• Nenhum resultado encontrado

Emergência: fatores que levam a população infantil a recorrer a este serviço.

N/A
N/A
Protected

Academic year: 2017

Share "Emergência: fatores que levam a população infantil a recorrer a este serviço."

Copied!
7
0
0

Texto

(1)

E M E R G Ê N C I A : FATO R E S Q U E LE VAM A P O P ULAÇÃO I N FANT I L

A R E C O R R E R A E S T E S E R V i ÇO

Ninon Girardon da Rosa Mtins

* *

Lisine Manganeli Girrdi Pakulin * * *

R E S U MO

-A d eficiê ncia d o s se rviços b á s icos de sa ú de v e m d etermin a n do

u m a u me nto n a d e ma n d a aos se rviços d e aten dime nto te rciá rio. E ssa si­ tu ação s o b reca r r e g a a s u n id a d e s d e e me rg ê ncia , mo b i l iz a d e s n ecessa ria­ me nte recu rsos h u manos e mate ria is es pecia l iza dos, refo rça a d esva l o ri­ zaçã o d a a ç ã o p reve ntiva e so l u cio n a p a l iativamente o s p ro b l emas da p o p u ­ l a ção. E ste p ro b l e ma refl ete-se n a p rocu ra d o S e rviço d e E me rg ê ncia do Hos pita l d e C l inicas d e Po rto A l e g re, cujo n íve l de a ssistê n cia aos prob l e­ ma s d e sa ú d e d a cria nça p rocu ra-se medir. Pa ra isto util iz o u -se inst r u me nto p ró p rio e e nt revista q u e permitiram l eva nta r os p ro b l emas de sa ú de e os motivos de p rocu ra a o se rviço. C o n stata-se q u e a maio ria dos ate n dime ntos necessita s e r t r a b a l ha d o no p r imeiro n ível de a ssist ê n cia e a na l isa-se a p o l í­ tica d e s'a ú d e e ó p a pe l d o e nfe rmeiro n este co ntexto .

ABSTRACT

- T h e a bs e n ce of a h e a l t h s e rvice h a s been d ete rmining a n

increasing d e ma n d ove r t h e te rtia ry syste m. T h e e me r g e ncy se rvices a re ove r l o a d e d , h u ma n a nd mate ria l resou rces a re u n necessa ril y mo bil ized, p reventio n a ctio n is d eva l u ated and the p o p u l atio n ' s p ro b l ems a re o n l y pa rtia l ly s o l ve d in t h is situ atio n . T h is p ro b l e m i s refl ected i n t h e sea rch of Hos pita l de C rr nicas ' eme r g e ncy u nit whose a ssistence l evei to c h i l d h e a l t h p ro b l ems is mea s u red i n t h is resea rch . Fo r t h at, a n inte rview a n d a n inst r u me n t a re u til ized in o r d e r taobtain d a t a a bo u t chil d h e a l t h p r o b l ems a n d t h e motives f o r sea rchin g t h e se rvice. I t is ve rified t h at t h e most pa rt of atte n d a nces cou l d be reso l ved a t t h e 1 st a ssista n ce l eveI . Fin a l l y, h e a l t h po l itics a n d n u rses' ro l e a re a n a l ysed fa cin g t h is co ntexto

1

I NTRODUÇÃO

A política de saúde atual paece estr de­

eninando um estrangulamento dos ecursos

existentes. Constata-se, na prática, que não há

uma preocupação com os asectos de po­

moção, manutenção e educação pra a saúde.

Observa-se, ainda, que a prioridade está voltada

pra o aspecto curativo em deriento do pre­

ventivo. Em função disso, veriica-se que os re­

cursos fmanceiros estão sendo alcados ao setor

ecirio.

Atuando em uma unidade de emergência de

um hospital universitio, pôde-se constatar a

deiciência do� serviços de saúde aravés do

aumento constante e deseneado de uma utili­

zação elo público, gerando uma sueopu­

lação a ser atendida.

