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Redes sociais e recrutamento de recursos humanos : modelação do perfil do colaborador

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Academic year: 2021

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Redes Sociais e Recrutamento de Recursos Humanos

Modelação do Perfil do Colaborador

Jaime Emanuel Duarte Neto

Dissertação para a obtenção do grau de Mestre em Multimédia

Orientador: Professora Doutora Ana Maria Dias Madureira Pereira Co-orientador: Professor Carlos Manuel Cardoso de Oliveira

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Redes Sociais e Recrutamento de Recursos Humanos Modelação do Perfil do Colaborador

2010 / 2011

Mestrado Multimédia

Perfil

Tecnologias

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Agradecimentos

À Professora Doutora Ana Maria Dias Madureira Pereira, os meus mais sinceros agradecimentos pelos ensinamentos e conselhos transmitidos na orientação da minha dissertação, rapidez no feedback e muito profissionalismo. E acima de tudo por ter acreditado em mim.

Ao Professor Carlos Manuel Cardoso de Oliveira, pelas sugestões no caminho a seguir, suporte logístico e apoio.

Aos meus pais e irmã pelo apoio e encorajamento, incentivos e inspiração.

Aos meus amigos e colegas um obrigado pela colaboração, compreensão e incentivos. Um agradecimento muito especial à Filipa, que sempre me apoiou e inspirou nestes momentos de trabalho a horas menos próprias. Aos meus pais, pois os incentivos e o seu apoio foram muito importantes. Ao meu amigo Daniel pelo companheirismo e colaboração neste trabalho.

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Resumo

Tradicionalmente o processo de recrutamento baseava-se na análise do CV, da carta de candidatura e no perfil psicológico do candidato avaliado quer através de uma entrevista quer ainda através de testes psicotécnicos. Com os avanços tecnológicos, novos desafios e oportunidades se colocam aos candidatos e empregadores, para os quais facilmente se identificam vantagens e desvantagens. Cada vez se mais se tem conhecimento da utilização, no processo de recrutamento, de informações oriunda das Redes Sociais como base na análise do perfil psicológico dos candidatos.

Nesta dissertação pretendeu-se dar uma contribuição para a problemática da modelação do perfil de um colaborador tendo por base informações e análise de factores psicoafectivos recolhidos nas Redes Sociais.

No desenvolvimento deste trabalho pretendeu-se compreender o fenómeno do recrutamento nas Redes Sociais on-line. Foi aprofundado o estudo do comportamento dos utilizadores nas Redes Sociais e validado em que medida as atitudes e posturas por eles adoptadas lhes trazem vantagens ou desvantagens.

Diversos trabalhos e estudos experimentais realizados ao longo dos anos, reflectiram a constatação de que uma análise do perfil psicológico evidencia apenas as características dos indivíduos, seus pontos fortes e pontos fracos. Esta informação deverá ser usada no sentido da rentabilização dos pontos fortes e de melhoria dos pontos fracos e nunca como forma de avaliação de desempenho. Considerando-se a ausência de adequada legislação surge a possibilidade de um candidato ser excluído de um processo de recrutamento por ter divulgado informação com erros de ortografia ou imagens comprometedoras.

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Sociais, foi realizado um estudo/levantamento de modo a identificar linhas gerais sobre a conduta mais correcta que os utilizadores devem apresentar durante a utilização das Redes Sociais. Foi realizado um levantamento, concretizado num inquérito a utilizadores dos Sites de Redes Sociais, de modo a perceber-se de que forma é que os utilizadores interagem na rede, e em que medida é que estes conhecem o seu funcionamento, constrangimentos de segurança e dinâmica. Procurou-se perceber quantos candidatos é que protegem o seu perfil, divulgam publicamente informações importantes de carácter profissional e/ou pessoal, e limitam o acesso a questões de âmbito privado que possam denegrir a sua imagem.

Este estudo permitiu concluir que existem diversos traços da personalidade do ser humano que estão intimamente ligados ao seu comportamento nas Redes Sociais. Os utilizadores destas Redes, apesar de já usufruírem deste serviço gratuito há algum tempo, nem todos conhecem este fenómeno de recrutamento e correm o risco de revelar informações privadas cujas empresas podem ter acesso. Parte dos utilizadores nem sequer têm conhecimento que podem parametrizar o seu perfil de forma que fique disponível publicamente, informação que inclusivamente os possa beneficiar, como as suas competências/valências e traços da sua personalidade.

Palavras-chave: Redes Sociais, Recrutamento, Selecção, Redes Sociais on-line, Recrutamento online, Traços da personalidade, Big Five.

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Abstract

Traditionally, the recruitment process used to be based on the analysis of the candidate's CV, letter of application and psychological profile, whether assessed through interviews or psycho-technical tests. Along with technological advances new challenges and opportunities have been placed to both candidates and employers, benefits and drawbacks can easily be pinpointed. The usage of Social Networks data has been increasingly acknowledged as the basis of the candidate's psychological profile analysis.

Throughout this dissertation it has been attempted to give a positive contribute to the employee's profile issue based on the information and analysis of psychological and emotional factors gathered from Social Networks.

During the process of this dissertation it has been intended to understand the on-line Social Network recruitment phenomenon. The study of user's behavior on Social Networks has been deepened and their attitudes and posturing have been validated in order to determine how they can result in benefits or disadvantages.

Several works and experimental studies carried out over the past years reflect that a psychological profile analysis reveals only the individual characteristics (weaknesses and strengths). This information was used in order to boost its strengths as well as improving its weaknesses and never as a mean of assessing its performance. Given the absence of proper national legislation it might be possible for a candidate to be ruled out of a recruitment process based on misspelled information or compromising images.

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In this manner, given that we are not aware of the convenient posturing for Social Networks user's, a study/survey was carried out in order to identify the most appropriate conduct users should present during their Social Network usage. An enquiry-based survey on Social Networks users was helded in order to realize how users interact on the network and to what extent they are aware of its functioning, security constraints and dynamics. It was sought to understand how many candidates protect their profile, publicly disclose personal/professional important information and/or limit the access to private matters which might affect their personal profile or image.

This study has enabled to determine the existence of several human personality traits which are closely linked to Social Network behaviors. Not all of the Users of Social Networks, notwithstanding using these services for some time now, are aware of the recruitment phenomenon and for that reason are likely to reveal private information to companies. Some of the users are not even aware of the fact that it is possible to set the parameters of the profile so as to make publicly available information for their own benefit such as their competence/expertise and personality traits.

Keywords: Social Networks, Recruitment, Selection, line Social Networks, On-line Recruitment, Personality Traits, Big Five.

