• Nenhum resultado encontrado

Desagravar o rei ou a oportunidade política da Exposição Industrial do Porto de 1891

N/A
N/A
Protected

Academic year: 2021

Share "Desagravar o rei ou a oportunidade política da Exposição Industrial do Porto de 1891"

Copied!
5
0
0

Texto

(1)

E D ~ O R I R L

IRUIRR COH O 5EliiOS PRIHEIRO HIUISIRO

~ $ 9

nssocintin c o n E n c l a L

no

PORIO ftS1EJOU 160 BUBS

aor R l e x a o d r e relxeira n e a d e s

3 ~ 2 .

RI iurnefsinilrreas ot IRRISPORII

* R AIC 60 0 0 YOBIf E i 0 PAIS E I I 6IORL. 10 C O t l f X l O OR llIEGBBC80 BE fORIUã8L 80 HERCSUO IUTERUO EUROPfU , Y - O IIIRUCISNEUIO 0 8 s UEUES aor Rui nmarai

R5 ? O l i E S HARIR PIA E O0 GRRABII. OURS OBRRS GEnEns BE EIFFIL

BOI fOlQP F E l O ~ d t S BIYes

314

RS WSSRS

~nsksas't~irru~nins

CURIUHES SRnB 5.8.

Dor f r a a c l s c a de B l m e l d a e Sousa

(ZBY'OR CULIURAL

~3

scorrrccu

HB 5 0

nuos

18~snitouot. ns~ocl8cBo contacinLom Pasio SlOí P116tl~ da 811TI

-

6. F t l l l l l l B l l p l l

l e l l f . 2082720

-

4000 P i i l l

inni8lsanílo: too. ~eipni. ~nih16111 HDZEI,D ~ ~ i r r ~ d r n ~ e ]

ílp. II~IC~~IP 81 01m11111 SOUII I8dml0lslrad01I 1088 BUy B1b.l 8.1 160101 I 8 d m l ~ l t l l ~ d 0 l l

010íccBo: 81. E. 11meld1 Conde 18111~1111

81. S. C1~1do lolieclnr IdluoImI COOIOLliltiO GEOL. 1 P I I L t 6 1

01161111 LIBII 1.' 114S7116

.

Blpblp 00 8.6.C 8 I' l 8 7 n í I ~ v I s I ~ n ~ a r ~ l

-

sioco rrosoo

-

8rrioasra nnuai r sooroo

t ~ í c u c i o GRLIICI: UIIRRlí 6)1RflC8

-

?O810 oisislauicio nlnio os skvn BAOGR. LIO BUd DUooe de Il1c01c1.271 - 4000 PORIO

llRR6ín SOO0 tItnPLRR[S

(2)

A história do cidade do Porto. o+no de

1891

surge conío ono-chor- neiro. Em termos crono- lógicos. assinalo o es- bater de um ciclo coroc- terizado pelo olirmoção lroniol de um

U E Ç A G R A V A R

O

R E I

OU

a

o p o r l u n i d a d e p o l í t i c a

da

E x p o s i ç ã o I n d u s t r i a l

atribuindo-se o .nosso descrédito no estrangeiro 00s booios que Ia coi- riom de que o Norte esiovo revolta. do e que o Rei não podia cá vir,"'.

O

momento do crise económico en- ião vivido, poro o que muito coniri- buiu o quedo dróstico do cãmbio pólo irodicionol de conira-poder. pio-

do

Porto de

1891

brasileiro o provocor gronde erosão

picio

ã

emergencio de revoltos ou de sobre os iemessos derivodos do emi.

golpes miliiores contra o poder insii. groção, uniu os industriais e iovore-

tuido, que Irequentemenie alteraram ceu o ~refundoção~ do Associoçõo

o poisogem politica nociono!. Nesso medido represento iam- Industriol Portuense, umo tentativa bem sucedido de um bem o inicio de uma novo época. em que possam o dominar nijcleo de industriais poro reviiolizor o dinãmico ossocioiivo preocupações rnois

pragmáticos

e menos ideolistos, com o do sector. perdido desde o década de

60.

Assumindo então pressão politica o adoptar soluções mais subtis que possam os contornos cloros de um grupo de pressão sociol, o AIP pelo ariiculoção de interesses de classe. de interesses econ6 começou por reivindicor urna revisão pautal de sentido pio- micos bem ideniilicodos e pouco preocupados com posicia. teccionisto. uma lei de privilégio de introdução de novos in- nomenios regionais. A reordenoção do movimento ossocioti-

vo em~resoriol ave se desenrolo no éooco deve ser encaro. . . . . . do tombem nesta óptico, como se pode constoior, por exem-

plo, com o relundoção do Associação Industriol Portuense e o oriiculoção do suo estraiégio com o do Associoção Indus- trial Portuguesa, com visto

ò

defesa de uma pauto proiec- cionisto ou. mais torde. o ossumir de posições cloromente poironois lace

ã

movimenioção operário. Reolinhom-se os interesses e.olierom-se os discursos, tendo como pano de lun. do uma grave crise económico o que olguns episódios poliii- cos conferem tons de emoção.

