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Uma análise de políticas fiscais: modelo DSGE novo-keynesiano com armadilha da liquidez

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Academic year: 2017

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(1)

FUNDAC

¸ ˜

AO GETULIO VARGAS

ESCOLA DE P ´

OS-GRADUAC

¸ ˜

AO EM ECONOMIA

Felipi Bruno da Silva

UMA AN ´

ALISE DE POL´

ITICAS FISCAIS:

MODELO DSGE NOVO-KEYNESIANO

COM ARMADILHA DA LIQUIDEZ

(2)

Felipi Bruno da Silva

UMA AN ´

ALISE DE POL´

ITICAS FISCAIS:

MODELO DSGE NOVO-KEYNESIANO

COM ARMADILHA DA LIQUIDEZ

Disserta¸c˜ao submetida a Escola de P´os-Gradua¸c˜ao em Economia como requesito parcial para a obten¸c˜ao do grau de Mestre em Economia.

´

Area de Concentra¸c˜ao: Teoria Econˆomica

Orientador: Tiago Couto Berriel

(3)

Ficha catalográfica elaborada pela Biblioteca Mario Henrique Simonsen/FGV

Silva, Felipi Bruno da

Uma análise de políticas fiscais : modelo DSGE novo-keynesiano com armadilha da liquidez / Felipi Bruno da Silva. – 2013.

30 f.

Dissertação (mestrado) - Fundação Getulio Vargas, Escola de Pós-Graduação em Economia.

Orientador: Tiago Couto Berriel. Inclui bibliografia.

1. Política tributária – Modelos econométricos. 2. Equilíbrio econômico. 3. Liquidez (Economia). 4. Economia keynesiana. I. Berriel, Tiago Couto. II. Fundação Getulio Vargas. Escola de Pós-Graduação em Economia. III. Título.

(4)
(5)

Resumo

Neste artigo, ´e analisado, por meio de um modelo DSGE novo-keynesiano, o efeito da redu¸c˜ao do imposto sobre o consumo, tal como os impactos das eleva¸c˜oes da tarifa incidente sobre a renda do trabalho e dos gastos do governo, sobre o produto e o d´eficit p´ublico em uma economia com armadilha da liquidez. Ao permitir que a dura¸c˜ao da armadilha da liquidez seja determinada endogenamente ´e poss´ıvel con-cluir que os efeitos marginais dependem da magnitude do choque dado e de quais instrumentos de pol´ıtica fiscal est˜ao sendo usados. Desta forma, para avaliar o im-pacto desses instrumentos torna-se necess´ario observar os seus efeitos m´edios. Com base nessa medida e na economia em quest˜ao, uma pol´ıtica fiscal pode apresentar os maiores efeitos marginais para cada dura¸c˜ao da armadilha da liquidez, mas n˜ao necessariamente ser´a aquela que causar´a os maiores impactos sobre o produto e o d´eficit p´ublico.

(6)

Conte´

udo

1 Introdu¸c˜ao 5

1.1 Literatura Relacionada . . . 6

2 Modelo 7 2.1 Fam´ılias . . . 7

2.2 Firmas . . . 8

2.2.1 Firmas produtoras do bem final . . . 8

2.2.2 Firmas produtoras dos bens intermedi´arios . . . 8

2.3 Pol´ıtica Monet´aria . . . 9

2.4 Governo . . . 10

2.5 Equil´ıbrio . . . 10

3 Calibra¸c˜ao 12

4 Resultados 13

5 Conclus˜ao 21

(7)

1

Introdu¸

ao

Com o advento da crise de 2008, os bancos centrais dos principais pa´ıses desenvolvidos passaram a cortar suas taxas de juros a praticamente zero, enquanto que os governos elevaram os seus gastos como forma de estimular a economia. Por´em, devido `a fraca recupera¸c˜ao da economia global, muito desses pa´ıses se viram com d´ıvidas elevadas. Com isso, o foco passou a ser o equacionamento dos seus d´eficits p´ublicos, via, principalmente, medidas de austeridades econˆomicas. No entanto, a literatura recente - tais como,Denes et al.(2013),Erceg and Lind´e(2012),Christiano et al.(2011), entre outros -, utilizando-se de modelos DSGE novo-keynesianos, tem mostrado que em economias cuja taxa de juro nominal se encontra restrita pelo seu limite inferior em zero, os efeitos dos instrumentos de pol´ıtica fiscal, tanto sobre o produto, quanto sobre o d´eficit, podem diferir de maneira significante dos impactos dessas vari´aveis quando a taxa de juros n˜ao possui a sua restri¸c˜ao ativa.

Dessa forma, o objetivo deste artigo ser´a entender melhor esses efeitos em um ambiente no qual a economia est´a em uma armadilha da liquidez. Para tal, ser´a construindo um modelo DSGE novo-keynesiano simples no qual o n´umero de per´ıodos em que a restri¸c˜ao sobre a taxa de juros se encontra ativa ´e determinado endogenamente.

Assim como encontrado na literatura recente, os resultados deste artigo mostram que aumentos dos gastos p´ublicos e diminui¸c˜oes do tributo sobre o consumo possuem efeitos marginais maiores sobre o produto em uma economia com armadilha da liquidez. E, em consequˆencia desses efeitos sobre o produto, essas pol´ıticas podem ser autofinanci´aveis, isto ´e, podem possuir um impacto negativo sobre o d´eficit p´ublico. Al´em dessas pol´ıticas, uma eleva¸c˜ao no imposto sobre a renda do trabalho pode ter um grande impacto marginal negativo sobre a d´ıvida p´ublica, assim como um efeito positivo sobre o PIB, em uma economia onde a taxa de juro ´e igual a zero por muitos per´ıodos.

No entanto, ao endogenizar a dura¸c˜ao da armadilha da liquidez, temos que o n´umero de per´ıodos no qual a taxa de juros ´e igual a zero ´e encurtado com o aumento da magnitude em que esses instrumentos de pol´ıtica fiscal s˜ao usados, com isso os seus efeitos marginais tanto sobre o produto quanto sobre o d´eficit p´ublico convergem para os seus n´ıveis de quando a taxa de juros ´e estritamente positiva. Assim, quando a taxa de juros est´a limitada existe um impacto no uso de um instrumento sobre os demais, pois ao encurtar o n´umero de per´ıodos da armadilha da liquidez, n˜ao s´o os efeitos marginais da pol´ıtica usada convergem, como tamb´em, os efeitos marginais dos outros instrumentos. Al´em disso, ´e mostrado que um mesmo choque como propor¸c˜ao do PIB em diferentes instrumentos pode gerar encurtamentos distintos da armadilha da liquidez.