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Índice

1 Introdução 1 1.1 Enquadramento e Motivação 1 1.2 Objectivos 3 1.3 Organização do documento 4 2 Revisão da leitura 7

2.1 Redes Sociais – Conceito e seu crescimento 8

2.1.1 Cinco factores de modelação de personalidade (The Big Five) 16

2.1.2 Consistência da personalidade 24

2.1.3 Linhas de orientação no desenvolvimento profissional 25

2.1.4 Contexto social e os B5 26

2.2 Redes Sociais – Motivações dos utilizadores 26

2.3 Redes Sociais e os Recursos Humanos 30

2.4 Recrutamento on-line em Portugal 42

2.5 Conclusão 45

3 Material e Métodos 47

4 Análise e discussão de Resultados 57

4.1 Análise de resultados 57

4.1.1 Perfil estritamente pessoal 59

4.1.2 Perfil misto: pessoal e profissional 62

4.1.3 Um perfil individual e outro profissional 64

4.1.4 Rotina VS Politica de Segurança 67

4.1.5 Honestidade na Rede VS Parametrização dos Dados Públicos 69

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4.2 Discussão de resultados 76

5 Conclusões 81

5.1 Objectivos/resultados alcançados 82

5.2 Análise de resultados 83

5.3 Limitações e trabalho futuro 86

6 Bibliografia 89

6.1 Livros e artigos 89

6.2 Websites 94

Anexo 1 Inquérito 97

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Índice de figuras

Figura 1 - Um exemplo de um diagrama de uma rede social. (Darwin Peacock: in Wikcommons) 9

Figura 2 - Esquema da variação da variável R1A em função da totalidade dos inquiridos. 61

Figura 3 - Esquema da variação da variável R1B em função da totalidade dos inquiridos. 64

Figura 4 - Esquema da variação da variável R1C em função da totalidade dos inquiridos. 66

Figura 5 - Esquema da variação da variável R2 em função da totalidade dos inquiridos. 68

Figura 6 - Esquema da variação da variável R2 em função da totalidade dos inquiridos. 69

Figura 7 - Variação da variável R3 em função dos utilizadores sinceros na rede que configuraram ou

não o perfil publicamente. 71

Figura 8 - Variação da variável R3 em função dos utilizadores não sinceros na rede que configuraram

ou não o perfil publicamente. 72

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Índice de Tabelas

Tabela 1 - Evolução do número de utilizadores da internet (Castells 2007) 11

Tabela 2 - Traços da personalidade humana (adaptado de (Hampson, 1999)) 16

Tabela 3 - Factores da negatividade emocional (Costa & McCrae, 1992) 17

Tabela 4 - Factores da extroversão (Costa & McRae, 1992) 19

Tabela 5 - Factores da abertura para o novo (Costa e McCrae, 1992) 21

Tabela 6 - Factores da Amabilidade (Costa & McCrae, 1992) 22

Tabela 7 - Factores da consciência (Costa & McRae, 1992) 24

Tabela 8 - Rede social LinkedIn – características 40

Tabela 9 - Rede social Twitter – características 41

Tabela 10 - Rede social Facebook – características 42

Tabela 11 - Análise da variável R1A em função do tipo de perfil estritamente pessoal 60

Tabela 12 - Somatório da variável R1A em função da reconfiguração de perfil. 61

Tabela 13 - Análise da variável R1B em função do tipo de perfil misto pessoal e profissional 62

Tabela 14 - Somatório da variável R1B em função da reconfiguração de perfil 63

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Tabela 16 - Somatório da variável R1C em função da reconfiguração de perfil. 65

Tabela 17 - Análise da variável R2 em função da inclusão dos SRS na rotina do utilizador e consciência

da política de segurança. 67

Tabela 18 - Somatório da variável R2 em função da inclusão dos SRS na rotina do utilizador e

consciência da política de segurança. 68

Tabela 19 - Análise da variável R3 em função da sinceridade dos utilizadores na rede e se

configuraram ou não o perfil de forma a parametrizar os dados do perfil que aparecem publicamente. 70

Tabela 20 - Somatório da variável R3 em função da sinceridade dos utilizadores na rede e se

configuraram ou não o perfil de forma a parametrizar os dados do perfil que aparecem publicamente. 71

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Lista de acrónimos

TI Tecnologias da Informação

SRS Sites de Redes Sociais

B5 Big five factor model

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1 INTRODUÇÃO

1.1 Enquadramento e Motivação

Com o aparecimento das Redes Sociais (RS), assiste-se actualmente a uma profunda revolução na forma de comunicar através da internet. Estas redes mostram os indivíduos enquanto perfis, possibilitando a percepção das suas ligações directas (amigos) e indirectas (amigos dos amigos), bem como as organizações sob a forma de comunidades. Desde sempre que existem redes sociais devido à necessidade dos indivíduos se agruparem em função de entidades primárias: religiosas, étnicas, territoriais. Estas redes podem incluir ou excluir indivíduos e grupos (Castells, 2007), sendo que os indivíduos estão ligados por laços que originam trocas ou transacções (Bastos, 2007).

Com a evolução e implantação das redes sociais nos diferentes domínios, ensino,

marketing, jornalismo e ambientes de retalho surgem novos

comportamentos/formas de comunicar que se reflectem na exploração do perfil do público-alvo (estudantes no ensino, leitores no jornalismo, marketing, clientes no retalho). A compreensão das necessidades e apetências dos estudantes, dos leitores ou dos clientes torna-se fundamental na definição de estratégias potencialmente inovadoras de comunicação e interacção.

Tradicionalmente o processo de recrutamento baseava-se na análise do Curriculum Vitae, da carta de candidatura e no perfil psicológico do candidato, avaliado quer através de uma entrevista quer através de testes psicotécnicos. Com os avanços tecnológicos novos desafios e oportunidades se colocam aos candidatos e empregadores, para os quais facilmente se identificam vantagens e desvantagens.

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Cada vez mais se tem conhecimento da utilização, no processo de recrutamento, de informações oriundas das Redes Sociais como base na análise do perfil psicológico dos candidatos.

“Ao invés de avaliar o desempenho e competências profissionais, as empresas agora avaliam o perfil pessoal. Usam Redes Sociais (RS) para recrutar profissionais. O grande problema é que a maioria dos profissionais usam as RS apenas para uso particular-doméstico, e não para uso profissional. Foram inclusivamente noticiados casos de relatos de profissionais despedidos porque nos seus perfis sociais contestaram algumas acções das empresas às quais prestavam serviços, e de profissionais que possuem comportamentos duvidosos dentro das RS.” (Lukas, 2011).

Baseados em diversas teorias, foram definidos alguns princípios a seguir relativamente à construção e modelação do perfil assim como o comportamento dos utilizadores nas RS, destacando-se no entanto alguns pontos negativos. Situações como currículos copiados de utilizador para utilizador, até mesmo estes perderem a própria identidade nas redes sociais. Assim, assumindo como pressuposto a transparência da personalidade do utilizador, esta dissertação procura respostas relativamente a recomendações para uma postura ideal dos utilizadores na forma como usam estas redes, seja esta de índole intrínseco1 ou extrínseco2.

O estudo das características da personalidade humana apresenta neste contexto grande relevância, na medida em que tentamos perceber as posturas mais correctas e orientações para melhorar. Conhecendo o comportamento humano e respectivas

1

Compromisso com determinada tarefa mediante a percepção de que essa tarefa seja útil para atingir determinado objectivo

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Capítulo 1 — Introdução

apetências, será mais fácil seleccionar, por exemplo, determinado perfil de colaboradores para determinado posto de trabalho. Assim como, no seio empresarial, no âmbito de desenvolvimento de um determinado produto, durante o processo de concepção do mesmo, direccioná-lo a determinado público-alvo.

Algumas questões se levantam neste cenário:

a) Será que um comportamento intrínseco carece de alguns cuidados de protecção de dados, tendo em conta o carácter pessoal da informação divulgado nestas RS?

b) Será que todos os utilizadores conhecem estas políticas de segurança da rede?

c) Dos numerosos utilizadores registados nas RS, qual será a percentagem dos que adoptam uma atitude sincera e de acordo com a sua vida real? Ou tentam potenciar currículos, ou valências que na realidade não possuem?

d) Será que o comportamento adoptado lhe pode trazer mais-valias, como uma boa oportunidade de emprego? Ou se pelo contrário poderão ser despedidos pela empresa à qual prestam serviços, tendo em conta informação, de índole pessoal, descoberta nestas redes?

1.2 Objectivos

Neste trabalho pretende-se dar uma contribuição para algumas destas questões, incidindo na óptica do utilizador, revelando um valor acrescentado neste mundo multimédia rodeado de novas tecnologias. Rachel Marcia Rosemar (s. d.) refere: “Na

Sociedade da Informação, uma pessoa que não usar as tecnologias da informação e comunicação como uma ferramenta para agregar conhecimento, facilitar tarefas

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diárias, optimizar e dar velocidade às comunicações, ampliar redes, será uma excluída digital.”

