se eduzem sensivelmente.
É
impotante ressalr que, de 40 pacientes
que prcuaram a emergência neses dois dias,
avaliram-se 347 bolens de aendiento, pois
22 R. Bras. Enfem., Brasia, 45 ( 1): 2 1 -27, jan./mr. 1 99252
foram edidos ou houve desistência de con
sultas.
nevisam-se as mães dos pacientes
atendidos no segundo dia do levantamento, no
moento da iagem desses pacientes, quanto
ao oivo que as levou a recoer a uma unida
de de emergência como altenativa de atendi
mento. Foram entrevistadas
146ães das
1 7 8consultas realizadas neste dia.
A parr dos dados obtidos, ealizou-se ain
da a classiicação do nível de atendiento
(prmário, secundáio ou terciio) que cada
criança necessitia, tendo por base o motivo da
consulta, a hipótese diagn6stica e o tatamento
ncessário. Essa classiicação foi realizada com
base no modelo de atendimento apresentado a
seguir:
Em
1 987foi ciado o Sistema Ú nico Des
centralizado de Saúde com o objetivo de muni
cipalizr e equalizr as ações dessa área, conti
nuando o processo de uniicação do sistema das
Ações Integradas de Saúde. Com a promul
gação da Constituição em
1 98 8 ,toma foma o
Sistema Único de Saúde e , atualmente, discu
te-se
adefmição da lei orgânica desse sistema.
O
Instituto Nacional da Pevidência e As
sistência Social, em
1 988,propôs um modelo, a
patir desta política de saúde, com os seviços
localizados dentro de Distitos Sniios.
ODistrito Sanitio é considerado "uma base ter
ritorial definida geográfica e demo graicamente
disondo de rede de seviços de saúde com per
ltecnol6gico adequado
àscaracterísicas epi
demiol6gicas daquela opulação". Dentro do
Disrito Sanitáio devem existir três níveis de
ssistência: no
I� nível serim realizadas ações
de cuidado individual e coletivo, em relação
ermanene com a opulação; no 2� nível have
ria a pestação de seviços de aoio diagn6stico
e terapêutico; o 3� nível prestia atendiento
em situações emergenciais e intenações.
Omo
delo enfatiza a impoância do
1� nível como
orta de entrada da população.
Determinou também, as atividades a serem
desenvolvidas em cada nível:
- 1 � nível de assistência:
assistência clí
nica geral a crianças e adultos, munizações,
assistêúcia odontol6gica, coleta de mateial para
exame diagn6stico, disensa de medicamentos,
atividades em educação e nutição para a saúde ,
notiicação compuls6ia das doenças
evigilân
cia epidemiol6gica, atividades de docuentação
assistencial e visitação doicilir;
. - 2? nível de assistência:
assistência c!(
nica especializada, elização de exmes
diagn6sticos, realização de procedimentos te
raêuticos esecilizados, dispensa de medica
mentos, notiicação compuls6ria de denças,
atividade de documenação assistencial e oien
tação técnica das unidades de
1� nível;
c!í-nica a pacientes intenados, aendimento ambu latorial esecializado, atendimento de emergên cia nas 24h1dia, atendimento em regime hospi l-dia, ealização de prcedimentos diagn6sti cos e terapêuticos, disensa de medicaentos, notiicação compuls6ria de doenças.
3
A P R E S E N TAÇÃO E D i SCUSSÃO DOS
R E S U LTADOS
A édia de iade da amosa em questão é de 3,689, viando de zero a quatoze nos n completos.
Tabela
1
- D i st ribu ição d a faix a etá ria d a a most ra H ospita l d e C l ínicas d e Po rto A l e g re, ma io e ju n h o de 1 989Faixa Etária 19 dia l dia f r (%)
RN - l a
la - 2a
2a - 4a
4a - 6a
6a - 1 0a 1 0 -Total
Fonte: Boletins de atendimento do Seviço de Emergência
Obseva-se que a faixa etária que procuou atendiento na untdade de eergência concen ra-se, pincipalmente, no período p6s-neonatl ao pré-escolr_ Essa faixa etária repesenta a pioridade do atendimento da população infantil brasileira, pois segundo o Ministério da Saúde, o objetivo mais amplo do goveno, na
assistên-3 ________ 13 16 4,61
40 35 75 2 1 , 62
29 34 3 t 8, 1 6
40 34 74 2 1 , 32
21 20 41 1 1 ,81
25 29 54 1 5, 56
1 1 1 3 24 6,92
1 69 1 78 347 1 00,00
cia integral
à
saúde da criánça, é a edução damorbimorlidade na faixa do zeo aos cinco
nos de idade.