Essa situação já começa a ser identiicada

no momento em que o efemeiro ealiza a

tria­

gem, quando avlia os pacientes e determina as

propriedades no atendiento. Dessa foma, ob­

serva-se que o motivo que leva os pacientes a

prcurarem o serviço de emergência, não neces­

sitaria de um trataento em um setor terciio,

mas poderia ser manejado em níveis primáio e

secundário. A especialidade é necessária desde

que planejada e bem utilzda. O que deve ser

repensado é o atendimento em nível pirio de

assistência, não como um seviço simplista, mas

simpliicado e que aenda

s

reais necessidades

da população nas suas articulações, com os ní­

veis secundáio e tecirio.

A escolha desse tema ptiu de um questio­

namento sobe os fatoes que estaiam levando

os responsáveis ela opulação infnil à

procu-* Prêmio Isaura Barbosa Lima -22 Lugar -41 � Congresso Brasileiro de Enfermagem - Florianópolis-SC. * * Enfermeira da Unidade de Emergência do Hospital ds Clínicas de Porto Alegre. Licenciada em Enfermagem. *** Enfermeira da Unidade de Emergência do Hospital s Clfnicas de Porto Alegre. Licenciada em Enfermagem.

(2)

ra deta de serviços de alta complexidade,

quando se sae que a prioridade da olítica bra­

sileira de saúde é a pestação da assistência ma­

temo-infantil e que esta deveria estr presente

em todos os níveis de atendimento.

O rabalho diário junto à clientela que pro­

cura a unidade

e

ergência, faz com que se

conheça empiicaente o eril da demanda.

É

inenção das autoras registrr, nesse estudo da­

dos efeentes a essa prática, para gerar subsí­

dios aos técnicos de saúde no conheciento da

ealidade com a qual trabalham, e servir,

també�, de aoio cnico à implantação do Sis­

tema Unico de Saúde.

O bj e t i vo s

- Veriicar os poblemas de saúde das

crianças que são atendidas no Seviço de

Emergência.

- Identiicar o nível de assistência necessá­

io.

- Levanr os motivos que levam a popu­

lação a procurar detamente um serviço terciá­

rio.

- Reletir sobre a política de saúde brasilei­

ra e o pael do proissional de saúde dentro do

sistema.

2

M E T O D O L O G I A

O estudo foi realizado no Serviço de

Eergência do Hospital de Clínicas de Porto

Alege, tendo como amosra 347 crianças na

faixa etria de zero a quatoze anos incompl­

tos, no perído de maio a junho do ano de

1989.

Utilizou-se um insrumento com a intenção

de veriicar se, o problema de saúde dos pacien­

tes necessiia ser trabalhado em nível de um

setor terciário. Os dados levantados no instu­

mento foram: a idade das crianças, o motivo da

consulta, a hipótese diagn6stica e o ratamento

esectivo. Esses números foram coletados com

base nos boletins de atendimento das crinças

consultadas. Considerou-se as vinte e quaro

horas de dois dias de atendimento, divididos em

ês intervalos: das Oh

s

7h; das 7h às 1 8h; das

18h às 24h. Foram escolhidas duas quintas-fei­

rs, em semanas altenadas, em unção de ser

um dia que rerata a édia de atendimento na

Unidade de Eergência.

Sbe-se que no ês de maio foram atendid­

das 5.23 1 cianças; semnanente 1 .308 crian­

çs e diriaente em tomo de

1 69

crianças.

Porém, segunda-feira é um dia em que aumenta

considerlmente o número de consultas e no

i-se-semana elas se eduzem sensivelmente.