(8)

A principal contribui¸c˜ao deste artigo ´e mostrar, por meio do modelo proposto mais adiante, que um instrumento de pol´ıtica fiscal pode apresentar os maiores efeitos margi-nais para cada dura¸c˜ao da armadilha da liquidez, por´em, n˜ao necessariamente os maiores efeitos m´edios. Desta forma, para a economia estudada neste artigo, apesar do gasto do governo possuir os maiores multiplicadores marginais sobre o produto, em decorrˆencia do fato de que cada extens˜ao da armadilha da liquidez suportar menos choques nessa vari´avel, os seus multiplicadores diminuem mais r´apido do que os do demais instrumen-tos e, em consequˆencia disso, o seu multiplicador m´edio ´e menor do que o multiplicador m´edio da redu¸c˜ao do imposto sobre o consumo. Assim, com base nos efeitos m´edios dos instrumentos de pol´ıtica fiscal analisados, caso o governo tenha como ´unico objetivo aumentar o PIB, a melhor pol´ıtica para tal ´e a diminui¸c˜ao da tarifa sobre o consumo. No entanto, caso o objetivo seja diminuir a sua d´ıvida, o governo deve aumentar o imposto sobre a renda do trabalho, dado que esse instrumento apresenta o impacto m´edio mais negativo sobre o d´eficit p´ublico. Al´em disso, ´e mostrado que a redu¸c˜ao do imposto sobre o consumo possui um impacto m´edio sobre o d´eficit p´ublico menor do que a eleva¸c˜ao dos gastos. Portanto, para qualquer pol´ıtica que tenha como objetivo elevar o PIB ou reduzir a d´ıvida do governo, ou mesmo uma combina¸c˜ao desses dois, a diminui¸c˜ao da tarifa sobre o consumo se apresenta como um instrumento mais eficiente, no sentido de melhor atingir esses objetivos, do que o aumento dos gastos. Logo, o uso da eleva¸c˜ao do dispˆendio p´ublico n˜ao ´e recomendado para esta economia.

1.1

Literatura Relacionada

Este artigo faz a conex˜ao entre as pol´ıticas fiscais analisadas em Denes et al. (2013) e a abordagem de endogeniza¸c˜ao da armadilha da liquidez utilizada em Erceg and Lind´e

(2012).

No primeiro, por meio de um modelo DSGE novo-keynesiano simples ´e mostrado que em uma economia com armadilha da liquidez, o aumento dos gastos do governo e dos impostos sobre o sal´ario, tal como uma redu¸c˜ao da tributa¸c˜ao sobre o consumo, possuem efeitos maginais positivos sobre o produto maiores do que quando a restri¸c˜ao da taxa de juros n˜ao est´a ativa. E, em consequˆencia desses impactos sobre o PIB, a eleva¸c˜ao do dispˆendio do governo e a diminui¸c˜ao do imposto sobre o consumo reduzem o d´eficit p´ublico. Al´em disso, ´e mostrado que o aumento do imposto sobre a renda do trabalho ao combinar uma maior tarifa, juntamente com um crescimento do produto, tem como consequˆencia uma grande redu¸c˜ao marginal da d´ıvida do governo.

(9)

gasto do governo. E, al´em disso, ´e explicitado que os multiplicadores marginais sobre o produto e o d´eficit dependem da magnitude do dispˆendio p´ublico.

Este artigo est´a organizado do seguinte modo. Na se¸c˜ao 2 ´e descrito o modelo. A se¸c˜ao 3 apresenta a calibra¸c˜ao. Na se¸c˜ao 4 ´e exposto o experimento e os resultados e na se¸c˜ao 5 a conclus˜ao.

2

Modelo

O modelo adotado neste trabalho ´e uma vers˜ao estendida do modelo b´asico utilizado por

Erceg and Lind´e (2012), ao qual s˜ao incorporados os impostos sobre o sal´ario e sobre o consumo.

2.1

Fam´ılias

Existe um cont´ınuo de fam´ılias de medida 1, indexadas por j. O consumidor representa-tivo maximiza a seguinte fun¸c˜ao utilidade:

Et

∞ X

t=0

βt

1

1− 1σ (Ct−Cvt) 1−1

σ − N

1+χ t

1 +χ +µ0F

M Bt+1

Pt

(1)

onde β ∈(0,1) ´e o fator de desconto. A fun¸c˜ao depende positivamente dos desvios do consumoCtem rela¸c˜ao a um “n´ıvel de referˆencia”Cvt, ondevtrepresenta um choque nas

preferˆencias, tal que, para um dado n´ıvel de consumo, um choque positivo emvtfaz com

que a utilidade marginal do consumidor aumente. A utilidade depende negativamente do termo N

1+χ t

1+χ , onde Nt s˜ao as horas trabalhadas e χ ´e o inverso da elasticidade Frisch

de substitui¸c˜ao da oferta de trabalho. Tal como em Eggertsson and Woodford (2003), ser´a assumido que a fun¸c˜ao dos saldos reais de moeda, F M Bt+1

Pt

, possui um ponto de saciedade M B

P . A inclus˜ao da moeda se faz necess´aria para dar racionalidade ao limite

inferior em zero para a taxa de juros nominal. No entanto, ser´a assumido que µ0 ´e

arbitrariamente pequeno, desta forma mudan¸cas nos saldos reais de moeda possuem um efeito neglig´ıvel para a senhoriagem. Assim, os impactos dos n´ıveis de moeda sobre o produto e a d´ıvida do governo podem ser desconsiderados. Al´em disso, ser´a assumido que o choquevt em sua forma log-linearizada segue um processo AR(1) com persistˆencia

ρ.

A restri¸c˜ao or¸cament´aria das fam´ılias no per´ıodo t ´e dada por:

Pt(1 +τtc)Ct+BG,t+M Bt+1 = (1−τtn)WtNt+M Bt+ (1 +it−1)BG,t−1+ Γt−Tt (2)

Logo, temos que as fam´ılias compram o bem final Ct, a um pre¸co Pt acrescido do

imposto sobre o consumoτc

(10)

BG,t, e em moeda,M Bt+1. Os seus ganhos prov´em da renda do trabalho descontando-se o

imposto sobre o sal´ario,WtNt(1−τtn), do estoque de moedaM Bt, dos t´ıtulos do governo

BG,t−1 corrigidos pela taxa de juros, it−1, e dos dividendos das firmas Γtmenos o imposto lump-sum Tt.

Desta forma, temos que o problema do consumidor representativo ´e maximar a fun¸c˜ao utilidade (1) sujeito a restri¸c˜ao or¸cament´aria (2).

2.2

Firmas

2.2.1 Firmas produtoras do bem final

As firmas produtoras do bem final produzem o bem Yt a partir de um cont´ınuo de

bens intermedi´arios yt(f), por meio de uma tecnologia de transforma¸c˜ao com retornos

constantes de escala da forma Dixit-Stiglitz:

Yt=

 

1

Z

0

yt(f)

1 1+θp df

 

1+θp

, (3)

onde θp >0.

Essas firmas s˜ao perfeitamente competitivas tanto no mercado de bens como no de insumos. Portanto, o problema dessas firmas ser´a minimizar os custos de produ¸c˜ao para um dado n´ıvel de produto tomando os pre¸cos dos insumospt(f) como dados. Da resolu¸c˜ao

desse problema1, temos que o pre¸co do bem final e a curva de demanda pelos bens

intermedi´arios podem ser escritos, respectivamente, como:

Pt=

 

1

Z

0

Pt(f)

−1 θp df

 

−θp

(4)

e

yt(f) =

pt(f)

Pt

−1+θp

θp

Yt (5)

2.2.2 Firmas produtoras dos bens intermedi´arios

Existe um cont´ınuo de firmas de medida 1 em competi¸c˜ao monopol´ıstica no mercado de bens intermedi´arios diferenciados, indexadas por f. Elas possuem uma tecnologia de transforma¸c˜ao com retornos constantes de escala dada por uma fun¸c˜ao Cobb-Douglas. Por hip´otese ser´a assumido que o estoque de capital da economia ´e fixo em K, deste modo, temos que o produto agregado ´e dado por:

1

(11)

Yt=KαNt1

−α

, (6)

onde α ∈(0,1).