Estes esultdos vêm conínr qe os ser viços básicos de saltde não es�o abs0'endo justamente a demnda empreendida na fmxa de idade prioizada elo goveno.
Tabela
2
-Dist ribu ição d a s h ipóteses d ia g n ósticas e nco n t r a d a s n a a most raHip6tese d i agn6stica Problema respi rat6 io
Otite méd i a ag uda
Problemas gast oi ntestinais Feb re
Vi rose
Impetigo
Esto matite herpética Problema d ermato l6gico Problema neu rol6gio Doenças i nfecto -contag iosas Problemas u ri nári os
Recém-nascidos sem alterações Outros
Total
Fonte: Bo leti ns de aten d i m ento do Serviço de Em erg ência
A
partir dos dados obtjdos em relação aos problemas de saúde apesentados elas cin ças, ideniica-se altíssima feqüência dos .pro blemas do trato espirat6io que se cractenzam emdençs típcas do Rio
Grnde do Sul.Conforme a Secretria da Saúde e a CIC DISETEC/CIS', os pincipais agravos que compem o quadro de mo
�
idad�
infan�
l, no Rio Grande do Sul, são as lnfecÇoeSesprat6-rias agudas. . .
Seguindo-se aos poblemas resprat6nos enconrm-se as oties médias agudas e os po bleas do rato gaso-intestinl (gasoenterite aguda). Este último com enor incidência, em unção de a estação climática do ano favoecer o apecimento dos poblemas espirat6ios, em
1 98 65 3 1 8 1 3 8 7 5 5 4 4 4 1 8 392
fr
(%)
50, 50 1 6, 58 1 0,92 4, 59 3,34 2,06 1 , 78 1 , 29 1 ,27 1 , 04 1 , 02 1 , 024,59 1 00,00
deento da desiratação e da gasoenteite aguda.
Dados que vêm eforçr a necessidade do desenvolvimento dos serviços básicos de saúde,
ê
o raento lkado (oienação, raa
mento sintomático e outros) aplicados a rande pe dos poblemas espirat6rios e gasoines tinais. A conduta de orientação aos pis tmém ocoe qundo do diagn6stico de denças fec tontagiosas e do atendiento do ecé-nas
cido sem lerações.
O
núero de hi6eses diagn6sticas levanadas foi ior do que o neo
ol
e atendientos, orque alguas cinças apesenta vm mis de um problema de saúde concomi taneente�
G ráfico
1
-R e p resentação dos n fveis de ate n d i mA nto11
Primárioi
Secundáriom
TerciárioObevação: Os valores apresentados no gráfio eão arrendodados
Observa-se que na classiicação dos níveis de atendiento a maior eqüência se concenra no nível pio (4,27%), seguindo-se o nível secundio (27,95%) e, em enor núeo, no nível terciário (7,78%).
É
importane egisr que de um totl de347 aendimentos, 82 (23 ,63%) foram no erí do das
O
(zeo) às 7h e das 1 8s
24h. Nesse horário, nomalene os erviços deatendimen-to em níveis pio e cundário estão fecha dos; porém, veica-se que a maioria dos moi vos das consultas não necessitiam ecoer a
uma unidde de eergência nesse horrio. o
núeo total, somente quaro (4,88%) pacientes precisriam de aendento de eergência.