É

impotante ressalr que, de 40 pacientes

que prcuaram a emergência neses dois dias,

avaliram-se 347 bolens de aendiento, pois

22 R. Bras. Enfem., Brasia, 45 ( 1): 2 1 -27, jan./mr. 1 992

52

foram edidos ou houve desistência de con­

sultas.

nevisam-se as mães dos pacientes

atendidos no segundo dia do levantamento, no

moento da iagem desses pacientes, quanto

ao oivo que as levou a recoer a uma unida­

de de emergência como altenativa de atendi­

mento. Foram entrevistadas

146

ães das

1 7 8

consultas realizadas neste dia.

A parr dos dados obtidos, ealizou-se ain­

da a classiicação do nível de atendiento

(prmário, secundáio ou terciio) que cada

criança necessitia, tendo por base o motivo da

consulta, a hipótese diagn6stica e o tatamento

ncessário. Essa classiicação foi realizada com

base no modelo de atendimento apresentado a

seguir:

Em

1 987

foi ciado o Sistema Ú nico Des­

centralizado de Saúde com o objetivo de muni­

cipalizr e equalizr as ações dessa área, conti­

nuando o processo de uniicação do sistema das

Ações Integradas de Saúde. Com a promul­

gação da Constituição em

1 98 8 ,

toma foma o

Sistema Único de Saúde e , atualmente, discu­

te-se

a

defmição da lei orgânica desse sistema.

O

Instituto Nacional da Pevidência e As­

sistência Social, em

1 988,

propôs um modelo, a

patir desta política de saúde, com os seviços

localizados dentro de Distitos Sniios.

O

Distrito Sanitio é considerado "uma base ter­

ritorial definida geográfica e demo graicamente

disondo de rede de seviços de saúde com per­

l

tecnol6gico adequado

às

caracterísicas epi­

demiol6gicas daquela opulação". Dentro do

Disrito Sanitáio devem existir três níveis de

ssistência: no

I

� nível serim realizadas ações

de cuidado individual e coletivo, em relação

ermanene com a opulação; no 2� nível have­

ria a pestação de seviços de aoio diagn6stico

e terapêutico; o 3� nível prestia atendiento

em situações emergenciais e intenações.

O

mo­

delo enfatiza a impoância do

1

� nível como

orta de entrada da população.

Determinou também, as atividades a serem

desenvolvidas em cada nível:

- 1 � nível de assistência:

assistência clí­

nica geral a crianças e adultos, munizações,

as­

sistêúcia odontol6gica, coleta de mateial para

exame diagn6stico, disensa de medicamentos,

atividades em educação e nutição para a saúde ,

notiicação compuls6ia das doenças

e

vigilân­

cia epidemiol6gica, atividades de docuentação

assistencial e visitação doicilir;

. - 2? nível de assistência:

assistência c!(­

nica especializada, elização de exmes

diagn6sticos, realização de procedimentos te­

raêuticos esecilizados, dispensa de medica­

mentos, notiicação compuls6ria de denças,

atividade de documenação assistencial e oien­

tação técnica das unidades de

1

� nível;

(3)

c!í-nica a pacientes intenados, aendimento ambu­ latorial esecializado, atendimento de emergên­ cia nas 24h1dia, atendimento em regime hospi­ l-dia, ealização de prcedimentos diagn6sti­ cos e terapêuticos, disensa de medicaentos, notiicação compuls6ria de doenças.

3

A P R E S E N TAÇÃO E D i SCUSSÃO DOS

R E S U LTADOS

A édia de iade da amosa em questão é de 3,689, viando de zero a quatoze nos n­ completos.