Al´em disso, seguindo Calvo(1983), ´e assumido que em cada per´ıodo todas as firmas tem a mesma probabilidade(1−ξp) de otimizar os seus pre¸cos. Em rela¸c˜ao `as firmas que

n˜ao podem realizar a otimiza¸c˜ao, ser´a assumido que seus pre¸cos s˜ao dados de acordo com a seguinte f´ormula:

˜

Pt= (1 +π)Pt−1, (7)

onde π ´e a infla¸c˜ao no estado estacion´ario e ˜Pt ´e o pre¸co ajustado.

Assim, o problema de uma firma f , que pode otimizar o seu pre¸co pt(f), pode ser

escrito como:

max

pt(f)

E

∞ X

j=0

ξjψt,t+j

h

(1 +π)jpt(f)−M Ct+j

i

yt+j(f) (8)

s.a.

          

M Ct+j =

Wt+j

(1−α)KαN1−α t+j

yt+j(f) =

pt(f)

Pt+j

1+θp

θp

Yt+j

ψt,t+j =βjEt λt+j

λt

, (9)

onde ψt,t+j ´e o fator estoc´astico de desconto do consumidor representativo entre t e

t+j e λt+j ´e o multiplicador de lagrange associado `a restri¸c˜ao or¸cament´aria das fam´ılias

no per´ıodot+j. Tal como emDenes et al.(2013), foi assumido que o pre¸co definido pela firma intermedi´aria ´e exclusivo do imposto sobre o consumo.

2.3

Pol´ıtica Monet´

aria

A taxa de juros nominal ´e definida pelo banco central por meio de um regra de Taylor sujeita ao limite inferior em zero:

bit=max{−¯i, γπbπt+γyxt} (10)

onde bit e bπt s˜ao os desvios da taxa de juros nominal e da infla¸c˜ao em rela¸c˜ao aos

seus respectivos estados estacion´arios ¯i e π, e xt ´e o hiato de produto, definido como a

(12)

2.4

Governo

O governo determina de maneira ex´ogena os seus gastos e os impostos sobre sal´ario e consumo. Al´em disso, ele n˜ao precisa equilibrar o seu or¸camento em cada per´ıodo, podendo emitir t´ıtulos para tal. A sua restri¸c˜ao or¸cament´aria ´e dada por:

BG,t= (1 +it−1)BG,t−1+PtGt−τ

c

tPtCc −τtnWtNt−Tt−M Bt+1+M Bt (11)

O governo obt´em suas receitas por meio dos impostos sobre a renda do trabalho e do consumo, do imposto lump-sum, Tt, e atrav´es da senhoriagem M Bt+1. Ser´a assumido,

por´em, que o termo da senhoriagem ´e pequeno, podendo assim ser desconsiderado. E, como forma de simplificar o modelo, ser´a assumido que apenas o imposto lump-sum se ajusta para controlar o endividamento do governo, possuindo a seguinte dinˆamica em sua forma log-linearizada:

b

τt=ϕbbbG,t−1 (12)

onde bbG,t−1 ´e a rela¸c˜ao d´ıvida/PIB do governo no per´ıodo t −1 em sua forma log-linearizada. Dado que os agentes s˜ao Ricardianos, temos ent˜ao que os impactos dos instrumentos de pol´ıtica fiscal sobre a evolu¸c˜ao do imposto lump-sum e da d´ıvida p´ublica n˜ao possuem nenhum efeito sobre as demais vari´aveis macroeconˆomicas. No estado es-tacion´ario ser´a assumido que a d´ıvida do governo ´e zero, assim os gastos do governo no longo prazo ser˜ao financiados apenas pelos impostos sobre consumo e sal´ario.

Tal como foi definido para o choque vt, ser´a assumido que as formas log-lizearizadas

dos instrumentos de pol´ıtica fiscal seguem um processo AR(1), todos com persistˆencia ρ. Portanto:

b

gt=ρbgt−1+εg,t (13)

b

τtc =ρτbtc−1 +ετc,t (14)

b

τtn =ρbτtn−1+ετn,t (15)

onde bgt, bτtc e bτtn s˜ao os desvios percentuais dos instrumentos de pol´ıtica fiscal em

rela¸c˜ao aos seus respectivos n´ıveis de estado estacion´ario.

2.5

Equil´ıbrio

(13)

Yt=Ct+Gt (16)

isto ´e, o produto da economia ´e consumido ou pelo governo ou pelo setor privado. Portanto, o equil´ıbrio desta economia constitui-se de uma cole¸c˜ao de processos es-toc´asticos:

{Ct, Yt, Nt, Wt, Pt, yt(f), Nt(f), Kt(f), pt(f), it, πt, Bt+1}

tal que para um dado vetor de choques {vt, gt, τtc, τtn}, as fam´ılias e as firmas

solu-cionam os seus problemas, a restri¸c˜ao or¸cament´aria do governo ´a satisfeita, a regra de Taylor ´e atendida, market clear e a restri¸c˜ao de recursos da economia ´e respeitada.

Para resolver o equil´ıbrio as equa¸c˜oes do modelo s˜ao log-linearizadas em torno do estado estacion´ario n˜ao-estoc´astico. Assim, o sistema de equa¸c˜oes que descrevem esta economia ´e dado por2:

• Curva IS:

b

yt =Etbyt+1−bσ

bit−Ebπt+1

−gy(bgt+1−bgt)−cyvEt∆bvt+1+bσ

τc

1 +τcEt∆bτ c

t+1 (17)

• Curva de Phillips:

b

πt=βEtbπt+1+κp

φmcbyt−

gybgt

b

σ −

cy

b

σvbvt+ τn

1−τnbτ n t +

τc

1 +τcbτ c t

(18)

• Pol´ıtica Monet´aria:

bit=max

−¯i, γππbt+γy ybt−ybpott (19)

• D´ıvida do Governo:

bbG,t =

1 β −ϕb

bbG,t+gybgt−cyτc

ˆ

τc t +

b

yt−gybgt

cy

...

...−snτn

n b

τn

t +φmcbyt−gyσbgbt − cybσvbvt + τ

n

1−τnbτ

n t +

τc

1+τcbτtc

o (20)

• Produto potencial:

b

ytpot = 1

φmcσb

gybgt+cyvbvt−bσ

τn

1−τnbτ

n t −bσ

τc

1 +τcbτ

c t

(21)

• Taxa de juro potencial:

b

rpott = σ1bφ1 mcσb −1

[gy(gt+1−gt) +cyv(bvt+1−bvt)]...

...− 1bσφ1

mcbσ −bσ

τc

1+τc τbtc+1−τbtc

σ1bφ1

mc

τn

1−τn bτ

n

t+1−τbtn

(22)

2

(14)

onde bσ,κp e φmc so parˆametros definidos como:

b

σ=cyσ(1−v)

κp =

(1−ξp) (1−βξp)

ξp

φmc =

χ

1−α + α

1−α +

1 b

σ

3

Calibra¸

ao

O modelo ´e calibrado em uma frequˆencia trimestral, em que os valores dos parˆametros refletem uma escolha de acordo com a literatura. O fator de desconto,β, ´e igual a 0,995 e a infla¸c˜ao no estado estacion´ario, ¯π, ´e 0,05 , o que implica em uma taxa de juros no estado estacion´ario ¯i = 1%, isto ´e, 4% em taxas anualizadas. Tal como em Erceg and Lind´e(2012), ser´a assumido que:

σ = 1, α= 0,3, 1

χ = 0,4, v = 0,01,

onde σ ´e a elasticidade de substitui¸c˜ao intertemporal , α ´e a participa¸c˜ao do capital na fun¸c˜ao de produ¸c˜ao , 1

χ ´e a elasticidade Frisch da oferta de trabalho ev ´e o parˆametro

que escala o choque de preferˆencia.