O trabalho descrito nesta dissertação de mestrado pretende avaliar a Influência das Redes Sociais no processo de recrutamento de Recurso Humanos. A Gestão de Recursos Humanos poderá obter informações pessoais do candidato disponíveis através das redes sociais e ter acesso a características/ factores psico-afectivos que não estavam até então disponíveis ou perceptíveis através dos tradicionais métodos de selecção como o CV e a entrevista de emprego.

Nesta dissertação procura-se sistematizar da literatura métodos e teorias que suportem a correcta construção/modelação do perfil sócio-profissional de um colaborador considerando as suas características positivas/negativas. Pretende-se ainda identificar quais serão os comportamentos potenciadores dos utilizadores relativamente a este fenómeno do recrutamento por parte dos RH de diversas empresas actuando assim como agente facilitador da triagem de candidatos num processo de selecção para determinada proposta de emprego. Neste contexto torna-se relevante validar em que medida determinado comportamento ou postura beneficia ou prejudica os utilizadores das RS na sua vida profissional e pessoal.

1.3 Organização do documento

A estrutura deste trabalho de investigação divide-se em vários capítulos.

No capítulo 2, é apresentada uma revisão da literatura considerada relevante, publicada por autores cujo trabalho e mérito científico são reconhecidos mas também em literatura e trabalhos científicos recentes publicados na área. Este capítulo integra uma primeira abordagem ao aparecimento das redes sociais sem os meios tecnológicos actuais. Posteriormente partindo do geral para o particular e

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Capítulo 1 — Introdução

porque, o indivíduo é caracterizado por determinados comportamentos agrupados de forma lógica por vários teóricos, apresentaram-se vários estudos que fundamentam os traços psicológicos do ser humano. De seguida, sistematizam-se as principais motivações dos utilizadores destas RS, descrevendo o fenómeno do crescente aumento de registos de indivíduos nas RS. É analisada a Gestão de Recursos Humanos e o seu enquadramento com as RS é analisada. Faz-se posteriormente referência à análise do processo de recrutamento em Portugal, em função de alguns estudos conhecidos nesta área.

No capítulo 3 são apresentados as metodologias seguidas neste trabalho e estudo empírico. A apresentação, análise e discussão destes resultados apresenta-se seguidamente no capítulo 4.

No capítulo 4, de análise e discussão de resultados, está dividido em duas partes, a descrição da opção metodológica seguida neste trabalho e outra referente ao estudo empírico, apresentação, análise e discussão de resultados.

Finalmente no capítulo 5, apresentam-se as conclusões que pretendem sustentar as respostas às questões levantadas no âmbito deste trabalho. Divide-se em várias partes apresentando também as limitações e dificuldades em validar as respostas obtidas. Finalmente são apresentadas algumas sugestões para trabalho futuro com vista a ultrapassar as limitações consideradas e extensões naturais a este trabalho de mestrado.

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2 REVISÃO DA LEITURA

A internet tem-se expandido com a adesão de cada vez mais utilizadores que integram este novo mundo. Este fenómeno de expansão tem-se massificado nesta última década. Consequentemente as empresas usam esta rede global de forma a produzir valor acrescentado perante os consumidores (Castells, 2007).

Com o aparecimento das Redes Sociais (RS), assiste-se actualmente a uma profunda revolução na forma de comunicar através na internet. Estas redes mostram os indivíduos enquanto perfis, sendo assim possível percepcionar as suas ligações directas (amigos) e indirectas (amigos dos amigos), bem como as organizações sob a forma de comunidades. Com a evolução e implantação das redes sociais nos diferentes domínios do ensino, marketing, jornalismo, ambientes de retalho, etc. surgem novos comportamentos/formas de comunicar que se reflectem na exploração do perfil do público-alvo (estudantes no ensino, clientes no retalho, leitores no jornalismo). A compreensão das necessidades e apetências dos estudantes, dos clientes ou dos leitores torna-se fundamental na definição de

estratégias potencialmente inovadoras de comunicação e interacção.

Tradicionalmente o processo de recrutamento baseava-se na análise do Curriculum Vitae, da carta de candidatura e no perfil psicológico do candidato avaliado quer através de uma entrevista quer através de testes psicotécnicos. Com os avanços tecnológicos novos desafios e oportunidades se colocam aos candidatos e empregadores, para os quais se identificam vantagens e desvantagens. Cada vez mais se tem conhecimento da utilização no processo de recrutamento de informações oriundas das Redes Sociais como base na análise do perfil psicológico dos candidatos.

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Neste capítulo pretende-se, numa fase inicial, analisar o conceito e a evolução das Redes Sociais desde o seu aparecimento. A influência de factores relacionados com a personalidade do indivíduo será analisada assim como a relação com o comportamento nas Redes Sociais, desenvolvimento profissional e contexto social. Pretende-se ainda analisar o enquadramento actual do processo de Gestão de Recurso Humanos e as Redes Sociais, a nível nacional e internacional.

A revisão da leitura teve como principal objectivo a contextualização do tema central desta dissertação em literatura considerada relevante, assim como em literatura e trabalhos científicos recentes publicados na área, autores cujo trabalho e mérito científico são reconhecidos. Esta revisão foi efectuada com base em documentos datados inclusivamente desde 1985 devido à relevante importância dos mesmos ainda hoje, assim como o fio condutor para o objectivo desta tese.

2.1 Redes Sociais – Conceito e seu crescimento

Desde sempre que existem redes sociais devido à necessidade das pessoas se agruparem em função de entidades primárias: religiosas, étnicas, territoriais. Estas redes podem incluir ou excluir indivíduos e grupos (Castells, 2007), sendo que os indivíduos estão ligados por laços que originam trocas ou transacções (Bastos, 2007).

A ideia de rede social começou a ser usada há cerca de um século atrás, para designar um conjunto complexo de relações entre membros de um sistema social a diferentes dimensões.

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Capítulo 2 — Revisão da leitura

Em 1954, J. A. Barnes começou a usar o termo sistematicamente para mostrar os padrões dos laços, incorporando os conceitos tradicionalmente usados quer pela sociedade quer pelos cientistas das ciências sociais: grupos bem definidos (ex.: tribos, famílias) e categorias sociais (ex.: género, grupo étnico). A figura 1 ilustra as interligações destes grupos, mais e menos densas, nas RS.

A análise de redes sociais (relacionada com as redes complexas) surgiu como uma técnica chave na sociologia moderna. O conceito surgiu na Sociologia e Antropologia Social. No final do século XX, o termo passou a ser olhado como um novo paradigma das Ciências Sociais, vindo a ser aplicada e desenvolvida no âmbito de disciplinas tão diversas como a antropologia, a biologia, os estudos de comunicação, a economia, a geografia, as ciências da informação, a psicologia social e, sobretudo, no serviço social.

Quanto maior a proximidade de características culturais, maiores são as hipóteses das pessoas se interligarem em rede (Kimura et al. 2008). Assim, podemos definir rede social como um conjunto de indivíduos que visa a comunicação, partilhando ajuda mútua e que surge a partir de pessoas com interesses comuns (Bastos & Santos, 2007). De acordo com Kimura (2008), a estrutura das ligações que interligam

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os indivíduos nas redes sociais pode quebrar, na medida em que com a constante interacção entre indivíduos, levará à formação de novos vínculos.