Tabela

1

- D i st ribu ição d a faix a etá ria d a a most ra H ospita l d e C l ínicas d e Po rto A l e g re, ma io e ju n h o de 1 989

Faixa Etária 19 dia l dia f r (%)

RN - l a

la - 2a

2a - 4a

4a - 6a

6a - 1 0a 1 0 -Total

Fonte: Boletins de atendimento do Seviço de Emergência

Obseva-se que a faixa etária que procuou atendiento na untdade de eergência concen­ ra-se, pincipalmente, no período p6s-neonatl ao pré-escolr_ Essa faixa etária repesenta a pioridade do atendimento da população infantil brasileira, pois segundo o Ministério da Saúde, o objetivo mais amplo do goveno, na

assistên-3 ________ 13 16 4,61

40 35 75 2 1 , 62

29 34 3 t 8, 1 6

40 34 74 2 1 , 32

21 20 41 1 1 ,81

25 29 54 1 5, 56

1 1 1 3 24 6,92

1 69 1 78 347 1 00,00

cia integral

à

saúde da criánça, é a edução da

morbimorlidade na faixa do zeo aos cinco

nos de idade.

Estes esultdos vêm conínr qe os ser­ viços básicos de saltde não es�o abs0'endo justamente a demnda empreendida na fmxa de idade prioizada elo goveno.

Tabela

2

-Dist ribu ição d a s h ipóteses d ia g n ósticas e nco n t r a d a s n a a most ra

Hip6tese d i agn6stica Problema respi rat6 io

Otite méd i a ag uda

Problemas gast oi ntestinais Feb re

Vi rose

Impetigo

Esto matite herpética Problema d ermato l6gico Problema neu rol6gio Doenças i nfecto -contag iosas Problemas u ri nári os

Recém-nascidos sem alterações Outros

Total

Fonte: Bo leti ns de aten d i m ento do Serviço de Em erg ência

A

partir dos dados obtjdos em relação aos problemas de saúde apesentados elas cin­ ças, ideniica-se altíssima feqüência dos .pro­ blemas do trato espirat6io que se cractenzam em

dençs típcas do Rio

Grnde do Sul.

Conforme a Secretria da Saúde e a CIC­ DISETEC/CIS', os pincipais agravos que compem o quadro de mo

idad

infan

l, no Rio Grande do Sul, são as lnfecÇoeS

esprat6-rias agudas. . .

Seguindo-se aos poblemas resprat6nos enconrm-se as oties médias agudas e os po­ bleas do rato gaso-intestinl (gasoenterite aguda). Este último com enor incidência, em unção de a estação climática do ano favoecer o apecimento dos poblemas espirat6ios, em

1 98 65 3 1 8 1 3 8 7 5 5 4 4 4 1 8 392

fr

(%)

50, 50 1 6, 58 1 0,92 4, 59 3,34 2,06 1 , 78 1 , 29 1 ,27 1 , 04 1 , 02 1 , 02

4,59 1 00,00

deento da desiratação e da gasoenteite aguda.

Dados que vêm eforçr a necessidade do desenvolvimento dos serviços básicos de saúde,

ê

o raento lkado (oienação, raa­

mento sintomático e outros) aplicados a rande pe dos poblemas espirat6rios e gasoines­ tinais. A conduta de orientação aos pis tmém ocoe qundo do diagn6stico de denças fec­ tontagiosas e do atendiento do ecé-nas­

cido sem lerações.

O

núero de hi6eses diagn6sticas levan­

adas foi ior do que o neo

ol

e aten­

dientos, orque alguas cinças apesenta­ vm mis de um problema de saúde concomi­ taneente�

(4)

G ráfico

1

-R e p resentação dos n fveis de ate n d i mA nto

11

Primário

i

Secundário

m

Terciário

Obevação: Os valores apresentados no gráfio eão arrendodados

Observa-se que na classiicação dos níveis de atendiento a maior eqüência se concenra no nível pio (4,27%), seguindo-se o nível secundio (27,95%) e, em enor núeo, no nível terciário (7,78%).

É

importane egisr que de um totl de

347 aendimentos, 82 (23 ,63%) foram no erí­ do das

O

(zeo) às 7h e das 1 8

s

24h. Nesse horário, nomalene os erviços de

atendimen-to em níveis pio e cundário estão fecha­ dos; porém, veica-se que a maioria dos moi­ vos das consultas não necessitiam ecoer a

uma unidde de eergência nesse horrio. o

núeo total, somente quaro (4,88%) pacientes precisriam de aendento de eergência.

