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Características agronômicas e culinárias de clones de mandioca.

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Academic year: 2017

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V. FITOTECNIA

CARACTERÍSTICAS AGRONÓMICAS E CULINÁRIAS DE CLONES DE MANDIOCA (1)

JOSÉ OSMAR LORENZI (2- 5),

ARAKEN SOARES PEREIRA (2> 4) , DOMINGOS ANTÓNIO MONTEIRO (2) e MARIA TEREZA BARALDI RAMOS (3)

(1) Recebido para publicação em 28 de abril de 1987 e aceito em 19 de abril de 1988.

(2) Seção de Raízes e Tubérculos, Instituto Agronómico (1AC), Caixa Postal 28,13001 Campinas (SP).

(3) Seção de Fitoquímica, IAC.

(4) Aposentado.

(5) Com bolsa de pesquisa do CNPq.

RESUMO

Em Campinas, SP, nos anos agncolas de 1982/83, 1983/84 e 1984/85, avaliaram-se oito diferentes clones de mandioca (Manihot esculenta Crantz) selecionados para mesa quanto à produtividade de raízes e ramas, índice de colheita, cozimento culinário, teor de ácido cianídrico e cor da polpa das raízes. Os experimentos, instalados no início das chuvas (setembro/outubro) e colhidos nove meses após o plantio, foram conduzidos em blocos ao acaso com quatro repetições. Entre o material estudado, os clones IAC 59-210, de polpa branca (obtido por autofecundação do cv. IAC Mantiqueira) e IAC 289-70, de polpa amarela (originário do cruzamento do cv. SRT 797 - Ouro do Vale, com o cv. SRT 1 - Vassourinha Paulista), mos-traram, no conjunto de caracteres avaliados, o melhor comportamento, supe-rando o 'IAC Jaçanã' e o 'IAC 14-18', utilizados como testemunhas. O clone IAC 289-70 destacou-se pela facilidade de cozimento culinário, baixa con-centração de HCN, alto índice de colheita, produtividade média de 18,7 t/ha e polpa amarela das raízes, indicando a presença de pigmentos carotenóides. A característica mais relevante do IAC 59-210 foi a maior produtividade mé-dia, 20,6 t/ha, em magnitude.

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1. INTRODUÇÃO

A produção paulista de mandioca (Manihot esculenta Crantz), em 1985, foi de 650.000 toneladas de raízes (PROGNÓSTICO, 1986), Nesse ano, fo-ram comercializadas nas CEASAs do Estado de São Paulo aproximadamente 30.000 toneladas de mandioca de mesa (BOLETIM ANUAL, 1985), o que significa

uma participação de apenas 5% do total produzido e demonstra a maior im-portância desse produto como matéria-prima industrial, visto que sua utilização como forrageira é também pequena em nosso Estado.

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Atualmente, para uso direto na alimentação humana, recomendam-se diversos cultivares de mandioca (VILLELA et ai., 1985). Eles contêm baixas con-centrações de ácido cianídrico (HCN), característica essencial para seu uso com essa finalidade, mas nem sempre reúnem características agronómicas e culiná-rias que atendam plenamente aos diversos segmentos envolvidos desde sua pro-dução até o consumidor final.

O objetivo deste trabalho foi avaliar clones promissores de mandioca vi-sando verificar suas reais possibilidades de substituir com vantagem os cultivares tradicionais em uso para mesa, quanto à produtividade de raízes e ramas, índice de colheita, cozimento culinário, teor de ácido cianídrico e cor da polpa das raízes.

2. MATERIAL E MÉTODOS

No Centro Experimental de Campinas, Instituto Agronómico, em latos-solo roxo, nos anos agrícolas 1982/83, 1983/84 e 1984/85, avaliaram-se seis clones de mandioca selecionados em anos anteriores e duas testemunhas (IAC Jaçanã e IAC 14-18). Daqueles clones, apenas um o SRT 1135-'Joaquinzinho', é material autóctone e de ampla distribuição nas culturas paulistas de "fundo de quintal". Os demais são originários de cruzamentos intervarietais, a saber. IAC 59-210 (autofecundação da 'IAC Mantiqueira'), IAC 289-70 (SRT 797 - 'Ouro do Vale' x SRT 1 - Vassourihha Paulista'), IAC 146-74 (IAC 1416-67 - 'Yara' x SRT 1130), IAC 192-74 (IAC 1416-67 - 'Yara' x IAC 323-67) e IAC 337-74 (IAC 1416-67 - 'Yara' x SRT 521).

O delineamento estatístico utilizado foi de blocos ao acaso, com oito tratamentos e quatro repetições. As parcelas foram constituídas por quatro linhas de dez plantas, dispostas no espaçamento de 1,0 x 0,8m, com área útil de

12,80ms, referente a dezesseis plantas competitivas das duas linhas centrais.