Com o aparecimento da internet surge então o termo ciberespaço, criado em 1984 por William Gibson, no seu livro de ficção científica, Neuromancer, trata de uma realidade que se constitui através da produção de um conjunto de tecnologias, enraizadas na sociedade, e que acaba por modificar estruturas desta e dos indivíduos que nela estão inseridos. Define-se então ciberespaço como “o espaço de

comunicação aberto pela interconexão mundial dos computadores e das memórias dos computadores” (Lévy, 1999). Trata-se de um novo meio de comunicação

estruturado.

A internet tem-se expandido com a adesão de mais utilizadores. Este fenómeno de expansão tem-se massificado nesta última década. Consequentemente as empresas usam esta rede global de forma a produzir valor acrescentado em termos de recursos e produtos, aos seus clientes (Castells 2007).

Castells (2007) argumenta que a fragmentação social é o resultado da falta de comunicação entre os indivíduos, grupos ideologicamente opostos diminuindo a comunicação entre grupos e indivíduos que se tornam mais alienados e tendem a resultar em conflito. Assim, as tecnologias de comunicação e informação tornaram-se uma ferramenta muito importante, na medida em que ajudam a diminuir a lacuna de comunicação entre indivíduos, embora em determinados casos aconteça precisamente o inverso, ou seja, cria um afastamento de indivíduos próximos geograficamente. Castells (2007) acrescenta ainda que a sociedade não pode ser compreendida/estudada sem ser interpretada num contexto de integração destas ferramentas tecnológicas. O autor defende ainda que a capacidade de dominar ou não a tecnologia, por parte da sociedade e, particularmente, tecnologias que sejam estrategicamente decisivas em cada período histórico, define a sua evolução. A

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Capítulo 2 — Revisão da leitura

tecnologia (ou a falta dela) representa a capacidade das sociedades se transformarem a si próprias bem como aos propósitos a que as sociedades, sempre em processo de conflito, decidem aplicar o seu potencial tecnológico (Castells, 2007).

Assente neste potencial tecnológico, cada vez mais indivíduos retiram, hoje em dia, partido da internet. Cada vez é maior o número de utilizadores que participa nesta comunidade. Castells (2007) demonstra a evolução representada em número de indivíduos que usam a internet (tabela 1).

Tabela 1 - Evolução do número de utilizadores da internet (Castells 2007)

Ano Utilizadores (nº aproximado em milhões)

1995 16

2001 400

2005 1000

2010 2000

Assim, a internet converteu-se numa fonte de produtividade e competitividade para empresas que a ela recorrem. As actividades económicas, sociais, políticas e culturais, começaram também por se estruturarem na Internet (Castells 2007). Torna-se assim numa plataforma de realização de negócios.

Ana Ximenes (2003) conclui, num estudo realizado pelo grupo Inforpress sobre a importância da comunicação Interna em Portugal, que a comunicação é uma das grandes necessidades do séc. XXI. Num mercado cada mais competitivo, as empresas necessitam de se dar a conhecer e de responder às exigências da informação dos clientes internos e externos. No que diz respeito à implementação das Intranets, as opiniões são unânimes, são o meio mais solicitado e estão a contribuir para realçar o valor da Comunicação Interna. Tornando-se assim numa ferramenta chave, necessária para a empresa moderna e inovadora. Muitas empresas atribuem-lhe um valor estratégico na definição de cultura corporativa e de uma política informativa.

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Assente nesta comunidade de constante comunicação surgiu um novo conceito de

web social, possibilitando assim aos utilizadores partilhar sentimentos, emoções,

pensamentos, etc. RS como o Facebook3, Myspace4, Twitter5, LinkedIn6,... Centradas no utilizador comum, transformaram-se em potentes ferramentas de interligação entre utilizadores, facilitando a criação de grupos através da agregação de um elevado número de utilizadores a uma determinada causa, entre outras potencialidades sempre em desenvolvimento. Segundo Cardoso (1998), podem definir-se comunidades virtuais como um grupo social que, sujeito a determinados padrões, partilham entre eles interesses comuns (sociais, profissionais, ocupacionais e religiosos). Assim, cada individuo pode pertencer, ao mesmo tempo, a diferentes comunidades. Estas interacções virtuais apesar de sofrerem influências do mundo real assumem claramente características diferenciadas das que ocorrem no mundo real.

Estas sociedades, em rede, proporcionam uma relevante importância à comunicação horizontal e livre possibilitando a qualquer pessoa encontrar o seu próprio destino na rede (Castells, 2007). Uma das grandes vantagens das Tecnologias da Informação (TI) é combinar a socialização com a informação, ou seja, enquanto socializa, o individuo obtém informação e fornece também, criando de imediato valor acrescentado (Cardoso, 1998). Segundo Castells (2007), a rede redefine o conceito de distância mas não elimina a distância geográfica.

O rápido desenvolvimento de Sites de Redes Sociais (SRS) tem veiculado pessoas a criar as suas próprias redes pessoais, explorando assim os factores afectivos que as motivam a concretizá-lo. 3 http://www.facebook.com 4 http://www.myspace.com 5 http://www.twitter.com 6 http://www.linkedin.com

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Capítulo 2 — Revisão da leitura

Soczka (2001) afirma que aqueles que possuem dificuldade de comunicação no espaço físico, também as terão nas RS. Contudo, estes espaços sociais virtuais pretendem ser um complemento aos espaços físicos, não pretendendo assim ser uma alternativa. As redes permitem não apenas a comunicação, mas o ganho de posições para melhorar a própria comunicação (Castells, 2007).

Define-se então SRS como um conjunto de serviços baseados na web que permitem aos utilizadores construir um perfil público ou semipúblico, ligando-se assim a outros utilizadores por meio de uma relação familiar ou pessoal, navegando assim na sua lista de pessoas interligadas dentro de um sistema (Boyd & Ellison, 2007).

As empresas usufruem actualmente de forma positiva das SRS, não apenas como um meio de direccionar informação/publicidade a grandes grupos de utilizadores, mas também no desenvolvimento dos próprios produtos. Empresas como a Hewlett-Packard, usam comunidades virtuais através dos SRS para proporcionar suporte técnico aos seus clientes. Nesta envolvência, os próprios clientes estão directamente envolvidos no processo de produção de determinado produto, permitindo assim a redução de custos. A Amazon gere uma comunidade que proporciona uma base de dados de recomendações de compras na forma de um livro de reviews. Aplica no entanto, a clássica relação de marketing de forma a ajudar os clientes a tomar as decisões mais acertadas, tirando para isso partido das opiniões deixadas por outros utilizadores sobre determinados produtos.

A grande maioria da actividade nos SRS é sob a forma de visualizações, comentários, questões, respostas, diálogos, fotos, vídeos, informação pessoal e conhecimento usufruindo assim da interligação entre os utilizadores que estas redes proporcionam. Consequentemente podem identificar-se três tipos de comportamentos por parte dos utilizadores: activos, passivos e curiosos, ou seja, os que publicam conteúdos, os que apenas os comentam e os que apenas visualizam os conteúdos e comentários de

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outros. Comportamentos estes, fundamentais para o suporte destes SRS. As publicações atraem visualizações, e os visualizadores incentivam os publicadores promovendo assim um ciclo virtual criador-consumidor de conteúdos.

A primeira rede social on-line, “Classmates.com”, surgiu em 1995, desde então o número de SRS têm vindo a aumentar constantemente (Dekay, s. d.). Nos dias de hoje podem salientar-se nomes sonantes como: Hi5, Facebook, Twitter, MySpace, etc.