Classiicram-se, também, os níveis de atendimento, em relação aos problemas espi­ rat6rios enconrdos na população-lvo:

G ráfico

2

-P ro b l emas res p i rató rios a p rese ntados p e l a a mostra segu ndo os n fve is de

ate n d i mento

&ml (4%)

(3%)

Obevaçlo: s valores apresentados no gráio estão arendodados

o

Pimáio

Secundário • • • •

T 'á '

!:::

arei no

Veica-se que, de um total de 1 98 poble­ mas espat6ios, a ior eqüência do nível primáio penece (57,6%), logo ap6s, em

nível scundáio (38,89%) e, em enor concen­ taça0, em nível terciário (4,4%).

(5)

- Dea nda dos se rvi ços espec i a l i d a dos

Surge o questionamento sobe o poquê da elevada demanda aos serviços especilizados.

Em enevista ealizda com as mães dos

pacientes que procurrm o seviço de eergência obtiveam-e as seguintes esostas:

Tabela 3

-Moti vos q ue l eva ra m a a mostra est u d a d a a p rocu ra r o S e rviço de E me rgência do H C PA

Moti vos

Sempre consuta na emergênia

Problema de atend i m ento no posto de saúde · Preferência pelo aten d i m ento no HCPA Acha que é o local mais p ró xi mo Encam inhado

Rapidez no atend i mento

Po rque acha q u e é u m a emerg ênci a

Consu ltou em outros locais m as a crianção n ão

21 1 8 1 6 1 6 1 4 1 3 1 2

f r (%) 1 3,29 1 1 ,39 1 0, 1 3 1 0, 1 3

8,86 8, 23 7,59

obteve mel h o ra 1 0 6,33

Paciente do ambu lató rio do H CPA 1 0 6,33

Nasceu no HCPA 8 5,07

Os pais são fu ncionários do H CPA 5 3, 1 7

Desconhece outros locai$ d e aten d i m ento 3 1 , 89

Ped iat ra não estava atendendo 2 1 ,26

Greve nos hospitais do I N A M PS 2 1 ,26

Outros 8 5,07

Total 1 58 1 00,00

• Os moti vos de p roblemas de atend i m ento no posto de saúde fo ram: posto em g reve; as fichas de atendi mento já

haviam term inado; não havi a pediat ra do posto; n ão h avia otosc6pio.

o número de motivos de consulta é maior do que o número total de mes entevistdas, porque algumas colocavam mis de um motivo concomintemente.

Os dados demonsrram que, com gnde feqüência, a opulação utiliza o serviço de emergência como o ambulat6rio, um serviço de pronto aendimento. As esostas que reforçam essa rmação são: "sempre consula na eergência, o atendmeno

é

mis ápido,

não é necessrio

cr

hora, pais fun­

cionrios do hospital,

i

atria não esava atendendo". Dento desse aspecto, veriIca-se inda que a emergência unciona como "válvula de escae", ois assume o excesso da demanda e a fala de esutura dos serviços básicos de saúde, levando os pacientes a procrrem dire­ amene um serviço esecializdo.

Outo fator a destacr é que, os pr6prios proIssionais de saúde, sabendo da problemáti­ ca, encaminham seus clientes que, a rigor, não ceceriam de um atendimento em nível eciá­ io, pra as emergências.

As respostas de pefeência pelo atendimen­ to na instituição e, a pocura da mesma coo aleativa de solução de problemas não esol­ vidos em oos locais, sugeem que a conIn­ ça da população nos seviços de saúde é de­ ene proporcional

à

compleidde dos es­ mos.

Essas situações ratiIcam o desconhecimen­ to da população em elação

à

dinâmica do aten­ dimento de saúde e aumentam a sobrga dos seviços de lta complexidade.