Neste quodro o ano de

1891

emerge oindo sob o signo do revolio. o culminar com o

levantamento

repubiicono de

3

1

de janeiro. no sequgncio de um ano de ogiioção iniciado com o ~ultimoium ing1i.s. e o sobressalio civico enião despo- letodo. Embora o revolto tenho sido dominado. o monarquia

surgia vulneróvel nesto conjunturo. Detendo consiiiucionol. mente o quarto poder

-

o moderodor

-

que o tornava res- ponsóvel pelo governoção, locto pelo qual se lhe ossocovom os responsobilidodes dos erros do executivo. o Coroo tornou. .se o olvo dos mais voriodos otoques politicos. A tentotivo de implonioção iepublicano só odensou o quadro negro de des- presiigio do monorquia. tonto interno como externomente.

(3)

roçõo do processo e seu aproveiiamento, decidindo

.abster.

-se de entrar em auoisauer irobolhos.". Na seauêncio desto , , posiçõo muitos industriois liliados recusorom-se a porticipor

dústrios e ouiro poro regulomentor o concorrêncio. poro o que passou o desenvolver diliggncios iunio do governo cen- irol. Mos, procurando escudor estas reivindicações numo

demons~roçõo do realidade indusiriol. oprovou uma proposio

11

1

de Setembro de 18911 para a organização de uma ex.

posição indusiriol que losse o espelho dos copacidades indus. iriois do momento, oo mesmo lempo que recuperava uma Ira- diçõo ossocioiiva caido em desuso há cerco de trinta onos.

E

oqui que os caminhos se cruzam e a ideio de exposição

gonha oportunidade politica.

O

ministro da Fazenda de en.

ião, Moriano de Corvolho, sabe do ideio e convence o di- recção do Polócio de Crisiol. liderada pelo Conde de Somo. dães, a promover o exposição, dado controlar o único loco1 existente no Porto construido de raiz poro reolizoçães deste iipo. A ideio era ossegurar o vindo oo Porto da lomilio real,

proporcionor-lhe o necessário cbonho de multidõo~ e desmen-

iir os bootos sobre o estado semi~insurreccionol do Porto.

O

Conde de Samodães. monórquico liel. por seu turno. paro olem destes objectivos oproveiia o ocosiào poro tentar relonçar o dinâmico do Palácio de Crisiol. então em dilicul- dodes, quol .elefonte bronco. no terminologia actual'". Doqui decorrerom algumas desinteligêncios entre o Associo- ção Industrial Portuense, o Governo e o Sociedade do Polá-

cio de Cristal.

A

AIP considerwse ulirapossodo pelos oconte

cimentos, nõo sendo inicialmente tido nem achodo na acele-

no exposição, enquanto a situação não fosse esclarecido. Mas não era a altura estrotegica para criar grondes pro- blemas com o poder politico. em pleno lose de negocioção poro o revisão poutol, pelo que. apos conversações com o ministro. a AlP deu o seu apoio e designou uma delegação de direciores poro integror o grande comissão do Exposição, comprometendo-se o governo o otribuir o trodicionol subsidio. Apaziguados os ãnimos. o exposição reolizo-se com corácter ~excIusivamente nacionol> e. opesor do curto espaço de tempo para o sua preporoçõo, parece ier leito umo demons- troção cabo! das potenciolidodes industriois do epoco.

Aberto ao público de

22

de Novembro de 1891 o

17

de

Janeiro seguinte, não pode sequer acolher todos os candido.

tos

à

exposição e leve mesmo de improvisor instalações

suplemeniores no iordim do Palácio. A orgonizoção apresso- do conleriu-lhe um carácter mais reolisio, com o vontogem de os industriois apresentarem produtos de rotina e nõo obras preparadas especialmente poro o eleito. Do mesmo modo não se estabeleceu uma compeiiçõo, com distribuição de premios, optondo-se antes por certificados de presença Oliveira Motiins, entõo na suo lose de relormismo politico que entrevia em D. Corlos um apoio lundomentol, observou no Exposição um .elemento novo. para o superoçõo da crise economico, no medida em que contribuía decisivamenie poro consolidar o corrente proieccionisto:

Ninguém pode conté-lo iombém, peronte o esplindido espec- iòculo do exposição do Polócio de Crisiol, duplomenie signi. hcoiiva, pelo que represenio quando comprado com os e x p siçòes onieriores. e por ler sido, pode dizer-se, improvisoda de um dio poro o outro, represeniondo, não um esforço violen~o, mos sim o omosira real dos irobalhos correnies e ordinários'". De acordo com os Reloiários do Exposição a única, e nõo pequeno. lolho no mostruário loi a ausência de máquinas em movimento, demonstrando novas operações mecãnicas, ele- mento que normalmenie produzia o êXlose e o sedução do público noutros exposições. Não obstonte esiiverom expostos lerramenios, veiculos e corruogens, e alguns motores do Fun- dição do Ouro. Mos dentro de um principio lógico de orde- noção, a exposição começova por dar relevo aos produtos das minas e outros minerois, conferindo o devido destaque ò

~loucuro mineiro do seculo

XIX,

em termos de pesquisa e

registos. já que poucas eram os empresos que iinhom con-

(4)

O PAIID DAS ~b<i)fS, 00 PALA(IO DA BOLSA, PREPARADO PARA A SfSSÁO Df GALA

tros iinhom openos produzido especulações e descrédito. N o segundo closse. surgiom os produios do indúsirio floresiol, com relevo poro o coriiço do coso Meneres

8

Filhos, opre- seniodo sob iodos os formos. dos rolhos o obiecios oriisiicos. e poro o popel do fábrico do Coimo.

N o campo dos iecidos sobressoio o Iõ, mos noiovo-se o ine- xoróvel decodèncio do sedo, desde os onos

70

e devido a

molesiio do spebrino. nos respeciivos cosulos de crioção; hovio o linho e o olgodão, esie

em mosiruorios coloniois. donde vinhom iombém vários óleos gordos e ouiros produios

quimicos. N o secção de ~olimenios preparados poro longo conservoçòo> desiocovo-se no~urolmenie o vinho, nomeado- mente um .espumosoa do Reol Componhio Vinicolo o imiior o ~chompogne~. e o ozeiie. os doces de fruto, os lociicinios, o colé, o chocoloie, o ioboco. Nos produios quimicos e formo- cèuiicos, surgiom numerosos voriedodes de óguos medici- nois, de sobões. de fósforos, estes o suscitorem o odmiroção do reiotor que se lembrovo do suo enirodo em Poriugol e do revolução en:ão ocosionodo nos cozinhos. o

dispensar

o pe- derneiro ou o mecho; mos surgiom tombem os tintos e ver- nizes, os odubos.

A

foiogroiio, de que jo linho havido vários exposiçòes onieriores no Polócio, surgi0 oqui com olgumo frequèncio e o curiosidade e adesão do piiblico.

A

elecirici- dode, porém. ero represeniodo openos por umo compoinho elácirico! Mos o visiionie já ierio muito poro observar nos cur- lumes que surgiom em obundãncio. nos chopéus, no colço- do. nos mobilios e oriigos de interior, nos livros poro educo- çõo. nos cuielorios e quinquilhorios. no ourivesorio e joolha. rio. no vidrorio. no cerãmico e, como era irodicionol nestes ceriomes. nos belosaries, com desloque poro o escuituro reli. gioso. N o enionio. o relevo io sem dúvido poro os tecidos, em especioi os de olgodão, o demonsirorem o inicio de om periodo de exponsõo indusiriol. N o coniunio uma exposição

(5)

AlPfClOI OA VI5IIA UFA1 AO PORTO

I C d f G A O l A f5lAt~0 O f ( A I ~ P A ~ H A : 2 VI5 I A A O IIOV I A . D O [OnOf I 1 R R I . R A . 3 115560 5O.fHf UO ? d l b l t 0 0 1 B O i 5 A

leve, como ligeiro !oro o suo preporoção e leve ero olinol o indusirio poriugueso, porticulormente o do Norte. em que o obiecio oriesonol linho oindo lugor e sobrevivio, não obston!e o exisiêncio de olgumos orgonizoções fabris mois

sofisticados.

Contudo. o exposição indusiriol cumpri0 um obieciivo .nocio- nolisio., nõo mostrando o ober~uro iniernocionol que tonto morcoro o exposição de

1865.

eslo orgonizodo

essencial-

mente por livre-combisios. que iontos orrepios cousou em diversos industriais. Nesso medido. o exposição de

1891/

/92

consiiiuio um degrau no ofirmoçào dos poli~icos proiec- cionisios. como, de resio. o texto ocimo ciiodo de Oliveiro Mortins nos deixo entrever.

Mos, sobre~udo. o inouguroçõo do Exposiçào criou o pretex- to poro o deslocoçáo oo Porio do lomilio real. produzindo-se o encenação político necessório poro demonstrar o apoio populor a Coroa, que eniõo se julgovo escosso. com o ob. iectivo de conirodiior o propolodo enroizomenio do prece- dente revolto republicona de

31

de Joneiro. Encerrovo-se o ono de

1891

com o reconcilioção entre o monorco e o cido- de do irobolho, e procurovo-se produzir umo imogem sceso- risio, poro o soberono, em que este surgia preocupodo com o quesiõo sociol e doiodo de vontade reformodoro.