Uma das primeiras questões que se coloca é relativa aos motivos que tanto atraem estes utilizadores. Resultados do Facebook indicam que número de membros rapidamente aumentou de 150 milhões para 350 milhões entre Janeiro e Dezembro de 2009 (Eldon, 2009). O espírito dos SRS enfatiza a interacção entre utilizadores e a sua envolvência, atribuindo assim um significado mais proeminente à expressão “os

utilizadores são a chave para um website de sucesso” (Powell, 2009; Sledgianowski &

Kulviwat, 2009). O utilizador adopta então tecnologia da informação porque se apercebe da possibilidade de obter utilidade e divertimento (Kim et al., 2007; Lin & Bhattacherjee, 2008; Lu & Su, 2009; Moon & Kim, 2001; Teo et al., 1999; Van Der Heijden, 2004).

Em Janeiro de 2011, a Digitalbuzzblog.com7 sintetiza estatisticamente os resultados do Facebook. Assim, com 500 milhões de utilizadores, em média, 1 utilizador por cada 13 pessoas existentes no planeta Terra, cerca de 50% efectuam login todos os dias. Cada utilizador possui em média 130 amigos. 48% possuem idade compreendida entre os 18 e 24 anos. Cerca de 700 milhões de minutos por mês são despendidos no Facebook, 20 milhões de aplicações são instaladas por dia e 250

7

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Capítulo 2 — Revisão da leitura

milhões interagem com o facebook através de aplicações e outros sites ao invés do tradicional site oficial. Em média, em apenas 20 minutos, cerca de 1 milhão de links são partilhados, 2 milhões de pedidos de amizade são aceites e são enviadas cerca de 3 milhões de mensagens. Em média 48% dos utilizadores cuja faixa etária compreendida entre os 18 e 34 anos verificam o seu facebook imediatamente quando acordam e 28% através dos seus smartphones antes de se irem deitar. Cerca de 57% dos indivíduos registados falam mais on-line, que na vida real. A Socialbakers.com admite que tendo em conta o constante crescimento, o Facebook irá, em meados de 2012, atingir 1 bilião de registos que corresponde a cerca de 1 em 7 habitantes do planeta Terra.

Estas redes podem ser divididas em dois tipos: de carácter pessoal e profissional, sendo que uma rede pessoal, pode ser também utilizada profissionalmente.

As empresas, começam a tirar cada vez mais partido das RS de forma a criar campanhas de marketing para publicitar os seus produtos ou serviços. Podem também ser usadas como veículo de comunicação interna permitindo a interacção entre empresa e seus colaboradores.

A comunicação através dos SRS é um complemento no contacto com os amigos que reforça as relações sociais, na medida em que permite uma comunicação constante entre redes de amizade, nomeadamente entre comunidades mais distantes. Por outro lado, a interacção on-line potencia o aumento do grau de exposição às mais diversas fontes de informação (Castells, 2007).

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Modelação de Personalidade

Diversas teorias têm surgido ao longo dos anos, com o intuito de definir personalidade com base em determinados traços pessoais. Um debate em 1990, teve por objectivo definir em quantos traços seria possível definir personalidade. Digman (1990), Goldberg (1993), John (1990) e McCrae e Costa (1997) defendem uma estrutura de cinco factores, composta por domínios gerais conhecidos pelos “Cinco factores de modelação da personalidade – The Big Five” (B5).

Em que consiste os B5?

2.1.1 Cinco factores de modelação de personalidade (The Big Five)

Diversas objecções e opiniões surgiram a tentar descredibilizar esta teoria, no entanto esta começou a ganhar forma e aceitação. Uma das maiores vantagens desta teoria refere-se à sua capacidade de suportar variadas estruturas teóricas. Por exemplo, GoldBerg e Resolack (1994) demonstraram empiricamente que a teoria de Eysenck’s dos três factores, extroversão, neuroticismo e psicoticismo podem ser integrados nos B5. Apresenta-se de seguida na tabela 2 as características desejáveis e indesejáveis dos cinco principais domínios dos B5: extroversão, amabilidade, consciência, negatividade emocional, abertura para o novo (Hampson, 2005).

Tabela 2 - Traços da personalidade humana (adaptado de (Hampson, 1999))

Desejável Indesejável

Extroversão Sociável, assertivo Introvertido, reservado, passivo

Amabilidade Simpático, Confiável, “Quente” Hostil, Invejoso, Frio

Consciência Organizado, completo, arrumado Descuidado, incerto, desleixado

Negatividade Emocional Calmo, de temperamento, imperturbável Mal-humorado, temperamental,

nervoso

Abertura para o novo Imaginativo, inteligente, criativo Superficial, não sofisticado, sem

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Capítulo 2 — Revisão da leitura

Cada uma das dimensões dos B5 inclui um conjunto de características pessoais que podem ocorrer em simultâneo. Referem-se as que foram desenvolvidas por Costa e McCrae (1992), e que têm sido comumente aceites pela comunidade científica.

2.1.1.1 Negatividade Emocional - Neuroticismo

Refere-se a um número de estímulos necessários para fomentar forças negativas num determinado indivíduo. Pessoas mais optimistas tendem a resistir com maior facilidade a estes estímulos.

Diferentes níveis de negatividade emocional podem ser identificados, podem referir-se desde os indivíduos reactivos até aos resilientes e ainda os responsivos.

Num extremo da negatividade emocional encontram-se as pessoas reactivas, possuindo maior quantidade de emoções negativas que a maioria das pessoas e que se sentem menos satisfeitas com a vida. Esta não será uma situação onde se deva ponderar julgar estas pessoas, no entanto, esta será uma situação em que o seu desempenho fica limitado por essa negatividade.

Noutro extremo, identificam-se os resilientes que tendem a enfrentar a vida de uma forma mais racional que a maioria das pessoas e são mais passivas a tudo o que se passa em seu redor.

Tabela 3 - Factores da negatividade emocional (Costa & McCrae, 1992)

Resilientes (R-) Reactivos (R+)

Preocupado Relaxado, calmo Preocupado, constrangido

Zangado Controlado, pouca probabilidade de irritação Facilmente irritável

Desanimado Dificilmente desanima Rapidamente desanima

Auto consciente Resistente ao embaraço Susceptível ao embaraço

Impulsivo Resistente ao desejo, impulso Facilmente tentado

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Desde os mais até aos menos negativamente emocionados existem também chamados responsivos, que possuem uma mistura de qualidades que caracterizam os resilientes e os reactivos. Estes conseguem ter comportamentos de ambos os extremos, conseguindo adaptar os mais apropriados a cada situação. Não conseguem, no entanto, manter a calma em determinadas situações de forma duradoura, assim como também não são capazes de ficar alerta tanto tempo quanto os reactivos. Na tabela 3 são apresentados, de forma sintetizada, os seis níveis da negatividade emocional.

2.1.1.2

Representados pelos símbolos R- e R+, definem-se os resilientes e os reactivos, respectivamente em função dos diferentes factores de negatividade emocional: preocupado, zangado, desanimado, auto consciente, impulsivo, vulnerável.

2.1.1.3 Extroversão

Este termo refere-se ao número de relações sociais com o qual cada um se sente confortável. Altos níveis de extroversão são caracterizados por um elevado número de relações sociais e uma maior proporção entre o tempo despendido com as mesmas e o seu benefício. Baixa extroversão é caracterizada por um menor número de relações sociais numa proporção mais baixa relativamente ao benefício que se obtêm dessas relações.

Diferentes níveis de extroversão podem ser identificados, podem referir-se desde os indivíduos mais extrovertidos até aos mais introvertidos e ainda os ambivalentes.

Uma pessoa extrovertida possui tendências de liderança, considerada física e psicologicamente mais activa, mais amigável e mais propícia a saídas que a maioria

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Capítulo 2 — Revisão da leitura

das pessoas. Este tipo de perfil enquadra-se em determinados cargos profissionais na sociedade, tais como comercial, político, artista e investigador/professor na área das ciências sociais.