Enretanto, é compreensível esse desconhe­ cimento quando analisa-se a hist6ria da política de saúde brasilea. Já em

1980,

MAGA­

.

LHÃS5,

em sua elexão sobe essa política,

irma que nos últios

50

anos houve mais m esforço em estaelecê-la, depois uma luta pra substitui-la por oura, que nunca pode ser eli­ zada. VeIca-se que a hist6ia se epee na dé­ cada de

80,

ois existiu a tentativa de implan­ tação de planos com9 as Ações Interadas de Saúde, o Sistema Unico Descenlizado de Saúde e o Sistema Único de Saúe, sem uma eal concetização e implementação de uma política de saúde deinida.

A ptir disso, veriIca-se que o aendimen­ to em nível peventivo continua sendo esval­ rizdo e que muitas vezes os poblemas são rabalhados em um serviço de alta complexi­ dde, inadequdamene. Dessa maneira, êm-se gastos mais elevados, mobilização esnecessá­ ria de recursos humnos e maeriais e, solução paliativa dos problemas, sem considear a pe­ venção e a continuidade no aendimento.

LANDMAN' , comprndo países desen­ volvidos e subdesenvolvidos, osra que o au­ mento dos gastos em medicina curaiva reduem a morlidade nfanil em índices bem inferio­ es aos gastos equivalenes em saúe pública.

MANCIAUX6 , em sua anlie sobe o atendieno

à

saúde da ciança, epesenta, aravés de um Ico, a iner-elação ene a necessidade, o edido e o seviço e, airma er esta congruência ca. A necessidade raduz a exigência de um serviço de aendento em

(6)

vel teciário, a solicitação signiica o edido expesso pela opulação de eviços pios e scundáios e, o seviço simoliza o peparo

técnico e material da instituição para atender

s

ncessidades constaadas.

- Inter-relação ene a necessidade, a solicitação e o seviço.

Serviço

o

autor refoça, ainda, que as açes que devem ser desenvolvidas paa aumentar esta conguência, seiam um elhor conheciento da situação, a educação em saúde e o desenvol­ viento dos serviços básicos de saúe.

A partr da constatção da inexistência de

a política de saúde deinida, da falta de as­

sistência inel e contnua à cinça, da desin­ fomação da opulação na utilizção dos servi­ ços de saúde, é neessáio que se relita sobre o pael do proissional de saúde denro deste con­ texto.

O pmeo psso é o conhecimento da ea­

lidade com a

ql

se rablha.

Segundo REZEDE7 a postura alienda

dos poissionais de saúde, fce às ealidaes egionis, pode- conduzir a diusão de medidas indequadas à egionalidade dos Clienes, ge­ ndo um conontmento de valoes.

FREIRE" colca em sua análise sobe o copromisso do poissional que pocura a mu­ dnça da realidae que está "molhado e enso­ pado" da situação conceta, teá condições e se enganjr no mundo em que vive e, dessa mneira, compromeer-se com a ociedade. Re­ foça, ainda, que no pcesso de mudnça não há sber e ignorância absoluta e não pde haver

passividde e imiação.

4

CON C L USÃO

Nesse estudo ode-se constatr que está corendo uma inversão no sisema de

atendi-26 R. Bs. Enferm., Blia, 45 ( 1): 2 1 -27, janJmr. 1 992

ento à população. Na poosta govenmenal a "oa-deenrda" da prcura aos seviços deve ser em nível pio poém, o prcesso está coendo de maneira oposa. Os dados le­ vntdos indicam que o estngulmento do seviço de emergência se deve à desesutuação dos serviços básicos de saúde.

A

população, então ica sem lenativa pra a solução de seus pobleas. Prca dreene os seviços esecializados, oque os de aendimento em íveis pio e secunio não são valoiza­ dos, pois não ossuem rcusos dequados que anjm um grau de resolutiviade.