O

rei. ocomponhodo do rainha e do príncipe herdeiro, veio ao Porto

~investigor o esiodo em que se enconirovom os closses loborio- sos e os condições de vido dos nossos indústrios, poro ossim se compeneiror dos suos necessidodes e imprimir

o

suo órduo missão de Chefe de Esiodo umo orienioçõo úiil e devoiomenie poirióiico., bem como poro -reolenior o corogem dos mais receosos e ovivor o fé dos que menos confiam em que, deniro dos insiiiuições monórquicos, não hó recursos bosionies poro o ressurgimenio duma nocionolidode, como o nosso. combalido por imensos desveniuros e coniinuodos erros que, por vezes, iêm eniibiodo o conlionço nessos insiiiuições~"'.

Os

bonhos de multidõo e os oclomaçòes

populares

decot- rerom tonto nos cerimónios formois do inouguroção como nos ruos do cidade. o pretexto dos visiios reois os fabricos e ins- tituições. cumprindo.se o obieciivo de desogrovor o Rei

D.

Corlos e o Roinho Dono Amélio.

A minuciosidode e vivo inieresse com que os Monorcos, es peciolmenie

S.

M.

o Roinho, exominorom iodos os produios, os polovros de inciiomenio e louvor que dirigirom com o maior ofobilidode oos indus~iois e os lroses memoróveis pro- nunciodos DOI

S.

M.

El.Rei no seu discurso de oberiuro do exposição, no brinde que fez no bonquete com que se dignou honror o comissão do mesmo exposiçõo e oiguns industriais, e oindo no inieresse com que visiiorom olgumos iábricos golor- doondo olgumos dos operórios que mois se disiinguiom no seu irobolho, derom ò indúsirio em gero1 um novo olenio e insullorom-lhe esperonços de melhor e mois risonho luturo~". Assim se expressovo

finalmente

o Associação

Industrial

Poi tuense no seu

relatório

onuol. poro coniinuor,

coniudo, o discurso noutro sentido: .Peno foi, JORGE porém, que iois esperonços se não converies FERNANDES

sem no seu iodo em reolidode.:. ALVES'

('I Doceoie do Foculdode de letror do Univerridode do Poiio

( 1 ) Augurto Gomo. 'Uma Exporiçào indurtiiot h6 quorenio onors, O Tiabalho Nocionol, Seiernbro de 1932. pp. 1905.7

(2) Vejo-re o dificil siiuoçào economico e linonceiro do ingiiuiçõo no oliuro in Breve Esbqo Hirtorico do Polócio de Crystol'Poriuense. Por.

10. i 8 9 0 O iexio e do ouiorio do Conde de Somodàer. presidente do Diiecçòo

(3)

Reiororio dor Actos do Direcçào do Arsocio~ào indurtriol Porioen- se. 1891.1892. Porto. 1892. p. 25.

(4) Oliveira Martinr. -Proieccionismo,. Bolerim do Ateneu Comercio1

do Porro.

n P

6, Dezembro de 1891. pp. 162.169.

(5) Reloiório dor Actos do Quorio Direcçáo do Centro Comercio1 do Porio no ono de 1841. Porto. 1892. p. 44.

(6) Reloróiio dor Actos do Direcçõo do Arsocioção Induririol Poriuen. se. 1891-1892. p. 27.

Referências

Documentos relacionados

No final, os EUA viram a maioria das questões que tinham de ser resolvidas no sentido da criação de um tribunal que lhe fosse aceitável serem estabelecidas em sentido oposto, pelo

Todas as outras estações registaram valores muito abaixo dos registados no Instituto Geofísico de Coimbra e de Paços de Ferreira e a totalidade dos registos

O Processo Seletivo Interno (PSI) mostra-se como uma das várias ações e medidas que vêm sendo implementadas pela atual gestão da Secretaria de Estado.. Importante

O fortalecimento da escola pública requer a criação de uma cultura de participação para todos os seus segmentos, e a melhoria das condições efetivas para

Além desta verificação, via SIAPE, o servidor assina Termo de Responsabilidade e Compromisso (anexo do formulário de requerimento) constando que não é custeado

de professores, contudo, os resultados encontrados dão conta de que este aspecto constitui-se em preocupação para gestores de escola e da sede da SEduc/AM, em

De acordo com o Consed (2011), o cursista deve ter em mente os pressupostos básicos que sustentam a formulação do Progestão, tanto do ponto de vista do gerenciamento

Fonte: elaborado pelo autor. Como se pode ver no Quadro 7, acima, as fragilidades observadas após a coleta e a análise de dados da pesquisa nos levaram a elaborar