Por outro lado, uma pessoa mais introvertida, tende a ser mais independente, reservada, contida, sentindo-se mais confortável em ficar sozinha que a maioria das pessoas. Este tipo de perfil enquadra-se em profissões como gestores de produção, físicos e outros.

Entre estes dois extremos existem os ambivalentes, que se sentem confortáveis em ambas as situações, tanto numa envolvente social de mais pessoas como isolados a trabalhar. Este estereótipo ambivalente enquadra-se em profissões como por exemplo, um treinador, que tanto poderá estar em grupo a liderar como a estudar as tácticas trabalhando sozinho. Na tabela 4 são apresentados, de forma sintetizada, os seis níveis de extroversão.

Tabela 4 - Factores da extroversão (Costa & McRae, 1992)

Introvertido (E-) Extrovertido (E+)

Proximidade Reservado, formal, frio Afectuoso, próximo, amigável, intimo

Agregação à sociedade Raramente procura companhia Ligado à sociedade, prefere usufruir de

companhia

Assertividade Coloca-se em background Assertivo, fala alto, lidera

Actividade Calmo Ritmo vigoroso

Procura da excitação Baixa necessidade de emoção Anseia emoção

Emoção positiva Menos exuberante Animado, divertido, optimista

2.1.1.4

Representados pelos símbolos E- e E+, definem-se os introvertidos e os extrovertidos, respectivamente em função dos diferentes factores de extroversão: proximidade, agregação à sociedade, actividade, procura da excitação e emoção positiva.

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2.1.1.5 Abertura para o novo

Os níveis de abertura definem-se por um determinado número de objectivos e, por um nível de empenho a estes dedicado. Muita abertura é sinónimo de muitos objectivos e menor dedicação a todos eles, enquanto pouca abertura corresponde a menos objectivos e mais dedicação em alcançá-los.

Diferentes níveis de abertura podem ser identificados, podem referir-se desde investigadores até pessoas mais conservadoras e ainda os moderados.

Por um lado, o explorador possui amplos interesses, apresenta um fascínio pela novidade e inovação, normalmente são pessoas entendidas como liberais, que revelam mais introspecção e reflecção. Os exploradores tendem a ser mais abertos considerando novos pontos de vista. O perfil de explorador tende a associar-se a importantes papéis na sociedade tal como empresários, arquitectos, artistas e cientistas teóricos.

Por outro lado, os conservadores, ou preservadores, possuem reduzidos interesses, conhecidos por mais convencionais e sentem-se mais confortáveis com a família. O perfil conservador é a base para papéis na sociedade tal como, gerente, actor/cantor, coordenadores de projecto e cientistas.

Aparecem então os moderados, que conseguem explorar a novidade com interesse quando necessário, no entanto, por outro lado, conseguem focalizar na família por extensos períodos de tempo, mas eventualmente desenvolvem interesse pelo que é novo.

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Capítulo 2 — Revisão da leitura

Tabela 5 - Factores da abertura para o novo (Costa e McCrae, 1992)

Preservador (O-) Explorador (O+)

Fantasia Focalizado aqui e agora Imaginativo, “sonha acordado”

Estética Desinteressado da arte Aprecia a arte e a beleza

Sentimentos Ignora e descarta sentimentos Valoriza todas as emoções

Acções Preferências pelas familiares Prefere variedade, experimenta coisas novas

Ideias Limitado em precisão intelectual Ampla curiosidade intelectual

Valores Dogmático, conservativo Aberto à reexaminarão dos valores

Este traço não é necessariamente sinónimo de inteligência, ambos investigadores e conservadores conseguem triunfar nas tradicionais tarefas, no entanto o mesmo não acontece com a criatividade. Abertura a experiências novas é um ingrediente importante para a criatividade. Na tabela 5 são apresentados, de forma sintetizada, os seis níveis de abertura para o novo.

Representados pelos símbolos O- e O+, definem-se os preservadores e os exploradores, respectivamente em função dos diferentes factores de abertura para o novo: fantasia, estética, sentimentos, acções, ideias e valores.

2.1.1.6 Amabilidade

Consideram-se pessoas amáveis as que seguem determinadas directrizes em detrimento de atingir um comportamento correcto. Altos níveis de amabilidade descrevem uma pessoa que segue determinadas condutas como esposa, religiosa, líder, amiga, patrão ou até mesmo um ídolo pop. Baixos níveis de amabilidade indiciam pessoas que apenas “ouvem” a sua voz interior, que seguem apenas o seu próprio instinto.

Diferentes níveis de amabilidade podem ser identificados, podem referir-se desde o adaptável ao desafiante e ainda o negociador. Por um lado o adaptável é capaz de subordinar necessidades pessoais para o restante grupo, de modo a aceitar as

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normas do grupo em detrimento de insistir nas suas pessoais. A harmonia é mais importante para o “adaptável” do que, tentar persuadir todos os que o rodeiam sobre um determinado ponto de vista que defende.

Por outro lado o desafiante foca-se nas suas próprias normas e necessidades em detrimento das do grupo. O desafiante caracteriza um papel na sociedade de publicitário, gerente e líder militar. O negociador é capaz de alternar entre líder e seguidor, mediante as situações. Karen Horney (1950) descreve os dois extremos deste traço de personalidade como “movimentação em direcção às pessoas” (adaptável) e “movimentação contra as pessoas” (desafiante). Em casos extremos torna-se inclusivamente narcisista, anti-social, autoritário, ou até mesmo capaz de adoptar posturas paranóicas onde inclusivamente tenha chegado a perder o sentido de sentimentos pelas pessoas. Em suma este traço trata da dependência (ou altruísmo) do adaptável, da independência (ou egocentrismo) do desafiante e da interdependência do negociador. Apresentam-se a seguir, de forma sintetizada, os seis níveis de amabilidade (tabela 6).

Tabela 6 - Factores da Amabilidade (Costa & McCrae, 1992)

Desafiante (A-) Adaptável (A+)

Confiança Cínico, céptico Vê os outros com boas intenções e

honestos

Rectidão/Honestidade Cauteloso com a verdade Franco e honesto

Altruísmo Relutante a pedidos de ajuda Pronto para ajudar o próximo

Conformidade Agressivo, competitivo Reage mediante o conflito, cede

Modéstia Sente-se superior aos outros Humilde

Influência Persistente, racional Facilmente influenciável

Representados pelos símbolos A- e A+, definem-se os desafiantes e os adaptáveis, respectivamente em função dos diferentes factores de amabilidade: confiança, rectidão/honestidade, altruísmo, conformidade, modéstia e influência.

(41)

Capítulo 2 — Revisão da leitura 2.1.1.7 Consciência

A consciência de forma geral refere-se à quantidade de objectivos em que um indivíduo está focalizado. Altos níveis de consciência caracterizam uma pessoa bastante focalizada em poucos objectivos. A focalização pressupõe elevada organização e disciplina. Baixos níveis de consciência caracterizam alguém que persegue vários objectivos e dada a quantidade e diversidade não consegue focalizar em todos sofrendo de distracção e espontaneidade.

Diferentes níveis de consciência podem ser identificados, podem referir-se desde o perfil focalizado ao flexível e ainda o equilibrado.

Por um lado, um perfil focalizado pressupõe autocontrolo resultando num elevado nível de empenho e concentração pessoal em determinados objectivos, difícil de distrair por outras pessoas. Numa situação normal, este perfil corresponde a uma pessoa que tem vindo a alcançar determinadas metas e objectivos em âmbitos mais académicos. Em casos extremos torna-se, como se refere na gíria, uma pessoa viciada no trabalho. Este perfil enquadra-se em papéis na sociedade tais como líderes e executivos, generalizando, altos cargos.