No estado estacion´ario temos que a participa¸c˜ao dos gastos do governo no produto,

gy, ´e de 0,2 , o que implica em uma participa¸c˜ao do consumo, cy, de 0,8 , enquanto

o imposto sobre renda do trabalho, ¯τn, e a rela¸c˜ao (d´ıvida do governo/PIB), BG

P Y, s˜ao

respectivamente 25% e 0% , acarretando, assim, em um imposto sobre o consumo, τc, igual a 5,11%.

A probabilidade de uma firma n˜ao otimizar o seu pre¸co em um per´ıodo qualquer ´e dada por ξp = 0,8, ou seja, as firmas intermedi´arias otimizam os seus pre¸cos em m´edia

uma vez a cada cinco trimestres. O mark-up dos pre¸cos das firmas intermedi´arias, θp, ´e

de 0,1. Os parˆametros γy e γπ da regra de Taylor s˜ao definidos como sendo 0,25 e 1,5

respectivamente.

O parˆametro que dita a evolu¸c˜ao do imposto lump-sum com rela¸c˜ao ao d´eficit p´ublico,

ϕb, ´e igual a 0,01 , ou seja, praticamente toda a varia¸c˜ao das receitas do governo

(15)

4

Resultados

Nesta se¸c˜ao, ser˜ao analisados os efeitos dos choques nos gastos do governo e nos impostos sobre o produto e o d´eficit p´ublico em um ambiente no qual a restri¸c˜ao em zero da pol´ıtica monet´aria est´a ativa.

Ser´a considerado o seguinte experimento. Inicialmente a economia se encontra no estado estacion´ario. No per´ıodo t = 1, ocorre um choque negativo nas preferˆencias dos consumidores, ocasionado pela vari´avel vt, o que acarreta em uma queda do produto e

da infla¸c˜ao e a redu¸c˜ao da taxa de juro nominal para zero. Esses efeitos decorrem do fato de um choque negativo emvt diminuir a utilidade marginal do consumo, o que induz

a um corte nos gastos das fam´ılias e a um aumento na poupan¸ca. No entanto, como na economia em quest˜ao n˜ao h´a investimentos (o estoque agregado de capital ´e fixo), a quantidade poupada n˜ao pode mudar em equil´ıbrio, logo o juro nominal diminui de forma a fazer com que a taxa de juro real caia e, assim, haja um desest´ımulo `a poupan¸ca. Por´em, quando o choque negativo nas preferˆencias ´e muito grande, pode ser o caso da taxa de juro nominal ter que ficar abaixo de zero para equilibrar a economia, como isso n˜ao ´e poss´ıvel, a ´unica maneira de desestimular a poupan¸ca ´e ocorrendo uma diminui¸c˜ao do PIB. No entanto, o encolhimento do produto acarreta em uma queda da infla¸c˜ao, o que implica em uma eleva¸c˜ao da taxa de juros real, que tem como corol´ario um novo aumento da poupan¸ca. Logo, para que a economia retorne ao equil´ıbrio a queda necess´aria no PIB deve ser maior do que a redu¸c˜ao inicial.

Na economia considerada neste artigo, o choque adverso emvtser´a grande o suficiente

para que o limite inferior em zero da taxa de juros seja uma restri¸c˜ao ativa do per´ıodo 1 at´eT. Onde,

T = minnt:bit>−i

o

(23)

Para resolver a simula¸c˜ao do modelo foi utilizado um algoritmo de indu¸c˜ao retroativa, a come¸car pelo ´ultimo per´ıodo no qual a economia se encontra na armadilha da liquidez, isto ´e, T, tal como em Bodenstein et al. (2009) e emJung et al. (2005)3.

Como enfatizado em Erceg and Lind´e (2012), os efeitos das pol´ıticas fiscais em um ambiente no qual a restri¸c˜ao sobre a taxa de juros est´a ativa, dependem primordialmente da percep¸c˜ao dos agentes sobre a dura¸c˜ao da armadilha da liquidez, sendo esta uma fun¸c˜ao dos parˆametros que governam a pol´ıtica monet´aria, dos choques que fazem com que a restri¸c˜ao seja ativa e da resposta da pol´ıtica fiscal implementada pelo governo.

Na figura 1 s˜ao mostrados os efeitos dos diferentes instrumentos de pol´ıtica fiscal sobre a taxa de juros em um economia cuja o choque nas preferˆencias dos consumidores gera uma armadilha da liquidez que dura 8 trimestres. Com base nela, ´e poss´ıvel observar que um choque positivo nos gastos do governo ou no imposto sobre a renda do trabalho

3

(16)

0 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 15

−10

−9

−8

−7

−6

−5

−4

−3

−2

−1

Trimestres

T

x

.

d

e

Ju

ro

s

An

u

al

iz

ad

a

Taxa de Juros

taxa de juros nominal restrita choque nas preferˆencias choque nos gastos do governo choque no imposto sobre o consumo choque no imposto sobre o sal´ario

Figura 1

deslocam a taxa de juros irrestrita4 para a esquerda. J´a um choque positivo no imposto

sobre o consumo acarreta uma diminui¸c˜ao da taxa de juros, isto ´e, um deslocamento para a direita. De forma an´aloga, choques negativos nessas vari´aveis tem como corol´ario o efeito inverso. Desta maneira, a depender da magnitude desses choques a dura¸c˜ao da armadilha da liquidez pode ser encurtada ou prolongada.

Os efeitos sobre o n´umero de per´ıodos em que a restri¸c˜ao da taxa de juros est´a ativa podem ser observados na figura 2. Com base nela, ´e poss´ıvel notar que um choque que aumenta os gastos do governo faz com que haja um encurtamento na dura¸c˜ao da armadilha da liquidez maior do que o mesmo choque no imposto sobre o consumo, que por sua vez ´e maior do que o encurtamento causado por esse choque no tributo sobre a renda do trabalho. Desta forma, caso o governo utilize apenas a eleva¸c˜ao do seu dispˆendio para combater a armadilha da liquidez, ele ter´a que dar um choque inicial nessa vari´avel de aproximadamente 9% do PIB. Enquanto que, caso opte por usar uma eleva¸c˜ao da tarifa sobre a renda do trabalho, ou uma redu¸c˜ao do imposto sobre o consumo, os choques iniciais nas arrecada¸c˜oes dessas vari´aveis devem ser aproximadamente de 27% e 12% do PIB respectivamente.