A olíica de saúde se retaa histoicmen­

te pela supevalorização do efoque curativo. Tem havido uma seqüência de proposas que vi­ sam a qulicação do nível de pevenção; en­ tetnto, a viabilização desas não está na modi­ icção constante do mdelo, mas deende da edef"mição de valores e inteesses do uo que as determina.

É

motivo de peocupação o fato -de a clien­ tela ser assisida somente na fase agura do pro­ cesso de doença, em ua invesigação, com­ phamento evolutivo e muias vezes como s­ lução moennea.

A

aordagem desse tema tomou oportuna a

(7)

R E F E R Ê N C I AS B I B L I OG RÁ F I CAS

BRASIL. Ministério da Previdência e Assistência Social. Aperfeiçoamento e haniação das ações assstencs.

Brasília, 1988.

2 CICDI-SE fEC/CIS -RS. Proposta de atendimento inter­ institucional à criança. Revsta do HCPA. Porto Alegre: 7: 104-7, 1987.

3 FREIRE, Paulo. Educação e Mudança. Rio de Janeio: Paz e fera, 1979. 79p.

4 LANDMAN , J. Evitando a Saúde & Promovendo a Doença. 3. ed. , Rio de Janeiro: Achiamé, 1 982. 1 87p.

5 MAGALHÃES , M. A polftica de saú

4

e pública no Brasil nos últimos 50 anos, 2. ed., In: CAMARA DOS

DE-PU fADOS. I Spóso sobre Pofica Nacoal de Saú­ de. 1980.

6 MANCIAUX, M. Saúde da mãe e a ciança: problems do futuro, elementos de solução. In: CEN fRE D'É fU­ DES E f DE RECHERCHES MARXIS fES. Saúde e Educação de Infâna. Lisboa: Ediorial Estampa,

1978. 299p.

7 REZENDE, A. Aspectos polfticos e ideológicos s de­ mands e ofes de atenção de saúde. Revsta Gaúcha

de Enfeagem. Porto Alee, 5 ( 1): 65-82, 1984.

8 RS.SSMA. Esasicas e Saúe: mortaüade 1985. Porto Alegre, 1986. 78p.

Imagem

Tabela  1  - D i st ribu ição  d a   faix a   etá ria  d a   a most ra  H ospita l  d e   C l ínicas  d e   Po rto  A l e g re,  ma io  e  ju n h o  de  1 989
Tabela  3  - Moti vos  q ue  l eva ra m  a  a mostra  est u d a d a   a  p rocu ra r  o  S e rviço  de  E me rgência  do  H C PA

Referências

Documentos relacionados

•   O  material  a  seguir  consiste  de  adaptações  e  extensões  dos  originais  gentilmente  cedidos  pelo 

iv. Desenvolvimento de soluções de big data aplicadas à gestão preditiva dos fluxos de movimentação portuária de mercadorias e passageiros. d) Robótica oceânica: criação

Os métodos estatísticos para análise de dados podem ser classificados como métodos descritivos (Estatística descritiva) e métodos inferenciais (Estatística

By interpreting equations of Table 1, it is possible to see that the EM radiation process involves a periodic chain reaction where originally a time variant conduction

O desenvolvimento desta pesquisa está alicerçado ao método Dialético Crítico fundamentado no Materialismo Histórico, que segundo Triviños (1987)permite que se aproxime de

Excluindo as operações de Santos, os demais terminais da Ultracargo apresentaram EBITDA de R$ 15 milhões, redução de 30% e 40% em relação ao 4T14 e ao 3T15,

Os interessados em adquirir quaisquer dos animais inscritos nos páreos de claiming deverão comparecer à sala da Diretoria Geral de Turfe, localizada no 4º andar da Arquibancada

O enfermeiro, como integrante da equipe multidisciplinar em saúde, possui respaldo ético legal e técnico cientifico para atuar junto ao paciente portador de feridas, da avaliação