Por outro lado, indivíduos com perfil flexível facilmente distraídos e menos focalizados nos objectivos em geral, são assim mais hedónicos8 e adoptam uma postura mais relaxada em relação aos objectivos que traçam na vida. São facilmente seduzidos por tarefas, actividades ou pessoas que o distraiam do seu objectivo principal possuindo assim pouco controlo dos seus próprios impulsos. Não são necessariamente pessoas que trabalhem menos, no entanto, a energia despendida

8 É uma teoria ou doutrina filosófico-moral que afirma ser o prazer o supremo bem da vida humana. Designa uma

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para concretizar os objectivos é menos focalizada. A flexibilidade propicia a criatividade, na medida em que permanece aberta a possibilidades num período mais longo sem a sensação de término e prosseguindo em frente. Este perfil caracteriza importantes papéis na nossa sociedade tais como pesquisadores, detectives e consultores.

Entre estes dois extremos situa-se a pessoa com um perfil equilibrado, que se consegue direccionar focalizando ou dispersando o seu foco mediante as suas necessidades. Este perfil é o adequado para um gestor de grupo de pessoas com perfil dos dois extremos, tanto flexível como focalizado, proporcionando a qualidade oposta necessária ao flexível para se concentrar, e ao focalizado para relaxar e apreciar a vida, mediando o meio-termo. Apresenta-se a seguir, de forma sintetizada, seis níveis de consciência (tabela 7).

Tabela 7 - Factores da consciência (Costa & McRae, 1992)

Flexível (F-) Focalizado (F+)

Competência Geralmente sente-se pouco preparado Sente-se preparado e seguro

Organização Desorganizado, não metódico Bem organizado, arrumado

Obediência Casual relativamente às obrigações Orientado pela consciência, confiável

Perseguição pelos objectivos Pouca vontade de alcançar objectivos Orientado para o sucesso

Autodisciplina Procrastinado, distraído Focalizado em concretizar as

tarefas/objectivos

Deliberação Espontâneo, apressado Ponderado e racionaliza a ideia antes de

actuar

Representados pelos símbolos F- e F+, definem-se os flexíveis e os focalizados, respectivamente em função dos diferentes factores de consciência: competência, organização, obediência, perseguição pelos objectivos, auto disciplina e deliberação.

2.1.2 Consistência da personalidade

Mischel (1968) impugnou o conceito dos traços da personalidade, provando que, através do cruzamento relacional em determinadas situações, havia falta de

(43)

Capítulo 2 — Revisão da leitura

consistência nos factos, desenvolvendo então uma alternativa aos traços da personalidade, chamadas as unidades cognitivas sociais.

Estas unidades incorporam então as cognições pessoais, afectivas e de acção dependendo das situações em que ocorrem. O seu principal foco reflecte-se exactamente no que a pessoa faz cognitivamente, afectivamente e comportamentalmente, ao invés dos tradicionais traços que caracterizam a pessoa. Incluem actividades cognitivas, estratégias codificadas, expectativas, valores, preferências e objectivos. Posteriormente Mischel (1968) e seus colegas desenvolveram teorias baseadas num sistema de personalidade cognitivo e afectivo obtendo resultados consistentes e previsíveis de acordo com padrões de variabilidade mediante determinadas situações. Por exemplo, um indivíduo pode ser tímido em pequenos grupos e ao mesmo tempo excelente orador em frente a um público. Este padrão comportamental tornar-se-ia inconsistente se fosse baseado apenas nos traços de personalidade anteriormente referidos.

Um importante atributo destes desenvolvimentos é que eles incorporam factores situacionais com moderada influência nas diferenças dos indivíduos.

Foram propostos posteriormente vários testes para medir os traços de personalidade (procurando consistência sobre em que condições comportamentais se encontrariam). Por exemplo, Biesanz et al. (1998) demonstrou que indivíduos com estabilidade a nível de testes relativos aos seus traços pessoais tendem também a ser caracterizados por outras pessoas de forma coincidente.

2.1.3 Linhas de orientação no desenvolvimento profissional

Costa & McCrae (1990) conduziram uma pesquisa onde identificaram uma relação entre os B5 e a idade. Desde os 20 até aos 30 anos de vida, existe uma tendência

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para aumentar duas dimensões, a acomodação (A) e consolidação (C). Relativamente à estabilidade (N), extroversão (E) e originalidade (O), todos eles tendem a diminuir. Por exemplo, um individuo com resultados extremamente altos de consolidação (C+), tem elevadas hipóteses de se tornar num viciado no trabalho, enquanto outro com resultados baixos (C-), tenderá para focalizar com maior precisão nos objectivos traçados (Costa & McCrae, 1990).

2.1.4 Contexto social e os B5

Dois dos B5 são especialmente relevantes na qualidade de relação – a extroversão e a acomodação. Dois indivíduos numa relação, extremamente divergentes nestas duas dimensões tendem a intensificar os efeitos e outras diferenças que sob diferentes circunstâncias não se notariam. Por exemplo, um casal em que um deles seja A+ e O+, e o outro for A- e O-, este último poderá ter dificuldades em aceitar o outro. Por outro lado um casal que sejam ambos A+ mas divirjam no O tendem a aceitar-se melhor relativamente ao factor O. Isso revela, por exemplo, o quanto liberal ou conservadora poderá ser uma relação de determinado casal (Costa & McCrae, 1990).

2.2 Redes Sociais – Motivações dos utilizadores

Investigações anteriores basearam-se no factor “motivação” para aceitar as tecnologias da informação. Deci (1975) dividiu este factor entre motivação intrínseca e extrínseca. Motivação extrínseca refere-se ao compromisso com determinada tarefa mediante a percepção de que essa tarefa seja útil para atingir determinado objectivo. Motivação intrínseca refere-se ao interesse próprio sem qualquer interesse consequente (Davis et al. 1992).

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Capítulo 2 — Revisão da leitura

Davis (1992) concluiu que a motivação, extrínseca e intrínseca, ou seja, por utilidade ou por prazer, ambas afectam a motivação no uso de sistemas/tecnologias da informação. Estas duas motivações afectam a intenção do indivíduo em usar estas tecnologias da informação. Kim et al. (2007) destacou que os benefícios que cada um tira partido destas redes influencia assim o partido individual destas tecnologias da informação, consistindo em benefícios afectivos e cognitivos. Isto é, ambos os benefícios, de utilidade e prazer, são considerados componentes de interesse do individuo por estes SRS.

Katz e Shapiro (1985) definiram network externalities como o valor ou beneficio que os utilizadores obtêm de determinado produto ou serviço capaz de trazer valor acrescentado para os consumidores em função do aumento de utilizadores. Logo, assim que se atinja um alargada escala de utilizadores, benefícios externos começam a aparecer e a atrair mais utilizadores (Lin & Bhattacherjee, 2008). Vários investigadores (Gupta & Mela, 2008; Katz & Shapiro, 1985; Lin & Bhattacherjee, 2008) definiram duas network externalities: directo e indirecto. Directo, deriva do incremento do número de utilizadores que possuem determinado produto ou usufruem de determinado serviço e consequentemente beneficiam disso mesmo. Por outro lado, indirecto, que revela um aumento do sentido do utilizador quando usa um produto ou serviço usufruindo assim também o próprio utilizador.

Sledgianowski e Kulviwat (2009) argumentam que os SRS são sistemas de informação orientados para o prazer onde o individuo se torna cada vez mais familiar com o seu funcionamento à medida que mais amigos se associam.