4

(17)

0 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 0

2 4 6 8 10

Diminui¸c˜ao da arrecada¸c˜ao do Imposto sobre o Consumo em rela¸c˜ao ao PIB

D

u

ra

¸c˜a

o Imposto sobre o Consumo

0 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10

0 2 4 6 8 10

Aumento dos gastos do governo em rela¸c˜ao ao PIB

D

u

ra

¸c˜a

o Gastos do Governo

0 2 4 6 8 10 12 14 16 18 20 22 24 26 28 30

0 2 4 6 8 10

Aumento da arrecada¸c˜ao do Imposto sobre o Sal´ario em rela¸c˜ao ao PIB

D

u

ra

¸c˜a

o Imposto sobre o Sal´ario

Figura 2

Os impactos desses instrumentos sobre as principais vari´aveis do modelo considerando-se uma economia cuja armadilha da liquidez dura 8 trimestres podem considerando-ser obconsiderando-servados na figura 3.

(18)

0 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 15 −4

−3.5 −3 −2.5 −2 −1.5

Trimestres

T

x

.

d

e

Ju

ro

s

An

u

al

iz

ad

a

Juros

choque nas preferˆencias choque nos gastos do governo choque no imposto sobre o consumo choque no imposto sobre o sal´ario

0 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 15

−20 −15 −10 −5 0

Trimestres

D

es

v

io

em

re

la

¸c˜a

o

ao

s.

s.

PIB

0 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 15

10 20 30 40

Trimestres

D

´efi

ci

t/

P

IB

D´eficit

0 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 15

−30 −20 −10 0

Trimestres

In

fl

a¸c

˜ao

An

u

al

iz

ad

a

Infla¸c˜ao

(19)

Por´em, tal com demonstrado em Erceg and Lind´e (2012) para os gastos do governo, os efeitos marginais dos instrumentos de pol´ıtica fiscal sobre o produto e o d´eficit p´ublico dependem da dura¸c˜ao da armadilha da liquidez.

Como pode ser visto na figura 45, o multiplicador dos gastos do governo,1 gy

dybt

dbgt, ´e de-crescente no dispˆendio p´ublico. Isso ocorre, pois quanto maior os gastos, menos per´ıodos a taxa de juros se encontra com a restri¸c˜ao ativa e, como fora da armadilha da liqui-dez o multiplicador ´e menor, em virtude da possibilidade de eleva¸c˜ao da taxa de juros pela autoridade monet´aria, o multiplicador decresce com o aumento dos gastos. Desta forma, em consequˆencia do menor crescimento da base dos impostos, o efeito marginal do dispˆendio do governo sobre o d´eficit p´ublico,g1ydbbG,t

dbgt , se torna menor `a medida que os gastos se elevam, at´e que em um determinado ponto, o crescimento das receitas do governo n˜ao s˜ao suficientes para compensar a eleva¸c˜ao do dispˆendio, de tal forma a fazer com que um aumento marginal dos gastos amplie o d´eficit p´ublico.

0 2 4 6 8 10

0 0.5 1 1.5 2 2.5 3 3.5

Aumento dos gastos do governo em rela¸c˜ao ao PIB

M u lt ip li ca d or d os ga st os d o go ve rn o

Gastos do Governo vs. Multiplicador

1

gy

dyb dbg

1

gy ∆by

bg

0 2 4 6 8 10

−1.5

−1

−0.5 0 0.5 1

Aumento dos gastos do governo em rela¸c˜ao ao PIB

Im p ac to m ar gi n al so b re o D ´efic it /P IB

Gastos do Gov. vs. D´eficit/PIB marginal

1

gy

dbbG

dbg

1

gy ∆bbG

∆gb

Figura 4

Com o imposto sobre a renda do trabalho ocorre uma dinˆamica semelhante. Inicial-mente, com uma armadilha da liquidez de longa dura¸c˜ao, um penqueno choque que amplie esse imposto possui um efeito marginal elevado sobre a infla¸c˜ao, o que resulta em uma

5

Onde g1

y ∆yb

bg e

1

gy ∆bbG

(20)

diminui¸c˜ao da taxa de juros real e tem como corol´ario um aumento do produto de modo a mais do que compensar o efeito adverso do imposto sobre o PIB. Logo, o multiplicador do imposto sobre o sal´ario, 1

sNτn

dbyt

dbτn t

6, ´e positivo e com isso o seu impacto marginal sobre

a d´ıvida p´ublica, s 1 Nτn

dbbG,t

dbτn

t , ´e bastante negativo, tal como pode ser notado na figura 5

7.

No entanto, com a eleva¸c˜ao da magnitude do imposto, a dura¸c˜ao da armadilha diminui e como fora dela o efeito do imposto sobre a infla¸c˜ao ´e menor, `a medida que se aumenta a carga do imposto, menor ´e a redu¸c˜ao da taxa de juros real e, consequentemente, o efeito marginal sobre o PIB tamb´em diminui, at´e que em um determinado momento o impacto negativo da eleva¸c˜ao do tributo sobre o sal´ario sobrep˜oe o efeito positivo decorrente da diminui¸c˜ao da taxa de juros real. Logo, a partir deste ponto o impacto marginal sobre o produto de um aumento da taxa¸c˜ao da renda do trabalho se torna negativo. E, em virtude dessa dinˆamica, a consequˆencia de uma eleva¸c˜ao marginal desse imposto sobre o d´eficit p´ublico se torna cada vez menos negativa `a medida em que a magnitude do tributo aumenta.

0 3 6 9 12 15 18 21 24 27 30

−0.4

−0.2 0 0.2 0.4 0.6 0.8 1 1.2

Aumento da arrecada¸c˜ao do Imposto sobre o Sal´ario em rela¸c˜ao ao PIB

M u lt ip li ca d or d o Im p os to

Imposto sobre o sal´ario vs. Multiplicador

1

sNτn

dby dbτn 1

sNτn ∆yb

∆τbn

0 3 6 9 12 15 18 21 24 27 30

−2.4

−2.2

−2

−1.8

−1.6

−1.4

−1.2

−1

Aumento da arrecada¸c˜ao do Imposto sobre o Sal´ario em rela¸c˜ao ao PIB

D efi ci t/ P IB m ar gi n al

Imposto sobre o sal´ario vs. Deficit/PIB marginal

1

sNτn

dbbG

dbτn 1

sNτn ∆bbG ∆τbn

Figura 5

6

sN = W NP Y ,i.e., a renda do trabalho como propor¸c˜ao do PIB no estado estacion´ario.

7

Onde 1

sNτn ∆by

bτn e 1

sNτn ∆bbG

bτn representam os impactos m´edios sobre o produto e o d´eficit p´ublico,

(21)

Com rela¸c˜ao ao imposto sobre a consumo, ao contr´ario do que ocorre com os demais instrumentos, ´e a sua diminui¸c˜ao que encurta a armadilha da liquidez. Isso ocorre, pois ao reduzir temporariamente essa tarifa, o governo incentiva a demanda das fam´ılias pelo bem final, o que eleva o produto e aumenta a infla¸c˜ao. Como a taxa de juros nominal est´a fixa em zero, a taxa de juros real diminui, o que incentiva ainda mais o consumo e, consequentemente, uma nova eleva¸c˜ao do PIB. Com isso, apesar da redu¸c˜ao do imposto, o impacto marginal sobre a d´ıvida p´ublica,−c1

yτc

dbbG,t

dτbc

t , ´e negativo. No entanto, `a medida que a magnitude da diminui¸c˜ao da tarifa se torna maior, a dura¸c˜ao da armadilha da liquidez se encurta. E, como o multiplicador do produto advindo de uma redu¸c˜ao do imposto sobre o consumo, −cy1τc

dbyt

dbτc

t , ´e menor fora da armadilha da liquidez, temos que o efeito da redu¸c˜ao do imposto sobre o PIB, assim como o seu impacto negativo sobre o d´eficit p´ublico, tamb´em se torna menor, como pode ser observado na figura 68.