Empregou-se o sistema comum de plantio, isto é, manivas de 20cm de comprimento, plantadas horizontalmente em sulcos de 10cm de profundidade. Instalaram-se os experimentos em setembro-outubro, realizando-se os tratos culturais normalmente adotados para a cultura e dispensando-se a adubação. Efetuou-se a colheita aproximadamente aos nove meses do plantio.

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por Xanthomonas campestris pv. manihotis através de observações visuais dos seus sintomas.

Nas análises estatísticas para produtividade de raízes, ramas, tempo de cozimento culinário e concentração de HCN, empregou-se o teste de Tukey ao nível de 5% para comparação de médias entre as variedades.

3. RESULTADOS E DISCUSSÃO

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A análise individual dos dados experimentais mostra que, exceto para a produção de raízes do ano agrícola 1982/83, houve diferenças significativas entre os tratamentos, embora nenhum clone se tenha destacado em relação às teste-munhas. Analisando os experimentos conjuntamente, além da diferença existente entre os tratamentos, assume importância a interação tratamento x ano, eviden-ciando o comportamento diferencial dos clones em relação às variações dos inú-meros fatores que ocorrem no tempo. Desse modo, é relevante a seleção de clones superiores que apresentem maior homeostase genética, pois este é um aspecto importante àqueles diretamente relacionados ao setor produtivo agrícola. Os ensaios foram conduzidos no Centro Experimental de Campinas, visto que 40% do total da mandioca comercializada nas CEASAs paulistas é proveniente dessa região (BOLETIM ANUAL, 1985).

Quanto à média geral de produtividade de raízes, em magnitude, os clones superiores foram o IAC 59-210 (20,6 t/ha) e o IAC 289-70 (18,7 t/ha): sem diferir estatisticamente das testemunhas (IAC 'Jaçanã' e IAC 14-18), apresentaram, contudo, um conjunto de características favoráveis e desejáveis que evidenciam suas potencialidades para as finalidades em estudo. As baixas produtividades observadas para o clone SRT 1135 -'Joaquinzinho' foram devidas à suscetibilidade à Xanthomonas campestris pv. manihotis, agente causal da bacteriose. Os demais clones mostraram apenas sintomas leves da moléstia, permitindo classi-ficá-los como moderadamente resistentes. A produção de ramas foi também observada para avaliar sua disponibilidade para futuros plantios e permitir a de-terminação do índice de colheita. Os clones IAC 59-210 e IAC 289-70, além de mais produtivos, apresentaram comparativamente bons índices de colheita (59 e 66% respectivamente), a exemplo do encontrado por KAWANO (1982), onde altos índices de colheita são correlacionados positivamente com o rendimento de raí-zes.

No quadro 3 acham-se os resultados obtidos sobre cozimento culinário, concentração de ácido cianídrico e cor da polpa das raízes, características essas extremamente importantes para a mandioca de mesa.

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\ 4. CONCLUSÕES

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SUMMARY

AGRONOMIC AND CULINARY TRAITS OF

SEVERAL CASSAVA (MANIHOTESCULENTA CRANTZ) CLONES

Eight cassava {Manihot esculenta Crantz) clones were evaluated concerning root yields and other traits during three growing seasons (1982/83, 1983/84 and 1984/85), in Campinas, State of São Paulo, Brazil. Field trials were carried out in completely randomized block designs with four replications. The plants were harvested nine months after planting. The clones IAC 59-210 (derived from self-fertilization of 'IAC Mantiqueira'), and IAC 289-70 (obtained from SRT 797 - 'Ouro do Vale' x SRT 1 - 'Vassourinha Paulista' crossing), were superior for most of the traits studied, when compared to two commercial varieties used as contrai. IAC 289-70 presented low cooking time, low HCN leveis, high harversting index, average yield of 18.7 t/ha and yellow pulp of roots, indicating the presence of carotenoid pigments. 'IAC 59-210' presented the highest average yield (20.6 t/ha).

Index ternis cassava {Manihot esculenta Crantz), varieties, HCN toxicity, culinary

qualities.

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

BOLETIM ANUAL. São Paulo, CEAGESP, 1985 e 1986.

KAWANO, K. Mejoramiento genético de yuca para productividade. In: YUCA: Investiga¬ ción, producción y utilización. Cali, Colombia, Centro Internacional de Agricultura Tro-pical, 1982. p.91-112.

MARAVALHAS, N. Carotenóides de Manihot esculenta Crantz. In: CINCO estudos sobre farinha de mandioca. Manaus, Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia, 1964. p.35-38. (Publicação, 6)

NORMANHA, E.S. Análise de HCN em mandioca. Ciência e Cultura, São Paulo,

17(2):197, 1965.

PEREIRA, A.S.; LORENZI, J.O. & VALLE, T.L. Avaliação do tempo de cozimento e padrão de massa cozida em mandiocas de mesa. Revista Brasileira de Mandioca, Cruz das Almas, 4(1):27-32, 1985.

PROGNÓSTICO, São Paulo, Instituto de Economia Agrícola, v.15, 1986.

TREADWELL, F.P. Manuel de chimie analytique. 4. ed. Paris, Dunod, 1934. v.2.

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