Classiicram-se, também, os níveis de atendimento, em relação aos problemas espi rat6rios enconrdos na população-lvo:
G ráfico
2
-P ro b l emas res p i rató rios a p rese ntados p e l a a mostra segu ndo os n fve is deate n d i mento
&ml (4%)
(3%)
Obevaçlo: s valores apresentados no gráio estão arendodados
o
Pimáio•
Secundário • • • •T 'á '
!:::
arei noVeica-se que, de um total de 1 98 poble mas espat6ios, a ior eqüência do nível primáio penece (57,6%), logo ap6s, em
nível scundáio (38,89%) e, em enor concen taça0, em nível terciário (4,4%).
- Dea nda dos se rvi ços espec i a l i d a dos
Surge o questionamento sobe o poquê da elevada demanda aos serviços especilizados.
Em enevista ealizda com as mães dos
pacientes que procurrm o seviço de eergência obtiveam-e as seguintes esostas:
Tabela 3
-Moti vos q ue l eva ra m a a mostra est u d a d a a p rocu ra r o S e rviço de E me rgência do H C PAMoti vos
Sempre consuta na emergênia
Problema de atend i m ento no posto de saúde · Preferência pelo aten d i m ento no HCPA Acha que é o local mais p ró xi mo Encam inhado
Rapidez no atend i mento
Po rque acha q u e é u m a emerg ênci a
Consu ltou em outros locais m as a crianção n ão
21 1 8 1 6 1 6 1 4 1 3 1 2
f r (%) 1 3,29 1 1 ,39 1 0, 1 3 1 0, 1 3
8,86 8, 23 7,59
obteve mel h o ra 1 0 6,33
Paciente do ambu lató rio do H CPA 1 0 6,33
Nasceu no HCPA 8 5,07
Os pais são fu ncionários do H CPA 5 3, 1 7
Desconhece outros locai$ d e aten d i m ento 3 1 , 89
Ped iat ra não estava atendendo 2 1 ,26
Greve nos hospitais do I N A M PS 2 1 ,26
Outros 8 5,07
Total 1 58 1 00,00
• Os moti vos de p roblemas de atend i m ento no posto de saúde fo ram: posto em g reve; as fichas de atendi mento já
haviam term inado; não havi a pediat ra do posto; n ão h avia otosc6pio.
o número de motivos de consulta é maior do que o número total de mes entevistdas, porque algumas colocavam mis de um motivo concomintemente.
Os dados demonsrram que, com gnde feqüência, a opulação utiliza o serviço de emergência como o ambulat6rio, um serviço de pronto aendimento. As esostas que reforçam essa rmação são: "sempre consula na eergência, o atendmeno
é
mis ápido,não é necessrio
cr
hora, pais funcionrios do hospital,
i
atria não esava atendendo". Dento desse aspecto, veriIca-se inda que a emergência unciona como "válvula de escae", ois assume o excesso da demanda e a fala de esutura dos serviços básicos de saúde, levando os pacientes a procrrem dire amene um serviço esecializdo.Outo fator a destacr é que, os pr6prios proIssionais de saúde, sabendo da problemáti ca, encaminham seus clientes que, a rigor, não ceceriam de um atendimento em nível eciá io, pra as emergências.
As respostas de pefeência pelo atendimen to na instituição e, a pocura da mesma coo aleativa de solução de problemas não esol vidos em oos locais, sugeem que a conIn ça da população nos seviços de saúde é de ene proporcional
à
compleidde dos es mos.Essas situações ratiIcam o desconhecimen to da população em elação
à
dinâmica do aten dimento de saúde e aumentam a sobrga dos seviços de lta complexidade.Enretanto, é compreensível esse desconhe cimento quando analisa-se a hist6ria da política de saúde brasilea. Já em
1980,
MAGA.
LHÃS5,
em sua elexão sobe essa política,irma que nos últios
50
anos houve mais m esforço em estaelecê-la, depois uma luta pra substitui-la por oura, que nunca pode ser eli zada. VeIca-se que a hist6ia se epee na dé cada de80,
ois existiu a tentativa de implan tação de planos com9 as Ações Interadas de Saúde, o Sistema Unico Descenlizado de Saúde e o Sistema Único de Saúe, sem uma eal concetização e implementação de uma política de saúde deinida.A ptir disso, veriIca-se que o aendimen to em nível peventivo continua sendo esval rizdo e que muitas vezes os poblemas são rabalhados em um serviço de alta complexi dde, inadequdamene. Dessa maneira, êm-se gastos mais elevados, mobilização esnecessá ria de recursos humnos e maeriais e, solução paliativa dos problemas, sem considear a pe venção e a continuidade no aendimento.