0 3 6 9 12 15

0 0.5 1 1.5 2 2.5 3

Diminui¸c˜ao da arrecada¸c˜ao do Imposto sobre o Consumo em rela¸c˜ao ao PIB

M u lt ip li ca d or d o Im p os to

Imposto sobre o consumo vs. Multiplicador

cy1τc dby

dbτc

cy1τc ∆by ∆τbc

0 3 6 9 12 15

−1.5

−1

−0.5 0 0.5 1

Diminui¸c˜ao da arrecada¸c˜ao do Imposto sobre o Consumo em rela¸c˜ao ao PIB

D efi ci t/ P IB m ar gi n al

Imposto sobre o consumo vs. Deficit/PIB marginal

c1

yτc

dbbG

dτbc

cy1τc∆

bbG ∆bτc

Figura 6

Assim, vale observar que, diferentemente do que ocorre fora da armadilha da liquidez, quando a taxa de juros est´a fixa em zero, o uso de um instrumento pode acarretar n˜ao

8

Onde − 1

cyτc ∆yb

∆τbc e − 1

cyτc ∆bbG

bτc representam respectivamente os efeitos m´edios sobre o produto e o

(22)

somente em menores multiplicadores marginais sobre o produto e o d´eficit p´ublico do pr´oprio, como tamb´em das demais pol´ıticas fiscais, pois ao encurtar o n´umero de per´ıodos em que a taxa de juros ´e igual a zero os efeitos marginais de todos os instrumentos diminuem. Deste modo, um estudo que n˜ao considera esses efeitos entre os instrumento pode levar a escolhas ineficientes. Al´em disso, como pˆode ser observado na figura 2, para uma dada propor¸c˜ao do PIB utilizada pelos diferentes instrumentos individualmente, temos dura¸c˜oes da armadilha da liquidez distintas, portanto, se faz importante n˜ao s´o comparar os diferentes efeitos marginais para cada extens˜ao da armadilha da liquidez, como tamb´em a magnitude dos choques que cada dura¸c˜ao suporta.

Logo, para entender o efeito total de um choque nos instrumentos de pol´ıtica fiscal sobre o produto e o d´eficit p´ublico, ´e preciso analisar o “multiplicador m´edio”, isto ´e, a varia¸c˜ao m´edia sobre essas vari´aveis causadas pelos choques nos instrumentos. Com base na figura 7, ´e poss´ıvel notar que o aumento do imposto sobre a renda do trabalho apre-senta multiplicadores marginais significativamente menores que os demais instrumentos e, em virtude disso, o multiplicador m´edio dessa tarifa, s 1

Nτn

∆byt

∆bτn

t , ´e o de menor efeito m´edio sobre o PIB. J´a o aumento dos gastos p´ublicos, apesar de apresentar multiplica-dores marginais sobre o produto um pouco maiores do que a redu¸c˜ao do tributo sobre o consumo, possui um multiplicador m´edio,g1y∆byt

∆bgt, menor do que o da diminui¸c˜ao desse imposto ,−cy1τc

∆byt

∆bτc

t. Isso ocorre, pois a eleva¸c˜ao do dispˆendio p´ublico causa um encurta-mento maior na dura¸c˜ao da armadilha da liquidez e, com isso, os seus multiplicadores decrescem mais r´apido. Assim, caso o governo tenha como ´unico objetivo aumentar o produto desta economia, a pol´ıtica ´otima para tal ´e a redu¸c˜ao do imposto sobre o con-sumo. No entanto, caso o objetivo seja diminuir a d´ıvida p´ublica, a sua melhor estrat´egia ´e aumentar os impostos sobre o sal´ario, dado que o impacto m´edio desse instrumento sobre o d´eficit p´ublico,s 1

Nτn

∆bbG,t

∆bτn

t , ´e o menor entre as trˆes pol´ıticas analisadas. Al´em disso, com base na figura 7, ´e poss´ıvel observar que a redu¸c˜ao do imposto sobre o consumo possui um menor impacto m´edio sobre o d´eficit p´ublico,−cy1τc

∆bbG,t

∆τbc

t , do que a eleva¸c˜ao dos gastos do governo,g1

y

∆bbG,t

(23)

0 3 6 9 12 15 18 21 24 27 30 −1 0 1 2 3 4

Magnitude do choque em rela¸c˜ao ao PIB

M u lt ip li ca d or so b re o p ro d u to

Multiplicador Marginal sobre o Produto

Aumento de g Diminui¸c˜ao de τc

Aumento deτn

0 3 6 9 12 15 18 21 24 27 30 0

0.5 1 1.5 2 2.5 3 3.5

Magnitude do choque em rela¸c˜ao ao PIB

M u lt ip li ca d or so b re o p ro d u to

Multiplicador M´edio sobre o Produto

0 3 6 9 12 15 18 21 24 27 30

−2.5

−2

−1.5

−1

−0.5 0 0.5 1

Magnitude do choque em rela¸c˜ao ao PIB

Im p ac to so b re o d ´efi ci t

Impacto M´edio sobre o D´eficit

0 3 6 9 12 15 18 21 24 27 30

−2.5

−2

−1.5

−1

−0.5 0 0.5 1

Magnitude do choque em rela¸c˜ao ao PIB

Im p ac to so b re o d ´efi ci t

Impacto Marginal sobre o D´eficit

Figura 7

5

Conclus˜

ao

Neste trabalho foi estudado como diferentes instrumentos de pol´ıtica fiscal em um modelo DSGE novo-keynesiano simples afetam o PIB e o d´eficit p´ublico em uma economia na qual a a taxa de juros est´a restrita em zero por um n´umero end´ogeno de per´ıodos.

(24)

tamanho dos choques dados, podendo inclusive vir apresentar sinais opostos em alguns casos. Em virtude disso, a melhor forma de se avaliar o impacto desses instrumentos ´e observando o multiplicador m´edio. Com base nele conclu´ımos que caso o governo tenha como objetivo apenas aumentar o produto, a melhor forma de se fazˆe-lo ´e por meio da redu¸c˜ao do imposto sobre o consumo, por´em, caso a meta seja diminuir o seu endividamento, o melhor instrumento para tal ´e a eleva¸c˜ao da tarifa sobre a renda do trabalho. Al´em disso, por meio do multiplicador m´edio pˆode ser conclu´ıdo que, para a economia em quest˜ao, a redu¸c˜ao da tarifa sobre o consumo ´e um melhor instrumento de pol´ıtica fiscal em compara¸c˜ao com o aumento dos gastos p´ublico quando o governo tem como metas aumentar o PIB e diminuir o d´eficit p´ublico e, desta forma, qualquer pol´ıtica que tenha como objetivo esses fatores, deve usar apenas a redu¸c˜ao dessa tarifa e o aumento do imposto sobre a renda do trabalho para atingi-lo, n˜ao usando, assim, a eleva¸c˜ao dos dispˆendio p´ublico.

No entanto, vale destacar que, caso o governo possua outros objetivos, o uso da eleva¸c˜ao dos gastos p´ublicos n˜ao deve ser necessariamente desconsiderado. Deste modo, esse resultado deve ser usado com a devida ressalva.