Kuan-Yu Lin e Hsi-Peng Lu (2011) concluem que o prazer proporcionado pelos SRS é o factor afectivo mais importante no comportamento dos utilizadores na rede. Os amigos dum determinado utilizador influenciam os níveis de prazer percepcionado pelo mesmo. Isto é, os níveis de prazer que determinado utilizador pode alcançar

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através da rede poderão ser, por exemplo, ampliados em conformidade com a influência do grupo de amigos. Concluem também que, as influências de diferentes factores, tendo em conta o contínuo uso da tecnologia, variam mediante o género. O prazer é o factor mais importante que define a continuidade em usar os SRS quer seja homem ou mulher. No entanto o desenvolvimento de aplicações para os diferentes géneros humanos é aconselhado, de forma a encorajar os utilizadores a possuírem os seus amigos na sua rede de forma a promover o uso do SRS por cada vez mais indivíduos.

Outro estudo realizado pela empresa de marketing comScore9 refere que na utilização da Internet o género feminino está em desvantagem em relação ao masculino com uma utilização de 47,5% contra 54,3%. No entanto, relativamente ao uso dos SRS as mulheres apresentam vantagem com uma utilização de 75,8% contra uma utilização por parte dos homens de 69,7%. Em média as 5,5 horas por mês pelas mulheres e 4 horas pelos homens. A adesão por parte de mulheres mais velhas está em crescente progressão. De entre as actividades existentes na internet tais como

blogs, messenger, e-mail, multimédia, lojas web, pesquisa, navegação em geral,

jogos na internet, etc…, os SRS ocupam o topo do ranking com a maior percentagem de utilização, 11,7% para o género feminino e 16,3% para o masculino. Temas como cosméticos, fragâncias, cartões on-line, flores, presentes e animais são os mais procurados pelas mulheres no mundo da Internet. Assim, esta situação obriga a repensar as redes sociais de forma a dar continuidade aos utilizadores que mais frequentam os SRS, ou seja, as mulheres, em termos de conteúdo da rede assim como a interacção com o utilizador. A divergência entre o público masculino e feminino tem vindo a evidenciar-se mediante um aumento crescente do público

9

http://www.comscore.com/Press_Events/Presentations_Whitepapers/2010/Women_on_the_Web_How_Wome n_are_Shaping_the_Internet

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Capítulo 2 — Revisão da leitura

feminino e masculino de mais idade, enquanto os mais novos possuem um valor relativamente próximo. Nove em cada dez utilizadores da internet possuem um perfil social em pelo menos um SRS. Exemplos de SRS na Alemanha tal como StudiVZ, Vkontakte na Rússia, Mixi.jp no Japão confirmam que em todas as faixas etárias, a maior taxa de utilização é também do género feminino. Um dos recursos dos SRS é a possibilidade de partilha de conteúdo multimédia, nomeadamente fotografias, e mais uma vez, as mulheres aparecem como o grupo que mais tira partido desta funcionalidade, independentemente da faixa etária. Na Europa 54,7% usam este recurso, enquanto apenas 51,4% dos homens o fazem.

Este inovador sistema de comunicação em rede, permite então, a integração de diferentes ferramentas de comunicação com grande potencial interactivo entre os utilizadores. Assim, aqueles que não tirarem partido destas tecnologias correrão o risco de serem afastados pela restante sociedade.

Para as empresas que comunicam em rede, é de extrema importância a correcta gestão de todas estas ferramentas disponíveis on-line. Assim, as empresas devem escolher os SRS mais adequados aos objectivos por estas parametrizados, sendo que devem estar então em constante actualização de forma a tirar o máximo de partido destas tecnologias. Uma das formas de o fazer é através da criação de campanhas publicitárias e eventos ao nível das redes sociais, para que desta forma se possa construir uma comunidade alargada de utilizadores. Com a participação das redes é possível às empresas identificarem as deficiências da sua própria presença on-line ou até mesmo de determinado produto. A concepção ou aperfeiçoamento de determinado produto pode ser suportado pelo apoio dado pelos consumidores presentes na rede que proporcionam o feedback necessário desse mesmo produto permitindo assim à empresa a optimização do seu desenvolvimento.

(48)

2.3 Redes Sociais e os Recursos Humanos

A informação privada que os colaboradores e empregados de determinada empresa tornam pública através de serviços como o Facebook, o MySpace, e outros SRS está a ser utilizada por um crescente número de recrutadores, entidades empregadoras e entidades de Gestão de Recursos Humanos (GRH) para recolha informação adicional sobre as actividades extratrabalho dos empregados.

Diversos sites de ofertas de emprego são gerados diariamente, o que significa que as empresas estão a apostar nesta forma de recrutamento, alargando os seus horizontes e inovando nos tradicionais métodos de recrutamento de candidatos (Araújo & Ramos, 2002). Luiz Beltramin (2011) refere que, no mercado, de nada vale ser um perito em Internet e RS se o candidato não possui habilidade para cativar. Num artigo ao jornal de Bauru10, Brasil, Luiz Beltramin (2011) refere que num perfil dos SRS não se deve apenas adicionar contactos, sem qualquer tipo de critério, mas é necessária uma estratégia, principalmente nas relações pessoais e apresentação do currículo, quer nos SRS de âmbito profissional como os mais pessoais como o Facebook, Twitter. O presidente da Associação Centro-Oeste Paulista de Agências Digitais (Acopadi), especialista em meios de comunicação social, Paulo Milreu, observa que, acima de tudo, o comportamento e as boas relações fazem a diferença no recrutamento, independentemente da área de actuação das empresas. “As

empresas querem ver o comportamento das pessoas nas redes sociais. Lá consegue-se entender o que realmente são”. O processo de contratação através da obconsegue-servação

de perfis em redes sociais está já muito dinamizado no Brasil. Segundo Paulo Milreu10, estima-se que em cada dez organizações, oito já se preocupem em avaliar candidatos através dos SRS.

10

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Capítulo 2 — Revisão da leitura

Quando indivíduos decidem usar SRS para uso pessoal e profissional, diversas questões se levantam relativamente à natureza e quantidade de informação partilhada. Enquanto alguns possuem um elevado controlo sobre a informação pessoal, outros facultam o acesso total a qualquer pessoa nos SRS. Num estudo a 200 perfis do Facebook concluiu-se que 53% incluem fotos envolvendo álcool e 50% desses colocaram informações relevantes. Facultando também fácil acesso ao grupo de “amigos”, familiar, gestão de recursos humanos da empresa onde trabalha ou até mesmo possíveis empregadores (Peluchette & Karl, 2010).

Paulo Milreu (2011) questiona10: “As próprias fotos também dizem muito. Imagina quem coloca fotos bêbado no facebook, por mais que se diga que estava num momento de diversão, o perfil é o retracto do comportamento desse indivíduo. Será que esse indivíduo vai chegar a sexta-feira de manhã pronta para trabalhar?” No entanto não significa que os perfis devam ser sérios ou a proibição de manifestar determinados assuntos alheios ao trabalho. Refere-se a necessidade e o cuidado em dosear a utilização da ferramenta para fins profissionais. “Se a pessoa expressar algo inteligente, não tem problema, a empresa quer alguém com boas atitudes, valores e princípios, é possível dosear a partir do momento em que não se extrapole aquilo que a própria sociedade vai dizer que não é adequado. Muita coisa se torna pública que não seria suposto.”

O director de consultadoria em Bauru da multinacional Arca Solutions, Fernando Hideo (2011) confirma10 que, além dos currículos pré-aprovados dos centros de recrutamento, portfólios e históricos profissionais enviados através do próprio site da organização, são ainda efectuadas algumas pesquisas em perfis de candidatos nos SRS.

Qualquer manifestação10, por mais descontraída que seja, na internet torna-se pública, basta uma pesquisa no Google para se encontrar os perfis das pessoas.

Referências

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