LANDMAN' , comprndo países desen volvidos e subdesenvolvidos, osra que o au mento dos gastos em medicina curaiva reduem a morlidade nfanil em índices bem inferio es aos gastos equivalenes em saúe pública.
MANCIAUX6 , em sua anlie sobe o atendieno
à
saúde da ciança, epesenta, aravés de um Ico, a iner-elação ene a necessidade, o edido e o seviço e, airma er esta congruência ca. A necessidade raduz a exigência de um serviço de aendento emvel teciário, a solicitação signiica o edido expesso pela opulação de eviços pios e scundáios e, o seviço simoliza o peparo
técnico e material da instituição para atender
s
ncessidades constaadas.- Inter-relação ene a necessidade, a solicitação e o seviço.
Serviço
o
autor refoça, ainda, que as açes que devem ser desenvolvidas paa aumentar esta conguência, seiam um elhor conheciento da situação, a educação em saúde e o desenvol viento dos serviços básicos de saúe.A partr da constatção da inexistência de
a política de saúde deinida, da falta de as
sistência inel e contnua à cinça, da desin fomação da opulação na utilizção dos servi ços de saúde, é neessáio que se relita sobre o pael do proissional de saúde denro deste con texto.
O pmeo psso é o conhecimento da ea
lidade com a
ql
se rablha.Segundo REZEDE7 a postura alienda
dos poissionais de saúde, fce às ealidaes egionis, pode- conduzir a diusão de medidas indequadas à egionalidade dos Clienes, ge ndo um conontmento de valoes.
FREIRE" colca em sua análise sobe o copromisso do poissional que pocura a mu dnça da realidae que está "molhado e enso pado" da situação conceta, teá condições e se enganjr no mundo em que vive e, dessa mneira, compromeer-se com a ociedade. Re foça, ainda, que no pcesso de mudnça não há sber e ignorância absoluta e não pde haver
passividde e imiação.
4
CON C L USÃO
Nesse estudo ode-se constatr que está corendo uma inversão no sisema de
atendi-26 R. Bs. Enferm., Blia, 45 ( 1): 2 1 -27, janJmr. 1 992
ento à população. Na poosta govenmenal a "oa-deenrda" da prcura aos seviços deve ser em nível pio poém, o prcesso está coendo de maneira oposa. Os dados le vntdos indicam que o estngulmento do seviço de emergência se deve à desesutuação dos serviços básicos de saúde.
A
população, então ica sem lenativa pra a solução de seus pobleas. Prca dreene os seviços esecializados, oque os de aendimento em íveis pio e secunio não são valoiza dos, pois não ossuem rcusos dequados que anjm um grau de resolutiviade.A olíica de saúde se retaa histoicmen
te pela supevalorização do efoque curativo. Tem havido uma seqüência de proposas que vi sam a qulicação do nível de pevenção; en tetnto, a viabilização desas não está na modi icção constante do mdelo, mas deende da edef"mição de valores e inteesses do uo que as determina.
É
motivo de peocupação o fato -de a clien tela ser assisida somente na fase agura do pro cesso de doença, em ua invesigação, com phamento evolutivo e muias vezes como s lução moennea.A
aordagem desse tema tomou oportuna aR E F E R Ê N C I AS B I B L I OG RÁ F I CAS
BRASIL. Ministério da Previdência e Assistência Social. Aperfeiçoamento e haniação das ações assstencs.
Brasília, 1988.
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4
e pública no Brasil nos últimos 50 anos, 2. ed., In: CAMARA DOSDE-PU fADOS. I Spóso sobre Pofica Nacoal de Saú de. 1980.
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8 RS.SSMA. Esasicas e Saúe: mortaüade 1985. Porto Alegre, 1986. 78p.