(25)

Referˆ

encias

Bodenstein, M., C. Erceg, and L. Guerrieri (2009). The effects of foreign shocks when interest rates are at zero. International Finance Discussion Papers 983, Board of

Governors of the Federal Reserve System. 13

Christiano, L., M. Eichenbaum, and S. Rebelo (2011). When is the government spending multiplier large? Journal of Political Economy 119(1). 5,22

Christiano, L. J., M. Eichenbaum, and C. L. Evans (2005). Nominal rigidities and the dynamic effects of a shock to monetary policy. Journal of political Economy 113(1), 1–45. 22

Denes, M., G. B. Eggertsson, and S. Gilbukh (2013). Deficits, public debt dynamics and tax and spending multipliers. The Economic Journal 123(566), 133–163. 5, 6,9

Eggertsson, G. B. and M. Woodford (2003). Zero bound on interest rates and optimal monetary policy. Brookings Papers on Economic Activity 2003(1), 139–233. 7

Erceg, C. and J. Lind´e (2012). Is there a fiscal free lunch in a liquidity trap? Internatio-nal Finance Discussion Papers No. 1003r. Board of Governors of the Federal Reserve

System.. 5, 6,7, 12, 13, 17

(26)

Apˆ

endice A - Resolu¸

ao do Modelo

Este apˆendice exp˜oe de modo mais detalhado como s˜ao encontradas as equa¸c˜oes que descrevem o equil´ıbrio do modelo utilizado neste artigo.

Fam´ılias

Como mencionado na Se¸c˜ao 2 o problema do consumidor representativo ´e:

max

{Ct,Nt,BG,t}

∞ t=0 Et ∞ X t=0 βt 1

1− σ1 (Ct−Cvt) 1−1

σ − N

1+χ t

1 +χ +µ0F

M Bt+1

Pt

s.a.

Pt(1 +τtc)Ct+BG,t+M Bt+1 = (1−τtn)WtNt+M Bt+ (1 +it−1)BG,t−1 + Γt−Tt

A fun¸c˜ao de Lagrange associada a este problema ´e dada por :

L=Et

∞ X t=0 βt        1 1−1

σ

(Ct−Cvt)1

−1 σ −N

1+χ t

1+χ +µ0F

M Bt+1

Pt

+λt

"

(1−τn

t)WtNt+M Bt+ (1 +it−1)BG,t−1 +Γt−Tt−Pt(1 +τtc)Ct−BG,t−M Bt+1

#        (24)

onde λt´e o multiplicador de Lagrange associado a restri¸c˜ao or¸cament´aria.

As condi¸c˜oes de primeira ordem de Ct, Ct+1, Nt e BG,t s˜ao respectivamente:

(Ct−Cvt) −1

σ = Λ

t(1 +τtc), (25)

onde Λt =λtPt .

(Ct+1−Cvt+1) −1

σ = Λ

t 1 +τtc+1

, (26)

Ntχ = Λt

Pt

(1−τtn)Wt, (27)

e

Et

βΛt+1

(1 +it)

(1 +πt)

= Λt (28)

Substituindo as equa¸c˜oes (25) e (26) em (28) obtemos a equa¸c˜ao de Euler para o consumo:

(Ct−Cvt) −1

σ (1 +τc

t)

=βEt

"

(1 +it)

(1 +πt)

(Ct+1−Cvt+1) −1

σ

1 +τc t+1

#

(27)

Substituindo (25) em (27) encontramos a equa¸c˜a da oferta de trabalho:

Ntχ

(Ct−Cvt) −1

σ

= (1−τ

n t)

(1 +τc t)

Wt

Pt

(30)

Firmas produtoras do bem final:

Como descrito na se¸c˜ao 2, o problema das firmas produtoras do bem final pode ser escrito como:

min

Z 1

0

yt(f)pt(f)df (31)

s.a.

Z 1

0

yt(f)

1 1+θp df

1+θp

>Yt (32)

Onde a fun¸c˜ao de Lagrange associada a este problema ´e:

L =−

Z 1

0

yt(f)pt(f)df+µt

Z 1

0

yt(f)

1 1+θp df

−Yt

(33)

A condi¸c˜ao de primeira ordem ´e dada por:

∂L ∂yt(f)

=−pt(f) +µt(1 +θp)

Z 1

0

yt(f)

1 1+θp df

θp

1 1 +θp

yt(f)

1

1+θp−1 = 0 (34)

⇒yt(f) =

pt(f)

µt

1+θp

θp

Yt (35)

Substituindo (35) na equa¸c˜ao (3), temos:

Yt=

   Z 1 0 

pt(f)

µt

−1+θp

θp Yt   1 1+θp df   

1+θp

(36)

⇒µt=

Z 1

0

pt(f)

−1 θp df

−θp

. (37)

Definindo, hR01pt(f)

−1 θp df

i

≡ Pt , (4), temos que µt = Pt. Logo, substituindo essa

rela¸c˜ao em (35), temos que a demanda pelo bem intermedi´ario ´e dada por:

yt(f) =

pt(f)

Pt

−1+θp

θp

(28)

Firmas produtoras dos bens intermedi´

arios

Apesar do estoque agregado de capital ser fixo, as firmas podem alocar parcelas do do estoque livremente, desta forma temos que essas firmas possuem custos marginais idˆenticos e iguais a:

M Ct =

Wt

(1−α)N−α

t K

α. (39)

Dada a fun¸c˜ao de demanda pelos bens intermedi´arios e a equa¸c˜ao do ajustamento de pre¸cos para as firmas as quais n˜ao ´e permitido a otimiza¸c˜ao, como descrito na se¸c˜ao 2, o problema das firmas que otimizam o seu pre¸co pt(f) ´e:

max

pt(f)

Et

∞ X

j=0

ξpjψt,t+j

h

(1 +π)jpt(f)−M Ct+j

i

yt+j(f)

s.a.           

M Ct+j =

Wt+j

(1−α)KαN1−α t+j

yt+j(f) =

pt(f)

Pt+j

−1+θp

θp

Yt+j

ψt,t+j =βjEtλλt+j

t

,

Da condi¸c˜ao de primeira ordem deste problema obtemos que:

Et

∞ X

j=0

(βξp) j

λt+jyt+j(f)

" 1 1 +θp

(1 +π)j

Qj

i=1(1 +πt+i)

p∗

t(f)

Pt

− M Ct+j Pt+j

#

= 0, (40)

onde p∗

t(f) ´e o pre¸co otimizado.

Dado que todas as firmas se deparam com os memos custos de capital e trabalho, temos que os pre¸cos otimizados ser˜ao os mesmos entre elas, i.e.,p∗

t(f) =p

t,∀f ∈(0,1).

Das equa¸c˜oes (4), hR01pt(f)

−1 θp df

i

≡ Pt , e (7), ˜Pt = (1 +π)Pt−1, temos que a equa¸c˜ao do pre¸co do bem final ´e dada por:

Pt=

h

(1−ξp)p

t +ξp((1 +π)Pt−1)

−1

θp

iθp

. (41)

Rearranjando essa equa¸c˜ao, encontramos:

1 = (1−ξp)

p∗ t Pt −1 θp +ξp

(1 +π) 1 +πt

−1

θp

(42)

Governo:

A restri¸c˜ao or¸cament´aria do governo ´e dada por:

BG,t = (1 +it−1)BG,t−1+PtGt−τ

c

(29)

Dividindo essa equa¸c˜ao por PtY e definindo bG,t ≡ BG,t

PtY eτ ≡

Tt

PtY , obtemos:

bG,t =

(1 +it−1) (1 +πt)

bG,t−1+

Gt

Y −τ

c t

Ct

Y −τ

n t

WtNt

PtY

−τt−

(M Bt+1−M Bt)

PtY

(43)

Restri¸

ao de recursos da economia:

Como mencionado na se¸c˜ao 2, a restri¸c˜ao de recursos da economia ´e:

Yt =Ct+Gt,(16),

onde Yt=N1

α

t K α

,(6).

Aproxima¸

ao log-linear do modelo:

Exceto para os casos da d´ıvida p´ublica e do imposto lump-sum, nos quais as log-lineariza¸c˜oes em torno do estado estacion´ario s˜ao dadas por dZt, as demais log-lineariza¸c˜oes s˜ao

defi-nidas como:

b

zt=

dZt

Z ,

ondeZ ´e o estado estacion´ario da vari´avelZ. Al´em disso, para a taxa de juros e a infla¸c˜ao, em virtude dessas vari´aveis serem pequenas, foi usado a aproxima¸c˜ao log(1 +Zt)≈Zt .

Desse modo, temos que as equa¸c˜oes: (29), (30), (39),(40), (42), (43), (16) e (6), em suas formas log-linearizadas podem ser escritas como:

b

ct

σ(1−v) =Et b

ct+1

σ(1−v)−

bit−Etπbt+1

− v

σ(1−v)Et∆bvt+1+

τc

1 +τcEt∆bτ c

t+1; (44)

b

wt =χnbt+

(bct−vbvt)

σ(1−v) +

τn

1−τnbτ n t +

τc

1 +τcτb c

t, (45)

onde wb´e o sal´ario real;

c

mct =wbt−ybt+bnt, (46)

onde mcc ´e a log-lineariza¸c˜ao do custo marginal real;

b

pt−βξpEtpbt+1 =Et[(1−βξp)mcct+βξpbπt+1] ; (47)

b

pt=

ξp

1−ξpb

(30)

1

βbbG,t−1+gygbt=bbG,t+ϕbbbG,t−1+cyτ

c

(τbtc+bct)+snτn(bτtn+wbt+bnt)+mby

Etmbct+1−mbct

,

(49) por hip´otese ser´a assumido que o termo mby = 0;

b

yt =cybct+gybgt;e, (50)

b

yt= (1−α)bnt. (51)

Escrevendo esse sistema em fun¸c˜oes de ybt, bπt,bit,bbG,t e dos choques nos instrumentos

de pol´ıtica fiscal, temos exatamente as equa¸c˜oes que descrevem a economia sob pre¸cos r´ıgidos encontradas na se¸c˜ao 2. Enquanto que o sistema an´alogo que descreve a economia sob pre¸cos flex´ıveis ´e dado por:

b

cpott

σ(1−v) =Et b

cpott+1

σ(1−v) − br

pot t

− v

σ(1−v)Et∆bvt+1+

τc

1 +τcEt∆τb c

t+1; (52)

b

wpott =χbn pot t +

b

cpott −vbvt

σ(1−v) +

τn

1−τnτb n t +

τc

1 +τcbτ c

t; (53)

b

wtpot−bytpot+nbpott = 0; (54)

b

ytpot =cybctpot+gybgt;e, (55)

b

ypott = (1−α)bnpott . (56)

Escrevendo esse sistema em fun¸c˜ao de bytpot ebr pot

t encontramos as equa¸c˜oes do produto

potencial e da taxa de juros potencial descritas na se¸c˜ao 2.

Apˆ

endice B - Algoritmo

Este apˆendice descreve o algoritmo utilizado para calcular o equil´ıbrio deste artigo. As-sumindo que os choques nas preferˆencias dos consumidores geram uma armadilha da liquidez do per´ıodo 1 aoT, seja o sistema linear que representa as condi¸c˜oes de equil´ıbrio dessa economia para t≥T + 1 dado por:

(31)

onde s ´e um vetor N ×1 contendo as N vari´aveis do modelo, e ε ´e um vetor M ×1 contendo os choques. A, B e C s˜ao matrizes N ×N eD ´e uma matrizN ×M.

Para 1 ≤t≤T, as condi¸c˜oes de equil´ıbrio s˜ao representadas por:

AEtst+1+B

st+Cst−1+Dεt+d= 0,

onde B∗´e uma matriz N ×N e d ´e um vetor N ×1.Al´em disso, dado que os choques ocorrem apenas no periodo t=1, εt= 0,∀t >1.

As matrizes B e B∗diferem em apenas umas das suas entradas. Sem perda de gene-ralidade, suponha que a n-´esima linha de cada uma dessas duas matrizes representam a rela¸c˜ao entre a taxa de juros nominal e a infla¸c˜ao e o produto, assim:

Bst=

"

. .. ... ... ...

· · · −γy −γπ 1

#      

... b

yt−ybtpot

b

πt

bit

    

eB

st =

"

. .. ... ... ...

· · · 0 0 1 #

     

... b

yt−bytpot

b

πt

bit

    

.

Enquanto que o vetord´e zero em todas as entradas menos na n-´esima linha, onde esse ´e igual a i. Dessa maneira, para t≥T + 1 ,bit =γπbπt+γy byt−bytpot

e, para 1≤t ≤T ,

bi=−i.

Para calcular a dinˆamica do modelo fora da armadilha da liquidez foi usado o algoritmo AIM (ver Anderson e Moore, 1985), o qual resulta na seguinte solu¸c˜ao em sua forma reduzida:

st=P st−1+Qεt

Equanto que para 1 ≤ t ≤ T , a solu¸c˜ao ´e derivada utilizando-se o seguinte m´etodo de indu¸c˜ao retroativa: no ´ultimo per´ıodo no qual a economia se encontra na armadilha da liquidez as vari´aveis end´ogenas s˜ao computadas usando-se o fato de que sT+1 =P sT,

isto ´e, para t=T,

sT =−AP +B∗

−1

CsT−1−

AP +B∗

−1

d

sT =G(1)sT−1+h

(1). (57)

para 2≤t < T,

st=Ast+1+Cst−1+d, (58)

(32)

s1 =As2+Cs0+d+Dε1, (59)

onde X =−B∗

−1

X.

Combinando (57),(58) e (59) temos:

st=G(T

−t+1)

st−1+h(

T−t+1)

, para2≤t ≤T ,

s1 =G(T)s0+h(T) +

I−AG(T−1) −1

Dε1,

onde G(T−t) e

h(T−t)s˜ao gerados recursivamentes da seguinte forma:

G(T−t+1) =

I −AG(T−t) −1

C,

h(T−t+1) =

I−AG(T−t) −1

Ah(T−t) +

d.

onde,

G(1) =−AP +B∗

−1

C,

h(1) =−AP +B∗

−1

d.

Dado s0 =−→0 , temos que:

s1 =

I−AG(T−1) −1

Dε1+h(T),

E, para 2 ≤t≤T ,

st= t−1 Y

i=1

G(T−i) !

s1+ t−1 X

j=1 t−1 Y

i=1

G(T−i) !

h(T−j)

,

onde Qt−1

i=1G( T−i) =

Referências

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